Revista Recap - 3° tri 2022 - EDIÇÃO 127
GOVERNO BUSCA SAÍDA PARA PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS Prorrogação da desoneração vai até 28 de fevereiro. Nova política do setor procura fórmula para substituir o PPI, sem ferir as normas da Petrobras.
GOVERNO BUSCA SAÍDA PARA PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS
Prorrogação da desoneração vai até 28 de fevereiro. Nova política do setor procura fórmula para substituir o PPI, sem ferir as normas da Petrobras.
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REVISTA<br />
Outubro/Novembro <strong>2022</strong> - Nº <strong>127</strong><br />
Publicação da SP Combustíveis<br />
NOVA DIRETORIA<br />
TOMA POSSE<br />
Presidente Emílio Martins reafirma<br />
o compromisso com a agenda comum<br />
e o interesse coletivo do setor
NESTA EDIÇÃO<br />
04 06 10<br />
EDITORIAL PERFIL HOMENAGEM<br />
Novos tempos,<br />
novos desaos<br />
A importância e o<br />
peso dos impostos<br />
Gil Siuffo, uma vida<br />
dedicada à revenda<br />
12 22 26<br />
<strong>2022</strong>/2026 PAINÉIS SOLARES ANP<br />
Nova diretoria<br />
toma posse<br />
Energia fotovoltaica<br />
atrai revenda<br />
Serviços parcialmente<br />
liberados<br />
28 30 34<br />
RIO OLIL & GAS <strong>2022</strong> TREINAMENTO ARTIGO<br />
Investimento pesado<br />
em downstream<br />
Conhecimento<br />
nanceiro em destaque<br />
Uma reforma<br />
eleitoral<br />
RECAP - Sindicato do Comércio<br />
Varejista de Derivados de<br />
Petróleo de Campinas e Região<br />
SP COMBUSTÍVEIS<br />
Associação dos Revendedores<br />
do Comércio Varejista de<br />
Derivados de Petróleo e Afins<br />
no Estado de São Paulo<br />
www. recap.org.br<br />
Rua José Augusto César, 233<br />
Jd. Chapadão - Campinas - SP<br />
CEP 13070-062<br />
Fone: (19) 3284-2450<br />
DIRETOR RESPONSÁVEL<br />
Emílio Martins<br />
EDITORES<br />
Flávio Lamas<br />
Caio Augusto<br />
REPORTAGENS<br />
Rosemeire Guidoni<br />
Flávio Lamas<br />
FOTOS<br />
Jacky Chrisostomo<br />
DESIGN GRÁFICO<br />
Daniele Constantino<br />
DEPARTAMENTO COMERCIAL<br />
José Maria dos Santos<br />
(11) 98724-9650<br />
IMPRESSÃO<br />
Lince- Gráfica e Editora<br />
TIRAGEM<br />
10.000 exemplares<br />
As opiniões dos artigos assinados e<br />
informações dos anúncios não são de<br />
responsabilidade da <strong>Revista</strong> <strong>Recap</strong>.<br />
Fechamento: 20 de outubro de <strong>2022</strong>
EDITORIAL<br />
Novos tempos, novos desafios<br />
e compromissos renovados<br />
Emílio Martins<br />
Presidente do <strong>Recap</strong><br />
No dia 30 de setembro último,<br />
data em que o RECAP<br />
completou 34 anos de sua fundação,<br />
iniciou-se um novo<br />
mandato na direção do nosso<br />
Sindicato, marcado pela posse<br />
administrativa da diretoria eleita<br />
dia 14 de setembro.<br />
Já presidi esta entidade de<br />
1995 a 2010, tempos difíceis,<br />
marcados por um açodado e<br />
irresponsável processo de<br />
desregulamentação do mercado<br />
de combustíveis, um “lme<br />
de horror” com vários<br />
capítulos, que quase pôs m<br />
a este segmento. Revendedores<br />
mais antigos se lembram<br />
certamente.<br />
Passados 12 anos, recebo<br />
novamente esta missão, dirigir<br />
o RECAP, liderarando um<br />
grupo de empresários comprometidos<br />
com o enfrentamento<br />
dos desaos impostos à revenda<br />
para os próximos 4 anos.<br />
Nunca considerei o RECAP<br />
um sindicato regional! Hoje<br />
tenho a convicção que<br />
somos muito mais do que<br />
isso, somos um sindicato<br />
localizado em uma das mais<br />
importantes, representativas<br />
e ricas regiões do Brasil.<br />
Somos grandes, somos gigantes,<br />
somos do interior paulista,<br />
representamos mais de<br />
1.400 empresas localizadas<br />
em 90 municípios com sede<br />
na cidade de Campinas.<br />
Temos um papel importante<br />
na economia e no abastecimento<br />
nacional, pois em muitos<br />
países, inclusive aqui da<br />
América Latina, nossa categoria<br />
é inexpressiva ou já não<br />
existe mais, para o azar dos<br />
consumidores desses países,<br />
pois no mercado de combustíveis,<br />
em qualquer lugar do<br />
mundo, onde não existem<br />
revendedores varejistas,<br />
geralmente, não existe competição.<br />
Apesar de seus 34 anos de<br />
vida, o RECAP é um dos caçulas<br />
dos 34 sindicatos que<br />
representam o varejo de combustíveis<br />
no Brasil e teve seu<br />
protagonismo em um passado<br />
não distante em muitas<br />
lutas travadas pela sobrevivência<br />
da revenda. Algumas<br />
batalhas perdidas e muitas<br />
outras vitoriosas que mantiveram<br />
o Revendedor Varejista<br />
de combustíveis no Brasil,<br />
um empresário e não um<br />
“mero agente”, como em muitos<br />
países.<br />
Apesar dos ataques e tentativas<br />
de fragilizar o setor,<br />
este status não muda mais<br />
por aqui, pois ao longo do<br />
tempo, conquistamos nosso<br />
espaço na legislação brasileira,<br />
consolidado pela responsabilidade<br />
e competência no<br />
desempenho do nosso importante<br />
e imprescindível papel<br />
no abastecimento nacional.<br />
Nossa organização sindical,<br />
a Fecombustiveis e seus<br />
34 sindicatos liados, durante<br />
décadas, cada um com o seu<br />
papel, garantiram a sobrevivência<br />
da revenda brasileira<br />
até aqui! Poucos são os dirigentes<br />
sindicais em atividade<br />
que tiveram a oportunidade e<br />
o privilégio de conhecer e participar<br />
diretamente da história e<br />
da difícil trajetória desta nossa<br />
atividade no Brasil nos últimos<br />
30 anos, período de grandes<br />
mudanças.<br />
“Esta é a missão que esta<br />
nova diretoria assume neste<br />
momento, o compromisso<br />
com a agenda comum, o interesse<br />
coletivo deste setor”<br />
Por m Revendedor, mais<br />
uma vez venho pedir seu<br />
apoio e sua conança no trabalho<br />
que desempenharemos<br />
a frente da entidade, dando início<br />
a um novo capítulo na história<br />
deste Sindicato.<br />
04 RECAP
Airton Zanotto<br />
(19) 99778.4165<br />
Antonio Arias<br />
(19) 98811.0807
PERFIL<br />
CARLO RODRIGO FACCIO<br />
diretor do Instituto Combustível Legal<br />
A importância<br />
e o peso dos<br />
impostos no<br />
Mercado Regular<br />
de Combustíveis<br />
06 RECAP
Quando o ICL foi criado e<br />
quais as suas principais frentes<br />
de trabalho e atuação?<br />
Em <strong>2022</strong>, o ICL completa<br />
dois anos como instituto,<br />
tendo como missão construir<br />
um ambiente ético e leal no<br />
setor de combustíveis, dando<br />
suporte a órgãos de fiscalização,<br />
apoiando o combate as fraudes,<br />
e estimulando a concorrência<br />
saudável. Esse trabalho teve origem<br />
em 2016, quando as bases<br />
do instituto foram criadas.<br />
O Instituto Combustível<br />
Legal possui quatro iniciativas<br />
na defesa do mercado legal:<br />
1) Assertividade nas fiscalizações:<br />
para garantir fiscalização<br />
eficiente é fundamental a<br />
constituição de forças-tarefas<br />
permanentes aliadas a sistemas<br />
de inteligência;<br />
2) Revisão da legislação,<br />
com penas mais rígidas: aprovação<br />
de legislação e de punições<br />
mais severas pode combater<br />
de maneira mais eficaz os<br />
crimes no setor;<br />
3) Caracterização do devedor<br />
contumaz: caracterizar, tipificar<br />
e punir os devedores contumazes<br />
possibilita diferenciar<br />
empresas legais e leais de<br />
empresas com irregulares; e<br />
4) Simplificação <strong>tri</strong>butária:<br />
o Brasil precisa de um sistema<br />
<strong>tri</strong>butário mais simples, transparente<br />
e compreensível pela<br />
sociedade.<br />
Indo direto ao ponto em<br />
um assunto atual. Os combustíveis<br />
estão com impostos<br />
federais (PIS-COFINS e CIDE)<br />
zerados até o final deste ano e<br />
o ICMS reduzido em todos os<br />
estados da Federação. Na sua<br />
avaliação, a sonegação fiscal<br />
perdeu força e atratividade?<br />
Posso se dizer que sim e não.<br />
Sim, perdeu força - antes da<br />
redução <strong>tri</strong>butária o ganho<br />
expressivo estimulava o uso<br />
destas práticas ilícitas <strong>tri</strong>butárias.<br />
Diversas irregularidades promoviam<br />
enriquecimento rápido<br />
para empresários mal intencionados,<br />
que investiam em<br />
novas formas de práticas anticoncorrenciais,<br />
dentro e fora do<br />
setor de combustíveis. Associado<br />
a isto, traziam “players” que<br />
praticavam outras ilicitudes,<br />
como tráfico de drogas, armas,<br />
minérios, contrabando para o<br />
setor de combustíveis para lavagem<br />
de dinheiro.<br />
Não perdeu atratividade se<br />
considerarmos a dificuldade<br />
para tipificar os problemas <strong>tri</strong>butários,<br />
pois ainda existem<br />
diversas oportunidades que não<br />
foram mitigadas, e que fogem<br />
dos processos fiscalizatórios tradicionais.<br />
Fiscalizar coisas tangíveis,<br />
como qualidade e quantidade<br />
é complexo, mas é possível;<br />
fiscalizar fluxo financeiro, sonegação<br />
e inadimplência é mais<br />
complexo e possui baixa punibilidade.<br />
Em resumo, perdeu força,<br />
mas não a sua atratividade.<br />
Ainda, essa diminuição<br />
brutal na carga <strong>tri</strong>butária fez<br />
com que outros tipos de fraudes<br />
aumentassem no Brasil?<br />
Nossa expectativa é que<br />
parte desta perda de receitas ilícitas<br />
seja direcionada para<br />
outros setores mais frágeis em<br />
controle fiscalizatório, e que<br />
outra parte seja compensada<br />
pelo aumento das irregularidades<br />
operacionais. Neste caso,<br />
situações como: problemas de<br />
qualidade, batizar/misturar produtos<br />
similares aos combustíveis,<br />
uso de solventes e metanol, problemas<br />
de quantidade, roubo<br />
de cargas e dutos e pirataria<br />
devem ganhar atratividade.<br />
Quais as principais fraudes<br />
praticadas hoje no mercado?<br />
Dividimos as fraudes em 2<br />
grandes grupos: fraudes <strong>tri</strong>butárias<br />
e fraudes operacionais.<br />
Fraudes <strong>tri</strong>butárias estão<br />
relacionadas produção e<br />
importação, se destacando a<br />
sonegação e inadimplência,<br />
vendas sem nota fiscal, vendas<br />
meia nota ou nota clonada e<br />
nota cancelada, além disto, tredestinação<br />
(desvio de finalidade<br />
de importações e exportações),<br />
uso de empresas de<br />
fachada ou barriga de aluguel e<br />
não pagamento dos <strong>tri</strong>butos<br />
de forma reiterada (Devedor<br />
Contumaz).<br />
Fraudes operacionais estão<br />
relacionadas a dis<strong>tri</strong>buição,<br />
logística e varejo, se destacando<br />
adulteração, roubo de cargas<br />
e dutos, mistura de produtos<br />
por meio de formuladoras e<br />
batedeiras, bomba fraudada e<br />
pirataria.<br />
O Senhor tem números<br />
sobre isso?<br />
Considerando perdas <strong>tri</strong>bu-<br />
RECAP 07
PERFIL<br />
‘‘Com a volta da cobrança dos<br />
impostos federais (em 1º de janeiro de<br />
2023), o <strong>tri</strong>buto recupera sua força para<br />
práticas ilícitas <strong>tri</strong>butárias’’.<br />
tárias, o número divulgado<br />
mais recente da FVG (2020) foi<br />
aproximadamente 14 bilhões,<br />
equivalente a 15% do total efetivo<br />
arrecado. Quanto às perdas<br />
operacionais, estamos<br />
falando em 10 bilhões, sem considerar<br />
roubos de cargas e<br />
dutos e bomba fraudada.<br />
Quais as principais ações<br />
do ICL junto aos órgãos de fiscalização,<br />
como a Sefaz/SP,<br />
ANP, IPEM e MP?<br />
O ICL trabalha no apoio do<br />
processo de fiscalização dos<br />
diversos órgãos de fiscalização,<br />
além de promover a integração<br />
de órgão através de<br />
eventos específicos para criação<br />
de forças-tarefas permanentes.<br />
Dentro dos trabalhos<br />
de apoio se destaca a cooperação<br />
no trabalho de inteligência,<br />
na denúncia estruturada<br />
de ilícitos, na capacitação/<br />
treinamento das entidades e<br />
órgãos de fiscalização, no<br />
desenvolvimento de novas<br />
tecnologia e ferramental para<br />
auxiliar nas operações.<br />
O ICL também desenvolve<br />
atividades para acautelamento<br />
de produtos apreendidos e<br />
auxílio quando do perdimento<br />
dos produtos. Por fim, auxilia<br />
no aprimoramento legislativo,<br />
regulatório e jurídico para<br />
promover uma ambiente concorrencial<br />
saudável e leal.<br />
No dia 31 de dezembro<br />
deste ano, se encerra o prazo<br />
de vigência das renúncias fiscais<br />
em relação aos impostos<br />
federais. Qual o seu grau de<br />
preocupação com o dia<br />
seguinte?<br />
Entendo que esteja se referindo<br />
a CIDE, PIS/COFINS, correto?<br />
Com a volta da cobrança<br />
dos impostos federais (CIDE,<br />
PIS/COFINS), o <strong>tri</strong>buto recupera<br />
sua força para práticas ilícitas<br />
<strong>tri</strong>butárias. No dia seguinte voltam<br />
as preocupações para as<br />
práticas descontinuadas momentaneamente,<br />
como a<br />
importação de naftas para<br />
outros fins, os barrigas de aluguel,<br />
o sonegadores e devedores<br />
contumazes. Mas a maior<br />
preocupação é quanto a aplicação<br />
da Lei complementar 192 e<br />
194, que simplifica o sistema<br />
<strong>tri</strong>butário para combustíveis.<br />
Mudando de assunto.<br />
Qual a leitura do ICL em relação<br />
a política de preços no<br />
Brasil e a paridade com o mercado<br />
internacional?<br />
O ICL não se posiciona com<br />
relação a política de preços,<br />
nosso compromisso é de criar<br />
um ambiente de concorrência<br />
leal, independente do modelo<br />
e política de preços.<br />
Independentemente do<br />
resultado eleitoral, qual a sua<br />
expectativa em relação a evolução<br />
do mercado brasileiro,<br />
tanto na indús<strong>tri</strong>a como na<br />
comercialização de combustíveis?<br />
O Brasil é um dos países<br />
com maior potencial de crescimento<br />
do mundo e a indús<strong>tri</strong>a<br />
de combustíveis também<br />
seguirá este ritmo. Tivemos 2<br />
anos de caos, provocados pela<br />
pandemia, que serão rapidamente<br />
recuperados. Os investimentos<br />
virão e a indús<strong>tri</strong>a deve<br />
estar preparada para atender<br />
esta recuperação econômica.<br />
Para que possamos seguir em<br />
frente precisamos garantir<br />
que estes investidores acreditem<br />
no Brasil, e o ICL tem um<br />
papel importantíssimo para<br />
gerar credibilidade ao setor.<br />
Menos irregularidades, mais<br />
investimentos, mais riqueza<br />
para toda a sociedade.<br />
Mais algum assunto de<br />
relevância que o senhor queira<br />
abordar?<br />
Importante destacar recente<br />
resolução da ANP (RANP<br />
858/21) que pode trazer um<br />
descontrole fiscalizatório e<br />
desorientar o consumidor.<br />
Temos uma preocupação<br />
sobre esta nova oportunidade<br />
que pode se tornar uma prática<br />
ilícita e lesar o consumidor.<br />
08 RECAP
HOMENAGEM<br />
Gil Siuffo, uma vida<br />
dedicada à Revenda<br />
Líderes sindicais geralmente são lembrados por suas lutas em defesa das categorias que<br />
representam. Este é o legado de um bom líder. Mas esse líder foi diferente, foi especial. Gil<br />
tinha o dom da palavra, assertivo e contundente, se posicionava de uma forma única e<br />
incisiva, sempre na hora certa e quase nunca errava o alvo. Era difícil combatê-lo ou<br />
desarmá-lo, principalmente na argumentação. Com obstinação e competência, sempre<br />
acompanhado de articulação política de peso, apesar dos grandes obstáculos, conseguiu fazer<br />
do revendedor brasileiro, um empresário livre e com opções. Essa categoria deve isso a ele!<br />
10 RECAP
RECAP 11
<strong>2022</strong>/2026<br />
Com auditório lotado, toma<br />
posse a nova Diretoria do <strong>Recap</strong><br />
Emílio Martins assume novamente a presidência do Sindicato, juntamente com<br />
19 diretores, para o quadriênio <strong>2022</strong> a 2026. O <strong>Recap</strong> representa em sua base 1.400<br />
empresas localizadas em 90 municípios do interior do estado de São Paulo<br />
“Em qualquer lugar do<br />
mundo onde não existem<br />
revendedores, geralmente<br />
não existe competição e o<br />
maior prejudicado é o consumidor”.<br />
A afirmação foi feita<br />
pelo novo presidente do<br />
<strong>Recap</strong>, Emílio Roberto Chierighini<br />
Martins, ao tomar<br />
posse juntamente com mais<br />
19 diretores em solenidade<br />
perante o auditório lotado de<br />
autoridades, convidados e<br />
revendedores, dia 30 de<br />
setembro. Nesta data, o Sindicato<br />
completou 34 anos de<br />
sua fundação, ocorrida em<br />
30/09/1988.<br />
Os novos dirigentes terão<br />
mandato para o quadriênio<br />
<strong>2022</strong>/2026 e a solenidade de<br />
posse foi marcada por compromissos<br />
formais dos novos<br />
diretores, homenagens a lideranças<br />
históricas da categoria<br />
e um coquetel de confraternização.<br />
O prefeito de Campinas,<br />
Dário Saad, a presidente<br />
da Câmara Municipal de Campinas,<br />
vereadora Debora Palermo<br />
e o vice-presidente da<br />
Fecombustíveis, Carlos Eduardo<br />
Mendes Guimarães Jr, fizeram<br />
parte da mesa principal.<br />
Cada diretor foi apresentado<br />
nominalmente aos pre-<br />
12 RECAP
sentes pelo mestre de cerimonia<br />
J.Tannus, amigo e parceiro<br />
da entidade, que emprestou<br />
seu talento e prestígio,<br />
comandando o evento. Em<br />
seguida, o empresário Edmilson<br />
Martins, que já foi presidente<br />
da entidade, leu o<br />
Termo de Compromisso assinado<br />
pelos dirigentes empossados,<br />
entregando o quadro<br />
com o documento ao<br />
vice-presidente empossado,<br />
Maurílio Lobo Filho, que o afixou<br />
em local de destaque do<br />
auditório da entidade. “Este<br />
documento permanecerá ali<br />
afixado, até o final deste mandato”,<br />
frisou a todos, J. Tannus.<br />
O primeiro presidente da<br />
história do <strong>Recap</strong>, empresário<br />
Valdir Carlos Boscatto, um<br />
dos fundadores da entidade,<br />
recebeu homenagem especial,<br />
entregue pelo prefeito Dário<br />
Saad: uma placa do Sindicato,<br />
em nome da revenda varejista<br />
de combustíveis, por sua con<strong>tri</strong>buição<br />
durante anos.<br />
“Enfrentamos períodos difíceis”,<br />
disse ele ao agradecer a<br />
honraria. (Veja reportagem à<br />
página 14)<br />
Outro homenageado foi<br />
o ex-presidente da Fecombustíveis,<br />
Gil Siuffo, falecido<br />
dia 18 de setembro (Veja<br />
reportagem à página 14). “Perdemos<br />
uma grande liderança,<br />
mas temos em Gil Siuffo uma<br />
grande referência nas lutas da<br />
nossa categoria”, disse o presidente<br />
Emílio Martins, ao ressaltar<br />
entre os convidados do<br />
evento o Diretor-Geral da<br />
Band Campinas, Rodrigo<br />
Neves, que levou a mensagem<br />
desta homenagem ao<br />
neto do líder sindical, Rodolfo<br />
Schneider, seu colega no<br />
comando do Grupo Band,<br />
Diretor Executivo Nacional de<br />
Jornalismo do Grupo Bandeirantes<br />
de comunicação.<br />
Na plateia, também estavam<br />
jornalistas consagrados,<br />
diretores e proprietários de<br />
emissoras de rádio e tv de<br />
Campinas e da região.<br />
Para finalizar o evento da<br />
posse, falaram em seguida o<br />
vice-presidente da Fecombustíveis,<br />
Carlos Eduardo<br />
Mendes Guimarães Jr, a presidente<br />
da Câmara Municipal<br />
de campinas, vereadora Débora<br />
Palermo, o prefeito de Campinas,<br />
Dário Saad e finalmente<br />
o presidente do RECAP,<br />
Emílio Martins.<br />
Em seguida, foi oferecido<br />
um coquetel.<br />
RECAP 13
<strong>2022</strong>/2026<br />
Boscatto lembra<br />
as dificuldades<br />
do passado<br />
O primeiro presidente do<br />
<strong>Recap</strong>, Valdir Carlos Boscatto,<br />
homenageado na cerimônia<br />
de posse com uma placa,<br />
entregue pelo prefeito de<br />
Campinas, Dário Saad, lembrou<br />
as dificuldades do setor<br />
varejista de combustíveis, nos<br />
anos 80. “Na época era muito<br />
mais difícil, não tínhamos as<br />
facilidades de comunicação<br />
que temos hoje. Antes era<br />
tudo feito em reuniões, por<br />
telefone, carta, por um amigo<br />
levando recado para outro”,<br />
acentuou.<br />
No entanto, ele lembra que<br />
existia outro problema importante:<br />
“Havia uma barreira<br />
quase intransponível, porque<br />
tinha um sindicato com base<br />
estadual, que não queria dividir<br />
sua base. Era um poder<br />
muito grande concentrado<br />
em uma só entidade sindical”.<br />
Foi nessa época que nasceu<br />
o <strong>Recap</strong>, junto com o<br />
Resan e o Regran e Valdir Boscatto<br />
se tornou seu primeiro<br />
presidente. “Era uma época<br />
que o dono do posto de gasolina<br />
tinha representatividade<br />
dentro das cidades”, comenta.<br />
O setor na época enfrentava<br />
muitas barreiras, porque<br />
“no posto de gasolina você<br />
compra um produto que não<br />
Prefeito de Campinas, Dário Saad, entrega placa de homenagem<br />
ao primeiro presidente do RECAP, Valdir Boscatto<br />
vê e vende o que não vê também.<br />
É um mistério. Às vezes<br />
falávamos assim: somos vendedores<br />
de ilusão”.<br />
Na opinião do ex-presidente,<br />
administrar uma revenda de<br />
combustíveis hoje está muito<br />
fácil que no passado. “Antes<br />
era difícil, a logística complicada,<br />
não tinham ferramentas<br />
suficientes. O empresário do<br />
setor comprava gasolina, colocava<br />
num tanque que não<br />
tinha nem vedação. Quando<br />
chovia muito, o combustível<br />
era contaminado com água<br />
infiltrada. Era muito difícil trabalhar<br />
naquela época. Quantos<br />
postos na época foram<br />
contaminados e recebiam<br />
multas severas, acusado de<br />
ter misturado combustível,<br />
quando na verdade o que<br />
tinha acontecido era uma<br />
interferência do tempo”.<br />
Os postos, lembra Valdir<br />
Boscatto, não contavam com<br />
os equipamentos de hoje. “Tínhamos<br />
régua medidora de<br />
tanque de madeira, o posto<br />
de gasolina mantinha um funcionário<br />
só para controlar os<br />
cheques que recebiam dos<br />
clientes. Hoje não existem<br />
mais cheques nem dinheiro.<br />
Antigamente você fechava o<br />
caixa e tinha de ter seguranças<br />
cuidando do dinheiro”.<br />
Valdir Boscatto fecha sua<br />
análise com uma comparação<br />
que naturalmente não conta<br />
com unanimidade do empresariado:<br />
“Hoje está muito<br />
mais fácil de trabalhar!”.<br />
14 RECAP
Os 20 integrantes<br />
da nova Diretoria<br />
Um total de 20 revendedores<br />
compõem a nova Diretoria<br />
e Conselho Fiscal do <strong>Recap</strong>.<br />
Diretoria<br />
Presidente: Emílio Roberto<br />
Chierighini Martins<br />
Vice-presidentes:<br />
Maurílio Lobo Filho<br />
Eduardo Guilger Valdivia<br />
Tesoureiro:<br />
João Batista Canaes<br />
Secretário:<br />
Fabio Sassaki<br />
Diretores:<br />
Almir Acácio Fernandes<br />
Flavio Damasceno de Castro<br />
José Antônio Segli<br />
Roberto Antonialli Jr<br />
Caio Junqueira Silva<br />
João Carlos Ribeiro Jr<br />
Ubirajara Mendes Jr<br />
José Aparecido Marcussi<br />
Augusto César Brocchi Mafia<br />
Conselho Fiscal:<br />
Ana Claudia Leite Ferrari<br />
Edmilson Martins<br />
Rodrigo Spadaccia Queiroz<br />
Jair Marques do Amaral<br />
Eduardo Menuzzo<br />
Ulisses Soré<br />
Os novos integrantes da<br />
Diretoria eleita para o quadriênio<br />
<strong>2022</strong>/2026 assinaram um<br />
“Termo de Compromisso” em<br />
que definem os principais pontos<br />
de atuação, para balizar<br />
posições junto aos associados<br />
da entidade.<br />
Os compromissos são:<br />
• Nos comprometemos a<br />
cumprir rigorosamente o Estatuto<br />
da entidade.<br />
• Nos comprometemos a<br />
administrar o pa<strong>tri</strong>mônio e os<br />
recursos da entidade com<br />
transparência e em conformidade<br />
às determinações estatutárias.<br />
• Nos comprometemos a<br />
cumprir a legislação brasileira e<br />
balizar nossas ações e atividades,<br />
seguindo os princípios éticos<br />
que norteiam esta atividade<br />
empresarial.<br />
• Nos comprometemos a priorizar<br />
nossas ações e o nosso trabalho<br />
em defesa dos interesses<br />
O vice-presidente<br />
Maurílio Lobo Filho<br />
afixa o Termo de<br />
Compromisso<br />
em local de destaque<br />
do auditório<br />
Diretores firmam um<br />
“Termo de Compromisso”<br />
do setor, sem segmentá-lo ou<br />
categorizá-lo por tamanho, faturamento,<br />
localização ou quaisquer<br />
outros parâmetros que promovam<br />
discriminação na agenda<br />
de prioridades deste Sindicato.<br />
• Nos comprometemos a<br />
defender os interesses desta<br />
importante categoria empresarial<br />
em todas as esferas e instâncias<br />
administrativas e judiciais<br />
com altivez, seguindo e respeitando<br />
as decisões nos âmbitos<br />
da Diretoria e da categoria em<br />
suas Assembleias Gerais.<br />
• Nos comprometemos a<br />
colocar em discussão e, no que<br />
couber, ad referendum em<br />
assembleias, assuntos e demandas<br />
importantes que necessitem<br />
de votações e decisões<br />
coletivas.<br />
• Estes são os nossos compromissos<br />
e com eles balizaremos<br />
nossas ações e atividades<br />
até o último dia deste<br />
mandato.<br />
O diretor e ex-presidente Edmilson Martins<br />
durante a leitura do Termo de Compromisso<br />
RECAP 15
<strong>2022</strong>/2026<br />
Carlos Guimarães: eletropostos<br />
dentro dos postos de combustíveis?<br />
O vice-presidente da Federação<br />
Nacional de Comércio de<br />
Combustíveis (Fecombustíveis),<br />
Carlos Eduardo Mendes Guimarães<br />
Jr., elogiou o <strong>Recap</strong> ao<br />
falar para o auditório lotado na<br />
posse da nova diretoria da entidade.<br />
“É um dos Sindicatos<br />
mais fortes e representativos<br />
do Brasil, reconhecido e conceituado<br />
no mercado de combustíveis<br />
nacional e essa diretoria<br />
empossada é muito importante<br />
para a defesa dos interesses da<br />
revenda”, disse Cadu.<br />
Carlos Guimarães acentuou<br />
que a revenda trabalha defen-<br />
dendo a indús<strong>tri</strong>a e explicou o<br />
que isto significa: “É ter um mercado<br />
justo, competitivo, que não<br />
tenha fraudes, com legislações<br />
adequadas para as novas realidades<br />
que todo dia aparecem”.<br />
Ele comentou a ampliação<br />
dos carros elé<strong>tri</strong>cos: “Estamos<br />
agora com a realidade elé<strong>tri</strong>ca,<br />
como serão os eletropostos? Por<br />
que não ter eletropostos dentro<br />
dos postos de combustíveis?”<br />
Reconhece que este é um<br />
tema que será muito discutido<br />
no futuro próximo e ressaltou<br />
que a representação sindical<br />
será muito exigida: “O papel<br />
Cadu: ‘‘Queremos um<br />
mercado justo e competitivo’’<br />
dos sindicatos, inclusive do<br />
<strong>Recap</strong>, é muito importante<br />
para a sociedade e não só para<br />
os donos de postos, porque<br />
queremos um mercado justo,<br />
competitivo e principalmente<br />
regular, com o recolhimento de<br />
todos os impostos e <strong>tri</strong>butos e<br />
com produtos de qualidade”.<br />
Presidente da Câmara ressalta compromisso com qualidade<br />
Debora Palermo:<br />
‘‘RECAP participa<br />
de ações sociais’’<br />
A solenidade de posse da<br />
nova Diretoria do <strong>Recap</strong> foi o<br />
primeiro compromisso oficial<br />
da nova presidente da Câmara<br />
Municipal de Campinas, vereadora<br />
Debora Palermo, a primeira<br />
mulher a assumir esta<br />
importante posição política na<br />
cidade. “Conheço o <strong>Recap</strong> há<br />
anos, acompanho o trabalho<br />
da revenda de Campinas e é<br />
importante destacar o compromisso<br />
da entidade na luta<br />
pela qualidade e por um mercado<br />
que atua dentro da legalidade”,<br />
disse ela.<br />
Para a presidente da Câmara<br />
Municipal de Campinas, o<br />
<strong>Recap</strong> tem um trabalho de integração<br />
com as autoridades<br />
constituídas, colaborando<br />
com campanhas de relevância<br />
social. “Além, naturalmente,<br />
de manter seu foco principal<br />
de representar este importante<br />
segmento da economia”,<br />
disse.<br />
E concluiu: “O Emílio tem<br />
um trabalho de anos e anos no<br />
Sindicato e a revenda de combustível<br />
certamente muito irá<br />
ganhar nesses próximos 4<br />
anos do mandato que hoje<br />
assume com novos diretores!”<br />
16 RECAP
Prefeito Dário Saad: <strong>Recap</strong> luta pela<br />
concorrência saudável no mercado<br />
O prefeito de Campinas,<br />
Dário Saad, disse durante a<br />
cerimônia de posse no <strong>Recap</strong><br />
que a entidade desenvolve um<br />
papel importante na revenda<br />
de combustíveis, além de con<strong>tri</strong>buir<br />
com campanhas municipais<br />
de abrangência social.<br />
“A importância do <strong>Recap</strong><br />
se traduz não só na defesa dos<br />
interesses de um grupo empresarial<br />
importante, mas também<br />
colabora com o poder<br />
público em lutar por manter a<br />
qualidade dos combustíveis,<br />
sempre promovendo uma concorrência<br />
saudável para o mercado”,<br />
ressaltou.<br />
Para ele, o Sindicato vai<br />
além disso: “O <strong>Recap</strong> defende<br />
os interesses do varejo do<br />
comércio de combustíveis,<br />
que é a função dele, mas, mais<br />
do que isso, ele defende a qualidade,<br />
faz campanhas de qualidade<br />
de combustível, trabalha<br />
e orienta seus associados.<br />
Além disso participa de campanhas<br />
sociais e é um importante<br />
parceiro do município de<br />
Prefeito Dário Saad: ‘‘RECAP<br />
colabora com o poder público’’<br />
Campinas”. E completou: “Na<br />
defesa da categoria, ganham<br />
os empresários e, no que diz respeito<br />
ao trabalho por um combustível<br />
melhor, de qualidade,<br />
ganham os consumidores”.
<strong>2022</strong>/2026<br />
Emílio Martins ressalta a importância<br />
do <strong>Recap</strong> para o setor varejista<br />
Em seu breve e objetivo<br />
discurso de posse, o novo<br />
presidente do Sindicato,<br />
Emílio Martins, ressaltou a<br />
importância do RECAP<br />
para a categoria<br />
empresarial que<br />
representa.<br />
Disse o que pensa sobre “o<br />
valor e o custo” da lealdade<br />
na vida das pessoas e na<br />
atividade sindical. Lembrou<br />
ainda das dificuldades que a<br />
categoria enfrentou no passado<br />
e terminou apostando em<br />
uma nova fórmula para<br />
alcançar o sucesso neste<br />
mandato que se inicia, a união<br />
de um grupo de empresários<br />
jovens com empresários mais<br />
experientes no mercado e na<br />
atividade sindical.<br />
Ele saudou os convidados<br />
na pessoa do prefeito Dário<br />
Saad e os revendedores na<br />
pessoa de outro grande<br />
amigo, o empresário Narciso<br />
Mendes, ex-diretor do <strong>Recap</strong><br />
e do Lar Pequeno Paraíso,<br />
entidade assistencial dirigida<br />
por Emílio Martins. Os<br />
colaboradores e prestadores<br />
de serviço foram representados<br />
pelo advogado Gustavo<br />
Tavares, e os demais lembra-<br />
Presidente Emílio Martins: ‘‘Sem revendedores não há competição’’<br />
dos na figura do ex-prefeito<br />
de Campinas, Pedro Serafim.<br />
A ele, o presidente Emílio<br />
Martins dirigiu algumas<br />
palavras especiais: ''Pedro,<br />
muito obrigado por tudo!<br />
com você eu aperfeiçoei<br />
alguns princípios. Um deles, o<br />
princípio da lealdade!''<br />
E continuou: ''A lealdade é<br />
uma estrada de uma só mão<br />
de direção, a única, de piso<br />
escorregadio e sinuoso, não<br />
tem acostamento, não está no<br />
mapa, nem no waze, não tem<br />
pedágios nem atalhos, muito<br />
menos retornos. Mas se o<br />
motorista for prudente e<br />
habilidoso, a noite, e mesmo<br />
com neblina, não precisa nem<br />
de farol''.<br />
Em seguida, o presidente<br />
Emílio Martins ressaltou que<br />
não considera o <strong>Recap</strong> um<br />
18 RECAP
Sindicato regional: ''Somos<br />
um Sindicato localizado em<br />
uma das mais importantes,<br />
representativas e ricas regiões<br />
do Brasil. Representa-mos<br />
mais de 1.400 empresas<br />
localizadas em 90 municípios<br />
com sede nesta maravilhosa<br />
cidade de Campinas''.<br />
O novo presidente lembrou<br />
que o <strong>Recap</strong> é um dos caçulas<br />
d o s 3 4 s i n d i c a t o s q u e<br />
representam o varejo de<br />
combustíveis no Brasil.<br />
Elencou ainda algumas das<br />
lutas que marcam a história<br />
na entidade, como a fase<br />
complicada da desregulamentação<br />
entre as décadas<br />
de 80 e 90. ''Tão ou mais<br />
difíceis do que os dias que<br />
vivemos hoje, foi a situação a<br />
partir do final dos anos 80 e<br />
durante toda a década de 90,<br />
período que ficou marcado<br />
pela açodada, irresponsável e<br />
desastrosa desregulamentação<br />
do setor, com seus<br />
reflexos até hoje percebidos.<br />
Na época, o setor viveu um<br />
pesadelo sem precedentes<br />
que quase pôs fim a esta<br />
categoria''.<br />
Em seguida, destacou o<br />
exemplo da categoria no<br />
Brasil, comparada a outros<br />
países: ''Em muitos países,<br />
nossa categoria é inexpressiva<br />
ou não existe mais, para o azar<br />
dos consumidores, pois no<br />
mercado de combustíveis, em<br />
qualquer lugar do mundo,<br />
onde não existem revendedores,<br />
geralmente, não existe<br />
competição''.<br />
Ao final de seu discurso,<br />
após uma homenagem ao Gil<br />
Siuffo, falecido recentemente,<br />
o presidente Emílio Martins<br />
falou sobre a nova da diretoria<br />
do Sindicato e suas expectativas<br />
em relação aos desafios a<br />
frente: ''Aglutinar pessoas é<br />
uma arte... aceitar novos<br />
conceitos, novas tecnologias<br />
trazidas pelos mais jovens e<br />
misturá-los com a experiência<br />
dos mais vividos não pode dar<br />
errado e é isso que vamos<br />
fazer aqui neste mandato que<br />
começa hoje!'’<br />
RECAP 19
Autoridades,<br />
personalidades,<br />
revendedores e<br />
convidados<br />
prestigaram a<br />
posse da<br />
nova Diretoria<br />
do RECAP<br />
Imprensa<br />
compareceu em<br />
peso na solenidade<br />
Confira todas as fotos<br />
através do QR-Code.<br />
20 RECAP
PAINÉIS SOLARES<br />
Energia fotovoltaica atrai revenda<br />
pela sustentabilidade e economia<br />
Dependendo do perfil do estabelecimento, o custo da<br />
energia elé<strong>tri</strong>ca é um dos pontos críticos do negócio. O investimento em<br />
geração solar é uma alternativa para garantir maior competitividade.<br />
Rose Guidoni<br />
O custo de energia elé<strong>tri</strong>ca<br />
costuma ser elevado para os<br />
postos de combustíveis —<br />
especialmente aos que têm<br />
lojas de conveniência ou<br />
outros negócios que consomem<br />
muita energia, como a<br />
oferta de gás natural veicular<br />
(GNV), que em média responde<br />
por 60% dos gastos com ele<strong>tri</strong>cidade.<br />
Para contornar isso e<br />
garantir maior competitividade,<br />
uma alternativa que vem<br />
crescendo no setor é o uso da<br />
energia fotovoltaica, que, além<br />
de economia na conta de luz,<br />
também rende ao empreendimento<br />
uma boa imagem<br />
perante seu público, decorrente<br />
da sustentabilidade. Afinal, a<br />
energia solar é gratuita, totalmente<br />
renovável, não emite<br />
gases de efeito estufa e está disponível<br />
sempre que houver<br />
luminosidade.<br />
Além disso, existem estímulos<br />
à expansão da tecnologia.<br />
Quem ingressar no sistema,<br />
ou efetuar o pedido junto à<br />
Agência Nacional de Energia<br />
Elé<strong>tri</strong>ca (ANEEL) até 7 de janeiro<br />
do ano que vem, terá desconto<br />
nas tarifas de dis<strong>tri</strong>buição<br />
pelo prazo de 25 anos. A<br />
medida está acelerando a tecnologia:<br />
segundo dados da<br />
22 RECAP
Associação Brasileira de<br />
Energia Solar Fotovoltaica<br />
(ABSOLAR). Estima-se que o<br />
setor atraiu mais de R$ 21,8<br />
bilhões em investimentos no<br />
ano passado.<br />
Embora o custo para a<br />
implantação ainda possa ser<br />
elevado, existem alternativas<br />
para financiamento e as parcelas<br />
se pagam com a redução na<br />
conta de energia. “Investi cerca<br />
de R$ 320 mil em cada posto,<br />
para a compra e instalação dos<br />
painéis solares, há cerca de 18<br />
meses”, contou Fábio Cursi, proprietário<br />
dos postos Amigão e<br />
Amigãozão, de Itupeva. “Com<br />
isso, a redução na conta de<br />
energia elé<strong>tri</strong>ca tem sido de<br />
cerca de 70%. O investimento<br />
foi totalmente financiado pelo<br />
banco Itaú e o prazo esperado<br />
para o payback é de 4 anos,<br />
sendo que a vida útil do sistema<br />
é de 20 anos”, explicou o<br />
empresário, lembrando que a<br />
economia acontece em kilowatts<br />
— ou seja, o estabelecimento<br />
não fica sujeito a<br />
mudanças de bandeira tarifária<br />
ou períodos de racionamento.<br />
Isso significa que em situações<br />
críticas, como a da crise<br />
hídrica recentemente enfrentada<br />
pelo país, a segurança é<br />
maior. “O posto gera energia<br />
fotovoltaica, cujo excedente é<br />
injetado na rede da CPFL [concessionária<br />
local]. Assim, temos<br />
um desconto dessa quantidade<br />
de energia em nossa conta”,<br />
completou Cursi, frisando que<br />
isso con<strong>tri</strong>bui para a amortização<br />
do financiamento e viabiliza<br />
alguns projetos.<br />
“Temos uma estação de<br />
recarga de veículos elé<strong>tri</strong>cos, instalada<br />
pela mesma empresa<br />
que fez a implantação do sistema<br />
de energia fotovoltaica, e a<br />
expectativa é de que, no futuro,<br />
a demanda por esse serviço<br />
aumente, proporcionalmente ao<br />
aumento da frota de carros elé<strong>tri</strong>cos.<br />
Com a geração solar, esse<br />
serviço tem custo reduzido para<br />
o posto e estamos um passo adiante<br />
para atender às necessidades<br />
dos clientes”, disse.<br />
Economia depende das<br />
características de cada posto<br />
Segundo João Carlos<br />
Ribeiro Júnior, que tem quatro<br />
postos revendedores na região<br />
de Campinas, a redução de despesas<br />
com energia elé<strong>tri</strong>ca é<br />
relativa e proporcional ao<br />
empreendimento — embora<br />
sempre vantajosa, em sua avaliação.<br />
“Um dos postos de minha<br />
rede, o Rodocamp, tem quase<br />
10 mil m² de área e oferta de<br />
GNV. A conta de energia elé<strong>tri</strong>ca<br />
é da ordem de R$ 40 mil,<br />
sendo que o gás natural responde<br />
por cerca de R$ 25 mil”,<br />
disse. “Neste posto, como as placas<br />
fotovoltaicas são instaladas<br />
no teto, não há espaço suficiente<br />
para tantos painéis. Com isso,<br />
a economia é de apenas 35%.<br />
Mas, isso já faz uma grande diferença<br />
diante de uma estrutura<br />
tão onerosa”, pontuou.<br />
Porém, em outro empreendimento<br />
de Ribeiro a economia<br />
chega a praticamente 100%.<br />
“No posto RR, o consumo de<br />
energia é da ordem de R$ 8 mil<br />
a R$ 10 mil mensais. A área de<br />
instalação das placas fotovoltaicas<br />
é suficiente para suprir<br />
essa demanda”, explicou.
Mesmo com o posto operando<br />
24h, a energia injetada na rede<br />
durante o dia garante o desconto<br />
da efetivamente utilizada<br />
durante a noite.<br />
“No posto RR, o custo do<br />
projeto foi de R$ 270 mil; no<br />
Rodocamp, R$ 700 mil. Ambos<br />
foram financiados e as parcelas<br />
se pagam com a redução do<br />
custo da energia elé<strong>tri</strong>ca. Após<br />
o payback, quando o sistema<br />
estiver efetivamente pago, a<br />
vantagem competitiva será<br />
ainda maior”, ressaltou.<br />
Ribeiro também já implantou<br />
painéis solares em uma terceira<br />
unidade de sua rede, em<br />
um posto localizado em frente<br />
ao condomínio Swiss Park, em<br />
Campinas. Neste estabelecimento,<br />
a economia fica entre<br />
60% e 50% do total do consumo”,<br />
afirmou.<br />
“Quem não estiver preparado<br />
para o futuro vai ser engolido.<br />
O revendedor precisa ter<br />
um olhar mais atento para as<br />
oportunidades de reduzir custos<br />
e incorporar novas ofertas,<br />
como a recarga para veículos<br />
elé<strong>tri</strong>cos, que se torna mais vantajosa<br />
com energia com custo<br />
reduzido”, frisou.<br />
Redução de custos,<br />
sem investimento<br />
Uma possibilidade de reduzir<br />
a conta de energia elé<strong>tri</strong>ca e<br />
ainda investir na sustentabilidade<br />
é a opção pela chamada<br />
geração dis<strong>tri</strong>buída (quando o<br />
consumidor de energia, no<br />
caso o posto, é incorporado a<br />
uma “fazenda solar” ou outra<br />
Como funciona a geração fotovoltaica?<br />
Rodrigo Spadaccia Queiroz:<br />
integrante da fazenda solar<br />
Os painéis fotovoltaicos<br />
são compostos por células<br />
fabricadas a partir de materiais<br />
semicondutores, sendo o silício<br />
o mais comum deles. Quando a<br />
luz do sol incide sobre o painel,<br />
os elétrons dos átomos de silício<br />
são energizados, fazendo<br />
com que eles se desloquem<br />
pelas diferentes camadas do<br />
dispositivo e criem a corrente<br />
elé<strong>tri</strong>ca contínua, chamada<br />
de energia solar fotovoltaica.<br />
Assim, ao instalar os painéis<br />
fotovoltaicos, normalmente<br />
no telhado do posto<br />
(onde há maior área de insolação),<br />
a energia solar é captada<br />
e se transforma em energia<br />
elé<strong>tri</strong>ca.<br />
O sistema deve ser homologado<br />
pela concessionária fornecedora<br />
de energia da região,<br />
que fará a integração da geração<br />
local com a rede pública e<br />
instalará um inversor no local.<br />
A e n e r g i a g e r a d a n o<br />
empreendimento é injetada na<br />
rede e o estabelecimento terá<br />
esse desconto em sua conta de<br />
luz. Porém, mesmo que 100%<br />
da demanda de energia seja<br />
suprida, as taxas de dis<strong>tri</strong>buição<br />
permanecem sendo obrigatórias.<br />
Além disso, é importante<br />
explicar que o sistema fotovoltaico<br />
gera energia enquanto há<br />
insolação. Ou seja, durante a<br />
noite não há geração. Assim,<br />
um posto que opera 24h precisa<br />
usar a energia da rede<br />
durante a noite. A alternativa<br />
para isso é o armazenamento<br />
da energia em baterias, caso<br />
o excedente seja suficiente.<br />
Porém, o custo de tais baterias<br />
ainda é elevado.<br />
unidade geradora).<br />
A redução de custos é<br />
menor — da ordem de 20% —<br />
mas o investimento também.<br />
Aliás, no caso do revendedor<br />
Rodrigo Spadaccia Queiroz,<br />
que tem quatro revendas, nas<br />
cidades de Campinas, Hortolândia<br />
e Bragança, não houve<br />
investimento algum.<br />
“Nos associamos a uma<br />
cooperativa [Nex Energy], sem<br />
nenhum custo, e compramos<br />
energia proveniente de fontes<br />
renováveis. A economia é de<br />
20% na tarifa de energia elé<strong>tri</strong>-<br />
24 RECAP
ca e ainda temos benefícios<br />
como não ficarmos sujeitos a<br />
mudanças de bandeiras tarifárias”,<br />
explicou. No caso desta<br />
cooperativa, clientes com<br />
conta de energia com valor<br />
superior a R$ 1.000,00 podem<br />
fazer parte.<br />
Porém, existem outras<br />
modalidades deste modelo de<br />
geração (com fontes eólicas,<br />
biomassa ou hídrica) e até as<br />
próprias dis<strong>tri</strong>buidoras, como a<br />
Ipiranga, já estão implantando<br />
projetos semelhantes visando<br />
suprir a energia elé<strong>tri</strong>ca de sua<br />
rede de postos.<br />
Em linha com as dire<strong>tri</strong>zes<br />
para a transição energética, o<br />
uso de ele<strong>tri</strong>cidade oriunda de<br />
fontes renováveis tende a ser<br />
cada vez maior. E, com o estímulo<br />
econômico, a adesão também.<br />
E a geração dis<strong>tri</strong>buída?<br />
Esta modalidade é um<br />
pouco diferente, embora o estabelecimento<br />
permaneça tendo<br />
o benefício de uma tarifa de<br />
energia elé<strong>tri</strong>ca menor e o uso<br />
de energia renovável.<br />
A diferença é que, neste<br />
caso, o empreendimento não é<br />
o gerador, mas sim um comprador<br />
dessa energia, gerada<br />
por um terceiro, que pode ser<br />
uma cooperativa ou um condomínio<br />
de usuários.<br />
No caso, a energia gerada<br />
por tais usinas é injetada na<br />
rede das dis<strong>tri</strong>buidoras locais e<br />
transformada em créditos,<br />
Placas solares: economia<br />
garantindo também uma redução<br />
na tarifa mensal, sem a<br />
necessidade de investimento<br />
em geração própria.<br />
S e g u n d o d a d o s d a<br />
Associação Brasileira dos<br />
Comercializadores de Energia<br />
(ABRACEEL), no mês de setembro<br />
a opção de compra de energia<br />
elé<strong>tri</strong>ca no mercado livre<br />
resultou em economia média<br />
de 42% (dados nacionais). No<br />
estado de São Paulo, o índice<br />
foi de 40%.
ANP<br />
Após quase dois meses, serviços da<br />
ANP estão parcialmente liberados<br />
Desde o dia 4 de agosto serviços<br />
da ANP, como o levantamento<br />
semanal de preços, os<br />
Sistemas de Registro de<br />
Documentos dos Postos<br />
Revendedores (SRD-PR) e das<br />
Revendas de GLP (SRD-GLP), e<br />
o Sistema Eletrônico de<br />
Informações (SEI), entre outros,<br />
ficaram indisponíveis. A razão,<br />
segundo a própria agência, foi<br />
um ataque cibernético.<br />
Os serviços foram suspensos<br />
na ocasião, de forma preventiva,<br />
e até o fechamento<br />
desta edição apenas os sistemas<br />
SRD-PR e SRD-GLP haviam<br />
voltado a funcionar — mas,<br />
somente para agentes econômicos<br />
que já possuíam acesso.<br />
A Central de Sistemas ANP<br />
(CSA) ainda não está disponível,<br />
inviabilizando a solicitação<br />
de novos acessos.<br />
Outras funcionalidades de<br />
gestão de acesso existentes na<br />
CSA também não estão liberadas<br />
ainda (troca do e-mail do<br />
usuário ou alteração/remoção<br />
de perfis, por exemplo). A única<br />
funcionalidade presente na<br />
tela de login é a que permite o<br />
reset de senha (botão "Esqueci<br />
minha senha"). A ANP informou<br />
que eventuais perdas de<br />
prazo em processos administrativos<br />
eletrônicos decorrentes<br />
da indisponibilidade serão<br />
compensadas pela agência.<br />
26 RECAP
Rio Oil & Gas <strong>2022</strong><br />
Crescimento do downstream vai<br />
exigir investimento pesado até 2035<br />
Até 2035, a demanda por<br />
combustíveis líquidos no Brasil<br />
deverá ser 30% superior ao<br />
volume registrado em 2021. A<br />
perspectiva é de que 35% disso<br />
sejam biocombustíveis, sendo<br />
que a ele<strong>tri</strong>ficação veicular<br />
também deve crescer, passando<br />
a representar 5% da frota.<br />
As estimativas foram citadas<br />
pelo diretor executivo corporativo<br />
e participações da Ultrapar,<br />
Marcelo Araújo, na abertura do<br />
painel “Um novo paradigma<br />
para dis<strong>tri</strong>buição e revenda de<br />
combustíveis no Brasil”,<br />
realizado em 26 de setembro,<br />
durante a Rio Oil & Gas <strong>2022</strong>.<br />
“Nós temos um desafio gigantesco<br />
de infraestrutura para<br />
atender esse crescimento da<br />
demanda”, disse.<br />
“O Instituto Brasileiro de<br />
Petróleo (IBP) estima que serão<br />
necessários investimentos de<br />
R$ 118 bilhões em infraestrutura,<br />
logística, dis<strong>tri</strong>buição e<br />
revenda”, completou. Segundo<br />
ele, esses investimentos teriam<br />
o potencial de reduzir o custo<br />
de dis<strong>tri</strong>buição, com impacto<br />
nos preços ao consumidor.<br />
Henry Daniel Hadid, vicepresidente<br />
jurídico da Vibra<br />
Energia, reforçou a necessidade<br />
de investimentos, mas frisou<br />
que é preciso ter segurança<br />
jurídica para tanto. “Este setor é<br />
As mudanças no mercado de combustíveis<br />
exigem adequação regulatória que garanta a<br />
competitividade e o abastecimento.<br />
muito complexo e suscetível a<br />
várias assime<strong>tri</strong>as, que podem<br />
inviabilizar a competitividade.<br />
A margem é pequena, a <strong>tri</strong>butação<br />
muito alta. Então, é preciso<br />
aprimorar a regulação”, disse.<br />
Hadid citou algumas questões<br />
pontuais que demandam<br />
um olhar mais atento por parte<br />
da ANP, como o delivery de<br />
combustíveis e a bomba<br />
branca. “A agência reguladora,<br />
ao aprovar a Resolução 41,<br />
deixa de proibir a bomba<br />
branca, criando um terceiro<br />
modelo de negócio, além dos<br />
postos embandeirados e<br />
independentes”, comentou,<br />
frisando que as regras precisam<br />
ficar bastante claras, tanto para<br />
os agentes envolvidos quanto<br />
para os consumidores.<br />
Pa r a o p r e s i d e n t e d a<br />
Fecombustíveis, James Thorp<br />
Neto, o grande desafio da<br />
revenda, no momento, é<br />
protagonismo. “Temos que<br />
manter os empresários informados,<br />
defendendo o mercado<br />
leal e justo. Este é nosso maior<br />
desafio neste momento de<br />
transição. Temos um papel<br />
fundamental de não deixar que<br />
a revenda perca sua relevância<br />
na sociedade, especialmente<br />
no caso de postos de menor<br />
porte. Para isso, precisamos<br />
também fortalecer os sindicatos<br />
que representam o mercado<br />
e este é nosso propósito<br />
como federação nacional”,<br />
afirmou.<br />
Thorp citou algumas mudanças<br />
do mercado e mencionou<br />
que a Fecombustíveis está<br />
promovendo um trabalho de<br />
informação junto aos revendedores.<br />
“Um exemplo disso é o<br />
self-service. Promovemos um<br />
painel durante a ExpoPostos,<br />
28 RECAP
com o intuito de que cada<br />
empresário avalie os prós e<br />
contras deste modelo de<br />
negócio e saiba se posicionar”,<br />
destacou, explicando que o<br />
tema voltou ao debate após<br />
uma rede de postos, no Sul do<br />
Brasil, ter obtido uma liminar na<br />
justiça para operar com<br />
autosserviço.<br />
“Este não é um tema que<br />
tem que vir por meio de medida<br />
judicial se queremos um<br />
mercado leal e justo. Medidas<br />
judiciais existem para serem<br />
cumpridas, sim, mas o melhor<br />
caminho para tratar de assuntos<br />
como o self-service é o<br />
legislativo. Desta forma, damos<br />
oportunidades reais para todos<br />
os revendedores, sem desequilibrar<br />
o mercado”, explicou.<br />
O vice-presidente da Federação<br />
Brasilcom, Abel Leitão,<br />
que representa dis<strong>tri</strong>buidoras<br />
regionais, destacou que o<br />
segmento tem grandes desafios<br />
a superar. “Podemos destacar<br />
as fraudes e sonegação, a<br />
privatização do refino e da<br />
infraestrutura e a legislação<br />
atual, que onera os custos e<br />
causa assime<strong>tri</strong>a de mercado”,<br />
pontuou. “Um mercado saudável<br />
é aquele que permite a<br />
competição entre pequenas,<br />
médias e grandes empresas”.<br />
Para a diretora da ANP<br />
Symone Araújo, as transformações<br />
do setor de combustíveis<br />
realmente demandam aprimoramento<br />
regulatório. “A própria<br />
agência está em transformação,<br />
melhorando seus marcos<br />
regulatórios”, disse.<br />
“Queremos buscar uma<br />
regulação menos onerosa, que<br />
possa efetivamente responder<br />
aos novos desafios, por meio<br />
da remoção de barreiras”,<br />
afirmou.<br />
RECAP 29
TREINAMENTO<br />
Conhecimento financeiro é<br />
destaque em curso do <strong>Recap</strong><br />
Três módulos de Gestão Financeira, com mais de 100 participantes, movimentaram a sede do<br />
<strong>Recap</strong>, durante os últimos meses, com informações importantes e diferenciadas para os associados.<br />
O <strong>Recap</strong> concluiu no final<br />
de setembro o curso de<br />
“Gestão de Resultados, Indicadores<br />
de Performance e Precificação<br />
Inteligente” ministrado<br />
pelo especialista no setor,<br />
Carlos Bispo. O treinamento<br />
foi o terceiro e último módulo<br />
do portfólio de cursos de<br />
Gestão Financeira oferecidos<br />
pelo <strong>Recap</strong> aos seus associados.<br />
O p r i m e i r o c u r s o f o i<br />
realizado no final do mês de<br />
junho, abordando a “Gestão<br />
de Recursos Financeiros e<br />
Ferramentas de Tesouraria”.<br />
Seguido, em agosto, pelo<br />
treinamento de “Análise<br />
Financeira para Resultados<br />
da Revenda de Combustíveis,<br />
Lubrificantes e Loja de Conveniências”.<br />
Ao todo foram mais<br />
de 100 participantes que<br />
tiveram a oportunidade de<br />
receber um conteúdo de<br />
qualidade para aplicar aos<br />
seus negócios.<br />
O Sindicato há anos tem<br />
levado aos seus associados um<br />
portfólio de cursos e treinamentos<br />
capazes de atender as<br />
diversas necessidades da<br />
revenda de combustíveis. E<br />
esse, de Gestão Financeira,<br />
veio para suprir temas até<br />
então ainda não abordados<br />
junto aos associados.<br />
O <strong>Recap</strong> e a BC Treinamentos<br />
desenvolveram um<br />
projeto inovador, dedicado<br />
diretamente ao revendedor<br />
proprietário de um posto ou<br />
rede de postos ou aquele<br />
gestor tomador de decisão,<br />
cujo objetivo final é fortalecer<br />
a revenda da região.<br />
Os conteúdos disponíveis<br />
na grade dos três módulos<br />
apresentados não se encontram<br />
de maneira facilitada no<br />
mercado e da forma tão<br />
personalizada como esse<br />
desenvolvido.<br />
“Com toda certeza eu diria<br />
que todos os módulos são<br />
destaques, pois montamos<br />
uma grade de tópicos que<br />
atende as principais necessidades<br />
do revendedor atualmente<br />
para seguir em frente, mesmo<br />
em momento de crises. Cada<br />
módulo foi estrategicamente<br />
escolhido para resolver um<br />
problema da revenda ou para<br />
proporcionar benefícios<br />
relacionados a gestão do seu<br />
negócio”, explica Bispo.<br />
30 RECAP
Dicas importantes<br />
A revista <strong>Recap</strong> buscou<br />
com o especialista algumas<br />
dicas importantes passadas<br />
nos cursos para compartilhar<br />
aqui com os nossos leitores.<br />
"O maior retorno que os<br />
participantes tiveram foi conseguir<br />
a clareza do dia-a-dia na<br />
revenda de combustíveis<br />
quando o assunto é gestão de<br />
recursos financeiros, ou seja,<br />
nos cuidados com o capital de<br />
giro e controle de endividamento<br />
dos empresários. A<br />
organização da gestão financeira<br />
dita o ritmo da revenda e<br />
proporciona as melhores<br />
oportunidades do mercado.<br />
Hoje, a frase forte do revendedor<br />
é que o Caixa é Rei e as<br />
vendas são a Rainha. Cuidando<br />
bem disso já é grande a<br />
possibilidade de se manter<br />
como uma empresa forte<br />
financeiramente e preparada<br />
contra eventuais crises”, acentua<br />
o especialista.<br />
De acordo com os revendedores<br />
que participaram do<br />
treinamento, o conteúdo<br />
apresentado nos três módulos<br />
foi de grande importância para<br />
o cotidiano do seu negócio e já<br />
poderia ser colocado em<br />
prática no dia seguinte ao<br />
curso.<br />
“Inclusive muitos revendedores<br />
já queriam saber sobre<br />
os próximos módulos, o que<br />
nos deixa com a confiança que<br />
o projeto foi um sucesso.<br />
Então, eu como especialista e<br />
ex-revendedor, não tenho<br />
dúvida alguma que os demais<br />
módulos à frente serão ainda<br />
mais proveitosos e importantes,<br />
fazendo a diferença na<br />
gestão de quem participar”,<br />
projeta Carlos Bispo.<br />
RECAP 31
GIRO EM NOTÍCIAS<br />
Fraudes nos combustíveis:<br />
perda de R$ 26,4 bi<br />
Os caixas dos estados,<br />
municípios e da União registraram<br />
perdas de R$ 26,4 bilhões no<br />
biênio 2019-2020 em decorrência<br />
da ação de sonegadores e<br />
fraudadores do setor de combustíveis,<br />
de acordo com um<br />
estudo inédito da FGV e do<br />
Instituto Combustível Legal (ICL).<br />
Entre as fraudes estão a<br />
adulteração nos percentuais de<br />
anidro/ metanol/ solventes;<br />
vendas sem nota fiscal; operações<br />
de venda interestaduais fictícias;<br />
desvio de finalidade na importação<br />
e exportação de combustíveis<br />
e derivados; empresas de fachada<br />
e de uma série de empresas que<br />
podem ser descritas como<br />
"devedoras contumazes". As<br />
perdas foram no PIS/Cofins.<br />
*Cide: R$ 49 milhões - 2019/ R$<br />
110 milhões - 2020.<br />
*PIS/Cofins: R$ 6.607 bilhões -<br />
2019 / R$ 8.5018 bilhões - 2020<br />
*ICMS: R$ 6.507 bilhões - 2019/<br />
R$ 5.225 bilhões - 2020.<br />
Importação diesel russo:<br />
ANP aprova novas licenças<br />
A Agência Nacional do Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP) encerrou o mês<br />
de setembro com a aprovação<br />
de licenças para importação de<br />
cerca de 20 mil toneladas de<br />
diesel da Rússia, o que indica<br />
possível chegada de novas<br />
cargas do combustível dessa<br />
origem, pouco comum no país.<br />
Ao final de setembro, uma<br />
carga de cerca de 35 milhões<br />
de litros de diesel russo chegou<br />
ao porto de Santos, segundo<br />
informação do ministro de<br />
Minas e Energia, Adolfo<br />
Sachsida, que projetou novas<br />
cargas chegando em outubro.<br />
As importações da Rússia<br />
ocorrem com importadores<br />
buscando alternativas aos<br />
Estados Unidos, tradicional<br />
fornecedor aos brasileiros, mas<br />
que agora enfrentam concorrência<br />
de europeus em meio<br />
aos impactos da guerra na<br />
Ucrânia.<br />
5G é ativado em<br />
todas as capitais<br />
A rede 5G foi ativada nas<br />
últimas cinco capitais brasileiras<br />
que faltavam: Belém,<br />
Macapá, Manaus, Porto Velho<br />
e Rio Branco. Com a implantação<br />
da nova tecnologia nessas<br />
cidades, todas as sedes<br />
estaduais passam a estar<br />
conectadas à 5ª geração de<br />
internet móvel antes mesmo<br />
do prazo final definido pela<br />
ANATEL. A data limite para<br />
liberação do sinal era 28 de<br />
novembro.<br />
Brasília foi a primeira a<br />
ativar o 5G. Mais de 50 milhões<br />
de pessoas que vivem nessas<br />
cidades poderão ser beneficiadas<br />
com a chegada do 5G, o<br />
que representa 24% da população<br />
brasileira. A tecnologia<br />
permite velocidade ultrarrápida<br />
- até 100 vezes mais veloz<br />
do que o 4G - e baixíssima<br />
latência, ou seja, curto tempo<br />
de resposta entre um comando<br />
e a execução da ação.<br />
32 RECAP
ARTIGO<br />
Uma Reforma Eleitoral para<br />
salvar a política no Brasil<br />
De uns tempos para cá, o<br />
sistema político brasileiro tornou-se<br />
completamente disfuncional.<br />
Não que ele funcionasse<br />
às mil maravilhas antes,<br />
mas o que era ruim ficou péssimo.<br />
O problema não é<br />
exclusividade brasileira.<br />
Mesmo países onde o sistema<br />
político funcionava bem<br />
vivem hoje o mesmo problema.<br />
Migramos para o mundo<br />
online e para redes sociais<br />
que funcionam como caixas<br />
de ressonância de pessoas<br />
com opiniões parecidas com<br />
as nossas. Escutamos e<br />
lemos quem pensa como<br />
nós e concluímos que quase<br />
todos pensam assim, exatamente<br />
da mesma forma que<br />
grupos que pensam exatamente<br />
o oposto de nós concluem<br />
que quase todos pensam<br />
como eles.<br />
Políticos carismáticos manipulam,<br />
inflamam e exacerbam<br />
estas percepções para se<br />
blindarem das consequências<br />
de qualquer escândalo que<br />
lhes envolva que venha à<br />
tona. Suas respectivas <strong>tri</strong>bos<br />
são convencidas de que qualquer<br />
evidência contra eles só<br />
pode ser manipulação de opositores,<br />
da mídia ou da Justiça.<br />
E assim, acabamos com<br />
uma sociedade ultrapolarizada,<br />
com presidentes, governadores<br />
e prefeitos reféns do<br />
legislativo, com uma incapacidade<br />
de avançar reformas<br />
importantes para modernizar<br />
o país e tornar os brasileiros<br />
mais prósperos, com uma Justiça<br />
politizada e intervencionista<br />
e com grupos de mídia<br />
parciais que denigrem a imagem<br />
de toda a mídia.<br />
Uma reforma eleitoral poderia<br />
ajudar a reverter este quadro,<br />
que ainda é agravado<br />
pelo sistema de eleições em<br />
dois turnos, que reforça a<br />
polarização e posiciona, já no<br />
início do mandato, uma grande<br />
parte do eleitorado e do<br />
legislativo contra quem acabou<br />
de eleger-se.<br />
Minha proposta: acabamos<br />
com o 2º turno e para cada<br />
cargo majoritário, cada eleitor<br />
teria direito a dois votos, um<br />
positivo para o seu candidato<br />
preferido e outro negativo<br />
para quem ele não quer, de<br />
jeito nenhum, que seja eleito.<br />
O eleito seria o candidato<br />
com a soma de votos mais<br />
positiva.<br />
Esse sistema forçaria os políticos<br />
a não apenas buscar<br />
atender os anseios de um<br />
determinado eleitorado, mas<br />
também a não alienar completamente<br />
outra parte do eleitorado,<br />
favorecendo políticos<br />
que nos unam e não os<br />
que nos colocam uns contra<br />
outros. Isso ajudaria muito<br />
também a melhorar a governabilidade<br />
de eventuais eleitos,<br />
o que os tornaria menos<br />
cooptáveis por interesses<br />
escusos de partes do legislativo,<br />
como acontece há tempos<br />
no Brasil.<br />
Para evitar que o sistema<br />
fosse manipulado com o lançamento<br />
de candidaturas<br />
absurdas à esquerda ou à direita<br />
apenas para atrair votos<br />
negativos, poderia ser incluída<br />
uma barreira mínima de<br />
representação no legislativo<br />
para que os partidos pudessem<br />
lançar candidatos aos cargos<br />
majoritários, o que aliás<br />
também ajudaria a garantir a<br />
governabilidade dos futuros<br />
eleitos.<br />
Ricardo Amorim, economista mais<br />
influente do Brasil, segundo a revista<br />
Forbes, e influenciador nº 1 no Linkedin<br />
34 RECAP