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C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.

"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

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4. TECIDOS

4.1. INTERSECÇÕES

A investigação da programação edifício se dá na intersecção

dos campos da arquitetura, cultura e tecnologia direcionada

a criação de um espaço comunitário incentivador de novas utopias

urbanas. Como posto por Wisnik (2012) e o grupo fieldstations

(FIELDSTATIONS, 2017), a arquitetura contemporânea parece ainda

não responder firmemente às mudanças na sociedade atual como

a crescente informatização e o tecido das realidades virtuais que

se sobrepõem à nossa realidade física. Busca-se em arquitetura

contemporânea que entenda essas intersecções, as sobreposições

desses tecidos, para iniciarmos uma uma apropriação tecnológica

de maneira consciente a favor da cosmotécnica, que possibilite que

a cultura explore a construção coletiva de novos futuros comuns.

Benjamin Bratton (2015) levanta a análise de que a complexidade

da globalização computacional alterou nossas geografias

e a emergência da computação como infraestruturas globais alterou

nossas formas de governança e território. O autor propõe um

modelo de visualização baseado na estratificação em camadas de

componentes que interagem e formam uma megaestrutura planetária

acidental chamada de “The Stack” (A Pilha). “Acidental” porque

diferentes formas de tecnologia computacional acabaram por

formar um todo coerente: plataformas na nuvem, interfaces virtuais,

smart cities e automações. Estratificada porque é possível estabelecer

uma hierarquia de interações para que seus sistemas interajam

entre si: a Terra, a Nuvem, a Cidade, o Endereço, a Interface e o

Usuário. O sistema de Bratton é complexo, mas seu modelo elucida

novas formas de organização da sociedade diante da tecnologia e a

emergência de uma economia baseada na plataformização.

Nick Srnicek (2017) descreve as plataformas como mediadoras

entre bens e serviços e usuários, nessa nova economia elas não

são detentoras dos bens e serviços, sua exploração baseia-se em se

ausentar de custos e responsabilidades e ser uma ponte de conexão

entre seus usuários, que aos poucos o torna refém de seu uso tendo

um impacto direto nas cidades, como no caso da Uber e Airbnb ou

indireto, como as redes sociais e seu modelo de negócios baseado

no usuário conectado 24/7 discutido por Crary (2016).

Diante desse cenário, o edifício a ser proposto precisa levar

em consideração as atividades que acontecem no mundo material,

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