Revista Ponto de Vista - Ago 2022-virtual

Se a ATLS estabelece padrões a serem
seguidos nos prontos-socorros em geral,
existe uma outra ferramenta específica
para o atendimento emergencial
oftalmológico, como explica o Dr. Pedro
Antonio Nogueira Filho, CRM 120753/SP,
oftalmologista e chefe do Pronto-Socorro
do H.Olhos, e vice-presidente da Sobreto
(Sociedade Brasileira de Emergência
e Traumatologia Ocular) e autor do
capítulo 2 da coleção do CBO (Conselho
Brasileiro De Oftalmologia) Urgências em
Oftalmologia e que aborda a classificação
do trauma ocular.
Estamos falando da Birmingham Eye
Trauma Terminology, conhecida no
mundo todo como BETT.
“A BETT fornece uma plataforma que
padroniza a descrição dos tipos de
lesões oculares, independentemente
da nacionalidade, do local de prática ou
treinamento do oftalmologista”, diz o
Dr. Pedro. E ele completa: “Isso facilita
um conhecimento mais aprofundado
das lesões potenciais, o que é
fundamental não apenas para garantir
um diagnóstico rápido, mas também para
evitar mais danos aos olhos e preservar a
capacidade visual”
A classificação das lesões oculares
traumáticas é algo de extrema
importância, tanto para padronização
de condutas, quanto para avaliação da
gravidade e estimativa de prognóstico
visual. Sem um sistema padronizado
que defina, sem ambiguidade, o tipo de
trauma mecânico que um olho suporta,
é impossível para os oftalmologistas a
comunicação adequada da condição dos
globos oculares.
Muitas lesões graves, capazes de provocar
sequelas permanentes na visão, podem,
inicialmente, não apresentar dor ou diminuição
de visão. Por isso, mesmo que a princípio
o paciente não sinta nenhum incômodo,
é aconselhável procurar um médico
oftalmologista sempre que um traumatismo
ocular acontecer e que isto ocorra de imediato
ao momento do trauma, quanto antes ocorrer
o atendimento e a identificação da lesão e
gravidade do quadro, menores as chances de
sequelas mais graves e definitivas.
6 | Revista Ponto de Vista - 1ª Edição de 2022