Galo em Destaque Edição Especial
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Caçula da Série B ao lado do Tombense,
Criciúma e Novorizontino, o Ituano foi
rotulado por muitos, principalmente
quem não conhece o clube e não vive o dia a
dia, como um coadjuvante na Série B de
2022. Ou pior, candidato natural ao iminente
rebaixamento. Ou pior, candidato natural a
um iminente rebaixamento.
E esse «muitos» refere-se a dirigentes,
jogadores adversários e até jornalistas
forasteiros, que nunca acompanharam de
perto o Ituano. No caso dos jornalistas, estes
deveriam, no mínimo, pesquisar antes de
sairem dizendo isso ou aquilo. Pois o Ituano
começou o campeonato relativamente bem,
depois apresentou uma queda de rendimento
e chegou, após ser derrotado pela Ponte
Preta, a frequentar o Z-4, algo que durou uma
rodada. Mas na frieza dos números, flertou
com um possível rebaixamento ainda no
primeiro turno. A mudança, porém, aconteceu
na hora certa.
A saída de Mazola Júnior, que embora
reconhecidamente competente apresentava
um certo desgaste e a promoção de Carlos
Pimentel, aliada a algumas saídas e chegadas
de atletas na janela de transferências,
acabou dando o tom da recuperação e da arrancada
do Galo Guerreiro.
Nas mãos de Pimentel, que já conhecia
demais o elenco e o próprio clube em poucas
mudanças o elenco encaixou-se bem e os resultados
dessa mudança agora são muito
bem conhecidos. O Ituano cresceu e passou a
frequentar a partir do final do turno a primeira
página da classificação.
A primeira meta estabelecida - e cumprida
- foi o clube não passar por qualquer
risco de rebaixamento, o que aconteceu com
boa antecedência. A segunda - também cumprida
- foi ser a melhor equipe paulista na
competição.
Depois com naturalidade, veio a briga pelo
G-4 e o clube definitivamente passou a ser
visto com outros olhos. O fato de contra os
chamados gigantes o Ituano só ter perdido
para o Bahia e Sport, 0x2 e 0x1, respectivamente
(a derrota diante do Vasco só aconteceu
na última rodada) mostrou que os rubronegros,
definitivamente, não estavam mesmo
para brincadeira.
Dos gigantes, o próprio Bahia perdeu no
Novelli (0x1), o Sport foi goleado (1x4), contra
o campeão Cruzeiro, dois empates e diante
do Grêmio, um empate no Novelli com sabor
de vitória e uma vitória emblemática e inesquecível,
em plena Arena gaúcha por 1x 0. E
contra o Vasco da Gama? Ah, contra o
Gigante da Colina, gigante mesmo foi o Galo
Guerreiro. Primeiro um empate heróico num
lotado São Januário e no último jogo, que
despertou a atenção de todo o Brasil, uma
derrota por 0x1 que não refletiu o que se viu
dentro das quatro linhas num Novelli Júnior
não menos lotado, com a torcida jogando
juno e dando um verdadeiro show nas
vibrantes arquibancadas.
Essa derradeira derrota, entretanto, não
apagou a campanha extraordinária do Ituano
em toda a competição. Tanto que o time deixou
o gramado sob os aplausos da torcida,
agradecida e consciente de que o elenco fez
além do que se esperava no início. E o mais
importante, o Galo foi guerreiro até o fim.
Em termos de Série B o Galo já escreveu
seu nome na história. Ficou com a 6ª
posição naquela que foi considerada a melhor
e mais difícil Série B de todos os tempos!
açula da Série B, se for ver sem clu-
Cbismo e sem bairrismo, a tendência
do Ituano, assim como de Novorizontino,
Criciúma e Tombense, os quatro
clubes que subiram da Série C e eram, portanto,
os caçulas e menos experientes na
Série B era o iminente rebaixamento.
Principalmente a Série B 2022, tida e
havida como a mais difícil de todos os tempos,
contando com clubes gigantes como
Cruzeiro, Grêmio, Vasco da Gama, Sport
Recife e Guarani, todos que já conquistaram
em algum momento, o título de campeão do
futebol brasileiro.
Além disso, clubes mais que tradicionais
como Ponte Preta, Náutico, CSA, CRB,
Bahia e Chapecoense, por exemplo, todos
chegaram mais credenciados que os quatro
novatos que subiram.
No decorrer da competição, entretanto,
de alguma forma os caçulinhas se superaram.
Exceção feita ao Novorizontino, que
salvou-se da degola na última rodada, Tombense,
Criciúma e principalmente o Ituano
quebraram a escrita. O Ituano, entre tanto,
foi além.
Com um orçamento modesto, o Ituano
mostrou um poder de superação poucas vezes
visto no futebol brasileiro. Sem pagar
salários exorbitantes, mas cumprindo à risca
tudo o que foi acertado, o Galo teve seu elenco
unido e coeso e isso foi, indiscutivelmente,
uma das receitas para o sucesso final.
Essa, aliás, é uma das diferenças do Ituano
em relação a maioria dos clubes.
Miguel Schincariol