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rios e lagos. Além de melhorar a qualidade, a passagem da

água através do solo regula a vazão dos rios, mantendo a

mesma o mais constante possível ao longo do tempo.

Nos espaços urbanos, o uso de solos inaptos para esse fim,

e sem as medidas para sanar os danos decorrentes dessa

inaptidão, também tem ocasionado degradação dos solos.

Podem ser citados efeitos como deslizamentos, quedas de

barreiras, formação de voçorocas, queda de árvores que não

conseguem se fixar no solo degradado, etc, com perdas de

vidas e prejuízos materiais de grande monta. As enchentes

que assolam as áreas urbanas também são devidas à

degradação dos solos, pois o material perdido por erosão

acaba assoreando os cursos hídricos e reduzido a calha dos

rios.

O solo é extremamente frágil e passível de degradação

quando não recebe o manejo e os cuidados necessários;

podendo ser considerado um recurso finito, que demora

para se formar (1 cm pode levar centenas de anos para se

formar), mas pode ser rapidamente perdido.

Embora a ciência tenha contribuído para que terras sejam

corretamente utilizadas e os usuários dos solos tenham

aplicado muitos desses conhecimentos, ainda há muito

a fazer a esse respeito. Consideramos, por exemplo, a

situação no Paraná. Um olhar mais atento sobre a paisagem

do estado permite identificar, em praticamente todas as

regiões, muitos problemas decorrentes do mau uso dos

solos, tanto no meio rural como no urbano.

2. EROSÃO DO SOLO: A INIMIGA NÚMERO 1

2.1. O QUE É EROSÃO?

glossário

Erosão é um “desgaste” do solo causado pela água da

chuva e da enxurrada. O impacto direto das gotas de chuva

sobre o solo descoberto e o escorrimento da enxurrada

desprendem e arrastam partículas e pequenos torrões

de terra morro abaixo.

A erosão é a principal causa da degradação de nossos solos. É

a inimiga número 1 que precisa ser combatida, mas antes de

combater a erosão, precisamos conhecer ela muito bem.

2.2. QUAIS SÃO OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELA EROSÃO?

Quando o solo é arrastado da lavoura para partes baixas do

terreno, um dos principais patrimônios da humanidade está

indo embora. É como se aos poucos alguém retirasse as janelas

de nossa casa, depois as portas, depois as paredes e por fim

o telhado, ficando somente o “esqueleto”, sem condições

nenhuma de moradia. O mesmo acontece com o solo. A camada

rica em nutrientes, que armazena maior quantidade de água e

que mais favorece o crescimento das raízes vai embora. Fica

somente o “esqueleto”, aquela terra pobre sem condições

de produzir. Grande quantidade de nutrientes é perdida! Se a

erosão não for combatida, é exatamente isso que acontece.

Além de diminuir a produtividade e a renda do agricultor, a erosão

prejudica o meio ambiente. Ela polui a água de rios e lagos com

sedimentos, excesso de nutrientes e agrotóxicos. A quantidade

de peixes acaba diminuindo. O custo para o tratamento de

água para consumo nas cidades acaba aumentando. Os rios

ficam assoreados e com isso aumentam os problemas com

alagamentos e enchentes, reduz a possibilidade de navegar

aquele curso hídrico, e também do mesmo produzir energia

em usinas hidrelétricas. Portanto, as consequências da erosão

não se restringem somente ao local onde ocorreu a mesma,

mas também ocorrem fora dela, a dezenas ou até centenas de

quilômetros de distância.

2.3. QUAIS SÃO AS FORMAS DE EROSÃO?

A erosão é uma inimiga que nem sempre aparece, mas está

lá, destruindo nosso solo. Muitos pensam que a erosão ocorre

somente na forma de voçoroca. Na verdade, voçoroca já é uma

etapa gravíssima do problema. Antes de se formar uma voçoroca,

ocorre a erosão em entressulcos e a erosão em sulcos, e são

nessas formas que devemos prestar mais atenção, por isso a

importância de se conhecê-las. Depois disso é tarde!

2.3.1. EROSÃO EM ENTRESSULCOS

Essa é a primeira forma de erosão e nem sempre é percebida.

O impacto da gota da chuva desagrega uma fina camada de solo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

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