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Revista Analytica Edição 121

Revista Analytica Edição 121 - Novembro 2022

Revista Analytica Edição 121 - Novembro 2022

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />

Mesmo em um ano de muitos desafios para todos nós, e, em especial para a indústria em nosso país, a equipe da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> tem orgulho de chegar<br />

ao fim deste ano comemorando seus resultados, conquistas e projetos futuros com você, leitor, que é a razão de tudo isso.<br />

Com muito orgulho anunciamos que, as expectativas e demandas para 2023 são bastante otimistas.<br />

Estamos transformando todos os nossos produtos, incluindo a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em uma nova companhia, a<br />

FuturLab Ltda. que, dividida entre diversos e variados subprodutos formará uma grande e única Plataforma<br />

de Comunicação Integrada, 100% digital, sem é claro, nos desprendermos de nossa tão amada revista física.<br />

Em breve, em nome da informação de qualidade e da universalidade do conhecimento, traremos muito mais<br />

novidades para vocês, leitores, fiquem atentos, pois é só o começo.<br />

Sobre esta edição, que fechará o ano de 2022, teremos um brilhante artigo abordando a evolução da<br />

cosmetologia, que, com suas inovações tecnológicas, trazem uma pergunta de extrema relevância:<br />

Nanocosmética: Uma evolução ou perigo?<br />

Já na seção Análise de Minerais, nosso colunista Eduardo Melo, traz também uma excelente discussão em<br />

seu artigo, onde, nos explica que, em muitos casos, seguir a norma técnica de um determinado ensaio não<br />

é o suficiente para alcançar um resultado satisfatório.<br />

A minha mensagem sempre foi e sempre será para que trabalhemos com dedicação e entusiasmo, para<br />

deixarmos “marcas” que serão eternas, porque há muitos que passam pela vida sem deixar nenhum legado.<br />

Nós, da ANALYTICA, estamos orgulhosos das marcas que deixamos e gostaríamos de agradecer a todos os<br />

envolvidos no cumprimento de nossa missão: promover o conhecimento e a disseminação da informação,<br />

em todas as suas faces, com veracidade e competência que desenvolvemos ao longo destes 20 anos.<br />

Despeço-me com este editorial, pois é a última edição do ano. Que 2023 renove ainda mais nossas esperanças<br />

e traga a realização de todos os nossos melhores desejos.<br />

Muito obrigada e boa leitura.<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Futurlab<br />

Editora Responsável : Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

Editorial<br />

ARTIGO 1<br />

08<br />

06<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

TUMERIC CREAM - CREME HIDRATANTE E<br />

REDUTOR DE PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />

Por: Estela Rebeca Aguiar da Silva1, João Lucas Lima Aglio1, Paulo Ricardo Machini Diana1, Poliana<br />

Pereira de Oliveira1, Marcos Roberto Ruiz1, Paulo Roberto da Silva Ribeiro1, Rafael Rebes Ziliani1<br />

ARTIGO 2<br />

14<br />

QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR<br />

CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />

AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />

POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS<br />

NO VALE DO PARAÍBA.<br />

Por: Felipe José Ferreira Gomes1, Rondinele Ribeiro Motta1.<br />

20<br />

Metrologia<br />

Metrologia II 26<br />

28<br />

Logística Laboratorial<br />

Análise de Minerais 30<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Em Foco 35<br />

34<br />

Nanocosmética


Placas com meio de<br />

cultura desidratados<br />

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Produto não passível de registro ANVISA.<br />

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<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

GREINER 07<br />

GRUPO PRIME<br />

3ª CAPA<br />

KASVI 03<br />

NOVA ANALITICA 39<br />

PENSABIO<br />

2a CAPA<br />

VEOLIA 27<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Eduardo Pimenta, Felipe José Ferreira Gomes,Rondinele Ribeiro Motta, Cleyton Aparecido Gabeloni, Henrique Pires Teodoro, Kamile Manuelli Santos Miguel, Maiara Pereira dos Santos, Pedro Leonardo<br />

Ferreira de Mello, Ricardo Kenji Hamada Bendrath, Marcos Roberto Ruiz, Paulo Roberto da Silva Ribeiro, Rafael Rebes Zilliani, Ingrid Ferreira Costa, André Luiz Meira de Oliveira, Ivo Ázara e Thiago Menegotto.


agenda<br />

FEIRA HOSPITALAR<br />

23 a 26 de maio de 2023<br />

Ter. a Sex., das 11h às 20h<br />

PRESENCIAL | Expo São Paulo<br />

Informações: https://www.hospitalar.com/pt/home.html<br />

FCE PHARMA<br />

13 A 15 DE JUNHO DE 2023<br />

SAIBA MAIS: https://home.fcepharma.com.br/#about<br />

ANALITICA LATIN AMERICA<br />

26 A 28 SETEMBRO DE 2023<br />

SAIBA MAIS: https://www.analiticanet.com.br/<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

5


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>121</strong> - Novembro 2022<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e<br />

analisadas pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e<br />

qualquer conflito de interesse existente, em<br />

particular aqueles de natureza financeira<br />

relativo a companhias interessadas ou<br />

envolvidas em produtos ou processos que<br />

estejam relacionados com a contribuição e o<br />

manuscrito apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo de<br />

compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em<br />

português, mas com Abstract detalhado em<br />

inglês. O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem<br />

preferencialmente ser enviadas na forma<br />

original, para uma perfeita reprodução. Se o<br />

autor preferir mandá-las por e-mail, pedimos<br />

que a resolução do escaneamento seja de 300<br />

dpi’s, com extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e<br />

enviados por e-mail, ordenados em título,<br />

nome e sobrenomes completos dos autores e<br />

nome da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por<br />

resumo, palavras-chave, abstract, keywords,<br />

texto (Ex: Introdução, Materiais e Métodos,<br />

Parte Experimental, Resultados e Discussão,<br />

Conclusão) agradecimentos, referências<br />

bibliográficas, tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada<br />

referência citadas no texto devem vir listadas<br />

no fim, com o sobrenome do autor em<br />

primeiro lugar seguido pela sigla do prenome.<br />

Ex.: sobrenome, siglas dos prenomes. Título:<br />

subtítulo do artigo. Título do livro/periódico,<br />

volume, fascículo, página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências.<br />

Referências de contribuições ainda não<br />

publicadas deverão ser mencionadas como<br />

“no prelo” ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> |Novembro 2022<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: Luciene Almeida – Redação<br />

Rua Doutor Guilherme Bannitz, 126, 8º Andar - Conj. 81 CV: 10543 Itaim Bibi, São Paulo, SP, 04532-060<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


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Artigo 1<br />

TUMERIC CREAM - CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE<br />

PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />

Por: Estela Rebeca Aguiar da Silva1, João Lucas Lima Aglio1, Paulo Ricardo Machini Diana1*, Poliana Pereira de Oliveira1, Marcos Roberto Ruiz1, Paulo Roberto da Silva Ribeiro1, Rafael Rebes Ziliani1<br />

1 - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI<br />

“Santo Paschoal Crepaldi” - Presidente Prudente-SP. E-mail<br />

para correspondência: *paulodiana651@gmail.com<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Resumo<br />

Os métodos de eliminação e redução de pelos estão sempre inovando e buscando formas de deixar tal<br />

prática mais confortável, ou até mesmo indolor. É de conhecimento geral, que as formas como são feitas a<br />

eliminação/redução, diversas vezes são de forma dolorosa e invasiva, podendo causar lesões na pele no mais<br />

simples dos casos. Portanto, os ativos termogênicos presente na raiz fazem com que a cada novo ciclo do pelo<br />

ele nasça mais fraco, fornecendo uma redução simples e indolor.<br />

Além de sua função redutora de pelos, o uso da cúrcuma na pele traz inúmeros benefícios, sua excelente<br />

hidratação proporciona brilho e maciez fazendo do creme um excepcional antienvelhecimento, auxiliando no<br />

combate de rugas. Antioxidante e Anti-inflamatório também são as demais funções da raiz aplicada na pele,<br />

que se dá pela presença de polifenol.<br />

Dessa forma, o presente trabalho busca incorporar a cúrcuma em uma formulação base de creme hidratante<br />

e avaliar seus benefícios e resultados na pele, a fim de qualificar o potencial de um ativo natural em relação<br />

a formulações inaturais.<br />

Palavras chave: creme, cúrcuma, hidratação, pelos, redução.


Introdução<br />

A pele é classificada como o maior<br />

órgão do corpo humano sendo<br />

essencial para a sobrevivência,<br />

atua como proteção ao sistema<br />

imunológico contra agentes externos<br />

(vírus e bactérias) assim como é<br />

responsável pelas funções sensoriais e<br />

regulação térmica do corpo. Além das<br />

atribuições citadas, a pele é o principal<br />

fator que constitui a aparência física,<br />

requerendo cuidados para prever<br />

o enrugamento, envelhecimento<br />

e o ressecamento da mesma, que<br />

quando negligenciados podem levar<br />

a consequências irreversíveis. [1]<br />

Aliado a isso encontra-se os pelos,<br />

visando removê-los, muitas pessoas<br />

submetem a pele à tratamentos<br />

depilatórios agressivos e doloridos,<br />

contribuindo para a deformação<br />

do órgão a longo ou curto prazo.<br />

Arranhões, queimaduras e alergias,<br />

além de danificarem e deixarem marcas<br />

na pele, são os principais feitores<br />

que movem a busca por métodos de<br />

eliminação e redução de pelos cada vez<br />

mais práticos e indolores. [2]<br />

Dessa forma, o creme a ser produzido<br />

visa unir agentes hidratantes que<br />

proporcionam o aspecto saudável<br />

a pele com um fator que concede<br />

a redução da densidade dos pelos,<br />

sendo esse um auxiliar para lidar com<br />

os empecilhos anteriormente citados.<br />

Com a cúrcuma (popularmente<br />

conhecida como açafrão-da-terra)<br />

sendo o principal ativo ao cumprir<br />

os papéis de hidratação e redução,<br />

o produto se compõe pela junção<br />

do mesmo à uma base hidratante<br />

para cremes composta por óleo de<br />

amêndoas e semente de uva. [3]<br />

A cúrcuma é uma planta da família<br />

Zingiberaceae (família do gengibre),<br />

a partir da sua raiz seca e moída se<br />

obtém a especiaria presente no creme.<br />

A mesma se caracteriza como benéfica<br />

a pele devido a presença de polifenol,<br />

substância que age como antiinflamatória<br />

e antioxidante atuando<br />

como um excelente tratamento às<br />

foliculites causadas pela depilação, além<br />

da companhia das vitaminas A, B e C<br />

que atuam como nutrientes, iluminando<br />

a pele. A longo prazo, a cúrcuma, como<br />

um alimento termogênico, consegue<br />

entrar na raiz dos pelos e fragilizá-los<br />

desde a raiz. Com o uso contínuo, é<br />

notável o afinamento e a redução da<br />

[4] [5]<br />

quantidade dos pelos.<br />

O óleo de amêndoas presente na base se<br />

faz um excelente nutritivo e hidratante<br />

para a pele, combatendo os mais graves<br />

casos de pele seca e desidratada. O óleo<br />

obtido da semente de uva contribui<br />

com o fortalecimento da barreira da<br />

pele devido a presença de ácidos graxos<br />

insaturados, tendo como exemplo o<br />

ácido linoleico, popularmente conhecido<br />

[6] [7]<br />

como ômega 6.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS:<br />

Em uma balança analítica METTLER<br />

TOLEDO, pesar os componentes que<br />

irão estruturar o creme hidratante<br />

e redutor, os quais correspondem a<br />

cúrcuma, e a base de creme hidratante.<br />

Na sequência, com os dois<br />

componentes em um único béquer,<br />

submeter a agitação constante até<br />

total homogeneização da cúrcuma no<br />

restante do creme.<br />

Por fim, ajustar o pH para a faixa<br />

ideal, realizar o envaze e prosseguir<br />

[8] [9]<br />

com as análises.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

9


Artigo 1<br />

• Análise organoléptica<br />

Executada por meio de questionário<br />

respondido por 10 integrantes que<br />

fizeram uso do creme durante um<br />

período de três horas.<br />

• Análise microbiológica<br />

Desenvolvida em meio de cultura<br />

a base de ágar, peptona e caldo de<br />

carne para Staphylococcus aureus em<br />

placas de Petri e em placas com meio<br />

específico Petrifilm 3 M®.<br />

• Análise de pH<br />

Realizada com amostra diluída e<br />

homogeneizada em água destilada<br />

em proporção de 1:1 (m/v) em<br />

peagâmetro METROHM 913.<br />

• Análise de viscosidade<br />

Efetuada através do viscosímetro<br />

BROOKFIELD BRASEQ, com a<br />

amostra submetida a rotação 20<br />

rpm com sensor 7.<br />

105°C por duas horas em estufa<br />

SPPENCER SCIENTIFIC. Em segundo<br />

momento transferida para mufla<br />

JUNG onde permaneceu por 1 hora<br />

em temperatura de 600°C.<br />

• Avaliação de estabilidade<br />

Executada na centrífuga METROTERM<br />

3PL com rotação 500 rpm por 45<br />

minutos, a fim de avaliar a separação<br />

de fases da amostra.<br />

RESULTADOS:<br />

A Figura 1 apresenta o produto final<br />

do presente trabalho.<br />

Um creme hidratante com textura que<br />

se aproxima de esfoliante e apresenta<br />

uma significativa hidratação, além<br />

de incorporar uma formulação que<br />

proporciona nutrientes para a pele e<br />

propriedades redutoras dos pelos.<br />

Além de tais benefícios, a formulação<br />

final apresenta fácil acessibilidade no<br />

que diz respeito ao valor atribuído<br />

para uma unidade, R$11,80. O valor<br />

foi contabilizado de acordo com o<br />

expresso da tabela abaixo.<br />

Matéria-prima<br />

(preço de custo)<br />

Base para creme<br />

hidrante<br />

Valor/unidade<br />

(R$)<br />

1,40<br />

Cúrcuma em pó 0,10<br />

Essência e<br />

embalagem<br />

10,30<br />

• Análise de cinzas<br />

Total 11,80<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Realizada com a amostra submetida<br />

primeiramente a temperatura de<br />

Figura 1. Tumeric Cream (embalagem/aplicação)<br />

Na Figura 2 estão apresentadas as análises<br />

organolépticas.


TEXTURA<br />

7<br />

2 1<br />

EXCELENTE BOA MODERADA<br />

A Figura 3 corresponde ao resultado<br />

obtido na análise microbiológica previsto<br />

pela Anvisa que preconiza a análise de<br />

Staphylococcus aureus em cremes.<br />

A análise de pH realizada em<br />

triplicata apresentou um valor<br />

médio de 6,00. Sendo este<br />

considerado adequado diante<br />

dos valores esperados para os<br />

COR<br />

cosméticos destinados a pele.<br />

7<br />

AGRADÁVEL<br />

2<br />

1<br />

MODERADA DESAGRADÁVEL<br />

A pele do corpo humano se<br />

apresenta em uma faixa de pH<br />

AROMA<br />

Figura 3. Análise microbiológica do creme.<br />

ligeiramente ácida, apresentando<br />

pequenas variações de acordo com<br />

2<br />

8<br />

0<br />

AGRADÁVEL MODERADO DESAGRADÁVEL<br />

HIDRATAÇÃO<br />

9<br />

1<br />

0<br />

EXCELENTE BOA MODERADA<br />

Figura 2. Avaliação da Análise Organoléptica do Tumeric Cream.<br />

De acordo com as análises das<br />

placas, utilizando contador de<br />

colônias, constatou-se a ausência de<br />

Staphylococcus aureus, não sendo<br />

necessária análise por microscopia.<br />

A Figura 4 apresenta o resultado obtido<br />

na análise de controle do pH do produto.<br />

a região do corpo, com valores<br />

entre 4,7 e 5,75. Para produtos<br />

cosméticos ligados diretamente a<br />

pele, a análise de pH é de grande<br />

importância, tendo em vista que<br />

substâncias que apresentarem<br />

caráter alcalino (pH > 7) podem<br />

danificar a estrutura celular<br />

Com isso, evidencia-se que o produto<br />

atende as principais características<br />

de um creme, ou seja, proporciona<br />

prejudicando a camada protetora<br />

da pele, tornando-a mais sensível e<br />

propensa a infecções.<br />

textura suave e uma eficiente<br />

hidratação, além de possuir cor e<br />

A Figura 5 compreende ao resultado<br />

aroma agradáveis.<br />

Figura 4. Análise do pH do produto.<br />

obtido na análise de viscosidade.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

11


Artigo 1<br />

Figura 5. Análise de viscosidade do creme com viscosímetro<br />

Brookfield.<br />

Figura 6. Análise de cinzas do creme.<br />

Figura 7. Tubo de ensaio com o creme, após centrifugação.<br />

Assim foi constado que o creme possui<br />

O produto não apresentou percentual<br />

O resultado da avaliação de estabilidade<br />

uma viscosidade no valor de 11.000<br />

de material inorgânico, onde toda<br />

é representado na Figura 7.<br />

centipoise (cp), apontado com dentro<br />

matéria orgânica foi dissipada em<br />

dos padrões para formulações de cremes.<br />

temperatura elevada. Esta análise é<br />

A análise constata que a formulação<br />

A viscosidade é uma propriedade muito<br />

de grande importância para destacar<br />

não apresenta a separação de fases,<br />

importante porque se relaciona com o<br />

a característica orgânica do creme,<br />

quando submetida a agitação rotativa<br />

espalhamento na pele, e também com<br />

sendo isenta de metais, que inclusive<br />

por longo período.<br />

a resistência da saída do produto da<br />

poderiam afetar a pele ou sua coloração.<br />

embalagem. Esta propriedade também<br />

O ensaio de estabilidade é necessário,<br />

precisa ser acompanhada após um<br />

A análise de estabilidade do creme<br />

pois, um creme que após um tempo<br />

tempo, para verificar se a característica<br />

foi realizada com intuito de verificar<br />

separa fases, não tem aceitação<br />

do produto será mantida.<br />

se o produto não forma uma mistura<br />

pelos usuários, principalmente<br />

heterogênea, para isso foi utilizada<br />

pela questão estética do produto.<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

A Figura 6 apresenta os resultados da<br />

análise de cinzas.<br />

uma centrífuga, com rotação de<br />

500 RPM por 45 minutos.<br />

Também por gerar dificuldades de<br />

homogeneização na aplicação.


CONCLUSÃO:<br />

Após um longo processo de pesquisas,<br />

análises e aprimoramentos, que<br />

apresentou desafios principalmente<br />

no que diz respeito ao equilíbrio que<br />

buscava-se estabelecer entre hidratação,<br />

aplicabilidade e conforto, torna-se válido<br />

dizer que o creme hidratante e redutor<br />

desenvolvido foi satisfatório para o<br />

objetivo estipulado, o que foi comprovado<br />

por meio do teste dos usuários e das<br />

pesquisas científicas relacionadas aos<br />

benefícios da cúrcuma para a pele e<br />

no tratamento de depilação. Além<br />

disso, o mesmo se encontra dentro dos<br />

parâmetros de qualidade estabelecidos,<br />

levando em consideração os resultados<br />

obtidos nas análises realizadas. Dessa<br />

forma, a validação final da formulação<br />

desenvolvida para o creme se completa<br />

por meio do excelente feedback que este<br />

apresentou com os dados fornecidos pelos<br />

usuários que participaram da análise<br />

organoléptica, comprovando assim, a sua<br />

aceitabilidade diante de seu público-alvo.<br />

REFERÊNCIAS:<br />

[1] SOCIEDADE PORTUGUESA DE DERMATOLOGIA E<br />

VENEREOLOGIA. A pele. Disponível em: https://www.<br />

spdv.pt/_a_pele<br />

[2] GILLETTEVENUS. Métodos de remoção de pelos.<br />

Disponível em https://www.gillettevenus.com.br/pt-br/<br />

guia-de-depilacao/metodos-de-remocao-de-pelos/<br />

guia-basico-sobre-metodos-de-remocao-de-pelos/<br />

[3] ARQUIVOS DE CIENCIAS DA SAUDE DA UNIPAR. Açafrão<br />

da terra e seus benefícios medicinais. Disponível em:<br />

https://www.researchgate.net/publication/317253407_<br />

CURCUMA_LONGA_L_O_ACAFRAO_DA_TERRA_E_<br />

SEUS_BENEFICIOS_MEDICINAIS<br />

[4] METRÓPOLES. Conheça cinco benefícios de incluir a<br />

cúrcuma na sua rotina de beleza. Disponível em:<br />

https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/beleza/<br />

conheca-cinco-beneficios-de-incluir-a-curcuma-na-suarotina-de-beleza<br />

[5] REPOSITÓRIO UG. Creme anti-idade a base de<br />

cúrcuma. Disponível em: http://repositorio.ug.edu.ec/<br />

handle/redug/8362<br />

[6] TUA SAÚDE. Benefícios do óleo de amêndoa doce.<br />

Disponível em: https://www.tuasaude.com/oleo-deamendoa-doce/<br />

[7] TUA SAÚDE. Óleo de semente de uva: para que serve<br />

e como usar. Disponível em: https://www.tuasaude.<br />

com/beneficios-do-oleo-de-semente-de-uva/<br />

[8] ANVISA. Guia de controle de qualidade de produtos<br />

cosméticos. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/<br />

pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/cosmeticos/<br />

manuais-e-guias/guia-de-controle-de-qualidade-deprodutos-cosmeticos.pdf/view<br />

[9] EUCERIN. Entendendo a pele – pH da Pele. Disponível<br />

em: https://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/<br />

pele-sensivel/ph-da-pele<br />

Complemento Normativo - Artigo 1<br />

Referente ao artigo 1<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A BASE DE CÚRCUMA<br />

ISO 23674<br />

Cosmetics — <strong>Analytica</strong>l methods — Direct determination of<br />

traces of mercury in cosmetics by thermal decomposition and<br />

atomic absorption spectrometry (mercury analyser)<br />

Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: cosméticos. produtos de higiene pessoal<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />

BASE DE CÚRCUMA<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/76615.html<br />

ISO 24442<br />

Cosmetics — Sun protection test methods — In vivo<br />

determination of sunscreen UVA protection<br />

Norma publicada em: 06/2022. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Cosméticos. Artigos de toalete<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />

BASE DE CÚRCUMA<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/75496.html<br />

ISO 16212<br />

Cosmetics - Microbiology - Enumeration of yeast and mould<br />

Norma publicada em: 06/2017. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Microbiologia cosmética<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />

BASE DE CÚRCUMA<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/72241.html<br />

ISO 23821<br />

Cosmetics - <strong>Analytica</strong>l methods - Determination of traces<br />

of mercury in cosmetics by atomic absorbtion spectrometry<br />

(AAS) cold vapour technology after pressure digestion<br />

Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Cosméticos. Artigos de toalete<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />

BASE DE CÚRCUMA<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suíça.<br />

https://www.iso.org/standard/77054.html<br />

DIN EN 17156<br />

Cosmetics - <strong>Analytica</strong>l methods - LC/UV method for the<br />

identification and quantitative determination in cosmetic<br />

products of the 22 organic UV filters in use in the EU<br />

Norma publicada em: 08/2022. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: TUMERIC CREAM – CREME HIDRATANTE E REDUTOR DE PELOS A<br />

BASE DE CÚRCUMA<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-17156/353226761<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

13


Artigo 2<br />

QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR<br />

CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />

AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />

POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO<br />

VALE DO PARAÍBA.<br />

Por: Felipe José Ferreira Gomes1, Rondinele Ribeiro Motta1.<br />

1Universidade Paulista/Instituto de Ciências da Saúde, Rod.Presidente Dutra, km157, Pista sul, 12240-420, São José dos Campos Brasil, felipe.jogfer@gmail.com, rondinele.ribeiro@hotmail.com.<br />

(B) Amostra 11 positiva,<br />

obteve presença de aflatoxina<br />

B1 e Rf de 0,68ul/kg em (CCD)<br />

revelado em luz UV.<br />

Estrutura da molécula de Aflatoxina B1<br />

Fonte: próprio autor, 2022<br />

Fonte: Laboratório de pesquisa Universidade Paulista – UNIP (SJ.Campos) , 2022<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Resumo<br />

Quantificar aflatoxina B1 em (CCD) das amostras de amendoins positivas em meios de cultura para fungos<br />

Aspergillus flavus do municípios de São José dos Campos - SP, comparando os resultados com o valores<br />

de referência de aflatoxina B1 permitida pela legislação segundo ANVISA. Dê acordo pesquisa anterior 4<br />

amostras positivas em meio de cultura para fungos Aspergillus flavus, as amostras foram trituradas onde<br />

foram realizadas as 4 etapas seguintes de (Extração, Purificação do extrato, Extração líquido – líquido<br />

e Cromatografia em camada delgada), após foram reveladas as placas de sílica em luz UV - 366 nm<br />

onde foi determinado o Rf para calculo de quantificação de aflatoxina B1. Obtemos resultados negativos<br />

para 4 amostras de amendoim, somente em amostra 11 obtemos presença de aflatoxina B1 em baixa<br />

quantidade dê 1,4 ug/kg. Conclui que as amostras estão livres de contaminação acima da referencia<br />

ANVISA, afirmando que ainda ouve presença mínima de aflatoxina B1 na amostra 11, vale resaltar que<br />

ainda pode causar intoxicação devida a uma grande quantidade de ingestão.<br />

Palavras chave: Aspergillus flavus ; Aflatoxina B1; Cromatografia<br />

Área do Conhecimento: Ciências da saúde


INTRODUÇÃO:<br />

fungos A. flavus ganhe forças para<br />

de amendoim contaminados, que<br />

A partir do descontrole da<br />

desenvolver mitoses, aumentando<br />

permite que os fungos filamentosos<br />

contaminação do fungos A.<br />

assim sua colonização fungica nos<br />

invada os tecidos hepáticos, renais e<br />

flavus, junto a elevação de calor<br />

amendoins, causando um maior<br />

endócrinos, onde ali realizam mitoses<br />

e umidade, gera uma maior<br />

desenvolvimento de aflatoxina B1<br />

com grande velocidade, produzindo e<br />

colonização fúngica, sabendo que<br />

e a intoxicação aos humanos ao<br />

liberando aflatoxinas constantimente,<br />

as plantas de amendoins forrageiros<br />

ingerir os amendoins contaminados<br />

logo as chances de óbito e patologias<br />

em monocultivo favorece não<br />

(CARRENO et al, 2014).<br />

agravantes (SELIM et al, 2014).<br />

só o crescimento de esporos de<br />

A. flavus, mais como também<br />

A aflatoxina pode distinguir no<br />

Segundo Mupunga (2014), a<br />

seus compostos oleonigenos que<br />

individuo patologias impactantes<br />

aflatoxina B1 e o toxicogênico com<br />

contribuem com a atividade de<br />

que geram três tipos de grau<br />

maior potencial carcinogênico,<br />

armazenamento de calor para<br />

de intoxicação por aspergilose,<br />

sendo classificada como grupo 1 dos<br />

os fungos se desenvolverem<br />

intoxicação severa, aguda ou<br />

carcinógeno em seres humanos pela<br />

(GUIMARAES et al,2013). A presença<br />

crônica, com os primeiros sintomas<br />

Agência Internacional para Pesquisa<br />

de aflatoxina no amendoim passou<br />

de náuseas, febre, fadiga, dor<br />

sobre Câncer.<br />

a se configurar como um problema<br />

região abdominal, falta de apetite,<br />

para a saúde pública, afetando<br />

o indivíduo contaminado é<br />

Desta forma o objetivo do presente<br />

diretamente o agronegócio de<br />

classificado em uma dessas três<br />

trabalho foi avaliar com a presença<br />

diversos países, causando a redução<br />

classes, com isso as lesões se<br />

de Aspergillus flavus em amostras<br />

da exportação agrária do Brasil,<br />

agravam ainda mais se o paciente<br />

de amendoim comercializadas no<br />

contribuindo com a intoxicação<br />

estiver imunodeprimido podendo<br />

município de São José dos Campos,<br />

alimentícia, sendo uma substância<br />

levar a óbito em horas, contribuindo<br />

á quantificação de aflatoxina B1,<br />

tóxica, que causa deteorização do<br />

alimento, facilitando a alimentação<br />

fungica e contribuindo que o<br />

com esta patologia, quando o<br />

individuo é contaminado por A.<br />

flavus é devido a series de ingestão<br />

comparando com valor permitido<br />

ANVISA, bem como alertar sobre os riscos<br />

desta infecção fúngica e micotoxica.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

15


Artigo 2<br />

Metodologia<br />

150ml água destilada onde<br />

(CCD), sendo eluídas com 5 ml de<br />

A quantificação de aflatoxina<br />

extraimos 2 vezes por 3 minutos<br />

etanol (polar) nos 4 bequers, onde<br />

B1 foi realizada em laboratório<br />

com 10 ml de clorofórmio, logo<br />

após foram reveladas com luz UV-<br />

multidiciplinar da Universidade<br />

foram juntados 10 ml do extrato em<br />

366nm, realizando a interpretação<br />

Paulista- UNIP; São José dos Campos<br />

erlenmeyer de 50 ml e evaporado<br />

e cálculo do Rf . Todas a análise<br />

– SP, onde por resultados anteriores<br />

á secura em chama com suporte,<br />

foi realizada com fundamento no<br />

de 4 amostras positivas dê 22<br />

homogenizamos com metanol e<br />

método da AOAC; ( Internacional<br />

amostras negativas para A. flavus,<br />

eluímos com capilares, em seguida<br />

Official Methods of Analysis ),<br />

foram trituradas as 4 amostras<br />

adicionamos em 4 placas de sílica<br />

(LIAO et al, 2013). Conforme<br />

positivas, cerca de 50g de cada<br />

para realização das técnicas de<br />

descrito acima e ilustrado a baixo<br />

amostras de amendoim á granel,<br />

cromatografia em camada delgada<br />

na fígura 1 e 2 a baixo:<br />

em seguida adição das amostras de<br />

amendoim triturado em 2 bequer de<br />

500ml, logo foram iniciadas as etapas<br />

de “Extração” onde foram adicionadas<br />

em dois bequer de 500ml, foram<br />

adicionadas 540 ml de metanol em<br />

cada bequer, 60 ml em cada de Cloreto<br />

Figura 1. A) Extração da aflatoxina B1; B) Fase de filtração; C) Fase de purificação da aflatoxina B1; D) Fase de extração líquido-líquido<br />

10ml de extrato líquido; E) Cromatografia em camada delgada (CCD).<br />

de potássio, logo homogenizado por<br />

Fonte: próprio autor, 2021<br />

5 minutos e filtrado em papel filtro,<br />

recolhendo 150 ml de filtrado, na<br />

“Purificação” adicionamos 300 ml de<br />

sulfato de cobre 10% e 10 g de celite,<br />

onde homogenizamos e filtramos<br />

novamente, deste 150 ml de filtrado<br />

foi usada na extração líquido-líquido,<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

na “ Extração líquido-líquido” em funil<br />

de separação de 1000ml, adicionamos<br />

150 ml do filtrado anterior e mais<br />

Fígura 2. Placas de sílica técnica de cromatografia delgada (CCD); A) amostra 3 negativa; B) Amostra 11 positiva, obteve presença de<br />

aflatoxina B1 e Rf de 0,68ul/kg em (CCD); C) Amostra 4 negativa; D) Amostra 10 negativa.<br />

Fonte: próprio autor, 2021


Assim logo após foram calculadas os<br />

Rf pela seguinte formula: Rf = Ds/Dm,<br />

onde aplicamos os resultados do Rf<br />

na fórmula padrão de quantificação<br />

de aflatoxina “S”, juntamente com as<br />

devidas quantidades de aplicações<br />

nas amostra e em placa de sílica<br />

para quatificação de aflatoxina,<br />

sendo definida pela formula a baixo<br />

na (fígura 3).<br />

Legenda: S= uL da aflatoxina padrão<br />

de Rf revelado com fluorescência; Y=<br />

Concentração de aflatoxina padrão em<br />

ug/ml da aplicação em sílica; V= uL de<br />

solvente utilizado para diluir o extrato<br />

final; Z= uL do extrato da amostra<br />

Foram comparamos resultados das<br />

amostras positivas com o valor de<br />

referência padrão de 20 ug/kg de<br />

aflatoxina B1, estipulada e permitida<br />

pela ANVISA no Brasil, o Ministério da<br />

Saúde através da Resolução RDC 274,<br />

ANVISA,15/10/02. A CCD ainda pode<br />

ser utilizada por recomendação de<br />

órgãos oficiais para monitoramento de<br />

limites legislados para elas em muitos<br />

países, inclusive no Brasil (RDC, nº7,<br />

2011), pois os valores quantificação<br />

da CCD são dadas em ug/kg, devido<br />

a propriedade de fluorescência das<br />

aflatoxinas, (Internacional Oficial<br />

Metodos de Análises ); (HOELTZ et al<br />

2010; ANVISA et al 2014).<br />

Resultado<br />

As pesquisa foram realizadas durante<br />

10 meses e os resultados das análises<br />

em Cromatografia de camada delgada<br />

(CCD), onde obtivemos os seguinte<br />

resultados referente a tabela 1 a baixo:<br />

Discussão<br />

Os resultados apresentaram-se<br />

negativos e a baixo dos valores de<br />

referencia segundo ANVISA para<br />

aflatoxina B1, sendo das 4 amostras<br />

positivas em meio de cultura para<br />

fungos A. flavus, porem obtemos<br />

a presença da aflatoxina B1 em<br />

pequena quantidade na amostra 11,<br />

onde os dados foram calculados com<br />

aplicado na placa; W= gramas de<br />

amostra contida no extrato final.<br />

Tabela 1. Resultados obtidos das análises de quantificação da aflatoxina B1 presente nas 4 amostras positivas para<br />

A. flavus em São José dos Campos – SP.<br />

Legenda: AFLA B1 = Aflatoxina B1, Rf= Fator de Retenção<br />

Quantificação de AFLA B1<br />

Rf: 0,68ug/kg<br />

(4 amostras)<br />

Grupo A<br />

Amostra 3 Amostra11<br />

Grupo B<br />

Amostra 4 Amostra 10<br />

Resultados em ug/kg de<br />

Aflatoxina B1 por amostra 0,0ug/Kg 1,4ug/kg 0,0ug/kg 0,0ug/kg<br />

Fonte: próprio autor, 2018<br />

Fígura 3. Fórmula para cálculo de aflatoxina B1 total das amostras<br />

Referência de Aflatoxina B1<br />

Segundo ANVISA permitida<br />

Fonte: próprio autor, 2021.<br />

Até20<br />

ug/Kg<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

17


Artigo 2<br />

Rf: 0,68 ul/kg, onde aplicamos na<br />

fórmula padrão de quantificação de<br />

aflatoxina B1, representado na figura<br />

3 acima; Dados : S= 0,68ul/kg; Y= 10<br />

ul ; V= 200ul ; Z= 10ul ; W= 100ug, a<br />

partir destes dados seguem a tabela 1<br />

com respectivos resultados (OLIVEIRA<br />

et al, 2011; MAZIERO et al, 2010).<br />

O fungo A. flavus no primeiro instante<br />

dentro do hospedeiro denominase<br />

por uma contaminação indireta<br />

por toxina que realiza a grande<br />

circulação sanguinea, lesando fígado<br />

e rins por sobrecarga de agente<br />

toxicogênicos, agravando em alguns<br />

dias podem ocorrem lesões renais<br />

pela circulação da aflatoxina B, sendo<br />

uma substância (apolar) que se liga<br />

aos ácidos nucléicos principalmente<br />

aos DNAs, onde ocorre então uma<br />

ligação covalente entre a molécula de<br />

aflatoxina B1 e o DNA mitocondrial das<br />

células do fígado, onde após o ataque<br />

de milhões de micotoxinas que estão<br />

presentes na corrente sanguinea, veia<br />

porta hepática, causam por serem<br />

mutagênicos, mutações onde se<br />

alteram os códons, também proteínas<br />

e DNAs - dexoribonucleotidios,<br />

alterando assim as sequências dos<br />

DNAs, com essas sequencias alteradas<br />

as células mudam totalmente seu<br />

comportamento, passando a ser<br />

uma célula neoplásica, aumentando<br />

suas sínteses protéicas e realizando<br />

multiplicações descontroladas onde<br />

causa a presença do câncer hepático<br />

(ICB et al, 2010; OOTANI et al, 2013;<br />

OYELAKIN et al, 2014).<br />

Conclusão<br />

Concluí-se que as amostras estão<br />

livres de contaminação acima<br />

>20ug/kg por aflatoxina B1, sabendo<br />

que obtemos na “Amostra 11” uma<br />

quantidade abaixo dos valores de<br />

referência ANVISA, porém está<br />

quantidade ainda podem trazer<br />

uma “intoxicação acumulativa” de<br />

grande impacto aos consumidores<br />

e a pacientes nasocomiais, logo<br />

está pesquisa alerta atráves destes<br />

valores que a vigilância sanitária<br />

ainda tem possibilidade de reduzir<br />

estes valores de aflatoxina B1 em<br />

grãos de amendoins comercializados,<br />

fortalecendo assim suas fiscalizações<br />

em comercios de grãos em<br />

gerais com os melhores meios de<br />

armazenámentos e manipulação<br />

destes grãos, evitando a proliferação e<br />

a contaminação fungica dos grãos de<br />

caracter alimentícios .<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022


REFERÊNCIAS:<br />

AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).<br />

Resolução – RDC nº 7, de 18 de fevereiro de 2011. Limites<br />

Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Diário<br />

Oficial da União – Seção 1, nº 37. Disponível em:<br />

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/<br />

bc17db804f45fe2cbd41fdd785749fbd/<br />

Resolu%C3%A7%C3%A3o+0-2011-CGALI.<br />

pdf?MOD+AJPERES>. Acesso em: 3. Set.2<br />

CARRENO, V. A; HURTANO, G. J. J; NAVAS, M. C; Exposição de<br />

aflatoxina: Um problema de saúde pública. Latreia. N. 27, p.<br />

42-52, 2014.<br />

GUIMARAES, K. C. S. S; FERRO, F. O; ROCHA, T. J. M; SILVA, A. C. P;<br />

SILVA, E. C. B. Aflatoxinas: Análise por cromatografia em camada<br />

delgada e espectofometria de amnedoins assados coletados em<br />

praias da região metropolitana de Maceió-AL. <strong>Revista</strong> de Biologia<br />

Farmácia. N.9, p. 5-13; 2013.<br />

ICB. Instituto de Ciências Biológicas. Agente<br />

Etiológicos das Intoxicações Fúngicas.<br />

Disponível:http://www.icb.ufmg.br/mic/mic/<br />

material/2agentesetiologicosdasintoxicaesfungicaspdf>Acesso<br />

em: 23 mar. 2010.<br />

HOELTZ, M; WELKE, J. E; NOLL, I. B; DOTTORI, H. A. Procedimento<br />

fotométrico para análise quantitativa de amendoas de aflatoxina<br />

B1 em cromatografia em camada fina usando o detector de<br />

dispositivo acoplado a carga. Química Nova.V.1,N. 33, p.43-47,<br />

2010.<br />

LIAO, C.D; WONG, J. W; ZHANG, K; HAYWARD, D.G; LEE, N,S.<br />

ETRUCKSSES, M,W. Análise multi-micotoxina de grãos terminados<br />

e produtos de nozes usando cromatografia líquida de alta<br />

eficiência -Espectrometria de massa de triplo-quadrupolo. Jornal<br />

de agricultura<br />

MUPUNGA, I, LEBELO, S.L; RHEEDER, J.P; KATERERE, D, R.<br />

Ocorrência natural de aflatoxinas em amendoim e manteiga de<br />

amendoim de Bulawayo, no Zimbabwe. Jornal de proteção ao<br />

alimento. V. 77, N. 10, p. 1814-1818, 2014.<br />

MAZIERO, T; BERSOT, L. D. S. Micotoxinas em alimentos produzidos<br />

no Brasil. Rev Bras prod Agro ind. V.12, p.89-99, 2010.<br />

SELIM, K. M; EL-HOFY, H; KHALIL, R,H. A eficácia de três<br />

adsorventes de micotoxinas para aliviar aflatoxina B1- Toxidade<br />

induzida em Oreochro Misniloticus. Aquicultura internacional. N.<br />

22, p. 523-540, 2014.<br />

OLIVEIRA, L. S. F; KOLLER, F. F. C. Ocorrência de Aspergillus spp.<br />

Aflatoxinas em amostras de amendoim in natura e paçocas.<br />

<strong>Revista</strong> Ciência Ambiental. V.5, p. 57-68, 2011.<br />

OYELAKIN, A. O; FASIDI, I. O; ODEBODE, A. C; JONATHAN, S. G;<br />

BABALOLA, B. J. “Controlo de fungos patogênico em culturas<br />

de Pleuterotus tuber-regium”. Observação do mundo rural. N.6,<br />

p.107-113, 2014.<br />

OOTANI, M. A; AGUIAR, R. W; RAMOS, A. C. C; BRITO, D. R; SILVA,<br />

J. B; CAZAJEIRA, J. P. Uso de óleos essenciais na agricultura. J.<br />

Biotech. Biodiversos Gurupi. N.4,p.162-175, 2013.<br />

Complemento Normativo - Artigo 2<br />

Referente ao artigo 2<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA DELGADA NAS PRESENTES<br />

AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO<br />

VALE DO PARAÍBA.<br />

DIN EN ISO 16050<br />

Foodstuffs - Determination of aflatoxin B₁, and the total<br />

content of aflatoxins B₁, B₂, G₁ and G₂ in cereals, nuts and<br />

derived products - High performance liquid chromatographic<br />

method (ISO 16050:2003)<br />

Norma publicada em: 09/2011. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />

DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />

POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-iso-16050/143541077<br />

DIN EN 14123<br />

Foodstuffs - Determination of aflatoxin B₁ and the sum of<br />

aflatoxin B₁, B₂, G₁ and G₂ in hazelnuts, peanuts, pistachios,<br />

figs and paprika powder - High performance liquid<br />

chromatographic method with post-column derivatisation<br />

and immunoaffinity column cleanup<br />

Norma publicada em: 03/2008. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />

DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />

POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-14123/104611673<br />

DIN EN 17279<br />

Foodstuffs - Multimethod for the screening of aflatoxin B1,<br />

deoxynivalenol, fumonisin B1 and B2, ochratoxin A, T-2<br />

toxin, HT-2 toxin and zearalenone in foodstuffs, excluding<br />

foods for infants and young children, by LC-MS/MS<br />

Norma publicada em: 03/2020. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: QUANTIFICAÇÃO DAS AFLATOXINAS B1 POR CROMATOGRÁFIA<br />

DELGADA NAS PRESENTES AMOSTRAS DE AMENDOINS CONTAMINADAS<br />

POR ASPERGILLUS FLAVUS COMERCIALIZADAS NO VALE DO PARAÍBA.<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-17279/306466409<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

19


Metrologia<br />

ANÁLISE DE RISCO EM AVALIAÇÃO DA<br />

CONFORMIDADE: UMA FERRAMENTA PARA<br />

IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO<br />

EM METROLOGIA<br />

Por: Ricardo Luís d’Avila Villela, M.Sc. - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro<br />

Palavras-chave: avaliação da conformidade, metrologia, análise de risco, incerteza de medição.<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

1. Introdução<br />

A fundamentação de tomadas<br />

de decisão na área de gestão<br />

da qualidade é essencial para<br />

atendimento às expectativas dos<br />

consumidores e, portanto, vital<br />

para o setor produtivo inserido num<br />

mercado globalizado e competitivo.<br />

Porém, muitas vezes a estruturação<br />

de um processo decisório não é algo<br />

trivial e requer a consideração de<br />

diversos fatores. Segundo o princípio<br />

de gestão da qualidade de tomada<br />

de decisão baseada em evidência<br />

da norma NBR ISO 9000:2015 [1],<br />

“decisões com base na análise e<br />

avaliação de dados e informações<br />

são mais propensas a produzir<br />

resultados desejados”. No entanto,<br />

quando os dados ou informações<br />

estão sujeitos a incertezas, uma<br />

abordagem adequada deve<br />

também contemplar os riscos de<br />

decisões equivocadas, oriundas<br />

das incertezas, e seus possíveis<br />

desdobramentos. Ademais, o<br />

conceito de mentalidade de risco<br />

da norma NBR ISO 9001:2015<br />

[2] e o princípio de gestão da<br />

qualidade relativo à abordagem<br />

de processo, declarado em [1], são<br />

plenamente aplicados quando uma<br />

análise quantitativa probabilística<br />

é empregada, considerando<br />

as incertezas das informações<br />

necessárias ao processo de tomada<br />

de decisão e as consequências das<br />

possíveis alternativas.<br />

Dentre os desdobramentos<br />

indesejados num programa de<br />

avaliação da conformidade podemos<br />

destacar: a verdadeira rejeição<br />

(rejeição de item não conforme),<br />

a falsa rejeição (rejeição de item<br />

conforme) e a falsa aceitação<br />

(aceitação de item não conforme).<br />

O primeiro está relacionado à<br />

qualidade do processo de produção,<br />

porém os dois últimos dependem da<br />

qualidade do processo de medição<br />

utilizado na inspeção de itens,<br />

objeto de interesse deste artigo.<br />

Mas o que confere qualidade a um<br />

processo de medição é apenas a<br />

obtenção de resultados de medição<br />

válidos, contemplando apenas<br />

a rastreabilidade de medição?<br />

Não, apesar de necessária, a<br />

rastreabilidade é insuficiente para<br />

assegurar qualidade à medição.<br />

Como até mesmo os resultados de<br />

medição de grandezas contínuas<br />

que estão livres de qualquer erro<br />

humano estão sujeitos a incertezas,<br />

a qualidade de um resultado


Metrologia<br />

de medição está inversamente<br />

2. O papel da incerteza de<br />

conformidade, se aproxima do<br />

relacionada à incerteza de medição.<br />

medição na avaliação da<br />

limite do intervalo de tolerância<br />

Em outras palavras, quanto menor<br />

conformidade<br />

especificado. Portanto, a análise<br />

a incerteza de medição maior<br />

Quando uma medição é<br />

de risco deve contemplar<br />

será a qualidade do resultado de<br />

empregada na avaliação da<br />

simultaneamente a incerteza<br />

medição, e resultados de medição<br />

conformidade, há três elementos<br />

de resultados do processo de<br />

com menores incertezas originam,<br />

que fundamentam a tomada<br />

medição empregado na avaliação<br />

para um dado processo de produção,<br />

de decisão quanto à aceitação<br />

da conformidade, o intervalo de<br />

menores riscos de falsa rejeição e de<br />

ou rejeição de um item: a regra<br />

tolerância e a variabilidade real<br />

falsa aceitação. Portanto, um bom<br />

de decisão, o resultado de<br />

do processo de produção em<br />

processo de medição é aquele que<br />

medição do item sob avaliação<br />

torno do seu valor nominal.<br />

fornece resultados de medição com<br />

e o requisito especificado,<br />

incerteza adequada ao propósito da<br />

tipicamente definido por um<br />

2.1. Resultado de medição<br />

medição, com incidências de falsa<br />

intervalo de valores admissíveis<br />

Segundo o VIM:2012 [3], o resultado<br />

rejeição e falsa aceitação toleráveis<br />

da propriedade de interesse.<br />

de medição é um conjunto de<br />

para o fornecedor e consumidor,<br />

Como resultados de medição<br />

valores de uma grandeza atribuídos<br />

respectivamente. Assim, um critério<br />

estão sujeitos à incerteza de<br />

a um mensurando, juntamente com<br />

para seleção de um processo<br />

medição, os riscos de uma falsa<br />

toda outra informação pertinente<br />

de medição para avaliação da<br />

rejeição e de uma falsa aceitação<br />

disponível, e pode ser expresso<br />

conformidade deve considerar a<br />

são inerentes ao processo de<br />

de algumas formas, fornecendo,<br />

incidência de falsa rejeição e de<br />

tomada de decisão e são, para<br />

por exemplo: o valor medido de<br />

falsa aceitação e seus custos, além<br />

um dado processo de produção,<br />

uma grandeza (VMG) com uma<br />

dos custos relacionados ao processo<br />

tão maiores quanto maior for a<br />

incerteza de medição associada,<br />

de medição. Este trabalho visa<br />

incerteza de medição. No entanto,<br />

um intervalo de abrangência<br />

introduzir a abordagem de análise de<br />

a incerteza de medição se torna<br />

para o mensurando com uma<br />

risco em avaliação da conformidade<br />

mais crítica na medida que o<br />

probabilidade de abrangência<br />

como ferramenta estratégica na<br />

valor verdadeiro do mensurando,<br />

associada (geralmente 95%) ou<br />

otimização de processos de medição<br />

voltados a inspeção de produtos.<br />

que constitui a propriedade<br />

de interesse na avaliação da<br />

uma distribuição de probabilidade<br />

com seus parâmetros.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

21


Metrologia<br />

Vale ressaltar que, no guia JCGM<br />

2.2. Requisito especificado<br />

Importante enfatizar que como o<br />

100:2008 (GUM) [4], os termos<br />

De acordo com a norma NBR ISO/<br />

valor verdadeiro η é desconhecido<br />

“resultado de medição” e “estimativa<br />

do valor do mensurando” ou apenas<br />

“estimativa do mensurando”,<br />

denotados por y, são utilizados<br />

para designar o VMG, enquanto no<br />

guia JCGM 106:2012 [5] o símbolo<br />

correspondente para o VMG é<br />

ηm. Assim, para um item cujo<br />

valor verdadeiro do mensurando<br />

(desconhecido e considerado único) é<br />

η, não é provável que o valor medido<br />

correspondente numa dada medição<br />

(ηm) seja exatamente igual a η<br />

(devido à incerteza de medição), e<br />

maior é a chance de ηm estar mais<br />

afastado de η quanto maior for a<br />

incerteza de medição. Mesmo que<br />

não haja qualquer erro humano, erro<br />

no procedimento de medição ou<br />

IEC 17000:2021 [6], um requisito<br />

especificado é a necessidade<br />

ou expectativa que é expressa,<br />

por exemplo, em documentos<br />

normativos, como regulamentos,<br />

normas e especificações técnicas, e<br />

aplicado ao objeto de avaliação da<br />

conformidade tal como um produto,<br />

processo ou serviço. Um requisito<br />

especificado para um produto assume,<br />

tipicamente, a forma de um intervalo de<br />

valores admissíveis de uma propriedade<br />

mensurável, ou seja, um intervalo de<br />

tolerância (C) para uma grandeza.<br />

Segundo o guia JCGM 106:2012, salvo<br />

indicação contrária declarada em uma<br />

especificação, os limites de tolerância<br />

pertencem ao intervalo de tolerância.<br />

As expressões matemáticas abaixo<br />

indicam as condições para um<br />

item estar em conformidade com<br />

mesmo após a medição do item,<br />

sendo possível apenas uma<br />

estimativa do seu valor dada pelo<br />

VMG, uma regra de decisão deve<br />

sempre considerar a incerteza<br />

de medição. Assim, como numa<br />

medição de uma grandeza contínua<br />

há incerteza no VMG, não é possível<br />

descartar a possibilidade de decisões<br />

equivocadas quanto à declaração de<br />

conformidade de um item e uma<br />

regra de decisão quanto a aceitação<br />

ou rejeição deve ser elaborada de<br />

tal forma que pondere os riscos<br />

de uma falsa aceitação e de uma<br />

falsa rejeição, contemplando suas<br />

magnitudes e desdobramentos.<br />

2.3. Regra de decisão<br />

Segundo o guia JCGM 106:2012,<br />

defeito no instrumento de medição,<br />

um requisito expresso por um<br />

uma regra de decisão é uma<br />

é esperado algum erro na estimativa<br />

intervalo de tolerância:<br />

regra documentada que descreve<br />

do valor do mensurando devido a<br />

limitações na exatidão de resultados<br />

• Y=η ∈ C → Item conforme<br />

como a incerteza de medição<br />

será considerada em relação à<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

de um processo de medição.<br />

• Y=η ∉ C → Item não conforme<br />

aceitação ou rejeição de um item,


Metrologia<br />

dado um requisito especificado<br />

e o resultado de medição. Para<br />

redução do risco de uma falsa<br />

aceitação oriundo da incerteza<br />

de medição, pode ser empregada<br />

uma faixa de segurança sobre o<br />

intervalo de tolerância, definindo<br />

um novo intervalo que é aplicado<br />

ao VMG, denominado intervalo<br />

de aceitação (A). Este intervalo,<br />

conforme o guia JCGM 106:2012, é<br />

o intervalo dos VMGs admissíveis<br />

e pode consistir num subconjunto<br />

do intervalo de tolerância ou<br />

contê-lo. Quando o intervalo de<br />

aceitação é um subconjunto do<br />

intervalo de tolerância (A⊂C),<br />

reduz-se o risco de falsa aceitação,<br />

beneficiando diretamente o<br />

consumidor, mas ao custo do<br />

aumento do risco de falsa rejeição,<br />

desfavorecendo o fornecedor. Por<br />

outro lado, quando o intervalo de<br />

tolerância é um subconjunto do<br />

intervalo de aceitação (C⊂A),<br />

reduz-se o risco de falsa rejeição,<br />

beneficiando o fornecedor, porém<br />

Figura 1 - Possíveis resultados da avaliação da conformidade quando aplicados um intervalo de aceitação e uma<br />

regra de decisão binária (aceitação ou rejeição do item).<br />

em detrimento do interesse do<br />

consumidor pelo aumento do<br />

risco de falsa aceitação. Uma<br />

regra de decisão binária que<br />

utiliza um intervalo de aceitação<br />

pode ser expressa por:<br />

• Y m<br />

=η m<br />

∈A→ Aceitar o item<br />

• Y m<br />

=η m<br />

∉A→ Rejeitar o item<br />

3. Análise de risco<br />

Para ilustrar os conceitos expostos,<br />

a Figura 1 apresenta os quatro<br />

desfechos possíveis quando<br />

itens são medidos e submetidos<br />

a um processo de avaliação da<br />

conformidade, utilizando um<br />

intervalo de aceitação igual ao<br />

intervalo de tolerância.<br />

Tabela 1. Mudança do quadro de aceitação e rejeição em função da alteração do valor<br />

Tabela 1 - Mudança do quadro de aceitação e rejeição em função da alteração do valor de A_U.<br />

de AAAA U .<br />

Caso AAAA U = TTTT U Condição 1: 1 ← AAAA U Condição 2: AAAA U → 2<br />

a) VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U<br />

b) FA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U FA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη > TTTT U<br />

c) FR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U FR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U VA, ηηηη mmmm ≤ AAAA U e ηηηη ≤ TTTT U<br />

d) VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U VR, ηηηη mmmm > AAAA U e ηηηη > TTTT U<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

23


Metrologia<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

A abscissa inferior Y se aplica ao<br />

valor verdadeiro do mensurando<br />

(desconhecido) para um<br />

determinado item e ao intervalo de<br />

tolerância C com limite superior<br />

T U<br />

, de forma que se η∈C o item<br />

está conforme e se η∉C o item<br />

está não conforme. A abscissa<br />

superior Y m<br />

se aplica ao VMG e ao<br />

intervalo de aceitação com limite<br />

superior A U<br />

, necessários para a<br />

tomada de decisão. Em cada caso<br />

é apresentado como resultado<br />

da medição: o VMG, o intervalo<br />

de abrangência e a função<br />

densidade de probabilidade do<br />

mensurando. Os casos a), b), c) e<br />

d) referem-se, respectivamente,<br />

à: verdadeira aceitação (VA),<br />

falsa aceitação (FA), falsa rejeição<br />

(FR) e verdadeira rejeição (VR)<br />

e a regra de decisão consiste<br />

em aceitar o item se o VMG<br />

correspondente (η m<br />

) se encontrar<br />

no intervalo de aceitação e rejeitálo,<br />

caso contrário. A faixa amarela<br />

simetricamente localizada em<br />

torno de A U<br />

e com largura igual a<br />

duas vezes a incerteza expandida<br />

(2.U) é aquela em que há um<br />

risco expressivo de falsa aceitação<br />

e de falsa rejeição de itens.<br />

As expressões matemáticas para os<br />

quatro casos são:<br />

a) Y m<br />

= η m<br />

∈ A , Y=η ∈ C → Verdadeira<br />

aceitação<br />

b) Y m<br />

= η m<br />

∈ A , Y=η ∉ C → Falsa<br />

aceitação<br />

c) Y m<br />

= η m<br />

∉ A , Y=η ∈ C → Falsa<br />

rejeição<br />

d) Y m<br />

= η m<br />

∉ A , Y=η ∉ C → Verdadeira<br />

rejeição<br />

Se, na Figura 1, o limite do<br />

intervalo de aceitação for alterado<br />

para a posição 1 ou 2,<br />

elimina-se, respectivamente, uma<br />

falsa aceitação na Condição 1 e<br />

uma falsa rejeição na Condição<br />

2 (ver Tabela 1). Mas, em geral,<br />

a Condição 1 favorece a redução<br />

das ocorrências de falsa aceitação,<br />

ao custo do aumento de falsas<br />

rejeições, e a Condição 2 propicia<br />

a redução das ocorrências de falsa<br />

rejeição com aumento de falsas<br />

aceitações. Portanto, a Condição<br />

1 proporciona a redução do risco<br />

do consumidor de aceitar um<br />

item não conforme, enquanto a<br />

Condição 2 promove a redução<br />

do risco do fornecedor de rejeitar<br />

um item conforme. De qualquer<br />

forma, a simples alteração do valor<br />

de A U<br />

com redução do risco seja<br />

do consumidor ou do fornecedor<br />

incorrerá num aumento do risco<br />

da outra parte envolvida [5].<br />

Enfim, uma boa regra de decisão<br />

proporciona uma sensata<br />

proporção entre as incidências de<br />

FR e FA, em função dos efeitos e<br />

custos envolvidos, mas é incapaz<br />

de proporcionar a redução de<br />

ambas, sendo necessário para<br />

isto, investimentos na melhoria da<br />

qualidade do processo de medição<br />

e/ou de produção.<br />

3.1. Melhoria do processo de<br />

produção<br />

Retomando a Figura 1, considere<br />

uma regra de decisão que utiliza<br />

um intervalo de aceitação na<br />

condição A U<br />

=T U<br />

e um processo<br />

de produção cujos valores de η do<br />

lote se encontram nas proximidades<br />

do limite de tolerância (condição<br />

inicial). Por conseguinte, uma<br />

melhoria do processo de produção,<br />

com o mesmo valor nominal<br />

da propriedade no intervalo de<br />

tolerância e valores de η menos<br />

dispersos, propiciará uma redução<br />

da incidência de VR, FR e FA. No


Metrologia<br />

entanto, apesar da melhoria do<br />

processo de produção proporcionar<br />

redução dos custos decorrentes<br />

dos três eventos indesejados<br />

acima, o investimento necessário<br />

poderá ser inviável.<br />

3.2. Melhoria do processo de<br />

medição<br />

Considerando a mesma condição<br />

inicial anterior, sujeita agora a uma<br />

intervenção exclusiva no processo<br />

de medição, uma melhoria neste<br />

processo incorrerá na redução<br />

da incerteza de medição e,<br />

portanto, na redução da largura<br />

da faixa amarela da Figura 1.<br />

Dessa maneira, a nova incidência<br />

de FA e FR no lote produzido<br />

será menor, acompanhada pelo<br />

aumento da incidência de VA e<br />

VR. Portanto, identificando-se que<br />

o investimento necessário para<br />

melhoria do processo de medição<br />

é menor que o retorno financeiro<br />

com a redução de FA e FR, a<br />

decisão mais sensata consiste em<br />

alocar os recursos necessários tão<br />

logo quanto possível. Vale ressaltar<br />

a importância da avaliação<br />

de incerteza de medição para<br />

assegurar a aplicação eficiente de<br />

recursos financeiros na melhoria<br />

de processos de medição.<br />

Conclusões<br />

Na avaliação da conformidade, a<br />

adoção de um intervalo de aceitação<br />

idêntico ao intervalo de tolerância<br />

nem sempre é uma boa estratégia,<br />

apesar de oferecer um equilíbrio entre<br />

o risco do consumidor e do fornecedor.<br />

Em geral, para estabelecimento de<br />

uma regra de decisão adequada,<br />

uma análise de risco é mais efetiva<br />

porque leva em consideração os<br />

desdobramentos de uma falsa<br />

aceitação para o consumidor e de<br />

uma falsa rejeição para o fornecedor,<br />

traduzidos de forma quantitativa e<br />

objetiva. Uma dificuldade inerente<br />

a essa análise é a determinação<br />

dos custos envolvidos numa falsa<br />

aceitação e falsa rejeição, que<br />

devem refletir os principais impactos<br />

econômicos, diretos e indiretos, no<br />

empreendimento. Uma abordagem<br />

quantitativa probabilística que<br />

contemple simultaneamente aspectos<br />

dos processos de produção, medição<br />

e amostragem de itens parece ser<br />

promissora para otimização da<br />

alocação de recursos em metrologia<br />

industrial, ainda mais quando<br />

estiverem disponíveis dados sobre os<br />

custos de produção e medição, assim<br />

como os custos de rejeição e de falsa<br />

aceitação de itens.<br />

Referências<br />

[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR<br />

ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e<br />

vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.<br />

[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR<br />

ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos. Rio de<br />

Janeiro: ABNT, 2015.<br />

[3] INMETRO. Vocabulário Internacional de Metrologia - Conceitos<br />

fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). Duque de<br />

Caxias, 1ª edição (tradução luso-brasileira), 2012.<br />

[4] BIPM; IEC; IFCC; ILAC; ISO; IUPAC; IUPAP; OIML. JCGM 100:<br />

Evaluation of measurement data - Guide to the expression of<br />

uncertainty in measurement (GUM). Joint Committee for Guides<br />

in Metrology, 2008.<br />

[5] BIPM; IEC; IFCC; ILAC; ISO; IUPAC; IUPAP; OIML. JCGM 106:<br />

Evaluation of measurement data - The role of measurement<br />

uncertainty in conformity assessment. Joint Committee for<br />

Guides in Metrology, 2012.<br />

[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT<br />

NBR ISO/IEC 17000: Avaliação da conformidade - Vocabulário e<br />

princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.<br />

Ricardo Luís d’Avila Villela, M.Sc.<br />

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

25


Metrologia II<br />

A IMPORTÂNCIA DA METROLOGIA<br />

NA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE EQUIPAMENTOS<br />

DA INDÚSTRIA<br />

Por: André Luiz Meira de Oliveira<br />

Você já parou o carro no mecânico<br />

porque fez seis meses de uso, ele trocou<br />

o óleo e cobrou 600 reais para dizer que<br />

estava tudo bem? E cabe recalcular:<br />

isso custou mais do que os 600 reais,<br />

pois lhe deixou sem o carro por 2 dias,<br />

trazendo complexidade logística e<br />

custos de transporte. Não é diferente<br />

para seus equipamentos na indústria.<br />

Um dos pilares da Indústria 4.0, a<br />

gestão com base em dados, trouxe<br />

a possibilidade de evoluirmos<br />

os conceitos de manutenção de<br />

equipamentos, outrora segmentado<br />

entre corretivo e preventivo, para uma<br />

nova escala, a manutenção preditiva.<br />

Em resumo, buscamos prever, a<br />

partir dos dados, o comportamento<br />

futuro de um equipamento,<br />

extrapolando - no tempo - o nível<br />

atual de deterioração estimado<br />

por diagnósticos em inspeção ou<br />

dados de monitoramento. Assim,<br />

mitigam-se paradas completamente<br />

indesejadas de manutenção corretiva<br />

e reduz a necessidade de manutenção<br />

preventiva desnecessária.<br />

Mas não tão trivial assim, certo? A<br />

começar pela qualidade dos dados<br />

de diagnóstico. Nem sempre é<br />

possível correlacionar exatamente<br />

um resultado de inspeção da<br />

qualidade com a necessidade de<br />

manutenção de um equipamento<br />

de produção, pois, muitas vezes, a<br />

própria variabilidade do processo<br />

pode esconder estes indicadores de<br />

futuros problemas de equipamentos.<br />

Outro ponto a ser considerado é<br />

que a curva de deterioração não é<br />

necessariamente linear, exigindo<br />

complexas simulações para alguns<br />

casos específicos, ou quando nossos<br />

equipamentos começam a perder<br />

propriedades de revestimentos ou<br />

geometrias, por exemplo.<br />

A manutenção preditiva, assim como<br />

foi a manutenção preventiva há<br />

alguns anos, necessitará de históricos,<br />

análise de confiabilidade dos dados<br />

medidos, coleta de dados de ambiente<br />

e de processo, como intensidade da<br />

operação ou mesmo os tipos de uso<br />

para que, com as visões tolerabilidade<br />

ao risco de falha, possamos predizer os<br />

tempos seguros de operação e agendar<br />

as manutenções preditivas em tempo<br />

hábil. Ou seja, qual a incerteza de<br />

minha predição de futuro? Dependerá<br />

da qualidade dos dados que tenho no<br />

presente e históricos.<br />

Mas é possível e desejado. Alguns<br />

sensores já nos apoiam em<br />

nossos equipamentos, alguns<br />

até considerados “inteligentes”.<br />

Em meu carro, dia desses, refleti<br />

sobre a autonomia do combustível<br />

restante como um sistema preditivo.<br />

Calculado com base no consumo<br />

médio, considera, assim, até os<br />

engarrafamentos do dia a dia, certo?<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

André Luiz Meira de Oliveira<br />

É coordenador da área de Sistemas para Qualidade e Inovação do Centro de Referência em Metrologia e<br />

Instrumentação da Fundação CERTI.


Logística Laboratorial<br />

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA INOVAÇÃO<br />

NO TRANSPORTE<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

O mundo evolui todos os dias. E o<br />

transporte de cargas, responsável<br />

direto pelas conexões que geram o<br />

desenvolvimento global, também<br />

precisa acompanhar essa evolução.<br />

Há algum tempo, a tecnologia deixou<br />

de ser considerada um diferencial<br />

competitivo no mercado logístico<br />

e passou a ser um atributo crucial<br />

para a eficiência das operações. Com<br />

consumidores cada vez mais exigentes<br />

em relação aos prazos e benefícios,<br />

as transportadoras que não querem<br />

ficar pelo caminho são pressionadas a<br />

investirem em inovação de processos<br />

e ferramentas de automatização.<br />

Nesse cenário, algumas<br />

transportadoras movidas pelo<br />

desejo de evoluir constantemente<br />

acabaram ganhando destaque por<br />

sua capacidade de inovação.<br />

O Grupo Prime é um operador<br />

logístico especializado em soluções<br />

voltadas para a área da Saúde. Ativo<br />

desde 2005, oferece um atendimento<br />

humanizado no transporte e<br />

armazenagem, com operações<br />

estruturadas e serviços customizados.<br />

O grupo se diferencia no mercado<br />

por se adaptar às necessidades<br />

do cliente com uma equipe de<br />

operações estruturadas, capazes de<br />

O Motorista Rômulo Carvalho<br />

assumiu o comando de um<br />

dos primeiros caminhões<br />

elétricos do Grupo Prime.<br />

desenvolver processos e sistemas<br />

que atendem às mais diversas<br />

demandas logísticas, assim como<br />

prestar suporte legal e fiscal para a<br />

viabilidade da operação.<br />

A estrutura operacional conta<br />

com amplos galpões, localizados<br />

estrategicamente nos estados de<br />

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas<br />

Gerais, Goiás, Pernambuco e Santa<br />

Catarina. Além de bem equipadas<br />

e modernas, as unidades possuem<br />

disponibilidade de salas para<br />

clientes abrirem filiais, facilitando o<br />

fluxo fiscal nas expedições.<br />

E um dos principais diferenciais<br />

da empresa no segmento é o forte<br />

investimento em inovação logística<br />

e tecnologias de ponta.<br />

Todas as operações são conectadas<br />

à IoT, com integração sistêmica e<br />

software TMS para a automatização<br />

dos processos. E o setor operacional<br />

ainda conta com sistemas de<br />

roteirização inteligente das entregas,<br />

e gestão Mobile completa.<br />

O Grupo possui alguns veículos<br />

que são equipados com diversos<br />

tipos de sensores para garantir a<br />

segurança do motorista e da carga.<br />

As cabines possuem câmeras de<br />

inteligência artificial com sensores<br />

de gestos e reconhecimento facial<br />

que detectam fadiga, sono e<br />

fumo, acionando um alarme para<br />

evitar acidentes. As câmeras ainda<br />

percebem o uso de aparelhos


Logística Laboratorial<br />

eletrônicos com o veículo em<br />

movimento, e enviam alertas em<br />

casos de furto de combustível.<br />

Durante todo o trajeto da entrega, o<br />

sistema de telemetria recolhe dados<br />

de performance do veículo com<br />

informações precisas em tempo real,<br />

para otimizar a gestão da frota.<br />

Outra importante tecnologia da<br />

frota é o sistema de controle e<br />

monitoramento da temperatura<br />

interna, que garante a integridade<br />

dos materiais com necessidades<br />

especiais de conservação, como os<br />

produtos termolábeis.<br />

O interior dos veículos também conta<br />

com detectores de fumaça antiincêndio<br />

e antifumo. Além disso,<br />

os baús possuem uma plataforma<br />

interna e rampa pneumática de<br />

acesso, para facilitar as operações de<br />

carregamento e descarregamento.<br />

E para garantir a segurança na<br />

estrada, todos os veículos possuem<br />

sistemas de monitoramento com<br />

rastreadores 24h via satélite,<br />

que fornecem informações da<br />

localização em tempo real.<br />

Veículos elétricos abrem<br />

o caminho para um futuro<br />

sustentável<br />

Um relatório apresentado na<br />

Conferência das Nações Unidas sobre<br />

Mudanças Climáticas aponta que a<br />

queima de combustíveis fósseis é<br />

responsável por 70% das irradiações<br />

de CO2 ao redor do mundo. Outro<br />

dado impactante do relatório mostra<br />

que 14% das emissões dos gases<br />

poluentes que causam o efeito estufa<br />

são gerados diretamente pelo setor<br />

de transporte.<br />

Apesar de ser fundamental para<br />

o desenvolvimento econômico<br />

dos países, o setor de transportes<br />

também possui uma grande<br />

responsabilidade com o futuro do<br />

nosso planeta. Por isso, diversas<br />

transportadoras com preocupações<br />

ambientais já iniciaram o processo<br />

de renovação de suas frotas com<br />

veículos movidos à energia elétrica.<br />

Por serem carregados com<br />

baterias, os veículos elétricos<br />

não causam emissão de CO2 na<br />

atmosfera, e ainda geram uma<br />

redução direta de custos para<br />

a operação, principalmente em<br />

momentos de alta valorização da<br />

gasolina. Além de sustentáveis e<br />

econômicos, os veículos elétricos<br />

são extremamente silenciosos,<br />

o que ajuda a reduzir o estresse<br />

causado pelo trânsito.<br />

Pensando em todos esses<br />

benefícios, o Grupo Prime<br />

realizou um investimento em<br />

dois veículos 100% elétricos, do<br />

modelo JAC iEV350T, para reforçar<br />

sua frota e ajudar a promover<br />

a sustentabilidade na logística<br />

nacional. Essa renovação gradual<br />

promete gerar ótimos frutos para<br />

o setor de transporte e logística.<br />

www.grupoprimecargo.com.br<br />

comercial@primecargo.com.br<br />

Tel.: 11 4280-9110<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

29


Análise de Minerais<br />

SEGUIR A NORMA NÃO SIGNIFICA<br />

GARANTIR A QUALIDADE!<br />

Elas são verdadeiramente<br />

inúmeras. Existem normas<br />

setoriais, normas técnicas, normas<br />

regulamentadoras, normas de<br />

gestão, normas de interface<br />

comercial, normas jurídicas,<br />

normas acadêmicas, enfim, são<br />

verdadeiramente inúmeras.<br />

As normas foram criadas como<br />

um esforço de padronizar<br />

insumos, peças e produtos de<br />

forma a maximizar aspectos<br />

importantes e necessários a<br />

processos e clientes. Atualmente,<br />

é impensável comercializar um<br />

produto ou serviço sem que se<br />

tenha uma norma que possibilite<br />

uma linguagem uniforme e um<br />

comércio justo entre as partes.<br />

“O primeiro esforço no sentido<br />

de padronização com fins de<br />

normalização, ocorreu em 1839,<br />

onde inglês Joseph Whitworth<br />

realizou um importante estudo,<br />

com o propósito de padronizar<br />

os perfis das roscas de fixação.<br />

A partir do trabalho realizado,<br />

todos os elementos que<br />

compõem uma rosca: o passo,<br />

os raios, a altura e os ângulos<br />

do filete passaram a seguir<br />

os padrões estabelecidos por<br />

Whitworth. Além de reduzir<br />

a variedade de passos e<br />

ângulos e facilitar os processos<br />

de fabricação e controle, a<br />

padronização das roscas criou<br />

uma linguagem comum entre<br />

fabricantes e consumidores.<br />

Essa padronização logo se<br />

tornou conhecida na Inglaterra,<br />

sendo adotada, também, por<br />

indústrias de outros países.<br />

Mesmo com o primeiro passo<br />

dado na Inglaterra, o verdadeiro<br />

propulsor da normalização ocorreu<br />

mais recentemente na história da<br />

humanidade. Durante a Segunda<br />

Guerra Mundial (1939 a 1945)<br />

devido ao ataque japonês a Pearl<br />

Harbour, os Estados Unidos viramse<br />

envolvidos num esforço de guerra<br />

para o qual eles não haviam se<br />

preparado. De repente tiveram<br />

que adaptar suas indústrias,<br />

especialmente as mecânicas<br />

e metalúrgicas, para produzir<br />

canhões, aviões, navios, fuzis, etc.<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022


Análise de Minerais<br />

Como eles tinham que trabalhar<br />

contra o tempo, as atividades de<br />

fabricação foram divididas entre<br />

as diversas empresas que tinham<br />

maior afinidade com a produção<br />

daquele item específico. As peças<br />

passaram a ser produzidas em<br />

locais distantes geograficamente<br />

e enviadas para um local onde era<br />

feita a montagem dos armamentos.<br />

Para que isso funcionasse foi<br />

necessário que se investisse<br />

em padronização de medidas e<br />

tolerâncias para que as diversas<br />

peças se encaixassem entre si.”<br />

No Brasil, a ABNT (Associação<br />

Brasileira de Normas Técnicas)<br />

foi criada em 1940 com fins<br />

de estabelecer as diretrizes da<br />

normalização e para pôr fim em uma<br />

série de divergências em relação<br />

a questões técnicas diversas entre<br />

entidades setoriais. Em 1947, através<br />

da ISO (International Organization<br />

for Standardization) o mundo iniciou<br />

sua intenção de “falar a mesma<br />

língua” em termos comerciais e<br />

técnicos, a partir da congregação<br />

dos representantes de cada país para<br />

estabelecimento de padrões a serem<br />

utilizados entre eles.<br />

Ao final de tudo isto, o fato é que para<br />

todos nós, elas são um importante<br />

direcionador para que possamos<br />

atender padrões e parâmetros que<br />

garantem a confiabilidade dos<br />

processos que operamos criando<br />

uma relação de confiança entre<br />

fornecedor e consumidor, sejam<br />

estes internos ou externos, com<br />

instituições de ensino e pesquisa,<br />

entre laboratórios, da capabilidade<br />

de entrega de um processo produtivo,<br />

da gestão adequada de uma empresa<br />

e em muitas outras situações.<br />

Não é incomum chegarmos a uma<br />

empresa e na parede principal<br />

do escritório vermos uma série<br />

de certificados aos quais aquela<br />

empresa faz jus e se orgulha de<br />

expor a todos. São certificados<br />

que atestam a proficiência de<br />

sistemas de gestão, como, a<br />

gestão da qualidade, das questões<br />

ambientais, da segurança e saúde<br />

dos empregados, “compliance”,<br />

entre tantos outros.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

31


Análise de Minerais<br />

No entanto, do outro lado, quando<br />

tratamos de questões comerciais,<br />

principalmente, voltadas para<br />

divergências analíticas a realidade é<br />

um pouco diferente. Os laboratórios<br />

que determinam as características<br />

de qualidade dos produtos que estão<br />

sendo comercializados entre as duas<br />

partes e que ao final determinam<br />

o valor justo comercializado pelo<br />

produto não são necessariamente<br />

certificados em normas setoriais,<br />

como, por exemplo, a ISO17025<br />

- General requirements for the<br />

competence of testing and calibration<br />

laboratories (Requisitos gerais para<br />

a competência de laboratórios<br />

de ensaio e calibração). Mas<br />

independentemente da certificação<br />

formal, os gestores destes laboratórios<br />

sempre buscam nas normas as<br />

melhores referências aos seus métodos<br />

analíticos como forma de garantir que<br />

os ensaios dali provenientes sejam<br />

precisos e confiáveis.<br />

Por tudo isso, quando existe<br />

uma divergência analítica entre<br />

as partes, a primeira frase dita<br />

entre os dissonantes é: “seguimos<br />

a norma referente a este ensaio<br />

integralmente”. Indubitavelmente,<br />

de parte a parte, tal expressão traz<br />

a confiança de que todo o trabalho<br />

é feito seguindo os mais altos<br />

padrões de qualidade.<br />

Em tese, seguir a norma técnica de<br />

um determinado ensaio deveria ser o<br />

suficiente para se alcançar o mesmo<br />

resultado analítico, com o mesmo<br />

nível de confiança e de precisão. Só<br />

que a “vida real” vai muito além disso.<br />

No entanto, todo o trabalho técnico de<br />

desenvolver no laboratório um ensaio<br />

analítico, rigidamente detalhado<br />

por meio de procedimentos e<br />

treinamentos pode ser perdido por<br />

uma execução inadequada.<br />

Em várias oportunidades que tive<br />

para acompanhar ensaios em<br />

laboratórios de todo o mundo,<br />

percebi que são inúmeros os<br />

esforços realizados para se construir<br />

processos analíticos robustos e<br />

capazes de entregar a melhor<br />

precisão analítica. No entanto, ao<br />

ver a efetiva execução do trabalho,<br />

seja pelas mãos do operador, seja<br />

por equipamentos, pequenos<br />

detalhes e cuidados fazem perder<br />

todo o trabalho desenvolvido.<br />

São equipamentos que perdem a<br />

essência da técnica porque possuem<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022


Análise de Minerais<br />

uma má tradução do requisito<br />

normativo ao ser projetado ou que<br />

tem um parâmetro operacional<br />

alijado pela necessidade de atender<br />

tempos para realização do ensaio<br />

muito menores do que efetivamente<br />

é possível garantindo a precisão<br />

necessária. Parafraseando o<br />

provérbio: se tempo é dinheiro; uma<br />

maior precisão analítica é fruto de<br />

investimento de tempo e dinheiro.<br />

De outro lado, os operadores<br />

pressionados pelo tempo ou não<br />

conscientes de sua importância<br />

no processo e da análise por ele<br />

realizada adotam desvios ao<br />

procedimento padrão como a forma<br />

de realizar suas atividades.<br />

Há ainda a possibilidade da má<br />

interpretação de uma norma seja da<br />

parte técnica seja dos requisitos que<br />

ela define, podendo levar a construção<br />

de processos e procedimentos que<br />

sequer são capazes de alcançar os<br />

níveis de precisão e confiabilidade<br />

aos resultados analíticos para o que<br />

foi projetado.<br />

De um todo, fica a reflexão: quantas<br />

vezes você já se defrontou com o<br />

“fazemos conforme a norma!”?<br />

Sempre que algo similar lhe for dito,<br />

busque entender o que a norma diz e<br />

qual o objetivo que esta norma objetiva<br />

alcançar. E tão importante quanto isto,<br />

como todo o conhecimento técnico ali<br />

presente foi traduzido ao processo<br />

e aos operadores dele? Todos, corpo<br />

técnico, gerencial e operacional,<br />

entendem profundamente os<br />

objetivos do processo que operam,<br />

quais os resultados são esperados e<br />

como alcançá-los? Sem isso, a norma<br />

deixa de ser útil, pois a execução<br />

simplesmente aniquilará os esforços<br />

feitos para que todo o conhecimento<br />

técnico e científico existente em uma<br />

norma chegue até você.<br />

Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />

Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial, Pós–Graduado em Gestão de<br />

Laboratórios e Especializado em Data Science. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em<br />

Minério de Ferro para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

33


Nanocosmética<br />

NANOCOSMÉTICA:<br />

UMA EVOLUÇÃO OU UM PERIGO?<br />

A nanocosmética tem ganhado cada vez mais visibilidade, o que faz com que seus efeitos sejam melhor estudados<br />

pela ciência, entenda mais sobre essa tecnologia<br />

Os cosméticos estão em constante<br />

evolução, cada vez mais novas<br />

inovações tecnológicas possibilitam<br />

avanços que potencializam seus<br />

resultados e facilitam sua produção,<br />

uma das mais novas perspectivas para<br />

essa área é o uso da nanotecnologia.<br />

A nanocosmética já é uma<br />

realidade, diversos produtos,<br />

em especial os voltados para<br />

tratamentos anti-envelhecimento,<br />

já se utilizam dessa tecnologia<br />

para trabalhar seus ingredientes<br />

em nanoescala, o que facilita sua<br />

penetração na pele, acelerando e<br />

aumentando os seus resultados.<br />

Essa é uma interessante perspectiva<br />

para a produção de cosméticos<br />

pois representa uma grande<br />

evolução na capacidade de<br />

manusear os componentes do<br />

produto, abrindo margem para uma<br />

série de possibilidades positivas.<br />

Mas nem tudo são flores,<br />

diversos estudos, como o artigo<br />

“Nanotechnology in Cosmetics and<br />

Cosmeceuticals - A Review of Latest<br />

Advancements” publicado pela<br />

Multidisciplinary Digital Publishing<br />

Institute (MDPI), alertam também<br />

para os possíveis efeitos negativos da<br />

tecnologia na saúde, como o maior<br />

potencial de toxidade, maior risco caso<br />

ingerido, reatividade química e até<br />

surgimento de radicais livres.<br />

Sim, todas as ressalvas feitas pelo estudo<br />

são válidas, no entanto, é importante<br />

observar que os produtos que chegaram<br />

ao mercado foram submetidos a<br />

uma série de testes para comprovar<br />

sua eficácia e segurança, assim como<br />

precisam atender a diretrizes para ser<br />

liberado para comercialização, o que<br />

torna seu uso seguro.<br />

Por isso, ressalto fortemente a<br />

importância de mais estudos e<br />

investimentos no uso da nanotecnologia<br />

para a produção de cosméticos, tanto<br />

para se aprofundar nos seus resultados<br />

e potencialidades, quanto para tornar<br />

o seu uso cada vez mais seguro para o<br />

consumidor.<br />

Referência bibliográfica<br />

GUPTA, Vaibhav et al. Nanotechnology in Cosmetics and<br />

Cosmeceuticals - A Review of Latest Advancements. MDPI, [S. l.],<br />

p. ., 10 mar. 2022.<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

Daniela Lopez<br />

Cosmetóloga, Pós-Graduada em Estética e Cosmetologia Avançada pela UNIFESP, Membro do Comitê Científico do Congresso<br />

Internacional de Estética ( 2010 a 2017), Instrutora Master Class em Harmonização Facial Técnicas Avançadas de Anatomia em Cadáver<br />

Frost freezer. Pesquisadora e desenvolvedora de técnicas cosmetológicas para retração tecidual.


Em Foco<br />

CULTURA CELULAR COMO FERRAMENTA NO COMBATE AO<br />

CÂNCER DE PRÓSTATA<br />

Conheça o impacto do câncer prostático no mundo, e os benefícios que a tecnologia da cultura<br />

celular 3D pode trazer para os testes deste tumor<br />

No mês de novembro, já temos a cultura de<br />

Para formar esferoides celulares rapidamente,<br />

foram capazes de formar esferoides<br />

colocar em pauta um assunto muito importante:<br />

a saúde masculina. Segundo dados do Instituto<br />

Nacional do Câncer (INCA) de 2020, o câncer<br />

prostático é o segundo mais frequente entre os<br />

homens, correspondendo a 13,5% dos casos<br />

de câncer, e sua incidência aumenta bastante<br />

em homens com mais de 50 anos. No Brasil,<br />

são estimados 66 mil novos casos no triênio<br />

2020-2022, e os óbitos correspondem, em<br />

média à 13,3%. A boa notícia é que os tumores<br />

de próstata geralmente apresentam um bom<br />

prognóstico quando identificados no início.<br />

Ao longo dos últimos anos, muitos esforços<br />

vêm sendo dirigidos tanto ao ramo diagnóstico<br />

quanto no desenvolvimento de novas<br />

terapias, buscando identificar e compreender<br />

a Greiner-Bio One oferece a tecnologia<br />

inovadora Cultura Celular 3D Magnética<br />

(m3D). Ela associa a magnetização celular ao<br />

uso de imãs para formar estruturas celulares<br />

3D facilmente em até 48h. Estudos realizados<br />

com linhagens celulares de tumor de próstata<br />

(LNCaP, Du145 e PC-3), comparando culturas<br />

2D e 3D, mostraram que as células cultivadas<br />

em 3D, no geral, apresentaram menores taxas<br />

de proliferação, maior resistência ao tratamento<br />

de quimioterápicos e expressão gênica<br />

diferenciada quando comparadas às suas<br />

respectivas culturas 2D (1). Com esses dados, os<br />

pesquisadores demonstraram que as condições<br />

fisiológicas oferecidas na cultura 3D são mais<br />

representativas do modelo in vivo.<br />

coesos e responsivos ao tratamento com o<br />

quimioterápico doxorrubicina (2).<br />

Para saber mais sobre a cultura celular<br />

3D magnética e outros produtos de nosso<br />

portifólio, acesse www.gbo.com, ou entre em<br />

contato pelo info@br.gbo.com.<br />

Referências bibliográficas:<br />

1. SOUZA, A. G. et al. Comparative assay of 2D and 3D cell culture<br />

models: proliferation, gene expression and anticancer drug<br />

response. DOI 10.2174/1381612824666180404152304.<br />

2. TSENG, H. et al. Development of spheroids derived from<br />

tumour biopsies and patient-derived xenografts using magnetic<br />

3D bioprinting. Disponível em: https://3dcellculture.gbo.com/<br />

wp-content/uploads/2019/08/AACR-2016.pdf.<br />

os mecanismos moleculares envolvidos no<br />

desenvolvimento e progressão do tumor<br />

de próstata. Nesse sentido, a cultura de<br />

células tem sido uma importante ferramenta<br />

científica. Apesar de muito difundida, a<br />

cultura convencional 2D possui limitações para<br />

representar a bioarquitetura tecidual. Dessa<br />

forma, a cultura 3D chegou para trazer maior<br />

representatividade para as estruturas in vitro,<br />

colaborando para obtenção de resultados cada<br />

vez mais fiéis ao que temos in vivo.<br />

A cultura m3D não se restringe apenas a<br />

linhagens celulares cultivadas em laboratório,<br />

podendo ser utilizada a partir de células<br />

extraídas de biópsias para terapias cada vez<br />

mais personalizadas e eficazes. Resultados<br />

preliminares obtidos em colaboração com<br />

pesquisadores da University of Texas Health<br />

Science Center (Houston, EUA) demonstraram<br />

que as células extraídas a partir de biópsias<br />

de tecido metastático de tumor de próstata<br />

Para mais informações:<br />

Departamento de Marketing<br />

Tel.: +55 19 3468 9600<br />

E-mail: info@br.gbo.com<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

35


Em Foco<br />

KASVI LANÇA NOVA CENTRÍFUGA PARA MICRO-HEMATÓCRITO<br />

A nova centrífuga para micro-hematócrito da Kasvi<br />

tem capacidade para até 24 capilares e possui rotor<br />

com proteção lateral para os tubos, garantindo<br />

Para que serve esta centrífuga?<br />

O hematócrito é a porcentagem de volume<br />

ocupada pelos glóbulos vermelhos (hemácias) no<br />

A centrífuga de micro-hematócrito geralmente<br />

sendo utilizada em laboratórios de análises<br />

clínicas, veterinários e centro de doação de sangue.<br />

maior segurança no seu processamento de<br />

amostras in vitro.<br />

O equipamento tem interface amigável e de fácil<br />

volume total de sangue.<br />

A centrífuga de micro-hematócrito realiza a<br />

centrifugação do sangue total em uma velocidade<br />

Sobre a Kasvi<br />

A Kasvi é uma empresa brasileira dedicada a<br />

oferecer as melhores soluções para pesquisa,<br />

ciência, diagnósticos, estudos e novas descobertas.<br />

operação, com baixo nível de ruído e tela em LED,<br />

além de botão para troca entre RCF e RPM. A<br />

velocidade máxima pode chegar até 12 mil RPM.<br />

A Kasvi disponibiliza o equipamento nas<br />

de 10 mil RPM por 5 minutos em tubo capilar.<br />

Após o processo, o sangue separa-se entre plasma,<br />

leucócitos e plaquetas e hematócritos.<br />

Normalmente, a contagem de hematócritos<br />

Tendo a saúde como foco principal de atuação<br />

com mais de 10 anos de expertise no mercado<br />

laboratorial, a Kasvi é referência em produtos e<br />

equipamentos de alta performance, qualidade e<br />

precisão no mercado laboratorial.<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

tensões 110V e 220V, verifique com o consultor<br />

Kasvi no momento da compra a voltagem ideal<br />

para a sua região.<br />

de um homem saudável fica entre 42 a 52%,<br />

enquanto da mulher é de 36 a 48%. Abaixo disso,<br />

pode indicar anemia.<br />

Contato<br />

Portal.kasvi.com.br<br />

(41) 3535-0900<br />

comercial@kasvi.com.br


ESTUDANDO O PAPEL DOS LIPÍDIOS NA DOENÇA<br />

DE ALZHEIMER<br />

Em Foco<br />

Avanços recentes na lipidômica – identificação e<br />

quantificação dos lipídios nos tecidos e fluidos corporais<br />

– oferecem novas e empolgantes oportunidades para<br />

explorar a biologia da doença de Alzheimer. Estimase<br />

que mais de 55 milhões de pessoas vivem com<br />

demência em todo o mundo – e esse número deve<br />

dobrar a cada 20 anos à medida que a população<br />

envelhece. Em 2050, prevê-se que este número terá<br />

saltado para 139 milhões.<br />

A doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum<br />

de demência. Uma pessoa com DA experimentará<br />

perda progressiva de memória e mudanças em<br />

sua personalidade e comportamento. As principais<br />

características patológicas no cérebro com DA são as<br />

placas amilóides, compostas de peptídeo β-amilóide<br />

(Aβ) e emaranhados neurofibrilares.<br />

A hipótese amilóide, proposta pela primeira vez no<br />

início da década de 1990, sugeriu que certos tipos<br />

de Aβ começam a se agrupar para formar placas que<br />

se acumulam entre os neurônios e interrompem a<br />

função celular. Acredita-se que uma forma particular,<br />

chamada Aβ1-42, seja especialmente tóxica. Mas o<br />

mecanismo exato de como Aβ determina a disfunção<br />

cerebral na DA ainda não está claro.<br />

Os lipídios, como componente básico das membranas<br />

celulares, desempenham um papel importante<br />

na função cerebral saudável. Há evidências<br />

crescentes que sugerem que o metabolismo lipídico<br />

alterado contribui para a patogênese da DA. O<br />

desenvolvimento de maneiras de monitorar as<br />

alterações do perfil lipídico das células em resposta<br />

à exposição ao Aβ pode ajudar a descobrir novos<br />

insights sobre a biologia da DA – e identificar<br />

potenciais novos biomarcadores para a doença.<br />

Perfil lipídico.<br />

Em um novo estudo, publicado no Journal of<br />

Pharmaceutical and Biomedical Analysis, uma<br />

equipe de pesquisadores começou a avaliar os<br />

efeitos tóxicos de Aβ1-42 em células neuronais<br />

cultivadas usando lipidômica.1<br />

A equipe tratou células SH-SY5Y derivadas de<br />

neuroblastoma humano diferenciadas (que são<br />

amplamente utilizadas como modelo para doenças<br />

neurodegenerativas) com concentrações crescentes<br />

de Aβ1-42 em momentos diferentes. Após a extração<br />

de lipídios, eles realizaram espectrometria de<br />

massa por cromatografia líquida (LC-MS)<br />

– comparando dados entre células tratadas e não<br />

tratadas para identificar e quantificar relativamente<br />

espécies alteradas em várias classes de lipídios.<br />

O método mostrou-se adequado para destacar<br />

algumas alterações lipídicas peculiares que podem<br />

estar correlacionadas à exposição a diferentes<br />

espécies de agregação de Aβ1-42. De forma<br />

animadora, alguns dos resultados se sobrepuseram<br />

aos obtidos em outros estudos por meio de análises<br />

lipidômicas no líquido cefalorraquidiano e no plasma<br />

de pacientes com DA.<br />

Os pesquisadores usaram água ultrapura gerada<br />

a partir de um sistema de purificação de água de<br />

laboratório ELGA PURELAB®, minimizando o risco<br />

de adição de potenciais contaminantes que poderiam<br />

afetar seus resultados.<br />

Ferramenta de pesquisa<br />

Após validação adicional, este novo método pode<br />

fornecer uma maneira de identificar potenciais<br />

biomarcadores baseados em lipídios para<br />

pesquisa em amostras clínicas de pacientes com<br />

DA. Entretanto, pode subsidiar a investigação de<br />

mecanismos de resposta celular a estímulos tóxicos<br />

amilóides e contribuir para novas hipóteses sobre o<br />

papel dos lipídios na doença.<br />

Este trabalho piloto orientará projetos de estudos<br />

futuros para investigações avançadas para validar<br />

o papel dos peptídeos Aβ no lipidoma de células<br />

neuronais - e para a descoberta de biomarcadores<br />

lipídicos que poderiam ser úteis para diagnóstico de<br />

DA, previsão de prognóstico ou monitoramento de<br />

resposta terapêutica em biologia amostras.<br />

Por que escolher ELGA LabWater<br />

No ELGA LabWater, nossos engenheiros, químicos<br />

e cientistas especializados estão na vanguarda da<br />

inovação tecnológica. Eles continuam a introduzir<br />

recursos revolucionários no mercado de água de<br />

laboratório.<br />

Referência:<br />

1.Davani L, et al. Aβ1-42 peptide toxicity on neuronal cells: A<br />

lipidomic study. J Pharm Biomed Anal. 2022;219:114876 doi:<br />

10.1016/j.jpba.2022.114876.<br />

Dr Alison Halliday<br />

Depois de concluir um curso de graduação em Bioquímica<br />

e Genética na Universidade de Sheffield, Alison recebeu um<br />

doutorado em Genética Molecular Humana na Universidade<br />

de Newcastle. Ela realizou cinco anos como Pesquisadora<br />

de Pós-Doutorado Sênior na UCL, investigando os genes<br />

envolvidos na síndrome da obesidade infantil. Movendose<br />

para a comunicação científica, ela passou dez anos na<br />

Cancer Research UK envolvendo o público sobre o trabalho da<br />

instituição de caridade. Ela agora se especializa em escrever<br />

sobre pesquisas nas ciências da vida, medicina e saúde.<br />

Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />

Rafaela Rodrigues<br />

Tel. +55 11 3888-8782<br />

rafaela.rodrigues@veolia.com<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

37


Em Foco<br />

RELEASE EASYFILL – SISTEMA DE DOSAGEM AUTOMATIZADA<br />

O preparo da amostra é uma parte central<br />

da análise e inclui diversas etapas manuais<br />

e demoradas. Pesagem de amostras, adição<br />

de reagentes, manuseio de vasos, diluição e<br />

limpeza são processos que afetam o fluxo de<br />

trabalho do laboratório e o tempo do operador.<br />

O manuseio dos frascos de digestão foi reduzido<br />

com o uso da câmera de reação única do<br />

UltraWAVE e a limpeza dos frascos tornou-se<br />

ainda mais eficiente com o TraceCLEAN, porém<br />

a missão da Milestone em facilitar o trabalho do<br />

usuário ainda não estava completa.<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Novembro 2022<br />

As etapas de adição de reagente e diluição<br />

também envolvem bastante tempo do<br />

operador, além do risco de contaminação e<br />

exposição a ácido concentrado. Tendo isso em<br />

mente, a Milestone desenvolveu um sistema de<br />

dosagem automatizada, chamado EasyFILL.<br />

O EasyFILL é uma plataforma única que<br />

garante um fluxo de trabalho superior para o<br />

laboratório e maior segurança para o operador,<br />

automatizando a adição de reagentes e<br />

reduzindo o tempo do operador para apenas<br />

alguns segundos. Além disso, o easyFILL permite<br />

a pré-diluição. Ao final do processo de digestão,<br />

as soluções são transferidas em recipientes<br />

volumétricos e colocados novamente no EasyFILL<br />

para pré-diluição automática.<br />

OPERAÇÕES CONSISTENTES E SEM ERROS<br />

O manuseio de ácidos muitas vezes<br />

leva erros humanos e contaminação,<br />

potencialmente impactando a qualidade da<br />

análise. A precisão da dosagem do easyFILL<br />

garante alta reprodutibilidade, enquanto a<br />

abordagem handsoff e o uso de PTFE de alta<br />

pureza para todas as linhas ácidas evitam<br />

o risco de contaminação. Além disso, a<br />

limpeza automática das linhas, embutida<br />

na sequência, evita contaminação quando<br />

diferentes reagentes são dosados.<br />

ALTA FLEXIBILIDADE<br />

O easyFILL oferece grande flexibilidade com<br />

uma ampla variedade de racks para acomodar<br />

a maioria dos frascos de digestão e até dois<br />

conjuntos simultaneamente, como dois racks<br />

de ultraWAVE. O sistema lida com até seis<br />

reagentes simultaneamente (como HNO3,<br />

H2O2, HCl, HF), combinando com a maioria<br />

das necessidades de aplicação. O easyFILL<br />

pode ser utilizado tanto antes da digestão, com<br />

a adição de ácidos, como após a digestão, para<br />

pré-diluição ou para acidificação das soluções<br />

digeridas. Além disso, easyFILL é compatível<br />

com racks de amostradores automáticos para<br />

ICP, evitando manuseio adicional.<br />

SEGURANÇA AUMENTADA<br />

O manuseio de ácidos concentrados é uma<br />

preocupação de segurança comum para todos<br />

laboratórios. Até mesmo o uso de pipetas<br />

sob uma coifa ainda pode expor o operador<br />

ao vapor ácido. O easyFILL automatiza esses<br />

processos e evita o manuseio de ácidos. A<br />

exaustão embutida aumenta ainda mais<br />

a segurança das operações, desviando<br />

quaisquer vapores ácidos para o sistema de<br />

extração do laboratório.<br />

SOFTWARE INTELIGENTE<br />

O sistema EasyFILL é totalmente controlado<br />

por um terminal sensível ao toque, com<br />

software personalizado.<br />

Para processos de rotina, o operador<br />

simplesmente recupera um método<br />

armazenado com o tipo e volume de reagentes,<br />

bem como o número de posições em uso.<br />

Disponibilidade dos reagentes nos frascos<br />

e o volume de resíduos são rastreados pelo<br />

software, para que o operador saiba quando<br />

é hora de preencher uma garrafa de reagente<br />

ou esvaziar o tanque de resíduos. Além disso o<br />

software integra um procedimento guiado para<br />

calibrar a bomba, em apenas alguns minutos.


EasyFILL<br />

Sistema de dosagem automática<br />

O EasyFILL é uma plataforma única que garante um fluxo de trabalho superior para o laboratório<br />

e maior segurança para o operador, automatizando a adição de reagentes e reduzindo o tempo<br />

do operador para apenas alguns segundos.<br />

· O EasyFILL pode ser utilizado tanto antes da digestão, com a adição de ácidos, como após a<br />

digestão, para pré-diluição ou para acidificação das soluções digeridas.<br />

· O EasyFILL automatiza esses processos e evita o manuseio de ácidos, garantindo rapidez e<br />

segurança para o processo de preparo de amostras.<br />

· Monitoramento automático do estoque de reagentes e do volume de resíduos, com aviso<br />

mensagem e parada de segurança.


DESDE 2000<br />

Conceito de qualidade em Microbiologia<br />

Novas e modernas instalações<br />

Equipe capacitada e comprometida<br />

Acreditações: REBLAS / CGCRE-INMETRO /ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017<br />

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