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A arte de mixar e transformar é uma constante na mais
poliglota e valiosa grife do mundo. Do guarda-roupa aos
objetos e acessórios, passando pelas “Vuitton girls” todos
são polivalentes. Twiggy, Zendaya ou Julianne Moore e Alicia
Vikander são musas, clientes, ou brilham nas páginas de
revistas, primeira fila dos shows ou red carpets. As “colabs”
acompanham o processo de criação... Artistas guardados na
memória ou explodindo na mídia. Kansai Yamamoto, Virgil
Abloh e mais uma vez as mágicas fascinantes bolinhas da
genial Yayoi Kusama.
suitcase para jóias. As parcerias eram um fenômeno imbatível!
A última e muito significativa foi com o polivalente americano
Virgil Abloh (2019-2021, quando morreu prematuramente aos
41 anos). Um genial touche à tout – design, arquitetura, música,
shows de rock, um programa na TV e sua grife Off-White
com quase 30 boutiques – que entrou chez Louis Vuitton
para assinar coleções masculinas. Em dois anos, oito desfiles
emblemáticos. Seus sneakers esgotavam no dia do lançamento.
O tênis LV x Nike Air Force é um cult.
Além das series limitadas as surpreendentes ‘commandes
speciales’ fazem parte de toda a trajetória. Despertar o desejo e
executar as mais excêntricas encomendas exclusivas. Em 1926,
o marajá de Baroda pede uma mala para chá. Caixas para as
câmeras de Henri Cartier Bresson, o baú escritório para o
explorador Pierre Savorgnan e outro que se transforma em
cabine de banho. Peças que confirmavam todo o savoir-faire.
Em 1853 a primeira “vuitton maníaca”, a Imperatriz Eugénie
de Montijo (esposa de Napoleão III) elege LV como seu
malletier favorito. Multiplicam-se os aficionados de todas as
partes, sem divisão Oriente-Ocidente. Nicolas Ghesquière
mantém ao seu redor uma constelação de estrelas que se
esbarram! Celebridades, top models, atrizes, musas... Todas são
clicadas para campanhas, estão na primeira fila dos shows,
rodam pelo mundo e provocam faíscas nos red-carpets. Um
estonteante time friend of the house. Charlotte Gainsbourg,
Michelle Williams, Zendaya, Emma Stone, Julianne Moore
e a primeira-dama Brigitte Macron, que chama Nicolas para
ajudar na construção de sua imagem pública.
Jennifer Connelly é uma amiga especial – saem para
jantar e viajar com a família. “Para mim é um tipo de mulher em
extinção. Excelente atriz, inteligente, extremamente humana. Sua
beleza me intimida.” Léa Seydoux é um de seus perfis preferidos:
“pode vestir qualquer época ou gênero. É totalmente ‘tomboy’
sem perder o chic parisiense.” A sueca Alicia Vikander no topo
das darlings. “Seu côté escandinavo com um incrível exotismo até
selvagem.” A embaixadora Catherine Deneuve, que declara:
“O luxo Vuitton é superlativo, muitas vezes não se vê. Como um prazer
secreto em cada um de nós” é uma das favoritas do presidente
Bernard Arnault, que em 1987 fundou o grupo LVMH (Moët
Hennessy Louis Vuitton).
O todo-poderoso chairman que construiu um império a
partir da pequena empresa de uma família de carpinteiros. Uma
sucessão de visionários a partir de Gaston Louis Vuitton, nascido
em Agosto de 1821 em Lavan-sur-Valouse, leste da França.
Aos 14 anos, sai de casa em direção a Paris, a 400 quilômetros
de distância. Uma viagem a pé, no caminho encontra Mr.
Romain Marechal, renomado malletier com quem aprendeu
todos os detalhes e técnicas. Em 1854, abre sua primeira loja
na Rue des Capucines, colada à Place Vendôme.
Em 1885, a boutique londrina Oxford Street lança sua mala
para viajar: um baú mais leve com bordas arredondadas, mais
fácil de empilhar e transportar, forrado com uma tela-canvas
impermeável, não mais couro.
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