INFORMAQ - nº 271 - Novembro de 2022 - Ano XXIII
Publicação de ABIMAQ - SINDIMAQ - IPDMAQ
Publicação de ABIMAQ - SINDIMAQ - IPDMAQ
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FINANCIAMENTOS / P. 22
Conheça o Programa Você no Azul,
da Caixa Econômica Federal
ARTIGO / JOÃO DELGADO / P. 26
A INDÚSTRIA NO
METAVERSO
CONTEÚDO
DESTINADO PARA
PRESIDÊNCIA,
DIRETORIA,
DEPARTAMENTOS
TÉCNICOS
E RELAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
PUBLICAÇÃO DE ABIMAQ - SINDIMAQ - IPDMAQ - NÚMERO 271 | NOVEMBRO DE 2022 | ANO XXIII
A INDÚSTRIA NO METAVERSO
TEMA DO ABIMAQ INOVA, O PRINCIPAL FÓRUM DE INOVAÇÃO, TROUXE TENDÊNCIAS
TECNOLÓGICAS E OS DESAFIOS PARA A INDÚSTRIA NA ERA VIRTUAL.
ABIMAQ EM AÇÃO/CÂMARAS SETORIAIS E REGIONAIS/ PÁGs. 3, 8, 15 e 18
Em busca da reindustrialização
Encontro com o atual presidente da República, Jair Bolsonaro
e com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou o
compromisso da ABIMAQ com a retomada do crescimento
e a importância da indústria na economia nacional.
22º Seminário de Planejamento Estratégico
Boas práticas ambientais, sociais e de governança nas
empresas foram debatidos em evento realizado pela Câmara
Setorial de Maquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ,
que teve como tema a Sustentabilidade Ambiental.
Câmaras de Defesa e Segurança apresentam as oportunidades
de fornecimento do setor às Forças Armadas.
ABIMAQ apresenta plataforma de inteligência de mercado para
contribuir com o planejamento das empresas associadas.
2 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
EDITOrIAL › GINO PAULUCCI Jr.
Sócio da Polimáquinas e presidente do Conselho
de Administração da ABIMAQ/SINDIMAQ
OS NÚMErOS NÃO MENTEM
Devemos ressaltar a necessidade
e importância da construção de
uma eficaz política industrial, que
será fundamental para o
crescimento da economia. A
indústria é responsável por parte
substancial do emprego de maior
qualificação e melhor
remuneração, e apresentou
desempenho acima do
crescimento do país nos últimos
anos, representando quase 1/4
do PIB no último ano.
Estamos otimistas com os dados positivos
que a economia brasileira vem apresentando
pós crise do Covid-19. A medida que
os números avançam, somado a uma política
monetária firme em que o processo inflacionário
começa a recuar junto com o desemprego,
aumentam as nossas expectativas quanto ao
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e
a queda da taxa de juros, que fomentarão e ampliarão
a retomada de maiores investimentos
do nosso setor, que possui um papel fundamental
para o desenvolvimento e crescimento
econômico e social do país.
Os números da PNAD (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios), divulgados pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
no último mês de setembro reforçam
o nosso otimismo e o ritmo aquecido do mercado,
que apresentou um recuo na taxa de desemprego
no terceiro trimestre deste ano, atingindo
uma taxa de 8,7%, o menor índice de
desemprego desde o segundo trimestre de 2015.
No acumulado do mês, houve a criação de
278 mil vagas com carteira assinada, chegando
a mais de 2,1 milhões de novos trabalhadores
no acumulado do ano. O número de pessoas
empregadas na indústria brasileira de máquinas
e equipamentos registrou aumento de
0,1% em relação ao mês de agosto de 2022 e
atingiu o patamar de 399,2 mil, números que
mostram ser o maior nível de emprego nos
últimos dez anos.
A melhora nesses índices ajudou no avanço
do rendimento real efetivo de todos os trabalhos.
Um crescimento de 3% se comparado ao
trimestre anterior.
A alta e as expectativas positivas impulsionam
o salto do ICEI (Índice de Confiança do
Empresário) e do Índice de Expectativa, que
vem trazendo resultados elevados em comparação
a anos anteriores.
Esses indicativos retratam a força do emprego
no Pais. O setor de máquinas e equipamentos,
por sua vez, vem apresentando, ao
longo do ano, uma média de ocupação da capacidade
fabril instalada de aproximadamente
80%, e com uma carteira de pedidos correspondente
a 11,1 semanas.
Em setembro de 2022, a indústria registrou
crescimento nas receitas líquidas de venda. No
período, houve incremento tanto na comparação
com o mesmo mês do ano anterior (0,1%)
como na comparação mensal com ajuste sazonal
(2,6%).
As exportações de máquinas e equipamentos,
quando comparadas com o mesmo mês de
2021, registraram crescimento de 6,6%, e aumento
de 2,3% de vendas no mercado interno.
O setor exportou ao todo US$ 8,9 bilhões, 25,2%
maior sobre o mesmo período de 2021, o equivalente
a 20% da receita total do setor.
As importações também obtiveram um crescimento
de 12,8% em relação ao mesmo mês
do ano anterior. No acumulado do ano, houve
um incremento de 13,2% nas importações de
máquinas e equipamentos no Brasil, um total
de US$ 18,2 bi ante US$ 16,0 bi no mesmo período
de 2021.
Muito além do otimismo, esses números
mostram a força e as possibilidades de crescimento
do setor de máquinas e equipamentos,
apesar das adversidades. Devemos ressaltar a
necessidade e importância da construção de
uma eficaz política industrial, que será fundamental
para o crescimento da economia. A indústria
é responsável por parte substancial do
emprego de maior qualificação e melhor remuneração,
e apresentou desempenho acima do
crescimento do país nos últimos anos, representando
quase 1/4 do PIB no último ano.
O avanço nas agendas estruturais, como a
Reforma Tributária, que tem a expectativa de
avanço ao fim das eleições presidenciais, será
uma nova e importante oportunidade para
reindustrializarmos e contribuirmos para o
progresso sustentado do Brasil, pautado em
uma economia verde digital, onde o país é
considerado potência energética e alimentar
do mundo.
Além de promover a redução do Custo
Brasil, a evolução dessas agendas permitirá
maior produtividade e competitividade da indústria
brasileira em meio a novos investimentos
em inovação, pesquisas, infraestrutura
e logísticas, e favorecerá a retomada na
busca de uma país desenvolvido, com o crescimento
e fortalecimento da indústria e geração
de novos postos de trabalho, que proporcionará
além do ganho de renda, uma vida
de melhor qualidade com acesso a ótimas
oportunidades pessoais e profissionais.
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Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
3
AbIMAQ EM AÇÃO
ABIMAQ participa de reunião da indústria com Bolsonaro
“O
Brasil vive um momento
complexo e desafiador,
porém repleto de oportunidades
que não podem ser perdidas.
O cenário internacional e o
contexto econômico interno recomendam
que a indústria brasileira
ofereça alternativas aos candidatos
à Presidência da República, para
que o novo governo possa adotar, o
mais rapidamente possível, as medidas
necessárias para que o Brasil
retome a trilha do desenvolvimento
de forma sustentável e inclusiva”.
Dessa forma inicia o documento
elaborado pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), e entregue
ao atual Presidente da República,
Jair Bolsonaro, em encontro
realizado no último dia 24 de outubro,
no Palácio da Alvorada.
O documento integra propostas
de curto prazo que visam subsidiar
as ações governamentais para fazer
face aos desafios do desenvolvimento
industrial no país, fundamental
para o crescimento da economia.
As medidas apresentadas
resultam de um intenso processo
de seleção, análises e consultas, em
âmbito nacional, nas federações e
associações setoriais da indústria.
De acordo com José Velloso,
presidente executivo da ABIMAQ,
que representou a entidade na reunião,
o plano entregue torna públicas
as propostas do setor industrial
para a ampliação dos investimentos,
da produção manufatureira e
das exportações em bases modernas
e inovadoras, de forma a viabilizar
a inserção competitiva do país
nas cadeias globais de valor, e salienta
a importância de uma Reforma
Tributária dos impostos sobre
O plano entregue torna
públicas as propostas do
setor industrial para a
ampliação dos
investimentos, da produção
manufatureira e das
exportações em bases
modernas e inovadoras, de
forma a viabilizar a inserção
competitiva do país nas
cadeias globais de valor.
› José Velloso,
presidente executivo da
ABIMAQ
consumo, inovação e formação de
mão de obra qualificada, entre outros
temas importantes para a indústria
nacional.
No encontro, o Presidente se
comprometeu com a reindustrialização
no Brasil e ressaltou a importância
do setor para a economia,
enaltecendo o trabalho de sua equipe
de ministros, com destaque para
Paulo Guedes (economia) e Joaquim
Leite (meio ambiente); que
também estiveram presentes na
reunião, além de destacar o trabalho
de concessões realizados pelo
seu ex-ministro, Tarcísio de Freitas.
Enaltecendo o diálogo com a indústria
e o setor de máquinas e
equipamentos, o Ministro Paulo
Guedes citou os encontros regulares
com a Coalizão Indústria e reforçou
o forte desejo de reindustrializar
o Brasil, com a necessidade
de uma redução de carga tributária
e uma reforma tributária urgente.
Já o Ministro Joaquim Leite
reforçou a importância de uma
agenda “verde” para o Brasil.
O candidato à Vice-Presidência,
Gen. Braga Neto e os líderes do governo
no legislativo, Sen. Eduardo
Gomes, líder no Congresso; Sen.
Carlos Portinho, líder no Senado e
Dep. Federal Ricardo Barros, líder
na Câmara Federal, também fizeram
uso da palavra durante a reunião
e todos pontuaram a importância
da indústria nacional na
economia.
A comitiva da indústria foi capitaneada
pelo Presidente da CNI,
Robson Braga de Andrade e contou
com a participação de cinco associações
nacionais; ABIMAQ, Abit,
CBIC, Aço Brasil e Abinee; e grande
maioria dos presidentes das 27 Federações
de Indústria, com destaque
ao Presidente da Federação Paranaense,
Fiep, Sr. Carlos Walter
Martins Pedro, também conselheiro
da ABIMAQ.
As propostas apresentadas visam
a retomada de crescimento da
economia nacional, com planejamento
e implementação de uma
moderna política industrial, de
acordo com as melhores práticas
internacionais, que contemple investimentos
em inovação, pesquisa
e desenvolvimento, com ênfase em
tecnologias socioambientais sustentáveis,
eficiência energética, geração
de energia renováveis e digitalização
de processos governamentais,
construindo uma sólida
estrutura de governança, que assegure
o bom andamento e a eficácia
das ações.
ABIMAQ participa de reunião da Coalizão com Paulo Guedes
Dando continuidade na agenda
de reuniões mensais da Coalizão
Indústria com o ministro
da Economia, Paulo Guedes, no último
dia 21 de outubro foi realizado
um almoço em Brasília para discutir
e relatar a conjuntura do setor industrial
e ouvir as perspectivas da economia
brasileira.
Tratando primordialmente de temas
relacionados ao ajuste fiscal, retomada
do crescimento e abertura
comercial, o encontro foi pautado
pela retomada na agenda do combate
ao Custo Brasil e as políticas de desenvolvimento
econômico e industrial,
que devem estar associadas à
essa redução, envolvendo os desafios
sistêmicos enfrentados pelos empreendedores
brasileiros, como excesso
de burocracia, falta de segurança
jurídica, financiamento escasso e
caro, e o sistema tributário caótico e
distorcivo, que necessita de uma reforma
urgente.
Em relação ao tema, Guedes demonstrou
um otimismo quanto ao
avanço da Reforma Tributária ainda
em 2022, após o fim das eleições, com
a expectativa de uma reforma pautada
por maior arrecadação e menor
tributação para as empresas.
4 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
AbIMAQ EM AÇÃO
ABIMAQ INOVA
APrESENTA A
INDÚSTrIA NA
ErA VIrTUAL
Oportunidades de negócios e experiências na
aplicação do metaverso para as soluções e
desafios diários das empresas foi o principal
objetivo da edição 2022.
» João Delgado, diretor de Tecnologia da ABIMAQ
» José Velloso, presidente-executivo da ABIMAQ
Principal fórum
de inovação da
indústria de
máquinas e
equipamentos, a 16ª
edição do ABIMAQ Inova aconteceu
de forma híbrida no último dia 08
de novembro. Uma iniciativa da
ABIMAQ e IPDMAQ (Instituto de
Pesquisa e Desenvolvimento
Tecnológico da Indústria de
Máquinas e Equipamentos), em
parceria com a Indústria Xperience
(plataforma online negócios da
indústria), que trouxe como tema
“A Indústria no Metaverso”. “Um
evento propício para negócios,
imersão e conhecimento das
próximas tendências da indústria”,
enfatiza João Delgado, diretor de
Tecnologia da ABIMAQ.
De acordo com Gino Paulucci Jr,
presidente do Conselho de
Administração da ABIMAQ, o tema
segue o tradicional conceito do
ABIMAQ Inova, que visa promover
novas tecnologias para as indústrias,
que impactarão no modelo de
negócios. “É
importante
acompanharmos a
revolução
tecnológica. O
metaverso poderá remover
restrições dos modelos tradicionais
de serviços, aproximar clientes, criar
lojas virtuais, ambientes e
capacitação, manutenção de
equipamentos, controle de
processos industriais, entre outras
possibilidades”, conclui Gino.
“A ABIMAQ está sempre
acompanhando os limites da
tecnologia, por isso, procuramos
trazer para o ambiente do setor de
máquinas e equipamentos, para a
indústria, e para os seus associados,
as tecnologias de ponta”, pontua
José Velloso, presidente-executivo
da entidade, em seu discurso na
abertura do evento, colocando que o
avanço da tecnologia pode ajudar no
atendimento das empresas aos
clientes do exterior, visto que o
setor de máquinas e equipamentos
exporta 30% do seu faturamento.
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
5
A JORNADA DIGITAL E SEUS DESAFIOS
Márcia Ogawa, Líder de Technology, Media
Telecommunications na Deloitte, apresentou as
tendências e os desafios a serem percorridos pelas
empresas na transformação digital. Para ela, mesmo
que o Metaverso seja um conceito incipiente, é
relevante que uma associação como a ABIMAQ traga
essa idealização e acredita, ainda, que o mundo virtual
possa ser aplicado dentro do setor industrial.
“Existem inúmeras aplicações para a indústria, no
entanto, um dos fatores críticos de sucesso do
metaverso é a conectividade, habilidade fundamental
pra que as aplicações funcionem e, atrelado a isso,
temos também a parte da segurança cibernética ligado
à conectividade industrial”, contextualiza Ogawa.
Segundo Márcia, a indústria brasileira teve um bom
desempenho e puxou o PIB em 1.2%, mas olhando num
cenário de 30 anos, a indústria perdeu competitividade.
“Hoje nós somos 1.28% da produção mundial global, e
há 30 anos éramos 2.5 e, um dos fatores dessa perda de
participação se dá pela incorporação de novas
tecnologias e do conceito 4.0”, acrescenta.
Em relação ao digital, Márcia explicou os três
pilares de uma empresa totalmente tecnológica: Digital
Transformation; Digital Experience e Digital At The
Core. “Nosso conceito de indústria 4.0 não se limita
em colocar automação no chão de fábrica, mas criar
ativos digitais”, completou.
DEFININDO O METAVERSO IMAGINANDO SUAS APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA
O cientista e professor com atuação na área de
engenharia de software e inovação, Silvio
Meira, iniciou a abertura do painel afirmando
que ainda não chegamos de fato no metaverso.
Explicando o processo de revolução
digital, que gerou um impacto gigantesco nos
processos de transformação e conexão. Silvio
afirma que isso resultou na transformação
digital das empresas em seus modelos de
negócios em tecnologias, devido a mudança
de comportamento das pessoas no chamado
mundo figital, que traz a combinação do
físico, digital e social.
“O mundo agora funciona em rede, e as
novas experiências têm que ser construídas
de maneira a terem conectividade e
diversidade em larguíssima escala,
entendendo os espaços onde as pessoas e os
negócios se conectam”, ressalta Meira,
elucidando que o metaverso é um fluxo de
experiências intensivo em presença,
identidade, e continuidade, que estão
associadas a uma certa governança para
fazer com que suas interfaces possam ser
usadas de forma consistente para a criação
de aplicações e estabelecimento de conexões
e relacionamentos, que por sua vez
constroem comunidades e interações que
podem levar a transações e negociações no
ambiente figital, com o estabelecimento de
suas próprias leis, regras e normas.
O metaverso abre uma série de novas
possibilidades para a indústria e outros
setores da economia, principalmente com a
fusão do IoT e o 5G, que possibilitará, em
larga escala, a combinação de inovação e
negócios no mundo figital.
“Isso permitirá que a indústria inicie os
ciclos de vida da informação que se associam
ou podem ser associados aos produtos, por
exemplo, mudando a posição do setor nas
cadeias de valor e nos modelos de negócios
do consumidor para a indústria diretamente,
que atuará com mais agilidade,
descentralização e distribuição. Temos que
entender que talvez essa seja a principal
mudança causada pelo metaverso na
indústria”, conclui Meira.
6 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
» Túlio Duarte, Diretor da Harbor
A INDÚSTRIA NO METAVERSO
» renato Leite, Portfolio Development
Executive na Siemens
Nos últimos anos, a indústria vem observando uma
exorbitância de temas tecnológicos como:
transformação digital, a indústria 4.0, gêmeo
digital, 5G, o Web3 e todas as demais tecnologias
espalhadas pelo mundo. Ainda assim, há o
sentimento de que não há tempo de pensar em
como a empresa deve se posicionar e agir frente à
essas mudanças.
Diante deste cenário, Renato Leite, Portfolio
Development Executive na Siemens, compartilhou
como a empresa está trabalhando essas tecnologias
digitais e trazendo soluções para a indústria.
Renato apresentou ainda os elementos do
metaverso industrial de acordo com a empresa:
mundo virtual, interação ao vivo, relevância do
mundo real, interoperabilidade, economia
funcional e a evolução da internet.
De acordo com Renato, a Siemens está atuando
há mais de 10 anos para conectar o mundo virtual e
o digital, - e o metaverso - acrescenta, “é uma das
tecnologias que vem nessa direção”.
Maurício de Menezes, gerente Publicidade e
Marketing Digital na John Deere, falou sobre a
tecnologia para o agro e relatou as dificuldades
que as pessoas têm com a conectividade. A
experiência do metaverso no agro brasileiro, hoje,
segundo Maurício, é o mais avançado do mundo
e, o produtor rural brasileiro é o mais digitalizado
do mundo.
Maurício acredita que não só a tecnologia para
o agro, mas o metaverso traz uma série de
oportunidades para as pessoas melhorarem a forma
de viver. "Vejo como oportunidade para pessoas
que têm dificuldade de mobilidade e limitação,
fazerem parte de uma comunidade integrada”.
Túlio Duarte, Diretor da Harbor, que
participou de forma digital, explicou o conceito da
indústria 4.0 e pontuou que, assim como no Brasil,
existe uma distribuição proporcional de 6% a 8% de
grandes indústrias, aquelas que podem pagar por
tecnologia, porém, o grande mercado, que é de 30%
de médias e 60% de pequenas indústrias, ficaram
fora desse contexto. “Quando falamos de
competitividade, de indústrias que querem atuar
em diversos mercados, se ela não aceder aos
melhores métodos produtivos, essas indústrias não
conseguem vender”, esclareceu.
Em continuação, Túlio acrescentou ainda que
em cima desse conceito, foi montado o plano de
inovação de tecnologia e inovação da indústria. “O
IoT e a Nuvem são umas das muitas tecnologias
que foram selecionadas como sendo habilitadoras
e prioritárias”.
» Maurício de Menezes, gerente Publicidade
e Marketing Digital na John Deere
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
7
O METAVERSO E A JORNADA DE
TRANSFORMAÇÃO
Discorrendo sobre a jornada de transformação
do metaverso, que exige grandes desafios no
desenvolvimento de soluções digitais e na
integração das aplicações nesses ambientes, o
4ºpainel do dia reuniu os palestrantes Marcel
Saraiva e Cristiane Midori Ogushi, que
contaram como a indústria poderá ter apoio na
jornada do metaverso e as principais
dificuldades encontradas.
A corrida tecnológica acelera o
desenvolvimento de soluções para os diversos
setores para entender como as empresas estão
trabalhando os seus desenvolvimentos e quais
soluções estão transmitindo no setor industrial.
De acordo com Marcel Saraiva, gerente nacional
de vendas enterprise da NVIDIA e responsável
por vendas no Brasil das soluções de inteligência
artificial, virtualização, visualização profissional,
data center, e HCP, a saída encontrada pela
NVIDIA foi a criação de uma plataforma
completa para o desenvolvimento de soluções de
software para conectar e implementar
tecnologias que estão sendo desenvolvidas. “A
forma com que isso se conecta é o grande
segredo e uma significativa contribuição nossa
para a construção do metaverso”, explica Marcel.
Apesar da falta de mão de obra no mercado
para a construção de ambientes 3D, e com
experiência em simulação para colocar em
funcionamento um metaverso industrial, Saraiva
explica que o processamento e a conectividade
são os principais desafios a serem enfrentados a
curto prazo, por conta das redes 5G, que ainda
estão iniciando no país.
“Para isso, temos uma ferramenta para
trabalhar na integração de software que permite
trabalhar em um ambiente altamente
colaborativo, juntando isso com elementos de
inteligência artificial e física, para trazer
situações reais na nossa simulação digital, com o
objetivo de termos no final do processo, uma
fábrica física alimentando uma fábrica digital,
treinando situações, mudanças e modelos que
possam ser implementados na fábrica física”,
resume Saraiva.
Responsável pelo marketing de produtos e
projetos do Sidia, Cristiane Midori Ogushi
apresentou alguns cases e trabalhos com
realidade virtual e aumentada que o instituto de
ciência e tecnologia e inovação realiza,
acreditando no metaverso como um ambiente de
futuro próximo.
Por se tratar de uma rede de “mundos
virtuais” e interações sociais, Cristiane ressaltou
a importância de estar sempre conectado a
qualquer tipo de audiência para a criação de um
ambiente imersivo onde possa se gerar
engajamento o tempo todo.
“A geração Z são as pessoas que estarão
amanhã aqui. São os colaboradores, os
consumidores, e temos que saber dialogar com
esse público. Então, quanto mais próximo dele, e
mais entendermos esse comportamento, mais
fácil será a criação e desenvolvimento dos
próximos projetos”, finaliza Ogushi.
METAVERSO – COMO GERAR OPORTUNIDADES E FAZER NEGÓCIOS NA WEB3
Encerrando a 16ª edição do ABIMAQ Inova, o
fundador da FlexInterativa e mentor de várias
startups, Fernando Godoy, falou sobre cases
práticos e a transformação das oportunidades de
negócios que o ambiente do metaverso começa a
proporcionar para as empresas.
Para Fernando, a evolução da tecnologia de
realidade aumentada, virtual, mista, e inteligência
artificial, quando combinadas, conseguem acelerar
o metaverso, proporcionando uma nova forma de
interação e comunicação mais eficiente, com novas
experiências para os usuários.
“Se não pudermos estar presentes em um lugar,
o que a tecnologia me oferece hoje de solução com
uma experiência? O metaverso é uma resposta para
isso. Quando junto todas as tecnologias e entrego
uma nova experiência, seja para consumir, para
aprender, para me divertir ou para socializar, tudo
ao mesmo tempo, temos a criação desse ambiente
figital", observa Godoy
Entre as principais características, a principal é
a conexão direta entre os usuários e a eliminação
de intermediários na cadeia de valor. Mas para levar
o negócio para o metaverso, é preciso uma
estratégia baseada em quatro pilares: presença,
NFT (monetização), experiência e Figital.
A presença é a escolha do metaverso para levar
a sua empresa. No entanto, é importante e
preferível acessar um metaverso onde já exista uma
comunidade e uma base de usuários, porque vão
ter públicos distintos para diferentes metaversos. O
próximo passo é a experiência e a forma de se
comunicar com o consumidor, de forma a se
relacionar com todas as tecnologias, em uma
junção do físico com o digital. Nesse sentido, a
compra de NFT no ambiente virtual, combinado
com benefícios no mundo físico, atrai uma ampla
possibilidade de novos negócios para uma marca.
“As coisas estão acontecendo e essa economia
está girando, mesmo estando em uma fase inicial.
Óbvio, que no caso da indústria, ajudando e
fazendo coisas interessantes, mas olhando como
um todo, não podemos perder tempo discutindo se
vale a pena ou não, e sim sermos capazes de
experimentar, estudar, testar e chegar nas suas
próprias conclusões, interagindo, aprendendo e
conversando com esse metaverso que se desenha”,
conclui, Godoy.
8 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
AbIMAQ EM AÇÃO
22º Seminário de Planejamento Estratégico
traz os desafios da sustentabilidade ambiental
e o impacto na indústria e agropecuária
Evento híbrido ressaltou os obstáculos em exercer as práticas
ambientais, sociais e de governança (ESG) nas empresas.
Realizado em 4 de novembro, na sede da ABI-
MAQ, em São Paulo, a Câmara Setorial de
Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA)
promoveu a 22ª edição do SPEE, renomado evento
anual voltado especialmente para o setor agroindustrial
brasileiro.
Reforçando o papel de destaque do setor agrícola
nos últimos anos, Pedro Estevão, presidente da
CSMIA, ressaltou o momento positivo do setor de
máquinas agrícolas, que vem crescendo desde 2017.
“Tivemos um aumento de aproximadamente 90%
no faturamento desde 2017. Sabemos que o mercado
vem crescendo e a perspectiva de longo prazo é
o Brasil continuar sendo um grande fornecedor de
alimentos para o mundo”, afirma Pedro.
Apesar do otimismo, o setor passa por um grande
desafio, pois o custo de capital está caro e o preço
das commodities estão se acentuando, à medida
que as empresas optam por práticas sustentáveis
cada vez maiores em toda cadeia agrícola. “Um tema
muito caro e que vamos discutir qual o nosso
papel individual e, principalmente, qual será o papel
que a indústria irá exercer nessa nova agenda sustentável
que está se impondo”, resume Estevão.
Para João Marchesan, primeiro vice-presidente
do Conselho de Administração da ABIMAQ, mesmo
com a previsão de um momento de turbulência
para os próximos meses, é necessário que o agronegócio
continue sendo privilegiado, um setor que
abriu novas oportunidades e mudanças na cadeia
que podem levar o Brasil, por exemplo, a ser, além
de autossuficiente, exportador de trigo. “Para fomentar
o crescimento do setor são necessários
mais recursos e criação de novas linhas de financiamento
com taxas de juros compatíveis com o
retorno de investimento do agricultor para a sustentação
dos nossos negócios, e uma produção cada
vez mais sustentável, com a redução da pegada
de carbono”, pontua Marchesan.
Afirmando que a sustentabilidade reversível
veio para ficar, Gino Paulucci Jr, presidente do
Conselho de Administração da ABIMAQ, destacou
em sua fala o grande número de pastagens degradadas
que apenas ocupam espaço e não produzem.
De acordo com Gino, a área poderia ser usada para
Sabemos que o mercado
vem crescendo e a
perspectiva de longo
prazo é o Brasil continuar
sendo um grande
fornecedor de alimentos
para o mundo
› Pedro Estevão,
presidente da CSMIA
Para fomentar o crescimento
do setor são necessários mais
recursos e criação de novas linhas
de financiamento com taxas de juros
compatíveis com o retorno de
investimento do agricultor
para a sustentação
dos nossos negócios
› João Marchesan,
vice-presidente do Conselho de
Administração da ABIMAQ
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
9
Por ter uma integração
com a agricultura, poderíamos
aumentar as áreas de plantio,
contribuindo ainda com o
reflorestamento do local
› Gino Paulucci Jr,
presidente do Conselho de
Administração da ABIMAQ
» (Da esq. para dir.): Paula Packer, Chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente; Stanley robson de Medeiros
Oliveira, Chefe Geral da Embrapa Agricultura Digital e Ladislau Martin Neto, da Embrapa Instrumentação.
dobrar a produção, sem a necessidade de derrubar
uma árvore. “Por ter uma integração com a agricultura,
poderíamos aumentar as áreas de plantio,
contribuindo ainda com o reflorestamento do local”,
completa Paulucci.
Finalizando os discursos de abertura, o Secretário
de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, Francisco Matturro, enfatizou a importância
do seminário para os empresários do setor.
Falando sobre a atuação e programas desenvolvidos
pela Secretaria, que permitiu o crescimento de
28,64% da agricultura no Estado, Matturro destacou
a parceria realizada com a EMBRAPA, que permitiu
o trabalho nos sistemas integrados de produção de
137 agrônomos da Secretaria da Agricultura.
» Francisco Matturro, Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL:
O QUE É E SEUS REFLEXOS NO AGRO
m início às palestras, Paula Packer- Chefe
EGeral da Embrapa Meio Ambiente,
explicou sobre a sustentabilidade ambiental
e seus reflexos no agro. “Quando falo do
agro não é apenas do agro da fazenda, eu
falo do antes, durante e depois da fazenda.
Precisamos ter o olhar voltado para a
sustentabilidade. O desafio está aí, até 2050
o mundo terá quase 10 bilhões de habitantes
e precisamos olhar para isso de uma forma
sustentável”, relatou Paula.
Sobre as mudanças climáticas, Paula
reforçou que o agro, hoje, em toda a sua
cadeia, tem o paradigma de ser o vilão e a
vítima de todo esse processo. Segundo ela, a
agricultura tem um grande impacto na
emissão de gases de efeito estufa, mas é
possível trabalhar na redução dessas
emissões, o que o torna vilão. Quando se
tem as mudanças climáticas, afeta a
agricultura, o que torna o agro, uma vítima.
Isso se dá aos muitos processos
de chuvas e secas.
“Podemos trabalhar essas cadeias em
conjunto para que essas emissões sejam
cada vez mais sustentáveis”, frisou Paula.
Segundo palestrante do painel, Ladislau
Martin Neto, da Embrapa Instrumentação,
trouxe o Contexto e Oportunidades para o
Mercado de Carbono no Solo. De acordo
com Ladislau, o solo é o terceiro maior
reservatório de carbono, superando o Biota
e o atmosférico. Já o geológico contribui
para a emissão, e o oceânico, mesmo com
dificuldade de manejo, pode ser uma
importante solução para o planeta.
Ladislau apresentou uma iniciativa
internacional, a “4 per 1000”, que tem 0,4%
de aumento da Matéria Orgânica do Solo
por ano, segundo os dados lançados na
COP21, em 2005, que seria quase capaz de
compensar toda a emissão antropogênica.
Em alerta, Ladislau disse que quem
trabalha com o solo, sabe que não é trivial
aumentar a matéria orgânica,
principalmente devido às condições
tropicais, como: alta temperatura, alta
umidade e alta atividade microbiana.
“A indústria de máquinas tem um
protagonismo fabuloso com a questão do
plantio direto e com a adaptação de
máquinas. O papel que a indústria de
máquinas agrícolas brasileira teve, é
fantástico e merece o reconhecimento”,
concluiu Ladislau.
Fechando as apresentações do primeiro
painel, Stanley Robson de Medeiros
Oliveira, Chefe Geral da Embrapa
Agricultura Digital, trouxe os desafios da
agricultura digital para a sustentabilidade.
Stanley apresentou a crescente
tecnologia como driver de mudança movida
pela ciência. De acordo com os estudos de
sensos da Embrapa, em 1995 houve 50,6% de
aumento da produção, já em 2006, teve
56,8% de crescimento e em 2017, 60,6% de
crescimento do valor bruto da produção.
Isso mostra a tecnologia em maquinário,
sementes, melhoramento genético, T.I. com
governança de dados para melhorar a
sustentabilidade.
“Para trazer essa inteligência para o agro
baseada em dados, há três linhas mestras na
agricultura digital: apoio a políticas públicas,
regulação de mercado e tomada de decisão
pública e privada. Por isso, o histórico de
dados é de extrema importância para fazer
projeções e análises”, explica Stanley.
10 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL: QUAIS SEUS
IMPACTOS NA INDÚSTRIA
aulo Miranda, CSO & Co-Founder, DEEP,
Pexplicou sobre a questão de o porquê a
sustentabilidade ser tão importante na vida
das pessoas e das empresas, que estão
vinculadas também à questão do ESG. Para
Paulo, a sustentabilidade tem que ser
acompanhada de perto com o impacto, que
deverá ser mensurável e materializado para
uma tomada de decisão.
“Esses métodos e cálculos, que lidarão
obrigatoriamente com dados relevantes,
nos permitem falarmos sobre a dimensão
dos impactos do ponto de vista da
sustentabilidade, que necessariamente
também precisam conversar com as finanças
das companhias”, observa Miranda.
O conjunto de regramentos
nacionais e internacionais
mostram o quanto o
capitalismo global, os
agentes de mercado e
os governos, estão
se esforçando para
se chegar a um novo capitalismo e modelo
de mundial onde os fatores climáticos serão
cada vez mais imperativos e determinantes na
atual agenda ESG, que modificará a atuação
das empresas em todo o processo de tomada
de decisão e de planejamento.
De acordo com Paulo, as empresas
enxergam a pauta do ESG como uma
estratégia de criação de valor onde os fatores
ambientais, sociais e de governança são
críticos, pois eles darão uma materialidade
efetiva e real ao que está sendo colocado
como medida de sustentabilidade da
companhia, afetando sua valorização no
mercado. “Existe um fator relevante na
questão das vantagens financeiras
quando as empresas identificam e adotam
práticas e posturas muito mais sérias e
demonstráveis em relação ao tema
que visam garantir um impacto positivo
benéfico para sociedade, de perspectiva para
além do que o regramento atual já
estabelece”, explica Miranda.
EFEITOS DE UMA REFORMA COMERCIAL E TRIBUTÁRIA NO SETOR DE
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA O AGRONEGÓCIO
ustavo Madi, Diretor da LCA Consultores,
Giniciou o 3º painel com a apresentação de
estudos sobre os efeitos da abertura comercial e
a reforma tributária em relação à economia e o
setor de máquinas e equipamentos agrícolas. A
agenda de abertura comercial, baseada
principalmente em três pilares (redução
unilateral das alíquotas, revisão de barreiras não
tarifárias, e a implementação de acordos
bilaterais ou multilaterais); e a reforma
tributária, pautadas na PEC 45, PEC 110, e o PL
da reforma do PIS COFINS, visam a eliminação
do resíduo tributário, que proporcionarão mais
eficiência no sistema tributário e também no
sistema econômico.
“O resíduo tributário consiste em tributos
que estão ao longo da cadeia produtiva que não
geram crédito para o elo seguinte da cadeia. Em
um sistema IVA perfeito, tudo que é pago como
tributos e que geram crédito é abatido no
débito de imposto na hora de realizar a venda
de um produto, diferentemente do sistema
tributário atual, onde muitos dos itens
cobrados ao longo da cadeia produtiva não
geram o crédito, que se transforma em um
custo para a cadeia e uma significativa perda de
competitividade”, resume Madi, explicando que
a reforma tributária deve promover uma
melhora grande na competitividade no setor e
na economia, e o aumento das importações.
As duas agendas possuem resultados
positivos do ponto de vista do PIB, do
consumo, e do ponto de vista do investimento.
"Quando realizado a reforma tributária, mesmo
que focada apenas para esse setor, ela teria um
potencial de gerar crescimento econômico
muito maior, e por conta disso as importações
cresceriam mais”, analisa Madi.
Débora Simões, Senior Managing Partner da
Agroconsult, falou sobre a relevância no setor
de máquinas para o agronegócio e para
o país como um todo. Débora frisou que nos
últimos dez anos, o setor agrícola teve um
incremento de mais de 70% em termos de valor
bruto de produção. Passou de R$ 700 bilhões
de reais em 2010 para mais de R$ 1.1 trilhão de
reais em 2021.
“Ao longo desses últimos dez anos, o Brasil
ganhou muito destaque no cenário
internacional tanto em termos da relevância do
país para a produção, quanto em termos de
exportação”, acrescentou Débora.
A produção do país, hoje, alimenta e
abastece todo o mercado interno brasileiro, que
é bastante grande, e ganha cada vez mais
destaque em termos de exportação e no
abastecimento da demanda global.
De acordo com Débora, o sucesso da
atividade agrícola do Brasil pode ser explicado
por uma combinação de fatores: Recursos
naturais, tecnologia, política pública,
produtores e empreendedores e organização da
cadeia de valor. “Vale ressaltar também a
mecanização, que vem colaborar para o ganho
de produtividade do agronegócio, além de
permitir maior flexibilidade nas operações para
o produtor trabalhar janelas de plantio e
minimizar os riscos de pós-colheita”, completa.
“Inovar no Brasil é importante, mas não é
fácil, pois enfrentamos uma série de obstáculos,
porém, é importante ressaltar esse papel
relevante que vocês têm e atrelar isso ao
discurso da sustentabilidade e conseguir medir
esse impacto. Isso ressalta ainda mais a
relevância que vocês têm como setor”,
finalizou Débora.
» Gustavo Madi, Diretor da LCA Consultores
» Débora Simões, Senior Managing Partner da
Agroconsult.
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
11
MACROECONOMIA E SEUS EFEITOS NO SETOR AGROPECUÁRIO BRASILEIRO
ernando Honorato, Economista-Chefe do
FDepartamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco e Vice-Presidente
do comitê de macroeconomia da Anbima,
iniciou seu discurso abordando sobre os
momentos desafiadores que o mundo
enfrentará no próximo ano, com a nova
geopolítica que se apresenta e as
expectativas de desaceleração, recessão e
taxas de juros elevados na economia global.
Para traduzir esse desafio, Fernando
gosta de analisar os índices de inflação,
que são importantes indicadores de
problemas para a economia global. Apesar
dos bancos centrais subirem as taxas de
juros para combater a inflação, que
aumentará também o custo de capital, o
momento pode ser positivo e proveitoso
para o setor agro do país.
Com o risco de recessão global, e a
menor demanda global, a expectativa é que
os custos de modo geral caiam, com a
diminuição também dos preços das
commodities e dos custos de inflação. “Os
índices das commodities agrícolas caíram
» Fernando Honorato, Economista-Chefe do
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
do Bradesco e Vice-Presidente do comitê de
macroeconomia da Anbima
menos se comparado a outros itens, gerando
uma oportunidade extraordinária para
economia brasileira nos próximos anos, a
começar por 2023, explorando a mudança
das cadeias de suprimentos globais.”
A guerra trouxe um sentimento para os
produtores e para os consumidores globais
que eles precisam ter uma diversificação
para parceiros que sejam confiáveis e que
tenham uma capacidade de entregar
produtos e bens de serviços no componente
ambientalmente sustentável, e o Brasil
aparece como um importante local de
segurança alimentar para entregar grãos e
proteínas em bases ambientalmente
sustentáveis para o mundo.
O Brasil foi o país que mais teve no G20
a revisão para cima de crescimento neste
ano. “Com uma taxa de juros atraente e um
setor produtivo e pouco endividado que está
no “coração” dessa transformação das
cadeias geopolíticas, o país pode e deve
aproveitar esse momento para capturar e
alavancar o crescimento para os próximos
anos”, finaliza Honorato.
PATROCÍNIO MASTER
PATROCÍNIO
» Carlos Cogo,
Sócio-diretor da Cogo
Inteligência em
Agronegócio
CENÁRIOS DA AGROPECUÁRIA NO BRASIL E NO MUNDO
inalizando os painéis, Carlos Cogo – Sócio-
da Cogo Inteligência em Agronegócio,
Fdiretor
apresentou os cenários para o agronegócio global
brasileiro. Cogo minuciou como o contexto da
guerra atingiu as commodities agrícolas e porquê
caem menos de preço do que os demais grupos.
Cogo explicou a porcentagem total de grãos
por área de cultivo global. Segundo ele, a soja é a
que mais cresce, chegando em 88% na variação da
área entre 1999/2000 e 2022/2023. Já o trigo, uma
área que ainda não tem destaque no Brasil, e que
gerou grande problema na cadeia global por
conta da guerra Rússia x Ucrânia, já que a região é
responsável por 25% do comércio global do
produto, é provedor de 20% das calorias globais.
Recentemente, o mundo se viu diante ainda de
uma queda global do consumo de proteínas
animais e carnes. Apesar disso, o Brasil se mantém
como o maior exportador de carne bovina, frango
e suína, somando 25% de todas as exportações
globais de carnes. “Nós somos uma potência em
grãos, cana, álcool, açúcar, café e proteínas
animais. O Brasil tem uma potência em todo o
agronegócio”, ressaltou Cogo.
Finalizando as apresentações do dia, o
consultor apresentou ainda o Moderfrota e
acrescentou que durante todo o programa foram
vendidos 932 mil tratores e 131 mil colhedoras de
grãos. De acordo com ele, a frota não foi
renovada e cerca de 43% tem mais de 15 anos de
uso, surgindo um grande desafio para ser
encarado no setor, que apesar de não ter feito
modernização, avançou 22 milhões de hectares
nesse período.
12 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
AbIMAQ EM AÇÃO
ABIMAQ promove rodada de Negócios
com o Grupo Steel
Objetivo foi buscar soluções para desenvolver a cadeia de fornecimento entre os associados na
comercialização de sucata e produtos acabados de aço
Com a participação de 19
empresas, a ABIMAQ realizou
a Rodada de Negócios
em conjunto com o Grupo Steel,
empresa associada da entidade
que compra resíduos metálicos
para a produção aços especiais
para fornecedores de sucata. O
evento aconteceu no dia 25 de
outubro, e contou com um total
de 19 reuniões.
Francisco Mascara, Gerente
Comercial no Grupo Steel, expôs
sua visão sobre a Rodada.
“Foi muito produtivo como
primeiro contato, acredito que
vamos ter bons frutos, esses encontros
são sempre importantes
para o segmento”.
Rodrigo Padovani, Diretor no
Grupo Steel, explicou que o produto
sucata é um resíduo industrial
que por maior que seja seu
preço, não agrega valor ao custo
de transporte. “Existem empresas
fora de São Paulo que possuem
frete para a cidade, pois
abastecem no mercado paulista e
acaba sendo um jogo de oferta e
demanda que dá certo, pois para
eles interessam vender e levar”,
Ainda segundo Padovani,
existe muita carência de material,
(produto acabado aço). “Tivemos
uma reunião recentemente
e percebemos que se houver
oportunidades de rodadas de
“Foi muito produtivo como
primeiro contato, acredito
que vamos ter bons frutos,
esses encontros
são sempre importantes
para o segmento”
› Francisco Mascara,
Gerente Comercial no
Grupo Steel
negócios, podemos oferecer
nosso produto como uma opção
viável para o mercado, o que vai
ajudar a solidificar a cadeia de
fornecimento”.
De acordo com Francisco,
existem segmentos como o eólico,
óleo e gás e sucroalcooleiro
que valem a pena atender. “Eu
vejo bastante sinergia no segmento
eólico que é inclusive carente
de coisas simples, como
parafusos”, informou.
Os participantes parabenizaram
a ABIMAQ pelo nível das
empresas presentes na Rodada e
asseguraram que esse evento trará
bons resultados.
“As associadas vêm como opção
para melhorar a condição de
fornecimento do mercado interno”,
afirmou Francisco.
ABIMAQ/SINDIMAQ define membros do Conselho
de Ética para o biênio 2022-2024
OCódigo de Conduta e Ética (CCE) é um compromisso
de integridade (“compliance”) que
o Sistema ABIMAQ, como conjunto de entidades
representativas da indústria brasileira de máquinas
e equipamentos, assume perante a sociedade,
com o objetivo de atuar de forma ética e cumprir
as normas e legislação.
Conforme determina Artigo 22 do Código de
Conduta e Ética do Sistema ABIMAQ, aprovado no
dia 15 de março de 2018, foi nomeado, no dia 06 de
outubro de 2022, os seguintes integrantes para
compor o Conselho de Ética da entidade:
» Gino Paulucci Junior – Presidente do Conselho
de Administração, que o presidirá;
» Elizabeth Bighetti Bozza - Membro
do Conselho de Administração,
ocupando o cargo de Vice-Presidente;
» Antonio Carlos César Taranto -
Membro do Conselho Fiscal;
» Maria Estela Abramides Testa -
Membro da Diretoria Plenária;
» José Velloso Dias Cardoso - Presidente
Executivo.
A ABIMAQ ressalta que os presidentes
do Conselho de Administração
e Executivo serão membros permanentes
do Conselho de Ética. Os demais
participantes terão mandato de
dois anos, enquanto estiverem no
exercício de seus respectivos cargos,
podendo ser reconduzidos.
Organizado em sete capítulos, o
Código de Conduta e Ética da ABI-
MAQ pode ser consultado publicamente
na página da instituição.Acesse:
https://tinyurl.com/4u83xm9u
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
13
AbIMAQ EM AÇÃO
Webinar apresenta panorama e perspectiva de investimentos
no mercado de Óleo e Gás e Mineração
Especialistas da empresa BNamericas trouxeram informações desses setores, onde o Brasil tem uma
presença mundial como fornecedor dessas commodities
Rodrigo César Franceschini, presidente
do Conselho de Metalurgia
e Mineração da ABIMAQ,
iniciou o webinar destacando o ótimo
momento e os investimentos que
vem sendo feitos nos 2 segmentos.
“É interessante como existe uma sinergia
entre os setores. Ambos são
commodities minerais, e quando se
fala em óleo e mineração, temos dentro
da parte de energia, um contato
muito grande de minerais estratégicos
para esse momento que estamos
passando da transição energética e
da chamada eletrificação da economia”,
destaca Franceschini.
Para Idarilho Nascimento, presidente
do Conselho de Óleo e Gás da
ABIMAQ, o momento é animador
do ponto de vista político, econômico
e dos investimentos realizados
em projetos. “O mundo vem passando
por uma grande transformação
e está se ajustando às novas fontes
de energia e essas necessidades
cada vez mais das regiões se desenvolverem
independentes de outros
insumos e outras fontes energéticas”,
completa Idarilho.
Uma das principais empresas de
inteligência de mercado do Brasil e
da América Latina, com foco nos setores
de mineração, energia elétrica,
petróleo e gás, e infraestrutura, a
BNamericas possui uma ferramenta
de inteligência artificial para criar e
manter o banco de dados mais importantes
de diversos projetos que
ajudam a ter números pertinentes e
atualizados de todo o mercado.
Rogério Jelmayer, correspondente
da BNamericas desde 2017, explicou
que esses números indicam que
a mineração brasileira, nos primeiros
3 meses do ano, teve uma queda de
receita das empresas. Porém, acompanhada
dessa queda, não está existindo
uma revisão dos investimentos
das empresas a médio prazo, e a expectativa
de investimentos de 40 bilhões
de dólares para os próximos
anos (2022 a 2026), é uma expectativa
que continua.
O principal risco para o setor é a
economia chinesa. O segmento de mineração
brasileira é muito relacionado
à performance da economia chinesa.
“Dois terços das exportações brasileiras
do setor mineral de minério de
ferro são para a China. Por isso é muito
importante acompanhar o desempenho
da economia chinesa para entender
e questionar as empresas sobre
a evolução dos projetos, postergação,
ou aceleração de investimentos”,
destaca Jelmayer.
No entanto, a questão da transição
energética passa a ser um importante
propulsor de investimentos. Apesar
do desempenho da economia global,
principalmente a dos países desenvolvidos,
que trazem sinais de pressões
inflacionárias e políticas restritivas de
juros elevados, a transição energética
demanda novos materiais e novos
produtos de mineração. Paralelamente
a isso, o governo brasileiro tem trabalhado
para diversificar a pauta de
mineração brasileira, o que deve
acontecer nos próximos anos, independentemente
do governo eleito.
Entre os projetos mais importantes
do Brasil em minério de ferro, que
responde por dois terços da produção
do país, além de níquel, ouro e lítio,
destaque para níquel, que ganha um
protagonismo relevante nessa agenda
global de transição energética.
“O ouro também possui uma particularidade
muito interessante no
Brasil. Tivemos alguns trimestres
atrás, a área da mineração, que trouxe
a atenção de investidores que não estavam
acostumados com o segmento
de ouro no Brasil. Isso atrai a atenção
de investidores para outros projetos
de ouro e é muito positivo para o
avanço de projetos, porque essas empresas
conseguem obter linhas de financiamento
mais vantajosas em um
ambiente de taxas de juros elevadas
no mundo todo”, observa Rogério.
Reinjetamos mais
de 60% do gás que
produzimos, por conta da
falta de infraestrutura.
Precisamos de novas rotas
de escoamento para
aproveitar mais o gás
produzido e ficar menos
exposto em momentos de
volatilidade de preço,
como aconteceu no ano
passado, quando
precisamos importar e
regaseificar mais
› João Montenegro,
repórter do BNamericas
ÓLEO E GÁS. João Montenegro, repórter
do BNamericas, responsável pela
cobertura de óleo e gás e energia, ressaltou
o processo de abertura da Petrobras,
principalmente no upstream,
que resultou no aparecimento de pequenas
e médias empresas, que começaram
a aparecer na indústria de exploração
e produção no Brasil.
A expectativa é que a produção
das petroleiras independentes cresça
ainda mais no país, com previsão de
que a produção em terra dobre até
2025/2026, com crescimento da produção
em águas rasas e pós sal também
por parte dessas empresas, e pela
própria Petrobras, que possui alguns
projetos de revitalização.
Entre os principais desafios observados
no setor, João cita o maior aproveitamento
do gás natural. “Reinjetamos
mais de 60% do gás que produzimos,
por conta da falta de infraestrutura.
Precisamos de novas rotas de
escoamento para aproveitar mais o
gás produzido e ficar menos exposto
em momentos de volatilidade de preço,
como aconteceu no ano passado,
quando precisamos importar e regaseificar
mais, diante do despacho termelétrico
que teve de aumentar em
meio a crise hídrica”, destaca Montenegro,
que reforça a também necessidade
no aumento da capacidade de
refino e investimentos em mais infraestrutura,
oleodutos e terminais, para
que possa de fato eventualmente ter
uma competição entre as refinarias.
Outro destaque são as petrolíferas
europeias que têm ampliado a aposta
delas no segmento de energias renováveis
no Brasil. “Em meio a turbulência
geopolítica, o Brasil costuma aparecer
como país que tem os aspectos
positivos por apresentar um histórico
de respeito aos contratos e não se envolver
em guerras. Isso pode atrair investidores,
mas é importante ficar
atento, pois todos estão olhando o
GNL na Europa, onde podem obter
maiores ganhos, que podem levar a
perda de investimentos no Brasil”,
completa Montenegro.
Apresentando o panorama e
atualizações de alguns projetos que
envolvem a Petrobras, com destaques
na parte do refino, gás e energia,
João reforça o discurso que a empresa
tem que investir no aumento de
eficiência e modernização das suas
refinarias, uma vez que parou de investir
nas que ela quer vender. Apesar
dessa descentralização da empresa,
existe uma proliferação de projetos
de refinadores privados no entorno
desse mercado.
GNL. Os investimentos em terminais
GNL no Brasil continuam. Apesar de
ser um país rico em gás natural, o Brasil
regaseificou muita coisa por conta
da seca. O GNL cumpriu um papel
importantíssimo no Brasil, principalmente
diante da falta de infraestrutura
de escoamento e processamento
para aproveitar o gás produzido. Além
disso, o gás produzido no pré-sal tem
uma utilização nobre, que é ampliar a
recuperação do petróleo, e a Petrobras
otimiza isso para ampliar o fator
de recuperação dos seus campos.
“A Petrobras tem que garantir
acesso às infraestruturas essenciais
para o processamento e transporte
de gás, e com isso, a aposta do governo
é que você tenha maior competição.
Hoje você tem uma série de petroleiras
fornecendo o gás para distribuidoras,
e a tendência com isso é
termos um preço mais competitivo
nessa parte de fornecimento de gás”,
conclui João.
› SAIBA MAIS
O acesso completo ao webinar estará
disponível na Academia ABIMAQ para
as associadas, no site da entidade.
Link: http://associe.abimaq.org.br/academy.html
14 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
AbIMAQ EM AÇÃO
ABIMAQ participa da COP-27 no Egito
Fortalecendo a importância da agenda climática,
dada a preocupação do setor de máquinas
e equipamentos com o aquecimento global
provocado por ação humana, a ABIMAQ participa
da 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas, edição a ser realizada na cidade
do Cairo, no Egito, entre os dias 6 e 18 de novembro
de 2022.
A 27ª sessão da Conferência das Partes da
ONU reunirá os líderes de todas as nações para
debater sobre o clima. De acordo com a CNI –
Confederação Nacional da Indústria, o Brasil terá
papel chave nas discussões. José Velloso, presidente
executivo da ABIMAQ, representará a entidade
na conferência, onde espera-se a participação
de autoridades, como do alto escalão da ONU,
entre eles Antonio Guterres, secretário-geral da
ONU e Sanda Ojiambo, diretora-executiva do
Pacto Global. Presidentes e representantes nacionais
dos ministérios de clima, meio ambiente e
sustentabilidade também são esperados.
“Importante acompanhar de perto as propostas
em virtude de ações emergenciais, que, na prática,
devem ser instituídas e aplicadas não só pelas indústrias,
e sim por todo cidadão que habita nosso
planeta”, argumenta Velloso.
De acordo com o presidente-executivo da ABI-
MAQ, a indústria brasileira já vem seguindo essa
agenda, não só por ser um setor fiscalizado com rigor
por órgãos governamentais, como também pela
conscientização da necessidade em benefício do
planeta. No entanto, ele acrescenta que “é preciso
acompanhar de perto o que está sendo discutido,
porque essa é cada vez mais uma exigência global”.
O QUE É A COP? A Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um
tratado internacional com o objetivo de estabilizar
as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.Uma
das principais tarefas da COP é revisar
as comunicações nacionais e os inventários de
emissões apresentados por todos os países membros
e, com base nessas informações, avaliar os
progressos feitos e as medidas a serem tomadas.
Trazemos aqui um breve histórico para conhecimento
da importância do tema (box abaixo).
HISTÓRICO
Desde 1992, o mundo debate na ONU
a construção de uma economia de
baixo carbono. A superação de impasses
a cada COP mostra como a agenda
climática segue avançando,
independentemente de crises
econômicas ou políticas.
» 1992 • RIO 92 • A primeira grande
iniciativa da ONU com participação do
setor privado
» 1995 • COP1 • BERLIM, ALEMANHA •
Começa o processo de negociação de
metas e prazos para a redução de
emissões de gases de efeito, mas
restritos aos países desenvolvidos
» 1996 • COP2 • GENEBRA, SUÍÇA •
Criação de obrigações legais de metas
de redução de emissões de gases de
efeito estufa
» 1997 • COP3 • KYOTO, JAPÃO • Surge
o Protocolo de Kyoto, com metas de
redução para gases de efeito estufa
para os países desenvolvidos
» 1998 • COP4 • BUENOS AIRES,
ARGENTINA • É elaborado um programa
de metas para itens do como a análise
de impactos das mudanças climáticas e
alternativas de compensação
» 1999 • COP5 • BONN, ALEMANHA •
Destaque para a execução das metas da
COP anterior e temas como uso da terra e
florestas, além do impacto das atividades
humanas na redução das emissões
» 2000 - COP6 - HAIA, HOLANDA •
Dividida em duas partes debateu os
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo,
metas de emissão e outros limites
» 2021 - COP7 - MARRAQUEXE,
MARROCOS • Limita o uso de créditos
de carbono gerados de projetos
florestais do mecanismo de
Desenvolvimento Limpo e cria fundos de
ajuda a países em desenvolvimento
» 2002 - COP8 - NOVA DÉLI, ÍNDIA •
Primeiras discussões sobre uso de
fontes renováveis na matriz energética.
Também marca a adesão da iniciativa
privada e de organizações não
governamentais ao Protocolo de Kyoto
» 2003 - COP09 - MILÃO, ITÁLIA •
Estabelece regras para a condução de
projetos de reflorestamento, que se
tornaram necessários para a obtenção
de créditos de carbono
» 2004 - COP10 - BUENOS AIRES,
ARGENTINA • Aprovadas as regras de
implementação do protocolo de Kyoto,
que entrou em vigor no início do ano
seguinte, após a ratificação pela Rússia
» 2005 - COP11 - MONTREAL, CANADÁ
• Instituições europeias defendem a
redução de emissões até 2030, em torno
de 20% a 30%. E de 60% a 80% até 2050.
» 2006 - COP12 - NAIRÓBI, QUÊNIA •
Revisão de itens do Protocolo de Kyoto e
estabelecimento de regras para o
financiamento de projetos de adaptação
às mudanças climáticas em países
pobres -- governo brasileiro propõe a
criação de um mecanismo para a
redução de emissões de gases de efeito
estufa de desmatamentos em países em
desenvolvimento
» 2007 - COP13 - BALI, INDONÉSIA •
Países em desenvolvimento teriam até
2009 para definir as metas de redução
de emissões oriundas do
desmatamento. É aprovada a
implementação efetiva do Fundo de
Adaptação, para os países mais
vulneráveis à mudança do clima.
» 2008 - COP14 - POZNAN, POLÔNIA •
Primeira discussão sobre um acordo
climático global
» 2009 - COP15 - COPENHAGUE,
DINAMARCA • Consolidação do tema
climático nas agendas pública,
corporativa e da sociedade civil. Mas
sem um acordo global entre os países
para diminuir as emissões após 2012. É
acordada uma meta de limitar ao
máximo de 2ºC o aumento da
temperatura média global
» 2010 - COP16 - CANCÚN, MÉXICO •
Criação do Fundo Verde do Clima. Brasil
lança sua Comunicação Nacional de
Emissões de Gases de Efeito Estufa e
anuncia a regulamentação da Política
Nacional sobre Mudança do Clima,
assim, o Brasil assume o compromisso -
independentemente de acordo entre
todos os países e de fixação de metas -
de reduzir no máximo 2,1 bilhões de
dióxido de carbono até 2020
» 2011 - COP17 - DURBAN, ÁFRICA DO
SUL • Países se comprometem a conter
o aumento da temperatura no mundo,
limitada em 2ºC, e reconhecem a
necessidade de minimizar os problemas
decorrentes das mudanças climáticas
» 2012 - COP18 - DOHA, CATAR •
Extensão do prazo do Protocolo de
Kyoto, para enfrentar o aquecimento
global
» 2013 - COP19 - VARSÓVIA, POLÔNIA •
Brasil defende a necessidade de se
estabelecer um novo ordenamento
financeiro internacional baseado em
uma economia de baixo carbono
» 2014 - COP20 - LIMA, PERU • O
documento final intitulado Chamamento
de Lima para a Ação sobre o Clima,
também conhecido por *rascunho zero*,
traz os elementos básicos para o Acordo
de Paris
» 2015 - COP21 - PARIS, FRANÇA •
Assinatura do Acordo de Paris, quando
se estabelece o compromisso de
estabilizar o aquecimento global "bem
abaixo de 2ºCelsius" em relação à
temperatura do período pré-industrial,
buscando idealmente o aumento
máximo de 1,5ºC.
» 2016 - COP22 - MARRAQUEXE,
MARROCOS • Debate sobre as regras
de implantação do Acordo de Paris,
apesar da eleição de Donal Trump para a
Presidência dos Estados Unidos poder
colocar os compromissos sob ameaça
» 2017 - COP23 - BONN, ALEMANHA •
Elaboração de diretrizes para questões
de transparência, financiamento, a
adaptação e tecnologia para mudanças
climáticas
» 2018 - COP24 - KATOWICE, POLÔNIA
• Elaboração de diretrizes para questões
de transparência, financiamento, a
adaptação e tecnologia para mudanças
climáticas
» 2019 - COP25 - MADRI, ESPANHA •
Brasil segue sem fechar o acordo sobre
o mercado de carbono, além de impedir
menções a oceanos e direitos humanos
» 2021 - COP26 - GLASGOW - ESCÓCIA
• Brasil flexibiliza pontos e um mercado
de carbono passa a ser regulado.
Também são anunciados acordos como
redução de emissões de metano em
30% até 2030
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
15
AbIMAQ EM AÇÃO
Fórum de assuntos trabalhistas aborda temas tributários
Com o objetivo de levar conhecimento
sobre normas trabalhistas
e seus reflexos tributários nas
empresas, em 20 de outubro, o SIN-
DIMAQ (Sindicato Nacional da Indústria
de Máquinas) promoveu um encontro
virtual no qual falou do tema
“Verbas trabalhistas e seus reflexos na
contribuição patronal”.
Contribuição patronal ao INSS é
um tributo devido pela empresa, do
tipo contribuição previdenciária e está
sujeita a alguns princípios constitucionais
como: Legalidade, Anterioridade,
Não-confisco, Capacidade
contribuitiva etc.
O Consultor Jurídico Tributário
da ABIMAQ, Dr. Denis Angher, explanou
sobre a contribuição no setor
industrial e suas duas formas incidência:
folha de pagamento, que é o
modelo clássico, e sobre a receita
bruta, dentro da desoneração da folha
de pagamentos.
“O princípio que se aplica à contribuição
devida pelas empresas, em
qualquer regime, é, dentre outros, a
legalidade, previsto no artigo 150, inc.
I, da Constituição Federal, que venda
a exigência de tributos sem lei que
assim estabeleça”, esclareceu Denis.
As verbas trabalhistas objeto da
apresentação referem-se aos prêmios
e ao terço constitucional das
férias.
A Reforma Trabalhista definiu
que os prêmios são liberalidades
concedidas pelo empregador em forma
de bens, serviços ou valor em dinheiro
a emprego, ou grupo de empregados,
em razão de desempenho
superior ao ordinariamente esperado
não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato
de trabalho e não devem se sujeitar
qualquer encargo trabalhista e
previdenciário. Contudo, para estar
em conformidade com a Solução de
Consulta COSIT nº 151/2019 e não
estar sujeito a contribuição patronal
ao INSS o pagamento do prêmio não
pode decorrer de ajuste prévio entre
a empresa e o empregado e deve ser
concedido em razão de desempenho
superior ao normalmente esperado
Nessa condição, Explica Denis, “é
que os pagamentos feitos pelas empresas
aos colaboradores, com natureza
jurídica e prêmio, não se sujeitam
à incidência da contribuição patronal
ao INSS”.
Na oportunidade, foi exposto entendimento
de que as condições para
não incidência da contribuição sobre
os prêmios (desempenho superior ao
esperado e inexistência de ajuste prévio),
colocadas na Solução de Consulta
seriam mais restritivas que as
definidas na Reforma Trabalhista.
Sobre o terço constitucional das
férias, explicou Dr. Denis, que o Superior
Tribunal de Justiça adotava jurisprudência
sobre a não incidência
da contribuição para o INSS, todavia
o Supremo Tribunal Federal reverteu
esse entendimento ao julgar o Tema
985 das Repercussões Gerais e definir
que “é legítima a incidência de
contribuição social sobre o valor satisfeito
a título de terço constitucional
de férias.”
ABIMAQ participa de reunião com Felipe Salto, Secretário
da Fazenda do estado de São Paulo
APresidência da ABIMAQ, acompanhanda do
departamento jurídico da entidade, foi recebida
pelo Secretário da Fazenda do Estado de
São Paulo, Felipe Scudeler Salto, para tratativa sobre
as melhorias necessárias para a apropriação de
créditos acumulados de ICMS, bem como de sugestões
de aprimoramento do programa ProFerramentaria
para o setor de máquinas e equipamentos.
Os principais temas tratados foram: (i) prorrogação
do crédito outorgado para escavadeira hidráulica,
pá-carregadeira sobre pneus e retroescavadeira,
além da reinclusão da motoniveladora, benefício
cuja vigência vai até 31/12/2022; (ii) ampliação
e aprimoramento do programa Pró-ferramentaria
com a extensão do campo de adesão ao setor
fabricante de máquinas rodoviárias (máquinas para
construção civil e mineração) e, para aquisição de
máquinas-ferramentas e instalações de pintura; (iii)
trabalhos do GT com vistas à criação de regime especial
de suspensão do ICMS nas aquisições de matérias-primas,
produtos intermediários e material
de embalagem na produção de máquinas e equipamentos,
como medida para reduzir geração de acúmulo
de crédito; (iv) adequação do Repetro Industrialização
para dar isonomia tributária aos fabricantes
de equipamentos (inclusive tubulações) localizados
no Estado de São Paulo quando fornecem
para outros Estados.
O saldo do encontro foi positivo para o setor
que está buscando alternativas de utilização do crédito
acumulado do ICMS na tentativa de reduzir o
custo dele para as empresas, além de ser um fator
de atração de empresas fabricantes de ferramental
de produção e de máquinas e equipamentos industriais
para o Estado de São Paulo.
TrEINAMENTOS AbIMAQ
» Confira abaixo a programação de treinamentos disponíveis
para o mês de novembro de 2022.
» Site: www.abimaq.org.br/cursos » Tel.: (11) 5582-6321/5703 » E-mail: capacitacao@abimaq.org.br
17 de novembro → ONLINE - Custo &
Formação de Preços Vendas Indústria
sob Encomenda
17 a 18 de novembro → ONLINE - Líder
Coach e Feedback: ferramentas que
transformam pessoas e negócios
21 a 24 de novembro → PRESENCIAL - NR
12 ESPECIALISTA - Apreciação de Riscos
22 a 25 de novembro → ONLINE -
Técnicas de Apresentação
25 de novembro → PRESENCIAL - Vendas
Externas: Técnicas de Vendas & Visitas
Presencias para Representantes &
Vendedores
29 a 01 de dezembro → PRESENCIAL -
Curso Aplicado em Manuais de
Instruções conforme a NR-12 e ABNT
NBR 16746
31 de novembro → PRESENCIAL -
Criatividade e Inovação para empresas
16 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
WEbINArS
Webinar traz conhecimento sobre os processos
de solda a gás baseados em normas técnicas
O Grupo de Trabalho de Soldagem e Corte da ABIMAQ realizou, em 21 de outubro, um encontro a fim de mostrar
a necessidade de aplicação de normas técnicas sobre os processos de solda e corte a gás
Mário Larco – membro da ABI-
MAQ no GT-Solda, explicou
o significado da normalização
como o cumprimento necessário
de “diretrizes de trabalho”, de
grande importância e de muito valor
para a evolução tecnológica de uma
sociedade industrial, com aplicação
de normas técnicas.
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) é o fórum nacional
de normalização. Divulgação
tecnológica (com metas econômicas,
com conceitos de qualidade e
conceitos de segurança) é a resultante
da ABNT com aplicação de
normas técnicas em geral. A organização
ABNT está constituída para
esta missão por comitês brasileiros
de normalização”. Cada comitê brasileiro
se ocupa com tarefas pertencentes
a um setor industrial, por
exemplo, o CB-004 é o setor de mecânica
encarregado da normalização
técnica para solda e corte a gás.
Solda e corte a gás é o resultado
do fenômeno da combustão com
presença de três componentes:
comburente, combustíveis e energia,
o chamado triângulo da combustão
é parâmetro para a fusão de
metais no caso de solda e corte.
Destacando os critérios de segurança,
Mário ressaltou: “É preciso
que as pessoas tenham conhecimento
dos conceitos estabelecidos na
norma, que além de ressaltar a qualidade
e economia nos processos
ressalta a segurança. Muitos acidentes
podem acontecer diretamente
no transporte com os cilindros de
gás combustível com alta pressão, a
qualquer momento, por falta de manuseio
adequado. Também existem
vários perigos para operários nos
processos de solda e corte. É importante,
por isso, que o operador esteja
protegido com Equipamentos de
Proteção Individual – EPI”.
Dentro da norma, existem certas
características que o operador precisa
conhecer, como por exemplo o
tipo de misturador que é usado, destacam-se:
misturador sem injeção
para processos de solda e aquecimento
e o misturador com injeção
de alta ou baixa pressão para solda
ou corte.
De acordo com Mário, a tecnologia
e normalização ABNT para os
processos de solda e corte significam
qualidade, segurança e economia,
o que forma um tripé necessário
de conhecimentos das diretrizes
tecnológicas, válidos para fabricantes
e usuários na seguinte escala de
comprometimentos:
1. Informação e conhecimento
tecnológico profundo para o
supervisor, engenheiro e coordenador
de soldas com base
nas normas técnicas existentes;
2. Necessidade de aprendizado
básico interno geral na empresa
para todos os envolvidos
com solda e corte a gás, operários
e assistentes. A organização
tem a obrigação de realizar
treinamentos internos
com o objetivo de obter sucesso
nos trabalhos;
3. Necessidade de informação e
aprendizado externo à empresa,
das diretrizes da norma, a
ser dirigido e praticado por fornecedores,
clientes e pelo o
usuário final, a saber por todos
os relacionados com a empresa.
“Essa é a missão do Grupo de
Trabalho de Solda e Corte da ABI-
MAQ, trabalhar para que exista inovação
e um treinamento global não
somente para engenheiros e técnicos,
mas também para operadores e
auxiliares. Estaremos à disposição
para a realização de todos esses processos
de aprendizado”, concluiu
Mário.
TECNOLOGIA E NORMALIZAÇÃO ABNT DE EQUIPAMENTOS PARA PROCESSOS DE SOLDA E CORTE A GÁS
Dispositivos de segurança (Válvulas
Antiretorno & Corta chama)
1. NBr 12176:1999 rev. 2004
Cilindros Identificação do Conteúdo
de gases
2. NBr 11725:2003 / NBr
11749:1992
Válvula do cilindro / Conexões
3. NBr / ISO 2503:2022
Reguladores de pressão
ISO 5171:2009 Manómetros
4. ISO 3821:2019
Mangueiras de borracha
5. NBr /150 5172-2021
Maçaricos para solda/corte
6. ISO 5175-1/2: 2017
Gás
Acetileno
Ar Comprimido
Argônio
Dióxido de Carbono
Hidrogênio
Oxigênio
Nitrogênio
Dióxido de Carbono em argônio
Fórmula Química
C2H2
–
Ar
CO2
H2
O2
N2
–
Cor | Denominação
Parte A
Bordô
Azul segurança
Marrom-canalização
Alumínio
Amarelo segurança
Preta
Cinza claro
Alumínio
Parte B
Marrom-canalização
Notação Munsell
7,5 R 3/8
2,5 PB 4/10
2,5 Y R 2/4
-
5 Y 8/12
-
N 6,5
2,5 Y R 2/4
Observação
-
A fórmula não é marcada no cilindro
-
Para uso industrial
-
-
-
Mistura Binária
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
17
CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS
Francisco Novaes tem mandato prorrogado
por mais um ano como presidente da
Câmara Setorial de Bombas e Motobombas
Francisco Novaes é Diretor na ITT-Brasil, Administrador de empresas e Engenheiro Industrial e atua há 37 anos
na indústria de Bombas e Motobombas.
Em entrevista ao Informaq, Novaes ressalta a importância do trabalho conjunto com as associadas da CSBM
para fortalecer a cadeia de Bombas e Motobombas. Confira a seguir:
Quais os principais desafios
para o setor?
Mesmo na pandemia e agora com o
efeito Guerra na Ucrânia, o segmento
de bombas cresceu consistentemente
em 2021 e nesse ano. O maior desafio
será a manutenção deste crescimento
para 2023 em um ambiente atual de
incertezas, basicamente em função do
momento político e acirrado que vivemos
atualmente.
Como a câmara pretende atuar para enfrentar
esses obstáculos?
Um ponto importante é, que nesses
últimos anos tivemos um incremento
considerado nas exportações, principalmente
para a América Latina e do
Norte, onde acredito que será mantido
esta tendência de crescimento.
No mercado local, a infraestrutura,
saneamento e o agronegócio irão impulsionar
ainda com mais robustez no
próximo ano.
Quais são suas perspectivas?
Mesmo com a incerteza política neste
momento, acreditamos que o segmento
manterá o crescimento histórico
dos últimos anos, pós pandemia, mas
em um ritmo um pouco mais leve.
Quais ações pretende realizar durante
seu mandato em prol das associadas?
Nesta extensão de mais um ano em
meu mandato, onde totalizarei 5 anos
afrente da CSBM, juntamente com
nossa Diretoria, buscaremos um
maior engajamento dos associados para
o fortalecimento e estabelecimento
da Câmara dentro das iniciativas comuns
e benéficas para todos.
Como avalia sua gestão anterior?
Em meio a todos os percalços da Pandemia
e da necessidade dos isolamentos,
buscamos alternativas para as
reuniões ordinárias da câmara com
um incremento de participantes via
ferramentas online e que com a retomada
da “normalidade” esse formato
hibrido com o presencial será uma
constante. Tivemos um aumento de
participações e um maior envolvimento
de alguns associados que optaram
pelas reuniões online e isso será
uma tendência.
18 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS
Djalma Bordignon é o novo presidente da CSVI
Eleito para o biênio 2022-2024, Bordignon assegurou fortalecer ainda mais a cadeia de Válvulas Industriais
“P
ara nós é sempre uma alegria a posse das câmaras,
porque o presidente de uma câmara
da ABIMAQ, além de ser um líder escolhido
pelos seus pares, também representa a plenária, o estatuto
que faz parte da principal diretoria da entidade”,
afirmou José Velloso – presidente executivo da
ABIMAQ em abertura à cerimônia de posse da nova
diretoria da Câmara Setorial de Válvulas Industriais
que aconteceu em 11 de outubro.
Velloso citou o ano eleitoral e reiterou a importância
de vários entes da sociedade fazerem um apanhado
do que se passou e projetar o que gostaria para
o futuro. “A cada quatro anos, várias entidades fazem
esse esforço e a ABIMAQ não é diferente. A entidade
preparou um documento que trata de vários temas
na área de economia, comércio exterior, inovação,
tecnologia e financiamentos, incluindo o que seria
ideal para o novo governo, para a indústria e, em particular
para a indústria de máquinas e equipamentos.”,
completou.
Para Djalma Bordignon, que já conhece a receita
para trabalhar com as câmaras setoriais da ABIMAQ,
Velloso desejou sorte. “Desejo sorte e que tenham
mais uma boa gestão. Estamos aqui para colaborar
para que as câmaras sejam bem-sucedidas nos pleitos
desejados”, completou.
Rodolfo Garcia, da empresa Thermoval, que esteve
à frente da CVI no período de 2017-2022, relembrou
conquistas e relatou o trabalho feito pela câmara.
“Começamos em 2017 com 47 empresas e hoje,
contamos com 56, estamos crescendo e podemos
crescer ainda mais. Nesse período, nosso caixa reserva
também cresceu 57%”, comentou.
“Não é uma despedida, apenas uma mudança de
posto, onde agora como vice-presidente, estarei disponível
para continuar colaborando com a nova gestão
e o novo presidente eleito, Djalma Bordignon, a
quem manifesto meus sinceros votos para que o
mandato de 2022-2024 seja de grande sucesso”, externou
Garcia.
Francisco Matturro, Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, falou sobre
a necessidade de buscar o que é importante para o
setor e para ele, presidir uma câmara na ABIMAQ,
entidade reconhecida por todo país, é uma honra.
Djalma Bordignon agradeceu a oportunidade de
poder estar à frente de uma câmara tão importante
como a de Válvulas Industriais.
“A ABIMAQ completou 85 anos, a CSVI 49 e eu,
45 anos nesse segmento de válvulas industriais. Assumo
meu terceiro mandato na presidência dessa
câmara e pretendo retomar as ações da câmara que
tiveram que ser paralisadas devido a pandemia”,
completou.
Oportunidades de fornecimento às
forças armadas é tema de reunião
ABIMAQ participa de audiência com o Secretário de Produtos de Defesa,
Luis Antônio Duizit Brito
Encontro teve como objetivo apresentar as
oportunidades de fornecimento do setor de
Máquinas e Equipamentos às Forças Armadas
em audiência realizada em 25 de outubro, na
sede da CNI, em Brasília - DF, onde estiveram
presentes: José Velloso – presidente-executivo da
ABIMAQ, João Eduardo Dmitruk, presidente da
Câmara Setorial de Defesa e Segurança - CSDS,
José Wilmar, presidente da Câmara Setorial de
Máquinas, Equipamentos e Componentes do Setor
Aeroespacial – CSAER e Walter Filippetti, Diretor-executivo
de Relações Governamentais da
Entidade, para debaterem sobre os temas: Mostra
BID, Homologação de produtos de defesa e Cadastramento
de empresas estratégicas de defesa.
General Duizide informou sobre a necessidade
de associações participarem da feira Mostra
BID Brasil - um dos mais importantes eventos
do segmento de defesa e segurança do país, a fim
de expor a indústria de defesa e o que o setor pode
oferecer.
Duizide ressaltou também, a importância da
parceria entre as entidades ABIMAQ, Secretaria
de Produtos de Defesa (SEPROD) e a Associação
Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa
e Segurança (ABIMDE), na ampliação de
mercados.
“Além de proporcionar uma visão sistêmica
das potencialidades que permitam atender aos
Projetos Estratégicos das Forças Armadas e gerar
emprego e renda, tem como foco a Política Nacional
e o aprimoramento da produtividade da Base
Industrial de Defesa”, concluiu o general.
João Dmitruk inteirou que é necessário entender
assuntos como o de cadastramento de produtos
em empresas de defesa. “Podemos fazer uma
apresentação ao SEPROD para melhor posicionamento
e evolução, com a finalidade de gerar soluções
para cadastramento junto às Forças Armadas
e fomentar demandas de produção nacional e
internacional para a base de defesa”.
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
19
CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS
Panoramas Setoriais e cenário econômico são
apresentados em reunião conjunta das Câmaras
Aeroespacial e Defesa e segurança
Encontro hibrido, realizado em 13 de outubro, em conjunto com o Cluster Aeroespacial do Parque
Tecnológico de São José dos Campos, visa esclarecer e incentivar o setor a usufruir dos benefícios
aplicados à indústria de defesa
“O
Cluster do Parque Tecnológico
é um trabalho que
objetiva integrar todo o
desenvolvimento que é feito no setor
militar, com toda a tecnologia do
setor privado que vai nos permitir
caminhar mais rápido para o desenvolvimento
da tecnologia”, informou
Jeferson Cheriegate, diretor
geral do Parque Tecnológico em
abertura ao evento.
Segundo Jeferson, três áreas da
economia brasileira tiveram grande
transformação nas últimas décadas:
Aeroespacial, Óleo e Gás e o Agro.
“Hoje está em desenvolvimento
mais seis novas áreas como estas, e
o Parque está envolvido nesta
ação”, afirmou.
José Wilmar de Mello – Presidente
da Câmara Setorial de Máquinas,
Equipamentos e Componentes
do Setor Aeroespacial e Defesa
(CSAER) e diretor da ABIMAQ
na Sede Regional do Vale do Paraíba,
apresentou sua visão do setor
aeroespacial mostrando que desde
o acidente com o voo 302 Ethiopian
Airlines, em 2019, começou a mudar
o setor aeronáutico, mesmo
ano em que houve a certificação
dos aviões comerciais da família E2
da Embraer.
“Já no início de 2020, com o advento
da pandemia, fronteiras foram
fechadas potencializando ainda
mais a crise no setor dessa forma,
com todos esses problemas, as empresas
tiveram que se reinventarem
Preocupado com a
transição que o mercado
está passando e atentos
a aproveitar as novas
oportunidades que estão
surgindo, a CSAER
juntamente com a Frente
Parlamentar da ABIMAQ,
tem trabalhado com
objetivo de criar um
programa onde as
empresas do setor
possam ter acesso
facilitado a materiais,
insumos aeronáuticos etc,
com carga tributária
reduzida (PIS, Cofins,
ICMS etc) de forma que
essas empresas possam
ser competitivas no
mercado global.
e muitas novas ideias e inovações
começaram a surgir, por isso da necessidade
de somar esforços é fundamental
para o sucesso do setor”
concluiu Wilmar.
E por fim, preocupado com essa
transição que o mercado está
passando e atentos a aproveitar as
novas oportunidades que estão
surgindo, a CSAER juntamente
com a Frente Parlamentar da ABI-
MAQ, tem trabalhado com objetivo
de criar um programa onde as
empresas do setor possam ter
acesso facilitado a materiais, insumos
aeronáuticos etc, com carga
tributária reduzida (PIS, Cofins,
ICMS etc) de forma que essas empresas
possam ser competitivas no
mercado global.
João Eduardo Dmitruk – presidente
da Câmara Setorial de Defesa
e Segurança da ABIMAQ (CSDS),
falou sobre o setor e as atividades
da Câmara. Segundo ele, o cerne
principal é focar em três pilares: catalogação
de produtos, homologação
de pequenas e médias empresas
e aproximação entre as entidades
governamentais e não governamentais.
“O setor de defesa é um
serviço que exige qualidade”, inteirou
Dmitruk.
Jairo Guimarães e Souza, que
atua nas câmaras de Defesa e Óleo
e Gás, certificou que o mercado-foco
sempre foi o mercado naval e trabalha
em parceria com a CSDS por
causa da marinha.
Jairo explicou os programas no
segmento de defesa e mapeou os
projetos a fim de conseguir oportunidades
reais que a indústria brasileira
conseguisse participar. “Dentro
da câmara de Óleo e Gás, foi
criado o GT-Naval, pois havia interesse
no mercado comercial, naval
e no mercado militar. O nosso objetivo
é trabalhar dentro dos programas
de defesa”.
Marcelo Nunes – diretor de Desenvolvimento
e Negócios do Parque
Tecnológico de São José dos
Campos, trouxe a qualificação do
setor para o mercado e a inovação.
Segundo Nunes, o Parque possui
uma base qualificada e muito
bem preparada para o mercado global.
Isso se dá ao investimento não
só a nível de governo, mas principalmente
das próprias empresas de
acreditar na potência que de criar a
partir da clusterização. “Globalmente
já temos essa política com o
fortalecimento da cadeia espacial e
naval e, aqui trabalhamos isso fortemente
dentro na nossa cadeia”.
Nunes explicou que o Parque
possui mais de 16 anos de história,
mais de 100 empresas associadas e
os setores de aeronáutica, defesa e
espaço estão se fortalecendo. “A
ABIMAQ é um parceiro muito forte
em todas as ações que temos com o
cluster, inclusive estratégicos que
estão sendo chamados para fazermos
uma discussão de caminhos a
serem traçados”.
20 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS
ABIMAQ rio de Janeiro promove visita
ao Estaleiro Jurong Aracruz
No mês de outubro, a SRRJ realizou um
programa de visita ao Estaleiro Jurong
Aracruz (EJA), localizado no Espírito
Santo, onde será construído o novo Navio de
Apoio Antártico (NApAnt), da Marinha do Brasil.
Na ocasião, uma comitiva composta por 30
representantes de empresas associadas à
ABIMAQ visitou as instalações industriais do
Estaleiro e assistiram às palestras sobre os
requisitos para cadastro na base de fornecedores.
Estiveram presentes o Vice-presidente da
Câmara Setorial de Defesa e Segurança da
ABIMAQ (CSDS), Leandro Pinto e o
Coordenador do GT-Naval, Jairo Guimarães
em que expuseram as principais atividades
do setor.
› NOVAS EMPrESAS ASSOCIADAS
» Agrocab Implem. e Cabinas Agrícolas
Ltda • Ibirá - SP
» Aurotec Ind. e Com. de Peças Ltda •
Presidente Prudente - SP - A parceria
com a ABIMAQ ajuda a impactar, de
forma efetiva o nosso relacionamento
com os clientes.
» Bouwman Tecnologia Agropecuária
Ltda - CIA. DA SILAGEM • Castro - PR
» Brumetal Indústria e Comércio Ltda
• Ibiraçu - ES
» Cacciatori Manutenção de Máq. e
Equip. Ltda - CACCIATORI MÁQUINAS
• São Paulo - SP
» Cajumáquinas Máquinas e Projetos
Ltda - COLHICANA • Cajuru - SP - É
gratificante a Cajumáquinas/Colhicana
ser parceira da ABIMAQ.
» CJP Serviços Administrativos de
Negócios Ltda • Jaraguá do Sul - SC
» Engemarq - Engenharia e Consultoria
Ltda • Luziânia - GO
» Fercom Indústria e Comércio Ltda •
São Paulo - SP
» FJM Engenharia e Tecnologia - G-
IATECH • Campinas - SP - Nós da G-
iatech prezamos pela técnica e paixão
e, vimos na ABIMAQ uma
oportunidade ímpar de exercer aquilo
que sabemos fazer de melhor (gerar
modelos de negócios inovadores).
Com a credibilidade e assistência que
a ABIMAQ oferece, temos certeza de
que satisfaremos com excelência a
demanda da indústria nacional. #parceriadesucesso
» Gholias Tecnologia Industrial S.A •
Joinville - SC - Nos associamos a ABI-
MAQ para destacarmos nossa marca
a nível nacional e participarmos do
eco sistema de inovação, afim de reforçarmos
o nosso propósito que é
elevar a produtividade industrial para
níveis de classe mundial.
» Globus Sistemas Eletrônicos Ltda -
GLOBUS ELETRONICS • Porto Alegre -
RS - A Globus se associou a ABIMAQ
com o intuito de fortalecer o relacionamento
com o setor de manufatura de
máquinas agrícolas, assim como para
estar mais próxima das novidades
desse mercado. Nosso foco é compreender
melhor como a Globus pode
auxiliar com o desenvolvimento de novas
tecnologias em controle eletrônico
para ser parte importante do crescimento
desse segmento, que possui
grande potencial tanto no Brasil como
no exterior.
» Hyperflow Sistemas de Tratamento
de Água Eireli • Blumenau - SC - ABI-
MAQ uma referencia com 85 anos
onde queremos participar desta historia
de sucesso, pois temos cllientes
com o mesmo potencial.
» I-Sensi Tecnologia da Informação
Ltda - I-SENSI • São Paulo - SP - Fazer
parte da ABIMAQ contribui de sobremaneira
para que a I-SENSI esteja
a frente no desenvolvimento de soluções
para a Indústria 4.0 e melhoria da
produtividade da indústria Brasileira
O alto nível das relações institucionais
e técnicas promovidas fazem com que
a ABIMAQ e seus associados ocupem
lugar de destaque no panorama industrial
do Brasil.
» Imex Metalúrgica Ltda - IMEX ES-
TRUSORAS • Sapucaia do Sul - RS
» JR Acessórios Eireli - TRANSLASER
• Florianópolis - SC - Nos associamos
a ABIMAQ por ser a maior associação
do país no ramo de maquinas industriais.
Tal relevância é muito importante
para nosso crescimento pois agora estamos
cercados de ótimas pessoas e
empresas.
» JVS Equipamentos para Automação
Industrial Ltda • Itatiba - SP
» Karoline Barbosa dos Santos Eireli -
KBS • Santa Cruz do Sul - RS
» Lupus Equip. para Lubrificação e
Abastecimento Ltda - LUPUS LUBRI-
FICAÇÃO • Cerquilho - SP - A razão
pela qual o Grupo Lupus se associou a
ABIMAQ é porque compartilhamos da
mesma ideologia de reforçar o compromisso
em prol do desenvolvimento da
indústria brasileira.
» Maq Bat Máquinas e Equip. para
Baterias Eireli • Apucarana - PR
» Multotec Brasil Processos Minerais
Ltda • Contagem - MG
» OMD do Brasil Sistemas e Comércio
de Eletrônicos Ltda • Sertãozinho -
SP
» P.Ometto & Cia Ltda - SOPRO LIVRE
• Araras - SP - Optamos por associarmos
à ABIMAQ pela seriedade e comprometimento
na parceria com as Indústrias
de Máquinas, disponibilizando
suporte em consultorias, networking,
inovações tecnológicas e diversos serviços
objetivando o fortalecimento de
nossa marca, contribuindo no desenvolvimento
e progresso de nossa empresa,
com o compartilhamento de
oportunidades.
» Prime Indústria e Comércio de Máquinas
Ltda - PRIME MÁQUINAS •
Bento Gonçalves - RS - Definimos nos
associarmos à ABIMAQ para termos
uma associação ao nosso lado que defenda
nossos interesses junto ao governo
e suas politicas. Nosso produto
para geração de energia renovavel é
único e revolucionário e para isso precisamos
de parceiros que tenham um
conceito de defender a empresa nacional,
como a ABIMAQ.
» Process Engenharia de Projetos
Ltda • Curitiba - PR
» R.C.O. & Siti Máquinas e Equipamentos
Ltda -GRUPO RCO • Mogi-
Guaçu - SP
» R&E Manutenção Industrial Ltda -
RHINO • Novo Hamburgo - RS - A
Rhino Máquinas está sempre em busca
de novidade e excelência para o nosso
cliente, por isso decidimos nos associar
a ABIMAQ, para trazer ainda mais experiência
e Know how para a marca.
» Robertus Bernardus Gerhardus
Steijntjes - DDDROP • São Paulo - SP
- A DDDROP, se junta à ABIMAQ por
compartilhar com seus valores acreditando
no mercado industrial brasileiro
trazendo o que há de mais moderno
em tecnologia de produção aditiva!
» SGA Soluções em Energia e Comércio
S.A • São Paulo - SP
» Somatecblocking Uf Eletroeletrônicos
Ltda • São Paulo - SP - "Para nós é
uma satisfação fazer parte de uma instituição
tão distinta.Buscaremos sempre
nos aprimorar com os conteúdos e
o auxílio de vocês e estamos à disposição
para também agregar no que pudermos
ser úteis."
» "Theodoros Megalomatidis, Sistemas
Amb., Anti-Cracas, Anti-
Algas,Ind., Com., Imp. e Exp. Eireli -
ANTI ALGAS" • Guarujá - SP
» TK Elevadores Brasil Ltda - TK ELE-
VATOR BRASIL • Guaíba - RS
» Trivelato Ind. de Geradores Ltda -
TRIVELATO ENERGIAS RENOVÁVEIS •
Uberlândia - MG
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
21
FEIrAS
rio Oil & Gas tem
recorde de
58 mil visitantes
Retomada em formato presencial foi marcada
por mais 400 expositores
A20ª edição da Rio Oil & Gas
encerrou com número recorde
de participações: mais de
58 mil visitantes durante os quatro
dias do evento que contou com
mais de 400 expositores, reunidos
em um espaço de mais de 51 mil m 2 .
No total foram 268 horas de
conteúdo presencial e 450 online.
“Deixamos um legado muito importante
de conhecimento para o
nosso setor, nessa retomada no
formato presencial, em um local
acessível e democrático”, ressaltou
Fernanda Delgado, diretoraexecutiva
Corporativa do Instituto
Brasileiro de Petróleo e Gás, o
IBP, na cerimônia de encerramento
do evento.
Pela primeira vez, a Rio Oil &
Gas foi realizada em 6 pavilhões
do Boulevard Olímpico, local que
deve sediar a próxima edição do
evento 2024, segundo Delgado.
A feira contou com a participação
da ABIMAQ que reuniu em
dois espaços coletivos as empresas
Wika do Brasil, Neuman & Esser,
Vulkan do Brasil, Ricefer, Cabos
Lapp, John Crane, Coester, Altra
Motion e Gascat, além de outras
associadas que participaram com
seus estandes individuais nos espaços
da feira.
Em edição histórica,
Mercopar bate recorde
de público e de negócios
Feira contabilizou R$ 430 milhões em negócios
gerados, um crescimento de 77% em relação
ao ano anterior e 35 mil visitantes foram
recebidos no evento.
Depois de quatro dias de intensa programação,
a 31ª edição da Mercopar fez história. Promovida
pelo Sebrae RS e pela Fiergs, a feira de
inovação industrial da América Latina recebeu um
público de 35 mil visitantes, somados acessos presenciais
e virtuais, e contabilizou mais de R$ 430
milhões em negócios gerados – um crescimento de
77% em relação ao ano anterior.
A Mercopar deste ano reuniu 512 expositores
dos segmentos metalmecânico, tecnologia da informação,
energia e meio ambiente, borracha, automação
industrial, plástico, eletroeletrônico, movimentação
e armazenagem, sendo 80 deles startups.
Somadas às gaúchas, estiveram presentes empresas
dos estados de CE, ES, MG, PE, PR, RJ, SC,
SP e do DF. Em 2022, além de ter retomado os quatro
dias de programação, o evento expandiu de forma
considerável ao ampliar em 60% a área ocupada,
totalizando 32 mil metros quadrados de espaço
físico. O evento atendeu ou superou as expectativas
para 98% das empresas expositoras, que também
expressaram a intenção de retornar à Feira na
próxima edição.
“É uma edição que confirma a tendência de um
bom momento para a geração de negócios. A Mercopar
é uma vitrine da força econômica da indústria
nacional, integrando agentes públicos e privados,
desde empresas mais tradicionais e consolidadas
até startups em pleno desenvolvimento”, destacou
o presidente do Sistema FIERGS e do Conselho
Deliberativo Estadual do Sebrae RS, Gilberto
Porcello Petry.
A ABIMAQ, uma das entidades apoiadoras do
evento, esteve presente e mais de 20 empresas associadas
da entidade também marcaram presença,
apresentando suas novidades tecnológicas.
Para Hernane Cauduro, Diretor Regional da
ABIMAQ e também expositor na feira, “a Mercopar
em 2022 se consolida como feira de Inovação e tecnologias
para indústria de transformação”.
A próxima Mercopar já tem data marcada, será
de 17 a 20 de outubro de 2023.
22 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
FINANCIAMENTOS
Finep reduz taxas de financiamentos
AFINEP – Financiadora de Estudos
e Projetos apoia as atividades inovadoras
das empresas brasileiras,
com vistas ao aumento da competitividade
nacional e internacional. O apoio da
FINEP abrange todas as etapas do ciclo
de desenvolvimento tecnológico: pesquisa básica,
pesquisa aplicada, inovações e desenvolvimento de
produtos, serviços e processos.
Recentemente houve alteração da composição
da taxa de juros de TJLP (taxa de juros a longo prazo)
para TR (taxa referencial), no qual é divulgada
diariamente pelo Banco Central do Brasil.
FINEP INOVACRED E FINEP INOVACRED CONECTA
› Linha: Finep Inovacred
Essa medida trará para os empresários
redução nas taxas de juros dos financiamentos,
com a expectativa de beneficiar,
as pequenas e médias empresas. A nova
regra é retroativa a 29 de agosto e passa a
valer, inclusive, para projetos já aprovados
pela Finep, mas que ainda aguardam os trâmites finais
para contratação.
Conheca as novas taxas nas tabelas a seguir.
O Departamento de Financiamentos preparou
um material com as principais linhas de crédito voltada
para inovação, acesse o Guia de Inovação
(https://tinyurl.com/yhaxpbmh).
Objetivo Porte Valor Taxa Prazo/ Participação
Econômico Financiamento Carência
Financiar projetos de
desenvolvimento de novos
produtos, processos ou serviços
e aprimoramento dos já
existentes. Ampliar a
competitividade das empresas
no âmbito regional e nacional.
› Linha: Finep Inovacred Conecta
FINEP INOVACRED 4.0
Apoiar a formulação e
implementação de soluções de
digitalização que abarquem a
utilização, em linhas de
produção, de serviços de
implantação de tecnologias
habilitadoras da Indústria 4.0.
FINEP INOVACRED EXPRESSO
Financiamento de operações
com fluxo operacional
simplificado, que visa facilitar o
acesso ao crédito para as micro,
pequeno e médio porte nos seus
esforços de inovação.
Micro e
Empresa de
Pequeno
Porte (EPP)
Pequena
Média I e II
Micro e EPP
Pequena
Média I e II
Objetivo Porte Valor Taxa Prazo/ Participação
Econômico Financiamento Carência
Micro e EPP;
Pequena
Média I e II;
Grande
Até R$ 15
milhões
Até R$ 15
milhões
Até R$ 15
milhões
TR + 4,2% a. a.
TR + 5,5% a. a.
Objetivo Porte Valor Taxa Prazo/ Participação
Econômico Financiamento Carência
TR + 4,2% a.a.
TR + 5,5% a.a.
TR + 4,2% a.a.
TR + 5,5% a.a.
Até 8 anos,
incluída
carência de
até 2 anos
Até 96 meses,
incluída
carência de
até 24 meses
Até
48 meses,
incluída
carência
de até
12 meses
Até 90%
Até 80%
Objetivo Porte Valor Taxa Prazo/ Participação
Econômico Financiamento Carência
Finep Inovacred + condições
diferenciadas quando abarcar
cooperação com ICTs. Do valor
financiado, pelo menos 15% para
ICTs (EMBRAPII, Centros
Nacionais de Inovação,
SIBRATEC, SENAI etc.)
Micro e EPP;
Pequena
Média I
Média II e
Grande
Até R$ 15
milhões
TR + 4,2% a. a.
TR + 5,5% a. a.
Até 11 anos,
incluída
carência de
até 3 anos
Até 100%
Até 90%
Até 80%
Até 100%
Caixa lança Programa
de renegociação
de Dívida
OPrograma Você
no Azul, foi lançado
pela Caixa
para renegociação de
dívidas com descontos para pessoa jurídica e
física, podendo beneficiar 400 mil empresas e
4 milhões de pessoas físicas, com vigência até
29/12/2022.
O valor atrasado pode ser quitado de uma
só vez com desconto especial de até 90%, variando
de acordo com o tipo de empréstimo e
a situação individual de cada contrato.
É possível renegociar contratos:
» Pronampe, FAMPE e FGI - Pagar as parcelas
em atraso das operações FAMPE,
PRONAMPE e FGI, com dispensa parcial
ou total dos juros e multa por atraso. Pausar
contrato PRONAMPE em até 12 parcelas.
» Crédito Rural – Renegociar Crédito Rural
de forma parcelada ou prorrogar o vencimento
da operação, conforme a situação
da colheita/produção, regularização de
contrato em atraso com desconto de juros
e multa.
» Cartão de Crédito – Parcelar sua fatura de
cartão de crédito, com taxas especiais para
atrasos de até 69 dias e acordo de parcelamento
da dívida ou liquidação à vista
com desconto para contratos acima de 69
dias de atraso.
» Empréstimo - Renegociar com unificação
de diferentes tipos de dívida comerciais
em um único contrato, com maior prazo
(até 96 vezes), menor prestação e carência
para o primeiro pagamento.
Incorporar ao saldo devedor até 06 parcelas
em atraso, condicionado ao pagamento de
entrada.
Para renegociar procure sua agência de relacionamento
ou pelos canais de aplicativo e
whatsapp 0800 104 0 104.
› SAIBA MAIS
O Departamento de Financiamentos da ABIMAQ
estará à disposição das empresas associadas
para esclarecer as dúvidas, devendo as consultas
ser enviadas ao e-mail defi@abimaq.org.br.
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
23
FINANCIAMENTOS
BNDES reduz spread na linha para
a produção de bens à exportação
Alinha de crédito que
apoia a produção
de bens para exportação
- Exim Pré-embarque, recentemente
teve mudanças com o
propósito de ofertar melhores condições
no financiamento.
Conheça as alterações:
» O aumento de prazo, que vai
agora até 60 meses (antes era
48) para o Grupo I, que inclui
(bens de capital): máquinas,
equipamentos, ônibus, caminhões,
entre outros;
» Redução dos spreads;
» A criação do grupo de máquinas
e equipamentos eficientes, com
o spread reduzido.
EXIM PRÉ-EMBARQUE
TAXA
DE
JUROS
Custo Financeiro
Remuneração
do BNDES
Remuneração do
Agente Financeiro
PRAZOS
PARTICIPAÇÃO
Crédito para Pagamento 13º Salário
Os itens que podem ser
apoiados nas condições do
Exim Pré Maquinas e Equipamentos
Eficientes incluem da
lista do Finame 4.0 e da lista do
Finame Baixo Carbono;
» Apoio (para financiamentos em
dólar) com custo também em
SOFR ou Treasury, que, em geral,
são um pouco mais baixas
que a Libor.
Confira as condições para operações
contratadas até 31/12/2022,
no limite ao equivalente em dólares
a R$ 150 milhões por Grupo
Econômico, incluindo as operações
efetuadas nas modalidades direta e
indireta:
Equipamentos Eficientes
Bens no Grupo I
100% TLP ou Libor ou Treasury ou SOFR ou TS*
0,65% a.a. 0,75% a.a.
a ser negociada entre o
Agente Financeiro e o Cliente
Embarque: 5 anos
Amortização: 4 anos
MPME: até 100% do valor do Compromisso de
Exportação no Incoterm FOB, expresso em
dólares dos EUA ou em euros.
Grande: até 80% do valor do Compromisso de
Exportação no Incoterm FOB, expresso em
dólares dos EUA ou em euros.
* No caso de operação com Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME),
também é permitido o uso da Taxa Fixa do BNDES.
Com a aproximação
do pagamento
de 13º salário, o
Departamento de Financiamento
da ABI-
MAQ preparou uma
coletânea com as opções
de financiamento
para capital de giro de diversas
Instituições Financeiras.
Para aumentar as possibilidades
de acesso ao crédito para
as micro, pequenas e médias empresas,
o PEAC FGI é um instrumento
utilizado para complementar
garantias de operações
de financiamento, inclusive para
capital de giro, seja com recursos
das próprias instituições financeiras
ou do BNDES.
Muitas vezes, o
empréstimo não se
concretiza porque a
empresa não consegue
oferecer garantias
suficientes para ter o
crédito aprovado. Utilizando
o PEAC FGI, pode
ampliar as chances, pois compartilha
o risco assumido pelo
banco.
No link abaixo apresentamos
um quadro contendo informes
resumidos sobre as linhas de crédito
disponibilizadas pelos bancos
e cooperativas.
Acesse o material em:
https://tinyurl.com/j9wa2tmx
COMÉrCIO EXTErIOr
Agenda de Negociações do
Mercosul: saldo e perspectivas
para o próximo ano
Canadá pode ser priorizado e Acordo com
Singapura deve ser assinado em novembro
Dentro de um cenário
de dificuldades
econômicas
e políticas globais, o
Mercosul busca encerrar
o ano e a Presidência
Pro Tempore Uruguaia
com a assinatura do
Acordo com Singapura, atualmente
na fase de revisão legal,
na Cúpula de Presidentes. Ainda
na frente extrarregional, a tentativa
de avançar na aprovação do
acordo negociado com a União
Europeia (UE) se consolida
como esforço permanente do
bloco, mas sem resultados significativos.
Segundo o Ministério
das Relações Exteriores (MRE),
o momento é de preparar as bases
para retomada efetiva das negociações
no ano que vem.
Em reunião realizada com a
ABIMAQ em outubro de 2022, o
diretor do Departamento de Negociações
Comerciais do MRE,
Ministro Philip Fox-Drummond
Gough, ressaltou que o Canadá
tem o potencial para ser a agenda
prioritária no próximo ano. As
negociações com o país, lançadas
ainda em 2018, se encontram
num estágio avançado, já na sétima
rodada. A pandemia de Covid-19,
no entanto, provocou uma
paralisação significativa no andamento
das tratativas. Embora
o setor de Máquinas e Equipamentos
responda a uma pequena
parcela do valor exportado atualmente
para o país, segundo estudo
da Coalizão Empresarial
Brasileira (CEB), realizado em
2014, do conjunto de 270 produtos
com potencial de venda no
mercado canadense, 45 pertencem
ao setor, com destaque para
motores, bombas, compressores
e equipamentos de transmissão
e os tratores e máquinas e equipamentos
para a agricultura
e pecuária.
A política ambiental
brasileira, em especial
para a Amazônia,
ainda não tem apresentado
impactos significativos
sobre o posicionamento
canadense em relação à
negociação do acordo. O governo
do país tem se resguardado no
fato de que o acordo inclui disposições
de proteção ao meio
ambiente.
Em relação ao acordo com a
UE, o saldo atual aponta para um
número muito grande de questões
complicadoras nas negociações:
se, por um lado, ainda restam
assuntos não encerrados,
havendo resistência argentina sobre
o tema das Indicações Geográficas
(IGs), por outro, o texto
do acordo - em fase de revisão
legal - enfrenta oposição consolidada
em relação ao uso do splitting,
uma estratégia para aprovar
apenas a parte do acordo sobre
liberalização comercial, evitando
a necessidade de unanimidade
no Conselho Europeu e de ratificação
nos parlamentos nacionais.
A side letter europeia sobre
compromissos ambientais adicionais
do Mercosul, por sua vez,
existe, mas seu envio ainda depende
da aprovação de todos os
Estados-membros.
Por fim, as negociações com
Coreia do Sul e Indonésia se encontram
sem avanços significativos.
No primeiro caso, permanece
o impasse nas negociações,
já que não se encontrou receptividade
do lado coreano para aceitar
a nova oferta do bloco após a
saída da Argentina das tratativas.
Em relação à Indonésia, a primeira
rodada de negociações só
será realizada ano que vem.
24 INFORMAQ Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
COMÉrCIO EXTErIOr
ABIMAQ e ApexBrasil negociam
aditivo do Programa Brazil Machinery
Solutions para o ano de 2023
Com o fim da vigência do atual convênio, BMS deve
ser estendido até setembro do próximo ano
Com o objetivo de
dar continuidade
às ações de promoção
das exportações
brasileiras de máquinas
e equipamentos, ABIMAQ e Apex-
Brasil negociam a extensão do projeto
setorial Brazil Machinery Solutions,
parceria de 22 anos entre a
Associação e a Agência. O atual Convênio
de Cooperação Técnica e Financeira
do Programa Brazil Machinery
Solutions tem data prevista de
encerramento para o mês de março
de 2023. Com os cancelamentos e
postergações de ações antes previstas
para 2021 - impactadas pela pandemia
e pela mobilidade internacional
reduzida - outras ações deverão compor
o calendário que se estenderá até
o mês de setembro de 2023.
Muitas das ações
que não aconteceram
nos dois últimos anos
foram postergadas e
aconteceram ou estão
previstas para acontecer entre os
anos de 2022 e 2023. A equipe do
programa BMS, com o apoio das
empresas participantes, colaborou
para a construção de uma agenda
tentativa que deve englobar ações
de bastante importância para as empresas
do setor, focada nas necessidades
e mercados dos fabricantes
de máquinas e equipamentos e na
estratégia de promoção comercial
desenvolvida em 2022.
A programação para o período de
extensão conta com o já tradicional
Projeto Comprador Agrishow - ação
na qual potenciais compradores estrangeiros
são convidados para reuniões
presenciais com empresas brasileiras
fabricantes de máquinas e
equipamentos -, o Projeto Imagem
para as feiras Expomafe, Plástico
Brasil e Agrishow - ação na qual formadores
de opinião e jornalistas são
convidados pelo programa para conhecer
as principais tecnologias desenvolvidas
pelas empresas brasileiras
nas feiras da ABIMAQ, além das
feiras internacionais: Expomin
(Chile, para o setor de mineração),
Nampo (África do Sul, para o setor
agrícola), Interpack (Alemanha, para
o setor alimentício e de embalagens),
para mencionar algumas.
“É muito importante para as empresas
brasileiras o apoio do programa
BMS. A participação já usual
no projeto acaba sendo incorporada
à estratégia de atuação internacional
das fabricantes nacionais de máquinas
e equipamentos. Caso a proposta
de aditivo seja confirmada, as empresas
poderão contar com o nosso
suporte para garantir presença nas
ações mais importantes para o setor”,
comenta a Diretora Executiva
de Mercado Externo da ABIMAQ,
Patrícia Gomes, a respeito da relevância
e estratégia das ações do projeto
setorial. A primeira ação que deverá
compor o calendário adicional
é uma rodada de negócios, prevista
para acontecer em Belo Horizonte,
com foco no setor de mineração.
Participe do Programa de promoção
das exportações do setor de máquinas
e equipamentos, o Brazil Machinery
Solutions (BMS). Acesse:
https://tinyurl.com/7zzvdd5z
Messe Düsseldorf/ctillmann
70º aniversário da feira K, maior evento
da indústria do plástico para o mercado
europeu, marca a edição de 2022
Empresas brasileiras reforçam a importância da indústria nacional com
participação na feira, apoiada pelo programa Brazil Machinery Solutions
Aproximadamente 175 mil visitantes
visitaram a edição de 2022 da
feira K, na cidade alemã de Düsseldorf,
entre os dias 19 e 26 de outubro.
Apesar da queda de visitantes, quase
21% em comparação à edição de
2019, a feira foi espaço de intensas negociações,
apresentação de tecnologias inovadoras
e discussões importantes acerca do uso do plástico.
A centralidade da tecnologia alemã na cadeia global
do plástico e da borracha é reconhecida mundialmente,
o que reforça a feira K como vitrine internacional
para tudo o que se discute a respeito do
produto e seus derivados.
A feira K é realizada a cada três anos, e a edição
de 2022 marcou seu septuagésimo aniversário. Os
dados da organização confirmam que mais de 175
mil visitantes, oriundos de 157 países, visitaram a
edição de 2022. Destes visitantes, cerca de 70% eram
de fora da Alemanha, com principais origens
nos Países Baixos, Itália, Turquia,
França, Bélgica, Polônia e Espanha. A reduzida
participação de visitantes chineses
ajuda a explicar a queda de participantes,
já que o país enfrenta novos surtos
de Covid-19 e tem aplicado severos
regulamentos de quarentena.
As empresas brasileiras CARNEVALLI, ELETRO-
FORMING (LAKATOS), MECALOR e RULLI
STANDARD estiveram presentes e expuseram na
edição 2022 com o apoio do programa Brazil Machinery
Solutions. “Por meio de um apoio individualizado,
pudemos garantir a participação de 4 empresas
brasileiras fabricantes de tecnologia para o setor. A
ação é fundamental para dar visibilidade à tecnologia
desenvolvida e produzida no Brasil”, reforça Patrícia
Gomes, Diretora Executiva de Mercado Externo da
ABIMAQ. A economia circular do plástico, mudanças
climáticas e processo de digitalização foram temas
recorrentes nas apresentações que aconteceram durante
os oito dias de feira. Reforçando a participação
institucional da ABIMAQ, o Presidente da Câmara
Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria
do Plástico (CSMAIP), Sr. Amilton Mainard, também
esteve presente e representou a Associação em reuniões
com outras associações internacionais e representantes
da feira, durante os dias de evento.
O setor de máquinas e equipamentos para a indústria
plástica e gráfica tem se recuperado das quedas
nas exportações nos anos de 2019 e 2020. O ano
de 2021 apresentou números bastante positivos, ainda
que inferiores aos de 2017. A recuperação no ano
de 2022 tem acontecido de maneira bastante positiva.
Quando comparado ao primeiro semestre de
2021, o primeiro semestre de 2022 apresentou um
acréscimo de 34% nas exportações, totalizando
aproximadamente 56 milhões de dólares.
Ano XXIII • nº 271 • Novembro de 2022
INFORMAQ
25
ECONOMIA
» Departamento de competitividade, economia e estatística
Acesse as pesquisas e estudos especiais do setor. » Tel.: (11) 5582-6347
» Site: https://bit.ly/2TRFF5z » E-mail: deee@abimaq.org.br
Desempenho do setor de máquinas e equipamentos apresenta
nova alta em setembro, mas tendência do ano é de queda
› QUADRO GERAL
Em setembro de 2022 a indústria brasileira de
máquinas e equipamentos registrou crescimento
nas receitas líquidas de venda. No período houve
incremento tanto na comparação com o mesmo
mês do ano anterior (0,1%) como na comparação
mensal com ajuste sazonal (2,6%). No ano
( jan/set22), o setor reduziu a queda acumulada
para 4,4%, ante -5,1% em agosto. Este número
resultou da melhora nas vendas no mercado
doméstico, as exportações quando medidas em
reais recuaram no mês de setembro.
As exportações de máquinas e equipamentos
recuaram para US$ 1,04 bilhão, anulando parte
do crescimento do mês de agosto. No mês
agosto o setor havia exportado US$ 1,26 bilhão
em máquinas e equipamentos, o melhor
resultado desde out2012. Apesar do recuo no
ano ( jan/set22), o setor exportou US$ 8,9
bilhões, um crescimento de 25,2% sobre o
mesmo período de 2021, o equivalente a 20% da
receita total do setor. Em quantum (unidades
físicas), o crescimento das exportações do
período foi de 12,8%.
O mês de setembro de 2022 registrou queda
nas importações de máquinas e equipamentos em
relação ao mês de agosto (-1,9%), mas crescimento
de 12,8% em relação ao mesmo mês do ano
anterior. Na ponta, ainda que setembro tenha
registrado leve recuo, as importações encontramse
em patamar elevado (acima de US$ 2 bi),
próximo ao observado no período anterior à crise
financeira iniciada em 2015. No ano ( jan/set22),
houve um incremento de 13,2% nas importações
de máquinas e equipamentos no Brasil, um total de
US$ 18,2 bi ante US$ 16,0 bi no mesmo período de
2021, ou de 8,7% em unidades físicas.
O consumo aparente de máquinas e
equipamentos, resultado da soma das máquinas
importadas com as produzidas localmente e
direcionadas ao mercado interno, registrou
crescimento na comparação com o mês anterior
de 4,4% com ajuste sazonal. Na comparação
interanual, o consumo também cresceu (+0,7%)
interrompendo uma série de 8 quedas
DESEMPENHO MENSAL • RECEITA LÍQUIDA
PERÍODOS SELECIONADOS - EM R$ BILHÕES
42,0
33,0
24,0
15,0
6,0
Mês / Mês anterior = +4,7 (+2,6% CAS)
Mês / Mês do ano anterior = +0,1%
Média 2010 - 2013 Média 2016 - 2017 2020 2021 2022
consecutivas neste tipo de comparação.
No período, houve crescimento de 2,3% na
aquisição de máquinas produzidas localmente,
mas queda de 3,1% nas importações quando
medidas em reais.
› NUCI, PEDIDOS e EMPREGOS
No mês de setembro de 2022, o nível de ocupação
da capacidade instalada (NUCI) da indústria de
máquinas e equipamentos recuou 0,2 p.p., anulou
parte do crescimento observada em agosto (1 p.p.)
e ficou 4,7% abaixo no nível registrado em
setembro de 2021. Em média, o setor fabricante
de máquinas e equipamentos, atuou, nos últimos
12 meses, com 79% da sua capacidade instalada.
A carteira de pedido, medida em número de
Ano / Ano anterior = -4,4%
12 meses / 12 meses anteriores = -2,6%
37,49
21,48
29,73
27,20
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
› 2022 = -26,5% contra a média de 2010-2013
Fonte: DCEE/ABIMAQ. Nota: Deflator utilizado – coluna 32 – FGV
semanas para atendimento, registrou queda de
2,9% e atingiu 11,1 semanas, nível 10,3% abaixo do
observado em setembro de 2021. No ano, a
carteira de pedidos ficou 3,7% abaixo da observada
na média do ano anterior, 11,5 semanas.
Já o número de pessoas empregadas na
indústria brasileira de máquinas e equipamentos
registrou aumento de 0,1% em relação ao mês de
agosto de 2022 e atingiu o patamar de 399,2 mil.
Em relação ao mês de setembro de 2021, o setor
ampliou o seu quadro em 16.518 pessoas. O
maior número de contratação de mão de obra,
durante o mês de setembro, ocorreu nos setores
fabricantes de componentes para bens de capital
e de máquinas para bens de consumo
(+0,60% e 0,61% respectivamente).
26 INFORMAQ Ano XXIII • nº 270 • Outubro de 2022
rEFLEXÃO › JOÃO ALFrEDO SArAIVA DELGADO
Diretor Executivo de Tecnologia da ABIMAQ
A INDÚSTrIA NO METAVErSO
AABIMAQ realizou no último dia 08
de novembro a 16ª edição de seu
principal evento de Inovação, o ABI-
MAQ Inova, que este ano trouxe o tema “A
Indústria no Metaverso”. E muitos me
questionaram sobre o que vem a ser metaverso
e se realmente via alguma aplicação
na indústria.
O Metaverso, segundo a wikipédia, é a
terminologia utilizada para indicar um tipo
de mundo virtual que tenta replicar a realidade
através de dispositivos digitais. É um
espaço imersivo coletivo que une real e virtual
de maneira compartilhada, constituído
pela soma de "realidade virtual", "realidade
aumentada" e "Internet".
Esse espaço imersivo permite a interação
entre as pessoas para trabalhar, estudar,
brincar, fazer compras, se relacionar,
enfim, ter uma vida social completa, de
forma que deixem de ser apenas observadores
virtuais. Isso é possível pela construção
de seus avatares, uma projeção da
pessoa real no ambiente virtual. Várias
dessas tecnologias são as que chamamos
de habilitadoras para a indústria 4.0 e difundidas
para os demais setores pela Indústria
de Máquinas e Equipamentos.
A ABIMAQ tem tratado do tema "Indústria
4.0” desde 2012, quando ajudou a implementar
um centro de treinamento em
comissionamento virtual no Instituto Mauá
de Tecnologia- IMT. Esse foi um divisor de
águas para nós que, desde então, tem trazido
o que há de mais atualizado em termos
de tecnologia para apresentar a seus associados.
As principais tecnologias associadas
ao Metaverso são: o Gêmeo e simulador Digital,
a Inteligência Artificial, o Data Analytics,
a Realidade Aumentada, os Óculos de
realidade virtual, o 5G (e proximamente o
6G), o IoT, a WEB3.0, o Blockchain e a NFT.
Logo que o Mark Zuckerberg anunciou
que facebook seria uma das plataformas,
Esse ambiente vai além de
games, e já está
impactando as empresas
industriais, permitindo
treinamento de pessoal de
forma imersiva,
principalmente em tarefas
insalubres, mas também
permitindo manutenção de
equipamentos de forma
remota ou auxiliando
técnicos em campo com
informações
complementares
mas não mais o nome da empresa, que adotaria
o nome de META, a curiosidade sobre
o metaverso explodiu e ao mesmo tempo
trouxe receios às empresas para entenderem
como poderiam aplicar esse conceito
em seus negócios.
Várias empresas estão se preparando
para entrar nesse ambiente, para fazer negócios
e o próprio Banco Central do Brasil
deve lançar em meados de 2023 o Real digital,
nossa criptomoeda, que poderá ser
utilizada também no Metaverso. Esse ambiente
vai além de games, e já está impactando
as empresas industriais, permitindo
treinamento de pessoal de forma imersiva,
principalmente em tarefas insalubres,
mas também permitindo manutenção de
equipamentos de forma remota ou auxiliando
técnicos em campo com informações
complementares.
Para a indústria de máquinas, uma máquina
virtual pode ser comissionada e testada
num ambiente virtual, dando segurança
de sua funcionalidade para os clientes,
indo além de uma simples loja virtual.
Um pouco de tudo isso pode ser visto
no evento “A Indústria no Metaverso”
que trouxe casos concretos de utilização
dessas tecnologias que juntas prometem
revolucionar a forma como nossa economia
funciona.