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Sentinela Impresso

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Política

Dedução dos prejuízos

- O prazo vai passar a ser

ilimitado, passando para 5

anos para as grandes empresas

e para 12 nas restantes.

Menos IVA na luz

- Diminuição do IVA na fatura

da eletricidade para

6%, atuando apenas sobre

os primeiros 100 kWh de

consumo e só em potências

contratadas até 6,9 kVA.

Autoconsumo de energia

- Os particulares e pequenos

negócios com fontes de

energia renovável instalada

poderão beneficiar de um

novo incentivo ao consumo e

venda de excedentes à rede;

- Ficam isentos de IRS até ao limite

anual de mil euros de rendimentos

resultantes da transação

de energia excedente.

Despesas com energia e

produtos agrícolas

- Aumento do IRC em 20%

(gastos com energia) e 40%

(despesas com produtos agrícolas),

aplicável a 2022;

- Mitigação da fatura energética

das empresas com

a criação de um pacote

de três mil milhões de euros,

para o apoio do sistema

elétrico e de gás natural.

Alojamento para jovens

- O Porta 65, programa de

apoio ao arrendamento jovem,

será aumentado em

30% na sua dotação, fazendo

com que o limite do apoio

suba para 300 euros mensais;

- Os estudantes do ensino superior

que venham de famílias

com baixos rendimentos,

mesmo que não sejam bolseiros,

vão ter a oportunidade

de aceder a um apoio mensal

na ordem dos 221 aos 288

euros, dependendo da instituição

de ensino e concelho.

Renda da casa

- Limitação de 2% do

aumento das rendas;

- Taxa aplicável de

28% aos senhorios;

- Em relação ao IRC, o coeficiente

de apoio é de 0,87.

O Orçamento de Estado

entra em vigor no dia 1 de

Janeiro de 2023, com as medidas

aprovadas e seguindo

as três grandes prioridades

definidas. Após os resultados

obtidos em 2022, espera-se

que em 2023, o país continue

a superar as expectativas.

Comentário

Por: Rui Sá

Rui Sá é o atual líder do Grupo Municipal da Coligação Democrática Unitária (CDU). À conversa

com o jornal Sentinela, o deputado partilhou a sua opinião sobre o Orçamento de Estado de 2023.

Montagem: Bruna Jardim

Este é um Orçamento do

Estado (OE)que, no fundamental

e estruturalmente, não

altera o rumo que há décadas

é seguido pelos sucessivos

governos e que, em termos

de paradigma económico,

aposta em Portugal como

País de “mão de obra barata”.

Num País em que mais de

70% dos trabalhadores por

conta de outrem recebem menos

de mil euros brutos mensais,

e em que cerca de 900

mil trabalhadores recebem o

salário mínimo (agora fixado

em 760€), exigia-se uma política

que apostasse assumidamente

no

aumento dos

salários e

das pensões.

Pelo contrário,

o OE

aposta em

reduzidos

aumentos salariais

para a

Administração

Pública

que, na prática,

se traduz

na sua diminuição

real,

face à inflação

registada

em 2022!),

“contagiando”, desse modo,

os salários no setor privado.

Situação que se traduz numa

triste constatação: em Portugal

empobrece-se a trabalhar!

Em simultâneo, os lucros das

maiores empresas têm aumentado

significativamente, o

que prova duas coisas: i) seria

possível aumentar salários; ii)

seria possível impor preços

máximos a diversos produtos

e serviços, designadamente

na área energética, dos produtos

alimentares e da banca.

Em paralelo com esta situação,

o OE não dá resposta

aos graves problemas que

minam, entre outros setores

sociais, o Serviço Nacional

de Saúde e a Escola Pública.Não

transferindo para os

mesmos as verbas necessárias

para o cumprimento integral

das suas funções, propiciando,

desse modo, as entidades

privadas que, muitas vezes

à custa do Estado, procuram

minar os serviços públicos.

Por último, o Governo,

numa postura de arrogância

que emana da sua maioria absoluta,

não aceitou as cerca de

400 propostas de alteração ao

OE que o PCP propôs e que,

a serem aprovadas, melhorariam

o documento e, fundamentalmente,

contribuíram

para a melhoria das condições

de vida dos portugueses.

Creio, assim, que, tal como

está já a acontecer, a maioria

dos portugueses irão sentir

na pele as consequências deste

OE e das opções políticas

que o mesmo consubstância.

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