Revista Analytica Edição 121
Revista Analytica Edição 121 - Novembro 2022
Revista Analytica Edição 121 - Novembro 2022
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EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />
Mesmo em um ano de muitos desafios para todos nós, e, em especial para a indústria em nosso país, a equipe da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> tem orgulho de chegar<br />
ao fim deste ano comemorando seus resultados, conquistas e projetos futuros com você, leitor, que é a razão de tudo isso.<br />
Com muito orgulho anunciamos que, as expectativas e demandas para 2023 são bastante otimistas.<br />
Estamos transformando todos os nossos produtos, incluindo a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em uma nova companhia, a<br />
FuturLab Ltda. que, dividida entre diversos e variados subprodutos formará uma grande e única Plataforma<br />
de Comunicação Integrada, 100% digital, sem é claro, nos desprendermos de nossa tão amada revista física.<br />
Em breve, em nome da informação de qualidade e da universalidade do conhecimento, traremos muito mais<br />
novidades para vocês, leitores, fiquem atentos, pois é só o começo.<br />
Sobre esta edição, que fechará o ano de 2022, teremos um brilhante artigo abordando a evolução da<br />
cosmetologia, que, com suas inovações tecnológicas, trazem uma pergunta de extrema relevância:<br />
Nanocosmética: Uma evolução ou perigo?<br />
Já na seção Análise de Minerais, nosso colunista Eduardo Melo, traz também uma excelente discussão em<br />
seu artigo, onde, nos explica que, em muitos casos, seguir a norma técnica de um determinado ensaio não<br />
é o suficiente para alcançar um resultado satisfatório.<br />
A minha mensagem sempre foi e sempre será para que trabalhemos com dedicação e entusiasmo, para<br />
deixarmos “marcas” que serão eternas, porque há muitos que passam pela vida sem deixar nenhum legado.<br />
Nós, da ANALYTICA, estamos orgulhosos das marcas que deixamos e gostaríamos de agradecer a todos os<br />
envolvidos no cumprimento de nossa missão: promover o conhecimento e a disseminação da informação,<br />
em todas as suas faces, com veracidade e competência que desenvolvemos ao longo destes 20 anos.<br />
Despeço-me com este editorial, pois é a última edição do ano. Que 2023 renove ainda mais nossas esperanças<br />
e traga a realização de todos os nossos melhores desejos.<br />
Muito obrigada e boa leitura.<br />
Fale com a gente<br />
Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />
Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
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de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />
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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: Futurlab<br />
Editora Responsável : Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
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Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />
ÍNDICE<br />
01<br />
Editorial<br />
ARTIGO 1<br />
08<br />
06<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
TUMERIC CREAM - CREME HIDRATANTE E<br />
REDUTOR DE PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />
Por: Estela Rebeca Aguiar da Silva1, João Lucas Lima Aglio1, Paulo Ricardo Machini Diana1, Poliana<br />
Pereira de Oliveira1, Marcos Roberto Ruiz1, Paulo Roberto da Silva Ribeiro1, Rafael Rebes Ziliani1<br />
ARTIGO 2<br />
14<br />
QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR<br />
CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />
AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />
POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS<br />
NO VALE DO PARAÍBA.<br />
Por: Felipe José Ferreira Gomes1, Rondinele Ribeiro Motta1.<br />
20<br />
Metrologia<br />
Metrologia II 26<br />
28<br />
Logística Laboratorial<br />
Análise de Minerais 30<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Em Foco 35<br />
34<br />
Nanocosmética
Placas com meio de<br />
cultura desidratados<br />
e prontas para uso<br />
Produto não passível de registro ANVISA.<br />
Validade de até 24 meses<br />
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
BCQ<br />
4ª CAPA<br />
GREINER 07<br />
GRUPO PRIME<br />
3ª CAPA<br />
KASVI 03<br />
NOVA ANALITICA 39<br />
PENSABIO<br />
2a CAPA<br />
VEOLIA 27<br />
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4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Eduardo Pimenta, Felipe José Ferreira Gomes,Rondinele Ribeiro Motta, Cleyton Aparecido Gabeloni, Henrique Pires Teodoro, Kamile Manuelli Santos Miguel, Maiara Pereira dos Santos, Pedro Leonardo<br />
Ferreira de Mello, Ricardo Kenji Hamada Bendrath, Marcos Roberto Ruiz, Paulo Roberto da Silva Ribeiro, Rafael Rebes Zilliani, Ingrid Ferreira Costa, André Luiz Meira de Oliveira, Ivo Ázara e Thiago Menegotto.
agenda<br />
FEIRA HOSPITALAR<br />
23 a 26 de maio de 2023<br />
Ter. a Sex., das 11h às 20h<br />
PRESENCIAL | Expo São Paulo<br />
Informações: https://www.hospitalar.com/pt/home.html<br />
FCE PHARMA<br />
13 A 15 DE JUNHO DE 2023<br />
SAIBA MAIS: https://home.fcepharma.com.br/#about<br />
ANALITICA LATIN AMERICA<br />
26 A 28 SETEMBRO DE 2023<br />
SAIBA MAIS: https://www.analiticanet.com.br/<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
5
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />
autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e<br />
analisadas pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e<br />
qualquer conflito de interesse existente, em<br />
particular aqueles de natureza financeira<br />
relativo a companhias interessadas ou<br />
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estejam relacionados com a contribuição e o<br />
manuscrito apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo de<br />
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atestando a originalidade do artigo, bem<br />
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com endereço completo fone/fax e e-mail<br />
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Parte Experimental, Resultados e Discussão,<br />
Conclusão) agradecimentos, referências<br />
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sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />
da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />
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referência citadas no texto devem vir listadas<br />
no fim, com o sobrenome do autor em<br />
primeiro lugar seguido pela sigla do prenome.<br />
Ex.: sobrenome, siglas dos prenomes. Título:<br />
subtítulo do artigo. Título do livro/periódico,<br />
volume, fascículo, página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências.<br />
Referências de contribuições ainda não<br />
publicadas deverão ser mencionadas como<br />
“no prelo” ou “in press”.<br />
Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />
disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> |Novembro 2022<br />
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TEL +55 (19) 3468-9600 / FAX +55 (19) 3468-3601 / E-MAIL info@br@gbo.com
Artigo 1<br />
TUMERIC CREAM - CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE<br />
PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />
Por: Estela Rebeca Aguiar da Silva1, João Lucas Lima Aglio1, Paulo Ricardo Machini Diana1*, Poliana Pereira de Oliveira1, Marcos Roberto Ruiz1, Paulo Roberto da Silva Ribeiro1, Rafael Rebes Ziliani1<br />
1 - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI<br />
“Santo Paschoal Crepaldi” - Presidente Prudente-SP. E-mail<br />
para correspondência: *paulodiana651@gmail.com<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Resumo<br />
Os métodos de eliminação e redução de pelos estão sempre inovando e buscando formas de deixar tal<br />
prática mais confortável, ou até mesmo indolor. É de conhecimento geral, que as formas como são feitas a<br />
eliminação/redução, diversas vezes são de forma dolorosa e invasiva, podendo causar lesões na pele no mais<br />
simples dos casos. Portanto, os ativos termogênicos presente na raiz fazem com que a cada novo ciclo do pelo<br />
ele nasça mais fraco, fornecendo uma redução simples e indolor.<br />
Além de sua função redutora de pelos, o uso da cúrcuma na pele traz inúmeros benefícios, sua excelente<br />
hidratação proporciona brilho e maciez fazendo do creme um excepcional antienvelhecimento, auxiliando no<br />
combate de rugas. Antioxidante e Anti-inflamatório também são as demais funções da raiz aplicada na pele,<br />
que se dá pela presença de polifenol.<br />
Dessa forma, o presente trabalho busca incorporar a cúrcuma em uma formulação base de creme hidratante<br />
e avaliar seus benefícios e resultados na pele, a fim de qualificar o potencial de um ativo natural em relação<br />
a formulações inaturais.<br />
Palavras chave: creme, cúrcuma, hidratação, pelos, redução.
Introdução<br />
A pele é classificada como o maior<br />
órgão do corpo humano sendo<br />
essencial para a sobrevivência,<br />
atua como proteção ao sistema<br />
imunológico contra agentes externos<br />
(vírus e bactérias) assim como é<br />
responsável pelas funções sensoriais e<br />
regulação térmica do corpo. Além das<br />
atribuições citadas, a pele é o principal<br />
fator que constitui a aparência física,<br />
requerendo cuidados para prever<br />
o enrugamento, envelhecimento<br />
e o ressecamento da mesma, que<br />
quando negligenciados podem levar<br />
a consequências irreversíveis. [1]<br />
Aliado a isso encontra-se os pelos,<br />
visando removê-los, muitas pessoas<br />
submetem a pele à tratamentos<br />
depilatórios agressivos e doloridos,<br />
contribuindo para a deformação<br />
do órgão a longo ou curto prazo.<br />
Arranhões, queimaduras e alergias,<br />
além de danificarem e deixarem marcas<br />
na pele, são os principais feitores<br />
que movem a busca por métodos de<br />
eliminação e redução de pelos cada vez<br />
mais práticos e indolores. [2]<br />
Dessa forma, o creme a ser produzido<br />
visa unir agentes hidratantes que<br />
proporcionam o aspecto saudável<br />
a pele com um fator que concede<br />
a redução da densidade dos pelos,<br />
sendo esse um auxiliar para lidar com<br />
os empecilhos anteriormente citados.<br />
Com a cúrcuma (popularmente<br />
conhecida como açafrão-da-terra)<br />
sendo o principal ativo ao cumprir<br />
os papéis de hidratação e redução,<br />
o produto se compõe pela junção<br />
do mesmo à uma base hidratante<br />
para cremes composta por óleo de<br />
amêndoas e semente de uva. [3]<br />
A cúrcuma é uma planta da família<br />
Zingiberaceae (família do gengibre),<br />
a partir da sua raiz seca e moída se<br />
obtém a especiaria presente no creme.<br />
A mesma se caracteriza como benéfica<br />
a pele devido a presença de polifenol,<br />
substância que age como antiinflamatória<br />
e antioxidante atuando<br />
como um excelente tratamento às<br />
foliculites causadas pela depilação, além<br />
da companhia das vitaminas A, B e C<br />
que atuam como nutrientes, iluminando<br />
a pele. A longo prazo, a cúrcuma, como<br />
um alimento termogênico, consegue<br />
entrar na raiz dos pelos e fragilizá-los<br />
desde a raiz. Com o uso contínuo, é<br />
notável o afinamento e a redução da<br />
[4] [5]<br />
quantidade dos pelos.<br />
O óleo de amêndoas presente na base se<br />
faz um excelente nutritivo e hidratante<br />
para a pele, combatendo os mais graves<br />
casos de pele seca e desidratada. O óleo<br />
obtido da semente de uva contribui<br />
com o fortalecimento da barreira da<br />
pele devido a presença de ácidos graxos<br />
insaturados, tendo como exemplo o<br />
ácido linoleico, popularmente conhecido<br />
[6] [7]<br />
como ômega 6.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS:<br />
Em uma balança analítica METTLER<br />
TOLEDO, pesar os componentes que<br />
irão estruturar o creme hidratante<br />
e redutor, os quais correspondem a<br />
cúrcuma, e a base de creme hidratante.<br />
Na sequência, com os dois<br />
componentes em um único béquer,<br />
submeter a agitação constante até<br />
total homogeneização da cúrcuma no<br />
restante do creme.<br />
Por fim, ajustar o pH para a faixa<br />
ideal, realizar o envaze e prosseguir<br />
[8] [9]<br />
com as análises.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
9
Artigo 1<br />
• Análise organoléptica<br />
Executada por meio de questionário<br />
respondido por 10 integrantes que<br />
fizeram uso do creme durante um<br />
período de três horas.<br />
• Análise microbiológica<br />
Desenvolvida em meio de cultura<br />
a base de ágar, peptona e caldo de<br />
carne para Staphylococcus aureus em<br />
placas de Petri e em placas com meio<br />
específico Petrifilm 3 M®.<br />
• Análise de pH<br />
Realizada com amostra diluída e<br />
homogeneizada em água destilada<br />
em proporção de 1:1 (m/v) em<br />
peagâmetro METROHM 913.<br />
• Análise de viscosidade<br />
Efetuada através do viscosímetro<br />
BROOKFIELD BRASEQ, com a<br />
amostra submetida a rotação 20<br />
rpm com sensor 7.<br />
105°C por duas horas em estufa<br />
SPPENCER SCIENTIFIC. Em segundo<br />
momento transferida para mufla<br />
JUNG onde permaneceu por 1 hora<br />
em temperatura de 600°C.<br />
• Avaliação de estabilidade<br />
Executada na centrífuga METROTERM<br />
3PL com rotação 500 rpm por 45<br />
minutos, a fim de avaliar a separação<br />
de fases da amostra.<br />
RESULTADOS:<br />
A Figura 1 apresenta o produto final<br />
do presente trabalho.<br />
Um creme hidratante com textura que<br />
se aproxima de esfoliante e apresenta<br />
uma significativa hidratação, além<br />
de incorporar uma formulação que<br />
proporciona nutrientes para a pele e<br />
propriedades redutoras dos pelos.<br />
Além de tais benefícios, a formulação<br />
final apresenta fácil acessibilidade no<br />
que diz respeito ao valor atribuído<br />
para uma unidade, R$11,80. O valor<br />
foi contabilizado de acordo com o<br />
expresso da tabela abaixo.<br />
Matéria-prima<br />
(preço de custo)<br />
Base para creme<br />
hidrante<br />
Valor/unidade<br />
(R$)<br />
1,40<br />
Cúrcuma em pó 0,10<br />
Essência e<br />
embalagem<br />
10,30<br />
• Análise de cinzas<br />
Total 11,80<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Realizada com a amostra submetida<br />
primeiramente a temperatura de<br />
Figura 1. Tumeric Cream (embalagem/aplicação)<br />
Na Figura 2 estão apresentadas as análises<br />
organolépticas.
TEXTURA<br />
7<br />
2 1<br />
EXCELENTE BOA MODERADA<br />
A Figura 3 corresponde ao resultado<br />
obtido na análise microbiológica previsto<br />
pela Anvisa que preconiza a análise de<br />
Staphylococcus aureus em cremes.<br />
A análise de pH realizada em<br />
triplicata apresentou um valor<br />
médio de 6,00. Sendo este<br />
considerado adequado diante<br />
dos valores esperados para os<br />
COR<br />
cosméticos destinados a pele.<br />
7<br />
AGRADÁVEL<br />
2<br />
1<br />
MODERADA DESAGRADÁVEL<br />
A pele do corpo humano se<br />
apresenta em uma faixa de pH<br />
AROMA<br />
Figura 3. Análise microbiológica do creme.<br />
ligeiramente ácida, apresentando<br />
pequenas variações de acordo com<br />
2<br />
8<br />
0<br />
AGRADÁVEL MODERADO DESAGRADÁVEL<br />
HIDRATAÇÃO<br />
9<br />
1<br />
0<br />
EXCELENTE BOA MODERADA<br />
Figura 2. Avaliação da Análise Organoléptica do Tumeric Cream.<br />
De acordo com as análises das<br />
placas, utilizando contador de<br />
colônias, constatou-se a ausência de<br />
Staphylococcus aureus, não sendo<br />
necessária análise por microscopia.<br />
A Figura 4 apresenta o resultado obtido<br />
na análise de controle do pH do produto.<br />
a região do corpo, com valores<br />
entre 4,7 e 5,75. Para produtos<br />
cosméticos ligados diretamente a<br />
pele, a análise de pH é de grande<br />
importância, tendo em vista que<br />
substâncias que apresentarem<br />
caráter alcalino (pH > 7) podem<br />
danificar a estrutura celular<br />
Com isso, evidencia-se que o produto<br />
atende as principais características<br />
de um creme, ou seja, proporciona<br />
prejudicando a camada protetora<br />
da pele, tornando-a mais sensível e<br />
propensa a infecções.<br />
textura suave e uma eficiente<br />
hidratação, além de possuir cor e<br />
A Figura 5 compreende ao resultado<br />
aroma agradáveis.<br />
Figura 4. Análise do pH do produto.<br />
obtido na análise de viscosidade.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
11
Artigo 1<br />
Figura 5. Análise de viscosidade do creme com viscosímetro<br />
Brookfield.<br />
Figura 6. Análise de cinzas do creme.<br />
Figura 7. Tubo de ensaio com o creme, após centrifugação.<br />
Assim foi constado que o creme possui<br />
O produto não apresentou percentual<br />
O resultado da avaliação de estabilidade<br />
uma viscosidade no valor de 11.000<br />
de material inorgânico, onde toda<br />
é representado na Figura 7.<br />
centipoise (cp), apontado com dentro<br />
matéria orgânica foi dissipada em<br />
dos padrões para formulações de cremes.<br />
temperatura elevada. Esta análise é<br />
A análise constata que a formulação<br />
A viscosidade é uma propriedade muito<br />
de grande importância para destacar<br />
não apresenta a separação de fases,<br />
importante porque se relaciona com o<br />
a característica orgânica do creme,<br />
quando submetida a agitação rotativa<br />
espalhamento na pele, e também com<br />
sendo isenta de metais, que inclusive<br />
por longo período.<br />
a resistência da saída do produto da<br />
poderiam afetar a pele ou sua coloração.<br />
embalagem. Esta propriedade também<br />
O ensaio de estabilidade é necessário,<br />
precisa ser acompanhada após um<br />
A análise de estabilidade do creme<br />
pois, um creme que após um tempo<br />
tempo, para verificar se a característica<br />
foi realizada com intuito de verificar<br />
separa fases, não tem aceitação<br />
do produto será mantida.<br />
se o produto não forma uma mistura<br />
pelos usuários, principalmente<br />
heterogênea, para isso foi utilizada<br />
pela questão estética do produto.<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
A Figura 6 apresenta os resultados da<br />
análise de cinzas.<br />
uma centrífuga, com rotação de<br />
500 RPM por 45 minutos.<br />
Também por gerar dificuldades de<br />
homogeneização na aplicação.
CONCLUSÃO:<br />
Após um longo processo de pesquisas,<br />
análises e aprimoramentos, que<br />
apresentou desafios principalmente<br />
no que diz respeito ao equilíbrio que<br />
buscava-se estabelecer entre hidratação,<br />
aplicabilidade e conforto, torna-se válido<br />
dizer que o creme hidratante e redutor<br />
desenvolvido foi satisfatório para o<br />
objetivo estipulado, o que foi comprovado<br />
por meio do teste dos usuários e das<br />
pesquisas científicas relacionadas aos<br />
benefícios da cúrcuma para a pele e<br />
no tratamento de depilação. Além<br />
disso, o mesmo se encontra dentro dos<br />
parâmetros de qualidade estabelecidos,<br />
levando em consideração os resultados<br />
obtidos nas análises realizadas. Dessa<br />
forma, a validação final da formulação<br />
desenvolvida para o creme se completa<br />
por meio do excelente feedback que este<br />
apresentou com os dados fornecidos pelos<br />
usuários que participaram da análise<br />
organoléptica, comprovando assim, a sua<br />
aceitabilidade diante de seu público-alvo.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
[1] SOCIEDADE PORTUGUESA DE DERMATOLOGIA E<br />
VENEREOLOGIA. A pele. Disponível em: https://www.<br />
spdv.pt/_a_pele<br />
[2] GILLETTEVENUS. Métodos de remoção de pelos.<br />
Disponível em https://www.gillettevenus.com.br/pt-br/<br />
guia-de-depilacao/metodos-de-remocao-de-pelos/<br />
guia-basico-sobre-metodos-de-remocao-de-pelos/<br />
[3] ARQUIVOS DE CIENCIAS DA SAUDE DA UNIPAR. Açafrão<br />
da terra e seus benefícios medicinais. Disponível em:<br />
https://www.researchgate.net/publication/317253407_<br />
CURCUMA_LONGA_L_O_ACAFRAO_DA_TERRA_E_<br />
SEUS_BENEFICIOS_MEDICINAIS<br />
[4] METRÓPOLES. Conheça cinco benefícios de incluir a<br />
cúrcuma na sua rotina de beleza. Disponível em:<br />
https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/beleza/<br />
conheca-cinco-beneficios-de-incluir-a-curcuma-na-suarotina-de-beleza<br />
[5] REPOSITÓRIO UG. Creme anti-idade a base de<br />
cúrcuma. Disponível em: http://repositorio.ug.edu.ec/<br />
handle/redug/8362<br />
[6] TUA SAÚDE. Benefícios do óleo de amêndoa doce.<br />
Disponível em: https://www.tuasaude.com/oleo-deamendoa-doce/<br />
[7] TUA SAÚDE. Óleo de semente de uva: para que serve<br />
e como usar. Disponível em: https://www.tuasaude.<br />
com/beneficios-do-oleo-de-semente-de-uva/<br />
[8] ANVISA. Guia de controle de qualidade de produtos<br />
cosméticos. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/<br />
pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/cosmeticos/<br />
manuais-e-guias/guia-de-controle-de-qualidade-deprodutos-cosmeticos.pdf/view<br />
[9] EUCERIN. Entendendo a pele – pH da Pele. Disponível<br />
em: https://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/<br />
pele-sensivel/ph-da-pele<br />
Complemento Normativo - Artigo 1<br />
Referente ao artigo 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />
ISO 23674<br />
Cosmetics — <strong>Analytica</strong>l methods — Direct determination of<br />
traces of mercury in cosmetics by thermal decomposition and<br />
atomic absorption spectrometry (mercury analyser)<br />
Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: cosméticos. produtos de higiene pessoal<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />
BASE DE CÚRCUMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
https://www.iso.org/standard/76615.html<br />
ISO 24442<br />
Cosmetics — Sun protection test methods — In vivo<br />
determination of sunscreen UVA protection<br />
Norma publicada em: 06/2022. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Cosméticos. Artigos de toalete<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />
BASE DE CÚRCUMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
https://www.iso.org/standard/75496.html<br />
ISO 16212<br />
Cosmetics - Microbiology - Enumeration of yeast and mould<br />
Norma publicada em: 06/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Microbiologia cosmética<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />
BASE DE CÚRCUMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
https://www.iso.org/standard/72241.html<br />
ISO 23821<br />
Cosmetics - <strong>Analytica</strong>l methods - Determination of traces<br />
of mercury in cosmetics by atomic absorbtion spectrometry<br />
(AAS) cold vapour technology after pressure digestion<br />
Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Cosméticos. Artigos de toalete<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />
BASE DE CÚRCUMA<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suíça.<br />
https://www.iso.org/standard/77054.html<br />
DIN EN 17156<br />
Cosmetics - <strong>Analytica</strong>l methods - LC/UV method for the<br />
identification and quantitative determination in cosmetic<br />
products of the 22 organic UV filters in use in the EU<br />
Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />
BASE DE CÚRCUMA<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-17156/353226761<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
13
Artigo 2<br />
QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR<br />
CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />
AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />
POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO<br />
VALE DO PARAÍBA.<br />
Por: Felipe José Ferreira Gomes1, Rondinele Ribeiro Motta1.<br />
1Universidade Paulista/Instituto de Ciências da Saúde, Rod.Presidente Dutra, km157, Pista sul, 12240-420, São José dos Campos Brasil, felipe.jogfer@gmail.com, rondinele.ribeiro@hotmail.com.<br />
(B) Amostra 11 positiva,<br />
obteve presença de aflatoxina<br />
B1 e Rf de 0,68ul/kg em (CCD)<br />
revelado em luz UV.<br />
Estrutura da molécula de Aflatoxina B1<br />
Fonte: próprio autor, 2022<br />
Fonte: Laboratório de pesquisa Universidade Paulista – UNIP (SJ.Campos) , 2022<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Resumo<br />
Quantificar aflatoxina B1 em (CCD) das amostras de amendoins positivas em meios de cultura para fungos<br />
Aspergillus flavus do municípios de São José dos Campos - SP, comparando os resultados com o valores<br />
de referência de aflatoxina B1 permitida pela legislação segundo ANVISA. Dê acordo pesquisa anterior 4<br />
amostras positivas em meio de cultura para fungos Aspergillus flavus, as amostras foram trituradas onde<br />
foram realizadas as 4 etapas seguintes de (Extração, Purificação do extrato, Extração líquido – líquido<br />
e Cromatografia em camada delgada), após foram reveladas as placas de sílica em luz UV - 366 nm<br />
onde foi determinado o Rf para calculo de quantificação de aflatoxina B1. Obtemos resultados negativos<br />
para 4 amostras de amendoim, somente em amostra 11 obtemos presença de aflatoxina B1 em baixa<br />
quantidade dê 1,4 ug/kg. Conclui que as amostras estão livres de contaminação acima da referencia<br />
ANVISA, afirmando que ainda ouve presença mínima de aflatoxina B1 na amostra 11, vale resaltar que<br />
ainda pode causar intoxicação devida a uma grande quantidade de ingestão.<br />
Palavras chave: Aspergillus flavus ; Aflatoxina B1; Cromatografia<br />
Área do Conhecimento: Ciências da saúde
INTRODUÇÃO:<br />
fungos A. flavus ganhe forças para<br />
de amendoim contaminados, que<br />
A partir do descontrole da<br />
desenvolver mitoses, aumentando<br />
permite que os fungos filamentosos<br />
contaminação do fungos A.<br />
assim sua colonização fungica nos<br />
invada os tecidos hepáticos, renais e<br />
flavus, junto a elevação de calor<br />
amendoins, causando um maior<br />
endócrinos, onde ali realizam mitoses<br />
e umidade, gera uma maior<br />
desenvolvimento de aflatoxina B1<br />
com grande velocidade, produzindo e<br />
colonização fúngica, sabendo que<br />
e a intoxicação aos humanos ao<br />
liberando aflatoxinas constantimente,<br />
as plantas de amendoins forrageiros<br />
ingerir os amendoins contaminados<br />
logo as chances de óbito e patologias<br />
em monocultivo favorece não<br />
(CARRENO et al, 2014).<br />
agravantes (SELIM et al, 2014).<br />
só o crescimento de esporos de<br />
A. flavus, mais como também<br />
A aflatoxina pode distinguir no<br />
Segundo Mupunga (2014), a<br />
seus compostos oleonigenos que<br />
individuo patologias impactantes<br />
aflatoxina B1 e o toxicogênico com<br />
contribuem com a atividade de<br />
que geram três tipos de grau<br />
maior potencial carcinogênico,<br />
armazenamento de calor para<br />
de intoxicação por aspergilose,<br />
sendo classificada como grupo 1 dos<br />
os fungos se desenvolverem<br />
intoxicação severa, aguda ou<br />
carcinógeno em seres humanos pela<br />
(GUIMARAES et al,2013). A presença<br />
crônica, com os primeiros sintomas<br />
Agência Internacional para Pesquisa<br />
de aflatoxina no amendoim passou<br />
de náuseas, febre, fadiga, dor<br />
sobre Câncer.<br />
a se configurar como um problema<br />
região abdominal, falta de apetite,<br />
para a saúde pública, afetando<br />
o indivíduo contaminado é<br />
Desta forma o objetivo do presente<br />
diretamente o agronegócio de<br />
classificado em uma dessas três<br />
trabalho foi avaliar com a presença<br />
diversos países, causando a redução<br />
classes, com isso as lesões se<br />
de Aspergillus flavus em amostras<br />
da exportação agrária do Brasil,<br />
agravam ainda mais se o paciente<br />
de amendoim comercializadas no<br />
contribuindo com a intoxicação<br />
estiver imunodeprimido podendo<br />
município de São José dos Campos,<br />
alimentícia, sendo uma substância<br />
levar a óbito em horas, contribuindo<br />
á quantificação de aflatoxina B1,<br />
tóxica, que causa deteorização do<br />
alimento, facilitando a alimentação<br />
fungica e contribuindo que o<br />
com esta patologia, quando o<br />
individuo é contaminado por A.<br />
flavus é devido a series de ingestão<br />
comparando com valor permitido<br />
ANVISA, bem como alertar sobre os riscos<br />
desta infecção fúngica e micotoxica.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
15
Artigo 2<br />
Metodologia<br />
150ml água destilada onde<br />
(CCD), sendo eluídas com 5 ml de<br />
A quantificação de aflatoxina<br />
extraimos 2 vezes por 3 minutos<br />
etanol (polar) nos 4 bequers, onde<br />
B1 foi realizada em laboratório<br />
com 10 ml de clorofórmio, logo<br />
após foram reveladas com luz UV-<br />
multidiciplinar da Universidade<br />
foram juntados 10 ml do extrato em<br />
366nm, realizando a interpretação<br />
Paulista- UNIP; São José dos Campos<br />
erlenmeyer de 50 ml e evaporado<br />
e cálculo do Rf . Todas a análise<br />
– SP, onde por resultados anteriores<br />
á secura em chama com suporte,<br />
foi realizada com fundamento no<br />
de 4 amostras positivas dê 22<br />
homogenizamos com metanol e<br />
método da AOAC; ( Internacional<br />
amostras negativas para A. flavus,<br />
eluímos com capilares, em seguida<br />
Official Methods of Analysis ),<br />
foram trituradas as 4 amostras<br />
adicionamos em 4 placas de sílica<br />
(LIAO et al, 2013). Conforme<br />
positivas, cerca de 50g de cada<br />
para realização das técnicas de<br />
descrito acima e ilustrado a baixo<br />
amostras de amendoim á granel,<br />
cromatografia em camada delgada<br />
na fígura 1 e 2 a baixo:<br />
em seguida adição das amostras de<br />
amendoim triturado em 2 bequer de<br />
500ml, logo foram iniciadas as etapas<br />
de “Extração” onde foram adicionadas<br />
em dois bequer de 500ml, foram<br />
adicionadas 540 ml de metanol em<br />
cada bequer, 60 ml em cada de Cloreto<br />
Figura 1. A) Extração da aflatoxina B1; B) Fase de filtração; C) Fase de purificação da aflatoxina B1; D) Fase de extração líquido-líquido<br />
10ml de extrato líquido; E) Cromatografia em camada delgada (CCD).<br />
de potássio, logo homogenizado por<br />
Fonte: próprio autor, 2021<br />
5 minutos e filtrado em papel filtro,<br />
recolhendo 150 ml de filtrado, na<br />
“Purificação” adicionamos 300 ml de<br />
sulfato de cobre 10% e 10 g de celite,<br />
onde homogenizamos e filtramos<br />
novamente, deste 150 ml de filtrado<br />
foi usada na extração líquido-líquido,<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
na “ Extração líquido-líquido” em funil<br />
de separação de 1000ml, adicionamos<br />
150 ml do filtrado anterior e mais<br />
Fígura 2. Placas de sílica técnica de cromatografia delgada (CCD); A) amostra 3 negativa; B) Amostra 11 positiva, obteve presença de<br />
aflatoxina B1 e Rf de 0,68ul/kg em (CCD); C) Amostra 4 negativa; D) Amostra 10 negativa.<br />
Fonte: próprio autor, 2021
Assim logo após foram calculadas os<br />
Rf pela seguinte formula: Rf = Ds/Dm,<br />
onde aplicamos os resultados do Rf<br />
na fórmula padrão de quantificação<br />
de aflatoxina “S”, juntamente com as<br />
devidas quantidades de aplicações<br />
nas amostra e em placa de sílica<br />
para quatificação de aflatoxina,<br />
sendo definida pela formula a baixo<br />
na (fígura 3).<br />
Legenda: S= uL da aflatoxina padrão<br />
de Rf revelado com fluorescência; Y=<br />
Concentração de aflatoxina padrão em<br />
ug/ml da aplicação em sílica; V= uL de<br />
solvente utilizado para diluir o extrato<br />
final; Z= uL do extrato da amostra<br />
Foram comparamos resultados das<br />
amostras positivas com o valor de<br />
referência padrão de 20 ug/kg de<br />
aflatoxina B1, estipulada e permitida<br />
pela ANVISA no Brasil, o Ministério da<br />
Saúde através da Resolução RDC 274,<br />
ANVISA,15/10/02. A CCD ainda pode<br />
ser utilizada por recomendação de<br />
órgãos oficiais para monitoramento de<br />
limites legislados para elas em muitos<br />
países, inclusive no Brasil (RDC, nº7,<br />
2011), pois os valores quantificação<br />
da CCD são dadas em ug/kg, devido<br />
a propriedade de fluorescência das<br />
aflatoxinas, (Internacional Oficial<br />
Metodos de Análises ); (HOELTZ et al<br />
2010; ANVISA et al 2014).<br />
Resultado<br />
As pesquisa foram realizadas durante<br />
10 meses e os resultados das análises<br />
em Cromatografia de camada delgada<br />
(CCD), onde obtivemos os seguinte<br />
resultados referente a tabela 1 a baixo:<br />
Discussão<br />
Os resultados apresentaram-se<br />
negativos e a baixo dos valores de<br />
referencia segundo ANVISA para<br />
aflatoxina B1, sendo das 4 amostras<br />
positivas em meio de cultura para<br />
fungos A. flavus, porem obtemos<br />
a presença da aflatoxina B1 em<br />
pequena quantidade na amostra 11,<br />
onde os dados foram calculados com<br />
aplicado na placa; W= gramas de<br />
amostra contida no extrato final.<br />
Tabela 1. Resultados obtidos das análises de quantificação da aflatoxina B1 presente nas 4 amostras positivas para<br />
A. flavus em São José dos Campos – SP.<br />
Legenda: AFLA B1 = Aflatoxina B1, Rf= Fator de Retenção<br />
Quantificação de AFLA B1<br />
Rf: 0,68ug/kg<br />
(4 amostras)<br />
Grupo A<br />
Amostra 3 Amostra11<br />
Grupo B<br />
Amostra 4 Amostra 10<br />
Resultados em ug/kg de<br />
Aflatoxina B1 por amostra 0,0ug/Kg 1,4ug/kg 0,0ug/kg 0,0ug/kg<br />
Fonte: próprio autor, 2018<br />
Fígura 3. Fórmula para cálculo de aflatoxina B1 total das amostras<br />
Referência de Aflatoxina B1<br />
Segundo ANVISA permitida<br />
Fonte: próprio autor, 2021.<br />
Até20<br />
ug/Kg<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
17
Artigo 2<br />
Rf: 0,68 ul/kg, onde aplicamos na<br />
fórmula padrão de quantificação de<br />
aflatoxina B1, representado na figura<br />
3 acima; Dados : S= 0,68ul/kg; Y= 10<br />
ul ; V= 200ul ; Z= 10ul ; W= 100ug, a<br />
partir destes dados seguem a tabela 1<br />
com respectivos resultados (OLIVEIRA<br />
et al, 2011; MAZIERO et al, 2010).<br />
O fungo A. flavus no primeiro instante<br />
dentro do hospedeiro denominase<br />
por uma contaminação indireta<br />
por toxina que realiza a grande<br />
circulação sanguinea, lesando fígado<br />
e rins por sobrecarga de agente<br />
toxicogênicos, agravando em alguns<br />
dias podem ocorrem lesões renais<br />
pela circulação da aflatoxina B, sendo<br />
uma substância (apolar) que se liga<br />
aos ácidos nucléicos principalmente<br />
aos DNAs, onde ocorre então uma<br />
ligação covalente entre a molécula de<br />
aflatoxina B1 e o DNA mitocondrial das<br />
células do fígado, onde após o ataque<br />
de milhões de micotoxinas que estão<br />
presentes na corrente sanguinea, veia<br />
porta hepática, causam por serem<br />
mutagênicos, mutações onde se<br />
alteram os códons, também proteínas<br />
e DNAs - dexoribonucleotidios,<br />
alterando assim as sequências dos<br />
DNAs, com essas sequencias alteradas<br />
as células mudam totalmente seu<br />
comportamento, passando a ser<br />
uma célula neoplásica, aumentando<br />
suas sínteses protéicas e realizando<br />
multiplicações descontroladas onde<br />
causa a presença do câncer hepático<br />
(ICB et al, 2010; OOTANI et al, 2013;<br />
OYELAKIN et al, 2014).<br />
Conclusão<br />
Concluí-se que as amostras estão<br />
livres de contaminação acima<br />
>20ug/kg por aflatoxina B1, sabendo<br />
que obtemos na “Amostra 11” uma<br />
quantidade abaixo dos valores de<br />
referência ANVISA, porém está<br />
quantidade ainda podem trazer<br />
uma “intoxicação acumulativa” de<br />
grande impacto aos consumidores<br />
e a pacientes nasocomiais, logo<br />
está pesquisa alerta atráves destes<br />
valores que a vigilância sanitária<br />
ainda tem possibilidade de reduzir<br />
estes valores de aflatoxina B1 em<br />
grãos de amendoins comercializados,<br />
fortalecendo assim suas fiscalizações<br />
em comercios de grãos em<br />
gerais com os melhores meios de<br />
armazenámentos e manipulação<br />
destes grãos, evitando a proliferação e<br />
a contaminação fungica dos grãos de<br />
caracter alimentícios .<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022
REFERÊNCIAS:<br />
AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).<br />
Resolução – RDC nº 7, de 18 de fevereiro de 2011. Limites<br />
Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Diário<br />
Oficial da União – Seção 1, nº 37. Disponível em:<br />
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/<br />
bc17db804f45fe2cbd41fdd785749fbd/<br />
Resolu%C3%A7%C3%A3o+0-2011-CGALI.<br />
pdf?MOD+AJPERES>. Acesso em: 3. Set.2<br />
CARRENO, V. A; HURTANO, G. J. J; NAVAS, M. C; Exposição de<br />
aflatoxina: Um problema de saúde pública. Latreia. N. 27, p.<br />
42-52, 2014.<br />
GUIMARAES, K. C. S. S; FERRO, F. O; ROCHA, T. J. M; SILVA, A. C. P;<br />
SILVA, E. C. B. Aflatoxinas: Análise por cromatografia em camada<br />
delgada e espectofometria de amnedoins assados coletados em<br />
praias da região metropolitana de Maceió-AL. <strong>Revista</strong> de Biologia<br />
Farmácia. N.9, p. 5-13; 2013.<br />
ICB. Instituto de Ciências Biológicas. Agente<br />
Etiológicos das Intoxicações Fúngicas.<br />
Disponível:http://www.icb.ufmg.br/mic/mic/<br />
material/2agentesetiologicosdasintoxicaesfungicaspdf>Acesso<br />
em: 23 mar. 2010.<br />
HOELTZ, M; WELKE, J. E; NOLL, I. B; DOTTORI, H. A. Procedimento<br />
fotométrico para análise quantitativa de amendoas de aflatoxina<br />
B1 em cromatografia em camada fina usando o detector de<br />
dispositivo acoplado a carga. Química Nova.V.1,N. 33, p.43-47,<br />
2010.<br />
LIAO, C.D; WONG, J. W; ZHANG, K; HAYWARD, D.G; LEE, N,S.<br />
ETRUCKSSES, M,W. Análise multi-micotoxina de grãos terminados<br />
e produtos de nozes usando cromatografia líquida de alta<br />
eficiência -Espectrometria de massa de triplo-quadrupolo. Jornal<br />
de agricultura<br />
MUPUNGA, I, LEBELO, S.L; RHEEDER, J.P; KATERERE, D, R.<br />
Ocorrência natural de aflatoxinas em amendoim e manteiga de<br />
amendoim de Bulawayo, no Zimbabwe. Jornal de proteção ao<br />
alimento. V. 77, N. 10, p. 1814-1818, 2014.<br />
MAZIERO, T; BERSOT, L. D. S. Micotoxinas em alimentos produzidos<br />
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SELIM, K. M; EL-HOFY, H; KHALIL, R,H. A eficácia de três<br />
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OYELAKIN, A. O; FASIDI, I. O; ODEBODE, A. C; JONATHAN, S. G;<br />
BABALOLA, B. J. “Controlo de fungos patogênico em culturas<br />
de Pleuterotus tuber-regium”. Observação do mundo rural. N.6,<br />
p.107-113, 2014.<br />
OOTANI, M. A; AGUIAR, R. W; RAMOS, A. C. C; BRITO, D. R; SILVA,<br />
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Biotech. Biodiversos Gurupi. N.4,p.162-175, 2013.<br />
Complemento Normativo - Artigo 2<br />
Referente ao artigo 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />
AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO<br />
VALE DO PARAÍBA.<br />
DIN EN ISO 16050<br />
Foodstuffs - Determination of aflatoxin B₁, and the total<br />
content of aflatoxins B₁, B₂, G₁ and G₂ in cereals, nuts and<br />
derived products - High performance liquid chromatographic<br />
method (ISO 16050:2003)<br />
Norma publicada em: 09/2011. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />
DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />
POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-iso-16050/143541077<br />
DIN EN 14123<br />
Foodstuffs - Determination of aflatoxin B₁ and the sum of<br />
aflatoxin B₁, B₂, G₁ and G₂ in hazelnuts, peanuts, pistachios,<br />
figs and paprika powder - High performance liquid<br />
chromatographic method with post-column derivatisation<br />
and immunoaffinity column cleanup<br />
Norma publicada em: 03/2008. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />
DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />
POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-14123/104611673<br />
DIN EN 17279<br />
Foodstuffs - Multimethod for the screening of aflatoxin B1,<br />
deoxynivalenol, fumonisin B1 and B2, ochratoxin A, T-2<br />
toxin, HT-2 toxin and zearalenone in foodstuffs, excluding<br />
foods for infants and young children, by LC-MS/MS<br />
Norma publicada em: 03/2020. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />
DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />
POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanha.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-17279/306466409<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
19
Metrologia<br />
ANÁLISE DE RISCO EM AVALIAÇÃO DA<br />
CONFORMIDADE: UMA FERRAMENTA PARA<br />
IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO<br />
EM METROLOGIA<br />
Por: Ricardo Luís d’Avila Villela, M.Sc. - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro<br />
Palavras-chave: avaliação da conformidade, metrologia, análise de risco, incerteza de medição.<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
1. Introdução<br />
A fundamentação de tomadas<br />
de decisão na área de gestão<br />
da qualidade é essencial para<br />
atendimento às expectativas dos<br />
consumidores e, portanto, vital<br />
para o setor produtivo inserido num<br />
mercado globalizado e competitivo.<br />
Porém, muitas vezes a estruturação<br />
de um processo decisório não é algo<br />
trivial e requer a consideração de<br />
diversos fatores. Segundo o princípio<br />
de gestão da qualidade de tomada<br />
de decisão baseada em evidência<br />
da norma NBR ISO 9000:2015 [1],<br />
“decisões com base na análise e<br />
avaliação de dados e informações<br />
são mais propensas a produzir<br />
resultados desejados”. No entanto,<br />
quando os dados ou informações<br />
estão sujeitos a incertezas, uma<br />
abordagem adequada deve<br />
também contemplar os riscos de<br />
decisões equivocadas, oriundas<br />
das incertezas, e seus possíveis<br />
desdobramentos. Ademais, o<br />
conceito de mentalidade de risco<br />
da norma NBR ISO 9001:2015<br />
[2] e o princípio de gestão da<br />
qualidade relativo à abordagem<br />
de processo, declarado em [1], são<br />
plenamente aplicados quando uma<br />
análise quantitativa probabilística<br />
é empregada, considerando<br />
as incertezas das informações<br />
necessárias ao processo de tomada<br />
de decisão e as consequências das<br />
possíveis alternativas.<br />
Dentre os desdobramentos<br />
indesejados num programa de<br />
avaliação da conformidade podemos<br />
destacar: a verdadeira rejeição<br />
(rejeição de item não conforme),<br />
a falsa rejeição (rejeição de item<br />
conforme) e a falsa aceitação<br />
(aceitação de item não conforme).<br />
O primeiro está relacionado à<br />
qualidade do processo de produção,<br />
porém os dois últimos dependem da<br />
qualidade do processo de medição<br />
utilizado na inspeção de itens,<br />
objeto de interesse deste artigo.<br />
Mas o que confere qualidade a um<br />
processo de medição é apenas a<br />
obtenção de resultados de medição<br />
válidos, contemplando apenas<br />
a rastreabilidade de medição?<br />
Não, apesar de necessária, a<br />
rastreabilidade é insuficiente para<br />
assegurar qualidade à medição.<br />
Como até mesmo os resultados de<br />
medição de grandezas contínuas<br />
que estão livres de qualquer erro<br />
humano estão sujeitos a incertezas,<br />
a qualidade de um resultado
Metrologia<br />
de medição está inversamente<br />
2. O papel da incerteza de<br />
conformidade, se aproxima do<br />
relacionada à incerteza de medição.<br />
medição na avaliação da<br />
limite do intervalo de tolerância<br />
Em outras palavras, quanto menor<br />
conformidade<br />
especificado. Portanto, a análise<br />
a incerteza de medição maior<br />
Quando uma medição é<br />
de risco deve contemplar<br />
será a qualidade do resultado de<br />
empregada na avaliação da<br />
simultaneamente a incerteza<br />
medição, e resultados de medição<br />
conformidade, há três elementos<br />
de resultados do processo de<br />
com menores incertezas originam,<br />
que fundamentam a tomada<br />
medição empregado na avaliação<br />
para um dado processo de produção,<br />
de decisão quanto à aceitação<br />
da conformidade, o intervalo de<br />
menores riscos de falsa rejeição e de<br />
ou rejeição de um item: a regra<br />
tolerância e a variabilidade real<br />
falsa aceitação. Portanto, um bom<br />
de decisão, o resultado de<br />
do processo de produção em<br />
processo de medição é aquele que<br />
medição do item sob avaliação<br />
torno do seu valor nominal.<br />
fornece resultados de medição com<br />
e o requisito especificado,<br />
incerteza adequada ao propósito da<br />
tipicamente definido por um<br />
2.1. Resultado de medição<br />
medição, com incidências de falsa<br />
intervalo de valores admissíveis<br />
Segundo o VIM:2012 [3], o resultado<br />
rejeição e falsa aceitação toleráveis<br />
da propriedade de interesse.<br />
de medição é um conjunto de<br />
para o fornecedor e consumidor,<br />
Como resultados de medição<br />
valores de uma grandeza atribuídos<br />
respectivamente. Assim, um critério<br />
estão sujeitos à incerteza de<br />
a um mensurando, juntamente com<br />
para seleção de um processo<br />
medição, os riscos de uma falsa<br />
toda outra informação pertinente<br />
de medição para avaliação da<br />
rejeição e de uma falsa aceitação<br />
disponível, e pode ser expresso<br />
conformidade deve considerar a<br />
são inerentes ao processo de<br />
de algumas formas, fornecendo,<br />
incidência de falsa rejeição e de<br />
tomada de decisão e são, para<br />
por exemplo: o valor medido de<br />
falsa aceitação e seus custos, além<br />
um dado processo de produção,<br />
uma grandeza (VMG) com uma<br />
dos custos relacionados ao processo<br />
tão maiores quanto maior for a<br />
incerteza de medição associada,<br />
de medição. Este trabalho visa<br />
incerteza de medição. No entanto,<br />
um intervalo de abrangência<br />
introduzir a abordagem de análise de<br />
a incerteza de medição se torna<br />
para o mensurando com uma<br />
risco em avaliação da conformidade<br />
mais crítica na medida que o<br />
probabilidade de abrangência<br />
como ferramenta estratégica na<br />
valor verdadeiro do mensurando,<br />
associada (geralmente 95%) ou<br />
otimização de processos de medição<br />
voltados a inspeção de produtos.<br />
que constitui a propriedade<br />
de interesse na avaliação da<br />
uma distribuição de probabilidade<br />
com seus parâmetros.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
21
Metrologia<br />
Vale ressaltar que, no guia JCGM<br />
2.2. Requisito especificado<br />
Importante enfatizar que como o<br />
100:2008 (GUM) [4], os termos<br />
De acordo com a norma NBR ISO/<br />
valor verdadeiro η é desconhecido<br />
“resultado de medição” e “estimativa<br />
do valor do mensurando” ou apenas<br />
“estimativa do mensurando”,<br />
denotados por y, são utilizados<br />
para designar o VMG, enquanto no<br />
guia JCGM 106:2012 [5] o símbolo<br />
correspondente para o VMG é<br />
ηm. Assim, para um item cujo<br />
valor verdadeiro do mensurando<br />
(desconhecido e considerado único) é<br />
η, não é provável que o valor medido<br />
correspondente numa dada medição<br />
(ηm) seja exatamente igual a η<br />
(devido à incerteza de medição), e<br />
maior é a chance de ηm estar mais<br />
afastado de η quanto maior for a<br />
incerteza de medição. Mesmo que<br />
não haja qualquer erro humano, erro<br />
no procedimento de medição ou<br />
IEC 17000:2021 [6], um requisito<br />
especificado é a necessidade<br />
ou expectativa que é expressa,<br />
por exemplo, em documentos<br />
normativos, como regulamentos,<br />
normas e especificações técnicas, e<br />
aplicado ao objeto de avaliação da<br />
conformidade tal como um produto,<br />
processo ou serviço. Um requisito<br />
especificado para um produto assume,<br />
tipicamente, a forma de um intervalo de<br />
valores admissíveis de uma propriedade<br />
mensurável, ou seja, um intervalo de<br />
tolerância (C) para uma grandeza.<br />
Segundo o guia JCGM 106:2012, salvo<br />
indicação contrária declarada em uma<br />
especificação, os limites de tolerância<br />
pertencem ao intervalo de tolerância.<br />
As expressões matemáticas abaixo<br />
indicam as condições para um<br />
item estar em conformidade com<br />
mesmo após a medição do item,<br />
sendo possível apenas uma<br />
estimativa do seu valor dada pelo<br />
VMG, uma regra de decisão deve<br />
sempre considerar a incerteza<br />
de medição. Assim, como numa<br />
medição de uma grandeza contínua<br />
há incerteza no VMG, não é possível<br />
descartar a possibilidade de decisões<br />
equivocadas quanto à declaração de<br />
conformidade de um item e uma<br />
regra de decisão quanto a aceitação<br />
ou rejeição deve ser elaborada de<br />
tal forma que pondere os riscos<br />
de uma falsa aceitação e de uma<br />
falsa rejeição, contemplando suas<br />
magnitudes e desdobramentos.<br />
2.3. Regra de decisão<br />
Segundo o guia JCGM 106:2012,<br />
defeito no instrumento de medição,<br />
um requisito expresso por um<br />
uma regra de decisão é uma<br />
é esperado algum erro na estimativa<br />
intervalo de tolerância:<br />
regra documentada que descreve<br />
do valor do mensurando devido a<br />
limitações na exatidão de resultados<br />
• Y=η ∈ C → Item conforme<br />
como a incerteza de medição<br />
será considerada em relação à<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
de um processo de medição.<br />
• Y=η ∉ C → Item não conforme<br />
aceitação ou rejeição de um item,
Metrologia<br />
dado um requisito especificado<br />
e o resultado de medição. Para<br />
redução do risco de uma falsa<br />
aceitação oriundo da incerteza<br />
de medição, pode ser empregada<br />
uma faixa de segurança sobre o<br />
intervalo de tolerância, definindo<br />
um novo intervalo que é aplicado<br />
ao VMG, denominado intervalo<br />
de aceitação (A). Este intervalo,<br />
conforme o guia JCGM 106:2012, é<br />
o intervalo dos VMGs admissíveis<br />
e pode consistir num subconjunto<br />
do intervalo de tolerância ou<br />
contê-lo. Quando o intervalo de<br />
aceitação é um subconjunto do<br />
intervalo de tolerância (A⊂C),<br />
reduz-se o risco de falsa aceitação,<br />
beneficiando diretamente o<br />
consumidor, mas ao custo do<br />
aumento do risco de falsa rejeição,<br />
desfavorecendo o fornecedor. Por<br />
outro lado, quando o intervalo de<br />
tolerância é um subconjunto do<br />
intervalo de aceitação (C⊂A),<br />
reduz-se o risco de falsa rejeição,<br />
beneficiando o fornecedor, porém<br />
Figura 1 - Possíveis resultados da avaliação da conformidade quando aplicados um intervalo de aceitação e uma<br />
regra de decisão binária (aceitação ou rejeição do item).<br />
em detrimento do interesse do<br />
consumidor pelo aumento do<br />
risco de falsa aceitação. Uma<br />
regra de decisão binária que<br />
utiliza um intervalo de aceitação<br />
pode ser expressa por:<br />
• Y m<br />
=η m<br />
∈A→ Aceitar o item<br />
• Y m<br />
=η m<br />
∉A→ Rejeitar o item<br />
3. Análise de risco<br />
Para ilustrar os conceitos expostos,<br />
a Figura 1 apresenta os quatro<br />
desfechos possíveis quando<br />
itens são medidos e submetidos<br />
a um processo de avaliação da<br />
conformidade, utilizando um<br />
intervalo de aceitação igual ao<br />
intervalo de tolerância.<br />
Tabela 1. Mudança do quadro de aceitação e rejeição em função da alteração do valor<br />
Tabela 1 - Mudança do quadro de aceitação e rejeição em função da alteração do valor de A_U.<br />
de AAAA U .<br />
Caso AAAA U = TTTT U Condição 1: 1 ← AAAA U Condição 2: AAAA U → 2<br />
a) VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U<br />
b) FA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U FA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη > TTTT U<br />
c) FR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U FR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U<br />
d) VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
23
Metrologia<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
A abscissa inferior Y se aplica ao<br />
valor verdadeiro do mensurando<br />
(desconhecido) para um<br />
determinado item e ao intervalo de<br />
tolerância C com limite superior<br />
T U<br />
, de forma que se η∈C o item<br />
está conforme e se η∉C o item<br />
está não conforme. A abscissa<br />
superior Y m<br />
se aplica ao VMG e ao<br />
intervalo de aceitação com limite<br />
superior A U<br />
, necessários para a<br />
tomada de decisão. Em cada caso<br />
é apresentado como resultado<br />
da medição: o VMG, o intervalo<br />
de abrangência e a função<br />
densidade de probabilidade do<br />
mensurando. Os casos a), b), c) e<br />
d) referem-se, respectivamente,<br />
à: verdadeira aceitação (VA),<br />
falsa aceitação (FA), falsa rejeição<br />
(FR) e verdadeira rejeição (VR)<br />
e a regra de decisão consiste<br />
em aceitar o item se o VMG<br />
correspondente (η m<br />
) se encontrar<br />
no intervalo de aceitação e rejeitálo,<br />
caso contrário. A faixa amarela<br />
simetricamente localizada em<br />
torno de A U<br />
e com largura igual a<br />
duas vezes a incerteza expandida<br />
(2.U) é aquela em que há um<br />
risco expressivo de falsa aceitação<br />
e de falsa rejeição de itens.<br />
As expressões matemáticas para os<br />
quatro casos são:<br />
a) Y m<br />
= η m<br />
∈ A , Y=η ∈ C → Verdadeira<br />
aceitação<br />
b) Y m<br />
= η m<br />
∈ A , Y=η ∉ C → Falsa<br />
aceitação<br />
c) Y m<br />
= η m<br />
∉ A , Y=η ∈ C → Falsa<br />
rejeição<br />
d) Y m<br />
= η m<br />
∉ A , Y=η ∉ C → Verdadeira<br />
rejeição<br />
Se, na Figura 1, o limite do<br />
intervalo de aceitação for alterado<br />
para a posição 1 ou 2,<br />
elimina-se, respectivamente, uma<br />
falsa aceitação na Condição 1 e<br />
uma falsa rejeição na Condição<br />
2 (ver Tabela 1). Mas, em geral,<br />
a Condição 1 favorece a redução<br />
das ocorrências de falsa aceitação,<br />
ao custo do aumento de falsas<br />
rejeições, e a Condição 2 propicia<br />
a redução das ocorrências de falsa<br />
rejeição com aumento de falsas<br />
aceitações. Portanto, a Condição<br />
1 proporciona a redução do risco<br />
do consumidor de aceitar um<br />
item não conforme, enquanto a<br />
Condição 2 promove a redução<br />
do risco do fornecedor de rejeitar<br />
um item conforme. De qualquer<br />
forma, a simples alteração do valor<br />
de A U<br />
com redução do risco seja<br />
do consumidor ou do fornecedor<br />
incorrerá num aumento do risco<br />
da outra parte envolvida [5].<br />
Enfim, uma boa regra de decisão<br />
proporciona uma sensata<br />
proporção entre as incidências de<br />
FR e FA, em função dos efeitos e<br />
custos envolvidos, mas é incapaz<br />
de proporcionar a redução de<br />
ambas, sendo necessário para<br />
isto, investimentos na melhoria da<br />
qualidade do processo de medição<br />
e/ou de produção.<br />
3.1. Melhoria do processo de<br />
produção<br />
Retomando a Figura 1, considere<br />
uma regra de decisão que utiliza<br />
um intervalo de aceitação na<br />
condição A U<br />
=T U<br />
e um processo<br />
de produção cujos valores de η do<br />
lote se encontram nas proximidades<br />
do limite de tolerância (condição<br />
inicial). Por conseguinte, uma<br />
melhoria do processo de produção,<br />
com o mesmo valor nominal<br />
da propriedade no intervalo de<br />
tolerância e valores de η menos<br />
dispersos, propiciará uma redução<br />
da incidência de VR, FR e FA. No
Metrologia<br />
entanto, apesar da melhoria do<br />
processo de produção proporcionar<br />
redução dos custos decorrentes<br />
dos três eventos indesejados<br />
acima, o investimento necessário<br />
poderá ser inviável.<br />
3.2. Melhoria do processo de<br />
medição<br />
Considerando a mesma condição<br />
inicial anterior, sujeita agora a uma<br />
intervenção exclusiva no processo<br />
de medição, uma melhoria neste<br />
processo incorrerá na redução<br />
da incerteza de medição e,<br />
portanto, na redução da largura<br />
da faixa amarela da Figura 1.<br />
Dessa maneira, a nova incidência<br />
de FA e FR no lote produzido<br />
será menor, acompanhada pelo<br />
aumento da incidência de VA e<br />
VR. Portanto, identificando-se que<br />
o investimento necessário para<br />
melhoria do processo de medição<br />
é menor que o retorno financeiro<br />
com a redução de FA e FR, a<br />
decisão mais sensata consiste em<br />
alocar os recursos necessários tão<br />
logo quanto possível. Vale ressaltar<br />
a importância da avaliação<br />
de incerteza de medição para<br />
assegurar a aplicação eficiente de<br />
recursos financeiros na melhoria<br />
de processos de medição.<br />
Conclusões<br />
Na avaliação da conformidade, a<br />
adoção de um intervalo de aceitação<br />
idêntico ao intervalo de tolerância<br />
nem sempre é uma boa estratégia,<br />
apesar de oferecer um equilíbrio entre<br />
o risco do consumidor e do fornecedor.<br />
Em geral, para estabelecimento de<br />
uma regra de decisão adequada,<br />
uma análise de risco é mais efetiva<br />
porque leva em consideração os<br />
desdobramentos de uma falsa<br />
aceitação para o consumidor e de<br />
uma falsa rejeição para o fornecedor,<br />
traduzidos de forma quantitativa e<br />
objetiva. Uma dificuldade inerente<br />
a essa análise é a determinação<br />
dos custos envolvidos numa falsa<br />
aceitação e falsa rejeição, que<br />
devem refletir os principais impactos<br />
econômicos, diretos e indiretos, no<br />
empreendimento. Uma abordagem<br />
quantitativa probabilística que<br />
contemple simultaneamente aspectos<br />
dos processos de produção, medição<br />
e amostragem de itens parece ser<br />
promissora para otimização da<br />
alocação de recursos em metrologia<br />
industrial, ainda mais quando<br />
estiverem disponíveis dados sobre os<br />
custos de produção e medição, assim<br />
como os custos de rejeição e de falsa<br />
aceitação de itens.<br />
Referências<br />
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR<br />
ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e<br />
vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.<br />
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR<br />
ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos. Rio de<br />
Janeiro: ABNT, 2015.<br />
[3] INMETRO. Vocabulário Internacional de Metrologia - Conceitos<br />
fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). Duque de<br />
Caxias, 1ª edição (tradução luso-brasileira), 2012.<br />
[4] BIPM; IEC; IFCC; ILAC; ISO; IUPAC; IUPAP; OIML. JCGM 100:<br />
Evaluation of measurement data - Guide to the expression of<br />
uncertainty in measurement (GUM). Joint Committee for Guides<br />
in Metrology, 2008.<br />
[5] BIPM; IEC; IFCC; ILAC; ISO; IUPAC; IUPAP; OIML. JCGM 106:<br />
Evaluation of measurement data - The role of measurement<br />
uncertainty in conformity assessment. Joint Committee for<br />
Guides in Metrology, 2012.<br />
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT<br />
NBR ISO/IEC 17000: Avaliação da conformidade - Vocabulário e<br />
princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.<br />
Ricardo Luís d’Avila Villela, M.Sc.<br />
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
25
Metrologia II<br />
A IMPORTÂNCIA DA METROLOGIA<br />
NA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE EQUIPAMENTOS<br />
DA INDÚSTRIA<br />
Por: André Luiz Meira de Oliveira<br />
Você já parou o carro no mecânico<br />
porque fez seis meses de uso, ele trocou<br />
o óleo e cobrou 600 reais para dizer que<br />
estava tudo bem? E cabe recalcular:<br />
isso custou mais do que os 600 reais,<br />
pois lhe deixou sem o carro por 2 dias,<br />
trazendo complexidade logística e<br />
custos de transporte. Não é diferente<br />
para seus equipamentos na indústria.<br />
Um dos pilares da Indústria 4.0, a<br />
gestão com base em dados, trouxe<br />
a possibilidade de evoluirmos<br />
os conceitos de manutenção de<br />
equipamentos, outrora segmentado<br />
entre corretivo e preventivo, para uma<br />
nova escala, a manutenção preditiva.<br />
Em resumo, buscamos prever, a<br />
partir dos dados, o comportamento<br />
futuro de um equipamento,<br />
extrapolando - no tempo - o nível<br />
atual de deterioração estimado<br />
por diagnósticos em inspeção ou<br />
dados de monitoramento. Assim,<br />
mitigam-se paradas completamente<br />
indesejadas de manutenção corretiva<br />
e reduz a necessidade de manutenção<br />
preventiva desnecessária.<br />
Mas não tão trivial assim, certo? A<br />
começar pela qualidade dos dados<br />
de diagnóstico. Nem sempre é<br />
possível correlacionar exatamente<br />
um resultado de inspeção da<br />
qualidade com a necessidade de<br />
manutenção de um equipamento<br />
de produção, pois, muitas vezes, a<br />
própria variabilidade do processo<br />
pode esconder estes indicadores de<br />
futuros problemas de equipamentos.<br />
Outro ponto a ser considerado é<br />
que a curva de deterioração não é<br />
necessariamente linear, exigindo<br />
complexas simulações para alguns<br />
casos específicos, ou quando nossos<br />
equipamentos começam a perder<br />
propriedades de revestimentos ou<br />
geometrias, por exemplo.<br />
A manutenção preditiva, assim como<br />
foi a manutenção preventiva há<br />
alguns anos, necessitará de históricos,<br />
análise de confiabilidade dos dados<br />
medidos, coleta de dados de ambiente<br />
e de processo, como intensidade da<br />
operação ou mesmo os tipos de uso<br />
para que, com as visões tolerabilidade<br />
ao risco de falha, possamos predizer os<br />
tempos seguros de operação e agendar<br />
as manutenções preditivas em tempo<br />
hábil. Ou seja, qual a incerteza de<br />
minha predição de futuro? Dependerá<br />
da qualidade dos dados que tenho no<br />
presente e históricos.<br />
Mas é possível e desejado. Alguns<br />
sensores já nos apoiam em<br />
nossos equipamentos, alguns<br />
até considerados “inteligentes”.<br />
Em meu carro, dia desses, refleti<br />
sobre a autonomia do combustível<br />
restante como um sistema preditivo.<br />
Calculado com base no consumo<br />
médio, considera, assim, até os<br />
engarrafamentos do dia a dia, certo?<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
André Luiz Meira de Oliveira<br />
É coordenador da área de Sistemas para Qualidade e Inovação do Centro de Referência em Metrologia e<br />
Instrumentação da Fundação CERTI.
Logística Laboratorial<br />
TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INOVAÇÃO<br />
NO TRANSPORTE<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
O mundo evolui todos os dias. E o<br />
transporte de cargas, responsável<br />
direto pelas conexões que geram o<br />
desenvolvimento global, também<br />
precisa acompanhar essa evolução.<br />
Há algum tempo, a tecnologia deixou<br />
de ser considerada um diferencial<br />
competitivo no mercado logístico<br />
e passou a ser um atributo crucial<br />
para a eficiência das operações. Com<br />
consumidores cada vez mais exigentes<br />
em relação aos prazos e benefícios,<br />
as transportadoras que não querem<br />
ficar pelo caminho são pressionadas a<br />
investirem em inovação de processos<br />
e ferramentas de automatização.<br />
Nesse cenário, algumas<br />
transportadoras movidas pelo<br />
desejo de evoluir constantemente<br />
acabaram ganhando destaque por<br />
sua capacidade de inovação.<br />
O Grupo Prime é um operador<br />
logístico especializado em soluções<br />
voltadas para a área da Saúde. Ativo<br />
desde 2005, oferece um atendimento<br />
humanizado no transporte e<br />
armazenagem, com operações<br />
estruturadas e serviços customizados.<br />
O grupo se diferencia no mercado<br />
por se adaptar às necessidades<br />
do cliente com uma equipe de<br />
operações estruturadas, capazes de<br />
O Motorista Rômulo Carvalho<br />
assumiu o comando de um<br />
dos primeiros caminhões<br />
elétricos do Grupo Prime.<br />
desenvolver processos e sistemas<br />
que atendem às mais diversas<br />
demandas logísticas, assim como<br />
prestar suporte legal e fiscal para a<br />
viabilidade da operação.<br />
A estrutura operacional conta<br />
com amplos galpões, localizados<br />
estrategicamente nos estados de<br />
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas<br />
Gerais, Goiás, Pernambuco e Santa<br />
Catarina. Além de bem equipadas<br />
e modernas, as unidades possuem<br />
disponibilidade de salas para<br />
clientes abrirem filiais, facilitando o<br />
fluxo fiscal nas expedições.<br />
E um dos principais diferenciais<br />
da empresa no segmento é o forte<br />
investimento em inovação logística<br />
e tecnologias de ponta.<br />
Todas as operações são conectadas<br />
à IoT, com integração sistêmica e<br />
software TMS para a automatização<br />
dos processos. E o setor operacional<br />
ainda conta com sistemas de<br />
roteirização inteligente das entregas,<br />
e gestão Mobile completa.<br />
O Grupo possui alguns veículos<br />
que são equipados com diversos<br />
tipos de sensores para garantir a<br />
segurança do motorista e da carga.<br />
As cabines possuem câmeras de<br />
inteligência artificial com sensores<br />
de gestos e reconhecimento facial<br />
que detectam fadiga, sono e<br />
fumo, acionando um alarme para<br />
evitar acidentes. As câmeras ainda<br />
percebem o uso de aparelhos
Logística Laboratorial<br />
eletrônicos com o veículo em<br />
movimento, e enviam alertas em<br />
casos de furto de combustível.<br />
Durante todo o trajeto da entrega, o<br />
sistema de telemetria recolhe dados<br />
de performance do veículo com<br />
informações precisas em tempo real,<br />
para otimizar a gestão da frota.<br />
Outra importante tecnologia da<br />
frota é o sistema de controle e<br />
monitoramento da temperatura<br />
interna, que garante a integridade<br />
dos materiais com necessidades<br />
especiais de conservação, como os<br />
produtos termolábeis.<br />
O interior dos veículos também conta<br />
com detectores de fumaça antiincêndio<br />
e antifumo. Além disso,<br />
os baús possuem uma plataforma<br />
interna e rampa pneumática de<br />
acesso, para facilitar as operações de<br />
carregamento e descarregamento.<br />
E para garantir a segurança na<br />
estrada, todos os veículos possuem<br />
sistemas de monitoramento com<br />
rastreadores 24h via satélite,<br />
que fornecem informações da<br />
localização em tempo real.<br />
Veículos elétricos abrem<br />
o caminho para um futuro<br />
sustentável<br />
Um relatório apresentado na<br />
Conferência das Nações Unidas sobre<br />
Mudanças Climáticas aponta que a<br />
queima de combustíveis fósseis é<br />
responsável por 70% das irradiações<br />
de CO2 ao redor do mundo. Outro<br />
dado impactante do relatório mostra<br />
que 14% das emissões dos gases<br />
poluentes que causam o efeito estufa<br />
são gerados diretamente pelo setor<br />
de transporte.<br />
Apesar de ser fundamental para<br />
o desenvolvimento econômico<br />
dos países, o setor de transportes<br />
também possui uma grande<br />
responsabilidade com o futuro do<br />
nosso planeta. Por isso, diversas<br />
transportadoras com preocupações<br />
ambientais já iniciaram o processo<br />
de renovação de suas frotas com<br />
veículos movidos à energia elétrica.<br />
Por serem carregados com<br />
baterias, os veículos elétricos<br />
não causam emissão de CO2 na<br />
atmosfera, e ainda geram uma<br />
redução direta de custos para<br />
a operação, principalmente em<br />
momentos de alta valorização da<br />
gasolina. Além de sustentáveis e<br />
econômicos, os veículos elétricos<br />
são extremamente silenciosos,<br />
o que ajuda a reduzir o estresse<br />
causado pelo trânsito.<br />
Pensando em todos esses<br />
benefícios, o Grupo Prime<br />
realizou um investimento em<br />
dois veículos 100% elétricos, do<br />
modelo JAC iEV350T, para reforçar<br />
sua frota e ajudar a promover<br />
a sustentabilidade na logística<br />
nacional. Essa renovação gradual<br />
promete gerar ótimos frutos para<br />
o setor de transporte e logística.<br />
www.grupoprimecargo.com.br<br />
comercial@primecargo.com.br<br />
Tel.: 11 4280-9110<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
29
Análise de Minerais<br />
SEGUIR A NORMA NÃO SIGNIFICA<br />
GARANTIR A QUALIDADE!<br />
Elas são verdadeiramente<br />
inúmeras. Existem normas<br />
setoriais, normas técnicas, normas<br />
regulamentadoras, normas de<br />
gestão, normas de interface<br />
comercial, normas jurídicas,<br />
normas acadêmicas, enfim, são<br />
verdadeiramente inúmeras.<br />
As normas foram criadas como<br />
um esforço de padronizar<br />
insumos, peças e produtos de<br />
forma a maximizar aspectos<br />
importantes e necessários a<br />
processos e clientes. Atualmente,<br />
é impensável comercializar um<br />
produto ou serviço sem que se<br />
tenha uma norma que possibilite<br />
uma linguagem uniforme e um<br />
comércio justo entre as partes.<br />
“O primeiro esforço no sentido<br />
de padronização com fins de<br />
normalização, ocorreu em 1839,<br />
onde inglês Joseph Whitworth<br />
realizou um importante estudo,<br />
com o propósito de padronizar<br />
os perfis das roscas de fixação.<br />
A partir do trabalho realizado,<br />
todos os elementos que<br />
compõem uma rosca: o passo,<br />
os raios, a altura e os ângulos<br />
do filete passaram a seguir<br />
os padrões estabelecidos por<br />
Whitworth. Além de reduzir<br />
a variedade de passos e<br />
ângulos e facilitar os processos<br />
de fabricação e controle, a<br />
padronização das roscas criou<br />
uma linguagem comum entre<br />
fabricantes e consumidores.<br />
Essa padronização logo se<br />
tornou conhecida na Inglaterra,<br />
sendo adotada, também, por<br />
indústrias de outros países.<br />
Mesmo com o primeiro passo<br />
dado na Inglaterra, o verdadeiro<br />
propulsor da normalização ocorreu<br />
mais recentemente na história da<br />
humanidade. Durante a Segunda<br />
Guerra Mundial (1939 a 1945)<br />
devido ao ataque japonês a Pearl<br />
Harbour, os Estados Unidos viramse<br />
envolvidos num esforço de guerra<br />
para o qual eles não haviam se<br />
preparado. De repente tiveram<br />
que adaptar suas indústrias,<br />
especialmente as mecânicas<br />
e metalúrgicas, para produzir<br />
canhões, aviões, navios, fuzis, etc.<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022
Análise de Minerais<br />
Como eles tinham que trabalhar<br />
contra o tempo, as atividades de<br />
fabricação foram divididas entre<br />
as diversas empresas que tinham<br />
maior afinidade com a produção<br />
daquele item específico. As peças<br />
passaram a ser produzidas em<br />
locais distantes geograficamente<br />
e enviadas para um local onde era<br />
feita a montagem dos armamentos.<br />
Para que isso funcionasse foi<br />
necessário que se investisse<br />
em padronização de medidas e<br />
tolerâncias para que as diversas<br />
peças se encaixassem entre si.”<br />
No Brasil, a ABNT (Associação<br />
Brasileira de Normas Técnicas)<br />
foi criada em 1940 com fins<br />
de estabelecer as diretrizes da<br />
normalização e para pôr fim em uma<br />
série de divergências em relação<br />
a questões técnicas diversas entre<br />
entidades setoriais. Em 1947, através<br />
da ISO (International Organization<br />
for Standardization) o mundo iniciou<br />
sua intenção de “falar a mesma<br />
língua” em termos comerciais e<br />
técnicos, a partir da congregação<br />
dos representantes de cada país para<br />
estabelecimento de padrões a serem<br />
utilizados entre eles.<br />
Ao final de tudo isto, o fato é que para<br />
todos nós, elas são um importante<br />
direcionador para que possamos<br />
atender padrões e parâmetros que<br />
garantem a confiabilidade dos<br />
processos que operamos criando<br />
uma relação de confiança entre<br />
fornecedor e consumidor, sejam<br />
estes internos ou externos, com<br />
instituições de ensino e pesquisa,<br />
entre laboratórios, da capabilidade<br />
de entrega de um processo produtivo,<br />
da gestão adequada de uma empresa<br />
e em muitas outras situações.<br />
Não é incomum chegarmos a uma<br />
empresa e na parede principal<br />
do escritório vermos uma série<br />
de certificados aos quais aquela<br />
empresa faz jus e se orgulha de<br />
expor a todos. São certificados<br />
que atestam a proficiência de<br />
sistemas de gestão, como, a<br />
gestão da qualidade, das questões<br />
ambientais, da segurança e saúde<br />
dos empregados, “compliance”,<br />
entre tantos outros.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
31
Análise de Minerais<br />
No entanto, do outro lado, quando<br />
tratamos de questões comerciais,<br />
principalmente, voltadas para<br />
divergências analíticas a realidade é<br />
um pouco diferente. Os laboratórios<br />
que determinam as características<br />
de qualidade dos produtos que estão<br />
sendo comercializados entre as duas<br />
partes e que ao final determinam<br />
o valor justo comercializado pelo<br />
produto não são necessariamente<br />
certificados em normas setoriais,<br />
como, por exemplo, a ISO17025<br />
- General requirements for the<br />
competence of testing and calibration<br />
laboratories (Requisitos gerais para<br />
a competência de laboratórios<br />
de ensaio e calibração). Mas<br />
independentemente da certificação<br />
formal, os gestores destes laboratórios<br />
sempre buscam nas normas as<br />
melhores referências aos seus métodos<br />
analíticos como forma de garantir que<br />
os ensaios dali provenientes sejam<br />
precisos e confiáveis.<br />
Por tudo isso, quando existe<br />
uma divergência analítica entre<br />
as partes, a primeira frase dita<br />
entre os dissonantes é: “seguimos<br />
a norma referente a este ensaio<br />
integralmente”. Indubitavelmente,<br />
de parte a parte, tal expressão traz<br />
a confiança de que todo o trabalho<br />
é feito seguindo os mais altos<br />
padrões de qualidade.<br />
Em tese, seguir a norma técnica de<br />
um determinado ensaio deveria ser o<br />
suficiente para se alcançar o mesmo<br />
resultado analítico, com o mesmo<br />
nível de confiança e de precisão. Só<br />
que a “vida real” vai muito além disso.<br />
No entanto, todo o trabalho técnico de<br />
desenvolver no laboratório um ensaio<br />
analítico, rigidamente detalhado<br />
por meio de procedimentos e<br />
treinamentos pode ser perdido por<br />
uma execução inadequada.<br />
Em várias oportunidades que tive<br />
para acompanhar ensaios em<br />
laboratórios de todo o mundo,<br />
percebi que são inúmeros os<br />
esforços realizados para se construir<br />
processos analíticos robustos e<br />
capazes de entregar a melhor<br />
precisão analítica. No entanto, ao<br />
ver a efetiva execução do trabalho,<br />
seja pelas mãos do operador, seja<br />
por equipamentos, pequenos<br />
detalhes e cuidados fazem perder<br />
todo o trabalho desenvolvido.<br />
São equipamentos que perdem a<br />
essência da técnica porque possuem<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022
Análise de Minerais<br />
uma má tradução do requisito<br />
normativo ao ser projetado ou que<br />
tem um parâmetro operacional<br />
alijado pela necessidade de atender<br />
tempos para realização do ensaio<br />
muito menores do que efetivamente<br />
é possível garantindo a precisão<br />
necessária. Parafraseando o<br />
provérbio: se tempo é dinheiro; uma<br />
maior precisão analítica é fruto de<br />
investimento de tempo e dinheiro.<br />
De outro lado, os operadores<br />
pressionados pelo tempo ou não<br />
conscientes de sua importância<br />
no processo e da análise por ele<br />
realizada adotam desvios ao<br />
procedimento padrão como a forma<br />
de realizar suas atividades.<br />
Há ainda a possibilidade da má<br />
interpretação de uma norma seja da<br />
parte técnica seja dos requisitos que<br />
ela define, podendo levar a construção<br />
de processos e procedimentos que<br />
sequer são capazes de alcançar os<br />
níveis de precisão e confiabilidade<br />
aos resultados analíticos para o que<br />
foi projetado.<br />
De um todo, fica a reflexão: quantas<br />
vezes você já se defrontou com o<br />
“fazemos conforme a norma!”?<br />
Sempre que algo similar lhe for dito,<br />
busque entender o que a norma diz e<br />
qual o objetivo que esta norma objetiva<br />
alcançar. E tão importante quanto isto,<br />
como todo o conhecimento técnico ali<br />
presente foi traduzido ao processo<br />
e aos operadores dele? Todos, corpo<br />
técnico, gerencial e operacional,<br />
entendem profundamente os<br />
objetivos do processo que operam,<br />
quais os resultados são esperados e<br />
como alcançá-los? Sem isso, a norma<br />
deixa de ser útil, pois a execução<br />
simplesmente aniquilará os esforços<br />
feitos para que todo o conhecimento<br />
técnico e científico existente em uma<br />
norma chegue até você.<br />
Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />
Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial, Pós–Graduado em Gestão de<br />
Laboratórios e Especializado em Data Science. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em<br />
Minério de Ferro para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />
LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
33
Nanocosmética<br />
NANOCOSMÉTICA:<br />
UMA EVOLUÇÃO OU UM PERIGO?<br />
A nanocosmética tem ganhado cada vez mais visibilidade, o que faz com que seus efeitos sejam melhor estudados<br />
pela ciência, entenda mais sobre essa tecnologia<br />
Os cosméticos estão em constante<br />
evolução, cada vez mais novas<br />
inovações tecnológicas possibilitam<br />
avanços que potencializam seus<br />
resultados e facilitam sua produção,<br />
uma das mais novas perspectivas para<br />
essa área é o uso da nanotecnologia.<br />
A nanocosmética já é uma<br />
realidade, diversos produtos,<br />
em especial os voltados para<br />
tratamentos anti-envelhecimento,<br />
já se utilizam dessa tecnologia<br />
para trabalhar seus ingredientes<br />
em nanoescala, o que facilita sua<br />
penetração na pele, acelerando e<br />
aumentando os seus resultados.<br />
Essa é uma interessante perspectiva<br />
para a produção de cosméticos<br />
pois representa uma grande<br />
evolução na capacidade de<br />
manusear os componentes do<br />
produto, abrindo margem para uma<br />
série de possibilidades positivas.<br />
Mas nem tudo são flores,<br />
diversos estudos, como o artigo<br />
“Nanotechnology in Cosmetics and<br />
Cosmeceuticals - A Review of Latest<br />
Advancements” publicado pela<br />
Multidisciplinary Digital Publishing<br />
Institute (MDPI), alertam também<br />
para os possíveis efeitos negativos da<br />
tecnologia na saúde, como o maior<br />
potencial de toxidade, maior risco caso<br />
ingerido, reatividade química e até<br />
surgimento de radicais livres.<br />
Sim, todas as ressalvas feitas pelo estudo<br />
são válidas, no entanto, é importante<br />
observar que os produtos que chegaram<br />
ao mercado foram submetidos a<br />
uma série de testes para comprovar<br />
sua eficácia e segurança, assim como<br />
precisam atender a diretrizes para ser<br />
liberado para comercialização, o que<br />
torna seu uso seguro.<br />
Por isso, ressalto fortemente a<br />
importância de mais estudos e<br />
investimentos no uso da nanotecnologia<br />
para a produção de cosméticos, tanto<br />
para se aprofundar nos seus resultados<br />
e potencialidades, quanto para tornar<br />
o seu uso cada vez mais seguro para o<br />
consumidor.<br />
Referência bibliográfica<br />
GUPTA, Vaibhav et al. Nanotechnology in Cosmetics and<br />
Cosmeceuticals - A Review of Latest Advancements. MDPI, [S. l.],<br />
p. ., 10 mar. 2022.<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
Daniela Lopez<br />
Cosmetóloga, Pós-Graduada em Estética e Cosmetologia Avançada pela UNIFESP, Membro do Comitê Científico do Congresso<br />
Internacional de Estética ( 2010 a 2017), Instrutora Master Class em Harmonização Facial Técnicas Avançadas de Anatomia em Cadáver<br />
Frost freezer. Pesquisadora e desenvolvedora de técnicas cosmetológicas para retração tecidual.
Em Foco<br />
CULTURA CELULAR COMO FERRAMENTA NO COMBATE AO<br />
CÂNCER DE PRÓSTATA<br />
Conheça o impacto do câncer prostático no mundo, e os benefícios que a tecnologia da cultura<br />
celular 3D pode trazer para os testes deste tumor<br />
No mês de novembro, já temos a cultura de<br />
Para formar esferoides celulares rapidamente,<br />
foram capazes de formar esferoides<br />
colocar em pauta um assunto muito importante:<br />
a saúde masculina. Segundo dados do Instituto<br />
Nacional do Câncer (INCA) de 2020, o câncer<br />
prostático é o segundo mais frequente entre os<br />
homens, correspondendo a 13,5% dos casos<br />
de câncer, e sua incidência aumenta bastante<br />
em homens com mais de 50 anos. No Brasil,<br />
são estimados 66 mil novos casos no triênio<br />
2020-2022, e os óbitos correspondem, em<br />
média à 13,3%. A boa notícia é que os tumores<br />
de próstata geralmente apresentam um bom<br />
prognóstico quando identificados no início.<br />
Ao longo dos últimos anos, muitos esforços<br />
vêm sendo dirigidos tanto ao ramo diagnóstico<br />
quanto no desenvolvimento de novas<br />
terapias, buscando identificar e compreender<br />
a Greiner-Bio One oferece a tecnologia<br />
inovadora Cultura Celular 3D Magnética<br />
(m3D). Ela associa a magnetização celular ao<br />
uso de imãs para formar estruturas celulares<br />
3D facilmente em até 48h. Estudos realizados<br />
com linhagens celulares de tumor de próstata<br />
(LNCaP, Du145 e PC-3), comparando culturas<br />
2D e 3D, mostraram que as células cultivadas<br />
em 3D, no geral, apresentaram menores taxas<br />
de proliferação, maior resistência ao tratamento<br />
de quimioterápicos e expressão gênica<br />
diferenciada quando comparadas às suas<br />
respectivas culturas 2D (1). Com esses dados, os<br />
pesquisadores demonstraram que as condições<br />
fisiológicas oferecidas na cultura 3D são mais<br />
representativas do modelo in vivo.<br />
coesos e responsivos ao tratamento com o<br />
quimioterápico doxorrubicina (2).<br />
Para saber mais sobre a cultura celular<br />
3D magnética e outros produtos de nosso<br />
portifólio, acesse www.gbo.com, ou entre em<br />
contato pelo info@br.gbo.com.<br />
Referências bibliográficas:<br />
1. SOUZA, A. G. et al. Comparative assay of 2D and 3D cell culture<br />
models: proliferation, gene expression and anticancer drug<br />
response. DOI 10.2174/1381612824666180404152304.<br />
2. TSENG, H. et al. Development of spheroids derived from<br />
tumour biopsies and patient-derived xenografts using magnetic<br />
3D bioprinting. Disponível em: https://3dcellculture.gbo.com/<br />
wp-content/uploads/2019/08/AACR-2016.pdf.<br />
os mecanismos moleculares envolvidos no<br />
desenvolvimento e progressão do tumor<br />
de próstata. Nesse sentido, a cultura de<br />
células tem sido uma importante ferramenta<br />
científica. Apesar de muito difundida, a<br />
cultura convencional 2D possui limitações para<br />
representar a bioarquitetura tecidual. Dessa<br />
forma, a cultura 3D chegou para trazer maior<br />
representatividade para as estruturas in vitro,<br />
colaborando para obtenção de resultados cada<br />
vez mais fiéis ao que temos in vivo.<br />
A cultura m3D não se restringe apenas a<br />
linhagens celulares cultivadas em laboratório,<br />
podendo ser utilizada a partir de células<br />
extraídas de biópsias para terapias cada vez<br />
mais personalizadas e eficazes. Resultados<br />
preliminares obtidos em colaboração com<br />
pesquisadores da University of Texas Health<br />
Science Center (Houston, EUA) demonstraram<br />
que as células extraídas a partir de biópsias<br />
de tecido metastático de tumor de próstata<br />
Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
Tel.: +55 19 3468 9600<br />
E-mail: info@br.gbo.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
35
Em Foco<br />
KASVI LANÇA NOVA CENTRÍFUGA PARA MICRO-HEMATÓCRITO<br />
A nova centrífuga para micro-hematócrito da Kasvi<br />
tem capacidade para até 24 capilares e possui rotor<br />
com proteção lateral para os tubos, garantindo<br />
Para que serve esta centrífuga?<br />
O hematócrito é a porcentagem de volume<br />
ocupada pelos glóbulos vermelhos (hemácias) no<br />
A centrífuga de micro-hematócrito geralmente<br />
sendo utilizada em laboratórios de análises<br />
clínicas, veterinários e centro de doação de sangue.<br />
maior segurança no seu processamento de<br />
amostras in vitro.<br />
O equipamento tem interface amigável e de fácil<br />
volume total de sangue.<br />
A centrífuga de micro-hematócrito realiza a<br />
centrifugação do sangue total em uma velocidade<br />
Sobre a Kasvi<br />
A Kasvi é uma empresa brasileira dedicada a<br />
oferecer as melhores soluções para pesquisa,<br />
ciência, diagnósticos, estudos e novas descobertas.<br />
operação, com baixo nível de ruído e tela em LED,<br />
além de botão para troca entre RCF e RPM. A<br />
velocidade máxima pode chegar até 12 mil RPM.<br />
A Kasvi disponibiliza o equipamento nas<br />
de 10 mil RPM por 5 minutos em tubo capilar.<br />
Após o processo, o sangue separa-se entre plasma,<br />
leucócitos e plaquetas e hematócritos.<br />
Normalmente, a contagem de hematócritos<br />
Tendo a saúde como foco principal de atuação<br />
com mais de 10 anos de expertise no mercado<br />
laboratorial, a Kasvi é referência em produtos e<br />
equipamentos de alta performance, qualidade e<br />
precisão no mercado laboratorial.<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
tensões 110V e 220V, verifique com o consultor<br />
Kasvi no momento da compra a voltagem ideal<br />
para a sua região.<br />
de um homem saudável fica entre 42 a 52%,<br />
enquanto da mulher é de 36 a 48%. Abaixo disso,<br />
pode indicar anemia.<br />
Contato<br />
Portal.kasvi.com.br<br />
(41) 3535-0900<br />
comercial@kasvi.com.br
ESTUDANDO O PAPEL DOS LIPÍDIOS NA DOENÇA<br />
DE ALZHEIMER<br />
Em Foco<br />
Avanços recentes na lipidômica – identificação e<br />
quantificação dos lipídios nos tecidos e fluidos corporais<br />
– oferecem novas e empolgantes oportunidades para<br />
explorar a biologia da doença de Alzheimer. Estimase<br />
que mais de 55 milhões de pessoas vivem com<br />
demência em todo o mundo – e esse número deve<br />
dobrar a cada 20 anos à medida que a população<br />
envelhece. Em 2050, prevê-se que este número terá<br />
saltado para 139 milhões.<br />
A doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum<br />
de demência. Uma pessoa com DA experimentará<br />
perda progressiva de memória e mudanças em<br />
sua personalidade e comportamento. As principais<br />
características patológicas no cérebro com DA são as<br />
placas amilóides, compostas de peptídeo β-amilóide<br />
(Aβ) e emaranhados neurofibrilares.<br />
A hipótese amilóide, proposta pela primeira vez no<br />
início da década de 1990, sugeriu que certos tipos<br />
de Aβ começam a se agrupar para formar placas que<br />
se acumulam entre os neurônios e interrompem a<br />
função celular. Acredita-se que uma forma particular,<br />
chamada Aβ1-42, seja especialmente tóxica. Mas o<br />
mecanismo exato de como Aβ determina a disfunção<br />
cerebral na DA ainda não está claro.<br />
Os lipídios, como componente básico das membranas<br />
celulares, desempenham um papel importante<br />
na função cerebral saudável. Há evidências<br />
crescentes que sugerem que o metabolismo lipídico<br />
alterado contribui para a patogênese da DA. O<br />
desenvolvimento de maneiras de monitorar as<br />
alterações do perfil lipídico das células em resposta<br />
à exposição ao Aβ pode ajudar a descobrir novos<br />
insights sobre a biologia da DA – e identificar<br />
potenciais novos biomarcadores para a doença.<br />
Perfil lipídico.<br />
Em um novo estudo, publicado no Journal of<br />
Pharmaceutical and Biomedical Analysis, uma<br />
equipe de pesquisadores começou a avaliar os<br />
efeitos tóxicos de Aβ1-42 em células neuronais<br />
cultivadas usando lipidômica.1<br />
A equipe tratou células SH-SY5Y derivadas de<br />
neuroblastoma humano diferenciadas (que são<br />
amplamente utilizadas como modelo para doenças<br />
neurodegenerativas) com concentrações crescentes<br />
de Aβ1-42 em momentos diferentes. Após a extração<br />
de lipídios, eles realizaram espectrometria de<br />
massa por cromatografia líquida (LC-MS)<br />
– comparando dados entre células tratadas e não<br />
tratadas para identificar e quantificar relativamente<br />
espécies alteradas em várias classes de lipídios.<br />
O método mostrou-se adequado para destacar<br />
algumas alterações lipídicas peculiares que podem<br />
estar correlacionadas à exposição a diferentes<br />
espécies de agregação de Aβ1-42. De forma<br />
animadora, alguns dos resultados se sobrepuseram<br />
aos obtidos em outros estudos por meio de análises<br />
lipidômicas no líquido cefalorraquidiano e no plasma<br />
de pacientes com DA.<br />
Os pesquisadores usaram água ultrapura gerada<br />
a partir de um sistema de purificação de água de<br />
laboratório ELGA PURELAB®, minimizando o risco<br />
de adição de potenciais contaminantes que poderiam<br />
afetar seus resultados.<br />
Ferramenta de pesquisa<br />
Após validação adicional, este novo método pode<br />
fornecer uma maneira de identificar potenciais<br />
biomarcadores baseados em lipídios para<br />
pesquisa em amostras clínicas de pacientes com<br />
DA. Entretanto, pode subsidiar a investigação de<br />
mecanismos de resposta celular a estímulos tóxicos<br />
amilóides e contribuir para novas hipóteses sobre o<br />
papel dos lipídios na doença.<br />
Este trabalho piloto orientará projetos de estudos<br />
futuros para investigações avançadas para validar<br />
o papel dos peptídeos Aβ no lipidoma de células<br />
neuronais - e para a descoberta de biomarcadores<br />
lipídicos que poderiam ser úteis para diagnóstico de<br />
DA, previsão de prognóstico ou monitoramento de<br />
resposta terapêutica em biologia amostras.<br />
Por que escolher ELGA LabWater<br />
No ELGA LabWater, nossos engenheiros, químicos<br />
e cientistas especializados estão na vanguarda da<br />
inovação tecnológica. Eles continuam a introduzir<br />
recursos revolucionários no mercado de água de<br />
laboratório.<br />
Referência:<br />
1.Davani L, et al. Aβ1-42 peptide toxicity on neuronal cells: A<br />
lipidomic study. J Pharm Biomed Anal. 2022;219:114876 doi:<br />
10.1016/j.jpba.2022.114876.<br />
Dr Alison Halliday<br />
Depois de concluir um curso de graduação em Bioquímica<br />
e Genética na Universidade de Sheffield, Alison recebeu um<br />
doutorado em Genética Molecular Humana na Universidade<br />
de Newcastle. Ela realizou cinco anos como Pesquisadora<br />
de Pós-Doutorado Sênior na UCL, investigando os genes<br />
envolvidos na síndrome da obesidade infantil. Movendose<br />
para a comunicação científica, ela passou dez anos na<br />
Cancer Research UK envolvendo o público sobre o trabalho da<br />
instituição de caridade. Ela agora se especializa em escrever<br />
sobre pesquisas nas ciências da vida, medicina e saúde.<br />
Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />
Rafaela Rodrigues<br />
Tel. +55 11 3888-8782<br />
rafaela.rodrigues@veolia.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
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Em Foco<br />
RELEASE EASYFILL – SISTEMA DE DOSAGEM AUTOMATIZADA<br />
O preparo da amostra é uma parte central<br />
da análise e inclui diversas etapas manuais<br />
e demoradas. Pesagem de amostras, adição<br />
de reagentes, manuseio de vasos, diluição e<br />
limpeza são processos que afetam o fluxo de<br />
trabalho do laboratório e o tempo do operador.<br />
O manuseio dos frascos de digestão foi reduzido<br />
com o uso da câmera de reação única do<br />
UltraWAVE e a limpeza dos frascos tornou-se<br />
ainda mais eficiente com o TraceCLEAN, porém<br />
a missão da Milestone em facilitar o trabalho do<br />
usuário ainda não estava completa.<br />
38<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />
As etapas de adição de reagente e diluição<br />
também envolvem bastante tempo do<br />
operador, além do risco de contaminação e<br />
exposição a ácido concentrado. Tendo isso em<br />
mente, a Milestone desenvolveu um sistema de<br />
dosagem automatizada, chamado EasyFILL.<br />
O EasyFILL é uma plataforma única que<br />
garante um fluxo de trabalho superior para o<br />
laboratório e maior segurança para o operador,<br />
automatizando a adição de reagentes e<br />
reduzindo o tempo do operador para apenas<br />
alguns segundos. Além disso, o easyFILL permite<br />
a pré-diluição. Ao final do processo de digestão,<br />
as soluções são transferidas em recipientes<br />
volumétricos e colocados novamente no EasyFILL<br />
para pré-diluição automática.<br />
OPERAÇÕES CONSISTENTES E SEM ERROS<br />
O manuseio de ácidos muitas vezes<br />
leva erros humanos e contaminação,<br />
potencialmente impactando a qualidade da<br />
análise. A precisão da dosagem do easyFILL<br />
garante alta reprodutibilidade, enquanto a<br />
abordagem handsoff e o uso de PTFE de alta<br />
pureza para todas as linhas ácidas evitam<br />
o risco de contaminação. Além disso, a<br />
limpeza automática das linhas, embutida<br />
na sequência, evita contaminação quando<br />
diferentes reagentes são dosados.<br />
ALTA FLEXIBILIDADE<br />
O easyFILL oferece grande flexibilidade com<br />
uma ampla variedade de racks para acomodar<br />
a maioria dos frascos de digestão e até dois<br />
conjuntos simultaneamente, como dois racks<br />
de ultraWAVE. O sistema lida com até seis<br />
reagentes simultaneamente (como HNO3,<br />
H2O2, HCl, HF), combinando com a maioria<br />
das necessidades de aplicação. O easyFILL<br />
pode ser utilizado tanto antes da digestão, com<br />
a adição de ácidos, como após a digestão, para<br />
pré-diluição ou para acidificação das soluções<br />
digeridas. Além disso, easyFILL é compatível<br />
com racks de amostradores automáticos para<br />
ICP, evitando manuseio adicional.<br />
SEGURANÇA AUMENTADA<br />
O manuseio de ácidos concentrados é uma<br />
preocupação de segurança comum para todos<br />
laboratórios. Até mesmo o uso de pipetas<br />
sob uma coifa ainda pode expor o operador<br />
ao vapor ácido. O easyFILL automatiza esses<br />
processos e evita o manuseio de ácidos. A<br />
exaustão embutida aumenta ainda mais<br />
a segurança das operações, desviando<br />
quaisquer vapores ácidos para o sistema de<br />
extração do laboratório.<br />
SOFTWARE INTELIGENTE<br />
O sistema EasyFILL é totalmente controlado<br />
por um terminal sensível ao toque, com<br />
software personalizado.<br />
Para processos de rotina, o operador<br />
simplesmente recupera um método<br />
armazenado com o tipo e volume de reagentes,<br />
bem como o número de posições em uso.<br />
Disponibilidade dos reagentes nos frascos<br />
e o volume de resíduos são rastreados pelo<br />
software, para que o operador saiba quando<br />
é hora de preencher uma garrafa de reagente<br />
ou esvaziar o tanque de resíduos. Além disso o<br />
software integra um procedimento guiado para<br />
calibrar a bomba, em apenas alguns minutos.
EasyFILL<br />
Sistema de dosagem automática<br />
O EasyFILL é uma plataforma única que garante um fluxo de trabalho superior para o laboratório<br />
e maior segurança para o operador, automatizando a adição de reagentes e reduzindo o tempo<br />
do operador para apenas alguns segundos.<br />
· O EasyFILL pode ser utilizado tanto antes da digestão, com a adição de ácidos, como após a<br />
digestão, para pré-diluição ou para acidificação das soluções digeridas.<br />
· O EasyFILL automatiza esses processos e evita o manuseio de ácidos, garantindo rapidez e<br />
segurança para o processo de preparo de amostras.<br />
· Monitoramento automático do estoque de reagentes e do volume de resíduos, com aviso<br />
mensagem e parada de segurança.
DESDE 2000<br />
Conceito de qualidade em Microbiologia<br />
Novas e modernas instalações<br />
Equipe capacitada e comprometida<br />
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