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{ Top Motors }
Ralph Lauren deu esta entrevista para o curador Rapetti:
Quando e como você começou a colecionar carros?
Eu não me considero um colecionador de automóveis. Eu
penso que eles são parte de mim. Isto é um divertimento,
como brinquedos e quando você começa a experimentar e
brincar, logo já está adquirindo. Cada carro proporciona uma
sensação diferente. Pode ser uma Bugatti ou um Morgan,
minha coleção reflete essa diversidade. Nunca comprei
carros para impressionar ninguém.
Alguns dos modelos de sua coleção são artesanais. Qual
a relação deste fato com a moda?
Para mim, os carros são verdadeiras obras de arte. Na
minha coleção, alguns dos mais antigos eram realmente
artesanais. Os acabamentos e os detalhes em metal foram
feitas por artesãos. Eu sempre gostei destas máquinas
criadas por pessoas que levam sua paixão de fabricar belas
formas e sons que dão prazer. Ettore Bugatti era um artista
deste tipo. Seus carros eram criações de uma equipe de
artesãos. Eu adoro este aspecto tradicional, que traz o DNA
do fabricante. Hoje, o design de automóvel é muito mais
sofisticado, mas o que eu gosto de colecionar e dirigir são
sempre os modelos especiais, com uma identidade artística
própria. O trabalho manual é essencial na minha atividade
criativa. Muitos dos nossos produtos, como bolsas e relógios
são feitos à mão por artesãos de todo o mundo. Esses objetos
são muito atraentes porque têm uma atemporalidade que
os torna objetos de coleção.
Como se traduz esta sua paixão pela coleção de carros
no processo de criação de moda?
Minha vida, meu trabalho, coisas que gosto e pessoas que
conheço são para mim uma fonte contínua de inspiração.
Estou constantemente à procura de ideias para desenvolver
a minha visão criativa. Os automóveis têm sido sempre um
elemento enriquecedor neste processo. Quando eu olho
para um carro, posso gostar de suas elegantes tomadas
de ar, de uma fileira de rebites de aço, de uma calota ou de
uma tampa do tanque de combustivel, ou até um volante
bom de ‘pegar’. E porque não um painel de couro creme, um
detalhe de acabamento em madeira, o toque e até o cheiro
do couro dos bancos me inspiram. Alguns anos atrás eu
fui influenciado pela fibra de carbono da minha McLaren.
Fiquei impressionado com a idéia de que essas cinquenta e
quatro camadas de tecido de carbono, que eram encontradas
somente no jatos e carros de corrida, poderia ser usado
para fazer uma cadeira ao mesmo tempo confortável e
resistente. Quando no ano passado lançamos a coleção de
relógios da Ralph Lauren, a inspirção veio do meu Bugatti
Atlantic, no espírito das linhas puras do carro.
Você seria capaz de criar um carro?
Desenhar um carro e uma coleção de moda exigem know
how e inspiração, mas são duas coisas totalmente diferentes.
Eu sei do que gosto em um carro, mas nunca poderia ser
um designer de carros. Escolher a cor de um carro não é
brincadeira, tenho imenso respeito por aqueles que fazem
a coisa certa. Eles levam seu ofício tão a sério como eu
A Mercedes-Benz
SSK “Comte
Trossi”, de 1930
A Alfa Romeo 8C
2900 Mille Miglia,
de 1938
conduzo o meu. Quando eu era jovem, via um Bentley ou um
Mercedes e dizia: “Oh, este carro é tão bonito! Olhe para o
interior em couro, o painel de instrumentos escovado”. Em
seguida, admirava um Porsche, mais austero e minimalista.
Se você me perguntasse qual era o mais bonito, eu tinha
argumentos para os dois. Eu não acho que jamais seria
capaz de conceber um Porsche ou um Bentley. Mas seria
capaz de deixá-los até mais bonitos.
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Tão logo foi
lançado nas pistas
de corrida em
1954, o Jaguar
D-Type causou
sensação
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