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Opinião
Black Friday: Aproveite os descontos e seja enganado
sem perceber
CRÓNICA
Maria Andrade
25 de novembro de 2022
(última sexta-feira do mês) -
dia da Black Friday no mundo
todo. As lojas ainda nem
abriram portas e a multidão
que existe no exterior faz parecer
que o Justin Bieber vai
dar um concerto na Apple
Store de um shopping qualquer
no Texas. Já no interior
da loja, aquilo que acontece
é tudo menos parecido com
um concerto, a não ser que
seja daqueles de Punk Rock.
Falta exatamente um mês
para o dia de Natal e todos
querem encontrar o presente
perfeito para dar, mas calma,
uma caixa de chocolates ou
meias é sempre uma boa solução
e salvou muitas das minhas
tias ao longo dos anos.
- Está aqui a falar mal da
Black Friday, mas aposto que
comprou mil e uma coisas no
dia. - Pensam vocês indignados.
A verdade é que não comprei
mesmo nada. Para mim,
não é difícil resistir aos descontos,
uma vez que sou estudante
universitária e deslocada.
Estou sempre sem dinheiro
e os descontos não passam de
meros números presentes em
milhões de anúncios. Neste
caso, sendo uma boa oportunidade
de negócio ou uma fraude,
não é algo que me importe
pois não posso comprar nada.
No entanto, parece que o
comerciante não se contenta
com um dia de promoções,
isto fez com que o Black November,
a Black Week e até
mesmo o Black October aparecessem
em algumas lojas.
Já repararam que são inúmeros
os ramos que não aderem
a estes descontos? Nunca
vi a BMW a fazer uma promoção
de 50% na compra de um
dos seus automóveis. Ou até
mesmo a Ferrari a fazer a típica
publicidade “2 pelo preço
de 1”. As agências funerárias
também não aplicam qualquer
tipo de descontos durante esta
altura. Suponho que seja por
já terem as vendas garantidas
ao longo de todo o ano.
Para vos matar a curiosidade
de como poderiam ser os
anúncios, na minha cabeça
seria algo do género: “Morra
no Natal e receba 30% de
desconto no seu caixão.”.
Se pensarmos bem, a maior
parte das vezes os descontos
nem são assim tão bons. Muitas
das vezes nem são descontos.
No entanto, há que evitar
ao máximo que a Black Friday
se transforme numa Black
Fraude. Para isso, existem
dicas essenciais como, por
exemplo, levantar a etiqueta
do preço para confirmar
que o preço anterior não era
igual, fazer as contas na calculadora
do telemóvel antes
de chegar à caixa, desconfiar
dos descontos de 50% porque
a esmola nunca é grande dessa
forma e, verificar os produtos
online. Se é para ser “roubado”
ao menos é no conforto
do teu sofá e não nas enormes
filas dos shoppings. Aproveitem
bem estas dicas. Quem
vos avisa, vosso amigo é.
Ilustração: Margarida Antunes
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