C2PC - Ensaio projetual sobre um Centro Comunitário de Cultura Contemporânea no Centro Histórico de João Pessoa
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome. "Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba defendido em 2022. Autor: João Luiz Carolino de Luna. Orientador: Carlos A. Nome.
"Foram analisadas práticas excludentes na distribuição de equipamentos culturais públicos em João Pessoa. Mostrou-se submetida ao interesse de um mercado turístico, associada a escolhas de locais com baixa acessibilidade, ao desenvolvimento espraiado e a processos envolvendo expulsão de comunidades locais. O Centro Histórico, além de concentrar uma importância simbólica, apresenta manifestações culturais que ocupam espaços livres públicos, são nesses espaços que toma-se consciência da capacidade da ação coletiva na revolução da vida cotidiana. A cultura como instrumento de luta pelo direito à cidade motiva este ensaio de um espaço catalisador na produção de novas utopias, um centro comunitário de cultura contemporânea no Centro histórico da cidade."
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2. NÓS
2.1. EM QUE NÓ ESTAMOS?
Antropoceno é um termo formulado por Paul Crutzen (Zalasiewicz
et al., 2011; Mackay, 2015), vencedor do Prêmio Nobel de
Química de 1995, onde anuncia uma era (“cenos”) em que coloca o
humano (“anthropos”) num papel central da evolução planetária. É
uma proposta de um novo tempo geológico baseada na constatação
de que o ser humano passou a ter uma influência irreversível no
destino do planeta, alcançou todas suas geografias e suas tecnologias
apresentam consequências a uma escala global.
Há divergências quanto ao início desse novo tempo geológico,
mas sendo a partir da Revolução Industrial ou da Segunda
Guerra Mundial, a convergência das hipóteses se dá na influência
das atividades humanas sobre a deterioração dos ecossistemas terrestres.
Mackay (2015) analisa as evidências e causas dessas mudanças,
entre elas:
-A agricultura e consumo de combustíveis fósseis iniciado
na revolução industrial levando a uma mudança da composição atmosférica
e acidificação dos oceanos devido a emissão de gases
poluentes.
-Reestruturação pós-Segunda Guerra da economia global a
partir de um pensamento neoliberal levando à formação do Fundo
Monetário Internacional. A financeirização, internacionalização do
mercado e aumento dos bens de consumo conduziram a uma expansão
das infra estruturas de matrizes energéticas e de comunicação,
bem como a corrida pelo petróleo. Essa “grande aceleração” tem
como consequência também um rápido crescimento populacional e
industrial dos chamados “países em desenvolvimento”, com todos
esses fatores impactando na ocupação da superfície terrestre e decomposição
de biomas e biodiversidade das espécies nativas.
Ainda que apresente diferentes interpretações, o termo vem
ganhando aceitação (Zalasiewicz et al., 2011), as mudanças climáticas
evidentes e a elaboração de acordos globais em resposta como
a COP21 (21ª Conferência das Partes em Paris (2015) sinalizam as
mudanças estruturais na sociedade que as gerações atual e futuras
terão de efetuar para superar o desafio de manter a vida na Terra
ainda sustentável.
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