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PORTFÓLIO JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

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JOSÉ MAÇÃS DE

CARVALHO


Imagens da exposição Contratempo Exhibition views


Imagens da exposição Contratempo Exhibition views


Imagens da exposição Contratempo Exhibition views


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


S/ título (after gerhard r.), 2022

Papel Photorag, 90 x 135 cm


Warburg hotel, 2022

Papel Photorag, 80 x 120 cm


S/ título (bouguereau) da série Arquivo e Dispositivo, 2016

Papel Fine Art 100% algodão, 60 x 130 cm


S/ título (6) da serie Arquivo e Vestígio, 2022

Papel Fine Art 100% algodão, 70 x 105 cm


Sp hotel, 2022

Papel Photorag, 120 x 80 cm


Beirut 06 | 2007, impressão jacto de tinta inkjet print, 100 x 132 cm


A obra que se evoca de seguida (“Cactus”, 2007- ), tem uma

relação com “Memento” pelo que, em ambas, o entalhe

significa. Em comum temos a pele como suporte de um

gesto que fundamenta uma comunicação mais narrativa no

filme e mais epigráfica nas minhas fotografias. Estas

fotografias apresentam catos de grande porte que se

encontram em quantidade na costa algarvia, ao longo de

caminhos, junto às arribas, em lugares um pouco remotos.

Nestes catos fui descobrindo, com admiração, a inscrição de

datas, nomes próprios portugueses e estrangeiros e signos de

celebração do amor. É preciso sublinhar que para escrever

num cato é preciso um instrumento muito afiado e duro,

alguma destreza e precisão, por causa dos picos. Mais

admirável se torna, assim, esse ato derradeiro de nomeação,

de vontade de registo, para entalhar na pele de um ser vivo a

singularidade de outro ser vivo. O que fomos descobrindo,

também, é que concomitantemente, a pele do cato se

tornava suporte de um outro derradeiro ato de

comunicação, para memória futura, de acontecimentos

certamente esquecidos.

Uma dessas fotografias, tem como título “Beirut, 06”, porque,

para além das típicas inscrições (“Anita Badajoz” e “João

Silva”), encontra-se uma espécie de título43 onde se lê o

nome da cidade de Beirute e o ano de 2006, lembrando esse

verão, quando a força aérea israelita bombardeou a cidade,

com o pretexto de estar a aniquilar membros do partido

político Hezbollah 44. Os bombardeamentos iniciaram-se em

Julho e foram até Agosto matando cerca de 900 pessoas.

Na análise a esta obra David Santos (2008) escreve que

“...a referência à guerra entre Israel e os radicais islâmicos do

sul do Líbano é revelada de um modo particularmente eficaz,

como gravação, ou corte na “pele”, de uma planta que

simboliza a cicatriz corporal (...). Como cicatriz ou tatuagem,

o registo do nome da cidade em associação ao ano desse

conflito atroz produz a estranha sensação de que estamos

perante uma terrível metáfora, pois no lugar do registo do

amor (...) comum na atitude de quem grava com um

instrumento de corte uma mensagem na folha rígida de uma

planta como o cacto, encontramos afinal a referência a mais

uma cidade mártir e à sua mais recente memória bélica.”45

43 Na segunda parte desta tese, em “Arquivo e Alteridade”, apropria-se o conceito “fraseimagem”(

que Ranciére elabora para falar da obra “Histoire(s) du Cinéma”, de Jean Luc

Godard) para analisar outras obras que também têm a palavra intrusa, o acento (Barthes),

porventura da ordem do obtuso.

44 Este grupo é militarista e fundamentalista islâmico, sediado no Líbano, está em constante

conflito com o estado de Israel e é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e

aliados.

45 Este é um excerto do texto (sem marcação de páginas) que David Santos escreveu para a

minha exposição, em 2008, no ciclo “The Return of the Real”, no Museu do NeoRealismo, de V.

F. de Xira, do qual era diretor e curador.

José Maçãs de Carvalho , ARQUIVO E MEMÓRIA: CIRCUITOS

MNEMÓNICOS - Tese de Doutoramento em Arte Contemporânea,

Universidade de Coimbra, 2014


Achille Lauro | 2007, impressão jacto de tinta inkjet print, 100 x 132 cm


9/11 | 2008, impressão jacto de tinta inkjet print, 100 x 132 cm


Imagens da exposição | Exhibition views at PARIS PHOTO 2018


Imagens da exposição | Exhibition views at PARIS PHOTO 2018


It’s a lonely

planet

A serie "It´s a lonely planet" remete para os

guias de viagem que muita gente usa: estas

fotografias pretendem ser uma resposta

visual à deriva de deslocação/viagem, de

certo modo estão em oposição a todos os

textos dos guias de viagem porque são

imagens de experiências em viagem; há um

potência que se adia e qualquer coisa em

falta, qualquer coisa em trânsito.

The series "It'a lonely planet" refers to the

travel guides used by many people: these

photographs are meant to be a visual drift /

travel drift, somehow in opposition to all

travel guides texts as they are pictures of

voyage experiments; There is a power that

is being postponed and something missing,

anything in transit.


Untitled (Koh Samui) Thailand 2006 | Premium Semi-gloss Photo Paper, 100 x 135 cm


Untitled (hotel #2), Roma 2000| lambda print, 90x120 cm


Untitled (casa#5), 2000, caixa de luz light box, 90 cm x 120 cm | Untitled (coke#2), 2007 lambda print, 90cm x 120 cm


Arquivo e

dispositivo

Archive and

Apparatus

Solo show curated by Raquel Guerra

Centro de Artes de S. João da Madeira

30 ABR - 02 JUL 2016

O conjunto de fotografias organizadas neste livro

corresponde, em grande parte, à exposição “Arquivo e

Dispositivo” no Centro de Arte de S. João da Madeira

em 2016 com curadoria de Raquel Guerra.

Acrescentaram-se algumas fotografias que por razões

logísticas não estavam na exposição.

“Arquivo e Dispositivo” faz parte de um conjunto de

exposições que tenho desenvolvido desde 2011 em

torno da matéria do arquivo e pretende ser mais um

ensaio visual sobre algumas questões problemáticas e

primordiais do uso da fotografia na sua relação com o

excesso, a memória e o esquecimento, assim como

sobre a noção e importância dos dispositivos para

criar e ver imagens.

Quando se fala de arquivo, é de um mal de arquivo

(“mal d´archive”) que se fala, para citar uma obra de

Jacques Derrida : “É não ter sossego, é,

interminavelmente, procurar o arquivo onde ele se

esconde….É dirigir-se-lhe com um desejo compulsivo,

repetitivo e nostálgico, um desejo irreprimível de

retorno à origem…”. Para os historiadores e para os

artistas é certamente um espaço de coesão, um lugar

heterotópico (Foucault), onde se realiza, pontualmente,

a utopia ( por definição um lugar sem lugar), mas

também uma heterocronia, ou seja, um lugar marcado

pelo tempo, um lugar que promete uma sensação de

tempo e que encerra em si todos os tempos do

tempo. É com esse desejo de retorno permanente

que é marcado o movimento para dentro do arquivo,

e se revela, por exemplo, no álbum-de-família,

instrumento para a rememoração e, porventura, cura

para um sentimento de perda, que mais não é do que

a sensação do tempo que nos foge por entre os

dedos e os olhos. Este encontro silencioso entre nós

agora e nós passado faz-se quase sempre com

imagens fotográficas, seguramente com imagens que

são uma experiência diferida e que regressam a este

agora, (como diria Walter Benjamim na definição do

conceito de “imagem dialéctica”) justamente porque é

no choque (das imagens do passado que repousam no

arquivo) com o nosso presente que se ativa um

significado até aí adormecido. Deste modo,

aproximam-se dois autores que em comum têm dois

conceitos operativos, a vários níveis, nesta reflexão: a

imagem dialéctica como corolário do processo de

rememoração (estilhaçando a temporalidade num

processo desarcaizante para a imagem) e o valor

das imagens na memória coletiva a partir de Aby

Warburg e do inacabado projeto “Bilder Atlas

Mnemosyne”, que se afirma como matriz estilística

e conceptual desta longa investigação. Este atlas

elaborado entre 1924 e 1929, é constituído por

painéis de 1,70m por 1,40m, usando somente

imagens e que pretendiam constituir-se como uma

história de arte sem palavras. Deste dispositivo

ótico é importante relevar duas ideias do

historiador, capazes de esclarecer esta e outras

exposições que tenho vindo a mostrar: a “lei-daboa-vizinhança”,

que permitiria criar relações nãohierarquizadas

entre as imagens (justaposição de

imagens de variadas proveniências, tempos e

contextos) e também uma “iconologia dos

intervalos”, conceito para definir as relações tensas

entre imagens. De Walter Benjamim retêm-se um

projeto que se pode colocar em relação com o

Atlas de Warburg: “ O Livro das Passagens”, uma

coleção de citações que haveriam de ser

“montadas” de forma a emergirem com sentido,

sem apoio de qualquer suplemento interpretativo.

Desse conjunto de citações interessa trazer para

aqui a ideia da experiência de recolha do vestígio,

para colocar em analogia com a imagem

fotográfica. Talvez possamos encarar cada fotografia

que se faz como um pedaço do quotidiano, parte

de uma totalidade por cumprir, adoptando a ideia

de Susan Sontag de que uma fotografia, porque é

um fragmento, pode ser uma citação. Assim, se

ensaiam várias combinações num espirito de

hiperligação, esbatendo o contexto e o tempo,

sendo possível fazer conviver fotografias feitas

entre 1990 e 2016. Com o “Atlas” de Warburg

terão em comum ser “um objeto anacrónico pois

nele existem tempos heterogéneos” (Didi-

Huberman). Este conjunto -potencial atlasorganiza-se

com imagens onde os dispositivos e os

veículos da visão ocupam lugar central: câmaras

fotográficas e de video, binóculos, os próprios

olhos mas também os suportes físicos da imagem


(outdoors, fotografias de fotografias, pinturas, ecrãs,

janelas. etc) ou outros dispositivos de mediação de

carácter mitológico, religioso ou profano. Entendase

dispositivo também, a partir da leitura

foucauldiana que Giorgio Agamben faz do termo:

“… qualquer coisa que tenha de algum modo a

capacidade de capturar, orientar, determinar,

intercetar, modelar, controlar e assegurar os gestos,

as condutas, as opiniões e os discursos dos seres

vivos.”O livro apela a essa capacidade combinatória

das imagens a partir de uma montagem

imaginativa, ou seja, tomar consciência do efeito de

montagem e a aceitação da imaginação como

faculdade capaz de ver relações secretas e

inusitadas entre as coisas e entre as imagens. Os

intervalos brancos entre imagens servem para

serem preenchidos pelo choque, pela

dissemelhança, pelo inesperado encontro entre

fotografias de tempos diferentes, que

sobreviveram para, aqui e agora, adquirirem um

outro significado, na proximidade umas das outras,

muito para além da sua unicidade. Neste sentido,

diria, com Bernardo Pinto de Almeida, que este

livro quer ser um “espaço-vitrina”, caixa sem

profundidade, onde nos abandonamos numa

experiência recombinatória, sem tempo histórico.

The set of photographs compiled in this book was

featured, for the most part, in the exhibition “Archive and

Apparatus” at the Art Center of S. João da Madeira

(North of Portugal) in 2016, curated by Raquel Guerra.

For logistical reasons, some photographs weren’t part of

the exhibition but have been added now.

“Archive and Apparatus” is part of a series of exhibitions

that I have been developing since 2011 around the

subject of the archive and is intended to be a new visual

essay about some challenging and fundamental concerns

regarding the use of photography in its links to excess,

memory and oblivion, as well as the notion and

importance of the devices used to create and watch

images.

When I talk about archive, I mean archive fever (mal

d’archive), to quote Jacques Derrida:“It is never to rest,

interminably, from searching for the archive right where it

slips away… It is to have a compulsive, repetitive, and

nostalgic desire for the archive, an irrepressible desire to

return to the origin…”

It’s precisely because the archive is a place of the

fragment, of the detail and of the image that it becomes

so enticing to work on the subject. Can the archive be,

much like any other collection is, a place of congregation

of scattered things? Can the archive be the solution for

the fragmentation we feel when we think about the world

and life?

For historians and artists it certainly is a space of

cohesion, an heterotopia (Foucault), where, sporadically,

utopia is accomplished (a place without place by

definition), but also an heterochrony, that is, a place

marked by time, a place that promises a sense of time

and holds within itself all the times of time.

It’s this desire of a permanent return that marks the

movement inside the archive, and it is revealed, for

example, in the family album, an instrument of

remembrance and perhaps a cure for a feeling of loss,

which is nothing more than the feeling of time slipping

away between our fingers and eyes.

This silent rendezvous that makes “ the relation of whathas-been

to the now” (Walter Benjamin about the notion

of “dialectical image”) is often accomplished with

photographic images, surely images that are a deferred

experience and that return to this now, precisely

deferred experience and that return to this now,

precisely because it is in the collision (of the images of

the past which rest in the archive) with our present that

a dormant meaning is activated.

In this way, two authors come together presenting two

operative concepts in common, on multiple levels, in this

reflexion: the “dialectical image” as a product of the

remembrance process (shattering temporality in a

timeless process for the image) and the value of

images to the collective memory based on Aby

Warburg and the unfinished project “Bilder Atlas

Mnemosyne”, which I hold as a stylistic and conceptual

matrix of this long research. This atlas, developed

between 1924 and 1929, is composed of 1,70m by

1,40 panels, using solely images that intended to be a

wordless art history. On this optical apparatus it is

important to stress two of the historian’s ideas, capable

of clarifying this and other exhibitions I have showcased:

the “laws of good neighborhood”, which allow us to

create non-hierarchical relations between images

(juxtaposition of images from varied sources, times and

contexts) and also an “iconology of the interval”, a

concept to define the tense relations between images.

From Walter Benjamin, a project is retained that can be

related with Warburg’s Atlas: “The Arcades Project”, an

unfinished book in which we would find a collection of

quotations that would be “set up” in order to emerge

with meaning, without the support of any interpretative

supplement. From that set of quotations it would be

interesting to bring forth the idea of the experience of

collecting traces, serving an analogy with the

photographic image. Perhaps we can approach each

photo that is taken as a piece of the everyday life, part

of an unfulfilled whole, adopting Susan Sontag’s idea

that a photograph, because it is a fragment, can be a

quotation.

I share this atmosphere with Benjamin, dusty and

diffuse, for the collection and acknowledgment it

bestows on the fragment, as the possibility of a “cure”

for the loss of totality; photographs are then a set of

traces of an uncollectable world forever at the mercy of

vision, expecting to meet the other.


Dr. michals (1990), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 72 cm x 104 cm


Hence, several combinations are tried in a spirit of

hyperlink, blurring context and time, making it

possible to combine photographs taken between

1990 and 2016. With Warburg’s “Atlas” they will

have in common the fact that both are “an

anachronistic object, for in it heterogeneous times

exist” (Didi-Huberman).

This set – a prospective atlas – is organized with

images where the instruments of vision take central

stage: cameras (photo and video), binoculars, the eyes

themselves but also physical image mediums

(outdoors, photographs of photographs, paintings,

screens, windows, etc.) or other apparatus coming

from the mythological, religious or profane system.

Apparatus should be understood according to the

Foucauldian comprehension Giorgio Agamben has of

the term:

“…anything that has in some way the

capacity to capture, orient, determine, intercept,

model, control, or secure the gestures, behaviors,

opinions, or discourses of living beings…”

Beyond the obvious (prisons, schools, among other

structures connected to power) it also includes other

discourses: writing, computers, mobile phones and also

language.

This book of photographs appeals to that ability to

combine images from an imaginative montage or, in

other words, one should become aware of the effect

of montage and accept imagination as a way to

perceive secret and unusual relations between things

and between images.

The blank spaces between images are intended to be

filled by shock, dissimilarity, or the unexpected reunion

of photographs from different times, which survived in

order to, here and now, acquire a new meaning, in the

close proximity to each other, way beyond their unicity.

In this respect, I would say, much like Bernardo Pinto

de Almeida (Portuguese art critic and

University teacher), that this book aims to be a

“display cabinet”, a box without depth, where we

unloose ourselves in a timeless recombinant

experience.

Sheraton(1991), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 90 x 120 cm


I and S (2005), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 72 cm x 104 cm


Pool #4 (1996), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 80 x 110 cm


Atlas (2008), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 90 x 120 cm


Jf (2008), 2016 | fine art cotton paper, Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 132 cm


“mm” (1991), 2016, | fine art cotton paper, Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 72 cm x 104 cm


Imagens da exposição | Exhibition views at Centro de Artes S. João da Madeira, 2016


Imagens da exposição | Exhibition views at Centro de Artes S. João da Madeira, 2016


Imagens da exposição | Exhibition views at Centro de Artes S. João da Madeira, 2016


Imagens da exposição | Exhibition views at Centro de Artes S. João da Madeira, 2016


Imagens da exposição | Exhibition views at Centro de Artes S. João da Madeira, 2016


Arquivo e

Domicílio

‘Arquivo e Domicílio’, surge na sequência de um

projeto de investigação (dissertação de

doutoramento em Arte Contemporânea, no Colégio

das Artes, Universidade de Coimbra, em fase final)

iniciado em 2011 com a exposição “Arquivo #0”, no

CAV, em Coimbra, continuado em “Arquivo e

Alteridade”, na galeria VPF, em Lisboa, e “Arquivo e

Nostalgia”, no atelier Concorde, em Lisboa e

Guimarães no Laboratório de Curadoria, em 2012.

‘Arquivo e Domicílio’ problematiza, de forma

experimental, o processo de significação de imagens

fotográficas realizadas ao longo de mais de vinte anos,

a partir do meu arquivo. Toma-se como referência

cultural e matriz estilística a obra “Bilder Atlas” de

Aby Warburg (1866-1929) e duas ideias-chave: a “leida-boa-vizinhança”

(termo cunhado por Warburg)

que permitiria criar relações não-hierarquizadas entre

as imagens, e também uma “iconologia dos

intervalos”, conceito para definir as relações de

significação entre aquelas imagens, ou melhor, as

tensões relacionais entre imagens.

Exposição individual

Solo show

Arquivo Municipal de Lisboa (Núcleo

Fotográfico), Lisboa, Portugal

8/03/2014

‘Arquivo e Domicílio’ procura uma temporalidade

única, larga e extensiva, usando imagens de várias

series, num período de cerca de 25 anos (o meu

tempo de prática artística). A organização nãohierarquizada,

sem uma narratividade linear, de

imagens encontradas no meu arquivo, para uma

relação eminentemente tensa, desvalorizando o

significado de cada uma isoladamente, pretende ativar

de forma reverberativa (Michaud) uma constelação

significacional, numa espécie de atlas, conforme a “leida-boa-vizinhança

“warburgiana. Este projeto encara a

possibilidade de se elaborarem “atlas-de-imagens”

que possuam, em potência, a ideia de trânsito entre o

singular e o universal, o privado e o público, a imagem

e a linguagem, num processo autorreflexivo e

retrospectivo, de forma a compreender escolhas

temáticas, sublinhando traços que ligam as obras,

numa perspetiva formal e conceptual.

– José Maçãs de Carvalho, 2013





Arquivo e

Democracia

Archive and

Democracy

O projeto Arquivo e Democracia é um ensaio visual

sobre as mulheres de origem filipina que trabalham em

Hong Kong, em serviços domésticos, e ocupam as ruas

de Central aos domingos.

A exposição, que faz coincidir o corpo fotográfico e o

corpo videográfico de José Maçãs de Carvalho,

desenvolve-se em torno deste acontecimento

protagonizado por uma comunidade de empregadas

domésticas que se reúnem nas ruas do centro de Hong

Kong, habitando-as como se de uma casa ou um

quarto se tratassem, fazendo coincidir o espaço público

com o espaço privado. As mulheres filipinas e vivem em

casa dos seus empregadores. Trabalham 6 dias por

semana. Ao domingo, por ser dia de folga e porque não

lhes permitem que permaneçam em casa, passam o dia

na cidade, ocupando ruas e praças importantes do

Central District, uma zona de comércio de luxo.

As imagens revelam um confronto, mesmo que

ingénuo, entre a escala desmedida e espetacular da

arquitetura e a monumentalidade das milhares de

mulheres filipinas que trabalham na cidade e que nela

descansam, ao domingo.

Num diálogo permanente entre a imagem fixa e em

movimento, o artista, como um flâneur que transita das

arcadas parisienses do século XIX para a

contemporaneidade, coreografa uma multiplicidade de

arquivos e dispõe em cena “aquele que passa”, segundo

Ana Rito, a curadora da exposição.

https://www.maat.pt/pt/exposicoes/jose-macas-decarvalho-arquivo-e-democracia

Exposição individual comissariado

por Ana Rito Solo show curated by

Ana Rito

MAAT, Lisboa, Portugal

08 Fev 2017 - 24 Abr 2017

VÍDEOS

https://youtu.be/HpyNFPOUmDM

https://youtu.be/H5afOAN3K-c

https://youtu.be/rkAXB4NcYnA


©António Bracons


©António Bracons


©António Bracons


©António Bracons


©António Bracons


Sem título Untitled (HK #10), 2017 | fine art 100% algodão cotton, 120 x 160 cm


Sem título Untitled, 2017 | fine art 100% algodão cotton, 90 x 120 cm


Sem título (terminal), 2017 | fine art 100% algodão cotton, 73 x 96 cm


Arquivo e democracia, 2017 | video still. sd, 4:3, cor, 4’42’’


Arquivo e

Vestígio

Archive and

Spuren

“Arquivo e vestígio” (2016). Nesse conjunto,

que se organiza uma vez mais como “ensaio

visual” de uma longa série imagética e reflexiva

dedicada ao “arquivo”, opera sobretudo o

conceito mais abstrato de “conhecimento” na

sua relação com essa poética tautológica e

particular que constitui o esforço humano

para significar. Ao mesmo tempo, essas

fotografias criam uma dinâmica de

interrogação e relacionamento subtil com a

manifestação pública e usufruto democrático

do conhecimento babélico, exponenciado em

bibliotecas, mediatecas, arquivos ou outras

tipologias espaciais de disponibilização física ou

virtual do saber.

(...) Ao privilegiar a expressão do “arquivo”

através da leitura especular do “vestígio” de

um “conhecimento”, na sua recontextualização

inesperada, José Maçãs de Carvalho explora a

imaginação dos gestos que associamos a esses

lugares do saber, atribuindo-lhes, no entanto,

uma profunda e quase invisível dimensão de

sonho ou irrealidade, apesar de todas as

imagens que nos são apresentadas parecerem,

ao primeiro olhar, presas apenas ao real.

Porém, uma leitura mais atenta revela-nos a

experiência da imagem como uma mistura

inquietante, determinada pela encenação

cuidada de um real desse modo controlado.

(...), David Santos

"Archive and Spuren" (2016). Organised as a

“visual essay” of images dedicated to the

contemplation of the “archive” as a concept, this

series works with a more abstract idea of

“knowledge” in its relation to the tautological and

particular poetics that constitute the human

effort to signify. At the same time, these

photographs create a dynamic of interrogation

and a subtle relation with the public manifestation

and democratic enjoyment of Babelian

knowledge nurtured in libraries, media libraries,

archives and other spaces that make physical and

virtual knowledge available.

(...) As Georges Didi-Huberman points out with

respect to the “dream-image” as an expression of

the “vestige”: “What presents itself crudely at first,

what presents itself and refuses the idea, is the

rend. It is an outside-subject image, an image that

is all dream-image. It will impose itself here only

by dint of the omission (Auslassung) or

retrenchment of which it is, strictly speaking, the

vestige: the sole survival, simultaneously a

sovereign remainder and the trace of an erasure.

A visual agent of disappearance.”63 In privileging

the “archive’s” expression through a

specular reading of the “vestige” and of

“knowledge” in its unexpected

recontextualisation, José Maçãs de Carvalho

explores the imagination of gestures we associate

with these sites of knowledge, whilst ascribing to

them the profound and almost invisible

dimension of a dream or non-reality, despite the

fact that all of the images on display appear, at

first glance, to be linked to the real. However, a

closer reading reveals the experience of an image

as an unsettling melange, defined by the careful

staging of a real that is controlled. (...), David

Santos


Untitled (after Candida H.), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (manuscript), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (reading), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (28), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (ciência), 2016 | Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (borboletas), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (fitas), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (museum), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Untitled (mona lisa), 2016 | Impressão sobre papel de algodão fine art Fine art cotton paper, 100 x 150 cm


Arquivo e

Consignação

Archive and

Consignment

Exposição individual Solo show

Casa das Artes, Miranda do Corvo

02 Mar 2016 - 03 Jul 2017

Segundo Jacques Derrida (“Mal d´Archive”) vários são

os passos para guardar um documento no arquivo. Um

desses momentos é a consignação, da qual temos a

imagem de listas, siglas ou cifras, que produzem uma

qualquer ordem. A consignação implica, não somente,

disponibilizar espaço de acomodação, mas também

colocar os documentos em relação, num sistema

articulado.

“Arquivo e Consignação” tenta comprovar a hipótese

de as imagens ativarem novos significados na

aproximação (física) a outras imagens, perdendo a sua

unicidade para assim ganharem um sentido relacional e

expansivo. Estamos perante o conceito de “imagem

dialéctica” (Walter Benjamim) que não corporiza a

continuidade entre passado e presente, mas concentra

em si o movimento daquilo que foi com o agora,

tornando-se o centro de um gesto de rememoração.

Falamos também acerca da dualidade da imagem

(Carlos Vidal), acerca da sua capacidade de remeter a

um campo de significado distante de si.

A indexação por número e letras (relação puramente

convencional) é a forma mais antiga e eficaz de

arquivar, para a qual, no entanto, é preciso criar um

outro sistema que clarifique essa inscrição. Esta

aparente clarificação é, muitas vezes, ela própria críptica

e difusa, para ser esclarecida pelo arconte ou pelo

burocrata.

Esta nova indexação, em “Arquivo e Consignação”,

oblitera o contexto, o lugar e o tempo que,

habitualmente, acompanham as fotografias nos

arquivos, nos álbuns e até mesmo nas pastas

informáticas. Esta omissão exclui-as de uma leitura

narrativa à priori e aumenta a tensão recetiva, porque

diante de fotografias perguntamos sempre onde e

quando.

“…desse mesmo universo um entendimento mais lato,

estabelecendo à posteriori uma reordenação dos

referentes recolhidos nas viagens, alterando-lhes a

correspondência de significados entre imagem e

referente…”

Tem sido, aliás, uma prática recorrente no meu trabalho

artístico, esta problematização do visível com o dizível

pela afirmação da palavra numa relação tensa com a

imagem.

Parece, por conseguinte, que estas duas problemáticas

são recorrentes e substantivas : as imagens despidas de

contexto, tempo e lugar, numa significação por vir; e a

presença da palavra, que para além de trazer uma

fricção linguística à imagem, também perturba a relação

com o visível, até porque, nesta nova série de

conjugações, falo da palavra como marca impressiva

(Derrida), inscrita na pele da imagem .

Assinale-se o intencional desequilíbrio formal entre a

imagem icónica e a imagem verbal (as palavras inscritas

na fotografia têm uma reduzida dimensão), de forma a

que, numa primeira instância (visual) o espetador veja a

fotografia, sem a perturbação do texto, e possa,

portanto, ter uma relação percetiva muito visual com as

fotografias na parede, para só depois se aperceber

dessa pequena mancha negra que se transforma em

texto.

A palavra inscrita na imagem remete para lugares físicos

instaurados na memória coletiva e leva-nos para lugares

geográficos, cujo afeto individual (a perceção subjetiva)

é determinante na sua expressividade.

O que nestas fotografias se faz é interromper a habitual

correspondência entre imagem e palavra

(especialmente se pensarmos que nos títulos da

maioria das fotografias sempre consta o lugar onde ela

se fez), provocando, assim, uma nova associação

significacional, até porque, em cada uma destas imagens,

não há elementos que obriguem a ligar a fotografia ao

lugar. Será, pois, nesta opacidade da relação analógica da

fotografia com o real, que surge este espaço de

dissemelhança, onde a credibilidade da imagem é

suspensa pela intrusão da palavra.

José Maçãs de Carvalho, Abril de 2016


Imagens da exposição | Exhibition views at Casa das Artes, Miranda do Corvo, ©Jorge Neves


Imagens da exposição | Exhibition views at Casa das Artes, Miranda do Corvo, ©Jorge Neves


Imagens da exposição | Exhibition views at Casa das Artes, Miranda do Corvo, ©Jorge Neves


Imagens da exposição | Exhibition views at Casa das Artes, Miranda do Corvo, ©Jorge Neves


Imagens da exposição | Exhibition views at Casa das Artes, Miranda do Corvo, ©Jorge Neves


Untitled (budapest) 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (par une) 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (cairo), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (loire), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (anchorage), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (l histoire), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (munich), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm


Untitled (Seul), 2016

fine art 100% cotton paper, 65 x 170 cm



Videografia

Video killed the painting stars #10 (m. ray)

da série Video killed the painting stars, 2021

Video SD, 4:3, 6 min e 30 seg, cor, sem som, Ed. 1/3 + 2 PA


"After M. Klein", 2017

4k, 13’55’’


Arquivo e Domicílio, 2014

4k, 5’14’’


Arquivo e Nostalgia 2012

Video 17’38’’


Arquivo e Nostalgia 2012

Video 17’38’’


Never Tell a Secret, 2004

Video 2’40’’


Video killed the painting stars (newton) 2004

Video 5’58’’


Arquivo e Dispositivo = archive and apparatus José Maçãs de Carvalho


Arquivo e Melancolia = archive and melancholy- José Maçãs de Carvalho

Textos de / Texts by: Adelaide Ginga150 x 240 mm, 32 pages,


José Maçãs de Carvalho : arquivo e democracia = archive and democracy

texto Ana Rito ; trad. Rui Cascais Parada. - Lisboa : Fundação EDP, 2017. - 16 p. : il. ; 24 cm. - (Cinzeiro ; 8). - Ed. bilingue em português e inglês.


Arquivo e intervalo / Archive and Interval - José Maçãs de Carvalho

Textos de / Texts by: Adelaide Ginga, Ana Rito, José Bragança de Miranda e Pedro Pousada, 125x210 mm, 228 pages, 1


29/01/2019 O jogo do indizível | Wall Street International Magazine

Wall Street International Magazine

22/09/2017 Mirian Tavares

O jogo do indizível

José Maçãs de Carvalho

ARTFORUM International

Maio May 2010 Miguel Amado, vol. 48, nº 9

22 SETEMBRO 2017, MIRIAN NOGUEIRA TAVARES

José Maçãs de Carvalho

«Do not forget that a poem, even though it is composed in the language of information, is not used in the language-game

of giving information».

(Wittgenstein)

No centenário do nascimento de Ludwig Wittgenstein, em 1989, Joseph Kosuth realizou uma grande exposição no Wiener

Secession Museum a que chamou The Play of the Unsayable. Composta de um texto e de diversas obras, a exposição explorava

os limites da linguagem, dentro dos jogos propostos pelo filósofo, na tentativa de responder à questão que movia o trabalho do

próprio artista: seria a arte, naquele momento, uma atividade pós-filosófica? E como era possível que a arte, dentro da realidade

circundada pela

«(…) immediate gratification of the entertainment commodities of mass culture (…)»,

sem ceder à acessibilidade dos artefactos consumíveis, continuasse a ter público? Estas são apenas algumas das questões que

Kosuth, um dos artistas que mais teorizaram sobre a arte contemporânea, propôs, numa exposição dedicada ao filósofo

austríaco e aos artistas que, no seu entender, estavam conectados pelo trabalho que realizavam – desde artistas do início do

século XX, como Marcel Duchamp, a outros, considerados pós-modernistas, como Marcel Broodthaers.

Filosofia e arte não são matérias que divirjam, mas possuem, como o próprio Kosuth afirma no texto que escreveu para o

catálogo da exposição, perfis ontológicos diferentes. Não são auto-excludentes mas não se confundem, mesmo que joguem, em

determinados momentos, os mesmo jogos traduzíveis numa linguagem, aparentemente comum. A primeira vez que fui

confrontada com um trabalho do José Maçãs de Carvalho, pensei no em Kosuth e na reflexão, ainda atual, que este apresenta no

seu texto-obra de 1989. Para o artista

https://wsimag.com/pt/arte/30630-o-jogo-do-indizivel 1/8


Sábado - Artes Plásticas

10/06/2016 Ágata Xavier

AFTER IMAGE

May/June 2017 K. Johnson Bowles Vol. 44 No. 6,


ionline

10/02/2017 Diogo Vaz Pinto


DN

s/d, Ágata Xavier

Expresso Actual

s/d, Celso Martins

PressDisplay.com - Casar imagens - 7 May 2011 - Page #28

http://www.pressdisplay.com/pressdisplay/services/PrintArticle.ashx?i...

!


!

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

Nasceu em 1960, Anadia, Portugal.

Doutoramento em Arte Contemporânea - Colégio das Artes da

Universidade de Coimbra, em 2014; estudou Literatura nos anos

80 na Universidade de Coimbra e Gestão de Artes nos anos 90,

em Macau onde trabalhou e viveu; Professor no Dep. de

Arquitetura e no Colégio das Artes (Subdiretor) da

Universidade de Coimbra

Foi bolseiro da F.Calouste Gulbenkian, F.Oriente, Instituto

Camões, Centro Português de Fotografia e Instituto das Artes/

Dgartes. Em 2003 comissaria e projecta as exposições

temporárias e permanente do Museu do Vinho da Bairrada,

Anadia; em 2005 comissaria “My Own Private Pictures”, na

Plataforma Revólver, no âmbito da LisboaPhoto. Nomeado para

o prémio BESPhoto 2005 (2006, CCB, Lisboa) e para a “shortlist”

do prémio de fotografia Pictet Prix, na Suiça, em 2008.

Entre 2011 e 2014 realizou 4 exposições individuais em torno

do tema da sua tese de doutoramento (arquivo e memória), no

CAV, Coimbra; Ateliers Concorde, Lisboa e Colégio das Artes,

Coimbra; Galeria VPF, Lisboa; Arquivo Municipal de Fotografia,

Lisboa e foi editado um livro (“Unpacking: a desire for the

archive”) pela StolenBooks, em 2014. Em 2015, foi publicado um

livro de fotografias suas, “Partir por todos os dias”, na Editora

Amieira. Já em 2016, participa no livro “Asprela”, fotografia sobre

o campus universitário do Porto, editado pela Scopio Editions e

Esmae/IPP. Em 2017 organiza “Arquivo e Intervalo”, com textos

de J. Bragança de Miranda, Pedro Pousada, Adelaide Ginga e Ana

Rito, publicado pela Stolen Books, Lisboa.

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

Born 1960 in Anadia, Portugal.

After obtaining a first degree in Modern Languages and

Literature (Coimbra University, Portugal), he completed a

postgraduate course in Management of the Arts (Institute of

European Studies in Macau, 1998) in Macau where he taught

and lived from 1994 to 1999. He obtained a Phd in

Contemporary Art at Colégio das Artes, University of Coimbra,

Portugal, in 2014. He has works (photos and videos) in public

and private art collections .

He was both curator and participant in the exhibition My own

private pictures (Plataforma Revólver, LisbonPhoto Biennial,

2005), which lay at the origin of his nomination for the BES

Photo Prize in 2005 (most important prize for photography in

Portugal).In 2008 was shortlisted for the Pictet Prix (Suisse Bank

Award for Photography).

Between 2011 and 2017 set up several exhibitions as a practical

project for his doctoral programme around the subject of

archive and memory at CAV, Coimbra; Ateliers Concorde,

Lisbon and Colégio das Artes, Coimbra; VPF gallery, Lisbon; The

City Hall Photographic Archive, Lisbon, VF Xira Photo Bienal,

Museu do Chiado and MAAT, Lisbon and a book, “Unpacking: a

desire for the archive”, was published by StolenBooks. In 2015, a

book of photographs, “Partir por todos os dias”, was published

by Editora Amieira. In 2016 his photographic work about

Oporto university campus was published on a book called

“Asprela” by Scopio Editions and Oporto Polytechnic Institute. In

2017 the book “Archive and Interval” was published by Stolen

Books, Colégio das Artes/University of Coimbra and MAAT, with

texts by Pedro Pousada, José Bragança de Miranda, Adelaide

Ginga e Ana Rito (Portuguese art critics and University

teachers).


Carlos Carvalho Arte Contemporânea

Rua Joly Braga Santos, lote f r/c

1600-123 Lisboa | Portugal

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