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Desporto
Cartão vermelho para o Qatar
Após a entrega da organização
do campeonato ao Qatar,
várias críticas foram feitas
a respeito do país. O mundial
de 2022 ficou, de facto, para
a história, mas não somente
por boas razões. Durante os
jogos, protestos a favor dos
direitos humanos foram surgindo.
Um deles foi contra a
discriminação da comunidade
LGBTQIA+, e de apoio
à diversidade de género. Os
capitães de algumas seleções
mobilizaram-se para utilizar
uma braçadeira a dizer “One
Love”. No entanto, a FIFA
ameaçou penalizar com sanções
desportivas as equipas,
e estas acabaram por desistir
de utilizar o acessório antes de
entrarem em campo. A Bélgica,
a Inglaterra, a Holanda,
o País de Gales e a Suíça faziam
parte das sete seleções
que iam participar na manifestação.
A França desistiu
antes do aviso da federação.
Em protesto contra a FIFA
por ter ameaçado punir qualquer
seleção que utilizasse
uma braçadeira a dizer “One
Love”, os jogadores alemães
taparam a boca com as mãos.
Contra o racismo, os jogadores
ingleses ajoelharam-
-se em campo, na sua estreia.
Também no seu primeiro
jogo a Dinamarca protestou
contra a violação dos direitos
humanos por parte do Qatar,
entrando em campo com o
equipamento em que o emblema
da FIFA aparecia camuflado.
Já a seleção iraniana manteve-se
em silêncio enquanto
tocava o hino do país, para
mostrar o seu apoio às manifestações
que ocorreram no Irão.
Mas não só os jogadores
se manifestaram. O adpeto
Mário Ferri invadiu o campo,
durante o jogo Portugal-Uruguai.
O italiano manifestou-se
em relação a várias causas,
ao correr com uma bandeira
LGBTQIA+, enquanto
usava uma camisola com
mensagens de apoio às mulheres
iranianas e à Ucrânia.
Além deste, foi também
feita uma homenagem à jovem
Mahsa Amini, que morreu em
setembro de 2022, enquanto
estava presa pela custódia policial
do Irão. Mahsa tinha sido
detida por não ter respeitado
o código rígido de vestuário
para as mulheres do seu país,
ao utilizar o hijab de forma
incorreta. Na segunda parte
da fase de grupos do mundial,
durante o jogo entre o Irão e o
País de Gales, uma adepta iraniana
foi censurada por seguranças,
após mostrar uma camisola
com o nome da jovem.
O homem que a acompanhava
também acabou por ser censurado
ao segurar uma bandeira
do Irão com as palavras
“Women, Life, Freedom”.
Fotografia: Getty Images
Fotografia: Lance!
Fotografia: Reprodução/Twitter
Fotografia: Kirill Kudryavtsev / AFP
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