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Reabilitação Respiratória no período pós-transplante

A RR, no período pós transplante pulmonar, poderá ser dividida em

dois períodos, o pós-operatório imediato e o pós-operatório tardio.

Em ambos os momentos a RR reveste-se de suma importância sendo

necessário uma intervenção sistemática e continua para prevenir de

complicações e restabelecer da autonomia da pessoa.

No pós-operatório imediato, os objetivos da RR prendem-se com a

melhoria da ventilação, promovendo uma correta expansão pulmonar e

manter uma adequada limpeza das vias aéreas podendo as sessões de RR

ocorrerem de forma mais frequente (2-6 vezes ao dia) (Weill et al., 2011).

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Devido à desenervação do enxerto e ao compromisso do reflexo da

tosse é necessário a implementação de exercícios respiratórios que

promovam a mobilização das secreções e de eventuais fluídos que possam

estar acumulados na via aérea, prevenindo episódios de atelectasia e

infeção (Weill et al., 2011; Dierich et al., 2013). Dentro destes exercícios

estão a consciencialização e controlo respiratório, a reeducação

abdominodiafragmática, tosse, manobras acessórias, reeducação costal

e inspirómetro de incentivo. Os dispositivos de pressão positiva podem

ser usados, desde que não seja ultrapassado o limite dos 20cmH2O

(Weill et al., 2011; Dierich et al., 2013).

Enquanto a função respiratória retorna ao normal rapidamente após o

transplante, a tolerância ao exercício mantém-se frequentemente entre

40 a 60% dos valores anteriores ao transplante após dois anos da cirurgia

(Wickerson, Mathur & Brooks, 2010; Walsh, 2013; Langer, 2015). Os

mecanismos relacionados com este facto ainda estão pouco estudados,

sendo por vezes associado a internamentos prolongados em cuidados

intensivos (Langer, 2015), medicação imunossupressora e corticóides

(Walsh et al., 2013), disfunção primária do enxerto (Armstrong et al.,

2015), alteração da proporcionalidade das fibras musculares (Wickerson,

Mathur & Brooks, 2010), imobilidade (Langer, 2012) e disfunção muscular,

principalmente dos membros inferiores (Walsh et al., 2013; Langer,

2015). Nesta fase, considerada o pós-transplante tardio, a manutenção

da atividade física e o exercício físico supervisionado são fundamentais

pois aumentam a tolerância ao exercício, mas também a participação

GUIA ORIENTADOR DE BOA PRÁTICA | REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

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