02.01.2023 Views

gobp_reabilitação-respiratória_mceer_final-para-divulgação-site

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

& Agusti, 2007). Estudos recentes demonstraram que, o motivo da

intolerância ao exercício nas pessoas com doença respiratória crónica,

não se prende com a dispneia isolada, mas sim com a fadiga muscular e/

ou a associação da fadiga muscular com dispneia em baixas intensidades

de esforço, limitando assim, as AVD. (Polkey, 2009; Gallagher, 2010,

Vogiatzis, 2011; Troosters, 2013; Wiles, Cafarella & Williams, 2015).

139

Alterações respiratórias

Durante a atividade física, as pessoas saudáveis podem aumentar a sua

frequência respiratória até 10 a 15 vezes por minuto de forma a potenciar a

oxigenação muscular (Troosters et al., 2013; Neder et al., 2015), no entanto,

nas pessoas com doença respiratória crónica a atividade física produz um

aumento do trabalho respiratório com maior consumo de oxigénio associado

à diminuição da PaO2 comparativamente com adultos saudáveis (Troosters et

al., 2013). Nas tarefas que envolvem grandes grupos musculares, a reduzida

tolerância ao esforço é explicada por limitação ventilatória, enquanto nas

tarefas com recrutamento de pequenos grupos musculares a intolerância ao

esforço deve-se sobretudo à fadiga muscular (Troosters et al., 2005).

Considera-se que uma pessoa com doença respiratória crónica tem

limitação à atividade física de causa respiratória quando no final do

exercício atinge a sua capacidade ventilatória máxima, mantendo a

função cardíaca e a componente muscular abaixo dos limites máximos

(Iturri, 2005; Spruit et al., 2013; Satakel et al., 2015).

Na pessoa com DPOC existe uma particularidade relacionada com o

exercício denominada de hiperinsuflação dinâmica. A hiperinsuflação

dinâmica inicia-se com o exercício e termina quando este cessa. Esta resulta

da diminuição da capacidade inspiratória superior a 150 ml, com aumento

da capacidade residual funcional (Celli, 2007). A gravidade da dispneia de

esforço é diretamente proporcional ao grau de hiperinsuflação dinâmica

(Satakel et al., 2015). Esta hiperinsuflação justifica-se pelo aumento da

frequência respiratória, devido ao aumento do espaço morto ventilatório e

das exigências ventilatórias decorrentes do descondicionamento muscular

periférico (Nici et al., 2006; O’Donnel, 2006).

GUIA ORIENTADOR DE BOA PRÁTICA | REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!