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BEST of LIFESTYLE
YEARBOOK
2022/23
Marcelia Freesz
foto de Fernando Louza
{ Notebook de Claudio Schleder }
Diretor Geral
Claudio Schleder
O MODO SMART
DE CURTIR SCOOTER
Diretor Comercial
Fabio Curi
Editor
Claudio Schleder
Direção de Arte
♠RL76
colaboradores
Redação
Camila Rodrigues
Claudio Parreiras
Cosette Jolie
Izabel Mandl
Kike Martins da Costa
Fotografia
Marcelo Spatafora
Consultor Colaborador
de Alimentos e Bebidas
Renato Frascino
Revisão
Linotec
Impressão e Acabamento
Piffer Print
nº36 é uma publicação de
Om.Com Comunicação e Mídia Manager
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nos artigos assinados. As pessoas que não constam no
expediente não têm autorização para falar em nome
da revista ou a retirar qualquer tipo de material se não
tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado
assinada pelo diretor.
NICOLAS GHESQUIÈRE,
influencer do planeta
Hoje, Nicolas Ghesquière é um dos estilistas mais instigantes desta geração.
Suas criações são ícones de estilo, conquistando todos que têm o luxo como realidade
e não necessidade. Ideias se multiplicam e, em frações de minutos, viajam
das montanhas e lagos da Nova Zelândia às boutiques de Tóquio. Pioneirismo,
tradição e bom gosto – cifras bilionárias em jogo.
Ghesquière é convidado para a direção artística do Pret-à-Porter feminino
Vuitton em 2013. “Acredito mais em evolução que revolução. Admiro Marc
Jacobs (que há 15 anos estava no comando da LV) e quero dar continuidade a
esta história. Para mim a grife sempre foi referência de criatividade e qualidade,
modernidade e tradição.”
Nosso “editor at large” Claudio Parreiras foi a campo e revela: “Uma química
dans l’air anunciava mudança decisiva.” Continuando a fórmula infalível logo estabelece
parcerias. Convida o designer Kanzai Yamamoto, que marcou sua memória
por ter desenhado os costumes de David Bowie em Ziggy Stardust. Depois a
lendária fashion-editor Grace Coddington que desenha gatinhos de histórias em
quadrinhos em pijamas, foulards e acessórios. “Gosto da ideia de ir ao encontro de
fashion-icons. Essas creative conversations aumentam a conexão com as clientes.”
Já o autor do nosso Portfólio, Fernando Louza, é considerado um dos maiores
nomes da fotografia de moda do Brasil, Ele começou no jornal O Globo, trabalhando
com a editora Nina Chaves. No início dos anos 1970, mudou-se para São
Paulo e foi apresentado a Thomaz Souto Corrêa, então diretor das revistas
femininas da Abril. Logo começou a fotografar para os principais títulos da
editora, como Claudia e Pop.
Fernando, que tem este olhar marcado pela busca do ângulo perfeito, da
sofisticação, do estilo e da força de cada imagem, é o fotógrafo que apresenta seu
portfólio nesta edição. Ele admite que prefere a luz natural e que não precisa de
muitos cliques. “Eu sempre procurei sair do óbvio e trabalhar com modelos que
têm atitude, que valorizam o look que estão usando.”
Claudio Schleder, editor
CRÉDITO DA CAPA: Marcelia Freesz fotografada em Cuba por Fernando Louza
STYLISH Paulo Martinez MAKEUP/HAIR Henrique Martins CORTESIA Marie Claire
REVISÃO PREÇO FIXO
4 ANOS DE GARANTIA
QUALIDADE JAPONESA
As motocicletas Yamaha estão em conformidade com o Promot (Programa de Controle de Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares). SAC Yamaha:
(11) 2431-6500 - sac@yamaha-motor.com.br. Central de Relacionamento com o Cliente: (11) 2431-6000. Ouvidoria: 0800-774-9000 - ouvidoria@yamaha-motor.com.br.
PRESERVE O MEIO AMBIENTE. PRODUZIDO NO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS. CONHEÇA A AMAZÔNIA. NO TRÂNSITO, SUA RESPONSABILIDADE SALVA VIDAS.
{ Portfólio / Fernando Louza }
Liliana Ferrarezi em Curaçao
Heleno Manoel, Henrique Martins
FERNANDO LOUZA
UM OLHAR
COM ESTILO
10 |
Cyan Magenta Yellow Black
Destaca-se desde os
anos 80 como um
dos mais importantes
fotógrafos de moda
do Brasil.
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{ Portfólio / Fernando Louza }
Isis Valverde no Caribe
Guisela Hein em Porto Marie, Caribe
Nelize Dezzen, Wilson Heliodório
Cyan Magenta Yellow Black
Katia Selinger em Aruba
Paulo Martinez, Rick dos Anjos
Cyan Magenta Yellow Black
Cyan Magenta Yellow Black
12 |
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{ Portfólio / Fernando Louza }
14 |
Camila Mingori em St. Martin no Caribe
Heleno Manoel, Max Weber
| 15
{ Portfólio / Fernando Louza }
Alentejo em Portugal com Amanda Fiore
Heleno Manoel, Larissa Luchesi
Cyan Magenta Yellow Black
Solange Wilfert na
Serra da Estrela em Portugal
Saulo Fonseca,
Lena Carderari,
Tina Kugelmas
Cyan Magenta Yellow Black
Cyan Magenta Yellow Black
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{ Portfólio / Fernando Louza }
Amanda Fiore no Alentejo
Érica Redling em Capri
µ ARQUIVO PESSOAL
Cyan Magenta Yellow Black
Nascido no Rio, Fernando Louza é considerado um dos maiores nomes da
fotografia de moda do Brasil. Ele começou no jornal O Globo, trabalhando com
a editora Nina Chaves. No início dos anos 1970, mudou-se para São Paulo e foi
apresentado a Thomaz Souto Corrêa, então diretor das revistas femininas da
Abril. Logo começou a fotografar para os principais títulos da editora, como
Claudia e Pop. Paralelamente, atuava como Diretor de Fotografia da agência
Choc, de Regina Guerreiro, com quem estabeleceu uma parceria duradoura.
Um dos pioneiros na cobertura dos desfiles internacionais, ele acompanhou
nos anos 80 as primeiras brasileiras a brilhar nas passarelas europeias,como
Dalma Calado, Andrea Delal e Beth Lago. Nessa época, morou entre Paris e Nova
York, quando teve a oportunidade de trabalhar com a diretora de arte brasileira
Bea Feitler, fotografando para a Self Magazine e Vogue Itália.
De volta ao Brasil, passou a colaborar com as principais revista de moda, como
Vogue, Elle, Marie Claire e Estilo e realizou inúmeras campanhas de publicidade,
além de ter desenvolvido projetos com Paulo Borges, como a exposição de
retratos de Silvia Pfeifer.
“Eu praticamente lancei a Marie Claire aqui e fiz dezenas de capas para a
revista. Por isso, quando eu olhava o look e quem seria a modelo, praticamente
já sabia como chegar ao resultado final” revela.
Fernando tem este olhar marcado pela busca do ângulo perfeito, da sofisticação,
do estilo e da força de cada imagem. Ele admite que prefere a luz natural e que
não precisa de muitos cliques. “Eu sempre procurei sair do óbvio e trabalhar
com modelos que tem atitude, que valorizam o look que estão usando”, defende.
Além de fotografar, Fernando adora viajar e é um apaixonado confesso por
Cuba, tendo realizado inúmeros ensaios por lá. Mas também já clicou beldades
em Paris, Capri, Argélia, Formentera, República Dominicana, Santorini, Toscana,
Punta Del Este, Saint Barth, Marrakech e Tulum.
“Prefiro fotografar em locações. Como eu viajo bastante, quando me
passam um trabalho eu já começo a imaginar onde seria interessante incluir
aquele look em algum cenário que tenho na cabeça”, afirma.
Fernando ganhou em Berlim o prêmio de Melhor Trabalho Fotográfico
2004/2005 sobre Paris, pela Comissão Europeia de Turismo. E está longe de
pendurar as lentes.
“Hoje, qualquer um pode fotografar com um celular, usar filtros e modificar
a foto. Virou uma coisa muito banal. O digital é o céu e o inferno ao mesmo
tempo. Mas se você tem a técnica de ter aprendido a fotografar com filme
e usar isso no digital, isso faz toda diferença”.
Atualmente, Fernando abriu o leque produzindo também vídeos e livros. “Eu
tenho dois projetos de livros em andamento, um com o Paulo Borges sobre a
Bahia e outro todo dedicado a Cuba, que também tem chances de virar uma
exposição e um documentário.” por Leonardo Millen
Cyan Magenta Yellow Black
Q @fernandolouza
Katia Selinger no Caribe
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Q @nicolasghesquiere
D @TWNGhesquiere
nicolas
“A maior benção é
poder estar fazendo
o que mais gosto”
ghesquière
O FRANCESINHO RECLUSO QUE NUNCA FOI PREPARADO PARA A FAMA SORRI TIMIDAMENTE
QUANDO É CHAMADO DE “MAGNATA DO REFINAMENTO”. À FRENTE DA POLIGLOTA E VALIOSÍSSIMA
LOUIS VUITTON, SE SENTE MAIS CONFORTÁVEL COM SEU PRÓPRIO TALENTO. por CLAUDIO PARREIRAS
Hoje, Nicolas Ghesquière é um dos estilistas mais
instigantes desta geração, uma das pessoas mais
influentes do planeta. Suas criações são ícones
de estilo, conquistando todos que têm o luxo
como realidade e não necessidade. Ideias se multiplicam e em
frações de minutos viajam das montanhas e lagos da Nova
Zelândia às boutiques de Tóquio. Pioneirismo, tradição e bom
gosto – cifras bilionárias em jogo.
Na Rue Du Pont Neuf, a dois passos da famosa ponte, o
quartel general L.V. Na imensa sala toda branca com vista
para o Sena, Ghesquière trabalha entre centenas de livros
meticulosamente empilhados... É fácil achar Louis Vuitton:
L’Audacieux (ed. Gallimard). Ao entardecer, acende velas e
uma mágica atmosfera desliza em todo o atelier. Fala rápida,
sorriso fácil e olhos azuis que estão sempre buscando o
inusitado. “Foi um grande choque... nunca imaginei tal mudança!”
Em maio de 1971, nasceu numa cidadezinha medieval
Loudon (departamento da Aquitânia). Educação rígida e
monótona para um adolescente que queria ser designer em
Paris. Aos 15 anos, começam os estágios: Corinne Cobson,
Agnès b. e na marca italiana Callaghan. Em 1991, entra como
assistente de Jean-Paul Gaultier que vivia dias de glória.
Como freelancer desenha vestidos de noiva para Balenciaga
até que em 1997 é nomeado diretor desta grife, que andava
bem esquecida.
O mestre espanhol Cristóbal Balenciaga só fazia alta
costura e roupas sob medida. “Não preciso de mais dinheiro,
para comprar o quê?” Coco Chanel dizia: “Um costureiro no real
sentido da palavra, todos os outros são estilistas.”
Na primeira coleção, o mix de rock barroco com techno
boêmio... ousadia tão radical que muda o curso da moda.
Balenciaga volta para o mapa despertando interesse do grupo
Gucci, que em 2002 compra a marca.
Ghesquière é convidado para a direção artística do Pret-à-
Porter feminino Vuitton em 2013. “Acredito mais em evolução que
revolução. Admiro Marc Jacobs (que há 15 anos estava no comando
L.V.) e quero dar continuidade a esta história. Para mim a grife sempre
foi referência de criatividade e qualidade, modernidade e tradição.”
Em sua odisseia futurística atualiza um “guarda-roupa
viajante” sem deixar de lado o precioso legado histórico da
Maison. Sua missão era dar um glamuroso sopro de rejuvenescimento...
As vendas vinham sofrendo uma desaceleração.
Em seu primeiro desfile, em 4 de março de 2014, misturou
ingredientes da cultura pop, influências do streetwear e a releitura
de clássicos selecionados nos arquivos. “A” line na silhueta, blasers
alfaiataria em couro, materiais que refletiam as cores e uma avalanche
de mini bolsas vira coqueluche – 48 modelos para uma
plateia de 1200 convidados que aplaudiram de pé. Recebe dois
prêmios: o melhor estilista do ano e Fashion Innovator da temporada.
Uma química dans l’air anunciava mudança decisiva.
Continuando a fórmula infalível logo estabelece parcerias.
Convida o designer Kanzai Yamamoto, que marcou sua memória
por ter desenhado os costumes de David Bowie em Ziggy
Stardust. Depois, a lendária fashion-editor Grace Coddington,
que desenha gatinhos de histórias em quadrinhos em pijamas,
foulards e acessórios. “Gosto da ideia de ir ao encontro de fashion-icons.
Essas creative conversations aumentam a conexão com as clientes.”
Mesmo Mr. Vuitton, em meados do século 19, amplia
seus horizontes se associando ao inglês Charles Worth. O
criador da alta costura vinha transformando o guarda-roupa
burguês. Regularmente ele se reunia com pintores como
Renoir, Picasso, Sisley e Cézanne. Uma galeria de artistas
empresta seus nomes para Louis Vuitton.
No início do terceiro milênio, o diretor Marc Jacobs
convida Stephen Sprouse, expoente do underground, para
grafitar o monograma. Em 2002 é a vez de Takashi Murakami
colorir bolsas brancas e cobrir a tela com divertidas cerejas.
Seus gigantescos toys esculturas invadem vitrines e diferentes
espaços do QGLV. A pegada artsy dá um novo fôlego à jogada
de marketing e inspira tantos outros.
Na abertura da boutique de 1200 m 2 na Quinta Avenida (projeto
do polêmico Peter Marino, 2004, NY) a revista Business
Week publica em sua capa “The Vuitton Money Machine”. Vem a
colaboração com Richard Prince e suas rebeldes enfermeiras,
a série “Nurses” inspirada na “Pulp Fiction” dos anos 50 e 60.
O humor irônico do exímio image-maker Jeff Koons e sua
coleção “Masters” na qual ele reproduzia quadros célebres. As
“Ninfeias” de Monet, as “Odaliscas” de Boucher, Leonardo
da Vinci e Van Gogh. Um grupo de representativos designers
dos anos 80 e 90 é convidado para criar objetos portáveis.
Alaia, Vivianne Westwood e Isaac Mizrahi, um grupo de
sete em séries super limitadas. As bolinhas de Yayoi Kusama,
os brinquedinhos puzzle de Vik Muniz... E enquanto o rapper
Pharrel Williams desenhava óculos, Sharon Stone lançava sua
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A arte de mixar e transformar é uma constante na mais
poliglota e valiosa grife do mundo. Do guarda-roupa aos
objetos e acessórios, passando pelas “Vuitton girls” todos
são polivalentes. Twiggy, Zendaya ou Julianne Moore e Alicia
Vikander são musas, clientes, ou brilham nas páginas de
revistas, primeira fila dos shows ou red carpets. As “colabs”
acompanham o processo de criação... Artistas guardados na
memória ou explodindo na mídia. Kansai Yamamoto, Virgil
Abloh e mais uma vez as mágicas fascinantes bolinhas da
genial Yayoi Kusama.
suitcase para jóias. As parcerias eram um fenômeno imbatível!
A última e muito significativa foi com o polivalente americano
Virgil Abloh (2019-2021, quando morreu prematuramente aos
41 anos). Um genial touche à tout – design, arquitetura, música,
shows de rock, um programa na TV e sua grife Off-White
com quase 30 boutiques – que entrou chez Louis Vuitton
para assinar coleções masculinas. Em dois anos, oito desfiles
emblemáticos. Seus sneakers esgotavam no dia do lançamento.
O tênis LV x Nike Air Force é um cult.
Além das series limitadas as surpreendentes ‘commandes
speciales’ fazem parte de toda a trajetória. Despertar o desejo e
executar as mais excêntricas encomendas exclusivas. Em 1926,
o marajá de Baroda pede uma mala para chá. Caixas para as
câmeras de Henri Cartier Bresson, o baú escritório para o
explorador Pierre Savorgnan e outro que se transforma em
cabine de banho. Peças que confirmavam todo o savoir-faire.
Em 1853 a primeira “vuitton maníaca”, a Imperatriz Eugénie
de Montijo (esposa de Napoleão III) elege LV como seu
malletier favorito. Multiplicam-se os aficionados de todas as
partes, sem divisão Oriente-Ocidente. Nicolas Ghesquière
mantém ao seu redor uma constelação de estrelas que se
esbarram! Celebridades, top models, atrizes, musas... Todas são
clicadas para campanhas, estão na primeira fila dos shows,
rodam pelo mundo e provocam faíscas nos red-carpets. Um
estonteante time friend of the house. Charlotte Gainsbourg,
Michelle Williams, Zendaya, Emma Stone, Julianne Moore
e a primeira-dama Brigitte Macron, que chama Nicolas para
ajudar na construção de sua imagem pública.
Jennifer Connelly é uma amiga especial – saem para
jantar e viajar com a família. “Para mim é um tipo de mulher em
extinção. Excelente atriz, inteligente, extremamente humana. Sua
beleza me intimida.” Léa Seydoux é um de seus perfis preferidos:
“pode vestir qualquer época ou gênero. É totalmente ‘tomboy’
sem perder o chic parisiense.” A sueca Alicia Vikander no topo
das darlings. “Seu côté escandinavo com um incrível exotismo até
selvagem.” A embaixadora Catherine Deneuve, que declara:
“O luxo Vuitton é superlativo, muitas vezes não se vê. Como um prazer
secreto em cada um de nós” é uma das favoritas do presidente
Bernard Arnault, que em 1987 fundou o grupo LVMH (Moët
Hennessy Louis Vuitton).
O todo-poderoso chairman que construiu um império a
partir da pequena empresa de uma família de carpinteiros. Uma
sucessão de visionários a partir de Gaston Louis Vuitton, nascido
em Agosto de 1821 em Lavan-sur-Valouse, leste da França.
Aos 14 anos, sai de casa em direção a Paris, a 400 quilômetros
de distância. Uma viagem a pé, no caminho encontra Mr.
Romain Marechal, renomado malletier com quem aprendeu
todos os detalhes e técnicas. Em 1854, abre sua primeira loja
na Rue des Capucines, colada à Place Vendôme.
Em 1885, a boutique londrina Oxford Street lança sua mala
para viajar: um baú mais leve com bordas arredondadas, mais
fácil de empilhar e transportar, forrado com uma tela-canvas
impermeável, não mais couro.
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Mr. Vuitton redesenhou o baú revolucionando a “arte de
viajar”! No século 19 ele traz de volta “la joie de vivre”
parisiense. Em toda trajetória da maison, artistas do
momento foram convidados para dar suas “pinceladas”
neste símbolo do poder. As múltiplas releituras das icônicas
bolsas foi uma receita de sucesso mantida por Ghesquière.
Qualidade, modernidade e tradição com um sopro de glamour
são ingredientes indispensáveis. “Um luxo superlativo que
muitas vezes não se vê” declara a embaixadora Catherine
Deneuve, a preferida do chairman Bernard Arnault.
Em 1888, cria a estampa “Damier” inspirada num tabuleiro
de xadrez, quadriculado em bege e marrom. O logotipo
esculpido a mão.
A capital estava em plena expansão sob reinado do Imperador
Napoleão III que junto ao Barão Haussmann construía uma
“Nova Paris”. Fabuloso projeto urbano: avenidas, quarteirões,
grandiosos prédios iluminados e parques inspirados no Hyde
Park de Londres. A Opéra Garnier – Sarah Bernhardt brilhava
nos palcos. Todos liam Flaubert, Beaudelaire... Os franceses
redescobriam “la joie de vivre”! Festas, opulência e fausto nas
roupas femininas. A expansão das redes ferroviárias e viajar
era a nova aventura. Os ricos e elegantes deviam dobrar cuidadosamente
suas vestimentas e guardá-las em baús. O baú
representava um “tesouro”, era sinônimo de “poder”!
Louis Vuitton revolucionava “A Arte de Viajar”. A exposição
“Volez, Vaguez, Voyagez” (“Voe, Navegue, Viaje”) em 2012
no Musée des Arts Décoratifs, mostra de forma suntuosa
toda esta trajetória. Em 2021, é comemorado o bicentenário
do nascimento do fundador. Nada menos de 200 créateurs são
convidados para interpretar este “objeto”. Total liberdade,
realidade e fantasia, o belo associado ao prático, a arte ao
funcional, que são alguns leitmotivs da marca.
Realmente, Nicolas Ghesquière se sente um estilista
de sorte por poder trabalhar com tantos recursos, realizar
suas criações com absoluto perfeccionismo, e com chave de
ouro seus espetaculares desfiles. As passarelas são galerias
de arte. Moda e arquitetura como um todo. A escolha da
locação vai influenciar diretamente o processo criativo das
coleções e vice-versa.
Então viagens em ritmo non-stop. Ele está sempre pronto
para fazer as malas e embarcar. Os lugares muitas vezes guardados
no coração de viagens feitas há alguns anos. As mulheres
líderes, pioneiras, que evoluem em seu tempo, são um ponto
de partida. Ele gosta do estranho, da surpresa nada óbvia, o
contraditório. O passado e o presente projetado no futuro,
a história real e o sonho sublime, a natureza e o concreto.
O MAC de Niterói foi um destes. A arquitetura modernista
de Oscar Niemeyer emoldurada de verde e azul. “Eu tive a
impressão que a vegetação explodia do asfalto”.
No terminal TWA (Aeroporto Internacional J. Kennedy,
NY, EUA) projetada pelo finlandês Eero Saarinen foi uma
espécie do laboratório de Jurassic Park. O espaço estava sendo
totalmente reformado e plantadas centenas de árvores.
A Foundation Maeght (Saint-Paul de Vence, França),
belíssimo hôtel particulier onde se reuniam Braque, Miró
Giacometti, o perfume silvestre e frescor artístico. O Miho
Museum (Koka, Shiga, Japão) projetado por um Impei, verdadeiro
santuário com vista para o vale de uma outra cidade.
Responsável, dedicado e um apaixonado por Louis
Vuitton, “a maior benção é sobretudo poder estar fazendo o que
mais gosto”, Nicolas Ghesquière não nega a possibilidade de
um dia lançar uma etiqueta com seu nome... E cita Rimbaud:
“A vida é um outro lugar.”
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UM "TOUR" NOS MUSEUS,
MOMENTOS MARCANTES
NA CAPITAL FRANCESA
Aquarela em
{ Beaux-Arts }
Pa r i s
Louvre milenar
O Louvre tem quase mil anos, pois foi inicialmente erguido no ano de 1190 como um forte, e no
século XIV passou a ser uma agradável residência real. Sob o reino de François I se transformou num
palácio da Renascença e sob Catherine de Médicis ganhou contornos de uma cidadela real com o
Jardim das Tulherias. Passou a ser um museu no ano de 1793, no período revolucionário, e já possuía
uma vasta coleção de obras de arte que remontam ao século XV. É sob Napoleão III que o Louvre
adquire seu aspecto atual, com a construção da ala Denon ao lado do rio Sena, e da ala Richelieu
no lado da Rua Rivoli. A pirâmide de vidro de autoria do arquiteto I.M. Pei esgueirou-se entre os
monumentos do passado, e é claro, também causou polêmica. Hoje forma um link entre os séculos e a
contemporaneidade. Isto é uma característica constante na Cidade Luz, onde história e modernidade
andam de braços dados.
Paris é encantadora, como uma bela
mulher cheia de charme. Com dois mil
anos de história, a capital se descortina
em monumentos históricos e marcos
arquitetônicos. Destino cultural por
excelência, ela possui um número
incalculável de museus, começando
pelas grandes instituições até espaços
pequenos e insólitos que poucos têm o
privilégio de conhecer.
O que propomos é um tour por alguns
museus de arte marcantes da capital:
para os amantes de arte moderna e
contemporânea: o Centro Pompidou
é imprescindível; para os ligados em
história da arte e arquitetura, a direção
do Louvre é a coisa certa; e para os loucos
pelo Período Impressionista, a visita
à antiga estação ferroviária D’Orsay
é obrigatória.
A essência destes batimentos monumentais
foi capturada com sensibilidade
e perfeição nos sketches e aquarelas de
Fabrice Moireau que preservou o lado
romântico de Paris. O artista é um
diletante que adora capturar durante
suas jornadas os aspectos culturais
e etnográficos dos lugares por onde
passa. Ele é particularmente sensível à
herança arquitetônica, e ama retratar
a natureza, as plantas e jardins que
acompanham esses monumentos. Ele
preza a atmosfera dos locais, e seus
desenhos capturam a luminosidade dos
sítios retratados em diferentes horas do
dia. Não é à toa que ele seja graduado
pela École Nationale Supérieure des
Arts Appliqués et de Métiers d’Art,
em Paris.
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{ Beaux-Arts }
Beaubourg branché
O Centro Georges Pompidou está no coração histórico de Paris, pertinho
do antigo mercado Les Halles e do Hotel de Ville. Para criar o grande espaço
expositivo de arte moderna e contemporânea, o arquiteto italiano Renzo Piano e
o britânico Richard Rogers decidiram colocar as entranhas do prédio para fora.
Escadas rolantes, tubos e dutos de ar condicionado ganharam cores e vidas
segundo suas funções: azul para o ar condicionado, vermelho para a circulação,
verde para o encanamento e amarelo para a eletricidade. Pequeno detalhe:
quando o Beaubourg ficou pronto em 1977, gerou uma onda escandalosa de
protestos, só comparável ao outro grande monumento da capital, a Tour Eiffel.
Orsay impressionante
O Museu d’Orsay era uma antiga estação de trem repaginada para abrigar os mestres do
Impressionismo. Ela foi construída no final do Século 19 para celebrar a glória das estações
ferroviárias e suas incríveis locomotivas. Hoje o vapor das caldeiras foi substituído pelas obras de
Gauguin, Van Gogh e Monet. Há um grande silêncio no lugar do burburinho do apito dos trens
chegando às plataformas. O quadro de Van Gogh “L’Église d’Auvers-sur-Oise” está pendurado na
parede no lugar dos posters que anunciavam a cidade de Arcachon e os benefícios das férias à
beira-mar. O presidente que encomendou a transformação da estação em museu era de direita, o seu
sucessor que completou a tarefa era de esquerda. E assim é regida a República Francesa.
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{ Instituto Rosemberg }
Formador dos
futuros líderes
O INSTITUT AUF DEM ROSENBERG PROMOVE
CURSOS DE STEM QUE INCLUEM ATÉ AMBIENTES
TERRESTRES E EXTRATERRESTRES FUTUROS
SIMULADOS EM 3D EM TAMANHO REAL.
Fundado em 1889, o Institut auf dem
Rosenberg é um prestigiado colégio
interno e semi-interno internacional
localizado na cidade de St. Gallen, a 80
km de Zurique, na Suíça. Ele oferece
um ambiente de aprendizado inédito,
inovador e de última geração em STEM
(Ciência, Tecnologia, Engenharia e
Matemática) para moldar jovens entre
6 e 18 anos em líderes responsáveis.
O primeiro a oferecer o programa
HumaniX, que estimula a convivência
bem-sucedida com inteligência artificial,
robótica e com espaços hi-tech. Um deles
é o SAGA Space Habitat, formado por
ambientes em 3D em tamanho real que
simulam projetos arquitetônicos dos
quais os humanos precisam para prosperar
no futuro, seja na Terra ou no espaço.
Pode parecer ficção, mas a nossa
sociedade se torna cada vez mais dependente
da tecnologia. Prevê-se que os
empregos STEM crescerão 10,5% entre
2020 e 2030, em comparação com 7,5%
para os demais.
“Na Rosenberg, acreditamos que STEM
deve ser parte integrante da educação de todos os
alunos, independentemente de sua origem, raça,
gênero, interesses ou carreira desejada. Criamos
um programa integrado para envolver e desafiar
as mentes jovens por meio de experiências
interativas e da aplicação de conceitos na vida
real”, explica Anita Gademann, diretora e
chefe de inovação da Rosenberg.
No Rosenberg, o objetivo é fornecer aos
futuros líderes uma exposição precoce à
tecnologia avançada e à exploração espacial,
permitindo que eles abordem e resolvam
questões para o futuro da humanidade.
Muitos dos cursos STEM da
Rosenberg são ministrados no Future
Park, um espaço experimental ao ar
livre de última geração, onde os alunos
realizam projetos orientados nas áreas
de ciência, tecnologia e design. Lá os
alunos interagem, por exemplo, com
o famoso robô Spot, que se locomove
usando sensores avançados. Ao lado fica
o The Climate Garden, um jardim que
demonstra as condições meteorológicas
previstas para 2085 resultantes do
aquecimento global a fim de promover
o pensamento crítico.
Outro espaço é o The Vertical
Farmand Farm Bot onde os alunos
criam uma fazenda com agricultura
vertical e automatizada que
reduz os custos de produção e protege
os recursos naturais para a próxima
geração do Instituto.
No Creative Lab, eles assumem
estações de trabalho dedicadas à arte,
design e tecnologia, incluindo codificação
e robótica para o desenvolvimento
de projetos de energia autossustentável
e novas aplicações para as Wind Trees,
que coletam energia eólica para alimentar
a maioria dos dispositivos eletrônicos
no Climate Garden, a frota de Audi
e-trons da escola e o Space Habitat.
“No Rosenberg, o objetivo é fornecer aos
futuros líderes uma exposição precoce à tecnologia
avançada e à exploração espacial, permitindo
que eles abordem e resolvam questões
complexas de um ponto de vista colaborativo
e holístico para o futuro da humanidade”,
explica Bernhard Gademann, diretor
geral do Rosenberg.
INSTITUT AUF DEM ROSENBERG
Höhenweg 60, 9000 St. Gallen, Suíça
Tel.: +41 71 277 77 77
K www.instrosenberg.ch
k info@instrosenberg.ch
Q @instrosenberg
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{ Belle Arti }
A mecenas Peggy
Guggenheim
foi imortalizada
nos mosaicos
de Orsoni para
comemorar o 60°
aniversário da
Collection
GUGGENHEIM
P E
G
G
Y
ARTE EM VENEZA
A AMERICANA QUE FOI PARA EUROPA CONQUISTAR
A ARTE CONTEMPORÂNEA, ADQUIRIU UM PALAZZO E
SE TORNOU A GRANDE MECENAS DO SÉCULO XX
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{ Belle Arti }
“
Presume-se sempre que Veneza é a cidade ideal para
uma lua de mel, mas é um erro grave. Viver em Veneza,
ou simplesmente visitá-la, significa se apaixonar por
ela, e no coração não sobra espaço para mais nada.”
Peggy Guggenheim
O Palazzo Venier dei Leoni no Grand Canale em Veneza que abriga o museu criado por Peggy
Peggy Guggenheim num dos salões de sua casa, rodeada por sua coleção de obras do século XX
PEGGY GUGGENHEIM é descendente de
duas famílias judaicas prestigiosas, com origens repletas de
histórias surreais.
Um dos seus avôs nasceu como Jesus Cristo em cima de
um estábulo na Bavária, enquanto o outro era um mascate.
Se ambos começaram a vida de maneira super modesta, eles
acabaram em grande pompa: um se tornou banqueiro e outro,
dono de minas de cobre.
Peggy nasceu em Nova York em 1898 e um dos eventos
marcantes de sua adolescência foi o desaparecimento do pai
no naufrágio do Titanic. Ela nunca se conformaria com o
Óculos criados especialmente para Peggy
pelo artista americano Edward Melcarth
evento e durante toda sua vida esteve em busca de um homem
protetor, que substituísse a figura do pai.
Aos 20 anos, ela trabalhou numa livraria em Manhattan
onde freqüentou um circuito artístico intelectual, conhecendo
aquele que seria seu primeiro marido, Laurence Vail. Ele
era escritor dadaísta e artista de colagem de grande talento.
Em 1921, Peggy e o marido viajaram para a Europa e
passaram a frequentar toda a boemia parisiense e o círculo
de americanos expatriados, como Brancusi, Djuna Barns e
Marcel Duchamp, que seriam seus amigos pelo resto da vida.
Em 1938, incentivada por sua amiga Peggy Waldman, abriu
uma galeria de arte em Londres, chamada de Guggenheim
Jeune Gallery, que marcou o inicio de sua carreira e que
mudaria também o rumo de toda arte do pós-guerra.
Foi seu amigo Samuel Beckett que a aconselhou a se
dedicar totalmente à arte contemporânea, que para ele era
uma “coisa viva”. Marcel Duchamp teve um papel primordial
na formação de Peggy, apresentando-lhe aos jovens artistas,
mostrando as diferenças entre arte abstrata e surrealista
A primeira exposição apresentou os trabalhos de Jean
Cocteau, enquanto a segunda foi a primeira individual de
Vassily Kandinsky na Inglaterra.
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{ Belle Arti }
Na abertura da Biennale de Veneza de 1948,
Peggy arranja um mobile de Calder
A obra “The Studio” de Pablo Picasso, 1928,
óleo sobre tela
“The Birth of Liquid Desires” de Salvador Dalì, 1932,
óleo sobre tela
“Voice of
Space” de René
Magritte, 1932,
óleo sobre tela
“Mural” de Jackson Pollock, 1943, óleo sobre tela
“The Red Tower” de De Chirico, 1913, óleo sobre tela
Em 1939, ela resolveu abrir um museu de arte moderna em
Londres convidando seu amigo Herbert Read para assumir
o cargo de diretor.
No início dos anos 1940, em plena Segunda Guerra, Peggy
formou sua coleção comprando um quadro por dia! Algumas
das obras-primas como, trabalhos de Francis Picabia, Georges
Braque, Salvador Dalí e Piet Mondrian, são desta época.
Ela deixou Fernand Léger boquiaberto, adquirindo seu
quadro Men in the City no mesmo dia em que Hitler invadiu a
Noruega. A escultura de Brancusi, Bird in Space, foi comprada
quando os alemães estavam às portas de Paris.
Era tempo então de se refugiar com seu novo marido,
o artista Max Ernst, em Nova York, onde imediatamente
abriu um espaço para um novo museu de arte moderna,
enquanto aumentava o seu acervo. Por ali passariam muitos
jovens artistas da época, como Robert Motherwell, William
Baziotes, Mark Rothko, David Hare, Janet Sobel, Robert de
Niro Sr., Clyfford Still e Jackson Pollock, o “star” da galeria,
que fez sua primeira exposição individual com Peggy em 1943.
Ela foi responsável por introduzir o expressionismo abstrato,
o primeiro e genuíno movimento de arte americana
de importância internacional.
Em 1948, ela foi convidada a participar da Bienal de Veneza,
onde apresentou aos europeus artistas como Arshile Gorky,
Jackson Pollock e Mark Rothko, e a presença de cubistas,
abstracionistas e surrealistas fez com que o pavilhão apresentasse
um amplo e coerente painel do modernismo. Neste
mesmo ano, ela comprou o Palazzo Venier dei Leoni no Grand
Canale, em Veneza, onde se instalou.
Em 1949, organizou uma exposição de esculturas em seus
jardins e dois anos depois abriu sua coleção para a visitação
do publico. Durante seus 30 anos em Veneza, ela continuou
colecionando arte e apoiando artistas americanos e europeus.
Nos anos 1960, ela recebeu o título de cidadã honorária de
Veneza. Peggy foi convidada pelo museu fundado pelo seu tio,
o Solomon R. Guggenheim, em Nova York, para exibir toda
sua coleção. Foi nesta ocasião que ela resolveu doar seu palácio
com todas as obras de arte para a Fundação Guggenheim.
A carreira de Peggy Guggenheim faz parte da história
do século XX, pois tomou como sua missão desenvolver e
proteger a arte de sua época. Sua coleção segue sendo uma
das mais relevantes de arte moderna do mundo.
K www.guggenheim-venice.it
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{ Top Motors }
A Bugatti Atlantic
Tipo 57S foi
considerado o
carro mais lindo
até a década de
1930, pela sua
linha dorsal ‘sem
emendas’ de
ponta a ponta.
Tendência muito
copiada pelos
designers de hoje
RALPH,
YOU CAN
DRIVE MY CAR
O DESIGNER RALPH LAUREN LEVOU
EXEMPLARES RAROS DE SUA PREMIADA
COLEÇÃO DE CARROS ESPORTE ANTIGOS
PARA ‘PASSEAR’ NUMA EXPOSIÇÃO NO
MUSÉE DES ARTS DÉCORATIFS, EM PARIS
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{ Top Motors }
Ralph: “Não
compro carros
para impressionar
nínguem”
A Ferrari TR, mais
conhecida como
Testa Rossa, é um
modelo de corrida
construído nos
anos 1950 e 1960,
quando dominou
as 24 Horas de
Le Mans
Entre os colecionadores de automóveis mais importantes
do mundo, Ralph Lauren é sinônimo de excelência, sendo
esta a mais valiosa coleção nas mãos de um particular. “Eu
sempre admirei as coisas atemporais, e alguns dos carros
que venho colecionando contêm essa mensagem de eterna
beleza.” Dezessete dos seus carros esporte clássicos foram
selecionados pelo especialista Rodolphe Rapetti, com
curadoria de Jean-Michel Wilmotte. A odisseia dos carros
conta a história da indústria automobilística na Europa.
Ela vai de um Bentley Blower de 1929 que apareceu num
dos primeiros filmes de James Bond até uma McLaren F1
LM tangerina de 1996, que faz de 0 a 100 milhas por hora
em 5,9 segundos. Fazem parte da exposição ainda uma
Bugatti Atlantic Coupé de 1938, um Jaguar XKD de 1955 e
quatro Ferrari Testa Rossa de 1958. O show também conta
com projeções de filmes dos diversos carros nas pistas de
corrida, assim como gravações de audio das máquinas em
ação, completando esta experiencia multi-sensorial.
O curador Rodolphe Rapetti explica que “a beleza não
é apenas externa, mas também interna, pois cada carro
é uma obra de arte do ponto de vista mecânico”. Podem
ser admirados ainda modelos raros como o Alfa Romeo
Monza 8C 2300 de 1931, Jaguar XKSS de 1956, Mercedes-
Benz SSK “Count Trossi” de 1930 e Porsche 550 Spyder
de 1955. Rapetti conclui que “se você pensar na maioria
dos artistas do século 20, como Picasso, André Derain,
Françoise Sagan, verá que eles sempre tiveram interesse
por carros. É algo inato de pessoas que estão envolvidos
com o processo criativo”.
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{ Top Motors }
Ralph Lauren deu esta entrevista para o curador Rapetti:
Quando e como você começou a colecionar carros?
Eu não me considero um colecionador de automóveis. Eu
penso que eles são parte de mim. Isto é um divertimento,
como brinquedos e quando você começa a experimentar e
brincar, logo já está adquirindo. Cada carro proporciona uma
sensação diferente. Pode ser uma Bugatti ou um Morgan,
minha coleção reflete essa diversidade. Nunca comprei
carros para impressionar ninguém.
Alguns dos modelos de sua coleção são artesanais. Qual
a relação deste fato com a moda?
Para mim, os carros são verdadeiras obras de arte. Na
minha coleção, alguns dos mais antigos eram realmente
artesanais. Os acabamentos e os detalhes em metal foram
feitas por artesãos. Eu sempre gostei destas máquinas
criadas por pessoas que levam sua paixão de fabricar belas
formas e sons que dão prazer. Ettore Bugatti era um artista
deste tipo. Seus carros eram criações de uma equipe de
artesãos. Eu adoro este aspecto tradicional, que traz o DNA
do fabricante. Hoje, o design de automóvel é muito mais
sofisticado, mas o que eu gosto de colecionar e dirigir são
sempre os modelos especiais, com uma identidade artística
própria. O trabalho manual é essencial na minha atividade
criativa. Muitos dos nossos produtos, como bolsas e relógios
são feitos à mão por artesãos de todo o mundo. Esses objetos
são muito atraentes porque têm uma atemporalidade que
os torna objetos de coleção.
Como se traduz esta sua paixão pela coleção de carros
no processo de criação de moda?
Minha vida, meu trabalho, coisas que gosto e pessoas que
conheço são para mim uma fonte contínua de inspiração.
Estou constantemente à procura de ideias para desenvolver
a minha visão criativa. Os automóveis têm sido sempre um
elemento enriquecedor neste processo. Quando eu olho
para um carro, posso gostar de suas elegantes tomadas
de ar, de uma fileira de rebites de aço, de uma calota ou de
uma tampa do tanque de combustivel, ou até um volante
bom de ‘pegar’. E porque não um painel de couro creme, um
detalhe de acabamento em madeira, o toque e até o cheiro
do couro dos bancos me inspiram. Alguns anos atrás eu
fui influenciado pela fibra de carbono da minha McLaren.
Fiquei impressionado com a idéia de que essas cinquenta e
quatro camadas de tecido de carbono, que eram encontradas
somente no jatos e carros de corrida, poderia ser usado
para fazer uma cadeira ao mesmo tempo confortável e
resistente. Quando no ano passado lançamos a coleção de
relógios da Ralph Lauren, a inspirção veio do meu Bugatti
Atlantic, no espírito das linhas puras do carro.
Você seria capaz de criar um carro?
Desenhar um carro e uma coleção de moda exigem know
how e inspiração, mas são duas coisas totalmente diferentes.
Eu sei do que gosto em um carro, mas nunca poderia ser
um designer de carros. Escolher a cor de um carro não é
brincadeira, tenho imenso respeito por aqueles que fazem
a coisa certa. Eles levam seu ofício tão a sério como eu
A Mercedes-Benz
SSK “Comte
Trossi”, de 1930
A Alfa Romeo 8C
2900 Mille Miglia,
de 1938
conduzo o meu. Quando eu era jovem, via um Bentley ou um
Mercedes e dizia: “Oh, este carro é tão bonito! Olhe para o
interior em couro, o painel de instrumentos escovado”. Em
seguida, admirava um Porsche, mais austero e minimalista.
Se você me perguntasse qual era o mais bonito, eu tinha
argumentos para os dois. Eu não acho que jamais seria
capaz de conceber um Porsche ou um Bentley. Mas seria
capaz de deixá-los até mais bonitos.
K www.lesartsdecoratifs.fr
Tão logo foi
lançado nas pistas
de corrida em
1954, o Jaguar
D-Type causou
sensação
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Mitsubishi L200 Triton Sport
IDEAL PARA
TODAS AS
SITUAÇÕES
UMA PICAPE
CABINE DUPLA,
DIESEL, COM
PNEUS ROBUSTOS,
SISTEMA DE
TRAÇÃO 4X4
COM DIVERSAS
FUNÇÕES, COMO
MARCHA REDUZIDA
E BLOQUEIO DE
DIFERENCIAL – OK,
VOCÊ NÃO PRECISA
SABER O QUE
É ISSO.
Se ao ler essas palavras você imaginou
um carro no meio de uma estrada
de terra, enfrentando buracos imensos
ou mesmo puxando um arado dentro
de uma plantação de qualquer coisa em
um lugar muito longe da sua realidade,
pode começar a rever seus conceitos.
A picape Mitsubishi L200 Triton
Sport é, de fato, perfeita para esse tipo
de situação. Mas se por um lado o “habitat
natural” de um veículo como esse
são as trilhas fechadas e as estradas de
terra em geral que ocupam a maioria das
vias no Brasil, é na cidade que o veículo
se mostra extremamente desenvolto,
repleto de tecnologias e sistemas ativos
de segurança que a tornam muito confortável,
inclusive no asfalto.
Sim, há tempos uma picape como
essa deixou de ser um veículo focado
apenas no trabalho rural, para se tornar
tão confortável quanto um SUV
de luxo, com a vantagem de ostentar
uma capacidade de carga que só uma
caçamba pode ter.
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Mitsubishi L200 Triton Sport
A picape Mitsubishi L200 Triton Sport
é perfeita para um estilo de vida cidade
e campo, cheio de novos caminhos e
desafios. O seu “habitat natural” podem
ser as trilhas e estradas de terra no
interior do Brasil, bem como nos limites
das cidades, onde a imponente e moderna
Triton Sport, repleta de tecnologias e
sistemas ativos de segurança, mostra
performance no asfalto e extremo
conforto na sua cabine, considerada a
melhor da categoria picapes.
Ter a praticidade de uma caçamba
com trava e poder levar o que bem
entender, sem precisar daquela destreza
em organização de porta-malas para
que tudo caiba também é algo que, para
muitos, pode ser um alívio.
E dentro desse segmento, a linha
L200 Triton Sport 2023 é a melhor
opção que você pode ter. Além de ter
o design mais bonito do mercado – ok,
isso é relativo, mas suas linhas agradam
e muito quem vê a picape pelas ruas –,
ela também traz todo o DNA robusto e
tecnológico da Mitsubishi, com a vantagem
de ser produzida aqui mesmo,
no Brasil, na cidade de Catalão (GO).
Mais que isso, a picape de renome
da Mitsubishi Motors entrega tanta
tecnologia embarcada, tantos sistemas
de segurança que, ao dirigi-la, você se
sente em veículo de alto luxo. A câmera
de ré, os sensores de estacionamento
na parte da frente e de trás do carro,
outros que avisam nos espelhos retrovisores
a presença de algum outro veículo
no ponto cego, as tecnologias de piloto
automático adaptativo e de frenagens de
emergência fazem a picape “encolher”
na cidade. Como assim? Tudo isso faz
você jurar que não está a bordo de uma
picape de mais de 5 metros de comprimento
e quase dois de largura.
O fato de ela ter o menor raio de
giro da categoria também ajuda bastante,
uma vez que ela precisa de muito
menos espaço para realizar manobras
mais difíceis, como balizas.
Outras tecnologias da L200 Triton
Sport 2023, como regulagem automática
de faróis – que diminuem de intensidade
assim que outro veículo surge no
horizonte de forma a não ofuscar a visão
do motorista –, assistente de partida em
rampa, assistente de descida e aviso de
mudança de faixa tornam a experiência
a bordo muito mais segura.
Passar pelos buracos, valetas, lombadas
e pelas infinitas imperfeições do
asfalto das cidades e estradas brasileiras
é uma tarefa ridiculamente fácil para a
L200 Triton Sport e imperceptível para
seu motorista e passageiros.
Mais que isso, a picape conta com um
exclusivo sistema de tração 4x4 que vai
muito além do tráfego na terra. Ele também
é perfeito para ser usado no asfalto,
especialmente em situações de piso
molhado, onde o veículo precisa de mais
aderência para não derrapar.
O motor 2.4 Turbodiesel em nada
lembra aqueles antigos motores que, ao
serem ligados, faziam todo o veículo trepidar
e emitiam um som bem desagradável.
A experiência de se entrar no veículo,
apertar o botão da ignição – sim,
esqueça as chaves, elas podem ficar no
seu bolso –, conectar seu celular no
sistema de entretenimento JBL compatível
com Android Auto e Apple CarPlay
e sair por aí sem se preocupar com mais
nada, é única.
O tanque de combustível de 76 litros
te permite rodar mais de 800 quilômetros
sem necessidade de reabastecimento.
Ou seja, para o dia a dia na cidade,
parar no posto será uma tarefa mensal,
ou mais que isso. Na estrada, a autonomia
permite ir para a praia ou para o
campo, rodar lá, voltar para a cidade e
poder abastecer sempre no seu posto
de confiança.
Se, por tudo isso, você ainda não se
convenceu que ter uma L200 Triton
Sport é realmente uma boa ideia, sugiro
que faça um test drive e entenda o que
estamos tentando dizer.
K www.mitsubishimotors.com.br
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{ Belle Arti }
A viagem dos glitterati
ATRAVÉS DOS SÉCULOS A ITÁLIA EXERCEU UM FASCÍNIO LITERÁRIO INDESCRITÍVEL
PARA OS QUE AMAM A SANTA TRINDADE DE IGREJAS, RUÍNAS E CAFÉS
4 5
1
2 3
No inicio do Império Romano,
quando Roma era considerada “a
cidade das cidades”, ela atraía os
melhores escritores e artistas dos
tempos clássicos, que vinham em busca
de fama, fortuna e um rico mecenas.
Nada então muito diferente dos dias
de hoje, não é?
Séculos depois da queda do Império,
outro tipo de peregrino invadiu Roma,
fascinado pela cristandade e o papado,
e um intenso respeito pelos lugares de
culto. Mas, nos anos 1600, os peregrinos
religiosos se juntaram aos criativos e a
cidade passou a ser um must do grand
tour literário.
Um marco importante se encontra
na Piazza di Spagna no n° 26, um museu
dedicado aos poetas John Keats e Percy
Bysshe Shelley. Nesta morada, John
Keats passou os três últimos meses desesperados
de sua vida, e a casa abriga hoje
inúmeros manuscritos de outros escritores
ingleses e americanos do século XIX, como
os poetas Lord Byron e Lord Tennyson,
o autor teatral e novelista Oscar Wilde e
o ensaísta William Hazzlit. A biblioteca
toda de madeira escura possui 800 volumes,
textos manuscritos e memorabília
de todos esses intelectuais, e passar uma
tarde por aqui e mergulhar na vida desses
autores é um programa instigante.
1 A pintura de Renato
Guttuso retrata a
atmosfera caótica e
composta do Caffè Greco
de Roma, um dos maiores
símbolos dos anos
1970: política, negócios,
literatura, mundanismo,
imaginação, solidão,
personagens famosos e
turistas fizeram a fama
deste lugar de encontros,
onde Mr. Nobody pode
sentar-se ao seu lado
2 A casa romana dos
poetas John Keats e
Percy Bysshe Shelley,
que abriga hoje inúmeros
manuscritos de outros
escritores e poetas como
Lord Byron e Oscar Wilde
3 O Babington’s English
Tea Room nas escadarias
da Piazza di Spagna
data de 1700, e continua
oferecendo sua pedida
perfeita: um prato de
rosbife com legumes
e, depois, docinhos
com chá em meio ao
mobiliário de época e
assoalhos que rangem
Quando a fome bater, a poucos passos
daí, no n° 23, pode-se passar momentos
agradáveis no Babington’s Tea Room que
data de 1700, saboreando um café em
meio ao mobiliário de época de cores
sombrias e assoalhos que rangem.
Por toda parte nos arredores da
piazza, podemos mapear o roteiro dos
intelectuais: Scott e Zelda Fitzgerald,
que passaram o inverno de 1924 no n° 15,
e Lord Byron que começou a escrever
seu épico A Peregrinação de Childe Harold
no n° 66. Já no n° 86 encontra-se o famoso
Caffè Greco, onde por mais de dois
séculos uma multidão de escritores animados
fumou, bebeu e fofocou em seus
minúsculos ambientes. Nele poderíamos
encontrar Casanova, Goethe ou o russo
Nikolai Gogol, o americano Mark
Twain e os poetas ingleses Brownings
e Robert e Elizabeth Barrett.
Quando o escritor Stendhal chegou
em Florença, já nas primeiras horas saiu
em disparada para a Galleria Degli Uffizi
para admirar sua magnífica coleção
de pinturas e esculturas. Depois ainda
deu um pulo até o sublime Palazzo Pitti
onde se extasiou com Rafael, Ticiano e
Rubens. À noite ao chegar, sentiu-se mal
depois de jantar uma bisteca alla Fiorentina.
Mas passou tão mal que baixou ao hospital.
Foi examinado e nada foi encontrado.
Na manhã seguinte descobriu-se tratar
de uma doença causada pela observação
da extrema beleza em museus e até nas
próprias ruas. E esta doença passou a ser
conhecida como Síndrome de Stendhal.
E não bastasse tudo isto, os fiorentinos
também são fortíssimos em literatura.
Foi aqui, na Ponte Vecchio que Dante
Alighieri no Século XII escreveu sua A
Divina Comédia, que é um marco que
serviu para estabelecer o dialeto toscano
e a língua italiana. Foi aqui também
que o poeta e humanista Petrarca e
seu amigo íntimo Boccaccio, autor dos
contos do Decameron, que descrevem
brilhantemente a vida na Florença do
Século XIV. Esta tradição foi retomada
nos anos a vir por Maquiavel, Vassari
e outros.
Já Veneza deixa a sensação de termos
devorado uma caixa inteira de chocolates
recheados com licor de uma só
vez! Foi assim que o escritor americano
4 “Dante e Beatrice”
na Ponte Vecchio em
Florença, numa pintura
datada de 1884 do artista
Henry Holiday
5 Zelda e Scott
Fitzgerald com a filha
Frances num passeio à
tarde pelas ruas de Roma
nos anos 1920
6 O jovem Truman
Capote já freqüentava o
Harry’s Bar de Veneza
nos anos 1950: “Todos
os escritores – grandes
ou pequenos – são
bebedores compulsivos,
porque começam os seus
dias completamente em
branco, sem nada”
7 Ernest Hemingway e
o fundador e proprietário
do Harry’s Bar Giuseppe
Cipriani, com o barman
Ruggero Caumo
degustam, seus Bellinis
Truman Capote descreveu a sensação de
estar nesta cidade única, no nostálgico
pós-guerra onde os coquetéis no mítico
Harry’s Bar custavam apenas 25 centavos
de dólar e um suculento bife apenas um
pouquinho mais... Em 1956, em uma
de suas visitas quando se hospedava no
palazzo da mecenas Peggy Guggenheim
às margens do Grand Canal, enquanto
preparava um de seus romances, Capote
mais uma vez elegeu o Harry’s Bar sua
sala de estar. Outro fascinado por um
drink com álcool em altíssimos graus,
Ernest Hemingway confessou ao novelista
Anthony Burgess, “Veneza tornou-se
minha nova amante”.
6
7
No decorrer da história, Veneza transformou-se
num dos principais destinos
literários da Europa, e por paradoxal que
pareça, foram os escritores anglo-saxônicos
e não os italianos, como observou
James Morris no seu clássico Veneza: “Sua
história estranha, seu brilho tão particular e a
enorme melancolia de sua lagoa, cercada por um
mar revolto e esplendoroso, faz com que Veneza
seja até os nossos dias uma cidade única entre as
cidades.” E não podemos excluir William
Shakespeare, que ficou fascinado com a
reputação da cidade, dedicando duas de
suas peças, Otelo e O Mercador de Veneza,
sobre vida, morte e traição, a uma cidade
mítica onde nunca esteve.
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{ Traveler Chic + Florença }
K www.baglionihotels.com
Q @relaissantacrocebybaglioni
BAGLIONI RELAIS SANTA CROCE
Suntuosa casa
renascentista
no coração
de Firenze
esta bela propriedade
que o tesoureiro do
papa, o marquês giovanni
maria baldinucci,
construiu em meados
de 1700 foi totalmente
restaurada, preservando
sua estrutura e
afrescos, e hoje é a casa
do relais santa croce
by baglioni hoteis &
resorts nesta firenze
que se mantem fiel
à arte. POR Cristina Schleder
UNA STAGIONE AL RELAIS
SANTA CROCE BY BAGLIONI
Uma temporada no hotel,
cercada por seus tesouros
artísticos, é tão suntuosa
quanto o italian style
com arte, moda, tradição,
sabores, detalhes e este
histórico palazzo
Ao cruzar a porta da entrada, duas colunas trazidas de
Roma, fui subindo os degraus ladeados por paredes e ferragens
delicadas, que me direcionaram para um living/lobby
renascentista com pé direito digno de museu. Através de uma
das portas, que estava entreaberta, vi um piano de cauda na
Sala della Musica onde acontecem recitais e apresentações
de pequenas peças para os hóspedes.
Quando entrei na minha suíte, fui atraída pela vista. Lá
estava a Basílica de Santa Croce com sua fachada branca
e, como diz a lenda, foi fundada por São Francisco de Assis.
Algumas das suas 16 capelas têm afrescos pintados pelo Giotto
di Bondone. E para completar sua magnitude lá estão os
grandes mausoléus em mármore, como os de Michelangelo,
Galileo, Machiavelli, Rossini, Bartolini e Marconi.
As cores terrosas da cidade entram nos detalhes e nos
materiais das 24 espaçosas suítes que têm o toque do
design contemporâneo italiano. Extremamente acolhedoras
e elegantes, cada uma tem sua espacialidade própria,
mas sempre respeitando a riqueza decorativa do projeto
inicial do palácio. Os modernos banheiros de mármore se
integram ao ambiente clássico com muita harmonia e são
abastecidos pelos produtos Della Luna.
E o que falar do fascinante apartamento Santa Croce
Royal Suíte que, com seus afrescos, cria um ambiente quase
divino por suas pinturas de céus, anjos e nuvens. E detalhe:
é a solução ideal para uma grande família que quer total
privacidade, pois ele pode ser completamente separado do
resto do hotel. E desta forma, a família terá sua casa em
Firenze com o impecável serviço Baglioni.
No primeiro andar do palazzo está o elegante restaurante
Guelfi e Ghibellini, com seu ambiente palaciano e
atendimento irretocável, que oferece os grandes clássicos da
culinária toscana de forma inovadora. Mesmo após finalizar
o jantar, não dá vontade de sair de lá, de tão delicioso que é.
E no térreo está a Enoteca Pinchiorri, que é uma instituição
no cenário gastronômico e vínico global. Com 3 estrelas
Michelin, este restaurante oferece experiências gourmet
únicas, acompanhadas por uma rara e prestigiosa carta de
vinhos. Uma combinação perfeita para as grandes surpresas.
Os hospedes têm um concierge dedicado a proporcionar
visitas e passeios exclusivos, tanto de carro como por helicóptero
em cidades vizinhas e assim podermos visitar San
Gimignano, Pisa, as famosas vinícolas Chianti de forma muito
confortável e ágil. Programar visitas guiadas culturais, visitar
os ateliês de moda e vivenciar experiências exclusivas como
degustação de vinhos especiais, aulas particulares de culinária,
de arte ou até a criação de um perfume personalizado.
Enfim, é só pedir e transformar sua estadia inesquecível.
BAGLIONI RELAIS SANTA CROCE
Via Ghibellina, 87, 50122 Florença ö Itália
Tel.: +39 055 234 2230
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{ Traveler Chic + Florença }
PORTRAIT FIRENZE,
PORTRAIT ROMA E
PORTRAIT MILÃO
São os três exclusivos hotéis
pertencentes à Lungarno
Collection que vem expandindo
seus domínios com um novo
estilo de hospitalidade, envolta
numa extraordinária elegância
para tornar os serviços mais
vibrantes, personalizados
e potentes
PORTRAIT FIRENZE
K www.lhw.com
A elegância e o
requinte da família
Ferragamo na gestão
a sensação que tive ao entrar no portrait firenze, da lungarno
collection, foi a de ter voltado aos dourados anos 1950 do
nascimento da alta moda italiana através da ambientação e das
icônicas fotos que estão em destaque nas paredes dos seis andares
do hotel. ali estão as personalidades do mundo do cinema, da
moda e das artes de quando começaram a circular pela cidade.
as fotos foram escolhidas a dedo em importantíssimos arquivos
como alinari, giorgini, locchi e torrini. POR Cristina Schleder
O hotel Portrait Firenze está justamente às margens do
rio Arno e juntinho à Ponte Vecchio, o que me incentivou
a dormir com as janelas abertas, que neste cenário
mágico pude avistar, também, o Palazzo Pitti do outro
lado do rio.
Ao fazer minha reserva, previamente preenchi um questionário
com minhas preferências, permitindo ao staff que
me atendesse em tudo, da forma que eu gosto, e assim o
hotel se transformou em minha residência por uns dias.
Minha bela e ampla suíte era uma das 37 do hotel, sendo
que a magnífica penthouse que ocupa o último andar e é
ampliada por seu terraço, é embelezada pelo dourado do
pôr do sol. Eu que adoro mármores, fiquei apaixonada por
meu banheiro todo em Carrara e, claro, com os exclusivos
produtos de beleza Salvatore Ferragamo, assim como suas
toalhas, chinelos e roupões.
Michele Bönan, arquiteto e designer de interiores
de Firenze, buscou a harmonia do todo, usando várias
combinações de tons com claros cinzas fosco e brilhante,
cintilantes metais dourados e os marrons do calor da
madeira. Trouxe tecidos relaxantes e quentes, sempre
agradáveis e suaves ao toque. Criou a atmosfera certa
para a arte de receber e fez do Portrait Firenze uma
obra-prima aristocrática.
Bom, nem preciso falar que a mais avançada tecnologia
está presente em tudo, porém, segundo a Lungarno
Collection, modernidade também significa trazer de volta
o “velho” estilo clássico e tradicional de serviço. Aquele
contato humano do servir. Os hóspedes têm à sua disposição
um lifestyle assistant para atender a todos nossos desejos
e também um especialista em tecnologia para resolver
qualquer problema que tenhamos.
Sendo um hotel Pet Friendly, ele trouxe a conhecida
marca australiana Dogue para assinar os canis, tigelas e
acessórios, fazendo deles hóspedes igualmente especiais.
Mesmo na agitação do centro histórico da cidade, temos
a nossa privacidade preservada até quando estamos no
Caffè Dell’Oro, o all day dining do hotel. O premiado chef
Antonio Minichiello, que nos encanta inclusive com o visual
de seus pratos, é o encarregado de nos unir à região através
do paladar. Decorado com móveis vintage, tem enormes
janelões que dão para a rua, e assim podemos ser espectadores
do movimento e da história da cidade, absorvendo
a energia de Firenze.
PORTRAIT FIRENZE
Lungarno degli Acciaiuoli, 4, 50123 Florença ö Itália
Tel.: +39 055 2726 8000
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{ Traveler Chic + Roma }
K www.roccofortehotels.com
Q @hoteldelavillerome
HOTEL DE LA VILLE
Junção do
romano clássico com
o cool contemporâneo
a partir do áureo período do grand tour no século xviii, este edifício romano
entrou em cena como hospedagem preferida dos jovens nobres que eram
enviados por seus pais para percorrerem o mundo em busca de novas culturas.
Foi interessante chegar ao hotel e saber mais sobre a
tradição do momento Grand Tour, o intercâmbio que gerou
enorme influência na arte, política, moda e culinária dos
países europeus.
Daí surgiu a inspiração para a ambientação do Hotel
de la Ville, que captura a essência do Grand Tour, com
objetos e obras de arte que recriam essa memória e nos
faz sentir como um viajante daqueles tempos dentro da
atual atmosfera contemporânea. Eu fiquei encantada com o
super bom gosto com que eles usaram os preciosos tecidos
italianos e a refinada seleção de tapeçarias vintage. Outra
maravilha são os jardins do pátio interno que, baseados
nos dos século XVII, unem seus três edifícios num espaço
que recorda temas do Grand Tour e onde, à noite, uma luz
suave sugere a iluminação das velas daquela época.
O Hotel de la Ville tem 104 amplas suítes, compostas
por peças com referências a esse passado. Máquina para
chá e café, um bem abastecido bar, banheiros com seus
mármores esculpidos e quase todas com terraço, têm como
fio condutor a vista deslumbrante da Cidade Eterna.
Os menus ecléticos do chef Fulvio Pierangelini, que pilota
todos os restaurantes do hotel, são um sucesso absoluto.
Como ele diz, “Não é o que você prepara que importa, mas
como você prepara e monta”.
Os restaurantes do hotel têm características próprias,
como o bistrô Da Sistina. Elegante, fica aberto o dia todo e
imita em grande estilo uma trattoria típica de bairro e, numa
verdadeira viagem gastronômica, traz receitas locais para
uma atmosfera bem sofisticada. Minha escolha para o almoço
foi salada de alcachofra grelhada, ravioli e costeletas de cordeiro,
evocando os pratos tradicionais judaicos que ocupam
historicamente um lugar importante na culinária romana.
Já o restaurante Mosaico propõe pratos reminiscentes
do Império Romano, com toques culinários inspirados na
África, Oriente Médio e norte da Europa. Minha sugestão
aqui é o exótico libanês Manakeesh acompanhado de homus
e lombo de cordeiro cozido.
O Julep Herbal & Vermouth Bar é um refúgio que
propõe cocktails inspirados na “Rota das Especiarias”, rota
comercial que partia de Veneza para chegar ao Oriente.
O Terraço Cielo Bar por sua vez, tem vista de 180 graus
da bela Roma. Para personalizar sua estadia, use e abuse
do concierge. Ele providencia tudo, inclusive seu early
check-in ou late check-out.
HOTEL DE LA VILLE
Via Sistina, 69, 00187 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 977931
UNA SPA INCOMPARABILE
O Spa Irene Forte é um oásis de
bem-estar que fica aberto 24 horas por dia
focado em atender a todos os segmentos
necessários para seu corpo e alma. E se você
quiser fazer seus exercícios ao ar livre, um
personal o levará para ver a cidade de outra
forma: Art Running ou Art Cycling
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{ Traveler Chic + Roma }
THE FIRST ARTE
THE FIRST DOLCE
THE FIRST MUSICA
Os temáticos hotéis
siameses que estão
invadindo Roma
K www.pavilionshotels.com/it/rome/thefirstarte
K www.pavilionshotels.com/it/rome/thefirstdolce
K www.pavilionshotels.com/it/rome/thefirstmusica
o mundo da hotelaria de luxo vem
se transformando rapidamente e
dentro do conceito hotel boutique,
a the pavilions hotels & resorts
se instalou em roma com três
propriedades temáticas que estão
fazendo um super sucesso com seu
design contemporâneo e sua filosofia
de resort urbano. POR Cristina Schleder
INSIEME
VINCEREMO
Com senso de
hospitalidade
diferenciada e
seus conceitos
distintos, porém
complementares,
eles estão unidos
para que seus
hóspedes utilizem
qualquer serviço de
cada um dos três
hotéis irmãos que
compõe o conceito
The First Urban
Resorts romano
Em 2011, foi inaugurado o The First Arte num nobre
edifício do século XIX que, após sua restauração, introduziu
200 obras de arte de artistas italianos selecionados
para transformarem seus espaços sociais em verdadeiras
galerias de arte, sendo que cada obra pode ser comprada.
As suítes têm atmosfera íntima semelhante a uma casa
particular maravilhosamente aberta e cada uma delas expõe
um artista. O hotel tem um expert em arte de plantão para
que os pontos mais secretos de Roma sejam desvendados.
E não só de arte vive o hotel. Seu fantástico restaurante
Acquolina, pilotado pelo chef Danielle Lippi, já conquistou
sua primeira estrela Michelin.
Depois do primeiro sucesso da brand em Roma, The
Pavilions inaugurou em 2019 o The First Dolce, um projeto
inovador na Via del Corso que conta com 23 doces suítes.
Este, que gira em torno da confeitaria, tem a Pasticceria
Velo que eu diria ser bem lúdica. Seus preciosos materiais
decorativos, como o mármore amarelo de Siena, seus dourados
metais polidos e o mobiliário que parecem ser feitos
de açúcar caramelizado, são um espetáculo de originalidade.
Por isso o clássico Chá da Tarde é um momento precioso
que já se tornou um point. Os hóspedes encontrarão por
todo o hotel livros dedicados à arte da pâtisserie, um convite
para mergulhar no mundo dos doces.
E agora, em 2022, o novíssimo The First Musica abriu, com
os janelões de suas 24 suítes voltadas para a antiga Roma.
Diferente de seus 2 irmãos, ele tem uma moderna fachada
de concreto, prestando uma homenagem ao icônico Museo
dell’Ara Pacis. Em seu interior, materiais raros, como tecidos
Loro Piana e o branco do mármore de Calacatta, evocam
um ambiente calmo, afetuoso e luxuoso. Com vista para o rio
Tibre, no quinto andar está o sofisticado restaurante italiano
Oliva, que oferece um reinterpretado menu de clássicos
romanos em seus espaços internos e externos. Com música
ao vivo e DJ sets, o vibrante Bar Alto na cobertura incorpora
uma efervescência em meio a uma seleção de vinhos
raríssimos. Sereno e isolado, abaixo do nível da rua, está seu
Spa subterrâneo, que possui uma piscina aquecida, área de
bem-estar para massagens e tratamentos de beleza exclusivamente
para os hóspedes dos três irmãos The First Roma.
THE FIRST ARTE
Via del Vantaggio, 14, 00186 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 4561 7070
THE FIRST DOLCE
Via del Corso, 63, 00187 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 4542 7861
THE FIRST MUSICA
Lungotevere dei Mellini, 26, 00186 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 8620 5291
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{ Traveler Chic + Roma }
ANANTARA PALAZZO NAIADI
Mergulhe no
esplendor da
Roma antiga
o segredo de manter um edifício histórico secular
em uma atual residência palaciana. POR Cristina Schleder
K @anantarapalazzonaiadi
K www.lhw.com
Quando cheguei ao Anantara Palazzo Naiadi, este branco
palácio de mármore do séc. XIX, não imaginei que sob seu
solo estavam guardadas tantas relíquias e que suas paredes
poderiam nos contar muito da história. Fui descobrindo que
ele esteve inserido no esplendor da Roma Antiga. Sua fascinante
história arquitetônica está impressa nos elementos
originais encomendados pelo Papa Clemente XI em 1705. O
edifício suspenso foi construído sobre os antigos e luxuosos
Banhos das Termas de Diocleciano, cujas fundações
escavadas, piscinas e mosaicos podem ser vistos através
do piso de vidro do térreo do hotel.
Sua fachada arredondada fica no coração da Piazza
della Repubblica, no alto de uma das sete colinas de Roma,
a Quirinale. Imagina, então, a dimensão da beleza da vista
que se tem com Roma aos seus pés.
O magnífico pórtico neoclássico dá o tom do refinamento
ao coração do hotel. Predominantemente branco, o Lobby
Bar palaciano, que mantém seu art nouveau original, é
rodeado por colunatas, tem um enorme lustre de murano,
trabalhos em gesso decorativos e piso de mosaico histórico.
É aqui que acontecem periodicamente exposições de
arte contemporânea.
As amplas 238 suítes, em diferentes tamanhos e formatos,
estão distribuídas pelos quatro andares, sendo que suas
cores principais são o oliva e o dourado. Elas têm grandes
espelhos com molduras ricamente trabalhadas, carpetes
espessos, camas com cabeceiras forradas, lençóis de linho
com perfume de lavanda e flores, muitas flores. Todos os
banheiros são em mármore travertino esculpido. E ainda
tem 11 apartamentos duplex e duas suítes presidenciais.
LA VITA È UN VIAGGIO
A empresa de hotelaria
tailandesa Anantara nasceu
em 2001 e desde então vem
expandindo seu portfólio com
cidades cosmopolitas, areias
do deserto, ilhas exuberantes,
destinos históricos, praias
inexploradas, fazendo com
que seus hotéis ajudem seus
hóspedes a envolverem-se com o
local. A Anantara acredita que a
vida é uma viagem
O Champagnerie e o restaurante Tazio têm aquele
glamour old fashion. Repleto de fotos vintage penduradas
sobre paredes revestidas com madeira escura e uma luz
baixa e sensual, seu menu mediterrâneo dá ênfase aos
frutos do mar. O café da manhã é servido no La Frusta,
através de cujos janelões podemos admirar a Fontana
delle Naiadi que em 1901, na ocasião de sua inauguração,
foi motivo de escândalo pela nudez de suas quatro
sensuais ninfas.
Esse contato com a arte e com a história que Roma nos
conta permite que até quem está lá à trabalho e acaba
passando mais tempo nas salas de reunião do hotel seja
brindado com vistas para os Termais Banhos Romanos
de Dioclesiano.
Algo que nenhum hóspede pode perder é uma experiência
no Anantara Spa. A própria equipe cria os óleos de massagem
onde usam ervas especiais dos antigos tratamentos
asiáticos e romanos. E depois, vem a hora do banho com
sais relaxantes e perfumados. Eles são especialistas em
terapia curativa. O fitness bem equipado tem personal e
instrutor de ioga.
Nada mais lindo que subir até o local da piscina ao ar
livre para um happy hour nos grandes terraços do Posh
Rooftop Restaurante & Lounge Bar observando o horizonte
romano com suas inúmeras abóbadas e o inspirador
entardecer alaranjado.
ANANTARA PALAZZO NAIADI
Piazza della Repubblica, 48, 00185 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 489381
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{ Traveler Chic + Roma }
HOTEL D’INGHILTERRA
Ressurgindo
renovado no
coração fashion
K collezione.starhotels.com
K @hoteldinghilterraroma
romano
ficou espetacular a recente repaginada,
mantendo a tradição da casa e
evidenciando mais ainda o luxo e o
charme desta casa repleta de paredes
revestidas de carvalho. POR Cristina Schleder
A história do prédio do Hotel d’Inghilterra começou em
meados do século XVI, quando uma família nobre romana
construiu esta residência especialmente para receber seus
hóspedes. Em 1845, o palacete foi transformado em hotel
e desde então vem recebendo lendários hospedes como
Franz Liszt, Henry James, Ernest Hemingway, Mark
Twain, Elizabeth Taylor... E assim, a identidade do hotel
veio sendo construída.
Ele tem este nome porque os escritores ingleses John
Keats, Lord Byron e P.B. Shelley o escolheram como sua
casa quando em Roma, trazendo com eles a elite cultural
da época. Hoje, é o jet set internacional que usufrui do
exclusivíssimo Hotel d’Inghilterra.
A atual atmosfera criada para o hotel deu ênfase às cores
vibrantes ousadamente misturadas, realçando os preciosos
tecidos e móveis de época.
INFLUENZA INGLESE
Adquirido pela Starhotels, o logotipo
do hotel foi inspirado no brasão da
família real britânica, prova da ligação
secular com a coroa e com a influência
inglesa. Mas toda modernidade e
tecnologia que lá encontramos,
não nos deixam esquecer que
estamos no século XXI
As 84 suítes, cada uma com seu layout próprio, nos dão
a verdadeira sensação de acolhimento, pois ainda podemos
ter nossos pets nos acompanhando. Elas, com seus lustres
de cristal, obras de arte, objetos únicos e os mármores Vagli
Oro de seus banheiros, transformam nossa temporada em
algo muito especial.
Eu fiquei fascinada com a Penthouse Suíte, que abrindo
para seu enorme terraço mobiliado, possibilita organizarmos
ali uma big party ou termos um belo jantar em que podemos
nos deliciar também com a iluminação dos monumentos e
das cúpulas de Roma que a vista panorâmica de 360 graus
proporciona. Outra coisa que achei bem prática, é que algumas
suítes podem ser conectadas entre si, trans formando-se
em um apartamento para uma grande família, sendo que
crianças têm suas estadias gratuitas.
Jantei no Café Romano, o restaurante do hotel, e me
joguei nas inúmeras entradas deliciosas e muito criativas.
Em destaque a cozinha romana contemporânea e minha
sugestão é o “Tagliata di manzo com carciofi e vele di
pecorino”. O British cosy Bond Bar é especializado em
dry e outros martinis, claro.
Todos os serviços do hotel funcionam 24 horas e seus
concierges conseguem tudo que você desejar desta cidade
dos sonhos.
HOTEL D’INGHILTERRA
Via Bocca di Leone, 14, 00187 Roma ö Itália
Tel.: +39 06 699811
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{ Traveler Chic + Milão }
K www.dorchestercollection.com
Q @principesavoia
HOTEL PRINCIPE DI SAVOIA
A eterna
morada do Principe
o principe di savoia incorpora o
luxo de milão desde 1896, quando foi
inaugurado, momento em que a cidade
já tinha começado a edificar sua
reputação como centro de negócios
da itália. a grandiosidade de sua
arquitetura nos transmite a riqueza
daquela época. POR Cristina Schleder
Ao entrar pelo lobby, animadíssimo, pude identificar
algumas personalidades do mundo da moda, da música e do
cinema, tomando seus drinks no Il Salotto, o lounge bar de
ambiente caloroso que é o ponto de encontro tanto para os
hóspedes como para os milaneses. A cena acontece envolta
por um suntuoso mix de móveis italianos, pinturas clássicas,
como de Luca Giordano, afrescos e lustres de Murano. Mas
a partir das 18 horas a festa se destaca no Principe Bar,
que com uma abordagem moderna é brilhante, vivo, sensual
e radiante, sempre com seu DJ especial.
O Principe, como é chamado carinhosamente, é composto
por 257 suites e 44 apartamentos. Tendo grandes salas
de visitas, as suítes são ricamente decoradas com o toque
incomparável do luxo milanês. Os banheiros, com mosaicos
de vidro feitos à mão, são amplos, luminosos, equipados com
banheiras de mármore Lasa e abastecidos pelos tradicionais
produtos de beleza Acqua Di Parma.
A Presidential Suite ficou famosa no circuito hoteleiro por
ser a hospedagem mais cara do país, com três quartos, salas e
uma piscina privativa, tornando-se a preferida dos poderosos.
Localizado no último andar do hotel, com terraço e uma
fantástica vista da cidade, o Club 10 Fitness and Beauty
Center é o mais exclusivo de Milão. Oferece massagens e
tratamentos personalizados, com produtos Kanebo Sensai
e Comfort Zone. Este verdadeiro paraíso para a saúde tem
5.000m² com academia equipada com aparelhos Technogym,
para treinamento muscular e cardiovascular, como corredor,
bike, bike reclin, syncro, leg curl, leg press, peitoral, multi
hip e abdominal total.A bela piscina aquecida, que fica junto
à zona de relaxamento com hidromassagem, sauna e banho
turco, me ajudou a recuperar as forças do dia agitado e a
me preparar para o jantar no Acanto.
A clássica cozinha da Lombardia criada para o restaurante
Acanto pelo talentoso chef Alessandro Buffolino
combina leveza à sua cozinha inovadora, que resulta em pratos
excepcionais. Celeste dell’Anna projetou o restaurante
que é voltado para um tranquilo jardim italiano com uma
bela fonte do século XVIII, o toque mágico para o deleite
visual e auditivo que complementa os prazeres culinários
experimentados no Acanto.
BUONGIORNO PRINCIPE!
O café da manhã, iluminado
pela luz natural que entra pelos
janelões do salão, impressiona
pela variedade de opções
oferecidas, provando que
abundância é a palavra chave
para definir o hotel em todos
seus aspectos
Comentando com o concierge sobre a dificuldade em
conseguir ingresso para ver a Última Ceia de Leonardo
da Vinci, ele simplesmente pegou o telefone, falou duas
palavras, desligou e me disse: pronto, esteja lá às 11hs, seu
ingresso já está esperando pela senhora.
O Hotel Principe di Savoia assim como Milão, a mais
rica cidade da Itália e capital da moda e do design, está
sempre inovando e nos surpreendendo.
HOTEL PRINCIPE DI SAVOIA
Piazza della Repubblica 17, 20124 Milão ö Itália
Tel.: +39 02 62301
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{ Traveler Chic + Nápoles }
COME UNA FENICE
É incrível pensar que
durante a II Guerra
o hotel, que já era
o point de Nápoles,
foi destruído pelos
bombardeios. Ele
foi inteiramente
reconstruído e
reaberto em 1950,
depois de anos de
intenso trabalho,
readquirindo o
seu prestigio
GRAND HOTEL VESUVIO O centro histórico da cidade de Nápoles, com seus 1.700
hectares, é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, que
o descreveu como sendo de valor excepcional pela riqueza
das construções, dos monumentos históricos, dos castelos
medievais e de suas ruínas.
Vibrante, apaixonante,
único e com vista
para o vulcão
tendo a seus pés a baía de nápoles, o grande hotel
vesuvio, que foi construído em 1882, faz jus a essa
terra que abriga tradições antigas e tesouros
arqueológicos e às seculares civilizações que
passaram pelo golfo construindo cidades e
deixando, ao longo do tempo vestígios de sua
cultura, arte e arquitetura. POR Cristina Schleder
Q @grandhotelvesuvio
K www.lhw.com
Cheguei ao hotel junto com uma brisa com um cheiro
doce vindo do mar salgado. Ele está situado num ponto
muito interessante: na ponta proeminente entre duas baías,
o que nos dá a sensação de estarmos no meio do oceano,
quase como num navio.
Já na entrada majestosa, com sua ambientação clássica
com móveis de época, obras de arte e riquíssimos detalhes,
pude compreender porque as grandes celebridades
escolhem o Grand Hotel Vesuvio para suas temporadas
na cidade. Fiquei sabendo que por aqui passaram Rainier
e Grace de Mônaco, Rudolf Nureyev, Pablo Picasso,
Maria Callas, Giorgio Armani, Enrico Caruso, princesa
Margaret, rei Juan Carlos e rainha Sofia da Espanha,
Woody Allen, Jude Law, Lorin Maazel, Gwyneth Paltrow,
Tom Cruise, Oscar Wilde, Shimon Peres, Pavarotti, rainha
Ranya da Jordania, Zubin Mehta, Keanu Reeves... Se
eu continuar escrevendo quem mais ficou, terei que usar
páginas e páginas!
No terraço da minha suíte, fiquei um bom tempo observando
a maravilha da construção vizinha, o Castelo de Ovo,
uma fortaleza construída no século 1 aC.
O hotel tem 160 exuberantes suítes, três top class suítes
com 120m² e uma suíte presidencial com 300 m² sendo que
de todas elas, para qualquer lado que se olhe, teremos vistas
maravilhosas. Da minha eu via também, o vulcão... Tudo nela
era perfeito. Do aconchego dos detalhes da decoração aos
impecáveis lençóis de linho.
O hotel estava com uma intensa movimentação e eu soube
que, por ter vários salões e auditórios para conferências,
naquele momento estava acontecendo um casamento na
imperial Sala Puccini. Aliás adorei os nomes dados aos
salões: Sala Scarlatti, Sala Verdi, Sala Mascagni, Sala
Cimarosa, Sala Bellini, Sala Rossini e ainda o Vivaldi
Bussines Center.
No dia seguinte eu desejei visitar Pompeia e o hotel me
ofereceu prontamente duas opções: carro com motorista
ou um barco privativo. Adivinhem qual eu escolhi!
Ao voltar para o hotel, fui direto para o Spa, onde massagem,
academia e piscina me fizeram ressuscitar. Depois,
subi para jantar no Caruso Roof Garden, um dos três
restaurantes do hotel, onde experimentei sua consagrada
cozinha mediterrânea. No terraço com vista panorâmica,
eu fixava o que via para torná-la inesquecível.
GRAND HOTEL VESUVIO
Via Partenope, 45, 80121 Nápoles ö Itália
Tel.: +39 081 764 0044
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{ Traveler Chic + Lisboa }
Q @pestanacollection.hotels
K www.lhw.com
PESTANA PALACE LISBOA
O mais nobre
hotel de Lisboa
o pestana palace lisboa & national monument expressa
perfeitamente o seu nome. trata-se de um hotel espetacular,
que oferece a seus hóspedes uma viagem no tempo.
Ele foi uma mansão palaciana erguida pelo Marquês
de Valle Flor no início do século XX que foi restaurada e
reformada pelo grupo Pestana – o maior grupo hoteleiro
português, com mais de 100 hotéis em 16 países – com
todo cuidado, pois é um Monumento Histórico Nacional,
para se tornar um dos hotéis mais emblemáticos de Lisboa.
Inaugurado em 2001, o luxuoso hotel integra o seleto grupo
dos The Leading Hotels of The World.
Localizado no alto de uma das colinas da capital e
com vista para o Rio Tejo, o hotel possui 194 quartos e
suítes. Na fachada destaca-se uma imponente entrada
em mármore com dois lances de escadas rodeadas por
vitrais com figuras míticas. Ao seu redor, o exuberante
jardim com mais de 300 espécies traz no centro um pavilhão
vermelho em estilo oriental batizado de “A Casa do
Lago”. Durante o verão ele funciona como restaurante
e serve um delicioso chá da tarde. Em outro prédio, de
frente para o palácio e para o rio, foram construídas as
antigas cavalariças que hoje em dia recebem concorridas
festas e eventos corporativos.
O interior da antiga mansão foi preservado, pois foi projetado
por três dos mais importantes artistas portugueses
da época: Constantino Fernandes, Carlos Reis e Eugênio
Cotrim. Os estilos barroco, romântico, rococó, neoclássico
e oriental se cruzam em perfeita harmonia. No primeiro
andar, há magníficos salões onde outrora se realizaram
grandes bailes. Por exemplo: a sala Luís XVI traz painéis
em madeiras exóticas com frisos neoclássicos que retratam
divindades míticas e a sala Luís XV, em estilo rococó, traz
tetos com afrescos e detalhes em trompe l’oeil e lindos
espelhos dourados. A antiga sala de música virou o atual
bar Allegro, com seu balcão âmbar, que oferece música ao
vivo aos finais da tarde. Já o restaurante Valle Flor é um
convite irrecusável à tradicional gastronomia portuguesa.
No segundo andar, onde eram os aposentos da família,
brilham as quatro exuberantes suí tes, batizadas em
homenagem à família real portuguesa e que contam com
decoração exclusiva e um terraço com vista para o jardim
e para o rio Tejo.
Tanta beleza, luxo e amenidades fizeram do Pestana
Palace Lisboa o favorito de líderes internacionais, membros
da realeza e estrelas do showbiz, como o presidente Bill
Clinton os reis de Espanha, Madonna, Prince entre outros.
PESTANA PALACE LISBOA
R. Jau 54, 1300-314 Lisboa ö Portugal
Tel.: (+351) 21361 5600
ESPLENDOROSO
No alto de uma colina e
com vista para o Rio Tejo,
o Pestana Palace é uma
antiga mansão do Marquês
de Valle Flor com esplêndidos
quartos, salões e jardins que
foi restaurada para manter
sua originalidade, mas se
transformar em um dos
hotéis mais emblemáticos
da cidade
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{ Traveler Chic + Lisboa }
HOTEL DAS AMOREIRAS
Hotel-boutique
encantador e discreto
o hotel das amoreiras
é um hotel-boutique
situado na praça das
amoreiras, uma das mais
tranquilas e icônicas
de lisboa. ele combina
essa atmosfera com a
arte de bem receber a
fim de proporcionar
experiências únicas.
um oásis bucólico no
meio da cidade que
integra o portfólio
exclusivo da small
luxury hotels of the
world. POR Leonardo Millen
A PRAÇA É NOSSA
Hospedar-se no Hotel das Amoreiras é desfrutar do
requinte e do conforto de um hotel-boutique com a
alegria de se estar em frente a uma famosa e romântica
praça de Lisboa, bem no centro da cidade
K www.hoteldasamoreiras.com
Q @hoteldasamoreiras
Foi o gosto por hotelaria, conciliado com a decoração de
interiores, que impulsionou Pedro Oliveira e sua esposa,
Alicia Valero, a adquirir uma propriedade abandonada em
2016 e transformá-la em um hotel. “Quando era pequeno,
passava por aqui e achava esta praça mágica. Uma sensação
autêntica de estar no campo, mas no coração deLisboa
em uma das praças mais bonitas da cidade. O Hotel é a
transformação de um sonho em realidade”, conta Pedro.
Ele se envolveu na reforma do início ao fim, decidindo
cada detalhe, da arquitetura à decoração. Tanto que ele
próprio desenhou grande parte das peças de mobiliário
e iluminação e fez a seleção dos quadros, reunindo obras
de artistas como Maurice Barraud, Alberto Giacometti,
Manolo Valdés, além de um quadro pintado pelo próprio pai
no hall de entrada e até um poster original de um filme de
James Bond no ponto central do bar. Cada um dos recantos
do Hotel das Amoreiras respira elegância, uma vez que
nada foi deixado ao acaso.
O Hotel das Amoreiras conta com 17 quartos divididos
em dois andares e um terceiro piso com duas suítes de
dimensões generosas. Os quartos foramdecorados em tons
de verde, areia e bege, com piso de mármore nos banheiros
e objetos de decoração selecionados.
Os aposentos oferecem vistas para o cenário verdejante
do Jardim das Amoreiras, os majestosos arcos do Aqueduto
das Águas Livres e o edifício histórico do Reservatório
da Mãe D’Água. No piso térreo, há a recepção, hall, bar
e um espaço para pequenos almoços, bem como um pátio
com bancos e uma oliveira para proporcionar momentos
de relaxamento e reflexão.
Graças à sua localização privilegiada, o hotel é aberto
para os não hóspedes, tanto para beber um cocktail ao fim
do dia, como para usufruir do pátio ou mesmo desfrutar de
um pequeno almoço. “É importante conciliar o que se passa
no hotel e o que acontece na praça, juntando tudo numa
escala possível, mais intimista”, conclui Pedro.
HOTEL DAS AMOREIRAS
Praça das Amoreiras 34, 1250-020 Lisboa ö Portugal
Tel.: +351 211 633 710
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{ Traveler Chic + Lisboa }
K www.valverdehotel.com
VALVERDE HOTEL
Um oásis
em plena
Avenida da
Liberdade
o valverde hotel surgiu da reforma
cuidadosa de um antigo casario
de 1889 na avenida da liberdade,
em lisboa. inaugurado em 2014, esse
cinco estrelas, membro da cadeia
relais & châteaux, seguiu o espírito
das townhouses londrinas com
uma proposta clássica e elegante.
POR Leonardo Millen
AUSTERO E REQUINTADO
O Valverde Hotel surgiu
da reforma de um antigo
casario na Avenida da
Liberdade com uma
proposta clássica e elegante
aliada a um prazeroso pátio
para repor as energias e
a um restaurante de alta
gastronomia portuguesa
O hotel conta com 48 quartos e suítes, uma recepção,
um restaurante, um espaçoso bar, salas de estar com luz
natural e varanda sobre o emblemático pátio interior, além
de uma piscina de água aquecida em piso elevado.
O projeto, dos designers Diogo Rosa Lã e José Pedro
Vieira da Bastir, se caracteriza por ambientes marcados
por paredes de cores intensas que contrastam com tecidos
claros, além de móveis de design, obras de arte, objetos e
antiguidades criteriosamente escolhidas.
A partir da entrada se chega a amplos salões que funcionam
como “salas de visitas”, ideais para uma conversa,
uma leitura, um chá ou um cocktail ao final da tarde.
Os dez quartos têm grandes varandas com vista para o
pátio. Cada um tem uma personalidade própria, com muito
conforto e decoração sofisticada, mesclando um mobiliário
eclético a quadros e objetos antigos.
O emblemático pátio é marcado por vegetação abundante,
vasos de terracota e mobiliário com tecidos coloridos. Um
espaço acolhedor, perfeito para um passeio despretensioso
ou um drink ao final da tarde. Já a piscina e o terraço trazem
o contraste entre o metal preto, o azulejo e o Lioz, a
pedra tradicional de Lisboa, com enormes ombrelones azuis,
espreguiçadeiras brancas e floreiras como pano de fundo.
Um dos destaques do Valverde Hotel é o restaurante
Sítio. Sua atmosfera intimista e sofisticada se baseia em
painéis de madeira retro iluminados, um teto em Burel bordado,
piso em azulejo vidrado e amplas janelas, com vista
para o pátio. Há ainda um agradável espaço externo coberto.
A chef Carla Sousa pratica uma cozinha portuguesa
contemporânea inspirada nas suas raízes cabo-verdianas. O
resultado é uma verdadeira viagem gastronômica e sensorial
em que cada prato é uma explosão de cores, aromas e sabores.
O Bar também prima por um ambiente elegante e
acolhedor, com pé-direito duplo e mobiliário moderno,
decorado com gravuras do século XVIII. A carta de drinks
privilegia os clássicos e oferece ainda um concorrido
chá da tarde.
Em Lisboa, o Valverde Hotel é certamente um verdadeiro
oásis de conforto e luxo discreto em pleno coração
da cidade.
VALVERDE HOTEL
Avenida da Liberdade, 164, 1250 – 146 Lisboa ö Portugal
Tel.: +351 21 094 03 00
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{ Traveler Chic + Lisboa }
LAPA PALACE
Um exclusivo palácio
no alto da colina
Sua história começou em 1877, quando o Conde de Valenças
comprou uma casa em um belo terreno arborizado e a transformou
num palácio. Um século depois, em 1988, seus herdeiros
venderam o palácio para a família Simões de Almeida, que
o transformou em um hotel. Em 1992, após longas reformas,
o hotel foi reaberto majestosamente. Em seguida, mudou de
donos, passando pela chancela da Orient-Express Hotels,
em 1998, e, em junho de 2009, para as mãos do grupo privado
Olissippo Hotels. Essa última administração deu os toques
finais, adicionando réplicas de móveis de época e peças de
porcelana Vista Alegre e restaurando itens históricos originas
do palácio, como espelhos, vitrais, pétalas com folha de ouro e
os incríveis azulejos portugueses nas paredes. Um verdadeiro
mergulho nos estilos art déco, colonial, Algarve e neoclássico.
O hotel possui hoje três alas distintas: Palácio, Jardim
e Villa Lapa, com um total de 109 quartos, todos com uma
decoração distinta e vista para um deslumbrante jardim. Ao
redor dele existem grandes terraços e uma bela piscina, que
agrega um bar e um restaurante para o breakfast, almoço e
jantar ou para tomar um drink observando uma vista espetacular
do rio Tejo. Deve ter sido por isso que o Conde de
Valenças construiu, na época, uma torre em seu quarto, hoje
convertido na suíte quarto da torre, para que as pessoas
que se hospedarem nela tenham a mesma emoção.
Aliás, o hotel faz parte da Leading Hotels of the World,
ou seja, inclui restaurantes de alta gastronomia de cozinha
mediterrânea e mantém um nível de atendimento especial,
que oferece um concierge 24h e serviço de baby-sitter. Além
de tudo isso, disponibiliza um Spa com inúmeros tratamentos
de beleza e de relaxamento e a possibilidade de praticar
golfe, tênis ou até de velejar no rio Tejo ou no mar.
Não foi à toa que o bairro da Lapa foi escolhido pela
nobreza e classe alta de Lisboa como sua área residencial. É,
sem dúvida, o mais elegante da cidade, perto dos melhores
centros comerciais, das embaixadas e consulados e somente
a vinte minutos do aeroporto e a cinco minutos das Docas,
zona da badalação noturna e de inúmeros restaurantes. Talvez
por tudo isso no livro de registros há nomes de reis, rainhas,
nobres, presidentes, astros de Holywood e celebridades que
escolheram o Lapa Palace para sua estadia em Lisboa.
LAPA PALACE
Rua do Pau de Bandeira, 4 – Lapa – Lisboa ö Portugal
Tel.: (+351) 21394 9494
imagine-se frequentando os salões e
aposentos de um palácio da corte portuguesa
do século xix com decoração suntuosa
e todo requinte de apoio e ainda com uma
vista deslumbrante para o rio tejo em lisboa.
isso é o que oferece o lapa palace, um hotel
que reúne a suntuosidade do passado com
as amenidades da hotelaria de luxo.
POR Leonardo Millen
K www.lhw.com
TUDO DE MELHOR NUM MESMO LUGAR
O Hotel Lapa Palace reúne a suntuosidade
de um antigo palácio da nobreza
portuguesa que foi totalmente restaurado
e reformado para agregar as amenidades
da alta hotelaria em uma localização
privilegiada, a vinte minutos do aeroporto
e a cinco minutos da vida noturna e dos
estrelados restaurantes de Lisboa
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{ Traveler Chic + Bares SP }
na
onda
dos
bares
em
hotéis
os bares dos hotéis de luxo têm se
sofisticado e se tornado cada vez
mais procurados pelos amantes da
alta coquetelaria. por Leonardo Millen
PATEO DO PALÁCIO
(11) 4904-4040
O Palácio Tangará é um dos hotéis mais
requintados de São Paulo. Num terraço externo
com vista para o Parque Burle Marx, para a piscina
do hotel e repleto de árvores frutíferas, o Pateo do
Palácio convida para se degustar as criações dos
chefs e bartenders ao longo do dia. A carta de drinks
é assinada pelo head bartender Tiago Pavel, que
desde 2017 comanda o balcão com muita
competência e criatividade.
Passion & Berry Sour
• 45 ml Tanqueray Ten
• 10 ml Carpano Bianco
• 25 ml Xarope de frutas vermelhas
• 15 ml Cordial maracujá
• 30 ml Limão siciliano
• 30 ml Clara Pasteurizada
Para o cordial
maracujá:
• 300g maracujá
• 600ml água
• 150g açucar
• 1/2 colher café ácido cítrico
Para o xarope de
frutas vermelhas:
• 100g amora
• 100g framboesa
• 100g blueberry
• 700ml água
• 1kg açúcar
Modo de preparo: adicione todos os ingredientes
em uma coqueteleira e agite. adicione o gelo e agite.
sirva em um copo previamente gelado e finalize com
algo representativo. no caso, foi um papel de arroz
com logo do tangará.
“A ideia do drink era fazer algo de Gin, frutado, atrativo
e que saísse um pouco do Negroni. É legal esse toque de
maracujá, frutas vermelhas, gin, vermute para dar um doce
diferente e, como não queria usar espuma, usei a clara de
ovo pasteurizada para dar essa emulsão no drink, além de
ficar perfeito para usar o papel de arroz como decoração.”
Tiago Pavel, head bartender do Hotel Palácio Tangará.
BAR CAJU
(11) 2526-0100
O JW Marriott Hotel São Paulo acabou de
ser inaugurado depois de uma reforma completa
do antigo Four Seasons no Parque da Cidade. A
famosa rede americana de hotéis transformou a
unidade paulistana em um hotel luxuoso, com uma
decoração moderna e onde destacam-se uma escada
com um design incrível e um excelente bar de alta
coquetelaria no lobby. O Bar Caju é comandado pelo
excepcional Gustavo Rômulo, campeão brasileiro de
coquetelaria. Ele tem um ótimo repertório de drinks
exclusivos, sendo que alguns deles levam frutas como
ingredientes, principalmente o caju.
Meu Caju
• 25 ml gin Tanqueray
• 25 ml Cachaça
• 25 ml Cajuína Artesanal
• 15 ml Falernum
• 10 ml Cítricos (limão Tahiti e limão siciliano)
Modo de preparo: adicione todos os ingredientes
em uma coqueteleira com gelo e agite. sirva em um
copo previamente gelado e finalize com uma fatia de
caju defumado com flor de sal.
“Queremos que o público conheça o nosso bar, a
qualidade dos nossos drinks e colecione aqui momentos
especiais, inclusive para esse drink eu recomendo dar uma
mordida na fatia de caju da metade para a frente do drink
para uma segunda experiência.”
Gustavo Rômulo, bartender do Bar Caju.
Os hotéis de luxo de São Paulo estão criando uma nova
tendência para os apreciadores de um bom coquetel.
Eles têm investido pesadamente em seus bares não só na
decoração requintada, como também na contratação de
grandes nomes da coquetelaria para transformá-los em
referências na cidade.
A estratégia deu lugar a uma série de bares que oferecem
drinks clássicos e autorais excepcionais, além de comida
preparada por chefs e programação musical de qualidade.
O paulistano também já descobriu essa tendência e cada vez
mais frequenta esses bares. Afinal, quem não quer ter uma
experiência de qualidade inquestionável de bebida, música e
gastronomia em um ambiente elegante, com segurança para
se usar seu melhor traje e acessórios, com ar-condicionado,
vallet e um serviço impecável?
Selecionamos aqui seis deles com uma sugestão de
drink de cada para você se programar para a próxima
visita. Cheers!
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{ Traveler Chic + Bares SP }
SEEN SÃO PAULO
(11) 3146-5922
Inaugurado em 2017, o Seen São Paulo se tornou
um dos bares/restaurantes referência da cidade. Isto
graças a uma combinação entre alta coquetelaria, a
cargo do craque Heitor Marin, gastronomia do chef
franco-português Olivier da Costa – interpretada
pela chef Gizely Rocha e pelo chef Fernando
Sant’anna nos sushis – e uma vista deslumbrante
para o skyline da cidade do rooftop do 23º andar do
hotel Tivoli Mofarrej São Paulo. Uma experiência
memorável. Heitor tem um portfólio fantástico e fica
até difícil escolher um drink representativo.
Acônito
• 50 ml Gin
• 20 ml suco de limão siciliano
• 20 ml Xarope de açúcar
• 5 ml licor Strega
• 40 ml espumante brut
Modo de preparo: reserve um copo longo
com gelo. adicione todos os ingredientes em uma
coqueteleira, exceto o espumante, e bata levemente
com gelo. sirva no copo longo com gelo, complete o
copo com espumante, mexa levemente e finalize com a
flor begônia comestível.
“Estou no comando do balcão desde que o Seen
abriu e esse drink é incrível, um campeão de pedidos que
dificilmente vai sair da carta. Ele é refrescante, elegante,
harmoniza com praticamente tudo e combina com o astral
do bar e da vista da cidade”
Heitor Marin, head bartender do Seen.
BAR EMILIANO
(11) 3728-2000
Um dos ambientes que melhor expressa o conceito
deste luxuoso hotel no coração dos Jardins, o Bar
do Emiliano é sofisticado e ao mesmo tempo
despretensioso. A decoração personalizada harmoniza
o jardim de orquídeas suspensas com o design
moderno das cadeiras de cordas douradas criadas
pelos irmãos Fernando e Humberto Campana.
O conjunto cria um clima intimista e acolhedor. O
Bar é muito concorrido, tanto que em comemoração
dos 20 anos da marca lançou um novo drink, o Cubo,
que leva o nome da suíte mais charmosa do hotel,
criado em parceria com a Apothek Cocktails & Co.
RABO DI GALO
(11) 3797-0500
O bar Rabo di Galo fica no Rosewood, o mais
novo hotel de luxo de São Paulo. Um bar com música
ao vivo e alta coquetelaria, a cargo da simpática e
competente Ana Paula Ulrich. A inspiração é a
cultura brasileira, tanto nos ótimos drinks – como
o refrescante e intenso Macunaíma, à base de
cachaça artesanal – como na música. Inclusive, há
instrumentos disponíveis para os clientes interagirem
com as bandas. O ambiente é inspirado em clubes de
jazz, com móveis de madeiras escuras, couro, display
de lareira e pouca iluminação, com destaque para o
teto pintado pelo artista capixaba Cabelo com uma
temática psicodélica de ondas em preto, amarelo e
vermelho, evocando uma cobra-coral. Mas é preciso
paciência para sentar em um dos seus 30 lugares
porque o bar é ultra concorrido e não aceita reservas.
Macunaíma
• 60ml Blend de Cachaça Princesa Isabel
• 20ml Suco de limão Tahiti
• 15ml Xarope de açúcar demerara
• 10ml Fernet Branca
Modo de preparo: adicione todos os ingredientes
em uma coqueteleira com gelo e agite. sirva em um
copo previamente gelado com gelo grande e finalize
com uma decoração de casca de limão taiti.
BARETTO
(11) 3896 4000
O Baretto, bar do Grupo Fasano no piso térreo
do hotel, é um ícone da cidade. É um bar intimista,
de apenas 50 lugares, que se tornou reduto de um
público fiel que busca excelência máxima em música,
alta coquetelaria e serviço. Tanto que foi considerado
pela revista Wallpaper como bar número 1 do mundo.
São sempre duas atrações musicais: uma às 21h e
outra às 22h. Em dias com convidados especiais, o
show único acontece às 20h, para somente os que
fizerem reservas antecipadas. Há mais de 20 anos
no comando do bar, o bartender Walter Lima, o
Bolinha, é um mestre dos clássicos.
Negroni
• 30ml gin
• 30ml vermouth rosso
• 30ml campari
Modo de preparo: adicione todos os ingredientes
em uma coqueteleira e agite. sirva em um copo
previamente gelado com um gelo grande e finalize
com um zest de casca de laranja bahia.
Cubo
• 50 ml APTK Gin Nº1
• 50 ml amaro Scarlatti
• 5 ml cítricos
Modo de preparo: adicione todos os ingredientes
em uma coqueteleira e agite. sirva em um copo
previamente gelado com bastante gelo ou uma pedra
grande única.
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{ Adega }
VINÍCOLA MIOLO
Liderança da
vitivinicultura
A Miolo é a única
vinícola que produz
em quatro diferentes
regiões brasileiras,
atingindo mil
hectares de vinhedos
próprios, com muitos
vinhos e espumantes
premiados, além de
estrear nesse ano o
Complexo Enoturístico
Almadén, em Santana
do Livramento
COMPLETANDO 33 ANOS, A MIOLO EXPANDIU AS FRONTEIRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E ATUALMENTE
PRODUZ 12 MILHÕES DE LITROS EM 120 RÓTULOS DE VINHOS FINOS E ESPUMANTES. por Leonardo Millen
Quando chegou à Serra Gaúcha, em
1897, o imigrante italiano Giuseppe
Miolo não imaginaria o que seus descendentes
fariam. Hoje, 33 anos após a sua
fundação, em 1989, a Vinícola Miolo,
com sede no Vale dos Vinhedos, em Bento
Gonçalves (RS), se tornou a maior produtora
de vinhos finos e espumantes do
país, atingindo 12 milhões de litros/ano.
São mais de 120 rótulos, o maior portfólio
nacional.
A Miolo produz também em áreas na
Campanha Meridional, com o Projeto
Seival, em 2000; no Vale do São Francisco,
com a Vinícola Terranova, em 2001;
e na Campanha Central, com a aquisição
da Vinícola Almadén, em 2009.
Hoje, a Miolo é a única a produzir em
quatro diferentes regiões brasileiras,
atingindo mil hectares plantados de
vinhedos próprios. “Respeitamos a na-
tureza, entendemos cada terroir e aplicamos
todo o conhecimento de uma
equipe multidisciplinar engajada e apaixonada
pelo vinho brasileiro. Cada safra
nos dá energia para gerar prazer a todos
que degustam nossos vinhos e espumantes
no Brasil e em qualquer lugar do mundo”,
afirma Adriano Miolo, enólogo e
diretor superintendente da vinícola.
A história de sucesso da Miolo teve
muitos momentos marcantes. Em 2001,
ela lançou o Miolo Lote 43 – Safra
1999, um vinho que homenageou Giuseppe
e que também inaugurou uma
nova era na empresa. Ela teve início em
1998, na reconversão dos vinhedos para
o sistema de espaldeira, passando pela
importação de mudas certificadas e a
modernização do processo produtivo. A
opção pela qualidade lhe abriu as portas
para o mundo. Atualmente, seus produtos
chegam a 32 países, acumulando quase
mil premiações, como a conquista do
“Melhor Merlot do Mundo” para o Merlot
Terroir, uma joint venture com Galvão
Bueno, em 2010, em Londres.
No seu aniversário de 30 anos, em
2019, a Miolo faturou os prêmios de “Vinícola
do Ano” e o de “Melhor Rosé do
Mundo”, com o Miolo Seleção Rosé,
e ainda surpreendeu o mercado com
19 lançamentos, com destaque para o
excepcional Íride Nature Sur Lie, um
espumante que traz o nome da “nona”
matriarca da família.
Mais recentemente, em 2020, a
Miolo obteve a Certificação do Selo da
The Vegan Society, pela International
Vegetarian Organization, reforçando
sua aceitação no mercado internacional.
E promoveu o lançamento da Coleção
Sete Lendários, um retrato em
excelentes vinhos da trajetória de sucesso
da vinícola.
Este ano a Miolo comemorou a entrada
de vez no enoturismo, com a inauguração
do Complexo Enoturístico
Almadén, em Santana do Livramento.
Com um investimento de R$ 3 milhões, o
roteiro passa por um museu, um deck panorâmico
no vinhedo, uma degustação e
termina em um free shop com produtos a
preços 30% mais baixos. Parabéns!
VINÍCOLA MIOLO
RS-444, Km 21 - Vale dos Vinhedos,
Bento Gonçalves (RS)
De segunda a sábado das 8h30 às
17h45 e domingo das 10h às 16h45
m (54) 2102 1500
9 Visitações (54) 2102 1540 ou 1537
L (54) 98133 1954
K www.miolo.com.br
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{ Adega }
VINÍCOLA CÁRDENAS
Verdadeiras jóias raras, cinco top
de linha da Cárdenas: Emersão
Chardonnay 2022, Emersão Petit
Verdot 2019, Espumante Rosé Brut,
Meninas do Vinhedo Tannat 2021
e Pássaro da Lua Merlot 2015
Um vinho
de pequena
escala, mas
grande de
coração
A VINÍCOLA GAÚCHA CÁRDENAS
É A MAIOR REVELAÇÃO DA
VITIVINICULTURA NACIONAL.
por Leonardo Millen
Como uma vinícola que colocou seu
primeiro rótulo no mercado em 2018
pode já ter faturado mais de 60 medalhas
de Ouro, Grand Ouro e Platinum
com seus vinhos? É o que conquistou a
Cárdenas, a maior revelação da vitivinicultura
nacional.
Tudo começou em 2010,quando após
testes com mais de 60 castas se iniciou
implantação do vinhedo das que mais se
adaptaram na Serra do Sudeste, em Mariana
Pimentel, no Rio Grande do Sul. Foram
as castas que escolheram o terroir!
“Nosso solo é granítico, pobre em
matéria orgânica, então as raízes das videiras
são profundas. E temos muitas pedras
de quartzo, que energizam a terra.
Dizem que onde tem quartzo tem ouro.
O vinho é o nosso ouro”, afirma Renato
Cárdenas, sócio da vinícola.
Outras características do terreno são
sua inclinação, que escorre a chuva, e a
mata nativa ao redor. Soma-se a isso a brisa
da Lagoa dos Patos e do oceano Atlântico,
a apenas 20 km de distância, que proporciona
uma amplitude térmica maior.
“Tratamos nossos parreirais com extremo
carinho. Esperamos até o último
dia para colher para que as uvas atinjam
seu esplendor. É o que diferencia o Cárdenas,
um vinho de pequena escala, mas
grande de coração”, filosofa Renato.
Ele conta que esse amor pela terra é
herança do pai, um peruano de Cusco
que aprendeu com os indígenas descendentes
dos Incas que a terra, a montanha
e o rio são sagrados.
“Plantamos em 13 hectares e mantemos
mais de 40 de mata nativa intacta. A
natureza retribui o carinho e o respeito
que temos com ela”, reforça Renato.
Tanto esmero levou a vinícola a só lançar
seu primeiro vinho Merlot em 2018, o
Pássaro da Lua, que passa de seis a dez
meses em barricas de carvalho e depois
descansa em uma adega climatizada a 16
graus por no mínimo quatro anos.
A outra linha, a Emersão, traz vinhos
Petit Verdot, Syrah, Tannat, Merlot e um
blend. A curiosidade é que eles trazem
preso ao gargalho uma lasca de madeira
de Palo Santo, usada em rituais para tra-
zer boas energias. Basta acendê-la e esperar
até ela soltar uma fumaça branca
e relaxar...
Já a linha Meninas do Vinhedo traz
Petit Verdot, Syrah, Merlot, Pinot Noir e
um blend de safras especiais influenciadas
pelo fenômeno La Niña. O Pinot Noir
e o Petit Verdot 2018 foram eleitos os
melhores do Brasil.
Já os espumantes Cárdenas são
produzidos em microlotes de apenas
400 a mil garrafas. Se achar um, agarre
com as duas mãos. É o caso do Nature,
com 72 meses de guarda, de apenas 570
garrafas. “Estamos no caminho certo da
interpretação da qualidade do nosso terroir.
Nossos vinhos são verdadeiras joias
raras”, finaliza Renato.
VINÍCOLA CÁRDENAS
Estrada Linha Saint Brisson, S/N
Saint Brisson, Mariana Pimentel (RS)
m (51) 99967 4741
K www.lojavinicolacardenas.com.br
Q @vinicolacardenas
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{ Adega }
VINÍCOLA BERALDO DI CALE
Respeito
à tradição
A VINÍCOLA ESTÁ SEMPRE NA
VANGUARDA DA PRODUÇÃO DE
VINHOS NO CIRCUITO DAS FRUTAS
DE JUNDIAÍ. por Leonardo Millen
A Beraldo di Cale
produz vinhos
de mesa, vinhos
finos de diversas
variedades e um
original licor de
mexerica, todos
disponíveis no seu
delicioso restaurante
A história da Beraldo di Cale começou
com Beraldo Paolini, imigrante italiano,
que motivado pela famosa produção
de uvas da cidade, adquiriu em 1927
uma propriedade em Jundiaí onde se instalou
com sua família. Alguns anos mais
tarde, em 1934, naquela cidade ocorreu
a mutação natural da uva Niagara Branca
que gerou a uva Niagara rosada e trouxe
para Jundiaí, sucesso, prestígio e o título
“Terra da Uva”.
Em 1950, o patriarca faleceu, deixando
os negócios para dois de seus filhos, que
incrementaram a produção da Niágara,
tanto para consumo in natura quanto
para vinhos de mesa. Em 2001, a neta assumiu
a administração da propriedade e
fundou a vinícola Beraldo di Cale, uma
homenagem a Beraldo, nascido em Cittaducale
- Itália.
Em 2002, os primeiros rótulos de vinhos
Niagara chegaram ao mercado. Essa
experiência se uniu à história de 15 outros
produtores da região que fundaram a
Cooperativa Agrícola dos Produtores de
Vinho Jundiaí – AVA, e, em 2014, o grupo
adquiriu um caminhão de envase móvel,
criando um modelo único no Brasil.
Outra mudança inovadora aconteceu
em 2015, quando Ariana Sgarioni,
da quarta geração da família, formou-
-se em enologia no Rio Grande do Sul e
assumiu a produção dos vinhos da vinícola
Beraldo di Cale.
“A produção de Niagara é a história
das nossas vidas, da nossa família, da nossa
cidade. A uva e os vinhos feitos dela são
muito bem aceitos, pois atualmente são
feitos com o mesmo cuidado e protocolo
de qualidade dos vinhos finos”, explica.
Ela apostou também em outras variedades
viníferas, estendendo o modelo
de negócios. “Passamos a comprar uvas
selecionadas de outras regiões do Brasil,
como Minas Gerais, Vale do São Francisco,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
que chegam em caminhões refrigerados.
Daí começamos a produzir também vinhos
finos”, conta.
Hoje, o portfólio da vinícola apresenta
além dos vinhos elaborados
com a uva Niagara – branco, rosé e espumante
– aromáticos, refrescantes
e sem similares no mercado; vinhos
finos, com destaque ao Cabernet Sauvignon
2020, da linha Beraldo Paolini,
com oito meses de passagem em barricas
de carvalho francês e o trio da linha
Zio, um blend de Cabernet Sauvignon,
Merlot e Tannat.
Todos esses e outros vinhos e “produtos
da fazenda” – como a Mexeriquinha,
uma receita de família que leva
cachaça curtida com mexerica – podem
ser encontrados à venda na Adega. Ela
fica ao lado do restaurante de inspiração
italiana na sede da vinícola que é outro
sucesso dos negócios da família. Há filas
de espera e chega a receber 500 pessoas
por dia aos fins de semana.
BERALDO DI CALE
Estrada Municipal de Jarinu,
Km 12 – Caxambu, Jundiaí - SP
Ter. a dom. e feriado, das 8h às 17h30.
Acessibilidade, pet friendly e
estacionamento para automóveis,
vans e ônibus.
m (11) 4584 4330 / 4584 1049
L (11) 99208 2575
K www.beraldodicale.com.br
Q @beraldodicale
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{ Adega }
A linha de vinhos da
Vinícola Micheletto
conta com quinze
rótulos, com
destaque para os
elaborados com
uvas europeias
VINÍCOLA MICHELETTO
Vini Di
Famiglia
A VINÍCOLA CONSOLIDA-SE COMO UMA DAS BOAS
SURPRESAS DA NOVA VITIVINICULTURA DA REGIÃO DO
CIRCUITO DAS FRUTAS PAULISTA. por Leonardo Millen
A Vinícola Micheletto surgiu graças
à paixão de descendentes de famílias
de italianos que resolveram reproduzir
aqui suas tradições no cultivo das videiras.
Consolidados na região do Circuito
das Frutas Paulista desde a década de
1950 como produtores da Uva Niagara
para mesa, em 2004 adquiriram o Sítio
Santa Rita, em Louveira, região de Jundiaí
(SP), tendo como objetivo o turismo
rural e a produção de outras variedades
de uvas, não só para atender ao consumo
in natura e à elaboração de sucos e
vinhos de mesa, mas também de vinhos
finos, sendo os pioneiros na atividade
nessa região.
Recentemente, a vinícola ampliou
sua área de cultivo em outras três propriedades
vizinhas: Sítio Nossa Senhora
Aparecida (2017), Sítio São
Pedro (2019) e Sítio São Sebastião
(2020), totalizando 15 hectares onde
são cultivadas diversas variedades de
uvas e uma pequena parcela de outras
frutas, como figo roxo, pitaia, lichia, caqui
e maracujá.
Atualmente, a linha de vinhos conta
com quinze rótulos, com destaque para
os vinhos finos elaborados com uvas
europeias colhidas no inverno seco e
com grande amplitude térmica característico
da região. Entre os principais
rótulos estão o Micheletto Rosas (um
syrah rosé) e os varietais tintos Syrah
Micheletto, Cabernet Franc Micheletto
e Syrah Micheletto Premium.
Todos de qualidade excepcional!
“Prevemos para 2023 um aumento na
produção de vinhos de colheita de inverno,
principalmente o Cabernet Franc e as
Syrahs. Parte desses vinhos deverá passar
por barricas e parte será comercializada
jovem em função da boa aceitação
que já conquistaram”, afirma Daniel Micheletto,
sócio proprietário da vinícola.
Associada à ANPROVIN (Associação
Nacional dos Produtores de Vinhos de Inverno),
a Micheletto está aumentando
gradativamente a diversidade e a capacidade
de elaboração de vinhos de inverno.
“Vamos colher em 2023 a primeira
safra de Sauvignon Blanc e de Pinot Noir.
Esse ano estamos plantando Marselan
e acompanhando testes com Chardonnay,
Malbec, Tannat, Merlot, Tempranillo,
Cabernet Sauvignon e Viognier, além de
outras 20 variedades italianas na busca
de uma que se adapte ao nosso terroir
e que remeta às nossas raízes”, revela
Daniel. Segundo ele, graças a esse trabalho,
a Vinícola Micheletto também
presta assessoria técnica para implantação
e manejo de vinhedos e elaboração
de vi-nhos finos para terceiros.
No segmento enoturístico, a Vinícola
Micheletto oferece atividades
para toda família. Há opções de passeio
monitorado pelos parreirais onde os
visitantes podem conhecer a história da
vinícola e as diferentes variedades de
uvas, passeios ecológicos, pedagógicos
e divertidos piqueniques. Oferece também
um roteiro técnico em vitivinicultura.
Ao final dos passeios, os visitantes
conhecem o processo de elaboração
dos diferentes vinhos e finalizam com
uma deliciosa degustação. Os passeios
devem ser agendados previamente,
mas o empório, plantações, animais,
quiosque e muitos outros atrativos
podem ser visitados gratuitamente.
Tudo isso a apenas 70 Km de São Paulo,
Capital, e 25 Km de Campinas!
VINÍCOLA MICHELETTO
Estrada Tereza Bizetto Cestarolli, 218 - B
Cestarolli, Louveira (SP)
Empório: seg. a sáb., das 8h às 18h,
dom. das 8h às 14h.
Quiosque: sáb. e dom. das 10h às 18h.
m (19) 99461-5802
K www.vinhosmicheletto.com.br
Q @vinhosmicheletto
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{ Gastronomia }
A My Baker
inovou mais uma
vez, ampliando
o ambiente e o
deixando mais
acolhedor, além de
incorporar uma
incrível “máquina
de vinhos” que,
como uma chopeira,
extrai vinhos de
“kegs”, barris de
inox de 20 litros
MY BAKER
Boutique
de pães
e vinhos
fazendo sucesso há dez anos numa
esquina do itaim bibi, a my baker é
uma padaria gourmet e uma ótima
opção para uma happy hour com
vinhos exclusivos.
K www.mrbaker.com.br
Q @mrbakersuperfoods
Inaugurada em 2012 pelos empresários Dennis Freemann
e Ted Thomé, a My Baker, na esquina das ruas Pedroso
Alvarenga e Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, se tornou uma
das padarias gourmet mais concorridas da cidade. Foi uma
das pioneiras na produção de pães artesanais feitos com
farinha orgânica e também pelo seu cardápio baseado em
produtos frescos, naturais e de pequenos produtores. Tanto
que ela foi eleita em 2014 e 2015 pela revista Veja São Paulo
como a melhor padaria da cidade, o que a motivou em abrir
uma segunda unidade no Aeroporto de Guarulhos.
Seus 20 tipos de pães de fermentação natural e toda a
sua linha de subprodutos gourmet são realmente excelentes.
Destaque para um pão com figo turco e queijo de cabra, dos
deuses! Talvez por isso, muitos deles são fornecidos para alguns
dos melhores restaurantes, empresas e hotéis de São Paulo.
A My Baker também se destaca por um delicioso buffet no
almoço, de segunda a sexta, com excelentes opções de saladas,
quiches, um homus excepcional e comidas naturais. No meio
da tarde, a pedida é experimentar bolos, cookies, brownies,
croissants de amêndoas e cheese cakes acompanhados de sucos
naturais ou cafés orgânicos especiais de microlotes do cerrado
mineiro (com mais de 85 pontos) tirados como devem ser.
Mas a My Baker resolveu inovar mais uma vez. Fez uma
reforma em suas instalações, ampliando o ambiente e o
deixando mais acolhedor, além de incorporar uma incrível
“máquina de vinhos”. Tal como uma chopeira, ela extrai vinhos
de “kegs”, barris de inox de 20 litros. Das torneiras saem tintos
de Cabernet Sauvignon e Sangiovese, um branco de Lorena
e um rosé feito de Lorena/Merlot, todos frescos, com pouca
intervenção, vindos de vinícolas gaúchas e catarinenses selecionadas
pela sommelière e consultora Gabriela Monteleone.
O sistema, chamado de “Tão Longe, tão perto” (TLTP), é
bárbaro porque garante que se está bebendo um vinho em taça
sempre fresco, uma vez que o keg é um envase hermético e
mantém o vinho protegido do oxigênio, que rouba o esplendor
do seu aroma e sabor. E uma das torneiras oferece ainda um
vermute caseiro com um final de cravo e canela inebriante.
Para quem preferir, há cervejas artesanais e ótimos drinks,
inclusive de cafés especiais. Resumindo: passar por lá para
umas taças é uma excelente pedida para o happy hour (a
partir das 17h), até o trânsito passar, em ótima companhia.
E se a fome apertar, na My Baker ainda é possível pedir
deliciosas pizzas com massa de focaccia, crepes, panquecas,
hambúrgueres, tábuas de queijos ou de frios espetaculares
e lanches diversos, com destaque para os de Prosciutto di
Parma. Tá esperando o quê?
MY BAKER
Rua Pedroso Alvarenga, 655, Itaim Bibi (SP)
Tel.: 11 3078 0045
Aeroporto Internacional Governador Franco Montoro,
Terminal 2, Guarulhos - SP
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{ Alambique }
As cachaças Lígia
Maria reúnem
a Ágata, Prata
e Cristalina, a
Topázio, levemente
amadeirada, e
a Ametista, uma
extra premium
intensamente
envelhecida
CACHAÇA LIGIA MARIA
A joia
em seu
estado
líquido
A LINHA DE CACHAÇA CRIADA POR LIGIA MARIA
SE INSPIRA NA QUALIDADE E NA ELEGÂNCIA
DAS PEDRAS PRECIOSAS PARA OFERECER
PRODUTOS REALMENTE EXTRA PREMIUM.
A história da Cachaça Ligia Maria
começou como muitas paixões que se
transformaram em negócio.
Ligia Maria é dentista e o marido
Carlos Bassi é hoteleiro. Eles sempre
gostaram muito de viajar pelo Brasil e
provar cachaças locais. Ligia também é
uma ourives extremamente detalhista.
Gosta de transformar o belo bruto em
uma joia rara. Além disso, ela nasceu
com um paladar diferencial, ou seja,
consegue facilmente identificar as várias
camadas presentes em uma bebida.
Há mais ou menos dez anos, Ligia
resolveu unir seus dons e paixão e produzir
a própria cachaça. Ela estudou
muito sobre técnicas, insumos, etc. Até
que, há sete anos, eles resolveram comprar
barris de carvalho americano e
europeu de primeiro uso. Escolheu uma
destilaria em Itupeva (SP) para fazer os
primeiros testes.
“Eu não queria fazer mais do mesmo.
Queria fazer um produto de qualidade
inquestionável e fui experimentando, jogando
muita coisa fora até que consegui
chegar a um resultado final que me agradasse”,
conta Ligia.
Após uns anos envelhecendo, algumas
garrafas saíram dos barris para
presentear amigos. Foi o estopim. Logo
ela foi convidada para produzir uma
cachaça comemorativa ao centenário
da Maçonaria Gosp (Grande Oriente
São Paulo). O sucesso foi tal que ela entendeu
que era hora de comercializar
formalmente a sua cachaça. E o nome
Ligia Maria surgiu como uma maneira da
bebida expressar uma forte identidade.
Portanto, nada como assinar embaixo.
A produção em maior escala começou
e logo apareceram outros desafios. Ao
destilar surgia a cachaça prata, entretanto
nos barris existiam lotes envelhecidos e
outros especiais, lá dos primórdios. Então
veio a ideia de elaborar três rótulos. “Eu
gosto de fazer joias e por isso as cachaças
acabaram tendo uma relação intrínseca
com as pedras preciosas”, explica Ligia.
Ela escolheu uma garrafa francesa
que permite que se veja o líquido em todo
seu esplendor. O rótulo e a gravatinha
são em alto relevo e levam seis camadas
de verniz de alto brilho, um alto investimento
para uma embalagem.
O primeiro rótulo de cachaça Ligia
Maria foi batizado de Ágata. Ela é uma
cachaça prata cristalina, com baixa acidez,
que passa em barril de amendoim
para ganhar leveza e um sabor de cana
de açúcar acentuado. “Ágata representa
o planeta Mercúrio, o primeiro do sistema
solar, que simboliza a primeira que você
experimenta pura e também é uma ótima
opção para drinks”, conta a proprietária
Ligia Maria.
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Lígia Maria também
produz o ótimo
gin Van Goden e
o Kokus, um drink
pronto de cachaça
com água de coco
que se tornou um
campeão de vendas
A segunda é a Topázio, que tem uma
coloração âmbar clara, aroma de cacau
e baunilha, levemente amadeirada pelos
dois anos de barris, é um blend de Carvalho
Americano e europeu. “ Topá zio
é uma pedra preciosa de boas energias,
que simboliza longevidade, cura e união.
Ela é a minha cachaça gourmet, perfeita
para acompanhar comidas elaboradas,
queijos amarelos, gorgonzola e até mesmo
um cafezinho”, recomenda Ligia.
Já a Ametista é uma cachaça extra
premium, com uma coloração mais intensa,
de âmbar escurecido. Tem um aroma
adocicado, baixa acidez, sabor bem
amadeirado, com sabor leve de coco e
amêndoas conferido pelo blend de cachaças
envelhecidas por cinco anos em
cinco madeiras: Amburana, Bálsamo,
Carvalho Americano, Carvalho Francês
e Grápia. Devido à sua complexidade,
combina com alimentos de sabor mais
intenso, nozes e chocolate. “A Ametista
simboliza a sabedoria. Ela é perfeita para
os apreciadores de um destilado superior
ou de um bom charuto. Tem até um
ditado grego que diz: ‘quem beber de um
cálice feito de ametista jamais ficará bêbado’.
É para alegrar a alma”, afirma Ligia.
Ligia conta que recebeu muitas encomendas
de bebidas diferenciadas e
resolveu lançar outros produtos. O primeiro
foi o Kokus, um drink pronto, leve,
refrescante e bem brasileiro que mistura
cachaça com água de coco. A bebida deu
tão certo que se tornou um campeão de
vendas. “Acabei fazendo também um gin
que batizei de Van Goden que está indo
super bem pela sua qualidade e versatilidade
e estou em processo final para
lançar um Rum envelhecido em barris de
whisky”, revela Ligia.
A produção hoje gira entre três e cinco
mil litros/ano para cada rótulo, exceto
a Ametista que gera no máximo 700 litros/ano.
“As cachaças são minhas joias
líquidas, feitas com extrema dedicação
e carinho para agradar a um público exigente.
Mas também visam desmistificar
essa coisa masculina da cachaça e atingir
o público feminino”, afirma Ligia.
Para Ligia, o mercado da cachaça
pode crescer muito. “Quero mostrar
aos brasileiros que temos um destilado
incrível, único, um patrimônio do
Brasil”, afirma. “Meu sonho é que um
dia, tal como acontece quando vemos
uma pedra preciosa, a cachaça desperte
o brilho nos olhos toda vez que nos deparamos
com ela”, complementa.
CACHAÇA LIGIA MARIA
k ligia@ligiamaria.com.br
Q @ligia.maria.cachaca
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{ Alambique }
FAMIGERADA
Uma cachaça
exemplar
A FAMIGERADA É UMA CACHAÇA DIFERENCIADA
DESDE A SUA CONCEPÇÃO. por Leonardo Millen
A Famigerada é uma cachaça premium
considerada um dos melhores
destilados do Brasil. Sua história se inicia
em 2008, quando Haroldo Narciso
decidiu trocar a carreira como diretor
de arte em televisão e aplicar sua formação
de designer industrial para produzir,
valorizar e difundir a cachaça de
alambique artesanal.
“A cachaça é um dos melhores destilados
do mundo, um bem cultural
brasileiro e não havia no mercado uma
cachaça branca de qualidade realmente
superior”, conta. “Minha mãe me ensinou
a identificar e a apreciar as cachaças
através do aroma, o que é muito difícil,
decidi então homenageá-la com uma cachaça
à altura”.
Haroldo experimentou muitas cachaças
brancas e se convenceu que uma
certa variedade de cana, a Java, que conhecera
quando jovem, seria a opção
ideal. Ela foi trazida por Martim Afonso
de Souza, em 1531, e foi a base da primeira
cachaça produzida no Brasil. Porém, essa
variedade se perdeu ao longo do tempo
para outras que apresentavam uma melhor
produtividade.
“Consegui encontrar algumas remanescentes
em uma antiga fazenda
de meu avô, daí replantei as mudas em
nosso sítio na cidade de Mato Verde, no
norte de Minas Gerais”, conta. A cidade
fica entre os municípios de Januária e
Salinas, dois polos produtores de excelentes
cachaças. Segundo Haroldo,
a propriedade tem o relevo, condições
climáticas e mão-de-obra capacitada
para esse tipo de cana se desenvolver,
preservando o terroir característico da
Serra Geral de Minas.
“Comecei a fazer testes usando o método
tradicional, com levedura selvagem
e chegamos a uma cachaça branca muito
equilibrada”, conta.
A partir daí foi estruturar o alambique
e começar a produção até que, em 2017,
a Famigerada Bruta finalmente foi lançada
no mercado. Rapidamente, ela conquistou
paladares, arrebatando diversos
prêmios, como a Medalha de Ouro no
Concurso Vinhos e Destilados do Brasil,
em 2020, e, no ano seguinte, foi a única
cachaça branca a ganhar a ‘Medalla De
Oro’ no Catad’Or World Wine And Spirits
Awards, impressionando um júri de 33
especialistas do Chile, Argentina, Brasil,
Peru, Bélgica, Alemanha, França, Holanda
e Espanha.
Animado, Haroldo passou a maturar a
Bruta em barris de diferentes madeiras
e em 2018 lançou seu segundo rótulo, a
Mansa, envelhecida por dois anos em
jequitibá-rosa e jequitibá branco. “Minha
intenção é explorar a maior variedade
possível das madeiras brasileiras na maturação
de cachaças”, revela.
Atualmente, muitos bares e restaurantes
de alta coquetelaria usam a
Bruta e a Mansa em seus coquetéis.
Paralelamente, Haroldo dá aulas sobre
o destilado para pessoas carentes da
comunidade de Paraisópolis, em São
Paulo. “Já estamos na oitava turma e
70% dos alunos formados estão empregados.
É um trabalho em parceria com a
ONG Emprega Comunidade, G10 Favelas
e o App de gestão LanUP, que nos dá
muito orgulho ao devolvermos à sociedade
parte de nosso conhecimento na
produção de cachaça”.
Haroldo Narciso,
da Famigerada,
apostou em
produzir uma
cachaça branca de
qualidade superior
e conquistou o
mercado
FAMIGERADA
Rua Planeta, 91, Belenzinho
São Paulo (SP)
m (11) 2213-8267
K www.famigerada.com.br
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Introducing the
Global 8000
Fastest | Farthest | Smoothest
businessaircraft.bombardier.com
The Global 8000 aircraft is currently under development and the design tolerances remain to be finalized and certified.
Bombardier, Global, Global 8000 and Exceptional by design are registered or unregistered trademarks of Bombardier Inc. or its subsidiaries. © 2022 Bombardier Inc. All rights reserved.