02.01.2023 Views

gobp_reabilitação-respiratória_mceer_final-para-divulgação-site

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O estabelecimento de um programa de RR precoce na pessoa com

doença neuromuscular é fundamental, a fim de poder oferecer alívio

sintomático, melhoria da qualidade de vida, prevenção de complicações e

aumento da sobrevida (Cup et al., 2007; Spruit et al., 2013). Os principais

objetivos do programa de reabilitação respiratória visam manter a

compliance pulmonar e da caixa torácica, manter a clearance mucociliar

adequada e uma ventilação alveolar normal (Bach & Mehta, 2014).

194

Nas doenças neuromusculares crónicas, a ventilação inadequada

pode manifestar-se inicialmente no sono, com hipoventilação noturna

e alteração das trocas gasosas, podendo ocorrer insónias, cefaleias

matinais, hipersonolência diurna, fadiga e compromisso cognitivo (Branco

et al., 2012). Para melhorar a ventilação e manter a compliance pulmonar

e da caixa torácica, recomenda-se a implementação no programa de RR

de técnicas de descanso e relaxamento, controlo respiratório, respiração

abdomino-diafragmática, expiração com os lábios semicerrados e

reeducação costal (Cup et al., 2007).

O aumento da rigidez da caixa torácica, com retração e diminuição da

compliance torácica, reflete-se na incapacidade da pessoa em efetuar

inspirações profundas, exacerbando a hipoventilação e aumentando o

risco de atelectasias (Ambrosino, Carpene & Gherardi, 2009). Técnicas

de mobilização torácica e articular e técnicas de correção postural devem

ser implementadas para minimizar essa rigidez (Branco et al., 2012).

Para melhorar a ventilação utilizam-se técnicas como “air stacking”,

sustentação máxima da inspiração, treinos dos músculos inspiratórios

e respiração glossofaríngea (Bott et al., 2009). A utilização do treino

dos músculos respiratórios, na doença neuromuscular, pressupõe que

o aumento da força e resistência levará à preservação ou melhoria da

função pulmonar (Bott et al., 2009). De facto, o treino dos músculos

respiratórios aumenta a força muscular respiratória, melhora a função

pulmonar, reduz a fadiga muscular (Fregonezi et al., 2005; Yeldan, Gurses

& Yuksel, 2008) e melhora o fluxo expiratório (Pinto, Swash & Carvalho,

2012). A respiração glossofaríngea deve ser considerada, quando

existe redução da capacidade vital (mantendo a mobilidade torácica e

GUIA ORIENTADOR DE BOA PRÁTICA | REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!