C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.
"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
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A Praça Antenor Navarro tem seu processo de revitalização
iniciado em 1998, passando a receber novos usos relacionados a
lazer e turismo, para Scocuglia (2010, apud SILVA, 2016) iniciava-se
uma estratégia de pôr o centro na rota da indústria do turismo:
“Firmou-se assim, desde o período de 1997-2002, nova imagem,
narrativas e usos no centro histórico. Em todas as notícias dos
jornais locais, recorria-se à imagem da origem da cidade e à
ideia de que o patrimônio cultural passaria de abandonado e em
ruínas para algo dinâmico, vivo, com cores e efervescência cultural.
Esta seria a forma que possibilitaria transformar aquele patrimônio
em mercadoria nova e explorá-lo para consumo cultural e
turístico” (SCOCUGLIA 2010, apud SILVA, 2016 p. 152)
Como resultado o conjunto Rua João Suassuna (Villa Sanhauá),
revitalizado posteriormente em 2018, Praça Antenor Navarro
e o Largo da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, são caracterizados
por uma forte vida noturna direcionada a jovens, com a presença de
habitações e ateliês de artistas, bares e casas de shows, porém se
fazem frequentes episódios de insegurança em suas imediações,
mesmo dentro dos estabelecimentos, a grande inatividade nas ruas
de suas imediações isola de uma cidade caminhável e colabora
para a insegurança.
Silva (2016) destaca contudo que o esvaziamento do Centro
Histórico em João Pessoa acaba por ser recorrente, e passado a
efervescência de consumo cultural trazida pelos projetos de revitalização,
as políticas de incentivo ao turismo e formação de uma
imagem da cidade voltada ao lazer não revertem o quadro como em
cidades turísticas do Nordeste como Fortaleza, Salvador e Recife.
Uma das características que diferenciam os processos de
revitalização da cidade de João Pessoa e de Recife, tomadas as
diferenças de escalas e particularidades morfológicas de cada cidade,
foram as atribuições de usos. O projeto Porto Digital Empreendimentos
e Ambiente Tecnológico foi lançado no ano 2000 em parcerias
público-privadas, segundo Pontual (2007) com os objetivos de
recuperação de infraestruturas mínimas para atividades na cidade,
mobilidade, rede de equipamentos, valorização paisagística, proteção
do patrimônio cultural, atração de novos residentes e ampliação
da centralidade metropolitana. O bairro do Recife escolhido para o
projeto possuía ainda segundo o autor atratores fundamentais para
os investimentos e sucesso do projeto: disponibilidade de espaços
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