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C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.

"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

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tores de modernização de Latour (2020), porém o ímpeto do capital

de nunca deixar de produzir, conduzindo a urbanização consigo, se

direciona à especulação imobiliária, à gentrificação e à exploração

desenfreada dos recursos naturais e bens-comuns como na globalização-menos,

são eles “processos florescentes de destruição criativa

que implicam a desapropriação das massas urbanas de todo e

qualquer direito à cidade” (HARVEY, 2014, p. 59), processos sintomáticos

da financeirização do mercado, que levou a formação de

bolhas e crises internacionais como em 2011. Portanto para Harvey

a construção de uma cidade “Terrestre” (nos termos de Latour) se

dá através de reivindicar o direito à cidade, de reivindicar a influência

e o controle democrático na configuração nos processos de

urbanização, uma participação popular nos usos dos excedentes de

produção, uma vez que são gerados a partir de um bem-comum que

é o espaço público.

Lefebvre (apud HARVEY, 2014) expressa uma visão materialista

sobre a produção das cidade, coloca que o direito à cidade é

um conflito de classes, o proletariado passa a ser substituído pelo

precarizado, e a nova classe trabalhadora revolucionária é formada

também por trabalhadores urbanos, não apenas operários, o direito

à cidade surge da reação desses trabalhadores.

“Somente quando se entender que os que constroem e

mantêm a vida urbana têm uma exigência fundamental sobre o

que eles produziram, e que uma delas é o direito inalienável de

criar uma cidade mais em conformidade com seus verdadeiros

desejos, chegaremos a uma política do urbano que venha a fazer

sentido” (HARVEY, 2014, p. 21)

E a revolução urbana para Harvey se manifesta na vida cotidiana

a partir de um conceito retomado de Lefebvre: a Heterotopia.

Heterotopias não são espaços após a grande revolução urbana, mas

sim aqueles quando grupos heterotópicos tomam consciência das

suas possibilidades de ação coletiva para criação de algo radicalmente

novo, se tornando assim, fundamentais para tecer novas utopias.

Heterotopias são práticas urbanas dialéticas, estados de tensão,

opostas tanto às isotopias que representam a “ordem espacial

consumada e racionalizada do capitalismo e do Estado” (HARVEY,

2014, p.22), quanto às utopias - “desejos expressivos”. Reconhecidos

como espaços de disputa, fazem necessários para se criar uma

heterotopia os encontros, a diversidade e a presença de múltiplos

agentes no espaço público e tudo aquilo que os representa.

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