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Revista A FÓRMULA_Edição 15 2022_REVISADA FINAL 13.12.22_ DIGITAL

Revista A FÓRMULA_Edição n. 15.

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15

EDIÇÃO 15

JAN. 2023

ESPECIALISTA EM VOCÊ!

www.aformulabr.com.br

@aformulafarmacia

Distribuição Gratuita para Profissionais de Saúde

REVISTA A FÓRMULA 1


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índice

EDIÇÃO 15

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Palavra do especialista – Dra. Diana Campos

Aromaterapia como ferramenta de prescrição

Manipulação precisa

Farmácia magistral: possibilidades

Trombofilia

Suplementação na adolescência

Variação no gene MTHFR, e agora?

Vitamina D e COVID-19

A era das ciências ômicas

Inibidores da Aromatase

Palavra do especialista - Dra. Roberta Soriano

Regulação hormonal na acne

Pele e COVID-19: Manifestações cutâneas da nova era?

Não à queda dos cabelos - terapia capilar

Dermabióticos

Dermatite atópica

Estrias

Tratamento tópico

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34

25 40

56

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Direção de Arte/diagramação Edu Argolo (argolo studio design) Revisão Gabriela Ponce Fotos Arquivo pessoal e divulgação.

2 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 3



PALAVRA DO ESPECIALISTA

EDITORIAL

DIANA CAMPOS

Clínica geral e homeopata com formação em

Medicina Ortomolecular e Anti-aging

Temos como

premissa

entregar eficácia

e segurança,

atendendo a

todos os públicos

de diversas

faixas etárias

e considerando

as suas

particularidades e

individualidades,

pois cada pessoa é

um ser único.

Caro prescritor,

Boas-vindas a mais uma edição da Revista A Fórmula. Nesta 15ª edição, nossa missão

é compartilhar conhecimento aliado às soluções práticas aplicáveis aos consultórios

e clínicas espalhados nas cinco regiões do país, onde a A Fórmula se faz

presente, carregando no seu DNA o compromisso de cuidar de pessoas e transformar

vidas.

Temos como premissa entregar eficácia e segurança, atendendo a todos os públicos

de diversas faixas etárias e considerando as suas particularidades e individualidades,

pois cada pessoa é um ser único. Neste contexto, a A Fórmula apresenta as

mais variadas formas farmacêuticas e formulações magistrais, que podem ser empregadas

oral e topicamente nas mais diversas necessidades dos pacientes, proporcionando

comodidade, adesão ao tratamento e, consequentemente, resultados

satisfatórios.

O nascimento de um filho é um dos momentos mais felizes na vida da mulher. Sabendo

disso, e refletindo sobre esse momento ímpar, dedicamos um capítulo especial

no qual discutimos os cuidados para uma gestação saudável. Ao final, dispomos

de formulações com vitaminas e minerais que contribuem para a saúde gestacional.

A adolescência é uma fase complexa e desafiadora, sobretudo devido ao rápido desenvolvimento

físico, intelectual e emocional. Cogitando essa fase importante da

vida, apresentamos duas matérias visando ampliar a discussão: “Suplementação

na adolescência” e “Regulação hormonal na acne”.

Apesar de descobertos há mais de 70 anos, os Probióticos – micro-organismos vivos

que, se ingeridos em quantidades adequadas, causam benefícios para a saúde

- ainda são pouco prescritos em Dermatologia. Estudos recentes apontam que no

uso oral eles podem regular a liberação de citocinas inflamatórias na pele e reduzir

a interleucina-1 alfa, melhorando a qualidade da pele.

Ao longo desta edição, abordaremos ainda inúmeros outros conteúdos técnicos

pertinentes a diversas especialidades médicas, objetivando agregar inovações e relembrar

tópicos visando à aplicabilidade na prática clínica do seu dia a dia.

Boa leitura e até a 16ª edição!

Equipe

A Medicina Ortomolecular tem como

grande aliada a Farmácia de Manipulação

A Medicina Ortomolecular se destaca por ver o paciente

holisticamente e, ao mesmo tempo, por realizar um tratamento

preventivo personalizado, buscando equilibrar

o organismo em todas as suas necessidades para a saúde

e a qualidade de vida, desde antes da concepção até

a Terceira Idade. Para isso, o médico com formação em

Ortomolecular trata o paciente após uma avaliação clínica

e a análise de exames, aconselhando mudanças de

hábitos de vida, e por meio do uso de suplementos com

vitaminas, minerais, fitoterápicos, probióticos e hormônios,

quando necessário.

Para as mulheres na menopausa, com o declínio da vitamina

D3, hormônios da tireoide, adrenal, DHEA, estrógenos,

testosterona e progesterona, e para os homens

na andropausa, necessitando suplementação de testosterona,

DHEA e progesterona, essas deficiências são

repostas usando doses de acordo com a idade e a clínica

do paciente nas diversas opções de veículos: cápsulas

“Para o paciente idoso e as crianças

com dificuldade de se alimentar

podem ser feitos suplementos

nutricionais à base de proteína...”

oleosas, cremes transdérmicos, tabletes sublinguais,

gotas, líquidos ou sachês com corantes e aromas naturais.

Trata-se de um benefício e tanto da Farmácia de Manipulação,

que evoluiu em nível internacional, permitindo ao

máximo a personalização do suplemento, até mesmo de

sua composição, usando os minerais quelados de mais

fácil absorção e de tipos diferentes, de acordo com a necessidade

clínica. Para o paciente idoso e as crianças com

dificuldade de se alimentar podem ser feitos suplementos

nutricionais à base de proteína, algumas delas veganas,

feitas da ervilha, para suprir as carências nutricionais

que não possam ser repostas apenas com o alimento.

Assim, nesse conjunto de benefícios e ações, a Medicina

Ortomolecular vem atuando preventivamente e curativamente,

ofertando opções para a busca de uma melhor

qualidade de vida para todos.

Médica graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com curso de Especialização em Homeopatia, pelo Instituto Hannemaniano do Brasil - RJ;

Especialização em Medicina do Trabalho, pela Universidade Souza Marques - RJ; curso de Formação Clínica em Medicina Ortomolecular, com o médico Helion

Póvoa - RJ; cursos de atendimento de Emergência Radiológica, pela Agência Internacional de Energia Atômica - RJ, Espanha e USA. Participante dos congressos

e cursos da American Academy of Anti-Aging Medicine (A4M), com foco no uso da Terapia Hormonal em Genética, na Qualidade de Vida e Longevidade, Microbioma

Intestinal e Inibidores da Teleomerase. Atualmente, atende em consultório particular em Recife - PE. Tel.: (81) 3103-4262 ou 99832-4262.

4 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA

5



ARTIGO

Aromaterapia como

ferramenta de prescrição

A Aromaterapia é a prática do uso terapêutico

do aroma proveniente de óleos essenciais

à base de plantas. O termo aromaterapia foi

usado pela primeira vez na França, em 1928,

por um químico francês.

Quimicamente, os óleos essenciais são

compostos orgânicos voláteis e perfumados

obtidos através da destilação de material

vegetal de raízes, folhas, caules, cascas,

flores e sementes.

Um óleo essencial pode ser decomposto em

seus componentes individuais, que consistem

principalmente em ésteres, álcoois, aldeídos,

terpenos e fenóis, entretanto as suas

propriedades químicas e a qualidade do

óleo podem variar dependendo do local de

origem, clima, método, local de destilação e

da qualidade do fabricante.

Em contextos clínicos, o uso de óleos essenciais

é uma intervenção direcionada ao resultado

terapêutico esperado. Por exemplo,

uma mulher com candidíase vulvovaginal

recorrente, refratária a antifúngicos, pode se

beneficiar de uma mistura de óleos essenciais

que poderá proporcionar uma inibição

da flora vaginal anormal.

A combinação de óleos essenciais pode aliviar

a ansiedade, facilitar o relaxamento e

proporcionar o alívio das dores. Recentemente,

foi publicado um artigo que aborda o

uso de óleos essenciais comuns, como lavanda,

hortelã-pimenta e laranja, que são acessíveis

e podem servir no suporte a pacientes

oncológicos que sofrem de insônia, náuseas

e ansiedade.

Assim, a Aromaterapia pode ser considerada

uma ferramenta de apoio aos tratamentos

principais, além de poder proporcionar aos

pacientes estados de relaxamento e o alívio

de estresse, o que contribui para a redução

dos sintomas e a prevenção de doenças.

Por fim, é necessário que os profissionais

de saúde tenham conhecimento da qualidade

e da segurança dos óleos essenciais ao

usá-los, para fins clínicos, proporcionando

maior qualidade de vida aos seus pacientes.

Referências:

Tillett, J., & Ames, D. (2010). The Uses of Aromatherapy in Womenʼs Health. The Journal of Perinatal & Neonatal Nursing, 24(3),

238 245. doi:10.1097/jpn.0b013e3181ece75d.

Reis, D., & Jones, T. (2017). Aromatherapy: Using Essential Oils as a Supportive Therapy. Clinical Journal of Oncology Nursing,

21(1), 16–19. doi:10.1188/17.cjon.16-19

O químico francês

Renê-Maurice Gattefossè,

o pai da Aromaterapia.

MANIPULAÇÃO PRECISA

Controle de

qualidade hormonal

aplicado à Farmácia

Magistral

Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS)

publicou um documento intitulado “O papel do

farmacêutico no sistema de saúde” (traduzido

do inglês “The role of the pharmacist in the

health care system”). Nesse documento foram

destacadas qualidades fundamentais para a

atuação do profissional de Farmácia.

Uma das áreas destacadas é a da Farmácia Magistral. Esse

campo reúne um conjunto de responsabilidades, procedimentos,

condições de qualidade e rastreabilidade de todo o processo

que transforma insumos em produtos para a dispensação

direta ao usuário, acompanhado de orientações para o seu uso

seguro e racional.

A documentação é uma parte integrante do processo magistral,

pois tem a dupla finalidade de, além de orientar cada procedimento,

possibilitar a comprovação de todos os atos executados.

Nesse sentido, existem guias que determinam questões

éticas, técnicas e operacionais que devem ser seguidas.

O Manual de Boas Práticas de Manipulação em Farmácia

(BPMF) é um exemplo dessas diretrizes. Nesse documento são

estabelecidos os cuidados com todas as operações da farmácia

para a garantia da qualidade dos produtos e serviços.

A preservação da qualidade das preparações manipuladas é

um item que deve ser, fundamentalmente, garantido, sendo

especialmente relevante no caso dos hormônios. Além da integridade

da manipulação, é preciso garantir a segurança dos

manipuladores. Neste aspecto, os hormônios apresentam regras

mais rígidas em sua preparação, esta deve ser realizada

em uma cabine específica que tenha uma estrutura adequada

em termos de áreas e revestimentos e ainda devem ser adotados

procedimentos que impeçam a contaminação cruzada e

microbiana em todos os laboratórios.

Por fim, para que a qualidade e a segurança sejam mantidas do

início ao fim da preparação magistral, são realizadas conferências

das preparações magistrais/oficinais que são supervisionadas

pelo farmacêutico responsável.

Além da inspeção visual, deve ser feita a conferência de todas

as etapas do processo de manipulação, da clareza e exatidão

das informações do rótulo, das quantidades das embalagens,

da integridade, do prazo de validade, da conformidade com a

prescrição e ainda a verificação dos dados dos prescritores habilitados

e do paciente.

Para concluir, é importante frisar que existe uma regulamentação

farmacêutica séria que preconiza os protocolos a serem

seguidos, desde a gestão da qualidade, da garantia até a orientação

farmacêutica, de modo a assegurar produtos e serviços

que atendam à tríade: qualidade, eficácia e segurança.

Referência:

Guia prático do farmacêutico magistral/Conselho Federal de Farmácia.

Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2017.16 p. ISBN 978-85-89924-24-5.

6 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA

7



FARMÁCIA MAGISTRAL: POSSIBILIDADES

Variabilidades de formas

farmacêuticas orais:

sublingual, strip oral e tabletes sublinguais

A ingestão oral é uma das formas mais

convenientes para a administração

de medicamentos devido à

facilidade de administração.

Essa forma é indolor e

versátil. A demanda para a

rápida desintegração dos

comprimidos vem crescendo

nas últimas décadas devido

às características dos

comprimidos sublinguais de

rápida desintegração para

o potencial tratamento de

emergência.

Nesse sentido, pretende-se com este artigo abordar as principais

formas farmacêuticas de rápida desintegração.

A forma farmacêutica strip oral é indicada para veicular e liberar

princípios ativos. Ela forma um filme orodispersível e

otimiza a biodisponibilidade de ativos, uma vez que estes são

absorvidos na fase pré-gástrica

Sua principal vantagem é essa otimização relacionada com

a biodisponibilidade bucal/esofágica, que possibilita a redução

da dose segura, de forma não invasiva e com considerável

mucoadesão, ocasionando, assim, a minimização de

efeitos adversos e da degradação ácida estomacal, associada

à rápida dissolução na cavidade oral. É considerada

uma alternativa inovadora, com o efeito mais rápido quando

comparado a outros veículos de uso oral. Portanto, essa forma

farmacêutica é diferenciada para a manipulação de classes

farmacológicas múltiplas como vitaminas, hormônios e

até mesmo fitoterápicos.

Outra forma farmacêutica usualmente prescrita é a sublingual.

Sua absorção ocorre pela mucosa oral e possui importância

especial para alguns ativos, pois a substância absorvida na

boca passa diretamente para a circulação sistêmica, evitando

o sistema porta e, consequentemente, evitando o metabolismo

de primeira passagem hepática e das enzimas intestinais. Os

ativos colocados debaixo da língua são absorvidos diretamente

pelos pequenos vasos sanguíneos que irrigam essa região,

proporcionando uma passagem direta à circulação sistêmica,

o que resulta em efeitos terapêuticos mais rápidos quando

comparados a outras formas farmacêuticas orais. Essa via é

ideal para ativos que necessitam da biodisponibilidade a nível

sublingual ou que possuem instabilidade química devido às

ações digestivas.

Já os tabletes sublinguais são formas farmacêuticas sólidas

que também são administradas debaixo da língua, onde os

ativos são absorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos

ali situados, ocasionando sua difusão para a trama

capilar e passando diretamente para a circulação sistêmica, resultando,

assim, na absorção e no efeito terapêutico de forma

rápida, evitando também o efeito de primeira passagem hepática.

Essa forma é ideal para ativos específicos que possuem

alguma instabilidade química em outras formas farmacêuticas

ou elevada taxa metabólica (meia-vida curta), permitindo a redução

das doses.

Por fim, é sabido que a administração de ativos através da mucosa

oral é considerada uma alternativa promissora para a via

oral, pois esses comprimidos se desintegram e se dissolvem

rapidamente na saliva devido à interação com as nossas enzimas

salivares, resultando em um tratamento com elevada adesão,

a possibilidade de menor dose, a efetividade terapêutica e

menores efeitos colaterais.

Referências:

1. SUBLINGUAL TABLETS: A REVIEW ON Vaibhav K. Patil*, Ganesh N. Patil, Sulbha G.

Patil, Nilesh P. Salunkhe and Sunil P. Pawar Department of Pharmaceutic’s, P.S.G.V.P. Mandal’s,

College of Pharmacy, Shahada-425409, Dist:- Nandurbar, Maharashtra, India

2. BATISTUZZO, J. A O; ITAYA, M.; ETO, Y. Formulário Médico-Farmacêutico. 5 ed. São

Paulo: Pharmabooks, 2015.

8 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 9



TROMBOFILIA

O que é e quais são os cuidados

para uma gestação saudável

A trombofilia é um distúrbio da

hemostasia com o risco aumentado

de coágulos sanguíneos ou

trombose, sendo um distúrbio

multifatorial causado por fatores

herdados e adquiridos (1) .

Esse quadro pode ser

evitado através do

acompanhamento

cuidadoso da

paciente por

um profissional

adequado e com

uma suplementação

personalizada

de acordo com as

individualidades

genéticas (3)

Existe uma predisposição para a trombose nas veias ou

artérias, devido a anormalidades na composição sanguínea,

fluxo sanguíneo ou parede vascular. Resultados de vários

estudos clínicos e genéticos estabeleceram que a trombofilia

hereditária pode ser causada pela inibição insuficiente da coagulação

de (2) :

Alterações genéticas que resultam em deficiência natural de

inibidores da coagulação.

Alterações genéticas que levam a um aumento do nível/função

dos fatores de coagulação.

As condições adquiridas predispõem os indivíduos a eventos

tromboembólicos e estão relacionadas à obesidade, diabetes,

sedentarismo, uso de anticoncepcionais orais e à Síndrome

de Anticorpo Antifosfolípide (SAF). Entretanto, é no período

gestacional que, infelizmente, muitas mulheres descobrem a

predisposição à trombofilia, em decorrência de uma série de

complicações na gestação (1; 2) .

As alterações observadas durante a gravidez combinadas com

uma trombofilia herdada podem explicar o porquê de algumas

mulheres terem abortos recorrentes ou natimortos, enquanto

outras não apresentam esses eventos adversos (2) .

Estudos apontam que mais de 60% dos casos de predisposição

à trombose são atribuídos a fatores genéticos. Entre os fatores

herdados estão: deficiência na produção de anticoagulantes

naturais ou de substâncias que influenciam na coagulação, deficiência

de proteína C e S e deficiência de antitrombina III (2) .

As trombofilias herdadas mais comuns são o Fator V Leiden

(FVL) e o Fator II (protrombina) G20210A, que afetam de 3% a

11% da população (2) .

Recentemente, foi descoberto outro fator: a proteína PAI-1

(inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1), codificada pelo

gene SERPINA1 e que influencia o controle da coagulação sanguínea.

O PAI-1 é secretado em diferentes tecidos, tais como:

endotélio vascular, fígado e pelo tecido adiposo. Um aumento

da atividade e da concentração de PAI-1 impacta a redução da

atividade fibrinolítica, o que repercute no aumento do risco de

doenças cardiovasculares e da ocorrência de trombose (2) .

Além desses fatores, uma variação genética que pode levar a

complicações vasculares é a variação no gene MTHFR (C677T

e A1298C), que afeta o ciclo do carbono e, como consequência,

pode levar à hiper-homocisteinemia.

Pacientes que apresentam homozigosidade podem ter níveis

significativamente aumentados de homocisteína, entretanto

é necessário investigar o histórico clínico e os fatores

de coagulação (3) .

10 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 11



TROMBOFOLIA

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

O quadro de hiper-homocisteinemia pode ocorrer também nos

pacientes que apresentam heterozigosidade combinada para

MTHFR (C677T e A1298C), o que implica na diminuição dos

níveis plasmáticos de folato.

Quando há mutação heterozigota isolada (ou do C677T ou do

A1298T) com homocisteína normal, está indicada apenas a suplementação

do metilfolato, vitamina B6 e B12.

A MTHFR é uma enzima fundamental na conversão de homocisteína

em metionina, e nesse processo estão envolvidos outros

cofatores, como: ácido fólico, vitamina B6 e B12; e quando

há alteração na variante genética desse gene, está indicada a

suplementação da forma ativa do ácido fólico, conhecida como

metilfolato, além das vitaminas B6 e B12.

O papel do ácido fólico e da vitamina B12 é bem reconhecido, pois

eles não são apenas cofatores essenciais para o metabolismo da

homocisteína, já que a interrupção da sua homeostase pode estar

relacionada diretamente com o risco cardiovascular (4) .

O ácido fólico é derivado de poliglutamatos que são convertidos

em monoglutamatos no intestino e, em seguida, transportados

através do epitélio da mucosa por um transportador específico.

A forma circulante do ácido fólico é o 5-metiltetrahidrofolato

(5-MTHF), conhecido como metilfolato (4) .

As vitaminas B, incluindo a vitamina B9 (folato) e a vitamina

B12 (cobalamina), são vitaminas solúveis em água envolvidas

em várias funções celulares normais: elas são provedoras de

resíduos de carbono para a síntese de purina e pirimidina, a

síntese de nucleoproteína e a manutenção na eritropoiese (4) .

Os níveis plasmáticos de homocisteína dependem de vários

fatores, como a alteração genética das enzimas do metabolismo

da metionina ou a deficiência de vitamina B12, de

vitamina B6 ou do ácido fólico (4)

Há diversos estudos que ressaltam que as trombofilias herdadas

ou adquiridas foram associadas ao tromboembolismo

venoso e à perda recorrente da gravidez; assim como

a hiper-homocisteinemia parece estar relacionada com

um risco elevado para doenças cardiovasculares e maus

resultados gestacionais (aborto recorrente, pré-eclâmpsia

e perda fetal). Esse quadro pode ser evitado através do

acompanhamento cuidadoso da paciente por um profissional

adequado e com uma suplementação personalizada de

acordo com as individualidades genéticas (3) .

Uma das estratégias farmacológicas utilizadas no tratamento e

na prevenção do tromboembolismo venoso e da pré-eclâmpsia

é a utilização do ácido acetilsalicílico. O AAS pode ser usado

durante a gestação quando se apresenta o quadro de trombofilia

nos tipos que cursam com risco aumentado para a trombose

arterial, incluindo uma das formas mais agressivas de

trombofilia, como a SAF (trombofilia adquirida).

Outro fator fundamental em uma gestação saudável é a hidratação.

A desidratação agrava o quadro de trombofilia, pois aumenta

a viscosidade do sangue. O controle do peso da gestante através

da prática de atividades físicas indicadas pelo médico, uma

dieta rica em nutrientes, vitaminas e minerais, uma suplementação

personalizada, a atenção a inchaços repentinos

e o ato de não fumar também

são medidas que contribuem para a

prevenção e o controle dessa e de

outras doenças (1) .

Por fim, é recomendado identificar

corretamente os fatores de

riscos hereditários associados

e realizar o aconselhamento

familiar, controlando, assim,

esses fatores para que, efetivamente,

sejam alcançados

bons resultados na

gravidez (1,2) .

Fórmula para a prevenção da anemia

Vitamina A

Vitamina D3

Vitamina K2

Metilcobalamina

Metilfolato

Vitamina B1

Vitamina B6

Zinco (citrato)

Cobre (quelado)

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

2.500 UI

600 UI

90 mcg

2,6 mcg

600 mcg

1,4 mg

1,9 mg

12 mg

1000 mcg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, preferencialmente em

jejum ou 15 minutos antes da refeição, durante 10 a 12 semanas.

Indicação: suplementação de cofatores preventivos contra a

anemia e na imunoproteção.

Fórmula plus para o controle e aumento da metilação

Zinco (quelado)

12 mg

Cobre (quelado)

500 mcg

Magnésio (citrato)

400 mg

Vitamina B2

1,4 mg

Vitamina B6

1,9 mg

Metilcobalamina

2,6 mcg

Metilfolato

600 mcg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, preferencialmente em

jejum ou 15 minutos antes da refeição, durante 30 a 60 dias.

Indicação: auxiliar no controle dos níveis de homocisteína e na

metilação do ciclo do carbono.

Reposição de Ferro na gestação

Ferro fumarato

Vitamina C

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

Simbiótico saúde gestacional

Bifidobacterium longum

Bifidobacterium lactis

Bifidobacterium infantis

Lactobacillus acidophilus

Lactobacillus jonhsonii

Lactobacillus plantarum

Lactobacillus rhamnosus

XOS

Excipiente qsp

Fazer 30 sachês

120 mg

(equivalente a 40 mg de Fe)

150 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose em jejum, em dias alternados,

durante 10 a 12 semanas.

Indicação: repor os estoques de ferro e restaurar os níveis

de ferritina.

500 milhões de UFC

300 milhões de UFC

500 milhões de UFC

500 milhões de UFC

600 milhões de UFC

300 milhões de UFC

500 milhões de UFC

100 mg

1 sachê

Posologia: dissolver o conteúdo de um sachê em água gelada.

Indicação: modulação intestinal e aumento da imunidade.

Suplementação otimizada de Ômegas-3 (1400 mg)

MEGA Ômega-3

EPA

500 mg

DHA

200 mg

Excipiente qsp

1 cápsula oleosa

Fazer 30 cápsulas

DHA Gesta

EPA

DHA

Excipiente qsp

Fazer 30 cápsulas

200 mg

500 mg

1 cápsula oleosa

Posologia: ingerir uma cápsula de cada (MEGA Ômega-3 + DHA Gesta) por dia, após o almoço, durante 90 dias ou conforme a

orientação médica.

Indicação: auxilia no desenvolvimento do bebê.

Referências:

1. Kutteh, W. H., & Triplett, D. A. (2006). Thrombophilias and Recurrent Pregnancy Loss. Seminars in Reproductive Medicine, 24(01), 054–066. doi:10.1055/s-2006-931801

2. Farahmand, Kamelia, et al. “Thrombophilic genes alterations as risk factor for recurrent pregnancy loss.” The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine 29.8 (2016): 1269-1273.

3. Blom, H. J., Shaw, G. M., Den Heijer, M., & Finnell, R. H. (2006). Neural tube defects and folate: case far from closed. Nature Reviews Neuroscience, 7(9), 724

4. Capelli I, Cianciolo G, Gasperoni L, et al. Folic Acid and Vitamin B12 Administration in CKD, Why Not?. Nutrients. 2019;11(2):383. Published 2019 Feb 13. doi:10.3390/nu11020383

* IN 75/2020 da Anvisa/MS

* IN 28/2018 da Anvisa/MS

12 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 13



SUPLEMENTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA

O porquê de suplementar

e quais os benefícios

A assistência à saúde do adolescente é desafiadora quando comparada à atenção

dada a crianças e adultos. Isto ocorre devido ao rápido desenvolvimento físico,

intelectual e emocional observado nessa fase.

Evidências em países de alta, baixa e média renda sugerem que

os serviços voltados para adolescentes são altamente fragmentados,

mal coordenados e com qualidade desigual. Além disso,

os profissionais de saúde enfrentam vários desafios com os

adolescentes, pois a atenção a essa população exige habilidades

especializadas para a consulta, como a comunicação interpessoal

e o atendimento interdisciplinar (1) .

O desenvolvimento do adolescente é tão complexo quanto o das

crianças, pois há uma interação complexa entre a puberdade,

a maturidade neurocognitiva e as transições de papéis sociais.

Além do papel das condições de vida e do meio ambiente, especialmente

em casa, um dos principais contribuintes para o

desenvolvimento normal dos adolescentes é a nutrição. O consumo

de uma dieta saudável é necessário para o crescimento e

desenvolvimento adequados durante a puberdade, o que exige

macro e micronutrição adequadas. (2)

Estudos de intervenções nutricionais nos adolescentes sugerem

que a suplementação de micronutrientes nessa fase, predominantemente

para as mulheres, pode diminuir significativamente

a prevalência de anemia, enquanto as intervenções

para melhorar o estado nutricional,

no caso de gestação na adolescência, melhoraram

significativamente o peso do feto ao nascer e diminuíram

o parto prematuro. Intervenções para promover a nutrição e

prevenir a obesidade tiveram um grande impacto no índice de

massa corporal (IMC) (1) .

A nutrição do adolescente é crucial para o crescimento e o

desenvolvimento adequados, sendo um pré-requisito fundamental

para atingir o pleno potencial de desenvolvimento. A

nutrição subótima pode contribuir para o crescimento retardado

e atrofiado, bem como o desenvolvimento prejudicado.

À medida que os adolescentes passam por um período

de rápido crescimento e desenvolvimento, a ingestão adequada

de nutrientes macro e micro é fundamental. Muitos

dos fatores de risco que afetam a saúde materna

e neonatal existem desde a adolescência, incluindo

deficiências nutricionais (3) .

A anemia por deficiência de ferro está entre as 10 principais

causas de anos de vida ajustados por incapacidade

e perdidos entre os adolescentes. A preocupação é especialmente

justificada para meninas adolescentes, pois as

suas necessidades de ferro são relativamente altas devido

a surtos de crescimento, maturação sexual e perdas

menstruais (4) .

Nas últimas duas décadas, taxas crescentes de sobrepeso

e obesidade entre crianças e adolescentes foram observadas

em muitos países. Muitos países de baixa e média

renda agora carregam uma carga dupla de distúrbios nutricionais

devido ao problema emergente de sobrepeso

e obesidade, aliado às altas taxas existentes de nanismo

e outras deficiências de micronutrientes. O excesso de

peso na infância está associado a vários riscos imediatos

e de longo prazo, incluindo o aumento do colesterol, triglicerídeos

elevados, diabetes tipo 2, pressão alta, obesidade

adulta e suas consequências associadas (5) .

Muitos estudos já evidenciaram que a qualidade da nutrição

pode influenciar o funcionamento cognitivo em

vários estágios da vida. Os pesquisadores demonstraram

que os alimentos ricos em antioxidantes, ácidos

graxos de cadeia longa e outras vitaminas essenciais

apoiam o funcionamento do cérebro de várias maneiras,

incluindo, mas não se limitando a: síntese de neurotransmissores,

redução de íons metálicos e a produção

de fator neurotrófico derivado do cérebro (6) .

A nutrição do adolescente é

crucial para o crescimento

e o desenvolvimento

adequados, sendo um prérequisito

fundamental para

atingir o pleno potencial de

desenvolvimento.

14 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 15



SUPLEMENTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA

De fato, há diversos estudos científicos que apoiam a suplementação

de micronutrientes entre os adolescentes e acrescentam

que existe um grande benefício. Estudos ainda evidenciam

alguns suplementos como essenciais, a exemplo

do ferro, do ácido fólico, do zinco e múltiplos micronutrientes

em adolescentes. Estes podem melhorar significativamente a

concentração sérica de hemoglobina e diminuir de forma relevante

a prevalência de anemia, principalmente em meninas.

Além disso, existem evidências de que uma combinação de intervenções,

incluindo nutrição, atividade física, conhecimento

e comportamentos relacionados à saúde, tem o potencial de

reduzir os fatores de risco associados à obesidade e doenças

metabólicas (2) .

Um estudo publicado recentemente demonstrou que o exercício

aeróbico atua no desenvolvimento das funções executivas

e habilidades de linguagem em crianças e em uma série

de outras funções cognitivas de adultos jovens, de meia-idade

e mais velhos.

Uma dieta saudável, por exemplo, parece otimizar o desempenho

cognitivo em tarefas verbais e de memória para indivíduos

de várias idades. Pessoas expostas a uma nutrição pobre

ou inadequada, entretanto, correm o risco de apresentar distúrbios

no funcionamento neurocognitivo. Assim, parece que

os esforços para manter uma alimentação saudável e comportamentos

de exercício correspondem a uma melhor saúde do

cérebro ao longo da vida (6) .

Já um estilo de vida sedentário, em contrapartida, traz uma

maior possibilidade de deficiência verbal, motora e intelectual.

Dessa forma, os agentes nutricionais parecem estar associados

a uma relevância na saúde neurocognitiva.

Embora os estudos tenham associado esses fatores nutricionais

e de aptidão a inúmeras funções cognitivas, apenas

um pequeno número desses estudos examinou amostras de

adolescentes. Hoyland e colegas observaram

em sua revisão da literatura que a

influência dos hábitos alimentares e de

exercícios durante a adolescência no

funcionamento cognitivo subsequente é

particularmente esparsa. Em vez disso, a

literatura tem se concentrado quase inteiramente

nos benefícios da atividade

física e nutrição para a saúde do cérebro durante a infância e no

final da idade adulta.

No entanto, pesquisas recentes têm sugerido que hábitos

saudáveis de alimentação e exercícios durante a adolescência

melhoram a concentração, bem como a habilidade verbal e de

raciocínio. Os estudos menos recentes, de forma geral, negligenciam

a possibilidade de que fatores genéticos podem confundir

a ligação entre comportamentos de saúde (por exemplo,

nutrição, atividade física) e várias funções cognitivas (6) .

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Fórmula para Estímulo do Crescimento e Cognição

Vitamina A

1.500 UI

Vitamina D

600 UI

Vitamina E

15 mg

Vitamina K1

55 mcg

Vitamina K2

20 mcg

Vitamina B2

1,3 mg

Piridoxal-5-fosfato

1,3 mg

Metilfolato

400 mcg

Metilcobalamina

2,4 mcg

Vitamina C

75 mg

Kelpiodine

15 mg

Magnésio (citrato)

410 mg

Seleniometionina

50 mg

Zinco (quelado)

11 mg

Colina (bitartarato)

550 mg

Excipiente qsp

1 sachê

Fazer 30 sachês ou

Base Suspensão diet qsp

10 ml

Fazer 300 ml

(30 doses)

Posologia: ingerir uma dose (sachê ou suspensão) por dia,

preferencialmente em jejum ou duas horas após a refeição,

durante 60 dias ou conforme a orientação do prescritor.

Além da literatura que relaciona nutrição e inteligência verbal,

associações significativas entre indicadores de atividade física

e inteligência verbal também foram detectadas. Em geral, esse

estudo de pesquisa reflete as descobertas da literatura nutricional:

a participação em exercícios regulares está associada a

uma maior aptidão verbal (6) .

Uma recente meta-análise de 59 estudos de 1947-2009 revelou

que a atividade física durante a infância tem um efeito

significativo e positivo em várias funções cognitivas, incluindo

a leitura e a habilidade de linguagem (6)

O que podemos concluir é que há uma série de fatores integrados,

como a nutrição, a atividade física, a genética e o

ambiente, que influenciam no desenvolvimento cognitivo na

primeira infância, durante a adolescência e em vários estágios

da vida, e por este motivo a suplementação é considerada

extremante valiosa para realizar essa modulação hormonal

e metabólica (6) .

Aminoácidos Estimulantes do Crescimento e Cognição

L-Glutamina

2,0 g

L-Arginina

1,0 g

L-Leucina (AJI)

1,0 g

L-Isoleucina (AJI)

500 mg

L-Valina (AJI)

500 mg

L-Lisina

500 mg

L-Ornitina

500 mg

5-HTP

50 mg

L-Teanina

200 mg

L-Tirosina

300 mg

Excipiente qsp

1 sachê

Fazer 30 sachês

Posologia: ingerir uma dose (sachê) por dia, preferencialmente

em jejum ou à noite ao se deitar, durante 60 dias ou conforme a

orientação do prescritor.

Fitoterápico para auxiliar na redução de

peso - acima de 12 anos de idade

Gymnema sylvestre tintura 10%

Garcinia cambogia

500 mg

Solução oral spray qsp

1 dose

Fazer 30 ml

Suplemento de Ferro e Vitamina C na adolescência

Ferro fumarato

11 mg

Vitamina C

150 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, junto de uma refeição.

Posologia: borrifar uma vez na língua, de uma a três vezes

por dia, 30 minutos antes das principais refeiçoes, ou conforme

a orientação do prescritor.

Referências:

1. Salam RA, Hooda M, Das JK, et al. Interventions to Improve Adolescent Nutrition: A Systematic Review

and Meta-Analysis. J Adolesc Health. 2016;59(4S):S29–S39. doi:10.1016/j.jadohealth.2016.06.022

2. Lassi, Zohra S., et al. “Systematic review on evidence‐based adolescent nutrition interventions.” Annals of

the New York Academy of Sciences 1393.1 (2017): 34-50.

3. Salam RA, Das JK, Lassi ZS, Bhutta ZA. Adolescent Health Interventions: Conclusions, Evidence Gaps,

and Research Priorities. J Adolesc Health. 2016;59(4S):S88–S92. doi:10.1016/j.jadohealth.2016.05.006

4. Black R.E., Victora C.G., Walker S.P. Maternal and child undernutrition and overweight in low-income and

middle-income countries. Lancet. 2013;382:427–451

5. Nichols M.S., de Silva-Sanigorski A.M., Cleary J.E. Decreasing trends in overweight and obesity among an

Australian population of preschool children. Int J Obes. 2011;35:916–924

6. Jackson, Dylan B, and Kevin M Beaver. “The role of adolescent nutrition and physical activity in the prediction

of verbal intelligence during early adulthood: a genetically informed analysis of twin pairs.” International

journal of environmental research and public health vol. 12,1 385-401. 5 Jan. 2015, doi:10.3390/

ijerph120100385.

16 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 17



VARIAÇÃO NO GENE MTHFR, E AGORA?

Dra. Caroline Mesquita

PhD em Farmacologia, especialista em Genômica Clínica. Unicamp | Universidade Nova de Lisboa

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA

VARIABILIDADE GENÉTICA

NA REGULAÇÃO METABÓLICA?

Há, aproximadamente, 30 anos, um cientista patologista sugeriu

que havia uma conexão entre níveis aumentados de homocisteína

e doença arterial. Recentemente, a hiper-homocisteinemia

emergiu como fator de risco para a trombose venosa e

arterial associada a diversos fatores genéticos e epigenéticos.

Duas variantes genéticas frequentes foram identificadas no

gene do MTHFR. A primeira alteração descrita identificou uma

variação no C677T que ocorre em, aproximadamente, 10% a

50% da população caucasiana, já a segunda variação do gene

MTHFR foi descrita recentemente e denominada A1298C (1) .

O gene MTHFR é responsável pela produção da enzima metilenotetrahidrofolato

redutase (MTHFR). Numerosos estudos

relataram associações de variantes genéticas em MTHFR com

uma variedade de condições, incluindo autismo, esquizofrenia,

doença cardíaca, defeitos do tubo neural do feto, gestação de

risco (por exemplo: nascimento prematuro), hiper-homocisteinemia,

enxaqueca e câncer colorretal.

O gene MTHFR está associado a uma atividade enzimática

reduzida, diminuição das concentrações de folato no soro,

plasma e glóbulos vermelhos e concentrações ligeiramente

elevadas de homocisteína total no plasma (tHcy). O nível de

homocisteína (Hcy) plasmática é um fenótipo quantitativo influenciado

por fatores genéticos e ambientais como sexo, idade,

função renal e ingestão de vitaminas (2) .

A heterozigosidade combinada para MTHFR C677T e MTHFR

A1298C resulta em hiper-homocisteinemia e diminuição dos

níveis plasmáticos de folato.

Níveis elevados de homocisteína foram associados a várias

complicações relacionadas à gravidez, incluindo defeitos do

tubo neural, infartos da placenta, retardo do crescimento intrauterino

e descolamento da placenta.

Isso ocorre porque variantes genéticas do gene MTHFR codificam

proteínas envolvidas no metabolismo do folato e essas

variações alélicas prejudicam a conversão do folato em

sua forma ativa metilenotetrahidrofolato, conhecido como

metilfolato.

O folato (vitamina B9) é uma vitamina solúvel em água que

está presente em uma ampla variedade de alimentos, particularmente

em vegetais de folhas verdes. É uma das 13 vitaminas

essenciais para o organismo, sendo necessária para a

replicação do DNA e para uma série de reações enzimáticas

envolvidas na síntese de aminoácidos e no metabolismo.

Uma curiosidade é que o termo folato é derivado da palavra

latina folium, que significa folha (1) .

Além disso, o ácido fólico não é metabolicamente ativo, ele

deve ser convertido em metiltetrahidrofolato (metabólito

ativo) através da enzima 5-metiltetrahidrofolato redutase

(MTHFR) e, assim, participar do metabolismo celular, já que

a forma ativa predominante que circula no plasma é o metilfolato.

Durante o período gestacional, o processo de fechamento

do tubo neural ocorre durante o início da embriogênese e

requer interações entre fatores genéticos e ambientais. A

falha no fechamento do tubo neural é uma malformação

congênita comum que resulta em morbidade e mortalidade.

Uma importante conquista clínica foi o uso de suplementos

como o metilfolato e das vitaminas do complexo B para prevenir

os casos de defeitos do tubo neural (1) .

Environment

Decreased

methylation

of proteins

Altered

protein

function

Altered folate metabolism

Decreased methylation

of lipids

or metabolites

Natural tube defects

Altered

gene

expression

Genetics

Decreased

methylation

of proteins

Figura 1: O metabolismo do folato é influenciado por

fatores ambientais e genéticos (1)

Recentes estudos foram realizados para avaliar o impacto da

suplementação de ácido fólico, vitaminas B6 e B12 para a redução

das concentrações totais de homocisteína em pacientes

com perdas gestacionais recorrentes e portadoras das

variantes genéticas em MTHFR, especificamente em C677T

e A1298C. Esses estudos demostraram que os níveis reduzidos

de homocisteína contribuem para a redução de abortos

recorrentes. O estudo foi realizado com pacientes que tiveram

três ou mais abortos recorrentes e possuem variações

em MTHFR. O estudo concluiu que a suplementação com

metilfolato, vitamina B6 e vitamina B12 mostrou-se eficaz na

redução do nível de homocisteína e no sucesso da gravidez (3) .

Outro estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo

de 144 mulheres em idade fértil, demonstrou que a suplementação

com metilfolato foi mais eficaz do que o ácido

fólico quando avaliado o aumento da concentração de folato

nos glóbulos vermelhos (4) .

Em muitos casos, a homocisteína elevada se dá por causa de

deficiências alimentares subjacentes, particularmente das vitaminas

B6, B12 e folato. Uma recomendação é que a suplementação

de metilfolato e cofatores da reação de metilação

podem modular a expressão fenotípica dessa variação (5) .

18 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 19



VARIAÇÃO NO GENE MTHFR, E AGORA?

É reconhecido que níveis baixos de folato podem desempenhar

um papel no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Níveis reduzidos de folato e vitamina B12 também

foram associados à elevação do risco de trombose venosa

cerebral (TVC). Essas descobertas podem estar relacionadas

com a maior frequência de TVC associada ao puerpério em

nossa população, já que a TVC é observada maioritariamente

em mulheres de níveis socioeconômicos mais baixos e com

deficiência nutricional (5) .

Pesquisadores demonstraram, recentemente, que a deficiência

de vitaminas é um fator comum em pacientes que apresentam

trombose venosa profunda. Quando a associação

entre o estado vitamínico e o risco de trombose venosa profunda

foi investigada, foi identificada uma relação estatisticamente

significativa para níveis baixos de vitamina B6 (5) .

As variantes genéticas da MTHFR podem ser um fator de

suscetibilidade que aumenta a predisposição para a trombose

vascular, entretanto é importante saber que não somos

predestinados pelos nossos genes. O estilo de vida, a alimentação,

a atividade física, a suplementação personalizada e o

aconselhamento genético são fundamentais para modular

toda a expressão dessas variantes.

Referências:

1. Blom, H. J., Shaw, G. M., Den Heijer, M., & Finnell, R. H. (2006). Neural tube defects and folate: case far from closed. Nature Reviews Neuroscience, 7(9), 724.

2. Brustolin S., Giugliani R., Félix T.M. (2010), Genetics of homocysteine metabolism and associated disorders. Braz J Med Biol Res. 43(1): 1–7.

3. Danielius Serapinas, et al., The importance of folate, vitamins B6 and B12 for the lowering of homocysteine concentrations for patients with recurrent pregnancy loss and MTHFR mutations,

In Reproductive Toxicology, Volume 72, 2017, Pages 159-163, ISSN

4. Greenberg JA, Bell SJ, Guan Y, Yu Y. Folic Acid Supplementation and Pregnancy: More Than Just Neural Tube Defect Prevention. Reviews in Obstetrics and Gynecology. 2011;4(2):52-59.

5. Cantu C, Alonso E, Jara A, Martínez L, Ríos C, Fernández Mde L, Garcia I, Barinagarrementeria F. Hyperhomocysteinemia, low folate and vitamin B12 concentrations, and methylene tetrahydrofolate

reductase mutation in cerebral venous thrombosis. Stroke. 2004 Aug;35(8):1790-4. doi: 10.1161/01.STR.0000132570.24618.78. Epub 2004 Jun 10. PMID: 15192249.

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Micronutrientes para otimizar a função mitocondrial

Hexacianato de inositol

100 mg

Coenzima Q10

50 mg

PQQ

10 mg

Ácido málico

15 mg

Dinicocisteinato de Cromo (DM-II) 4,45 mg

NADH

10 mg

Ácido alfa lipoico

100 mg

Quercetina

100 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, durante 90

dias ou conforme a orientação do prescritor.

Fórmula antienvelhecimento celular

PQQ

Acetil-L-Carnitina

Hidroxitirosol

GliSODin ®

Picnogenol

Resveratrol

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

10 mg

500 mg

100 mg

100 mg

100 mg

5 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, após o

café da manhã, durante 90 dias ou conforme a orientação do

prescritor.

Proteção cardiovascular

Metilfolato

Piridoxal-5-fosfato

Coenzima Q10

Seleniometionina

Astaxantina

Vitamina D

Tocotrimax

Vitamina K1

Vitamina K2

Magnésio dimalato

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

500 mcg

5 mg

100 mg

100 mg

5 mg

2.000 UI

30 mg

65 mcg

85 mcg

150 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, após o café da manhã ou almoço,

por, no mínimo, 90 dias ou conforme a orientação do prescritor.

Você

conhece?

Entre as nossas opções de shakes,

temos o Cardioshake.

Maiores informações podem ser obtidas com

um de nossos propagandistas.

Fórmula para modular a Expressão Gênica

Colina (bitartarato)

100 mg

Piridoxal-5-fosfato

5 mg

Metilcobalamina

2,4 mcg

Pterostilbeno

25 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, 30 minutos antes da

refeição, durante 90 dias ou conforme a orientação do prescritor.

20 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15



VITAMINA D E COVID-19

O papel da vitamina D

na modulação do

sistema imunológico

A deficiência de vitamina D é um

grande problema de saúde pública

global em todas as faixas etárias.

Estima-se que mais de um bilhão de

pessoas em todo o mundo tenham

deficiência de vitamina D.

A síntese dérmica é a principal fonte desta vitamina. A vitamina

D3 é sintetizada de forma não enzimática na pele durante a exposição

à radiação ultravioleta B (UVB) presente na luz solar. A

vitamina D3 é inativa e requer conversão enzimática no fígado

e nos rins para formar a forma ativa, 1,25-di-hidroxivitamina D.

O aumento da pigmentação da pele reduz a eficácia do UVB

porque a melanina funciona como um protetor solar natural.

Além disso, o envelhecimento diminui a capacidade da pele de

produzir vitamina D3.

Durante os meses de inverno, em latitudes menores que 40°,

pouca ou nenhuma radiação UVB atinge a superfície da Terra.

Portanto, a residência em alta latitude aumenta o risco de

deficiência de vitamina D durante o inverno. Provavelmente

essa relação é composta pela idade e pigmentação da pele. No

entanto, a residência em baixa latitude não garante níveis adequados

de vitamina D.

A vitamina D tem como principal papel participar na modulação

do sistema imunológico inato e adaptativo; é considerada

um hormônio pluripotente, sendo este o mais potente produzido

pelo corpo, responsável pela manutenção e pelo controle de

mais de 3.500 genes diferentes.

A vitamina D controla o sistema imunológico e influencia várias

vias imunológicas, com o efeito de aumentar as defesas

das mucosas e, simultaneamente, atenuar a inflamação excessiva.

A sua deficiência está associada ao aumento da autoimunidade,

bem como a um aumento da suscetibilidade à infecção.

As primeiras evidências sugerindo que a vitamina D poderia

atuar como estimulante da imunidade inata vêm de relatórios

sobre o tratamento da tuberculose com óleo de fígado de bacalhau.

A vitamina D aumenta a capacidade de quimiotaxia e

fagocitose das células imunes inatas e ativa a transcrição de

peptídeos antimicrobianos, como a defensina B e a catelicidina.

Baixas concentrações de 25 (OH) D foram associadas ao aumento

da mortalidade causada por infecções graves em pacientes

com doença renal em estágio terminal e foram associadas

a infecções do trato respiratório superior e asma alérgica.

A deficiência de vitamina D é um fator determinante da inflamação

exagerada e persistente, que é uma característica da

síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). A deficiência

de vitamina D tem sido associada a um risco aumentado

de infecções respiratórias, como a infecção pelo vírus sincicial

respiratório, a tuberculose e a influenza.

Os pesquisadores Aranow, et al (2011), e Grant, et al (2020),

apontaram o papel da vitamina D na redução do risco de infecções

do trato respiratório pela COVID-19.

Ações do mecanismo da vitamina D incluem a indução de

peptídeos antimicrobianos (isto é, catelicidinas e defensinas)

que podem reduzir a taxa de replicação viral e impedir

as citocinas pró-inflamatórias. A vitamina D induz a secreção

de peptídeos antimicrobianos, além das propriedades

imunomoduladoras já mencionadas.

Figura 1: Os mecanismos de tempestade de citocinas induzida pela infecção por SARS-CoV-2 e imunidade antiviral e os

possíveis alvos terapêuticos de pacientes com infecção por COVID-19 (1)

22 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 23



VITAMINA D E COVID-19

Em uma meta-análise de ensaio clínico controlado

randomizado, Bergman e colegas demonstraram

que a vitamina D profilática reduziu o risco de desenvolver

infecções do trato respiratório. Nesse estudo,

a dose ideal foi entre 1000 UI e 4000 UI/dia

e o benefício foi maior nos que vivem em latitudes

superiores a 40°.

Por fim, diversos estudos correlacionam que a deficiência

de vitamina D provavelmente afeta adversamente

o resultado de infecções virais, já que a deficiência

de vitamina D aumenta a “tempestade de

citocinas”, sendo particularmente letal em pacientes

com infecção por SARS-CoV-2.

Além disso, recentemente, um estudo multicêntrico

controlado randomizado de dose elevada versus

dose padrão de vitamina D3 em pacientes com CO-

VID-19 de alto risco demonstrou que a suplementação

de vitamina D é mencionada como um tratamento

potencialmente interessante para a infecção

por SARS-Cov-2, sugerindo que a suplementação

de vitamina D, em altas doses, melhora o prognóstico

de pacientes mais velhos com diagnóstico de

COVID-19, quando comparado a uma dose padrão

de vitamina D.

Referências:

1. Zhang J, Xie B, Hashimoto K. Current status of potential therapeutic candidates

for the COVID-19 crisis [published online ahead of print, 2020 Apr 22]. Brain Behav

Immun. 2020;S0889-1591(20)30589-4. doi:10.1016/j.bbi.2020.04.046

2. Marik PE, Kory P, Varon J. Does vitamin D status impact mortality from SARS-

-CoV-2 infection? [published online ahead of print, 2020 Apr 29]. Med Drug Discov.

2020;100041. doi:10.1016/j.medidd.2020.100041

3. Covid-19 and high-dose Vitamin D supplementation TRIAL in high-risk older

patients (COVIT-TRIAL): study protocol for a randomized controlled trial Cédric

Annweiler1,2,3* , Mélinda Beaudenon1 , Jennifer Gautier1 , Romain Simon1 , Vincent

Dubée4,5, Justine Gonsard6 , Elsa Parot-Schinkel6,7 and on behalf of the COVIT-

-TRIAL study group

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Fórmula para o reforço da imunidade

Zinco-carnosina

Betamune SC ®

Vitamina C

Ácido alfa-lipoico

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia.

Suplementação com ADK

Vitamina D3

Vitamina A

Vitamina K2 (M-K7)

Excipiente para cápsula oleosa qsp

Fazer 30 cápsulas

Posologia: ingerir uma dose por dia.

75 mg

200 mg

300 mg

100 mg

1 dose

10.000 UI

1.000 UI

100 mcg

1 dose

Suplementação imunoprotetora - Uso adulto

Epicor ®

250 mg

Própolis verde ext seco

100 mg

Zinco (citrato)

11 mg

Selênio (quelado)

60 mcg

Vitamina C

100 mg

Vitamina A

1.000 UI

Tocotrimax

15 mg

Vitamina D

2.000 UI

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, durante 30 a 90 dias,

conforme a orientação do prescritor.

Fórmula hepato-imunomoduladora - Uso infantil

Pelargonium sidoides

100 mg

L Taurina

250 mg

Vitamina D

600 UI

Vitamina B6

0,6 a 1,3 mg

Vitamina C

25 a 75 mg

Metilfolato

200 a 400 mcg

Metilcobalamina

1,2 a 2,4 mcg

Selênio (quelado)

30 a 55 mcg

Zinco TF

5 a 11 mg

Xarope de abacaxi qsp

150 ml

Posologia: ingerir uma dose (5 ml) por dia, para crianças de 6 a 12

anos, durante três meses ou conforme a orientação médica.

A ERA DAS CIÊNCIAS ÔMICAS

A chave para um

tratamento

assertivo e efetivo

Nos últimos anos, tem sido crescente o número de

evidências que relacionam a transição da nutrição

paleolítica para as dietas atuais (ocidentais) com o

aumento na incidência de diversas doenças crônicas

não transmissíveis, como obesidade, diabetes,

doenças cardiovasculares, doenças autoimunes,

doença de Alzheimer e câncer (1) .

Essas alterações significativas no metabolismo devem-se ao

fato de uma sustentada mudança da dieta e do estilo de vida,

ambos deteriorados, das populações ocidentais durante a

história humana recente (1) .

A transição fenotípica do estado de saúde para o estado de

doença pode ser atribuída a mudanças na expressão de genes

e proteínas. Essa transição fenotípica foi caracterizada pela primeira

vez por Waddington em 1939 (2) . Ele introduziu o termo

“paisagem epigenética” para descrever os mecanismos moleculares

e biológicos que transformam uma característica genética

em um fenótipo visualizado. Isso engloba a ideia do genótipo

e do fenótipo, conhecido como o termo “epigenético” (2) .

A pesquisa epigenética visa descobrir como o ambiente, a

condição social, os fatores psicossociais e a nutrição afetam

a expressão de informações genéticas de um indivíduo, e, por

esta razão, atualmente um novo conceito foi desenvolvido,

denominado “ciência ômica” (2)

O dogma central da genética é a doutrina de que a informação

em nossas células flui apenas em uma direção, ou seja, do

DNA ao RNA e às proteínas. Até alguns anos atrás esse era

um dogma absoluto que agora vem sendo essencialmente

desmentido, devido ao papel do meio ambiente na modulação

da expressão dos genes (2) .

A epigenética não envolve a alteração bioquímica nas sequências

de DNA, ao contrário, ela ativa ou desativa diferentes

genes que podem nos tornar suscetíveis ao desenvolvimento

de doenças (2) .

Os pesquisadores já descobriram que o fenômeno de divisão

e diferenciação de uma única célula durante a embriogênese

está intimamente associado à epigenética. Uma evidência

desse resultado é que gêmeos monozigóticos têm a mesma

informação genética, mas podem ter um perfil epigenético diferente,

determinado pelo ambiente em que vivem e crescem,

levando a diferenças no fenótipo de saúde e doença. Teoricamente,

um animal clonado, com material genético do mesmo

doador, pode potencialmente desenvolver uma doença genética

diferente do doador (2) . A epigenética pode ser parte da resposta

a fenótipos variáveis e desempenha um papel crucial na

divisão e diferenciação celular (2) .

As alterações epigenéticas relacionadas à dieta e ao estilo de

vida estão fortemente relacionadas à programação materno-

-fetal e desempenham um papel importante, sendo que esta

relação está cada vez mais evidente na literatura atual (3) .

24 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 25



A ERA DAS CIÊNCIAS ÔMICAS

Pode-se exemplificar isso através de uma publicação recente

que avaliou adultos de meia-idade concebidos durante

a Grande Fome Chinesa (1959-1961). Essa análise

demonstrou um risco aumentado de hipertensão após a

subnutrição pré-natal. Além disso, ao comparar as taxas

de hipertensão entre moradores rurais e urbanos expostos,

durante o pré-natal, à grande fome, pesquisadores

revelaram que a restrição pós-natal pode ser um fator significativo

na incidência e um alvo para a prevenção da hipertensão

entre essas duas populações (4) .

A nutrição materna, em particular, tem um efeito profundo

no epigenoma e pode determinar os padrões de expressão

gênica e a saúde ao longo da vida (1) .

Após uma década, no século 21, existe a preocupação de

que as crianças de hoje possam ser a primeira geração a

ter uma expectativa de vida reduzida em comparação com

a de seus pais (5) .

Uma das principais razões para essa preocupação é a crescente

epidemia de obesidade e problemas de saúde associados

à obesidade, incluindo diabetes, doenças cardíacas,

doenças hepáticas não alcoólicas e câncer (5) .

Uma teoria para lidar com esse aumento global de doenças

crônicas metabólicas está relacionada ao desvio das populações

humanas do suprimento alimentar com o qual seus

ancestrais coevoluíram (5) .

As ciências ômicas investigam os possíveis eventos causais

para distúrbios crônicos metabólicos e inflamatórios,

ao mesmo tempo em que buscam medidas preventivas

eficazes. Esses campos de estudo emergentes incluem

Nutrigenética, Nutrigenômica, Proteômica, Metabolômica,

Microbiômica e Farmacogenética. A Nutrigenética e a

Nutrigenômica buscam caracterizar genes que participam

das relações dieta-doença, enquanto a Proteômica e a Metabolômica

envolvem a medição dos produtos finais da

proteína ou metabólito da expressão gênica em resposta

às influências dietéticas e podem ser consideradas medidas

críticas de função ou fenótipo (5) .

Os estudos de microbioma representam a mais jovem das

tecnologias de alto rendimento mencionadas anteriormente

e revelam como a composição filogenética de nossa

microbiota do trato GI pode influenciar o estado metabólico

geral e as relações dieta-doença. Estudos atuais apoiam

a importância das modificações da comunidade microbiana

intestinal pela dieta (5) .

Já a Farmacogenômica é o estudo das variações genéticas

de enzimas que metabolizam os fármacos e de como essas

variações interagem na síntese de fenótipos relacionados

com as drogas, tais como a resposta à terapia e/ou toxicidade

(6) .

Clinicamente, a Farmacogenômica é capaz de mapear os

fatores genéticos que explicam a variabilidade individual

Figura 1: Transição fenotípica

do estado de doença para o estado de

saúde (8)

na resposta aos medicamentos, identificando aqueles com

maior probabilidade de benefício e menor probabilidade de

reações adversas ou toxicidade nos pacientes, com base

na sua composição genética (6; 7) .

A crescente participação do paciente na própria saúde,

aliada a uma visão mais sistêmica da saúde, está levando a

uma abordagem cada vez mais personalizada da Medicina,

cujo papel será integrar as descobertas científicas com o

atendimento clínico ao paciente (8) .

No geral, esses conceitos abriram caminho para um novo

paradigma para os profissionais da área da saúde que

usam as ferramentas da Medicina Sistêmica para quantificar

o estado de saúde e desmistificar a patologia. Esta

abordagem gerencia e integra dados moleculares, clínicos

e anamnestais heterogêneos e específicos do paciente

para alcançar o bem-estar individual (8) .

Muitos resultados científicos demonstram que a dieta é

um fator-chave modificável capaz de influenciar a incidência

de muitas doenças crônicas. Os alimentos, na verdade,

contêm várias substâncias biologicamente ativas

com benefícios para a saúde. As novas tecnologias ômicas

lançaram luz recentemente sobre os efeitos moleculares e

celulares dos nutrientes no indivíduo. Isso tem permitido

a suplementação de nutrientes personalizada, bem como

a produção de alimentos customizados, com base na formação

fisiológica, genética, étnica, cultural e econômica do

indivíduo. (8)

Um exemplo de modulação da expressão gênica são os

PUFAs e seus metabólitos que agem diretamente com vários

fatores-chave de transcrição, como NFkB, e por meio

dessas vias foi visto que os PUFAs ω3 e ω6 influenciam a

expressão gênica relacionada à inflamação, proliferação

e angiogênese de diferentes maneiras e podem, portanto,

modular a tumorigênese. Outro exemplo de como a expressão

genética pode ser modificada por nutrientes são

as vias metabólicas do ácido fólico (vitamina B9), cobalamina

(vitamina B12) e homocisteína, citadas em outros

artigos desta edição.

Portanto, é hora de perceber que nosso estilo de vida atual

influenciará a saúde de nossos herdeiros. Embora em nosso

ambiente “moderno” não possamos evitar completamente

a exposição a radiações eletromagnéticas, poluição do ar e

alimentos contaminados com pesticidas químicos (9) .

Há uma necessidade imediata de adaptação a um estilo de

vida saudável, como o aumento da atividade física (de preferência

sem o uso de máquinas), o padrão de sono regular,

interações sociais saudáveis, a redução do tempo de tela

com aparelhos eletrônicos e o consumo regular de alimentos

não processados, como vegetais crus, frutas, e oleaginosas

(9) . Ao mesmo tempo, devem ser evitados alimentos

processados e a exposição a materiais tóxicos como plásticos.

Além disso, para manter um bom traço epigenético e preservar

nossos descendentes, devemos seguir estritamente

o uso racional de drogas terapêuticas e evitar o uso de antibióticos

para manter o microbioma humano benéfico em

nosso corpo (9) .

Visto que as mudanças epigenéticas são transmitidas aos

descendentes por hereditariedade, é hora de realizarmos e

adaptarmos um estilo de vida “natural”, em vez de um estilo

de vida “moderno”, para mantermos um ambiente epigenético

saudável e preservarmos nossos descendentes (9) .

26 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 27



A ERA DAS CIÊNCIAS ÔMICAS

Referências:

1. Kopp, Wolfgang. “How Western Diet And Lifestyle Drive The Pandemic Of Obesity And Civilization Diseases.” Diabetes, metabolic syndrome and obesity : targets and therapy vol. 12 2221-2236. 24 Oct. 2019, doi:10.2147/

DMSO.S216791

2. Zhang L., Lu Q., Chang C. (2020) Epigenetics in Health and Disease. Em: Chang C., Lu Q. (eds) Epigenetics in Allergy and Autoimmunity. Advances in Experimental Medicine and Biology, vol 1253.

3. Ferreira, D.S; Amaral, F.G; Mesquita, C.C et.al (2010). Maternal Melatonin Programs the Daily Pattern of Energy Metabolism in Adult Offspring. PLoS ONE 7(6): e38795.

4. McCabe C, Anderson OS, Montrose L, Neier K, Dolinoy DC. Sexually Dimorphic Effects of Early-Life Exposures to Endocrine Disruptors: Sex-Specific Epigenetic Reprogramming as a Potential Mechanism. Curr Environ

Health Rep. 2017;4(4):426-438. doi:10.1007/s40572-017-0170-z

5. Daniell, E., & Ryan, E. (2012). The Nutrigenome and Gut Microbiome: Chronic Disease Prevention with Crop Phytochemical Diversity.

6. Pilgrim, J. L., Dimitri Gerostamoulos, and Olaf H. Drummer. “Review: Pharmacogenetic aspects of the effect of cytochrome P450 polymorphisms on serotonergic drug metabolism, response, interactions, and adverse

effects.” Forensic science, medicine, and pathology 7.2 (2011): 162-184

7. Crews KR, Hicks JK, Pui C-H, Relling MV, Evans WE. Pharmacogenomics and individualized medicine: Translating science into practice. Clinical pharmacology and therapeutics. 2012;92(4):467-475

8. Di Renzo L, Gualtieri P, Romano L, et al. Role of Personalized Nutrition in Chronic-Degenerative Diseases. Nutrients. 2019;11(8):1707. Published 2019 Jul 24. doi:10.3390/nu11081707

9. Gurusamy N, Rajasingh J. Modern human lifestyle prejudices epigenetic changes to cuddle diseases. Ann Transl Med. 2019;7(5):82. doi:10.21037/atm.2018.12.70

INIBIDORES DA AROMATASE

Dr. Tássyo Barros

Dr. Tássyo Barros

CRM PE 24725 / SP 235453

Instituto Dr. Tássyo Barros

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Fórmula superantioxidadente

Tocotrimax

100 mg

Ácido ascórbico

200 mg

Retinol palmitato

2.000 UI

Riboflavina

1,2 mg

Selênio (quelado)

50 mcg

Zinco (citrato)

15 mg

Cobre (quelado)

0,5 mg

Manganês (quelado)

2 mg

EGCG

50 mg

Picnogenol

50 mg

Trans resveratrol

15 mg

Quercetina

200 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 ou 60 doses (cápsulas vegetais)

Posologia: ingerir uma dose, de uma a duas vezes por dia,

conforme a orientação do prescritor.

Nutracêutico para a proteção cerebral

SirtControl ®

400 mg

Magnésio treonato

250 mg

Fosfatidilserina

50 mg

Huperzine A

5 mg

Astaxantina

6 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

Posologia: ingerir uma dose, duas vezes por dia ou conforme

a orientação do prescritor.

Nutracêutico para a memória, foco e saúde mental

Brain Factor-7 ®

200 mg

Hexacianato de inositol

250 mg

Metilfolato

200 mcg

Piridoxal-5-fosfato

5 mg

Coenzima Q10 nano

50 mg

PQQ

5 mg

Selênio (quelado)

50 mcg

L Arginina

200 mg

Taurina

200 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses

Posologia: ingerir uma dose por dia, conforme a orientação do

prescritor.

Aminoácidos moduladores da ansiedade

L-Theanina

50 mg

5-HTP

50 mg

L-Glicina

50 mg

L-Taurina

50 mg

Chocolate 70% qsp

1 dose

Fazer 60 doses

Posologia: consumir uma dose, de uma a duas vezes por dia,

dando preferência para usar antes de dormir.

Fitoterápicos moduladores da ansiedade

Passiflora incarnata

100 mg

Erythrina mulungu

100 mg

Crocus sativus

80 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

Posologia: ingerir uma dose, de uma a duas vezes por dia, podendo

ser uma após o café da manhã e/ou preferencialmente antes de

dormir.

UMA VISÃO MÉDICA

A enzima aromatase promove a conversão de andrógenos

(por exemplo, a testosterona) em estrógenos (estradiol, em

maior parte) sendo expressa em diversos tecidos, incluindo

as células da granulosa e lúteas do ovário, as células de

Sertoli e Leydig dos testículos, o cérebro, os adipócitos (tecido

produtor da enzima aromatase), o fígado, os músculos,

os folículos pilosos e os ossos.

Aromatase

A grande indicação de uso dos AI tem sido para os casos

de cânceres de mama, já que se sabe que o estrógeno estimula

o crescimento dessas células tumorais. No entanto,

baseado no conceito de que a maturação óssea é a grande

limitante do crescimento, os AI têm sido testados em

Testosterona

Em muitos locais, ocorre a produção local de aromatase, o que

faz com que a concentração local de estrógenos seja mais elevada

do que os níveis séricos, como ocorre no tecido mamário.

Os inibidores de aromatase (AI) têm sido utilizados há mais

de duas décadas como uma opção terapêutica para o câncer

de mama e distúrbios androgênicos; entretanto a introdução

de compostos de terceira geração não esteroidais

(anastrozol e letrozol), bem como o inibidor esteroidal de

terceira geração (exemestane), constitui-se em um marco,

já que são compostos extremamente eficientes, induzindo

um bloqueio de até 98% da aromatização e com mínimos

efeitos colaterais.

Aplicações clínicas potenciais dos inibidores de aromatase

Estrogênio

várias situações em que a altura do paciente é a grande

preocupação. Então novos estudos estão sendo feitos e

já utilizando essa classe de fármacos para o controle nos

diagnósticos de baixa estatura idiopática. Podemos citar

também patologias como:

28 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 29



INIBIDORES DA AROMATASE

Ainda contamos com os flavonoides e ativos fitoterápicos:

Sind de McCune Albright

Caracteriza-se por uma mutação

somática, ativadora da proteína

G, o que faz com que ocorra

uma produção estrogênica,

independente de gonadotrofinas.

Como em toda puberdade

precoce, a questão estatural está

em jogo, e o bloqueio da ação

estrogênica, atualmente realizado

com Tamoxifeno, tem mostrado

resultados positivos. O uso de AI,

com o objetivo de evitar o avanço

de idade óssea, deve ser pesado

diante da possibilidade virilizante

dessas drogas em pacientes do

sexo feminino.

Testotoxicose

Uma ativação constitutiva do

receptor de LH faz com que os

meninos entrem em puberdade

cedo. Trata-se de uma puberdade

independente de gonadotrofinas.

Como parte do tratamento

(inibidores da síntese de

testosterona como cetoconazol,

bloqueadores de receptor

androgênico), os AI auxiliam no

sentido de não se permitir um

avanço importante de idade óssea,

com a perda de estatura final.

Tipos de inibidores da aromatização e suas aplicações clínicas:

Hiperplasia congênita

de suprarrenais

Um dos problemas que se tem

observado no tratamento dessa

condição é a baixa estatura

final atingida pelos pacientes

por maturação óssea causada

pelo aumento da atividade de

aromatase. Os inibidores da

aromatização também têm o

intuito de preservar a idade óssea

e permitir um melhor crescimento

estatural.

Crisina

Um flavonoide obtido de Passiflora

caerulea (Passifloraceae) a

99%, com ação inibidora sobre

a aromatase e sobre a xantina

oxidase, que diminui a formação de

ácido úrico e estradiol/estriol.

Saw palmetto

Extrato seco do fruto da Serenoa

repens, age inibindo a enzima

5-alfa-redutase.

Pygeum africano (mínimo

de 25% Fitoesterois):

Associado a inibidores da

5-alpha-redutase (Saw palmetto),

pode interferir nas concentrações

de estrógeno e otimizar a

biodisponibilidade da testosterona.

Tribulus terrestris

Extrato seco composto por

saponinas que aumentam os níveis

de dehidroepiandrosterona (DHEA)

e de testosterona, melhorando a

função sexual em homens.

Resveratrol Trans

(mínimo de 98%):

Estudos demonstram que sua

associação com contraceptivos orais,

além de inibir a enzima aromatase,

também suprime a ação da Cox-2,

sugerindo a potencialização dos

efeitos dos contraceptivos orais

no tratamento da dismenorreia

associada à endometriose.

Urtica dioica

Os dois principais efeitos do extrato

de Urtica dioica são a inibição

da aromatase e a conversão de

testosterona pelo controle aromatase

e 5-alfarredutase, enzimas que

convertem testosterona em estradiol

e 5α-Di-hidrotestosterona (DHT).

Na categoria de inibidores esteroides, destacamos:

Formestane e exemestane

Inibidores não competitivos da aromatase, seletivos e irreversíveis, de terceira geração ou também chamados

vulgarmente de inibidores suicidas. Em um estudo de farmacocinética em homens eugonádicos saudáveis (14-26 anos

de idade), houve a supressão de estradiol plasmático tanto com a dose de 25 mg/dia quanto 50 mg/dia, com o aumento

recíproco da concentração de testosterona. Com a dose de 25 mg/dia, a concentração máxima é atingida após 1 hora, o

que indica uma rápida absorção. A vida média é de 8,9 horas, e a supressão máxima de estradiol foi observada com 12

horas. A droga é bem tolerada.

Dentre os inibidores não esteroides, temos:

Aminoglutetimida

Foi o primeiro AI utilizado (primeira

geração), mas, por ser inespecífico,

com baixa potência e seletividade,

além de bloquear outras ações

de enzimas, não se presta ao uso

clínico e hoje não é mais utilizado.

Anastrozol

Inibidor competitivo da aromatase,

de terceira geração. É metabolizado

principalmente no fígado, com

meia-vida de eliminação de

50 horas e uma meia-vida de

eliminação completa de dois dias.

As concentrações plasmáticas

atingem níveis de equilíbrio em sete

dias, quando o tratamento é feito

com uma dose diária, via oral. No

momento, é uma droga aprovada

pelo Food and Drug Administration

(FDA) para uso em pacientes com

câncer de mama.

Letrozol

Inibidor competitivo da aromatase,

de terceira geração, com

seletividade e mecanismo de ação

semelhantes aos do anastrozol,

mas com uma potência de ligação

ainda maior.

Zinco

A deficiência de zinco está associada ao aumento da atividade da aromatase no organismo, o que resulta em um alto nível de

estradiol/estriol e um baixo nível de testosterona.

Efeitos colaterais

Em um estudo com 23 adolescentes durante um ano, nenhum

efeito colateral que indicasse a suspensão do tratamento foi

registrado. É importante, no entanto, monitorizar a saúde óssea

e o metabolismo lipídico.

Em pacientes deficientes em aromatase, mostrou-se um

volume testicular subnormal (8 ml) e reduzida contagem

espermática, com 100% de espermatozoides imóveis; no

entanto, em outro estudo com adolescentes com o uso

prolongado de letrozol, após um ano de tratamento de pacientes

masculinos, não houve interferência com espermatogênese.

Quanto à densitometria óssea, em um período de tratamento

de um ano, não houve a redução da BMD.

Os AI apresentam algum efeito nas concentrações de HDLcolesterol.

Em um grupo de adolescentes tratados com

letrozol, aos cinco meses de tratamento, ocorreu a redução

dos níveis de HDL-colesterol, sem posterior redução, mesmo

com a continuidade do tratamento. Já os LDL-colesterol e os

triglicerídeos não parecem ser afetados pelo uso de AI.

Você

conhece?

O material A Fórmula sobre

inibidores de aromatase.

Maiores informações podem ser obtidas

com um de nossos propagandistas.

30 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 31



PALAVRA DO ESPECIALISTA

DRA. ROBERTA SORIANO

Presidente da SBD/Al (Sociedade Brasileira de Dermatologia/Alagoas)

A Medicina moderna tem avançado cada vez mais nos últimos anos, disponibilizando diferentes medicamentos

para o tratamento de diversos tipos de doenças e também suplementos para fortalecer unhas e cabelos,

melhorar a aparência da pele, ajudar a emagrecer e muito mais. A grande vantagem das farmácias de manipulação

é que nelas cada medicamento é feito de acordo com uma receita específica para cada pessoa.

Atualmente, é possível manipular praticamente qualquer medicamento e obter alternativas para vários

problemas de saúde, com a grande vantagem de ter um custo menor, uma vez que a indústria de medicamentos

tem custos extras com embalagens e pesquisas de novos medicamentos, o que não ocorre com os

manipulados.

Ao optar por um medicamento manipulado, é importante escolher bem a farmácia que irá prestar o serviço.

Temos que dar prioridade para as que possuem todos os certificados de qualidade fornecidos pela associação

setorial. Outro ponto importante é a presença de um farmacêutico para garantir a total segurança do medicamento

consumido.

Gosto de manipular minhas receitas porque isso me permite um atendimento mais exclusivo e personalizado,

com menos risco dos indesejados efeitos colaterais e com mais assertividade na resolução do problema.

“Atualmente, é possível manipular praticamente qualquer

medicamento e obter alternativas para vários problemas de saúde,

com a grande vantagem de ter um custo menor, uma vez que a

indústria de medicamentos tem custos extras com embalagens

e pesquisas de novos medicamentos, o que não ocorre com os

manipulados.”

Dra. Roberta Cavalcanti Soriano Coutinho

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Residência médica em Dermatologia pela UFAL

Pós-graduada em Dermatocosmiatria pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)

Mestre em Pesquisa e Saúde pelo Centro Universitário CESMAC

Presidente da SBD/Al

32 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15



REGULAÇÃO HORMONAL NA ACNE

Como os hormônios

podem afetar a pele

A acne é uma doença crônica da

pele caracterizada por comedões,

pústulas e pápulas e que afeta mais

de 40 milhões de pessoas, das quais

mais da metade são mulheres com

mais de 25 anos de idade (1) .

A acne é mais comum em adolescentes, mas a chamada acne

fisiológica em adultos pode ser observada em 54% das mulheres

e em 40% dos homens, e sua prevalência não diminui

substancialmente com a idade (2) .

A maioria dos casos em adultos pode ser classificada como

persistente, ocorrendo principalmente em mulheres, enquanto

nos homens a acne geralmente desaparece após a adolescência.

No entanto, existem casos de acne de início verdadeiramente

tardio (ocorrendo após os 25 anos de idade) e na

última década houve um aumento na idade de início,

principalmente em mulheres de 20,5 a 26,5 anos (2) .

A acne pode causar distúrbios psicológicos

e ter um impacto negativo na qualidade

de vida dos pacientes em qualquer

idade, levando a uma imagem

corporal negativa e à diminuição

da autoestima, além de

discriminação no local de

trabalho e em outros

ambientes

sociais (2) .

A acne tem uma patogênese multifatorial, mas o estímulo

androgênico das glândulas sebáceas certamente desempenha

um papel relevante. Apesar de a secreção sebácea estar sob

controle genético, a acne provavelmente resulta de uma

resposta exacerbada da unidade pilossebácea aos níveis

normais de androgênio circulante (2) . A fisiopatologia da acne

é amplamente influenciada pela regulação hormonal. Os

andrógenos, como a di-hidrotestosterona (DHT) e o sulfato de

dehidroepiandrosterona (DHEA-S), estimulam os receptores de

andrógenos encontrados nas glândulas sebáceas e na bainha

externa da raiz dos folículos pilosos. Isso resulta no acúmulo

de sebo e queratina nos folículos, resultando em comedões

abertos e fechados e fornecendo um meio de crescimento para a

Propionibacterium acnes (1) .

Estudos encontraram níveis aumentados de andrógenos

circulantes em algumas pacientes do sexo feminino (2). A

acne em mulheres é um distúrbio particularmente sensível a

alterações hormonais durante o ciclo menstrual, e quase 70%

das mulheres avaliadas em um estudo relataram a piora das

lesões durante o período pré-menstrual (2) .

A acne em mulheres não se apresenta como a acne clássica. Sua

evolução é lenta e persistente, por isso a anamnese do paciente

deve focar os hábitos pessoais, profissionais, alimentares e de

lazer para orientar o diagnóstico (2) .

A avaliação hormonal é necessária e os exames sugeridos

incluem cortisol, sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S),

dosagem de testosterona, androstenediona e prolactina e

ultrassom pélvico. A dosagem de DHEA-S reflete a produção

suprarrenal de andrógenos, enquanto a testosterona e a

androstenediona são produzidas pelos ovários e pelas glândulas

suprarrenais. Os exames que revelam resultados anormais

devem levar à consideração imediata de condições como a

síndrome do ovário policístico, hiperplasia adrenal congênita de

início tardio ou malignidades (2) .

A acne pode ser causada por hiperandrogenemia, sendo a

síndrome dos ovários policísticos a causa subjacente mais

comum. Podem ocorrer níveis elevados de testosterona

livre, DHEA-S e prolactina. Devido à alta prevalência

de ovários policísticos em mulheres com acne, todas

as mulheres devem ser questionadas a respeito de

seu ciclo menstrual e examinadas quanto a sinais

de hiperandrogenemia (2) .

34 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 35



REGULAÇÃO HORMONAL NA ACNE

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Em diversos órgãos, os hormônios sexuais controlam o ciclo

ovariano e algumas funções relacionadas. É importante notar

que a pele contém receptores para estrogênios, progesterona

e androgênios. Este órgão é altamente sensível aos efeitos

desses esteroides sexuais. Em particular, espera-se que

uma série de deteriorações pré-menstruais de dermatoses

represente alguns efeitos da progesterona, que representa

o hormônio circulante predominante naquela época do ciclo

ovariano periódico (3) .

Os estrogênios atenuam a atividade das glândulas sebáceas.

Durante a metade do ciclo ovariano, a atividade das

glândulas sebáceas é aumentada, produzindo seborreia

e, possivelmente, acne leve. A vascularização da pele está

aparentemente aumentada durante a segunda parte do ciclo

ovariano. Em algumas mulheres, as flutuações endócrinas

durante o ciclo ovariano possivelmente exercem efeitos

prejudiciais proeminentes na pele (3) .

As doenças cutâneas representam facetas da cronobiologia

direcionadas ao gênero, potencialmente começando no início

da idade adulta e diminuindo na menopausa (3) .

Em geral, o tratamento da acne requer uma terapia

personalizada com ajustes na alimentação para uma melhor

modulação hormonal. Geralmente, o tratamento tópico pode

ser suficiente para a acne discreta, mas frequentemente

requer a adição de mais de um produto tópico (2) .

Loções de limpeza e sabonetes podem ser

prescritos de acordo com o tipo de pele do

paciente. Os produtos adstringentes

também são úteis para remover a

secreção cutânea, resíduos epiteliais

e impurezas que se acumulam na

pele. O ácido glicólico e os alfahidroxiácidos,

disponíveis em

muitos produtos, têm um efeito

positivo na acne leve e moderada (2) .

O tratamento com antibióticos

tópicos leva à redução da

população de P. acnes na superfície

da pele e nos folículos. O peróxido

de benzoíla, indicado para a acne

inflamatória com micropústulas

Referências:

1. George R, Clarke S, Thiboutot D. Hormonal therapy for

acne. Semin Cutan Med Surg. 2008 Sep;27(3):188-96.

2. Ramos-e-Silva M, Ramos-e-Silva S, Carneiro S. Acne

in women. Br J Dermatol. 2015 Jul;172 Suppl 1:20-6. doi:

10.1111/bjd.13638. PMID: 25597414.

3. Hermanns-Lê T, Hermanns JF, Lesuisse M, Piérard

GE. Cyclic catamenial dermatoses. Biomed Res Int.

2013;2013:156459. doi:10.1155/2013/156459

e a retenção sebácea, pode ser coadministrado com outros

agentes, como retinoides e antibióticos. Embora menos do

que os retinoides, o peróxido de benzoíla atua secando e

esfoliando a pele, é bactericida, principalmente contra a P.

acnes, e é eficaz na acne inflamatória, podendo ser usado

em concentrações de 2,5% a 10% que diminuem a secreção

sebácea e produzem descamação (2) .

Outros agentes que podem ser utilizados são os ácidos

dicarboxílicos, como o ácido azelaico. Esses compostos

atrasam a conversão da testosterona em dihidrotestosterona,

pela inibição competitiva da 5-alfa-redutase dentro da

glândula sebácea, sem afetar a atividade da enzima no folículo

humano. Eles também são empregados no tratamento da

hiperpigmentação cutânea (2) .

Adicionalmente, é importante recordar que efeitos como a

irritação, descoloração de peles pigmentadas, manchas e

fotossensibilidade são comuns, sendo sempre necessário o

uso de protetor solar (2) .

Como vimos, são muitas oscilações endócrinas relacionadas

ao aparelho sebáceo. A excreção de sebo varia de acordo com a

carga genética, a idade, o sexo, gravidez e pós-menopausa. No

entanto, em qualquer idade, a taxa de excreção de sebo difere

amplamente entre os indivíduos, tanto em homens quanto

em mulheres (3) . Por esta razão, é necessário uma anamnese

detalhada para investigar as flutuações hormonais e SOP,

além dos hábitos pessoais, profissionais, alimentares

e de lazer, para uma conduta efetiva.

Loções de limpeza e

sabonetes podem

ser prescritos de

acordo com o tipo de

pele do paciente.

ACNE COMEDOGÊNICA E MANUTENÇÃO

FOAM SECATIVO - Limpeza profunda,

antisséptico e refrescante

Ácido glicólico 3,0 %

Ácido lactobiônico 1,0 %

PCA-Zn 2,0 %

Vitamina B6 1,0 %

Mentha piperita óleo essencial 0,3 %

Espuma facial qsp

50 ml

Posologia: usar de uma a duas vezes por dia, pela manhã e à noite.

Modo de uso: durante a higienização facial, aplicar uma

quantidade suficiente do produto por toda a face, pescoço e colo,

para a remoção da maquiagem e limpeza das impurezas da pele.

Enxaguar após a aplicação e secar bem.

NOITE

GEL ANTIACNEICO – Redutor da oleosidade, antiinflamatório,

antimicrobiano, cicatrizante e clareador

Niacinamida PC 4 %

Acnulight 0,5 %

Ácido glicólico 5 %

Ácido mandélico 5 %

Azepur99 ® ou Azeloglicina 5 %

Ácido shiquímico (Verochic®) 2 %

Gel base qsp

15 g

Posologia: usar uma vez à noite.

Modo de uso: após a higienização facial, aplicar o produto nas

áreas afetadas. Durante o dia, usar filtro solar FPS 50 ou superior.

SIMBIÓTICO NA TERAPIA DA ACNE

Lactobacillus acidophilus

Lactobacillus rhamnosus

Lactobacillus bulgaricus

Bifidobacterium bifidum

Bifidobacterium longum

Streptococcus themophilus

Inulina

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 60 doses (Cápsulas vegetais)

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

300 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma cápsula por dia, à noite ao se deitar ou

em jejum pela manhã. Duração: de 4 a 12 semanas.

DIA

SERUM ACNE CONTROL - Antiacneico, secativo,

redutor de poros e normalizador da textura da pele

Minimizing ® 10 %

Gluconolactona 6 %

Bioecolia ® 1 %

Bifid0 ® SkinBiotics 2 %

Lacto B ® - SkinBiotics 2 %

Biosulfur 1 %

Ácido salicílico 1 %

Sérum base qsp

15 g

Posologia: usar de uma a duas vezes durante o dia.

Modo de uso: após a higienização facial, aplicar o produto

nas áreas afetadas. Em seguida, usar o filtro solar FPS 50

ou superior.

NUTRACÊUTICOS – USO ORAL

NUTRABIÓTICO NA ACNE

Zinco-Carnosina

Piridoxina

Vitamina A

Lactobacillus acidophilus

Bifidobacterium bifidum

Inulina

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses (Cápsulas vegetais)

75 mg

5 mg

1.000 UI

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

200 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma cápsula por dia, à noite ao se deitar.

ACNE INFLAMATÓRIA

SABONETE SECATIVO – Antiacneico, secativo,

antisséptico e refrescante

Ácido salicílico (BHA) 1 %

PCA-Zn 1 %

Ácido glicólico (AHA) 3 %

Gluconolactona (PHA) 6 %

Óleo de melaleuca 0,3 %

Sabonete líquido qsp

60 g

Posologia: usar de uma a duas vezes, durante a

higienização diária.

Modo de uso: aplicar o sabonete na pele úmida, fazer

movimentos circulares e suaves. Deixar agir por 1 minuto.

Remover com água.

36 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 37



REGULAÇÃO HORMONAL NA ACNE

ACNE INFLAMATÓRIA

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

DIA

SERUM ACNE REDUX - Antiacneico, secativo,

redutor de poros e normalizador da textura da pele

Minimizing ® 10 %

Gluconolactona 6 %

Bioecolia ® 1 %

BifidO ® SkinBiotics 2 %

Copper peptídeo ® 1 %

X-pressin C 3 %

Sérum base qsp

15 g

NOITE

Gel antiacneico secativo e clareador

Adapaleno 0,3 %

Nicotinamida PC 5 %

N-Acetil-D-Glucosamina 8 %

Gel base qsp

15 g

Posologia: usar uma vez à noite.

Modo de uso: após a higienização facial, aplicar o produto

nas áreas afetadas. Durante o dia, usar filtro solar FPS 50 ou

superior.

ANTIANDROGÊNICOS

Ciproterona (acetato)

Ciproterona (acetato) + Etinilestradiol

DOSE

25 mg a 100 mg

Dose máxima: 300 mg por dia.

2 mg + 35 mcg

POSOLOGIA

Ingerir de 25 a 100 mg por dia.

Promove melhora do hirsutismo dentro

de três a seis meses. Obs.: Fazer uso

combinado de contraceptivo oral.

Ingerir uma vez por dia, em ciclos de 21 dias,

com pausa de sete dias.

De acordo com estudos, o quadro clínico da

acne é inibido dentro de 12 a 24 ciclos.

Posologia: usar de uma a duas vezes durante o dia.

Modo de uso: após a higienização facial, aplicar o produto nas áreas

afetadas. Em seguida, usar o filtro solar FPS 50 ou superior.

Espironolactona

50 mg a 100 mg

Dose máxima: 200 mg por dia.

Ingerir uma vez por dia, durante 2 a 24 meses.

RETINOIDES TÓPICOS

Tretinoína = Ácido retinóico

Adapaleno

Granactive retinoid (Retin.Hidroxipinacolona)

ANTIBIÓTICOS TÓPICOS

Clindamicina (cloridrato)

Eritromicina (estolato)

DOSE USUAL

0,01% a 0,1% / Peelings: 1% a 10%

0,1% a 0,3%

1% a 3% / Peelings: 5% a 10%

DOSE USUAL

1 a 2%

1 a 3%

NUTRACÊUTICO NA SOP

Mio-Inositol

DOSE

2,0 a 4,0 g por dia.

COMENTÁRIO

Estudos demonstram que a associação à

terapia clássica pode ser mais eficaz no

controle do perfil endócrino, metabólico e

clínico em pacientes com SOP e pode reduzir

os níveis de insulina e resistência à insulina,

podendo se tornar uma escolha terapêutica

de longo prazo mais eficaz para controlar os

sintomas da SOP.

ANTIMICROBIANOS TÓPICOS

Ácido azeláico

Azeloglicina

Azepur99 ®

Peróxido de benzoila

Ácido salicílico

NAG (N-Acetil-glucosamina)

Nicotinamida

Melaleuca óleo essencial

DOSE USUAL

10 a 20%

3 a 10%

5 a 15%

2,5 a 10%

1 a 5%. Usual: 2% / Peelings: 10 a 50%

4 a 8%. Máxima: 10%

4 e 5%

0,1 a 5%

Referências para o Mio-Inositol:

Minozzi, M., Costantino, D., Guaraldi, C., & Unfer, V. (2011). The effect of a combination therapy with myo-inositol and a combined oral contraceptive pill versus a combined oral contraceptive

pill alone on metabolic, endocrine, and clinical parameters in polycystic ovary syndrome. Gynecological Endocrinology, 27(11), 920-924.

Mendoza, N., Simoncini, T., & Genazzani, A. D. (2014). Hormonal contraceptive choice for women with PCOS: a systematic review of randomized trials and observational studies.

Gynecological Endocrinology, 30(12), 850-860.

Pkhaladze, L., Barbakadze, L., & Kvashilava, N. (2016). Myo-inositol in the treatment of teenagers affected by PCOS. International journal of endocrinology, 2016.

ANTIBIOTICOTERAPIA ORAL NA ACNE DE MODERADA A SEVERA

FÁRMACO

Tetraciclina (1ª ger)

Doxiciclina (2ª ger)

Minociclina (2ª ger)

Limeciclina (2ª ger)

DOSE

500 mg

50 mg a 100 mg

50 mg a 100 mg

150 mg a 300 mg

POSOLOGIA

Ingerir duas vezes por dia, a cada 12h.

Ingerir duas vezes por dia, a cada 12h.

Ingerir duas vezes por dia, a cada 12h.

Ingerir 150 mg duas vezes por dia, a cada 12h, durante 12 semanas.

Obs.: Quando cessar ou diminuir o aparecimento das lesões inflamatórias,

a dose deve ser reduzida gradualmente.

38 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 39



Manifestações cutâneas

da nova era?

lio respiratório ciliado, células claras, endotélio, túbulo

renal proximal, adipócitos, queratinócitos e células da

epiderme (2) . Sua expressão aumenta com a idade, sendo

maior nos homens. A distribuição celular de ACE2

é muito importante, pois ajuda a explicar a maioria dos

sintomas, por exemplo: anosmia, distúrbios do paladar,

sintomas respiratórios, cardiovasculares, renais e cutâneos,

que observamos em pacientes com COVID-19 e que

podem contribuir para a prevalência mais alta em homens

e em adultos versus crianças (2) .

Relacionado ao assunto desta revisão, o ACE2 é um receptor

ligado à membrana em células da epiderme basal e glândulas

sudoríparas écrinas. Na pele normal, o ACE2 é protegido

pelo estrato córneo, mas o dano à pele pode permitir

que o vírus alcance seu receptor. As glândulas écrinas são

expressas em grande quantidade nas palmas das mãos (2) .

A fisiopatologia da urticária associada à COVID-19 parece

ser multifatorial. Os mecanismos propostos incluem a

ativação direta de mastócitos pelo vírus, a ativação por

complemento secundária à deposição de complexos antígeno-anticorpo

ou mecanismos mediados por bradicininas

ou IL-6 (2) .

O tratamento sintomático da urticária, inclusive o associado

à COVID-19, é baseado na administração de anti-histamínicos

de segunda geração, com os quais os pacientes

costumam apresentar boa resposta clínica (2) . Entretanto,

à medida que novos estudos surjam, uma melhor descrição

clínica desses sintomas cutâneos será definida e o seu

mecanismo causal será mais bem compreendido, assim,

uma estrutura mais clara estará disponível para interpretá-los

adequadamente para fins diagnósticos, terapêuticos

e prognósticos.

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

As manifestações cutâneas são bem

conhecidas por ocorrer no contexto de

doenças virais e, ocasionalmente, essas

manifestações têm valor diagnóstico

ou prognóstico. Com a COVID-19, as

manifestações cutâneas em pacientes

infectados estão começando a surgir

em todo o mundo (1) .

Essas manifestações, mais frequentemente, são: erupção

cutânea morbiliforme, urticária, erupções vesiculares, lesões

acrais e erupções livedoides. Algumas dessas manifestações

cutâneas surgem antes dos sinais e sintomas

mais comumente associados à COVID-19, sugerindo que

possam ser sinais de COVID-19 (1) .

Uma erupção cutânea morbiliforme é uma morfologia comum

observada em exantemas virais. Em um estudo recentemente

publicado, realizado com 18 pacientes italianos

com COVID-19, demonstrou-se que 14 deles (77,8%) apresentaram

manifestações e alterações cutâneas e tiveram

erupção eritematosa/morbiliforme. Outros estudos em

grupos espanhóis também relataram pacientes com CO-

VID-19 que desenvolveram erupções maculopapulares/

morbiliformes inespecíficas, com pelo menos um caso

também acompanhado de púrpura focal (1) .

Crianças infectadas por SARS-CoV-2 geralmente desenvolvem

sintomas respiratórios mais leves, mas as manifestações

cutâneas parecem um pouco mais prevalentes

do que em adultos (2) , entretanto, até o momento, as variantes

de pele mais frequentemente relatadas em casos

pediátricos são purpúricas (pseudo-chilblain, isquemia

necrótica-acral, máculas hemorrágicas e/ou necrose cutânea),

morbiliforme/maculopapular, peles com eritema

multiforme, peles com casos de urticária, vesicular, tipo

Kawasaki, e diversas outras (altamente variáveis em frequência

e gravidade).

Sabe-se que o primeiro passo em qualquer infecção viral

envolve a penetração das partículas virais na célula. No

caso do SARS-CoV-2, a via mais proeminente envolve a

enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) (2) .

A expressão de ACE2 ocorre em diferentes células:

pneumócitos tipo 2, enterócitos, macrófagos, língua, epité-

Imuno sachê

L Glutamina

Zinco quelado

Selênio quelado

Epicor

Vitamina C

Vitamina A

Vitamina E

Vitamina B6

Vitamina B12

Excipiente qsp

Fazer 30 sachês

5 g

10 mg

50 mcg

250 mg

200 mg

1.000 UI

100 mg

5 mg

2,4 mcg

1 sachê

Posologia: dissolver um envelope em um copo de água ou suco.

Tomar de uma a duas vezes ao dia ou conforme a orientação do

prescritor.

Blend Imunoestimulante

L Arginina

Zinco quelado

Cobre quelado

Vitamina C

Manganês (quelado)

Vitamina D

Vitamina E

Quercetina

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses

ANTI-HISTAMÍNICOS DE 2ª GERAÇÃO

500 mg

30 mg

2 mg

200 mg

2 mg

800 UI

200 UI

200 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, entre as refeições.

Fármaco Dose usual Posologia / Considerações

Cetirizina

5 a 10 mg por dia. Ingerir de uma a duas vezes por dia. Máximo de 10 mg ao dia.

Cetotifeno fumarato

Ebastina

Fexofenadina

Loratadina

Desloratadina

0,05 a 4 mg por dia.

10 a 20 mg por dia.

120 a 180 mg por dia.

5 a 10 mg por dia.

De 1 mg a 5 mg ao dia.

Adultos: de 1 a 4 mg por dia, distribuidos em uma a duas por dia, pela manhã e à noite.

Máxima: 4 mg por dia. Crianças de 6 meses a 3 anos: 0,05 mg/Kg de peso corporal/dose,

ingerindo uma dose, duas vezes por dia (pela manhã e à noite). Crianças de 3 a 17 anos:

1 mg duas vezes por dia (pela manhã e à noite), com as refeições.

Rinite alérgica: ingerir 10 mg, de uma a duas vezes por dia. Urticária: ingerir 10 mg, uma

vez por dia.

Rinite alérgica: uma vez por dia (120 ou 180 mg). Urticária: 180 mg, uma vez por dia.

Adultos e crianças acima de 12 anos: ingerir 10 mg, uma vez por dia. Máxima: 10 mg por

dia. Crianças de 2 a 12 anos até 30 Kg: ingerir 5 mg, uma vez por dia. Crianças de 2 a 12

anos acima de 30 Kg: ingerir 10 mg, uma vez por dia.

Rinite alérgica e urticária: Adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade: ingerir 5 mg,

uma vez por dia. Crianças de 6 a 11 anos de idade: ingerir 2,5 mg, uma vez por dia.

Crianças de 1 a 5 anos de idade: ingerir 1,25 mg, uma vez por dia.

Crianças de 6 a 11 meses de idade: ingerir 1 mg, uma vez por dia.

40 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 41



NÃO À QUEDA DOS CABELOS - TERAPIA CAPILAR

Dra. Tatiele Katzer

Tricologista certificada pela International Association of Trichologists, farmacêutica esteta (CRF-RS 14858),

doutora em Nanotecnologia Farmacêutica e docente há 10 anos

VISÃO DIFERENCIADA

NO TRATAMENTO

O cabelo desempenha um papel de extrema importância nas

relações sociais. Cada vez mais as pessoas querem envelhecer

sem denotar a sua idade e os cabelos têm um papel decisivo

nesse sentido. Perder os cabelos ou ter o seu visual comprometido

afeta a qualidade de vida global do indivíduo. Um dos

tipos mais comuns de alopecia é a alopecia androgenética

(AAG), também referida como queda de cabelo padrão masculino

ou feminino, uma patologia de origem poligênica que acomete

de 30% a 50% dos homens e cerca de 30% das mulheres

de meia-idade.

A fisiopatologia da AAG apresenta como ponto central o metabolismo

e a atividade exacerbada de andrógenos em unidades

pilossebáceas sensíveis a estes. Os sinais clínicos da AAG são

a diminuição e a variabilidade na espessura, densidade e coloração

capilar; além de produção sebácea aumentada e inflamação.

Há um aumento na quantidade de fios de cabelo finos

(vellus) e uma diminuição dos fios grossos (terminais). O nível

de severidade, a idade inicial de acometimento e a localização

da rarefação capilar no couro cabeludo são variáveis.

Os medicamentos disponíveis comercialmente e reconhecidos

pela ANVISA para o tratamento da AAG são a finasterida por

via oral, com indicação exclusiva para homens; o alfa-estradiol

e o minoxidil por via tópica, para homens e mulheres. Embora

a fisiopatologia da AAG esteja estreitamente relacionada com o

metabolismo androgênico, evidências científicas sugerem que

a AAG está associada com uma desregulação na expressão de

citocinas inflamatórias, sendo a microinflamação crônica dos

folículos pilosos um fator agravante. Por isso, a busca por terapias

alternativas para o tratamento da AAG leva ao encontro

de uma variedade de suplementos alimentares, dermocosméticos

e procedimentos.

A busca por alternativas para o tratamento da AAG leva ao

emprego de plantas medicinais, como Saw palmetto, Camelia

sinensis, Ginseng panax e Curcuma longa. Dos fitoativos

presentes nesses extratos, sejam líquidos ou sólidos, derivam

múltiplas propriedades: antioxidante, antimicrobiano, imunomodulatório,

anti-inflamatório e modulador da enzima 5α-redutase;

as duas últimas são de grande interesse para o tratamento

da AAG.

Recursos não medicamentosos também são empregados

para o tratamento da AAG, como o laser de baixa potência,

microagulhamento, mesoterapia, carboxiterapia, argiloterapia

e tratamentos capilares naturais com blends de óleos vegetais

e essenciais. O laser de baixa potência é o recurso não medicamentoso

mais eficaz no estímulo do crescimento capilar em

indivíduos acometidos pela AAG. A terapia com laser consiste

na exposição do couro cabeludo à energia luminosa capaz de

alterar biomoléculas através de reações fotoquímicas, agindo

diretamente sobre a matriz capilar. Agregar os benefícios de

diferentes técnicas às prescrições de uso domiciliar In & Out

pode ajudar a controlar a progressão ou reverter parcialmente

o quadro de AAG.

A busca por terapias alternativas para o tratamento da

AAG leva ao encontro de uma variedade de suplementos

alimentares, dermocosméticos e procedimentos.

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

MAIS FORÇA, ENERGIA, CRESCIMENTO

E VOLUME PARA OS CABELOS

OUT

Tônico Antiqueda MXDL free

Sfíngoni ® 0,5%

VEGF 1 %

IGF 1 %

Cooper peptide ® 1%

D-Pantenol 1 %

L-Carnitina tartarato 2 %

TrichoXidil 5%

Tônico capilar qsp

60 ml

Posologia: aplicar o produto no couro cabeludo, à

noite, massageando suavemente até a completa penetração.

Usar durante três meses, no mínimo.

Loção Antiqueda MXDL

Capilia longa ® 2 %

Cafeína 2 %

Adenosina 0,75 %

SiliciuMax ® líquido 2 %

Follicusan ® 3 %

Minoxidil 5 %

Tônico capilar qsp

60 ml

Posologia: aplicar o produto no couro cabeludo, à

noite, massageando suavemente até a completa penetração.

Usar durante três meses, no mínimo.

Possíveis associações:

Finasterida – 0,1 a 0,25%

Tretinoina – 0,01 a 0,025%

Micronutrientes no crescimento, energia

e antiqueda capilar

Vitamina A

1.500 UI

Vitamina B2

1,4 mg

Vitamina B5

6 mg

Vitamina C

100 mg

Vitamina D3

2.000 UI

Biotina

45 mcg

Metilcobalamina

1 mg

Nicotinamida

40 mg

Piridoxal-5-fosfato

1,9 mg

Magnésio (citrato)

150 mg

Manganês (quelado)

1 mg

Seleniometionina

50 mg

Silício orgânico*

150 mg

Zinco (quelado)

15 mg

Cobre (quelado)

900 mcg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 90 doses (cápsulas vegetais)

Posologia: ingerir uma dose por dia, 30 minutos antes da refeição,

durante 90 dias, no mínimo, ou conforme a orientação do prescritor.

*Disponíveis: Nutricolin, SiliciuMax ® pó e Exsynutriment.

E/OU

IN

Macronutrientes na ancoragem, crescimento

e força capilar

L-Carnitina tartarato

550 mg

L-Leucina AJI

300 mg

L-Isoleucina AJI

150 mg

L-Valina AJI

150 mg

L-Lisina

300 mg

DL-Metionina

50 mg

NAC (N-Acetil-L-Cisteína)

200 mg

Colágeno Verisol ®

2,5 g

Excipiente qsp

1 sachê

Fazer 90 sachês

Posologia: ingerir um sachê por dia, em jejum ou preferencialmente

à noite, antes de dormir, durante 90 dias, no mínimo,

ou conforme a orientação do prescritor.

Sabores disponíveis: limão e laranja

Livre de: glúten, lactose, polióis e corantes artificiais.

Edulcorado com estévia e taumatina.

42 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 43



DERMABIÓTICOS

Probióticos na modulação

das desordens cutâneas

Mais de 70 anos se passaram desde que os dermatologistas John H. Stokes

e Donald M. Pillsbury propuseram, pela primeira vez, um mecanismo

gastrointestinal para a sobreposição entre depressão, ansiedade e desordens

cutâneas como a acne (1) .

Esses pesquisadores levantaram a hipótese de que os

estados emocionais podem alterar a microflora intestinal

normal, aumentar a permeabilidade intestinal e contribuir

para a inflamação sistêmica (1) . Além disso, Stokes e Pillsbury

sugeriram que as alterações induzidas pelo estresse na

flora microbiana podem aumentar a probabilidade de

permeabilidade intestinal, o que, por sua vez, prepara o

terreno para a inflamação cutânea sistêmica e local.

Eles forneceram uma importante ligação da emoção com

surtos cutâneos de eritema, urticária e dermatite por meio

da fisiologia e bacteriologia do trato gastrointestinal, citando

pesquisas que mostram que até 40% das pessoas com acne

têm hipocloridria, ou seja, Stokes e Pillsbury levantaram a

hipótese de que menos do que o ácido estomacal adequado

estabeleceria o cenário para a migração de bactérias do

cólon para as porções distais do intestino delgado, bem

como uma alteração da microflora intestinal normal (1) .

Muitos aspectos dessa teoria unificadora intestino-cérebropele

foram recentemente validados. A capacidade da

microbiota intestinal e dos probióticos orais de influenciar

a inflamação sistêmica, o estresse oxidativo, o controle

glicêmico, o conteúdo de lipídios nos tecidos e até o

próprio humor pode ter implicações importantes na acne.

A microflora intestinal também pode dar uma guinada no

desenvolvimento da dieta e da pesquisa sobre a acne (1) .

Entre as possibilidades terapêuticas estavam os

Lactobacillus acidophilus, como um meio de interromper o

ciclo induzido pelo estresse. Eles também defenderam uma

preparação de leite acidófilo e óleo de fígado de bacalhau,

muito antes de serem chamados de probióticos, e uma fonte

rica em ácidos graxos ômega-3 (1) .

Conforme mencionado, Stokes e Pillsbury fizeram

numerosas referências ao uso de produtos lácteos

fermentados de L. acidophilus como uma modalidade de

tratamento no contexto do processo inflamatório cérebrointestino-pele

(1) .

Um estudo recente envolvendo 56 pacientes com acne

mostrou que o consumo de um Lactobacillus adicionado à

bebida láctea fermentada melhorou os aspectos clínicos da

acne ao longo de 12 semanas. Especificamente, o consumo

de bebida probiótica levou a reduções significativas na

contagem total de lesões em associação com uma redução

acentuada na produção de sebo. Embora a adição de

lactoferrina (uma proteína anti-inflamatória do leite) à bebida

probiótica tenha proporcionado maior eficácia na redução de

lesões inflamatórias, os benefícios da bebida probiótica por

si só reforçam a noção de que os probióticos têm um papel

adjuvante a desempenhar na terapia da acne (2) .

Estudos recentes demonstraram que os pré e probióticos

consumidos por via oral podem reduzir os marcadores

sistêmicos de inflamação e estresse oxidativo. Uma vez

que a carga local da peroxidação lipídica das desordens

cutâneas é alta, de modo que parece colocar uma grande

demanda nos antioxidantes derivados do sangue, a

capacidade dos probióticos orais de limitar o estresse

oxidativo sistêmico pode ser uma via terapêutica

importante (3) .

Probióticos orais podem regular a liberação

de citocinas inflamatórias na pele, e uma

redução específica na interleucina-1

alfa (IL-1-α) certamente seria um

benefício potencial para a pele (3) .

44 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 45



DERMABIÓTICOS

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

A influência dos probióticos como meio de atenuar a liberação da substância P, tanto no trato intestinal quanto na pele, não

pode ser negligenciada como uma via relevante que conecta o sistema nervoso ao intestino e à pele (1).

Programa 4Rs para modulação da microbiota cutânea

Figura 1: Vias potenciais do eixo intestino-cérebro-pele na acne vulgar (1)

Um mecanismo adicional pelo qual os probióticos podem

influenciar o humor e a acne é a regulação do controle glicêmico.

Nos últimos anos, tornou-se evidente que há uma

conexão entre os componentes da dieta; uma dieta rica em

gordura e alimentos processados sem fibras causa alterações

na motilidade intestinal e no perfil da microbiota (1) .

Por exemplo, dietas com baixo teor de alimentos processados

e açúcares (com baixa carga glicêmica geral) estão

associadas à diminuição do risco de acne (1) .

No mercado magistral têm se destacado novos conceitos e

promissores ativos, tais como o Corebiome® e o Newbiome®,

que são pós-bióticos, já o Microbiomex® é um flavobiótico

e, o Biointestil® que é composto por óleo essencial

anti-inflamatório, todos consistem de moléculas bioativas

já prontas para serem absorvidas pelas células intestinais e

exercerem as suas funções de forma sistêmica, tais como ação

anti-inflamatória e de melhora da permeabilidade intestinal.

Portanto, diante das evidências apresentadas, o profissional

de saúde possui ferramentas para modular o eixo pele-intestino-cérebro

com cepas probióticas, resultando em

uma redução do quadro inflamatório e controlando imunologicamente

as desordens cutâneas que se manifestam

dentro e fora do paciente.

Referências:

1. Bowe WP, Logan AC. Acne vulgaris, probiotics and the gut-brain-skin axis - back to the future?. Gut Pathog. 2011;3(1):1. Published 2011 Jan 31. doi:10.1186/1757-4749-3-1

2. Kim J, Ko Y, Park YK, Kim NI, Ha WK, Cho Y. Dietary effect of lactoferrin-enriched fermented milk on skin surface lipid and clinical improvement of acne vulgaris. Nutrition. 2010;26:902–9.

doi: 10.1016/j.nut.2010.05.01

3. Hacini-Rachinel F, Gheit H, Le Luduec JB, Dif F, Nancey S, Kaiserlian D. Oral probiotic control skin inflammation by acting on both effector and regulatory T cells. PLoS One. 2009;4:e4903.

doi: 10.1371/journal.pone.0004903.

Protect Gut - Recuperar a barreira e mucosa TGI

Biointestil ®

600 mg

Microbiomex ®

250 mg

Newbiome ® (Tributirina)

200 mg

Zinco-Carnosina

50 mg

Glutamina

5,0 g

Excipiente qsp

1 sachê

Fazer 30 sachês

Sabores disponíveis: neutro, laranja ou limão.

Livre de: glúten, lactose, polióis e corantes artificiais.

Edulcorado com estévia e taumatina.

Posologia: ingerir um sachê por dia, pela manhã, em jejum,

durante quatro a seis semanas.

Ômegas-3 DUO 1400 – Reparar a inflamação

MEGA Ômega-3

EPA

500 mg

DHA

200 mg

Excipiente qsp

1 cápsula oleosa

Fazer 30 cápsulas

+

DHA Plus

EPA

200 mg

DHA

500 mg

Excipiente qsp

1 cápsula oleosa

Fazer 30 cápsulas

Posologia: ingerir uma cápsula de cada (MEGA Ômega-3 +

DHA Plus) por dia, após o almoço, durante 90 dias ou conforme

a orientação médica.

Fiber Blend - Recolocar fibras alimentares benéficas para a

microbiota intestinal

Fibregum B

3,0 g

Plantago ovata (mín. 57,2% de arabinoxilanos) 2,0 g

Inulina

1,0 g

Excipiente qsp

1 sachê

Fazer 30 sachês

Sabores disponíveis: neutro, laranja e limão.

Livre de: glúten, lactose, polióis e corantes artificiais.

Edulcorado com estévia e taumatina.

Posologia: ingerir um sachê por dia, durante 30 a 60 dias.

Adicionar o conteúdo de um envelope em um copo com 200

ml de água. Pode ser adicionado em alimentos ‘in natura’,

como na banana amassada, em sucos ou em água.

Reinocular probióticos para cada necessidade

Recomendação para iniciar somente após 30 dias das etapas

anteriores.

Simbiótico saúde do trato intestinal

Lactobacillus acidophillus

Lactobacillus gasseri

Lactobacillus plantarum

Bifidobacterium breve

Bifidobacterium lactis

XOS

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

1 bilhão UFC

300 milhões UFC

500 milhões UFC

500 milhões UFC

1 bilhão UFC

200 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, em jejum,

ou à noite ao se deitar, durante 30 a 60 dias ou conforme a

orientação do prescritor.

Probióticos para a dermatite atópica

Lactobacillus LGG

Lactobacillus reuteri

Lactobacillus rhamnosus

Lactobacillus salivarius

Bifidobacterium bifidum

Bifidobacterium breve

Inulina

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

Probióticos para psoríase

Lactobacillus rhamnosus

Lactobacillus paracasei

Bifidobacterium infantis

Bifidobacterium bifidum

GOS

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

2 bilhões UFC

2 bilhões UFC

300 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, em jejum, ou à

noite ao se deitar, durante 30 a 60 dias ou conforme a orientação

do prescritor.

2 bilhões UFC

2 bilhões UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

200 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, em jejum,

ou à noite ao se deitar, durante 30 a 60 dias ou conforme a

orientação do prescritor.

46 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 47



DERMATITE ATÓPICA

O impacto do expossoma

Um estudo recente, publicado por Cecchi e cols., descreveu um

modelo de trabalho do expossoma externo, com ênfase particular

na asma e na etiopatogênese única da alergia respiratória.

Esse modelo proposto para a asma sugere que o expossoma

externo compreende fatores modificadores da doença que afetam

os indivíduos a partir do ambiente (2).

Os pesquisadores avaliaram fatores inespecíficos que afetam

as populações como clima, migração e urbanização, assim

como exposições quantificáveis que são específicas dos indivíduos,

a exemplo da dieta, da poluição, de alérgenos e drogas.

A partir desse modelo, o estudo da exposição externa inespecífica

na DA requer uma investigação epidemiológica em pri-

meira instância, para identificar as influências na patogênese

da DA que são comuns às populações, sejam elas naturais ou

causadas pelo homem (2).

Os processos inflamatórios na DA provavelmente envolvem

ciclos perpetuantes de suscetibilidade de barreira geneticamente

predeterminada, exposições externas que contribuem

para a ruptura da barreira (por exemplo, a frequência de lavagem

e o uso de detergente), a imunidade de barreira da pele

desregulada e, consequentemente, o aumento da sensação de

coceira e o comportamento de arranhões que leva a uma maior

deterioração em permeabilidade epidérmica e suscetibilidade a

agressões ambientais (1).

A dermatite atópica

(DA) é uma doença

inflamatória crônica da

pele, afetando até 20%

das crianças e de 5% a

10% dos adultos (1) .

O conhecimento dessa patogênese está relacionado com uma

interação sofisticada entre fatores genéticos e ambientais, que

geralmente pode começar, em muitos casos, com um defeito

da barreira cutânea, geneticamente predeterminado, que se

manifesta como a pele seca (1) .

Esse deficit inerente da barreira cutânea leva a uma superexpressão

de citocinas pró-inflamatórias e, subsequentemente,

à ativação de subconjuntos de linfócitos inatos e células apresentadoras

de antígenos que, em particular, conduzem ao recrutamento

de eosinófilos e mastócitos e à secreção de IL ‐ 31,

uma citocina-chave envolvida na sensação de coceira. A sensibilização

transcutânea a alérgenos ambientais e infecções

bacterianas, em particular ao Staphylococcus aureus, contribui

ainda mais para a ruptura da barreira e a inflamação eczematosa

da pele (1) .

Além desses fatores, há uma forte correlação que um defeito

na barreira genética esteja presente em muitos, mas este não é

um pré-requisito e muitas vias patológicas podem levar à DA.

A soma das influências ambientais desempenha um papel

significativo para explicar a variação fenotípica abrangida pelo

termo “dermatite atópica”. O conceito da soma das influências

ambientais é denominado “o exposto” (1) . Este termo inclui exposições

ao longo da vida de um indivíduo, desde a sua concepção

até a morte, abrangendo os domínios do meio ambiente,

dieta, comportamento e processos endógenos específicos

ao meio biológico interno do indivíduo (1) .

Nesse sentido, uma abordagem do expossoma mescla a investigação

epidemiológica do ambiente como uma influência

distinta na DA, com o conhecimento atual das vias celulares

e moleculares em jogo. Consequentemente, isso permite a

quantificação da resposta biológica e a modificação potencial

de fatores ambientais para influenciar o curso da doença (1) .

Uma compreensão aprimorada dos fatores que compõem o

expossoma da DA, teoricamente, permite a intervenção ambiental

no início do processo da doença, alterando, assim, o

curso da doença, com o potencial de interromper a progressão

para outras doenças alérgicas. Da mesma forma, a identificação

de um fator ambiental comum e que contribui para uma

população afetada por uma doença pode viabilizar estratégias

preventivas em larga escala (1) .

Uma abordagem expossomal visa elucidar caminhos comuns a jusante de exposições externas específicas de indivíduos, a fim

de modular os processos ilustrados na Figura 1.

Figura 1: Expossoma e o desenvolvimento de dermatite atópica

É importante notar também que o estresse psicológico durante

a vida pré e pós-natal pode modular o curso da doença por meio

de vias neuroendócrinas e da indução de um fenótipo TH2, no

entanto, o efeito de fatores psicológicos específicos (personalidade,

ansiedade, depressão) na patogênese da DA também se

relaciona com o desenvolvimento dessa condição. (1) .

Com relação ao momento, o período perinatal provavelmente

será crucial. As exposições maternas, incluindo a dieta e o

tabagismo, têm um efeito demonstrado no sistema imunológico

fetal, e o mecanismo subjacente a isso pode, de fato,

envolver o microbioma. Por outro lado, a suplementação de

probióticos com lactobacilos e bifidobactérias durante o último

trimestre da gravidez e no início da vida parece exercer

um efeito protetor.

Estudos longitudinais demonstraram que uma dieta materna

rica em peixes e, consequentemente, anti-inflamatórios e ácidos

graxos poli-insaturados reduz a incidência de DA na prole.

Além disso, a amamentação pode conferir diversos efeitos

imunomoduladores com base em sua composição de IgA,

48 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 49



DERMATITE ATÓPICA

CD14 solúvel e citocinas (particularmente TGF-β), que

apresentam uma variabilidade relevante entre as mães.

Foi demonstrado que o TGF-β está elevado em leite de fazenda

não pasteurizado e bebês cujas mães consumiram

produtos agrícolas não pasteurizados durante a gravidez.

Os indivíduos que foram expostos a um ambiente de fazenda

tinham um ambiente imunológico e de citocinas alterado

em comparação com os controles.

Ainda sobre o ambiente, entende-se que a interação entre

as exposições externas inespecíficas dos domínios humanos

e naturais exerce um efeito na patogênese da DA.

Os padrões de desenvolvimento econômico, a migração

e a urbanização agem como causa e consequência das

mudanças climáticas e da perda de biodiversidade. Consequentemente,

isso aumenta a exposição de indivíduos

suscetíveis a elementos modificadores de doenças específicas,

altera o microbioma e interage com fatores genéticos

e imunológicos do hospedeiro para contribuir para a manifestação

da dermatite atópica (1) .

Outro fator-chave ligado à patogênese da DA é o microbioma

intestinal. Este é sensível às modificações da dieta,

potencialmente ligando a dieta à patogênese da DA. Um

exemplo pode ser demonstrado por dados do Promotion

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

CUIDADOS NA DERMATITE ATÓPICA

Prevenindo a inflamação e reforçando a imunidade

Reparo e proteção da mucosa TGI

Zinco-Carnosina

Glutamina

Excipiente qsp

Fazer 30 sachês

50 mg

2,0 a 5,0 g

1 sachê

Sabores disponíveis: neutro, laranja ou limão.

Livre de: glúten, lactose, polióis e corantes artificiais.

Edulcorado com estévia e taumatina.

Posologia: ingerir um sachê por dia, pela manhã, em jejum,

durante quatro a seis semanas.

A suplementação com ômega-3,

prebióticos e probióticos tem

apresentado um benefício adicional

na prevenção e no tratamento da DA.

of Breastfeeding Intervention Trial (PROBIT) que destacam

que ser amamentado não está apenas associado a uma prevalência

reduzida de DA no início da vida, mas que esse efeito

se estendeu também até a adolescência.

Diante de todos os fatores apresentados, podemos concluir

que a DA está associada a diversos fatores internos e externos.

Tais fatores podem ser modulados através da dieta, do

estilo de vida e, principalmente, da suplementação.

A suplementação com ômega-3, prebióticos e probióticos

tem apresentado um benefício adicional na prevenção e no

tratamento da DA.

Ademais, uma visão integrada e multiprofissional centrada

no paciente é essencial para o tratamento direcionado e efetivo

da DA, de forma a manter sua qualidade de vida, seu

bem-estar e dos seus descendentes.

Ômegas-3 DUO 1400 – Reparar a inflamação

MEGA Ômega-3

EPA

500 mg

DHA

200 mg

Excipiente qsp

1 cápsula oleosa

Fazer 30 cápsulas

+

DHA Plus

EPA

200 mg

DHA

500 mg

Excipiente qsp

1 cápsula oleosa

Fazer 30 cápsulas

Posologia: ingerir uma cápsula de cada (MEGA Ômega-3 +

DHA Plus) por dia, após o almoço, durante 90 dias ou

conforme a orientação médica.

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Reinocular probióticos na dermatite atópica

Recomendação para iniciar somente após 30 dias das

etapas anteriores.

Simbótico na Dermatite atópica

Lactobacillus johnsonii

500 milhões UFC

Lactobacillus paracasei

1 Bilhão UFC

Lactobacillus rhamnosus

1 Bilhão UFC

Lactobacillus salivarius

500 milhões UFC

Bifidobacterium longum

1 Bilhão UFC

Bifidobacterium lactis

1 Bilhão UFC

XOS

300 mg

Excipiente para cápsula qsp

1 dose

Fazer 30 ou 60 doses (cápsulas vegetais)

Posologia: ingerir de uma a duas cápsulas por dia, pela manhã, em

jejum, e/ou à noite ao se deitar, durante 30 a 60 dias.

ou

Probióticos para a dermatite atópica

Lactobacillus LGG

Lactobacillus reuteri

Lactobacillus rhamnosus

Lactobacillus salivarius

Bifidobacterium bifidum

Bifidobacterium breve

Inulina

Excipiente para cápsula qsp

Fazer 30 doses (cápsulas vegetais)

Terapia na Fase aguda

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

1 bilhão UFC

2 bilhões UFC

2 bilhões UFC

300 mg

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia, pela manhã, em jejum, ou à

noite ao se deitar, durante 30 a 60 dias ou conforme a orientação

do prescritor.

Xarope com Cetirizine - poupador de corticoides tópicos

Cetirizina

1 mg/ml

Suspensão qsp

1 ml

Fazer 100 ml

Posologia: ingerir 5 ml, duas vezes por dia.

Dose usual: de 2,5 a 10 mg por dia.

* Para uso pediátrico: 0,25 mg/kg/peso

Fórmula para a alergia alimentar

Hidroxizina

5 mg/ml

Suspensão qsp

1 ml

Fazer 120 ml

Posologia: ingerir 5 ml, de 12h - 12h a 8 - 8 horas ao dia.

Creme com Tacrolimus – Imunomodulador e anti-inflamatório

cutâneo

Tacrolimus 0,03% a 0,1 %

Vitamina E 1 %

Creme com ômegas qsp

30 g

Posologia: aplicação tópica de uma a duas vezes por dia,

após o banho.

Em um estudo realizado em 624 crianças (2-15 anos), uma

pomada de tacrolimus a 0,03% foi mais eficiente que a pomada

com hidrocortisona a 1 %.

(Reitamo S, Harper et al. 0.03% Tacrolimus ointment applied once or twice daily is

more efficacious than 1% hydrocortisone acetate in children with moderate to severe

atopic dermatitis: results of a randomized double-blind controlled trial. Br J Dermatol.

2004 Mar;150(3):554-62.)

Modulação com Vitamina D3

Vitamina D3

Excipiente para Strip qsp

Fazer 30 doses

1.000 a 2.000 UI

1 dose

Posologia: ingerir uma dose por dia.

Opção de forma farmacêutica: gotas oleosas, cápsula sublingual.

Promovendo higienização suave e

hidratação profunda nos cuidados diários

Uso tópico

Sabonete hidratante com vitaminas

Nicotinamida PC 2 %

Vitamina E 1 %

D-Pantenol 1 %

Sabonete líquido qsp

200 ml

Posologia: usar diariamente durante o banho, no corpo todo.

Loção hidratante probiótica – Uso corporal

Fensebiome 1 %

Indufence ® 1 %

Niacinamida 2 %

Óleo de groselha negra 3 %

D-Pantenol 5 %

Loção corporal qsp

200 ml

Posologia: aplicar diariamente, sempre após o banho.

Referências:

• Yeşilova Y et al. Effect of probiotics on the treatment of children with atopic dermatitis. Ann

Dermatol. 2012 May;24(2):189-93. Epub 2012 Apr 26.

• Boguniewicz M, Leung DY. Atopic dermatitis: a disease of altered skin barrier and immune dysregulation.

Immunol Rev. 2011;242:233–246.

• Draelos ZD. Antipruritic hydrogel for the treatment of atopic dermatitis: an open-label pilot study.

Cutis. 2012 Aug;90(2):97-102.

• Valdman-Grinshpoun Y, Ben-Amitai D, Zvulunov A. Barrier-restoring therapies in atopic dermatitis:

current approaches and future perspectives. Dermatol Res Pract. 2012;2012:923134. doi:

10.1155/2012/923134. Epub 2012 Aug 22. PMID: 22956938; PMCID: PMC3432345.

• Morais MB, Jacob CM. The role of probiotics and prebiotics in pediatric practice. J Pediatr (Rio J).

2006 Nov;82(5 Suppl):S189-97. doi: 10.2223/JPED.1559. PMID: 17136295.

• Benyacoub J, Bosco N, Blanchard C, Demont A, Philippe D, Castiel-Higounenc I, Guéniche

A. Immune modulation property of Lactobacillus paracasei NCC2461 (ST11) strain and impact

on skin defences. Benef Microbes. 2014 Jun 1;5(2):129-36. doi: 10.3920/BM2013.0014. PMID:

24322880.

• Guéniche, Audrey & Bastien, Philippe, et al. Oral supplementation with probiotic Lactobacillus

paracasei st11 improves dandruff condition. Int J Trichology. Jul; 3(Suppl1): S22. 2011.

50 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 51



ESTRIAS

Dra.Ana Carolina Moreira

Médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, dermatologista

pelo Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay, no RJ, e residência em

Clínica Médica pela Santa Casa do RJ

FORMAS E PERFIS

DIFERENCIADOS

DE TRATAMENTO

A estria é uma atrofia tegumentar adquirida que surge quando

as fibras elásticas e colágenas responsáveis pela firmeza

da pele se rompem e formam cicatrizes. É uma afecção muito

comum, sendo causa frequente de procura de consultas dermatológicas.

Apesar de ser considerada uma queixa estética,

pode trazer importantes consequências psicossociais. Além

disso, o surgimento de estrias pode refletir uma alteração do

tecido conjuntivo e expressar condições patológicas locais e

sistêmicas.

Estrias podem ocorrer em situações como o crescimento rápido

durante a puberdade, o aumento excessivo dos músculos

devido à prática de exercícios físicos, a colocação de próteses

de mama, gravidez, obesidade, o uso prolongado de corticoides

e a anorexia nervosa.

As estrias iniciais têm o aspecto de lesões rosadas ou cor da

pele, deprimidas ou discretamente elevadas, já na fase tardia

elas são brancas com espessura e largura variáveis, sendo

mais frequentes nas nádegas, coxas, abdômen e costas.

O tratamento das estrias representa um desafio. O ideal é que

seja realizado logo que elas surjam, na fase em que são recentes

e rosadas.

Os medicamentos de uso tópico mais utilizados são o ácido retinoico

e o ácido glicólico. Os retinoides derivados da vitamina

A têm a capacidade de melhorar a queratinização e estimular a

formação de colágeno, tornando as estrias menos evidentes.

Esse tratamento não deve ser feito em gestantes.

Já o ácido glicólico, um alfa-hidroxiácido, é uma alternativa

menos irritante que o ácido retinoico, podendo ser usado em

gestantes, quando em baixas concentrações. Também possui

efeito esfoliativo na pele, propiciando o clareamento e estimulando

a síntese de colágeno na derme.

A associação de cremes manipulados de uso domiciliar com

tecnologias utilizadas no consultório potencializa os resultados.

O tratamento de minha primeira escolha é a radiofrequência

microagulhada, que atua através de múltiplas microagulhas

banhadas a ouro, com o sistema de vácuo, o que diminui a

sensação de dor para o paciente. Ocorre um intenso estímulo

de colágeno e a contração das fibras colágenas e de elastina.

Geralmente, eu realizo peeling de ácido retinoico a 5% sob oclusão,

associado com drug delivery, imediatamente após a radiofrequência,

obtendo ótimos resultados.

Além disso, o uso de luz intensa pulsada melhora o eritema das

estrias recentes e estimula a formação de colágeno. O laser fracionado

é outra opção terapêutica que auxilia na renovação da

pele, melhorando o aspecto e a coloração das estrias.

A associação de cremes

manipulados de uso domiciliar

com tecnologias utilizadas no

consultório potencializa os

resultados.

52

REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 53



SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Exfolier stress

Grãos de apricot 5%

Extrato de algas marinhas 5%

Gluconolactona 2%

Extrato de camomila 3%

Gel espuma qsp

60 g

Indicação: pós-parto.

Hialufito

Extrato de Ginkgo biloba 5%

Extrato de Centella asiatica 4%

Ácido hialurônico 1%

Óleo de semente de uva 5%

Creme hidratante qsp

100 g

Indicação: pós-parto.

Emolien barrier

Óleo de amêndoas 5%

Óleo de trigo 3%

Óleo de uva 5%

Colágeno 2%

Ácido hialurônico 3%

Vitamina A 1%

Vitamina E 1%

Creme base qsp

100 g

Indicação: qualquer pessoa com estrias.

Luminous hidra

Ácido glicólico 5%

LumineCense ® 5%

Extrato de Ginkgo biloba 5%

PCA-Na 1%

Creme emoliente hidratante qsp 60 g

Indicação: grávidas e pós-parto.

Antiox hidraolivem

Gluconolactona 2%

Vital ET ® 2%

Ureia 5%

Creme olivem qsp

30 g

Obs: não indicado para grávidas.

HidraOil

PCA-Na 1 %

Ácido hialurônico 3%

Elastina 3%

Óleo de semente de uva 5%

Creme hidratante qsp

200 g

Indicação: adolescentes. Não indicado para grávidas.

Fator salic

Ácido salicílico 3%

Extrato de Centella asiatica 5%

Fator EGF ® 1%

Fator TGF ® 1%

Óleo de semente de uva 5%

Gel creme base qsp

30 g

Indicação: adolescentes. Não indicado para grávidas.

Vita Hidra cream

Vitamina A 2%

Vitamina E 2,5%

Elastina 1 %

Óleo de amêndoas doces 5%

Manteiga de karité 4%

Creme qsp

50 g

Indicação: adolescentes. Não indicado para grávidas.

Avena hidracera

Silício orgânico 2%

Ceramidas 2%

Oléo de rosa mosqueta 5%

Óleo de amêndoas 3%

Loção hidratante qsp

120 ml

Indicação: grávidas.

Renew Skin

Ácido retinoico 0,1%

Skinpen tensilotin qsp

15 ml

Posologia: aplicar nas estrias à noite. Lavar pela manhã.

Indicação: adolescentes. Não indicado para grávidas.

Hidramousse

Ureia 12%

Aveia coloidal 5%

Veículo mousse qsp

150 ml

Posologia: aplicar no corpo logo após o banho e tomar

uma nova ducha em seguida.

Indicação: adolescentes. Não indicado para grávidas.

Body oil complex

Óleo de macadâmia 5%

Óleo de rosa mosqueta 5%

Óleo de amêndoa doce 5%

Hidroviton 4%

Creme corporal hidratante qsp 60 g

Posologia aplicar no corpo após o banho, pela manhã e à noite.

Indicação: grávidas e pós-parto.

Modulando o microambiente neuronal

Combina o poder da Bioenergy Ribose® com uma forma

de Vitamina B3 (nicotinamida) para fornecer benefícios celulares

únicos no envelhecimento saudável

Inibe SASP

(fenótipo secretor associado à

senescência celular), auxiliando no

controle do estresse oxidativo e da

inflamação neuronal;

Aumento concomitante,

principalmente nos

músculos e cérebro:

NAD+

Melhora a atividade

mitocondrial, entre outros.

ATP

Fonte de energia

GSH (Glutationa)

Eficiência no combate

ao estresse oxidativo

Prolonga a vida

dos neurônios

Autonomia e

independência

cognitiva.

Uso isolado: 500 a 2000 mg

Uso associado: 300 a 500 mg

vegano

halal

gmo free

allergen free

kosher

54 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15



TRATAMENTO TÓPICO

Dra. Ana Luisa Torres

Dermatologista. Residência Médica pelo Hospital Universitário Professor Alberto Antunes –UFAL.

Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Pós-Graduação em Dermatocosmiatria pela Faculdade

de Medicina do ABC-SP.

Médica da Clínica Clinpele, Maceió-AL. Docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Cesmac.

Mestre em Pesquisa em Saúde pelo Centro Universitário Cesmac.

CUIDADOS COM

A PELE MADURA

O envelhecimento

do organismo como

um todo se relaciona

com o fato de as

células somáticas do

corpo começarem a

morrer e não serem

substituídas por

novas, como acontece

na juventude.

A pele madura tem necessidades especiais e, por isso, deve

ser cuidada com mais reforço. A partir de 45 anos, a cútis

tende a perder firmeza, tônus e hidratação, o que é refletido

com o surgimento de rugas, ressecamento e fragilidade da

pele como barreira. Além disso, por exposição a fatores externos,

principalmente à radiação ultravioleta, esse processo

pode ser acelerado, associado também ao surgimento de alterações

pigmentares.

O envelhecimento do organismo como um todo se relaciona

com o fato de as células somáticas do corpo começarem

a morrer e não serem substituídas por novas, como acontece

na juventude. Fisiologicamente, o envelhecimento está

associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de renovação

celular e à redução da rede vascular e glandular. A

função de barreira que mantém a hidratação celular também

fica prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida,

as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em

50% até a meia-idade. Como a pele é o órgão que mais reflete

os efeitos da passagem do tempo, sua saúde e sua aparência

estão diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e ao

estilo de vida escolhido. A radiação ultravioleta, o excesso de

consumo de álcool, o abuso de tabaco e a poluição ambiental,

entre outros, são fatores que “aceleram” o trabalho do relógio

biológico, provocando o envelhecimento precoce. Além disso,

o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue

também colaboram para a pele envelhecer antes do tempo.

TIPOS DE ENVELHECIMENTO:

Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico:

é aquele decorrente da passagem do tempo, determinado

principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e

reações metabólicas, como o estresse oxidativo. Nele estão

presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos

anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura

da pele e o ressecamento cutâneo.

Envelhecimento extrínseco da pele:

é aquele provocado pela exposição ao sol e a outros fatores

ambientais como: o estilo de vida (exercício físico, alimentação)

e o estresse fisiológico e físico. Um dos agentes mais

importantes é a radiação solar ultravioleta. As toxinas com as

quais entramos em contato, como tabaco, álcool e poluição do

ar, entre outras, também ajudam no processo de envelhecimento

da pele e, dependendo do grau de exposição, podem

acelerá-lo.

No cuidado diário com a pele madura, o ingrediente mais importante

de todos é, sem dúvida, o filtro solar. Este deve ser usado

em dias de sol e de chuva, pois a emissão de raios UV é diária.

Os raios UV são os principais indutores de alterações em nível

da pele, conduzindo à produção de radicais livres de oxigênio e

a alterações morfológicas. Assim, a proteção solar ganha uma

enorme importância na prevenção do envelhecimento cutâneo.

Existem vários tipos de filtros solares inseridos nos cremes e loções

fotoprotetoras, designadamente filtros físicos (refletem os

raios UV), químicos (absorvem principalmente raios UVB) e biológicos

(substâncias com atividade antioxidante que reduzem o

estresse oxidativo provocado pela radiação).

Cremes antienvelhecimento conseguem melhorar e atenuar

os sinais do envelhecimento cutâneo, mas sem a capacidade

de reverter todos os sinais, simultaneamente, de alterações da

pele. Outros tratamentos procurados são aqueles que apresentam

resultados em um curto espaço de tempo e de baixo

risco. Esses incluem laser, luz intensa pulsada, terapia fotodinâmica,

preenchimentos à base de ácido hialurônico, toxina

botulínica, peeling químico, radiofrequência e procedimentos

de dermoabrasão.

56 REVISTA A FÓRMULA # EDIÇÃO 15

REVISTA A FÓRMULA 57



TRATAMENTO TÓPICO

Onde estamos

Em relação ao uso de substâncias tópicas no cuidado diário

com a pele madura, recomenda-se uma rotina de limpeza, hidratação,

uso de antioxidantes, ácidos com função antienvelhecimento

e a fotoproteção. Além disso, antioxidantes orais e

a ingesta de colágeno também podem ser benéficos na rotina

de cuidados com a pele madura.

Nosso rosto acumula muitos resíduos e impurezas ao longo do

dia e quando não são removidos adequadamente podem deixar

a pele fragilizada e até mesmo aumentar a ação dos radicais

livres - moléculas instáveis que causam o envelhecimento

da pele. Por isso, o ideal é fazer uma boa higiene, removendo a

maquiagem com solução micelar e depois lavar o rosto com um

sabonete ou gel de limpeza apropriado para a pele madura. Os

radicais livres são moléculas instáveis presentes no organismo

que podem causar uma série de danos à pele - o surgimento

de sinais do envelhecimento, como rugas, linhas de expressão

e flacidez. Por isso, é importante proteger a pele madura dessa

agressão com o uso de antioxidantes. Recomenda-se o uso

de produtos com vitamina C e vitamina E - ingredientes que

ajudam na formação de colágeno, na luminosidade da pele,

potencializam a hidratação e combatem o fotoenvelhecimento.

A pele madura passa por uma perda gradativa de hidratação

cutânea. Por isso, é essencial hidratar o corpo e o rosto todos

os dias com um creme ou loção hidratante que ajuda a nutrir

as células e amenizar o desgaste da região, causando a

flacidez e o ressecamento. Aposte em dermocosméticos com

ativos, como o ácido hialurônico, vitamina B5 e ceramidas.

Dizem que os primeiros sinais do envelhecimento surgem no

pescoço e nas mãos. Isso realmente acontece, pois a hidratação

nessas regiões acaba sendo muito menor. Além disso,

por serem áreas negligenciadas pelas mulheres, com o passar

da idade, os sinais do envelhecimento ficam mais evidentes.

Por isso, é importante apostar no uso de hidratantes específicos

para cada local, no uso do filtro solar e em produtos

com ativos antioxidantes, ácido retinóico, vitamina C ou E e

ácido hialurônico em suas composições são boas opções para

manter o viço da pele.

Cremes antienvelhecimento contendo ativos como: vitamina

C, Resveratrol, Retinol, Pro-Xylane, Ácidos como o LHA, derivado

do ácido salicílico, complexo de ácido glicólico e cítrico,

são importantes aliados na prevenção e no tratamento do envelhecimento

cutâneo.

SUGESTÕES DE FÓRMULAS

Ascorbosilane C ® 5%

LumineCense ® 4%

Ácido ferúlico 0,5%

Sérum Gold qsp

30 ml

Posologia: tópico, uma a duas vezes por dia.

Ácido retinoico 0,05%

Nano Resveratrol 3%

Hidroxiprolisilane CN ® 2%.

Manteiga de Karité 1%

Ômega Gold qsp

30 g

Posologia: tópico, uma vez por dia.

Ácido glicólico 10%

Raffermine® 3%

Ceramidas III 1%

Turmeria Zen® (Curcuma longa) 1%

Fitalite qsp

30 g

Posologia: tópico noturno, com o uso de FPS durante o dia.

Exo P ® 2%

Extrato de calêndula (Calendula officinalis L) 2%

Lasilium ® 3%

Espuma de limpeza qsp

150 ml

Posologia: tópico com enxágue, uma a duas vezes por dia.

Ácido salicílico 0,5%

Resorcina 1%

Mentol 0,1 %

Ácido lático 0,5%

Lasilium® 1%

Loção Alcóolica Orgânica qsp

100 ml

Posologia: tópico, uma a duas vezes por dia.

Retinol 0,5%

Vitamina E 1%

Ácido hialurônico 5%

Aquaporine 1%

Loção Ômega gold qsp

200 ml

Posologia: tópico corporal, uma vez por dia.

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