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fora da lavoura, para uma área de mato, capoeira ou gramado,
sem causar problemas de erosão. Solos mais rasos possuem
menor capacidade de infiltração de água e por isso necessitam
de terraços em desnível. Em solos profundos, o terraço pode
ser em nível.
Figura 12: Terraço em desnível lentamente escoando água no canal, reduzindo a
erosão em sulcos ou voçorocas. Foto: Glaucio Roloff.
A construção dos terraços geralmente é feita com arado ou
com equipamentos especiais chamados de terraceadores.
Nos livros didáticos da educação básica muitas vezes é
citada a construção de patamares (citados nestes livros
como ”terraços”) (Figura 13), em regiões como os Andes
ou o sudeste asiático. Este tipo de obra, para contenção
de erosão, praticamente não é utilizada no Brasil, salvo
em encostas de rodovias ou ferrovias. A citação destes
patamares nos livros didáticos confunde o aluno, pois não é
uma realidade para a maioria do território nacional.
3.3. MANEJO ADEQUADO DO SOLO URBANO
Nas áreas urbanas, os mesmos princípios das áreas agrícolas
também se aplicam. Quando deixamos o solo descoberto,
também facilita a erosão. Ao contrário, se deixarmos o solo
coberto com plantas, gramados e árvores, estaremos protegendo
o mesmo do impacto da gota da chuva, favorecemos a infiltração
da água no solo, e reduzimos a erosão. A começar pela escola, é
importante conscientizar o aluno sobre a importância de manter
as áreas verdes, que ainda não estejam cobertas com calçadas,
pois ali está o solo.
A construção de casas, prédios, asfalto, concreto e calçadas
também prejudica o solo, devido à sua impermeabilização.
Neste caso o solo deixa de ser um meio que permite a infiltração
da água da chuva. Isto favorece o rápido escorrimento da água
sobre a superfície do terreno, e com maior facilidade podem
ocorrer enchentes. Quanto mais impermeabilizada for uma
bacia hidrográfica urbana, maior será a possibilidade de
ocorrerem enchentes, pois a água irá muito rápido para o rio,
sem passar pelo solo. Por outro lado, nos períodos mais secos
do ano, os rios urbanos tem sua vazão reduzida, pois a água não
penetrou no solo, e não abasteceu os lençóis freáticos. Assim
o rio urbano perde também sua finalidade de diluir a poluição
devida aos esgotos clandestinos que atingem a rede de água
pluvial.
Se a construção civil propiciar a perda de horizontes superficiais
do solo, isto também condicionará a maior susceptibilidade do
solo à erosão, pois os horizontes subsuperficiais são menos
resistentes à enxurrada (Figura 14).
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Figura 13: Patamares existentes em Machu Pichu no Peru.
Foto: Aureo Sebastião Tesseroli de Lima.
Figura 14: Erosão na área urbana de Curitiba (PR), causada
pela retirada dos horizontes superficiais do solo. Foto: Nerilde
Favaretto.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ