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SCMedia News | Revista | Junho 2022

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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JUNHO <strong>2022</strong><br />

tier no final”, acrescentando que “o desafio<br />

foi estabelecer este trabalho em conjunto<br />

com empresas que estão situadas no mundo<br />

inteiro e conseguir novas ferramentas de<br />

trabalho que nos permitam de alguma forma<br />

restabelecer operações, conseguindo fazê-lo<br />

com o uso do teletrabalho, algo que numa<br />

indústria normalmente não era usual, e que<br />

nos permitiu saber qual o momento certo<br />

para repor operações e com que dimensão”,<br />

demonstrando assim que a pandemia veio a<br />

acelerar o uso das tecnologias, digitalizando e<br />

autonomizando as cadeias de abastecimento.<br />

O IMPACTO DA GUERRA<br />

Após a pandemia de COVID-19, se a resiliência<br />

das cadeias de abastecimento já tinha sido<br />

testada, com a guerra na Ucrânia estas voltam<br />

a ser bombardeadas, tornando os dias de quem<br />

se movimenta profissionalmente no setor e, em<br />

particular, na área de compras e procurement<br />

muito desafiantes e incertos. Esta crise, por sua<br />

vez, dá lugar a um aumento dos preços, por<br />

exemplo, “da energia e do transporte, que levou<br />

a produção e a movimentação dos produtos a<br />

tornar-se cada vez mais cara”, segundo Mariana<br />

Coimbra.<br />

A responsável aponta dois pilares<br />

desafiantes com os quais tem de lidar: “por um<br />

lado, a volatilidade dos preços, a inflação, as<br />

interrupções da cadeia de abastecimento e os<br />

prazos de entrega e, por outro lado, a escassez<br />

de mão de obra e o aumento dos salários”. Isto<br />

quer dizer que para lidar com a volatilidade<br />

dos preços e até prazos de entrega que<br />

diminuíram, há a necessidade de fazer novos<br />

contratos, como aponta Carlos Pinto, “temos<br />

semanalmente fornecedores a baterem-nos à<br />

porta a dizer ’eu não consigo continuar com<br />

este contrato em vigor’, ‘estes preços que<br />

vos apresentámos neste momento não são<br />

sustentáveis’, e conseguem-nos apresentar<br />

motivos e argumentos que são perfeitamente<br />

válidos e, portanto, nós temos vivido um<br />

momento em que estamos a renegociar<br />

grande parte dos contratos que tinhamos”, um<br />

problema que afeta todos os fornecedores.<br />

Esta é uma situação que acarreta riscos, pois<br />

“não sabemos como vão evoluir os salários,<br />

como vão evoluir os preços dos materiais,<br />

como vai evoluir a inflação e, portanto, isto<br />

tem que naturalmente ser incorporado no<br />

preço”, remata Mariana Coimbra.<br />

É PRECISO RETER O TALENTO<br />

Uma bola de neve que arrasta atrás de si<br />

ainda a escassez de talento e o aumento da<br />

concorrência, pelo menos segundo Pedro<br />

Amorim, “nós temos um país que forma muitos<br />

bons técnicos, nós temos universidades muito<br />

bem reconhecidas do ponto de vista europeu<br />

(...) mas somos baratos. Ponto. Somos baratos.<br />

E eles vêm para cá com recursos baratos ou<br />

então estão a levar recursos daqui e muitas<br />

vezes nem é daqui para fora, é deixá-los cá<br />

para trabalhar para os seus países e a receber<br />

mais. Essa é uma realidade que nós não<br />

conseguimos ultrapassar num curso prazo.<br />

É muito difícil”, indicando logo de seguida<br />

outro problema associado ao talento. “Temos<br />

uma enorme taxa de desemprego em jovens<br />

qualificados que saíram das universidades em

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