C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.
"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
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O método de representação utilizado se absteve de pôr
como camada de discussão a qualidade de tais equipamentos, porém
ele possibilita visualizar o acesso à infraestrutura em diversos
pontos da cidade e seu direcionamento.
Ao observar a distribuição dos grandes equipamentos de
cultura notam-se conflitos da ordem social e ambiental no planejamento
da cidade de João Pessoa. Conforme analisado por Perez,
Sales e Silveira (2020) o Plano Diretor municipal elaborado em
1992 esboçou preocupações ambientais demarcando áreas de preservação,
mas ao mesmo tempo colocou toda a faixa litorânea como
interesse de expansão turística. Ao direcionar a construção de um
distrito industrial de turismo de alto padrão na região não-urbanizada
ao Sul da cidade (em direção ao Centro de Convenções Poeta
Ronaldo Cunha Lima), o Governo do Estado cria uma infraestrutura
que tenta atrair investimentos através de uma urbanização espraiada.
Tem como consequências do avanço da mancha urbana: o desflorestamento
em áreas antes de interesse de preservação ambiental
e entraves de disputas territoriais com comunidades tradicionais
quilombolas, indígenas e de pescadores, como no caso das tentativas
de remoção da Comunidade Jacarapé nas proximidades do
Centro de Convenções (inaugurado em 2012) destacado por Perez,
Sales e Silveira (2020).
Tais políticas de conformação das cidades através da desregulamentação
entram de acordo com o observado por David Harvey
(2014) e Bruno Latour (2020), atingem a degradação ambiental a
favor de uma lógica de mercado, ao mesmo tempo que alienam o
direito à cidade da população através da comodificação do espaço.
Em primeiro lugar os territórios das comunidades locais entram em
disputa e elas são direcionadas a realocação, em segundo as novas
infraestruturas possuem baixa conexão com as maiores densidades
populacionais do município tanto pela distância física, quanto pelo
transporte público deficitário, se tornando impraticável seu acesso
se não pelo o automóvel privado, resultando assim, num grande
equipamento impossível de ser apropriado pela população, distante
de uma ocupação cotidiana pela vida urbana e contrastante a qualquer
prática heterotópica.
É observável através do mapa a baixa conexão entre o Estação
Cabo Branco (Estação Ciência, inaugurado em 2008) e o Centro
de Convenções com agentes culturais e instituições de ensino
da cidade, suas inserções em áreas mais restritas e ainda menos
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