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do solo da região. Deve-se também considerar que a água que

passa pelo solo entra em contato com as rochas e sedimentos

do subsolo e estes podem contribuem com disponibilização de

elementos químicos para água. Logo, a composição da água

mineral sofre influencia do solo e subsolo.

A maioria das plantas cultivadas cresce melhor

em solos levemente ácidos, com pH entre 5,5 a

6,5. Quando o solo é ácido, com pH inferior a 5,5,

a produtividade das culturas cai acentuadamente.

justamente porque o solo velho passou durante um tempo

maior pelo processo de intemperismo, ou seja, pelo seu

“envelhecimento”. Isso significa que existe um tempo maior

de acidificação e perda de nutrientes. No solo jovem, como

esse tempo de envelhecimento (intemperismo) é menor,

ainda existem nutrientes, e sua acidificação é menor.

TABELA 1. Fertilidade de dois solos do sudeste do Paraná

em função do intemperismo

AMOSTRA

pH

PARÂMENTROS QUÍMICOS DO SOLO

Al +3 H + Ca ++ Mg ++ K +

cmol c

/kg

95

Para corrigir a acidez excessiva, aplicamos corretivos como

o calcário. Assim, conseguimos atingir o pH ideal para o

crescimento das plantas (Figura 6) e também eliminamos o

alumínio para não causar toxidez às mesmas.

Solo pouco

intemperizado

(“jovem”)

Solo muito

intemperizado

(“antigo”)

7,1 0,0 1,2 22,1 5,5 1,00

4,3 5,3 16,6 1,2 0,2 0,03

Nas áreas urbanas, os restos de construção, que possuem

resíduos de cimento e cal, também podem contribuir para

reduzir a acidez do solo. Assim, pode-se encontrar solos cuja

fertilidade química foi melhorada na área urbana, embora

as condições físicas estejam piores devido à compactação de

máquinas e operários da construção civil.

MILHO EM SOLO

SEM CALCÁRIO

Milho em solo sem calcário.

MILHO EM SOLO

COM CALCÁRIO

Milho em solo com calcário.

Figura 06: Efeito da correção da acidez através da aplicação de um corretivo (calcário)

sobre o crescimento do milho. Fonte: Motta e Barcelos (2007).

A Tabela 1 mostra alguns dados de uma análise química de

um solo muito “lavado” e acidificado (solo velho) e de um solo

menos “lavado” (solo jovem), vindo de uma mesma rocha

(basalto). Podemos observar que o Ca ++ , Mg ++ e o K + são bem

menores no solo velho (muito intemperizado) do que no solo

jovem (pouco intemperizado). Ao contrário, o pH e os teores

de Al +3 são maiores no solo velho (muito intemperizado),

do que no solo jovem (pouco intemperizado). Isso ocorre

Fonte: Lima et al. (1984)

E o que ocorre com Ca ++ e Mg ++ ? Estes elementos formam

compostos que são pouco solúveis em água e, quando chegam

aos oceanos, se acumulam no fundo (depositam), ou são

absorvidos pelos organismos formando conchas e corais. Um

bom exemplo destes compostos são os carbonatos de Ca e Mg

(CaCO 3

, MgCO 3

), parentes dos bicarbonatos de Na (NaHCO 3

),

usados contra a acidez do estômago. Esses compostos se

acumularam no decorrer de milhões de anos no fundo de mares

e lagos, formando os depósitos de calcários e mármores. Essas

rochas, após moídas, são novamente utilizadas no solo para a

correção da acidez.

É possível então, verificarmos que na natureza os elementos

fazem parte de ciclos, onde são perdidos e retornam ao solo.

O Ca ++ perdido do solo há milhares de anos, retorna na forma

de corretivo da acidez. Esse Ca ++ será absorvido pela planta,

onde irá fazer parte de seus tecidos. Quando nos alimentarmos

da planta, o Ca ++ passará a fazer parte de metabolismos do

nosso organismo, como, por exemplo, na formação dos ossos.

Assim, na natureza nada é perdido, e todos os elementos são

reaproveitados.

94

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

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