Chave ilustrada para a identificação de 35 espécies de anofelinos das regiões nordestina e amazônica do Brasil pelos caractéres da fêmea, com notas sôbre os transmissores de Malária (Diptera, Culicidae) (Publicado originalmente em 1946)
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72 Memórias do Instituto Evandro Chagas: Parasitologia
abundante que 11420 exemplares foram obtidos em 136 horas de
captura. Provas de precipitina feitas com sangue contido no tubo
digestivo de 72 exemplares deram 70 resultados positivos com sôro
anti-homem.
Experiências feitas com o fim de determinar a
susceptibilidade de gambiae à infecção malárica, mostraram que 33
porcento dos exemplares alimentados uma vez em gametóforo
tornavam-se infetados. Em zona onde não se tinha ainda iniciado
trabalhos de controle dessa espécie, a proporção de fêmeas de gambiae
apanhadas dentro de casas e infetadas com oocistos ou esporozoitos
foi de 10 porcento. De um total de 1 891 gambiae dissecados de tôda a
área em estudo, 108, ou sejam 5.6 porcento, estavam infetados por
plasmódios. Sua grande susceptibilidade à infecção malárica,
juntamente com seus hábitos domésticos e sua nítida preferência por
sangue humano, fazem dêsse mosquito o mais perigoso transmissor de
Malária conhecido.
Anopheles darlingi
É o mais eficiente dos transmissores indígenas de Malária
no Norte e no Nordeste do Brasil. Prolifera em regiões chuvosas e de
alta humidade, sendo vulnerável às condições que prevalecem durante
a estação sêca. Existe principalmente nos vales dos grandes rios, não
sendo encontrado em extensas áreas do Nordeste, onde a estação
chuvosa é curta e as sêcas são frequentes. Mesmo na bacia amazônica
há trechos em que a severidade da estação sêca é por vêzes bastante
para eliminar o darlingi. Nos períodos desfavoráveis, êsse mosquito
consegue sobreviver sòmente nos lugares onde há grandes e profundas
coleções de água parada. São estas desaparições e reaparições alternadas
de darlingi que explicam em parte, as pequenas epidemias regionais
de Malária na Amazônia.
De 1 513 darlingi dissecados 27, ou 1.8 porcento, foram
positivos para formas evolutivas de plasmódios, sendo 0.9 porcento de