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TALK 36

Edição 36 da TALK

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{ Top Motors }

Ralph Lauren deu esta entrevista para o curador Rapetti:

Quando e como você começou a colecionar carros?

Eu não me considero um colecionador de automóveis. Eu

penso que eles são parte de mim. Isto é um divertimento,

como brinquedos e quando você começa a experimentar e

brincar, logo já está adquirindo. Cada carro proporciona uma

sensação diferente. Pode ser uma Bugatti ou um Morgan,

minha coleção reflete essa diversidade. Nunca comprei

carros para impressionar ninguém.

Alguns dos modelos de sua coleção são artesanais. Qual

a relação deste fato com a moda?

Para mim, os carros são verdadeiras obras de arte. Na

minha coleção, alguns dos mais antigos eram realmente

artesanais. Os acabamentos e os detalhes em metal foram

feitas por artesãos. Eu sempre gostei destas máquinas

criadas por pessoas que levam sua paixão de fabricar belas

formas e sons que dão prazer. Ettore Bugatti era um artista

deste tipo. Seus carros eram criações de uma equipe de

artesãos. Eu adoro este aspecto tradicional, que traz o DNA

do fabricante. Hoje, o design de automóvel é muito mais

sofisticado, mas o que eu gosto de colecionar e dirigir são

sempre os modelos especiais, com uma identidade artística

própria. O trabalho manual é essencial na minha atividade

criativa. Muitos dos nossos produtos, como bolsas e relógios

são feitos à mão por artesãos de todo o mundo. Esses objetos

são muito atraentes porque têm uma atemporalidade que

os torna objetos de coleção.

Como se traduz esta sua paixão pela coleção de carros

no processo de criação de moda?

Minha vida, meu trabalho, coisas que gosto e pessoas que

conheço são para mim uma fonte contínua de inspiração.

Estou constantemente à procura de ideias para desenvolver

a minha visão criativa. Os automóveis têm sido sempre um

elemento enriquecedor neste processo. Quando eu olho

para um carro, posso gostar de suas elegantes tomadas

de ar, de uma fileira de rebites de aço, de uma calota ou de

uma tampa do tanque de combustivel, ou até um volante

bom de ‘pegar’. E porque não um painel de couro creme, um

detalhe de acabamento em madeira, o toque e até o cheiro

do couro dos bancos me inspiram. Alguns anos atrás eu

fui influenciado pela fibra de carbono da minha McLaren.

Fiquei impressionado com a idéia de que essas cinquenta e

quatro camadas de tecido de carbono, que eram encontradas

somente no jatos e carros de corrida, poderia ser usado

para fazer uma cadeira ao mesmo tempo confortável e

resistente. Quando no ano passado lançamos a coleção de

relógios da Ralph Lauren, a inspirção veio do meu Bugatti

Atlantic, no espírito das linhas puras do carro.

Você seria capaz de criar um carro?

Desenhar um carro e uma coleção de moda exigem know

how e inspiração, mas são duas coisas totalmente diferentes.

Eu sei do que gosto em um carro, mas nunca poderia ser

um designer de carros. Escolher a cor de um carro não é

brincadeira, tenho imenso respeito por aqueles que fazem

a coisa certa. Eles levam seu ofício tão a sério como eu

A Mercedes-Benz

SSK “Comte

Trossi”, de 1930

A Alfa Romeo 8C

2900 Mille Miglia,

de 1938

conduzo o meu. Quando eu era jovem, via um Bentley ou um

Mercedes e dizia: “Oh, este carro é tão bonito! Olhe para o

interior em couro, o painel de instrumentos escovado”. Em

seguida, admirava um Porsche, mais austero e minimalista.

Se você me perguntasse qual era o mais bonito, eu tinha

argumentos para os dois. Eu não acho que jamais seria

capaz de conceber um Porsche ou um Bentley. Mas seria

capaz de deixá-los até mais bonitos.

K www.lesartsdecoratifs.fr

Tão logo foi

lançado nas pistas

de corrida em

1954, o Jaguar

D-Type causou

sensação

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