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Economia

A crise das criptomoedas e a queda dos gigantes

Por: Maria Andrade

Fotografia: InvestNews

O mercado das criptomoedas atravessa uma grande queda após a crise iniciada nas duas maiores empresas

deste setor: a corretora FTX e a empresa de investimentos Alameda Research. De acordo com vários

especialistas, os ativos digitais devem continuar em queda, sem data prevista de recuperação.

O

dia 9 de Dezembro

de 2022, ficou

assinalado

como o dia em que o mercado

das criptomoedas entrou

em crise. Para os seus investidores

e para quem possui

este tipo de moedas digitais,

o cenário não é o melhor.

A bitcoin, moeda digital

mais conhecida e negociada,

apresentou o preço mais baixo

do ano quando atingiu os

US$ 16.992. O seu valor de

mercado já caiu cerca de 65%

em 2022, ficando o fenómeno

conhecido como o “inverno

cripto” entre os investidores

e entusiastas. Isto deve-se ao

facto de ter atingido um nível

tão baixo, algo que não

era visto há muitos anos.

A segunda maior criptomoeda

do mundo, o ether, da

rede Ethereum, apresenta uma

situação ainda mais difícil.

Em apenas quinze dia, a moeda

atingiu uma baixa acumulada

de 23,4%, estando assim

cotada por apenas US$ 1.

234. As outras criptomoedas

existentes, também operam a

vermelho apesar de não terem

tido uma queda tanto grande.

O pior desempenho já alguma

vez assistido continua

a ser o dos tokens e FTT. Os

tokens estão ligados diretamente

a empresas colapsadas

como a SOL que teve

uma queda de 32%. A FTT,

apresentou no mês de Dezembro

uma queda de 81%.

Balanço do futuro

das criptomoedas

não é animador

Com a crise nas duas grandes

empresas deste setor, o

mercado encontra-se com

grandes dificuldades. Após

o colapso da FTX, tornou-se

evidente que as criptomoedas

devem ser reguladas. Mais de

um milhão de clientes saiu

prejudicado e o fundador da

corretora, Sam Bankman-

Fried, apesar de não ter sido

preso, foi levado para os Estados

Unidos da América,

onde respondeu a acusações

de fraude, financiamentos ilegais

e lavagem de dinheiro.

Com este colapso e a iminente

necessidade de liquidar

posições de forma a gerar

fluxo de caixa e elevar

as obrigações financeiras, o

volume de criptomoedas colocadas

à venda promove a

queda dos preços e aumenta

o movimento dos investidores

que cada vez mais se

desfazem das suas posições.

Para além dos problemas

a nível operacional, da queda

dos tokens e das questões com

os clientes da FTX, o fator mais

relevante é a exposição destas

empresas aos ativos digitais.

Apesar dos especialistas

estarem confiantes que o futuro

será mais otimista para

os investidores deste tipo de

moedas, o cenário ainda é de

alguma incerteza. A provável

aquisição da FTX pela Binance

pode ser o caminho mais

indicado. No entanto, a compra

não vai resolver os problemas

que este mercado enfrenta,

inclusive pode trazer mais

riscos que passam essencialmente

pela regulação e concentração.

Caso esta operação

falhe, o mercado vai passar a

depender de novos factos relacionados

com o resgate da

FTX e da Alameda Research,

para que os investidores

possam receber boas notícias.

Em Portugal, dados do

BCE afirmam que 5% da população

tem na sua posse criptoativos.

O valor encontra-se

acima da média europeia que

regista um valor de 4%. As

conclusões deste estudo são

sobre o tipo de pagamento dos

consumidores da Zona Euro,

no qual Portugal, Itália, Eslovénia,

Grécia, Bélgica. Aústria,

Chipre e Espanha aparecem

em destaque com maior

proporção de uso de criptomoedas,

tanto para investimentos

como para pagamentos.

Com a queda das duas gigantes

empresas deste setor,

a FTX e Alameda Research,

a situação no mundo das

criptomoedas não é a melhor.

Os seus investidores estão

preocupados com a perda da

sua riqueza e os especialistas

apontam para um cenário

complicado e de crise.

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