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C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.

"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."

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-las a alguma lei científica. E quase ninguém acredita que seja

modificável pela ação humana.” (BERARDI, 2019, p.96)

Então para o autor não só não conseguimos imaginar outras

utopias como também em consenso não nos sentimos capazes de

alterar o cenário atual. O autor coloca o avanço tecnológico e a consequente

desorientação geral sendo causados por dois principais

fatores: a desregulamentação da economia e o crescimento dos

sistemas de comunicação digitais, a internet. Em uma economia

globalizada e financeirizada complexifica-se o sistema de valor, na

antiga equação de tempo de trabalho e valor entram a informação,

a especulação e a indeterminação. Assim Bifo indaga:

“Mas, se os movimentos das finanças, da economia e da

produção estão desconectados de qualquer elemento quantificável,

de uma massa mais ou menos compacta e passível de avaliação

de tempo de trabalho, então não é mais possível qualquer

previsão, qualquer conhecimento confiável. E muito menos é

possível acreditar na eficácia da ação humana” (BERARDI, 2020,

p.106)

Numa economia de nuvens e especulações mais fácil se corrompem

as relações materiais do trabalho, avança-se para a precarização

e aquilo que era antes era inconcebível ser alienável de valor

vão se tornando visíveis maneiras de concretizar sua comodificação,

inclusive do sonhar.

A mídia atual e a cultura pop se encatam pelo mistério do

onírico, criam um imaginário de que um dia os sonhos possam ser

convertidos em mídias em conteúdos “tangíveis” a serem monetizados,

derivam de elementos das ficções ciberpunk e científicas

como nas obras de Philip K. Dick ou em Neuromancer (1984) de

William Gibson. Inserir uma lógica material a ser capitalizada para

os sonhos, como discuritirá Jonathan Crary (2016), é sinônimo de

uma sociedade que vem atribuindo cada vez mais valor monetário

à mídia (em sua maior parte à propaganda) e antagonizando cada

vez mais a inatividade, por consequência o dormir. Filmes como

“A Origem” (dirigido por Cristopher Nolan, 2010) e séries como a

antológica Black Mirror (criado por Charlie Brooker, 2011) exemplificam

o acesso do abstrato da mente através da tecnologia. Eternizar

memórias e acessar o inconsciente são temas recorrentes da série

britânica antológica Black Mirror (2011). No episódio San Junipero

(4º episódio da 3ª temporada, 2016) as protagonistas fazem um

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