01.03.2023 Views

C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.

"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Crary (2016) coloca o sonhar, a inatividade e a possibilidade

do crescimento construído pela colaboração comunitária como incompatíveis

com o capitalismo persistente e sem fronteiras. A acumulação,

a financeirização e o desperdício nos direcionam a um

colapso ambiental, que só o sonhar coletivo em mudanças radicais

é possível de se iniciar costuras de uma renovação da experiência

cotidiana. Retornamos a Bruno Latour (2020), em uma situação

apocalíptica o único sonho possível é a continuação de nossa existência,

por isso devemos reconhecer o estado de estarmos sendo

submetidos coletivamente a uma desorientação, as incompatibilidades

entre preservação da biosfera e os nossos sistemas que priorizam

a acumulação de capital e que há alternativas sistêmicas para

respeitarmos os bens comuns e as multiplicidades do viver.

2.3. NOVOS FIOS AO TERRESTRE

Fica evidente que uma exploração desenfreada dos recursos

do planeta a favor de um crescimento econômico vem causando

cada vez mais consequências devastadoras para o meio ambiente.

Tanto Berardi, quando Latour consideram as cúpulas sobre o clima

realizadas pelos líderes mundiais como marcos de uma organização

política mundial para se discutir o futuro terrestre, mas no lugar do

otimismo ambos apresentam análises preocupadas sobre o desenrolar

e as resoluções dos eventos. Berardi (2019) analisa que a reunião

do G-8 de julho de 2008 em Hokkaido, no Japão, para debater

as alterações climáticas e seus efeitos nos ecossistemas e nas populações

do planeta foi inconclusiva, símbolo da complexidade e da

perda da noção de futuro defendida pelo autor.

“Não sabendo o que dizer nem o que fazer ao final de suas

muitas reuniões emitiram um comunicado, uma resolução que

prevê apenas uma coisa: em 2050, as emissões serão reduzidas

à metade. Como? Por quê? Graças a quem e a quê?

Nenhuma resposta. Nenhuma ação política foi decidida

para se obter esse resultado, nenhum prazo intermediário foi estabelecido.

A complexidade do problema supera evidentemente

as capacidades de conhecimento e de ação da política mundial.

A política não pode mais nada. O futuro foge das mãos e da vista.

Tudo foi radicalmente alterado talvez por excesso de velocidade.

No futuro, vemos apenas as sombras terríveis de um passado

que preferiríamos esquecer.” (BERARDI, 2016, p. 96)

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!