SCMedia News | Revista | Junho 2022

SCM Supply Chain Magazine 63
Foi aprovada a proposta da Comissão
Europeia – já aceite pelos 27 estados-
-membros da União Europeia – que proíbe
a venda de novos veículos com motor de
combustão (gasolina e gasóleo) a partir de
2035, na prática só permitindo a venda de
veículos novos elétricos.
O transporte é um dos maiores emissores
de CO2 na UE, sendo os automóveis por si só
responsáveis por 12% do total de emissões
de gases com efeito de estufa.
A pedido de alguns países, onde se inclui
a Alemanha e a Itália, a UE concordou,
contudo, em considerar dar “luz verde” no
futuro para tecnologias alternativas, como
os combustíveis sintéticos ou híbridos plug-
-in, se forem capazes de alcançar o objetivo
de eliminar completamente as emissões de
gases com efeito de estufa dos veículos.
A norma final da medida que pretende
reduzir para zero as emissões de dióxido de
carbono (CO2) dos automóveis novos a partir
de 2035 será negociada entre o Parlamento,
Conselho e Comissão no segundo semestre
do ano, já com a República Checa na
presidência do Conselho da UE.
É, portanto, um assunto praticamente
decidido: a partir de 2035, já não serão
aprovados quaisquer veículos com motor de
combustão na UE.
Desta forma, o setor da construção
automóvel está perante uma conversão sem
precedentes das suas fábricas e unidades
de produção e alguns equipamentos podem
alcançar preços elevados no mercado de
máquinas e equipamentos usados, para
financiar uma parte do investimento
necessário.
NEUTRALIDADE CARBÓNICA
ATÉ 2050
A UE assumiu um papel precursor e pretende
atingir a neutralidade climática até 2050. Um
quarto das emissões totais de CO2 a nível
europeu é proveniente do trânsito. Em 2019,
perto de 800 milhões de toneladas de CO2
foram emitidas nas estradas da União Europeia.
Os veículos ligeiros e os motociclos causaram a
maioria das emissões, representando 62%.
No âmbito da transição verde, agora os
estados-membros da UE e o Parlamento
Europeu têm de chegar a um compromisso
coletivo. É possível que se abra também uma
porta das traseiras para os combustíveis
sintéticos, mas o objetivo é a eletrificação total
dos veículos.
CONSEQUÊNCIAS PARA A
INDÚSTRIA
Para a produção de automóveis e para os
seus fornecedores, isto significa que vários
componentes que agora integram os veículos
terão de ser suprimidos, modificados ou
incluídos nos portefólios dos fornecedores.
Em vez de um motor de combustão será
necessária uma máquina elétrica. Em vez do
sistema de alimentação de combustível, serão
montados sistemas de baterias ou de células
de combustível. Serão suprimidos o sistema de
escape e o alternador e a transmissão terá de
ser adaptada.
Por outro lado, será necessária eletrónica de
potência que não é instalada nos automóveis
convencionais até à data. E não só os sistemas
serão diretamente afetados, como também