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C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.

"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

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Já Latour (2020) cita que a COP21, em dezembro de 2015,

definiu a posição de um terceiro atrator para seus sistema de orientações

políticas que desorientou as antigas flechas (Figura 1). O

marco está ligado a saída dos Estados Unidos do acordo climático

liderado pelo então presidente Donald Trump, a posição deliberada

de sair do acordo é um movimento radical baseado na negação

das evidências científicas das alterações climáticas e delimita uma

posição diametralmente oposta que esclarece para onde devem se

direcionar os novos vetores a favor da conservação da vida terrestre

(Figura 3). O autor nomeia esse terceiro atrator simbolizado por

Trump de “Fora-da-Terra”, o “Trumpismo” funde o avanço ao Globo

aceleracionista e de liberdade de exploração de recursos naturais

com o retorno ao velho Local tradicional de costumes sociais conservadores

que impõe fronteiras nacionais e étnicas (como sua máxima

adotada “Make America Great Again”).

“Fusão que, evidentemente, só é possível se a própria

existência do conflito entre modernização, de um lado, e condição

terrestre, de outro, for negada.

Daí o papel constitutivo do ceticismo climático, o qual de

outro modo, é incompreensível - lembremos que, até a gestão

Clinton, as questões de política ecológica chegavam a motivar

acordos entre republicanos e democratas” (LATOUR, 2020, p.37)

Retomando os três pontos principais de Latour: a globalização

(desregulamentação) e o agravamento das desigualdades

sociais, só se sustentam com a falta de realismo da negação das

mudanças climáticas. O antigo Globo prometido, o horizonte de utopia

científica de desenvolvimento econômico, tecnológico e social,

vai se tornando u-topos, isto é, sem lugar, uma vez evidente que

o esgotamento de recursos e colapso ambiental precede qualquer

distribuição de prosperidade.

Sendo a consciência ambiental uma ameaça à hegemonia

das elites em questão, corroborar com a negação do conhecimento

científico, buscar se proteger numa ideia de passado privando benefícios

da grande massa, e uma consequente desconfiança geral e

questionamentos aos fatos do mundo comum, só viriam a beneficiar

uma classe dominante, e Donald Trump demonstrou explicitamente

alinhar-se a tais ideias e ter o apoio de tais elites. Latour (2020)

então denomina então um quarto atrator, oposto ao “Fora-da-Terra”,

o “Terrestre”, como aquele no qual devemos nos orientar.

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