Técnico do Seguro Social - Apostila

Apostilas para estudos do concurso INSS Apostilas para estudos do concurso INSS

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Social


Instituto Nacional do Seguro Social

INSS

Técnico do Seguro Social

NV-008MR-21

Cód.: 7908428800307


Obra

INSS-Instituto Nacional do

Seguro Social

Técnico do Seguro Social

Autores

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Xico Kraemer

REGIME JURÍDICO ÚNICO • Jonatas Albino e Nágila Vilela

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Samara Kich

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Fernando Paternostro

Zantedeschi e Jonatas Albino

LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares

e Giselli Neves

RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof.º Kaká)

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura, Hebert

Ferreira e Leonardo Vanconcelos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL • Ana

Julia Kachan e Lilian Novakoski

Produção Editorial

Carolina Gomes

Josiane Inácio

Karolaine Assis

Organização

Roberth Kairo

Saula Isabela Diniz

Revisão de Conteúdo

Ana Cláudia Prado

Fernanda Silva

Jaíne Martins

Maciel Rigoni

Nataly Ternero

Análise de Conteúdo

Ana Beatriz Mamede

Arthur de Carvalho

João Augusto Borges

Diagramação

Dayverson Ramon

Higor Moreira

Lucas Gomes

Willian Lopes

Capa

Joel Ferreira dos Santos

Projeto Gráfico

Daniela Jardim & Rene Bueno

Edição:

Março/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos

pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,

por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da

editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso

de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site

www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e

Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.

Dúvidas

www.novaconcursos.com.br/contato

sac@novaconcursos.com.br


APRESENTAÇÃO

Um bom planejamento de seus estudos é determinante para

sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação

em um cargo público. Por isso, pensando no máximo

aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado considerando

os itens relevantes do último edital para Técnico do

Seguro Social do Instituto Nacional de Seguridade Social – didaticamente

reunidos em um sumário planejado para otimizar o

seu tempo e o seu aprendizado.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica

– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados

nas provas, além de Questões Comentadas das principais

bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus

conhecimentos, a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios

gabaritados da banca organizadora do último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência

de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos professores

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Ética no Serviço Público - Código de Ética do Servidor Público do Poder Executivo

Federal: Decreto nº 6.029/2007

Regime Jurídico Único - Lei n° 8.112/1990: Provimento

Noções de Direito Constitucional - Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Nacionalidade

Noções de Direito Administrativo - Princípios da Administração e Agentes Públicos

Língua Portuguesa - Pontuação

Raciocínio Lógico - Tabelas Verdade; Diagrama de Venn

Noções de Informática - Internet: Protocolos

Conhecimentos Específicos - Direito Previdenciário: Seguridade Social, Conceito e

Princípios Constitucionais

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VERSO DA APOSTILA


SUMÁRIO

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.......................................................................................11

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO

FEDERAL.............................................................................................................................................. 11

DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007....................................................................................11

REGIME JURÍDICO ÚNICO..............................................................................................19

LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO........................ 19

O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL.................................... 32

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLICO................................................................... 32

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................37

DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS............................................................................................ 37

DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE....................................37

DIREITOS SOCIAIS.............................................................................................................................................46

NACIONALIDADE E CIDADANIA.......................................................................................................................47

DIREITOS POLÍTICOS........................................................................................................................................49

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................... 50

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO.................................................................61

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................... 61

CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO................................................................................61

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS.......................................................................................................................61

DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................... 61

CONCEITO E FONTES........................................................................................................................................61

PRINCÍPIOS........................................................................................................................................................62

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO................................................................................. 65

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA............................................................................................................65


AGENTES PÚBLICOS.......................................................................................................................... 71

ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO...........................................................................................................................71

PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS, CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA....................................72

REGIME JURÍDICO ÚNICO.................................................................................................................. 80

PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS E VANTAGENS,

REGIME DISCIPLINAR, RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA.................................80

PODERES ADMINISTRATIVOS........................................................................................................... 80

PODER HIERÁRQUICO.......................................................................................................................................80

PODER DISCIPLINAR.........................................................................................................................................81

PODER REGULAMENTAR..................................................................................................................................81

PODER DE POLÍCIA............................................................................................................................................81

USO E ABUSO DO PODER..................................................................................................................................82

ATO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................... 82

VALIDADE, EFICÁCIA ATRIBUTOS, EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA..........................................82

CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO, VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.......................84

SERVIÇOS PÚBLICOS......................................................................................................................... 85

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS............85

DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO.............................................................................87

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO.......................................................... 94

CONTROLE ADMINISTRATIVO.........................................................................................................................94

CONTROLE JUDICIAL........................................................................................................................................94

CONTROLE LEGISLATIVO.................................................................................................................................95

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.......................................................................................... 97

LEI Nº 8.429/1992.............................................................................................................................101

LEI N°9.784/1999..............................................................................................................................107

LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................. 117

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.........................................................................117

TIPOLOGIA TEXTUAL.......................................................................................................................120

ORTOGRAFIA OFICIAL......................................................................................................................126


ACENTUAÇÃO GRÁFICA..................................................................................................................127

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.......................................................................................128

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE................................................................................144

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.............................................................................................145

PONTUAÇÃO.....................................................................................................................................149

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL..........................................................................................151

REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL...................................................................................................152

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS......................................................................................................153

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS.............................................................................156

RACIOCÍNIO LÓGICO...................................................................................................... 185

CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO............................................................................185

PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES............................................................................185

SENTENÇAS ABERTAS....................................................................................................................................186

NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE.................................................................................................187

CONECTIVOS...................................................................................................................................................188

PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES COMPOSTAS...........................................................................190

TAUTOLOGIA.....................................................................................................................................190

OPERAÇÃO COM CONJUNTOS.......................................................................................................191

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS.................................................................................................196

NOÇÕES DE INFORMÁTICA........................................................................................ 201

CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET, CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO

DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA...201

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS,

PLANILHAS E APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE....216

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10.....249

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO

ELETRÔNICO.....................................................................................................................................279

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E DERIVADOS..................287


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL............................ 309

SEGURIDADE SOCIAL.......................................................................................................................309

ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL.........................................................................................309

CONCEITUAÇÃO..............................................................................................................................................311

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA......................................................................................................316

CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA.....................................................................................316

APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS, INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E

INTERPRETAÇÃO.............................................................................................................................................317

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL...................................................................................................319

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL....................................................................................322

BENEFICIÁRIOS DO RGPS...............................................................................................................................322

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO,

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL.....................................322

SEGURADO FACULTATIVO..............................................................................................................................328

DEPENDENTES DO RGPS................................................................................................................................328

TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO RGPS......................................................................................................329

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E DEPENDENTES........................................................................329

DISPOSIÇÕES GERAIS DO RGPS PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS.......................................332

MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO......................................332

SALÁRIO DE BENEFÍCIO..................................................................................................................................336

RENDA MENSAL..............................................................................................................................................338

REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS..........................................................................................338

EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO..................................339

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL.................................................................................339

RECEITAS DA UNIÃO.......................................................................................................................................340

RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SEGURADOS, DAS EMPRESAS,

DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR DOMÉSTICO, DO PRODUTOR RURAL.........340

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.........................................................................................................................343

Conceito..........................................................................................................................................................343

Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes.........................................................................................343

Limites Mínimo e Máximo..............................................................................................................................345

COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL...........................................................345


INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA.............................................................................346

RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS.............................................................................348

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO..........................................................................................................349

LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES.................................................................................................350

SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS............................................................................351

LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES.................................................................................................356

DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES..........................................................................................360

LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS).............................................................................................379

INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DO SUAS.......................................................................................................383

DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.....384



ÉTICA NO SERVIÇO

PÚBLICO

O código inicia suas disposições estabelecendo

as regras deontológicas. As regras deontológicas são

normas de conduta de uma determinada profissão.

No caso do decreto 1.171/94, as regras de conduta se

aplicam aos servidores do poder executivo federal na

administração direta e indireta.

Órgão e entidades da

Administração Pública

Federal

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO

SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER

EXECUTIVO FEDERAL

DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007

Código de Ética

Profissional do

Servidor Público Civil

do Poder Executivo

Federal

Administração Pública

Federal direta e indireta

O decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 foi

sancionado pelo Presidente da República, tendo

por base o disposto no art. 37 da constituição. E em

leis esparsas (8.112/90 e 8429/92).

Com a aprovação do Código de Ética Profissional

do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,

ficam definidos os órgãos e entidades da Administração

Pública Federal direta e indireta como destinatários

da medida. O prazo para implementação foi de 60

(sessenta) dias, inclusive a Constituição da respectiva

Comissão de Ética que será integrada por três servidores

ou empregados titulares de cargo efetivo ou

emprego permanente.

CÓDIGO DE

ÉTICA

SERVIDORES

PÚBLICOS

FEDERAIS

“direta e indireta“

Comissões formadas por 3

servidores ou empregados

“cargo efetivo ou emprego

permanente“

O decreto é realmente muito curto, sendo assim,

precisa ser lido várias vezes:

Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional

do Servidor Público Civil do Poder Executivo

Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração

Pública Federal direta e indireta implementarão,

em sessenta dias, as providências necessárias à plena

vigência do Código de Ética, inclusive mediante

a Constituição da respectiva Comissão de Ética,

integrada por três servidores ou empregados titulares

de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética

será comunicada à Secretaria da Administração

Federal da Presidência da República, com a indicação

dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

Destinatários da medida

Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas

regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim

no capítulo I, seção I temos alguns incisos que merecem

o devido comentário e os demais são de leitura

obrigatória, são eles:

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a

consciência dos princípios morais são primados

maiores que devem nortear o servidor público, seja

no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que

refletirá o exercício da vocação do próprio poder

estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes

serão direcionados para a preservação da honra e

da tradição dos serviços públicos.

As palavras destacadas são de suma importância

para esta primeira parte e precisam ser sempre lembradas.

É interessante que você as decore!

II - O servidor público não poderá jamais desprezar

o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que

decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o

injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno

e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e

o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,

caput, e § 4°, da Constituição Federal.

Nesse ponto estamos tratando do bem comum.

Veja só: o servidor deverá decidir com base em diversos

valores, todavia seu eixo principal de orientação é

o bem comum.

III - A moralidade da Administração Pública não

se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo

ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem

comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,

na conduta do servidor público, é que poderá

consolidar a moralidade do ato administrativo.

Sempre que falamos de moralidade ou de moral

estamos nos referindo a normas de conduta ou conjunto

de normas e esse conjunto de valores, necessariamente,

depende do equilíbrio entre a legalidade e

a finalidade.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

11


12

Finalidade

Legalidade

IV- A remuneração do servidor público é custeada

pelos tributos pagos direta ou indiretamente

por todos, até por ele próprio, e por isso se

exige, como contrapartida, que a moralidade

administrativa se integre no Direito, como elemento

indissociável de sua aplicação e de sua finalidade,

erigindo-se, como consequência, em fator de

legalidade.

Essa informação despenca nas provas de concurso.

Fique atento!

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público

perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo

ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,

integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode

ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício

profissional e, portanto, se integra na vida

particular de cada servidor público. Assim, os

fatos e atos verificados na conduta do dia-a-

-dia em sua vida privada poderão acrescer ou

diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

Nesse ponto o código de ética afirma que a vida

privada do servidor é relevante para o desempenho

de sua profissão. Note que os atos do profissional em

sua vida privada podem afetar diretamente sua carreira

no serviço público.

Dica

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações

policiais ou interesse superior do Estado e da

Administração Pública, a serem preservados em processo

previamente declarado sigiloso, nos termos da

lei, a publicidade de qualquer ato administrativo

constitui requisito de eficácia e moralidade,

ensejando sua omissão comprometimento ético contra

o bem comum, imputável a quem a negar.

Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo

é toda manifestação unilateral de vontade da

Administração Pública que, agindo nessa qualidade,

tenha por fim imediato adquirir, resguardar,

transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,

ou impor obrigações aos administrados ou a si

própria”.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor

não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que

contrária aos interesses da própria pessoa interessada

ou da Administração Pública. Nenhum Estado

pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo

do hábito do erro, da opressão ou da mentira,

que sempre aniquilam até mesmo a dignidade

humana quanto mais a de uma Nação.

O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda

que em prejuízo da administração ou do interessado.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo

dedicados ao serviço público caracterizam o

esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa

que paga seus tributos direta ou indiretamente

significa causar-lhe dano moral. Da mesma

forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao

patrimônio público, deteriorando-o, por descuido

ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa

ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas

a todos os homens de boa vontade que dedicaram

sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus

esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à

espera de solução que compete ao setor em que

exerça suas funções, permitindo a formação de

longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na

prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude

contra a ética ou ato de desumanidade, mas

principalmente grave dano moral aos usuários dos

serviços públicos.

Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu

interesse pelo desempenho do serviço público. Desta

vez, apresentando condutas que demonstram falta de

comprometimento.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às

ordens legais de seus superiores, velando atentamente

por seu cumprimento, e, assim, evitando a

conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e

o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis

de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência

no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de

seu local de trabalho é fator de desmoralização

do serviço público, o que quase sempre conduz à

desordem nas relações humanas.

Geralmente somos cobrados nesse ponto da matéria

e a expressão “injustificada” é retirada da questão,

por isso fique atento!

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com

a estrutura organizacional, respeitando seus colegas

e cada concidadão, colabora e de todos pode

receber colaboração, pois sua atividade pública

é a grande oportunidade para o crescimento e o

engrandecimento da Nação.

DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO

Nesse ponto, o código de ética foca nos deveres do

servidor. Novamente vamos separar algumas expressões

que são essenciais para o estudo desse assunto.

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,

função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição

e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente

resolver situações procrastinatórias,

principalmente diante de filas ou de qualquer outra

espécie de atraso na prestação dos serviços pelo

setor em que exerça suas atribuições, com o fim de

evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando

toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,

quando estiver diante de duas opções, a melhor

e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas,

condição essencial da gestão dos bens,

direitos e serviços da coletividade a seu cargo;


e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços

aperfeiçoando o processo de comunicação e contato

com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por

princípios éticos que se materializam na adequada

prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e

atenção, respeitando a capacidade e as limitações

individuais de todos os usuários do serviço público,

sem qualquer espécie de preconceito ou distinção

de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,

cunho político e posição social, abstendo-se, dessa

forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem

nenhum temor de representar contra qualquer

comprometimento indevido da estrutura

em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos,

de contratantes, interessados e outros que

visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens

indevidas em decorrência de ações imorais,

ilegais ou aéticas e denunciá-las;

Podemos separar algumas expressões chave do que

vimos até agora e que, se você as memorizar, serão um

grande diferencial para seu estudo dessa matéria. São

elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e rendimento”, “ser

probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês, ter urbanidade”.

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas

exigências específicas da defesa da vida e da

segurança coletiva;

A conduta de greve é mencionada e defendida pelo

código de ética. E não poderia ser diferente, o direito

constitucional da greve deve ser exercido, porém

deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a

manutenção de serviços de saúde e segurança.

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de

que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,

refletindo negativamente em todo o sistema;

Novamente o servidor é impelido a demonstrar

rendimento e presença no local de trabalho. O exercício

desses valores termina por beneficiar o rendimento

e o ambiente de trabalho e sua ordem.

m) comunicar imediatamente a seus superiores

todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse

público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,

seguindo os métodos mais adequados à sua

organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem

com a melhoria do exercício de suas funções,

tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas

ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas

de serviço e a legislação pertinentes ao órgão

onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as

instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função,

tanto quanto possível, com critério, segurança e

rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços

por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas

funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de

fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos

usuários do serviço público e dos jurisdicionados

administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,

poder ou autoridade com finalidade estranha

ao interesse público, mesmo que observando as formalidades

legais e não cometendo qualquer violação

expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua

classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando

o seu integral cumprimento.

DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,

tempo, posição e influências, para obter qualquer

favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros

servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,

conivente com erro ou infração a este Código de Ética

ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar

o exercício regular de direito por qualquer pessoa,

causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos

ao seu alcance ou do seu conhecimento para

atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,

caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal

interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados

administrativos ou com colegas hierarquicamente

superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber

qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,

comissão, doação ou vantagem de qualquer

espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,

para o cumprimento da sua missão ou para influenciar

outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que

deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite

do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse

particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente

autorizado, qualquer documento, livro ou bem

pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas

no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,

de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora

dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que

atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade

da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o

seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração

Pública Federal direta, indireta autárquica e

fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que

exerça atribuições delegadas pelo poder público,

deverá ser criada uma Comissão de Ética,

encarregada de orientar e aconselhar sobre a

ética profissional do servidor, no tratamento

com as pessoas e com o patrimônio público,

competindo-lhe conhecer concretamente de

imputação ou de procedimento susceptível de

censura.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

13


14

Dica

Comissão de ética - Comissões formadas por

três servidores ou empregados com “cargo efetivo

ou emprego permanente”

XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos

organismos encarregados da execução do quadro

de carreira dos servidores, os registros sobre sua

conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar

promoções e para todos os demais procedimentos

próprios da carreira do servidor público.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela

Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação

constará do respectivo parecer, assinado por

todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

Censura é a única penalidade imposta pelo código

de ética.

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento

ético, entende-se por servidor público todo aquele

que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato

jurídico, preste serviços de natureza permanente,

temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição

financeira, desde que ligado direta ou indiretamente

a qualquer órgão do poder estatal, como

as autarquias, as fundações públicas, as entidades

paraestatais, as empresas públicas e as sociedades

de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça

o interesse do Estado.

A definição de servidor público feita no decreto

1.171/94 só se aplica aos servidores do Poder Executivo

Federal na Administração Direta e Indireta. Isso se

deve ao fato de que o decreto é do Presidente da República.

Caso fosse lei aprovada no Congresso Nacional, teríamos

uma abrangência muito maior. Fique muito atento

ao fato de que o decreto não abrange os servidores do

judiciário ou do legislativo, nem mesmo os servidores

dos estados, municípios ou do Distrito Federal.

REFERÊNCIAS

Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil

do Poder Executivo Federal. Disponível em: http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm

Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro.

44. ed. São Paulo: Editora Juspodivm, 2020.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Considerando o

Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994 e seus anexos,

marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as

falsas.

( ) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados

ao serviço público caracterizam o esforço pela

disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga os seus

tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe

dano moral.

( ) Constitui direito do servidor público ter limpo e em

perfeita ordem o local de trabalho, motivo pelo qual

o serviço de limpeza deve ser instituído em todos os

órgãos da Administração.

( ) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens

legais de seus superiores, velando atentamente por

seu cumprimento, evitando conduta imprudente.

A sequência está correta em:

a) F, F, F.

b) V, F, F.

c) F, V, V.

d) V, V, V.

Aqui podemos resolver a questão com uma atenta

leitura ao anexo do decreto 1.170/94, assim:

A primeira afirmação é verdadeira, de acordo com

o inciso IX, vejamos: A cortesia, a boa vontade, o

cuidado e o tempo dedicados ao serviço público

caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal

uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente

significa causar-lhe dano moral. Da mesma

forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao

patrimônio público, deteriorando-o, por descuido

ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa

ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas

a todos os homens de boa vontade que dedicaram

sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus

esforços para construí-los.

A segunda afirmação é falsa, conforme inciso XIV:

São deveres fundamentais do servidor público: n)

manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,

seguindo os métodos mais adequados à sua

organização e distribuição;

A terceira afirmação também é falsa, pois o texto

do decreto fala em “conduta negligente” e não “conduta

imprudente”, assim: O servidor deve prestar

toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores,

velando atentamente por seu cumprimento,

e, assim, evitando a conduta negligente. Resposta:

Letra B.

2. (UFU – 2020) O Código de Ética do Servidor Público

(Decreto 1.171/94) estabelece deveres e vedações ao

servidor público. Considerando-se esse decreto, é correto

afirmar que:

a) as ações do servidor público, quando este não se

encontra no exercício da função, não poderão ter

impactos no bom conceito de sua vida profissional.

b) a comunicação do servidor a seus superiores, de atos

e de fatos contrários ao interesse público, demandando

as providências cabíveis, deve ser feita quando for

mais conveniente.

c) o exercício do poder ou da autoridade com finalidade

estranha ao interesse público, sem qualquer violação

expressa à lei, é uma das prerrogativas do servidor

público.

d) a função pública deve ser tida como exercício profissional,

portanto se integra à vida particular de cada

servidor público.

O inciso VI traz exatamente o teor da alternativa: a

função pública deve ser tida como exercício profissional

e, portanto, se integra na vida particular de

cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados

na conduta do dia-a-dia em sua vida privada

poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito

na vida funcional. Resposta: Letra D.


DECRETO 6.029 DE 2007

O decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, institui

o sistema de gestão da ética do Poder Executivo Federal.

Como forma de organizar e padronizar os conselhos

de Ética, foi instituído o Sistema de Gestão da

Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de

promover atividades que dispõem sobre a conduta

ética no âmbito do Executivo Federal. As competências

do sistema são as seguintes:

• Integrar os órgãos, programas e ações relacionadas

com a ética pública;

• Contribuir para a implementação de políticas

públicas tendo a transparência e o acesso à informação

como instrumentos fundamentais para o

exercício de gestão da ética pública;

• Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a

compatibilização e interação de normas, procedimentos

técnicos e de gestão relativos à ética pública;

• Articular ações com vistas a estabelecer e efetivar

procedimentos de incentivo e incremento ao

desempenho institucional na gestão da ética pública

do Estado brasileiro.

O sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo

Federal é composto por 3 grandes grupos:

• A Comissão de Ética Pública (CEP), instituída pelo

Decreto de 26 de maio de 1999;

• As Comissões de Ética de que trata o Decreto no

1.171, de 22 de junho de 1994;

• As demais Comissões de Ética e equivalentes nas

entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

Vamos dar especial destaque para a composição

das comissões, uma vez que tal assunto é muito cobrado

em concursos e deve ser, se possível, decorado:

• CEP: 7 integrantes brasileiros com idoneidade moral,

reputação ilibada e notória experiência designados

pelo Presidente. O mandato será de três anos, não

coincidentes e com aceitação de uma recondução.

O trabalho desenvolvido na CEP não enseja remuneração,

mas é considerado serviço público relevante.

A CEP apresenta diversas competências, todas listadas

no artigo 4º do decreto 6.029/07, dentre elas a mais

importante é a seguinte: atuar como instância consultiva

do Presidente da República e Ministros de Estado

em matéria de ética pública. Ou seja, a CEP deverá ser

capaz de dirimir dúvidas na área da gestão da Ética

no Executivo Federal, por isso a Comissão possui um

departamento Jurídico para prestar assessoria. Além

disso, deverá apurar informações recebidas por meio

de denúncias ou de ofício, quando presentes condutas

fiquem em desacordo com suas normas. Por fim, coordenará,

avaliará e supervisionará o Sistema de Gestão

da Ética Pública do Poder Executivo Federal

As instâncias superiores dos órgãos e entidades do

Poder Executivo Federal, abrangendo a administração

direta e indireta deverão observar as normas éticas e

de disciplina, constituir as próprias comissões de ética

e atender com prioridade as solicitações da CEP.

Considerando o alto impacto que as ações desenvolvidas

pela CEP podem causar nos servidores que

forem investigados, algumas medidas rígidas foram

adotadas para preservar os investigados.

Deverá ser protegida a honra e a imagem das pessoas

investigadas, assim como a imagem do denunciante

deverá ser mantida em sigilo, se este for o seu

desejo, e os membros da CEP deverão ter independência

e imparcialidade para apurar os fatos, com todas

as garantidas presentes no decreto 6.029/2007.

Possui legitimidade para provocar a atuação da

CEP qualquer cidadão (servidor ou não), pessoa jurídica

de direito privado, associação ou entidade de classe,

visando a apuração de infração ética imputada a agente

público, órgão ou setor específico do ente estatal.

Dica

Definição de agente público do Decreto 6.029/07

Entende-se por agente público, todo aquele que,

por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico,

preste serviços de natureza permanente, temporária,

excepcional ou eventual, ainda que sem

retribuição financeira, a órgão ou entidade da

administração pública federal, direta e indireta.

Da apuração dos atos

O Decreto organiza procedimento de apuração dos

atos praticados em seu desacordo. Desta forma, privilegia

o contraditório e a ampla defesa. As apurações

poderão ser praticadas de ofício (sem provocação)

ou por meio de denúncia. É importante frisar que o

processo inicia com um prazo de defesa prévia, fato

importante, posto que, acusações com pouca fundamentação

poderão ser combatidas desde logo.

Nos termos do Decreto “o processo de apuração de

prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código

de Conduta da Alta Administração Federal e no

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil

do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício

ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando-

-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla

defesa”.

As apurações serão feitas pela Comissão de Ética

Pública ou pelas demais Comissões de Ética. Em todos

os casos será notificado o investigado para manifestar-se,

por escrito, no prazo de dez dias. Além disso,

o investigado poderá produzir prova documental

necessária a sua defesa e as Comissões de Ética terão

o poder de requisitar os documentos que entenderem

necessários à instrução probatória e, também, promover

diligências e solicitar parecer de especialista.

Após a conclusão do processo poderão ser adotadas

as seguintes medidas:

• Encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo

ou função de confiança à autoridade hierarquicamente

superior ou devolução ao órgão de origem,

conforme o caso;

• Encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral

da União ou unidade específica do

Sistema de Correição do Poder Executivo Federal

de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de

2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares;

e

• Recomendação de abertura de procedimento administrativo,

se a gravidade da conduta assim o exigir.

Fica assegurado a todos os investigados, em respeito

ao contraditório e ampla defesa, o conhecimento do

teor das acusações e o acesso aos autos (ainda que no

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

15


16

recinto das Comissões de Ética). Por fim, fica garantido

o acesso a cópias integrais dos processos e de certidão

do seu teor.

As comissões de ética têm por dever proferir decisão

sobre os temas de sua competência, independentemente

de omissão do Código de Conduta da Alta

Administração Pública. Eventuais omissões poderão

ser supridas por uso da analogia ou dos princípios da

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade

e eficiência.

Importante!

Art. 17 As Comissões de Ética, sempre que constatarem

a possível ocorrência de ilícitos penais,

civis, de improbidade administrativa ou de infração

disciplinar, encaminharão cópia dos autos

às autoridades competentes para apuração de

tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua

competência.

O texto do artigo 17 do Decreto é tremendamente

importante, justamente pelo fato de lembrar às Comissões

de Ética que, além de realizarem seu dever, deverão estar

atentas aos possíveis desdobramentos que poderão ocorrer

em função das condutas praticadas.

Os trabalhos nas Comissões de Ética que são dispostas

nos incisos II e III do art. 2º do Decreto 6.029/07 são

considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições

próprias dos cargos dos seus membros, quando

estes não atuarem com exclusividade na Comissão.

Chegamos ao final de mais um assunto com grande

chance de ser objeto de questões nas provas do CESPE.

Lembre-se: o Código de Conduta da Alta Administração

Federal, o Código de Ética Profissional do Servidor Público

Civil do Poder Executivo Federal e o Código de Ética

do órgão ou entidade serão aplicados ao servidor ainda

que essas autoridades e agentes públicos estejam em

gozo de licença.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no serviço

público, julgue o item a seguir.

No estrito exercício de sua função, o servidor público

deve nortear-se por primados maiores — como a

consciência dos princípios morais, o zelo e a eficácia

—; fora dessa função, porém, por estar diante de situação

particular, não está obrigado a agir conforme tais

primados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no serviço

público, julgue o item a seguir.

Servidor público que se apresenta habitualmente

embriagado no serviço ou até mesmo fora dele poderá

ser submetido à Comissão de Ética, a qual poderá

aplicar-lhe a pena de censura.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No exercício do cargo, o

servidor público, quando decide entre o honesto e o

desonesto, vincula sua decisão à

a) ética.

b) impessoalidade.

c) conveniência.

d) eficiência.

e) legalidade.

4. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a

respeito da ética no serviço público.

O uso do cargo ou função pública para obter favorecimento,

desde que não haja prejuízo a outrem, não

constitui afronta à ética e à moral do serviço público.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a

respeito da ética no serviço público.

A ausência injustificada de um servidor público ao seu

local de trabalho constitui fator de desmoralização do

serviço público

( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base no disposto na

legislação administrativa, julgue o item a seguir.

A punição prevista para servidor por desvio de conduta

ética reconhecido por comissão de ética é a censura

ética.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no Código de

Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal, julgue o item a seguir.

A criação de comissão de ética com a finalidade de

orientar o servidor é facultativa às entidades que exerçam

atribuições delegadas pelo poder público.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte,

que versa sobre o disposto no Código de Ética Profissional

do Servidor Público e sobre gestão de pessoas

e de processos no serviço público.

Conforme o Decreto n.º 1.171/1994, é vedado ao servidor

público civil do Poder Executivo federal atrapalhar

ou impedir o exercício regular de direito por qualquer

pessoa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética

no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do disposto

no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Profissional

do Serviço Público).

Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o servidor

que denunciar pressões de superiores hierárquicos

que visem obter vantagens indevidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética

no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do disposto

no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Profissional

do Serviço Público).


Uma das regras deontológicas que regem a conduta dos

servidores públicos federais é o espírito de solidariedade,

conforme o qual se espera que o servidor seja complacente

em caso de erro ou infração, pois a superação de

falhas representa uma oportunidade para o engrandecimento

profissional dos servidores públicos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere a ética

no serviço público, julgue o próximo item, com base no

Decreto n.º 1.171/1994 — Código de Ética Profissional

do Serviço Público.

Constitui dever fundamental do servidor público abster-se

de exercer sua função com finalidade estranha

ao interesse público, mesmo que observadas as formalidades

legais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) À luz da Lei n.º 8.112/1990,

da Lei n.º 12.527/2011 e do Código de Ética Profissional

do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue

o item subsecutivo.

Em regra, a publicidade do ato administrativo constitui

requisito de eficácia e moralidade; por isso, a sua

omissão enseja comprometimento ético contra o bem

comum, imputável a quem a negar.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Além da distinção entre

lícito e ilícito, a moralidade da administração pública

também abrange a ideia de que a finalidade dos seus

atos deve ser sempre o

a) justo.

b) equilíbrio.

c) honesto.

d) bem comum.

e) ético.

b) o presidente da comissão tem voto de qualidade nas

deliberações da CEP.

c) o mandato de seus integrantes é de três anos, sem

direito à recondução.

d) seus integrantes são designados pelo chefe da Casa

Civil da Presidência da República.

e) os mandatos de seus integrantes devem ser coincidentes.

9 GABARITO

ANOTAÇÕES

1 ERRADO

2 CERTO

3 A

4 ERRADO

5 CERTO

6 ERRADO

7 ERRADO

8 CERTO

9 CERTO

10 ERRADO

11 CERTO

12 CERTO

13 D

14 C

15 B

14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo conhecimento de

conduta que esteja em desacordo com as normas éticas

pertinentes e seja praticada por servidor do órgão

da administração federal, uma comissão de ética a ser

instalada deverá

a) informar, imediatamente, o fato à autoridade máxima

do respectivo órgão.

b) aplicar a penalidade prevista em lei logo após o devido

processo legal.

c) permitir vista dos autos ao investigado mesmo antes

de ele ser notificado da existência do procedimento

investigatório.

d) pedir autorização à autoridade máxima para requisitar

a outro órgão documentos necessários à apuração do

fato violador.

e) pedir autorização à autoridade máxima para apor aos

autos a chancela de “reservado” até emitir relatório de

conclusão.

15. (CESPE-CEBRASPE– 2018) A Comissão de Ética

Pública (CEP) integra o Sistema de Gestão da Ética

do Poder Executivo Federal e, segundo o Decreto n.º

6.029/2007,

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

a) ela é a instância deliberativa do presidente da República

e dos ministros de Estado.

17


18

ANOTAÇÕES


políticas públicas e atuam diretamente na direção

da implementação.

REGIME JURÍDICO ÚNICO

LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES,

DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR

PÚBLICO

CONCEITO

Dentre os vários conceitos de agente público, um

dos mais completos e esclarecedores é o constante da

Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92).

Vejamos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos

desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente

ou sem remuneração, por eleição,

nomeação, designação, contratação ou qualquer

outra forma de investidura ou vínculo, mandato,

cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas

no artigo anterior.

Veja que, não por acaso, o conceito é o mais abrangente

possível, visto que se trata de uma lei que tem

o intuito de alcançar atos impróprios praticados por

pessoas que estejam agindo em nome da Administração

Pública.

Suas competências constam diretamente na CF/88

e possuem prerrogativas específicas. Como exemplo,

temos Deputado Federal, Ministro de Estado etc.

• Agentes honoríficos: não possuem vínculo e normalmente

atuam sem remuneração. Prestam serviços

específicos e temporários, como os mesários

em eleições.

• Agentes delegados: são particulares que exercem

atividades de interesse público em seu próprio

nome, estando sujeitos à fiscalização do Estado. Os

tabeliães são exemplos.

• Agentes credenciados: têm por missão representar

a Administração Pública em um evento ou atividade

específica. Um exemplo é um atleta em atividade ou

aposentado que representa o país em evento da FIFA

ou outra organização de esporte.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à administração

pública direta, à administração pública indireta

e aos agentes públicos, julgue o item que se segue.

Ministros e secretários estaduais e municipais são

agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm

natureza permanente, mas que, com base no seu

poder político, traçam e implementam políticas públicas

constitucionais e políticas públicas de governo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Espécies

Conhecido o conceito de agente público da forma

mais ampla possível, passamos agora a dois tipos que

são certamente os mais frequentes.

• Servidores Públicos

• Possuem regime próprio (estatuto) predominantemente

de direito público, devido às funções

em que atuam.

• Ocupam cargos públicos efetivos (por meio de

concurso público).

• Empregados Públicos

• Agentes públicos que têm seus vínculos baseados

na CLT. O vínculo é chamado de celetista ou

contratual.

• Há predominância do regime privado.

Os conceitos acima são estritos. Em sentido amplo,

o termo “servidores públicos” engloba os dois grupos

colocados acima e também os servidores temporários.

Vamos agora conhecer outras espécies citadas

pela doutrina, mas menos frequentes que as duas

anteriores.

• Agentes administrativos: são aqueles remunerados

para exercer cargos, empregos e funções

públicas. São basicamente os dois tipos que vimos

acima em apenas um grupo.

• Agentes políticos: que fazem parte da cúpula

da Administração Pública. Eles definem as

Agentes políticos podem ser conceituados como

participantes da cúpula da Administração Pública,

e os Ministros e Secretários de Estado certamente

fazem parte de tal categoria, uma vez que estão

abaixo apenas dos chefes do Poder Executivo e são

responsáveis pela definição de políticas públicas.

Resposta: Certo.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) No que concerne aos

agentes públicos, julgue o próximo item.

A definição de servidor público, em sentido amplo,

engloba os empregados públicos e servidores

temporários.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O conceito de servidor público em sentido amplo

engloba servidor público em sentido estrito, empregados

públicos e servidores temporários. Lembre-se de

que a afirmação incompleta para a banca CESPE-CE-

BRASPE não torna errada a questão. Resposta: Certo.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

Vamos conhecer mais três conceitos importantes

no âmbito do estudo dos agentes públicos. Inicialmente,

vejamos o conceito de cargo público, previsto no

artigo 3º da Lei nº 8.122/90.

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e

responsabilidades previstas na estrutura organizacional

que devem ser cometidas a um servidor.

Seus ocupantes são chamados servidores públicos

e seu provimento poderá se dar em caráter efetivo

REGIME JURÍDICO ÚNICO

19


(em regra por meio de concurso público) ou comissionado

(ocupados provisoriamente por agentes

nomeados e exonerados livremente pela autoridade

competente).

Os empregos públicos são ocupados por empregados

públicos, cujo vínculo tem por base a CLT, possuindo,

portanto, natureza contratual e trabalhista. Em regra,

serão providos por meio de concurso público. Não

adquirem estabilidade, mas sua demissão deve se dar

mediante processo administrativo com ampla defesa e

contraditório.

Por fim, temos a função pública. Inicialmente,

precisamos entender que todo cargo ou emprego está

associado a uma função. No entanto, nem toda função

está associado a um cargo ou emprego. O que estamos

abordando aqui é, logicamente, a existência da função

de maneira isolada. Elas poderão ser classificadas em

temporárias ou permanentes.

As funções temporárias têm respaldo constitucional,

existindo por tempo determinado e com base em

excepcional interesse público.

CF/88

Art. 37 [...]

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por

tempo determinado para atender a necessidade

temporária de excepcional interesse público;

A Lei nº 8.745/93 trata do assunto, sendo a assistência

a situações de calamidade pública uma dessas hipóteses.

Temos também as funções permanentes, que

serão exercidas juntamente com cargos públicos.

Aqui, é preciso atenção. Não estamos falando em função

associada ao cargo público, e sim da possibilidade

de exercício simultâneo.

Exemplo: Você passa em um concurso e ocupa um

cargo em determinado setor. Depois de um tempo,

assume a função de chefia. Essa função existe permanentemente

e não está associada ao cargo que você

ocupa, mas pode ser exercida juntamente com ele.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Em relação aos serviços

públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o

item seguinte.

Os servidores contratados por tempo determinado

para atender à necessidade temporária de excepcional

interesse público e os empregados públicos classificam-se,

em virtude da ausência de estabilidade,

como servidores temporários.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Empregados públicos não possuem vínculo temporários.

Não adquirem estabilidade, mas a demissão

deve ocorrer mediante processo administrativo com

ampla defesa e contraditório, devendo o ato administrativo

ser motivado. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito dos cargos e

funções públicas, julgue o item que se segue.

A função pública compreende o conjunto de atribuições

conferidas aos servidores ocupantes de cargo

efetivo, razão por que não é exercida por servidores

temporários.

A função pública é um conjunto de atribuições que

pode ser atribuído tanto a um servidor efetivo quanto

a um servidor temporário. Não há a vedação trazida

pela questão. Há possibilidade de exercício de

funções em caráter temporário, como vimos anteriormente.

Resposta: Errada.

LEI Nº 8.112/90

Compreendidos os conceitos iniciais anteriormente

apresentados, estudaremos agora a Lei nº 8.112/90,

que é o estatuto dos servidores civis da União, como

fica exposto já em seu artigo 1º.

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores

Públicos Civis da União, das autarquias,

inclusive as em regime especial, e das fundações

públicas federais.

Vamos, então, conhecer os principais institutos e

respectivos dispositivos constantes da lei.

• Provimento

É a ocupação do cargo público por uma pessoa. O

artigo 5º traz os requisitos:

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em

cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e

eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício

do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

A investidura é o termo jurídico utilizado para

indicar o momento em que a pessoa toma posse do

cargo; o artigo 7º traz essa informação. Ele é importante

e bastante cobrado em provas.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá

com a posse.

Em seguida, no artigo 8º, temos as formas de “ocupar”

o cargo público. A lei chama-as de formas de

provimento. São elas:

Formas de Provimento

Nomeação

Promoção

Readaptação

Reversão

Aproveitamento

Reintegração

Recondução

20

( ) CERTO ( ) ERRADO


Não se preocupe com o significado de cada um dos

incisos, pois falaremos sobre eles mais à frente.

• Nomeação

A nomeação é o ato unilateral da administração

para prover o cargo. Poderá se dar em caráter efetivo

ou em comissão, conforme a natureza do vínculo (efetivo

ou comissionado). Vejamos o artigo 9º:

Art. 9º A nomeação far-se-á:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado

de provimento efetivo ou de carreira;

I - em comissão, inclusive na condição de interino,

para cargos de confiança vagos.

A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado

de provimento efetivo depende de prévia habilitação

em concurso público de provas ou de provas e

títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo

de sua validade, conforme previsão do artigo 10.

Art. 10 A nomeação para cargo de carreira ou cargo

isolado de provimento efetivo depende de prévia

habilitação em concurso público de provas ou de

provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação

e o prazo de sua validade.

• Concurso Público

O concurso será de provas ou provas e títulos e

poderá ser realizado em duas etapas, conforme disposição

da lei e regulamento ligado à carreira. Terá

validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma

única vez, por igual período.

• Posse e Exercício

• Posse: tratada nos artigos 13 e 14, ocorrerá

pela assinatura do respectivo termo, no qual

deverão constar as atribuições, os deveres, as

responsabilidades e os direitos inerentes ao

cargo ocupado, que não poderão ser alterados

unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados

os atos de ofício previstos em lei.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito da Lei n.º

8.112/1990, o item apresenta uma situação hipotética,

seguida de uma assertiva a ser julgada.

Alice, aprovada em concurso público para o cargo

de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar

uma cirurgia de um ente familiar que ocorrerá

no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa

situação, Alice poderá nomear, por procuração específica,

alguém que a represente no ato da posse.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O §3º do artigo 13 da Lei 8.112/90 dá o respaldo

legal para que o servidor possa tomar posse por

meio de procuração específica. Resposta: Certo.

• Estágio Probatório e Estabilidade

Vejamos os artigos 20 e 21, que nos trazem os fatores

a serem observados por ocasião do estágio probatório

e o prazo para estabilidade.

Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado

para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a

estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro)

meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade

serão objeto de avaliação para o desempenho

do cargo, observados os seguintes fatores:

I - assiduidade;

II - disciplina;

III - capacidade de iniciativa;

IV - produtividade;

V- responsabilidade.

Art. 21 O servidor habilitado em concurso público

e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá

estabilidade no serviço público ao completar 2

(dois) anos de efetivo exercício.

É importante ressaltar que o prazo de 24 meses se

encontra em discordância com o artigo 41 da Constituição

Federal, que traz o prazo de 36 meses. Portanto,

fique atento para não se confundir.

A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados

da publicação do ato de provimento que, no caso do

concurso, é a nomeação e poderá ocorrer mediante

procuração específica.

• Exercício: é o efetivo desempenho das atribuições

do cargo público ou da função de confiança,

sendo de quinze dias o prazo para o

servidor empossado em cargo público entrar

em exercício, contados da data da posse.

O servidor será exonerado do cargo ou será tornado

sem efeito o ato de sua designação para função

de confiança se não entrar em exercício no prazo. O

início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício

serão registrados no assentamento individual do

servidor.

Importante

Lei nº 8.112/90: O servidor estável só perderá o

cargo em virtude de:

• sentença judicial transitada em julgado; ou

• de processo administrativo disciplinar no qual

lhe seja assegurada ampla defesa.

CF/88: O servidor público estável só perderá o

cargo:

• em virtude de sentença judicial transitada em

julgado;

• mediante processo administrativo em que lhe

seja assegurada ampla defesa;

• mediante procedimento de avaliação periódica

de desempenho, na forma de lei complementar,

assegurada ampla defesa.

REGIME JURÍDICO ÚNICO

21


22

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,

relativo à administração de pessoal e a processos de

compras governamentais no âmbito do setor público.

A produtividade é um dos fatores utilizados para a avaliação

de desempenho de servidores nomeados para

cargos efetivos em período de estágio probatório.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Conforme consta no IV do artigo 20 da Lei nº

8.112/90, a produtividade compõe os fatores de avaliação

de desempenho. Vale acrescentar que o período

de estágio probatório é de 24 meses, período em

que ocorrerá essa avaliação. Resposta: Certo.

• Readaptação

Segundo o artigo 24, é a investidura do servidor

em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis

com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade

física ou mental verificada em inspeção médica.

Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando

será aposentado.

• Reversão

De acordo com o artigo 25, é o retorno à atividade

de servidor aposentado:

• Por invalidez, quando junta médica oficial declarar

insubsistentes os motivos da aposentadoria;

• No interesse da administração.

A segunda hipótese acima poderá ocorrer desde que:

• Tenha sido solicitada a reversão;

• A aposentadoria tenha sido voluntária;

• O servidor era estável quando na atividade;

• A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos

anteriores à solicitação;

• Haja cargo vago.

Não poderá ser revertido o aposentado que já tiver

completado 70 anos de idade.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposições

da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.

É vedado ao servidor público aposentado o retorno ao

serviço público a pedido, somente sendo possível a

reversão por insubsistência dos motivos da aposentadoria

por invalidez.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Tal assertiva contradiz o que dispõe o artigo 25

sobre a reversão:“Art. 25. Reversão é o retorno à

atividade de servidor aposentado: I - por invalidez,

quando junta médica oficial declarar insubsistentes

os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse

da administração, desde que: a) tenha solicitado a

reversão.” Resposta: Errado

• Reintegração

Segundo o artigo 28, é a reinvestidura do servidor

estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo

resultante de sua transformação, quando invalidada

a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,

com ressarcimento de todas as vantagens.

Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor

ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o

cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao

cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado

em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade.

Entenderemos a recondução a seguir.

• Recondução

É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente

ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio

probatório relativo a outro cargo ou reintegração do

anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de

origem, o servidor será aproveitado em outro.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FGV – 2018) Maria foi aprovada em concurso para

o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional

Federal da 2ª Região, mas, após ter adquirido a estabilidade,

foi demitida sem a observância das normas

relativas ao processo administrativo disciplinar.

Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato

demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão

jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno,

contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em

concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o

cargo que era de Maria.

Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa

correta.

a) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá

importar na sua reintegração ao cargo anterior, considerando

que está ocupado por Alfredo.

b) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente

da existência e necessidade do cargo

que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.

c) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que

ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato

demissional.

d) Em decorrência da invalidade do ato demissional,

Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava

e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de

origem.

Uma vez invalidada a demissão por meio de decisão

judicial transitada em julgado, teremos a aplicação

do instituto da reintegração, conforme expressa

previsão legal: “Art. 28 A reintegração é a reinvestidura

do servidor estável no cargo anteriormente

ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,

quando invalidada a sua demissão por decisão

administrativa ou judicial, com ressarcimento de

todas as vantagens.” Resposta: Letra D.


2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposições

da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.

A readequação consiste no retorno do servidor estável

ao cargo anteriormente ocupado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O conceito trazido não está conforme o constante do

artigo 29 da lei: “Art. 29. Recondução é o retorno do

servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e

decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório

relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior

ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provido

o cargo de origem, o servidor será aproveitado

em outro, observado o disposto no art. 30.” Não há

readequação, porém temos a readaptação. Vejamos:

“Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor

em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis

com a limitação que tenha sofrido em sua

capacidade física ou mental verificada em inspeção

médica.” Resposta: Errado.

• Disponibilidade e Aproveitamento

Disponibilidade é a situação em que o servidor

fica afastado de suas atividades com remuneração

proporcional ao tempo de serviço, aguardando o

retorno às atividades, que é o aproveitamento.

Na lei, temos o artigo 30 como principal disposição

a esse respeito.

Art. 30 O retorno à atividade de servidor em disponibilidade

far-se-á mediante aproveitamento

obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos

compatíveis com o anteriormente ocupado.

• Vacância

É a ocorrência de algum evento que torna vago o

cargo. A lei enumera esses eventos no seu artigo 33.

Exoneração

A exoneração de cargo em comissão e a dispensa

de função de confiança dar-se-á a juízo da autoridade

competente e a pedido do próprio servidor.

Atenção! Muitas vezes, principalmente com base

em leitura de notícias ou noticiários televisivos, acabamos

interpretando o termo exoneração como uma

punição ou sanção. Veja que a lei não prevê a exoneração

dessa forma.

As sanções estão previstas em outros dispositivos e

serão oportunamente abordadas.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FGV – 2016) Conforme prevê a Lei nº 8.112/90, que

institui o regime jurídico dos servidores públicos civis

da União, das autarquias e das fundações públicas

federais, a vacância do cargo público decorrerá, dentre

outros, de:

a) exoneração, demissão e promoção;

b) falecimento, readaptação e nomeação;

c) remoção, aposentadoria e reintegração;

d) permuta, reversão e disponibilidade;

e) aproveitamento, recondução e transferência.

Em conformidade com o que descreve o artigo 33,

a exoneração, demissão e promoção são as opções

que ocasionam a vacância do cargo público. Resposta:

Letra A.

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO

Remoção (segundo o artigo 36) é o deslocamento

do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo

quadro, com ou sem mudança de sede. São modalidades

de remoção:

• de ofício, no interesse da Administração;

• a pedido, a critério da Administração;

• a pedido, para outra localidade, independentemente

do interesse da Administração:

vacância

Demissão

Promoção

Readaptação

Aposentadoria

Posse em outro cargo

inacumulável

Recondução

A exoneração de cargo efetivo ocorrerá a pedido

do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por

(1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio

probatório ou (2) quando o servidor, após tomar posse,

não entrar em exercício no prazo estabelecido.

• para acompanhar cônjuge ou companheiro,

também servidor público civil ou militar, de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado

no interesse da Administração;

• por motivo de saúde do servidor, cônjuge,

companheiro ou dependente que viva às suas

expensas e conste do seu assentamento funcional,

condicionada à comprovação por junta

médica oficial;

• em virtude de processo seletivo promovido,

na hipótese em que o número de interessados

for superior ao número de vagas, de acordo

com normas preestabelecidas pelo órgão ou

entidade em que aqueles estejam lotados.

Vejamos agora a redistribuição que, ao contrário

da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária

existência de interesse público.

Art. 37 Redistribuição é o deslocamento de cargo

de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito

do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou

entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação

REGIME JURÍDICO ÚNICO

23


24

do órgão central do SIPEC, observados os seguintes

preceitos:

I - interesse da administração;

II - equivalência de vencimentos;

III - manutenção da essência das atribuições do

cargo;

IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e

complexidade das atividades;

V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou

habilitação profissional;

VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e

as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

Veja que, enquanto na remoção a lei fala em deslocamento

do servidor, na redistribuição temos o deslocamento

do próprio cargo. Em outros termos, no

primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que

ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores

envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da

localização do cargo.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca das regras aplicáveis

aos servidores públicos do Poder Judiciário, e

considerando o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei

n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir.

A legislação que dispõe sobre o regime estatutário

prevê a possibilidade de o servidor público, em determinadas

hipóteses, pedir remoção para outra localidade,

independentemente do interesse da administração

pública.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão aborda as hipóteses de remoção. Nesse

caso, temos especificamente o que consta no inciso

III do artigo 36: “Art. 36 Remoção é o deslocamento

do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do

mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. III - a

pedido, para outra localidade, independentemente

do interesse da Administração”. Resposta: Certo.

VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO

Vejamos o conceito de vencimento constante do

artigo 40 da lei:

Art. 40 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo

exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Vencimento é uma parcela básica que compõe a

remuneração do agente público. Ela é fixada em lei,

não estando ligada a situações eventuais em que o

servidor possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos

no que pode integrar a remuneração, o conceito ficará

mais claro.

Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,

acrescido das vantagens pecuniárias permanentes

estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espécies

de vantagens.

Vencimentos

Vantagens

Remuneração

O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens

de caráter permanente, é irredutível. Salvo por

imposição legal ou mandado judicial, nenhum desconto

incidirá sobre a remuneração ou provento.

VANTAGENS

As vantagens estão previstas no artigo 49 e pormenorizadas

na sequência. Vejamos quais são:

Art. 49 Além do vencimento, poderão ser pagas ao

servidor as seguintes vantagens:

I - indenizações;

II - gratificações;

III - adicionais.

§ 1º As indenizações não se incorporam ao

vencimento ou provento para qualquer efeito.

§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se

ao vencimento ou provento, nos casos e condições

indicados em lei.

As indenizações são reposições de gastos que o

servidor realiza em razão do seu ofício. Elas podem

ser as seguintes:

• Ajuda de custo: Destina-se a compensar as despesas

de instalação do servidor que, no interesse do

serviço, passar a ter exercício em nova sede, com

mudança de domicílio em caráter permanente,

vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer

tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro

que detenha também a condição de servidor, vier

a ter exercício na mesma sede;

• Diária: Destinada a repor gastos com pousada, alimentação

e locomoção para afastamento em caráter

eventual e transitório a serviço.

• Indenização de transporte: Concedida ao servidor

que realizar despesas com a utilização de meio

próprio de locomoção para a execução de serviços

externos, por força das atribuições próprias do

cargo.

Importante

As indenizações não se incorporam ao vencimento

ou provento para qualquer efeito, ao

contrário do que poderá ocorrer com as gratificações

e adicionais.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com base nas disposições

da Lei n.º 8.112/1990, que trata do regime jurídico

dos servidores públicos federais, julgue o item a

seguir.


Além do vencimento, poderão ser pagos ao servidor

indenizações, gratificações e adicionais, vantagens

que serão incorporadas ao seu vencimento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Gratificações e adicionais incorporarão sim os vencimentos,

entretanto, o erro está ao mencionar que

as indenizações também seriam. Veja o que dispõe

a lei: “Art. 49 Além do vencimento, poderão ser

pagas ao servidor as seguintes vantagens: § 1º As

indenizações não se incorporam ao vencimento ou

provento para qualquer efeito.” Resposta: Errado.

FÉRIAS

O servidor fará jus a trinta dias de férias, que

podem ser acumuladas até o máximo de dois períodos,

no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as

hipóteses em que haja legislação específica (artigo 77).

Para o primeiro período aquisitivo de férias,

serão exigidos 12 meses de exercício; as férias poderão

ser parceladas em até três etapas, desde que

assim requeridas pelo servidor, e no interesse da

administração pública.

É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao

serviço.

LICENÇAS

A partir do artigo 81, fala-se sobre as licenças.

Abordaremos as mais cobradas em concursos aqui.

Antes, vejamos a lista de todas elas:

Art. 81 Conceder-se-á ao servidor licença:

I - por motivo de doença em pessoa da família;

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro;

III - para o serviço militar;

IV - para atividade política;

V - para capacitação;

VI - para tratar de interesses particulares;

VII - para desempenho de mandato classista.

Primeiramente, temos a licença por motivo de

doença em pessoa da família. A lista do que o estatuto

considera família é a seguinte: cônjuge ou companheiro,

pais, filhos, padrasto ou madrasta e enteado

ou dependente que viva a suas expensas e conste do

seu assentamento funcional.

A licença poderá ser concedida da seguinte forma,

a cada período de 12 meses:

Até 60 dias

(consecutivos ou não)

Mantida a remuneração

do servidor

A cada 12 meses, a licença

poderá ser concedida

Até 90 dias

(consecutivos ou não)

Sem remuneração ao

servidor

Conforme comando do artigo 84, poderá ser concedida

licença por motivo de afastamento do cônjuge

ou companheiro. A concessão poderá ocorrer em

caso de deslocamento para outro ponto do território

nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato

eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

A concessão ocorrerá por prazo indeterminado e

sem remuneração.

O estatuto também prevê a concessão de licença

para atividade política. Aqui, temos dois parâmetros

diferentes, portanto, é necessário ter atenção.

A licença será sem remuneração entre o período

que mediar entre a sua escolha em convenção partidária,

como candidato a cargo eletivo, e a véspera do

registro de sua candidatura perante à Justiça Eleitoral.

A partir do registro da candidatura e até o décimo

dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à

licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo,

somente pelo período de três meses. Após isso, teremos

o afastamento para exercício de mandato eletivo

(veremos mais à frente).

Importante!

Não confunda licença com afastamento!

Temos também a licença para tratar de interesses

particulares. Ela será discricionária (escolha da Administração

Pública) e poderá perdurar por até 3 anos, não

podendo ser concedida a servidor em estágio probatório

e podendo ser revogada a qualquer tempo.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca do regime jurídico

dos servidores públicos civis da União, o próximo item

apresenta uma situação hipotética, seguida de uma

assertiva a ser julgada.

Caio, analista judiciário do TRE/GO, está em gozo de

licença para tratar de interesses particulares. Nessa

situação, a referida licença pode ser interrompida, a

qualquer tempo, se for de interesse do tribunal.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A licença para tratar interesses particulares é concedida

conforme discricionariedade da Administração

Pública, podendo ser revogada a qualquer

tempo. Ou seja, o agente público responsável poderá

concedê-la ou não, conforme o interesse do serviço.

Resposta: Certa.

AFASTAMENTOS

São três os afastamentos previstos no artigo 93 e

seguintes:

• Servir a outro órgão ou entidade;

• Exercício de mandato eletivo;

• Afastamento para estudo ou missão no exterior.

O servidor poderá ser cedido para ter exercício em

outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos

Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios. A

REGIME JURÍDICO ÚNICO

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26

cessão ocorrerá mediante Portaria publicada no Diário

Oficial da União e, mediante autorização expressa

do Presidente da República, o servidor do Poder

Executivo poderá ter exercício em outro órgão da

Administração Federal direta que não tenha quadro

próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo

certo.

No caso da segunda hipótese, o artigo 94 repete os

comandos constitucionais para cumulação do cargo

com o mandato eletivo.

Art. 94 Ao servidor investido em mandato eletivo

aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,

ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado

do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua

remuneração;

III - investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, perceberá

as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração

do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será

afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela

sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor

contribuirá para a seguridade social como se em

exercício estivesse.

§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou

classista não poderá ser removido ou redistribuído

de ofício para localidade diversa daquela onde

exerce o mandato.

Por fim, em relação ao último afastamento, o servidor

não poderá ausentar-se do País para estudo ou

missão oficial sem autorização do Presidente da República,

Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e

Presidente do Supremo Tribunal Federal.

A ausência não excederá a 4 anos, e finda a missão

ou estudo, somente será permitida nova ausência

decorrido igual período.

O afastamento de servidor para servir em organismo

internacional de que o Brasil participe ou

com o qual coopere dar-se-á com perda total da

remuneração.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FCC – 2018) Claudio, servidor público do Tribunal Regional

do Trabalho da 14ª Região, ausentou-se do País para

missão oficial no exterior. O mencionado afastamento

observou todos os trâmites legais e perdurou por quatro

anos, tendo Claudio regressado ao Brasil em 2012, assumindo

suas atividades. Em 2014, Claudio pleiteou novo

afastamento para estudo no exterior. Nos termos da Lei

no 8.112/1990, o afastamento pleiteado:

a) não será possível, pois somente decorrido o período

de três anos contados do término do anterior afastamento

é que se admite a nova ausência.

b) é possível.

c) não será possível, pois somente decorrido o período

de quatro anos contados do término do anterior afastamento

é que se admite a nova ausência.

d) não é cabível, pois trata-se da mesma espécie de afastamento

concedido anteriormente, sendo necessário o

transcurso de dez anos para que o servidor tenha direito.

e) não se aplica a servidores que já fizeram jus a benefício

semelhante, como é o caso de Claudio.

A ausência não excederá a 4 anos, e finda a missão

ou estudo, somente decorrido igual período, será

permitida nova ausência, conforme regramento

legal. “Art. 95 O servidor não poderá ausentar-se do

País para estudo ou missão oficial, sem autorização

do Presidente da República, Presidente dos Órgãos

do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal

Federal. § 1º A ausência não excederá a 4

(quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente

decorrido igual período, será permitida nova ausência.”

Resposta: Letra C.

CONCESSÕES

Vejamos as concessões previstas no estatuto. São

benesses que o estatuto traz ligadas a ocorrências na

vida particular do servidor, e constam basicamente

do artigo 97:

Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor

ausentar-se do serviço:

I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;

II - pelo período comprovadamente necessário para

alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado,

em qualquer caso, a 2 (dois) dias;

III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,

madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob

guarda ou tutela e irmãos.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FGV – 2016) Consoante ao que dispõe a Lei nº 8.112/90,

sem qualquer prejuízo, poderá um servidor civil de fundação

pública federal ausentar-se do serviço:

a) por 3 (três) dias, para alistamento ou recadastramento

eleitoral fora da sede onde está lotado;

b) por 15 (quinze) dias, em razão de falecimento de

parente até o segundo grau;

c) por 3 (três) dias, para manifestação sindical de greve;

d) por 5 (cinco) dias consecutivos, em razão de

casamento;

e) por 1 (um) dia, para doação de sangue.

A questão nos cobra uma das concessões do artigo

97. Nesse caso, especificamente constante do inciso

I. “Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor

ausentar-se do serviço: I - por 1 (um) dia, para doação

de sangue”. Resposta: Letra E.

DIREITO DE PETIÇÃO

Vamos conhecer o direito de petição, que nada

mais é do que o direito de solicitar informações e

esclarecimentos para a defesa de um direito.

Art. 104 É assegurado ao servidor o direito de

requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito

ou interesse legítimo.


O requerimento (artigo 105) será dirigido à autoridade

competente para decidi-lo e ser encaminhado

por intermédio daquela a que estiver imediatamente

subordinado o requerente. Cabe pedido de reconsideração

à autoridade que houver expedido o ato

ou proferido a primeira decisão, não podendo ser

renovado.

O pedido de reconsideração é uma forma do

requerente argumentar à autoridade que proferiu a

decisão de que ela decidiu incorretamente, antes de

recorrer a outra autoridade.

O requerimento e o pedido de reconsideração

deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos

dentro de 30 dias.

O artigo 107 traz as possibilidades de recurso:

Art. 107 Caberá recurso:

I - do indeferimento do pedido de reconsideração;

II - das decisões sobre os recursos sucessivamente

interpostos.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente

superior à que tiver expedido o ato ou

proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala

ascendente, às demais autoridades.

§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da

autoridade a que estiver imediatamente subordinado

o requerente.

Pelo próprio significado do termo, saberemos que

o pedido de reconsideração é endereçado à própria

autoridade que proferiu a decisão. O recurso será à

autoridade superior.

O prazo para interposição de pedido de reconsideração

ou de recurso é de 30 dias, a contar da publicação

ou da ciência, pelo interessado, da decisão

recorrida.

O direito de requerer prescreve:

• Em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação

de aposentadoria ou disponibilidade, ou que

afetem interesse patrimonial e créditos resultantes

das relações de trabalho;

• Em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro

prazo for fixado em lei.

Dica

Prescrição é a impossibilidade de perseguir

determinado direito. A sua ocorrência é uma das

bases da segurança jurídica de um ordenamento.

REGIME DISCIPLINAR

Para a devida aplicação das penalidades, por meio

de um regime disciplinar, primeiramente é necessário

estabelecer as bases por meio dos deveres e

proibições.

Vejamos, inicialmente, os deveres:

Art. 116 São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do

cargo;

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando

manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações

requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa

de direito ou esclarecimento de situações de interesse

pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência

em razão do cargo ao conhecimento da autoridade

superior ou, quando houver suspeita de envolvimento

desta, ao conhecimento de outra autoridade

competente para apuração;

VII - zelar pela economia do material e a conservação

do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade

administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão

ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o

inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e

apreciada pela autoridade superior àquela contra a

qual é formulada, assegurando-se ao representando

ampla defesa.

Não acredito na necessidade de decorar os dispositivos.

Veja que todos são bem lógicos; talvez o menos

lógico seja o destacado – o parágrafo único refere-se

exclusivamente a ele.

Em seguida, temos as proibições, previstas no

artigo 117. Aqui, já há uma preocupação maior, pois,

de acordo com a gravidade da proibição ferida, teremos

uma punição mais grave. Deixaremos, desde já,

a distribuição de acordo com a penalidade eventualmente

aplicável.

Proibições sujeitas à advertência

• Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem

prévia autorização do chefe imediato;

• Retirar, sem prévia anuência da autoridade

competente, qualquer documento ou objeto da

repartição;

• Recusar fé a documentos públicos;

• Opor resistência injustificada ao andamento de

documento e processo ou execução de serviço;

• Promover manifestação de apreço ou desapreço

no recinto da repartição;

• Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos

casos previstos em lei, o desempenho de atribuição

que seja de sua responsabilidade ou de seu

subordinado;

• Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se

a associação profissional ou sindical, ou a

partido político;

• Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função

de confiança, cônjuge, companheiro ou parente

até o segundo grau civil;

• Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando

solicitado.

Proibições sujeitas à suspensão

• Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao

cargo que ocupa, exceto em situações de emergência

e transitórias;

• Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis

com o exercício do cargo ou função e com o

horário de trabalho.

REGIME JURÍDICO ÚNICO

27


28

Proibições sujeitas à demissão

• Participar de gerência ou administração de sociedade

privada, personificada ou não personificada;

• Exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,

cotista ou comanditário (tal proibição não se

aplica na participação nos conselhos de administração

e fiscal de empresas ou entidades em que a

União detenha, direta ou indiretamente, participação

no capital social ou em sociedade cooperativa

constituída para prestar serviços a seus membros

nem no gozo de licença para o trato de interesses

particulares, observada a legislação sobre conflito

de interesses);

• Receber propina, comissão, presente ou vantagem

de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado

estrangeiro;

• Praticar usura sob qualquer de suas formas;

• Proceder de forma desidiosa;

• Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição

em serviços ou atividades particulares.

Proibições sujeitas à demissão que incompatibilizam

o ex-servidor para nova investidura em cargo público

federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos

• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou

de outrem, em detrimento da dignidade da função

pública;

• Atuar, como procurador ou intermediário, junto

a repartições públicas, salvo quando se tratar

de benefícios previdenciários ou assistenciais

de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou

companheiro.

Há casos em que a demissão ou a destituição de cargo

em comissão, de acordo com os atos praticados, terá

outras consequências que visam resguardar o interesse

público. Vejamos primeiramente o artigo 136:

Art. 136 A demissão ou a destituição de cargo em

comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do

art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação

penal cabível.

Observemos as hipóteses em relação às quais

haverá a indisponibilidade de bens e ressarcimento

ao erário, nos termos do artigo 136.

Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes

casos:

IV - improbidade administrativa;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio

nacional;

XI - corrupção.

Para facilitar sua memorização, perceba que as

hipóteses trazidas são aquelas em que há prejuízo já

causado ou potencial aos cofres públicos.

O parágrafo único do artigo 137 traz a impossibilidade

do retorno ao serviço público federal em determinadas

hipóteses. O dispositivo é questionado junto

ao STF por, em tese, configurar pena perpétua, o que

é vedado pela CF/88.

No entanto, a literalidade do dispositivo é passível

de cobrança em provas, portanto, devemos estar atentos.

Vejamos o dispositivo em questão:

Art. 137 [...]

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço

público federal o servidor que for demitido ou destituído

do cargo em comissão por infringência do art.

132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

As hipóteses nele citadas são as seguintes:

Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes

casos:

I - crime contra a administração pública;

IV - improbidade administrativa;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio

nacional;

XI - corrupção.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FCC – 2013) O Sr. Joaquim, servidor público federal

junto ao TRT da 15ª Região, atuou como intermediário

junto à repartição pública para tratar de benefício

previdenciário de um parente de segundo grau. Nos

termos da Lei, essa conduta:

a) não configura infração.

b) está sujeita à pena de advertência.

c) está sujeita à pena de suspensão.

d) está sujeita à pena de demissão.

e) está sujeita à pena de exoneração.

A própria lei traz a exceção à proibição. Portanto, a

situação trazida pela questão não configura infração.

“Art. 117 Ao servidor é proibido: XI - atuar,

como procurador ou intermediário, junto a repartições

públicas, salvo quando se tratar de benefícios

previdenciários ou assistenciais de parentes até o

segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.” Resposta:

Letra A.

Penalidades

Agora vamos conhecer o artigo 127. Vejamos:

Art. 127 São penalidades disciplinares:

I - advertência;

II - suspensão;

III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

Na aplicação das penalidades, serão consideradas

a natureza e a gravidade da infração cometida, os

danos que dela provierem para o serviço público, as

circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes

funcionais.

Anteriormente, vimos a correlação das proibições

com as respectivas penalidades. No entanto, ainda há

algumas informações importantes sobre isso.

O dispositivo referente à advertência traz-nos uma

possibilidade ampla de aplicação ao seu final. Portanto,

devemos ter em mente que, para a advertência,


podemos ter hipóteses que não constam da Lei nº

8.112/90, que estudamos neste momento.

Art. 129 A advertência será aplicada por escrito,

nos casos de violação de proibição constante do

art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância

de dever funcional previsto em lei, regulamentação

ou norma interna, que não justifique imposição de

penalidade mais grave.

Temos também a possibilidade de aplicação da

suspensão em caso de reincidência em proibições

sujeitas à advertência.

Art. 130 A suspensão será aplicada em caso de

reincidência das faltas punidas com advertência

e de violação das demais proibições que não tipifiquem

infração sujeita a penalidade de demissão,

não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

O estatuto traz, assim como a Constituição Federal,

vedação a cumulação de cargos. Acompanhe o disposto

no artigo 118:

Art. 118 Ressalvados os casos previstos na Constituição,

é vedada a acumulação remunerada de

cargos públicos.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,

empregos e funções em autarquias, fundações

públicas, empresas públicas, sociedades de economia

mista da União, do Distrito Federal, dos Estados,

dos Territórios e dos Municípios.

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica

condicionada à comprovação da compatibilidade

de horários.

§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção

de vencimento de cargo ou emprego público efetivo

com proventos da inatividade, salvo quando os

cargos de que decorram essas remunerações forem

acumuláveis na atividade.

Temos outras hipóteses de demissão além daquelas

que conhecemos quando estudamos as proibições.

Elas constam do artigo 132:

Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes

casos:

I - crime contra a administração pública;

II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual;

IV - improbidade administrativa;

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na

repartição;

VI - insubordinação grave em serviço;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,

salvo em legítima defesa própria ou de

outrem;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em

razão do cargo;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio

nacional;

XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções

públicas;

XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público responsável

pelo setor financeiro de uma autarquia federal,

sem observar as formalidades legais necessárias, facilitou

a incorporação, ao patrimônio particular de entidade

privada sem fins lucrativos, de valores a ela repassados

mediante a celebração de parceria. Nessa situação hipotética,

conforme a legislação e a doutrina a respeito de

improbidade administrativa e regime disciplinar do servidor

público federal, a pena disciplinar máxima a que

João estará sujeito é a suspensão por noventa dias.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os casos de improbidade administrativa estão entre

as hipóteses sujeitas à demissão: “Art. 132 A demissão

será aplicada nos seguintes casos: IV - improbidade

administrativa”. Resposta: Errado.

O dispositivo acima traz uma regra geral e a respectiva

abrangência. Chamo atenção para o parágrafo

terceiro, que se refere à vedação da cumulação também

na inatividade. A regra é simples: se inacumulável

em atividade, inacumulável na aposentadoria.

Em seguida, temos a vedação também para os cargos

em comissão, constante do artigo 119. Vejamos

sua literalidade:

Art. 119 O servidor não poderá exercer mais de

um cargo em comissão, exceto no caso previsto no

parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado

pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se

aplica à remuneração devida pela participação

em conselhos de administração e fiscal das empresas

públicas e sociedades de economia mista, suas

subsidiárias e controladas, bem como quaisquer

empresas ou entidades em que a União, direta ou

indiretamente, detenha participação no capital

social, observado o que, a respeito, dispuser legislação

específica.

O artigo 9º traz o exercício interino de outro cargo

de confiança, caso em que deverá ser feita a opção

pela remuneração de um dos cargos.

Na sequência, o artigo 120 traz a possibilidade de

cumulação de um cargo efetivo com um cargo em

comissão, desde que haja compatibilidade de horários.

Art. 120 O servidor vinculado ao regime desta

Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,

quando investido em cargo de provimento em

comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos,

salvo na hipótese em que houver compatibilidade

de horário e local com o exercício de um deles,

declarada pelas autoridades máximas dos órgãos

ou entidades envolvidos.

O estatuto traz um procedimento sumário para

o caso de acumulação ilegal de cargos. Ele consta do

artigo 133 e é recorrente em provas. Vejamos a literalidade

do dispositivo, que é de fácil entendimento:

Art. 133 Detectada a qualquer tempo a acumulação

ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,

a autoridade a que se refere o art. 143 notificará

o servidor, por intermédio de sua chefia imediata,

para apresentar opção no prazo improrrogável de

REGIME JURÍDICO ÚNICO

29


30

dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese

de omissão, adotará procedimento sumário para a

sua apuração e regularização imediata, cujo processo

administrativo disciplinar se desenvolverá

nas seguintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir

a comissão, a ser composta por dois servidores

estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a

materialidade da transgressão objeto da apuração;

II - instrução sumária, que compreende indiciação,

defesa e relatório;

III - julgamento.

§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo

disciplinar submetido ao rito sumário não

excederá trinta dias, contados da data de publicação

do ato que constituir a comissão, admitida a

sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias

o exigirem.

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade

do inativo que houver praticado, na atividade, falta

punível com a demissão.

Configura abandono de cargo a ausência intencional

do servidor ao serviço por mais de trinta dias

consecutivos (artigo 138).

Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao

serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,

durante o período de doze meses (artigo

139).

Dica

A inassiduidade não é contada dentro no ano

civil, e sim em um período de 12 meses.

O artigo 140 impõe o procedimento do artigo 133,

visto acima, aos casos de abandono de cargo ou inassiduidade

habitual:

Art. 140 Na apuração de abandono de cargo ou

inassiduidade habitual, também será adotado o

procedimento sumário a que se refere o art. 133,

observando-se especialmente que:

I - a indicação da materialidade dar-se-á:

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação

precisa do período de ausência intencional do

servidor ao serviço superior a trinta dias;

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação

dos dias de falta ao serviço sem causa justificada,

por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente,

durante o período de doze meses;

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará

relatório conclusivo quanto à inocência ou

à responsabilidade do servidor, em que resumirá as

peças principais dos autos, indicará o respectivo

dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono

de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao

serviço superior a trinta dias e remeterá o processo

à autoridade instauradora para julgamento.

As penalidades disciplinares serão aplicadas, conforme

o artigo 141:

• Pelo Presidente da República, Presidentes das

Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais

e Procurador-Geral da República, quando se

tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou

disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo

Poder, órgão, ou entidade;

• Pelas autoridades administrativas de hierarquia

imediatamente inferior àquelas mencionadas no

inciso anterior, quando se tratar de suspensão

superior a 30 dias;

• Pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma

dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos

casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias;

• Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando

se tratar de destituição de cargo em comissão.

Vejamos agora a sindicância e o processo administrativo

disciplinar. Ambos podem resultar em

aplicação de penalidades; no entanto, temos algumas

diferenças importantes.

A autoridade que tiver ciência de irregularidade

no serviço público é obrigada a promover a sua apuração

imediata, mediante sindicância ou processo

administrativo disciplinar, assegurada ao acusado

ampla defesa.

Da sindicância poderá resultar:

• Arquivamento do processo;

• Aplicação de penalidade de advertência ou suspensão

de até 30 dias;

• Instauração de processo disciplinar.

Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar

a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30

dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,

ou destituição de cargo em comissão, será

obrigatória a instauração de processo disciplinar.

O processo disciplinar é o instrumento destinado

a apurar responsabilidade de servidor por infração

praticada no exercício de suas atribuições, ou que

tenha relação com as atribuições do cargo em que se

encontre investido e será conduzido por comissão

composta de três servidores estáveis designados pela

autoridade competente.

O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes

fases:

• Instauração, com a publicação do ato que constituir

a comissão;

• Inquérito administrativo, que compreende instrução,

defesa e relatório;

• Julgamento.

O prazo para a conclusão do processo disciplinar não

excederá 60 dias, contados da data de publicação do ato

que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação

por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

Feitas essas considerações gerais sobre o processo

administrativo disciplinar, vamos a algumas informações

pormenorizadas.

Sobre o inquérito, a lei impõe que obedecerá ao

princípio do contraditório, assegurada ao acusado

ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos

admitidos em direito. Frente ao texto acima, seguem

as normas legais:

Na fase do inquérito, a comissão promoverá a

tomada de depoimentos, acareações, investigações

e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,

recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos,

de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório

minucioso, onde resumirá as peças principais dos

autos e mencionará as provas em que se baseou


para formar a sua convicção. O relatório será sempre

conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade

do servidor.

O processo disciplinar, com o relatório da comissão,

será remetido à autoridade que determinou a

sua instauração, para julgamento.

Na fase do julgamento, no prazo de 20 dias, contados

do recebimento do processo, a autoridade julgadora

proferirá a sua decisão. Se a penalidade a

ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora

do processo, este será encaminhado à autoridade

competente, que decidirá em igual prazo.

O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade

do processo.

O processo disciplinar poderá ser revisto, a

qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se

aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis

de justificar a inocência do punido ou a inadequação

da penalidade aplicada.

A simples alegação de injustiça da penalidade não

constitui fundamento para a revisão, que requer

elementos novos, ainda não apreciados no processo

originário.

A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão

dos trabalhos.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (VUNESP - 2018) Para o servidor inativo que, na atividade,

houver praticado falta punível com a demissão,

a Lei nº 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores

Públicos Civis da União prevê:

a) pagamento de indenização aos cofres públicos.

b) suspensão dos seus vencimentos.

c) nenhuma penalidade.

d) advertência por escrito.

e) a cassação da aposentadoria.

A alternativa correta é a letra E, de acordo com o

comando do artigo 134. “Art. 134 Será cassada a

aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que

houver praticado, na atividade, falta punível com a

demissão.” Resposta: Letra E.

O servidor poderá ser responsabilizado em diferentes

esferas de responsabilidade. A que vimos

acima, com seus respectivos detalhes, é referente à

reponsabilidade administrativa. No entanto, o servidor

poderá ser responsabilizado nas esferas administrativa,

penal e cível, de maneira independente.

Vejamos o comando do artigo 121, que traz essas

esferas de responsabilidade.

Art. 121 O servidor responde civil, penal e administrativamente

pelo exercício irregular de suas

atribuições.

A responsabilidade cível poderá decorrer de ação

ou omissão e poderá ser apurada por dano causado à

própria Administração Pública ou a terceiros, conforme

comando do artigo 122.

Art. 122 A responsabilidade civil decorre de ato

omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que

resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado

ao erário somente será liquidada na forma prevista

no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a

execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,

responderá o servidor perante a Fazenda Pública,

em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos

sucessores e contra eles será executada, até o limite

do valor da herança recebida.

O parágrafo segundo, acima, está em consonância

com o disposto no parágrafo sexto do artigo 37 da

Constituição Federal, trazendo a possibilidade de ação

regressiva.

Relembrando: caso alguém sofra um dano causado

por agente público, deverá acionar o Estado, que, se

for o caso, acionará o servidor para arcar com os custos,

por meio de ação regressiva.

A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções

imputadas ao servidor, nessa qualidade,

conforme artigo 123. Ou seja, a ação ou omissão deverá

ocorrer como servidor, não se confundindo com a

vida particular do servidor, em regra.

No mesmo sentido vai a lei ao se referir à responsabilidade

civil-administrativa, desta vez no seu artigo

124:

Art. 124 A responsabilidade civil-administrativa

resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no

desempenho do cargo ou função.

É importantíssimo ressaltar a independência entre

as esferas de responsabilidade e sua possibilidade de

cumulação, conforme constante do artigo 125:

Art. 125 As sanções civis, penais e administrativas

poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Há, no entanto, uma exceção de influência entre

as formas de responsabilização e o caso da absolvição

penal que negue o fato ou a autoria por parte do servidor.

Vejamos, primeiramente, o dispositivo:

Art. 126 A responsabilidade administrativa do servidor

será afastada no caso de absolvição criminal

que negue a existência do fato ou sua autoria.

Veja que o dispositivo é bastante lógico, pois, se a

Justiça Penal, que tem um rito bastante rigoroso, concluir

que o fato não existiu ou que outra pessoa foi a

responsável, como poderia o servidor ainda assim ser

responsabilizado?

Por fim, temos um dispositivo que traz proteção

ao servidor que eventualmente queira dar ciência de

práticas ilícitas à autoridade superior, ainda que o

fato seja levado à autoridade diferente da que deveria

ser cientificada de acordo com a posição funcional no

servidor:

Art. 126-A Nenhum servidor poderá ser responsabilizado

civil, penal ou administrativamente por

dar ciência à autoridade superior ou, quando houver

suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade

competente para apuração de informação

concernente à prática de crimes ou improbidade de

que tenha conhecimento, ainda que em decorrência

do exercício de cargo, emprego ou função pública.

REGIME JURÍDICO ÚNICO

31


32

Finalmente, no tange ao direito de punir da Administração

Pública, o artigo 142 traz o prazo de prescrição

para a ação disciplinar, que é a perda do direito

por parte do Estado de punir o servidor que cometeu

a infração.

Art. 142 A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis

com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade

e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à

advertência.

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data

em que o fato se tornou conhecido.

§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal

aplicam-se às infrações disciplinares capituladas

também como crime.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de

processo disciplinar interrompe a prescrição, até a

decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo

começará a correr a partir do dia em que cessar a

interrupção.

Em relação ao parágrafo primeiro, acima, a questão

em prova poderá trocar os termos, colocando

como termo inicial o momento da ocorrência do fato.

Portanto, atente-se a esse ponto.

Em relação ao termo interrupção da prescrição

acima, fica o alerta para os que estão acostumados ao

termo no estudo do Direito. Aqui, ele está com sentido

diverso, não zerando o prazo em contagem mas, simplesmente,

parando sua contagem e retornando em

seguida, conforme parágrafos terceiro e quarto.

O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE

DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO

SERVIÇO PÚBLICO

De acordo com Limongi-França (2004), a qualidade

de vida no trabalho (QVT) surge a partir das mudanças

ocorridas nas relações de trabalho. O termo surgiu

por volta de 1970 e indica um cuidado com o bem-estar

dos trabalhadores, o que não havia, por exemplo,

na época do surgimento das teorias de Taylor e

Fayol. O desenvolvimento da QVT pode ser apresentado

por duas perspectivas. De um lado, temos uma

maior reivindicação dos trabalhadores em busca de

boas condições e saúde no trabalho. Do outro lado,

há interesses por parte da organização que os trabalhadores

tenham maior qualidade de vida e, assim,

aumentem a produtividade e qualidade das tarefas

desempenhadas.

Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 42) definem

a qualidade de vida no trabalho como o “[...]

conjunto de ações de uma empresa que envolve

diagnóstico e implantação de melhorias e inovações

gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do

ambiente de trabalho, visando propiciar condições

plenas de desenvolvimento humano para e durante a

realização do trabalho”.

Chiavenato (2014) destaca que falar em QVT significa

falar em respeito com os trabalhadores. Para que

as organizações obtenham produtividade e qualidade

em suas atividades, é preciso que os trabalhadores

estejam satisfeitos e motivados em seus cargos. Por

isso, a competitividade das organizações necessariamente

depende da QVT.

A QVT é um conceito complexo e compreende

diversos fatores, conforme destacado por Chiavenato

(2014):

• Satisfação com as atividades realizadas no cargo.

• Possibilidade de crescer e se desenvolver na

organização.

• Ser reconhecido pelo trabalho realizado e as metas

atingidas.

• Receber remuneração (incluindo salário, benefícios

e incentivos) adequada às atividades do cargo

e ao desempenho obtido.

• Ter bons relacionamentos com as chefias e os colegas

de trabalho.

• Trabalhar em ambientes agradáveis fisicamente e

psicologicamente.

• Ter liberdade na execução das atividades do

trabalho.

• Poder engajar-se nas atividades do trabalho e participar

ativamente nas decisões.

PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

No intuito de oferecer maior bem-estar e satisfação

aos trabalhadores, as organizações podem adotar

alguns programas de QVT. Esses programas têm o

objetivo de tornar a organização um local mais humanizado.

No entanto, antes de definir as melhores práticas

de QVT, é preciso considerar os processos de GP,

a cultura da organização, seus objetivos, entre outros

aspectos organizacionais. Esses programas podem

estar associados, por exemplo, à redução da rotatividade

e do absenteísmo, ou melhoria na saúde e segurança

dos trabalhadores.

Dentre os programas/modelos de QVT, destacam-se

os propostos por Walton (1973), Hackman e Oldham

(1975) e Nadler e Lawler (1983). Neste material é descrito

o modelo de Walton, composto por oito fatores,

mas os demais modelos podem ser visualizados no

livro de Chiavenato (2014).

FATORES DE QVT

1. Compensação justa e

adequada

2. Condições de trabalho

seguras e saudáveis

3. Oportunidades imediatas

para desenvolver

e usar as capacidades

humanas

4. Oportunidades futuras

para o crescimento

contínuo e a garantia de

emprego

DIMENSÕES

Remuneração adequada

ao salário.

Equidade interna e

externa.

Jornada de trabalho.

Ambiente físico seguro e

saudável.

Autonomia.

Significado da tarefa.

Variedade de habilidades.

Possibilidade de carreira.

Crescimento profissional.

Segurança no emprego.


FATORES DE QVT

5. Integração social na

organização

6. Constitucionalismo na

organização

7. Trabalho e espaço total

na vida do indivíduo

8. Relevância social do

trabalho

DIMENSÕES

Relacionamentos interpessoais

e intergrupais.

Senso comunitário.

Respeito às leis e direitos

trabalhistas.

Privacidade pessoal.

Liberdade de expressão.

Normas e rotinas claras

na organização.

Equilíbrio entre trabalho e

vida pessoal.

Imagem da empresa.

Responsabilidade social

da instituição.

Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 421-422).

PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR

As organizações devem se preocupar, além da QVT,

com a saúde dos trabalhadores. Um trabalhador saudável

é aquele que não possui doenças, sejam elas físicas

ou psicológicas. Ações preventivas para promover

a saúde dos empregados garantem que os trabalhadores

tenham um bom estado físico, mental e social. De

acordo com Chiavenato (2014), a saúde do trabalhador

pode ser prejudicada por doenças, acidentes ou

estresse emocional.

As doenças que podem ser desenvolvidas em

função do trabalho incluem, entre outras: câncer

por radiação, lesão por esforço repetitivo, distúrbios

osteomusculares, dermatite, reumatismo, intoxicação,

surdez, síndrome de burnout e síndrome do pânico.

As organizações podem prevenir essas doenças

quando implementam o Programa de Controle Médico

e Saúde Ocupacional (PCMSO) que, segundo a Portaria

nº 24/1994, é um programa obrigatório. Assim,

as organizações podem agir preventivamente ao realizar

exame médico pré-admissional, exames médicos

periódicos, palestras etc. São responsabilidades das

organizações, de acordo com a Portaria:

da capacidade para o trabalho”. Os acidentes podem

ocorrer em consequência de agressão física, sabotagem

ou terrorismo; ofensa física intencional; ato de

imprudência, negligência ou imperícia; desabamento,

inundação e incêndio; no trajeto da residência para o

trabalho e vice-versa.

Os acidentes de trabalho podem ocorrer, de acordo

com Chiavenato (2014), em função de condições

inseguras ou atos inseguros.

Condições inseguras incluem, por exemplo, equipamentos

defeituosos, ventilação imprópria e temperatura

elevada no ambiente de trabalho.

Atos inseguros envolvem, por exemplo, subir as escadas

sem apoiar-se no corrimão, carregar caixas pesadas

de forma inadequada e não usar procedimentos seguros.

Por último, o estresse “é um conjunto de reações

físicas, químicas e mentais de uma pessoa decorrente

de estímulos ou estressores que existem no ambiente”

(CHIAVENATO, 2014, p. 405). São duas as fontes principais

de estresse: ambientais e pessoais.

As causas ambientais de estresse estão fora do

controle do indivíduo. Por exemplo, se um indivíduo

trabalha em uma empresa que realiza atividades de

demolição de materiais resistentes com britadeiras,

o ruído dessas máquinas podem gerar estresse. Um

outro exemplo de causa ambiental de estresse é o

cliente. O vendedor não tem controle sobre um cliente

que acordou em um mal dia porque teve uma discussão

com a esposa e não conseguiu descansar durante

a noite e, ao acordar foi fazer compras.

As causas pessoais, por outro lado, são características

individuais do trabalhador, como pessoas viciadas

em trabalho, falta de paciência e condições precárias

de saúde. Considerando o exemplo do cliente mal-humorado,

ainda que o vendedor não tenha controle

sobre o estado de espírito do cliente, se o vendedor

não tem paciência, o estresse tende a piorar. No caso

do trabalhador da empresa com ruídos de britadeiras,

se ele for viciado em trabalho, isto é, se tiver o hábito

de trabalhar por longas jornadas, o estresse também

pode aumentar, pois terá que ouvir o barulho das

máquinas por mais tempo.

POLÍTICAS DE INCLUSÃO

• Garantir a elaboração e efetiva implementação do

PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;

• Custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos

relacionados ao PCMSO;

• Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados

em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho (SESMT), da empresa, um coordenador

responsável pela execução do PCMSO;

• No caso de a empresa estar desobrigada de manter

médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá

o empregador indicar médico do trabalho, empregado

ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;

• Inexistindo médico do trabalho na localidade, o

empregador poderá contratar médico de outra

especialidade para coordenar o PCMSO.

O acidente no trabalho, conforme art. 2º da Lei

nº 6.367/1976 “é aquele que ocorrer pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional que cause a morte,

ou perda, ou redução, permanente ou temporária,

Muito se fala sobre diversidade nas organizações:

diversidade de gênero, de raça, de idade, de origem,

deficiência física etc. No entanto, ainda que esses grupos

minoritários tenham alcançado, nos últimos anos,

maior representatividade nos ambientes de trabalho,

a exclusão deles nos grupos de maior influência ainda

pode ser considerado um obstáculo a vencer.

A inclusão, de acordo com Mor Barak (2015) remete

ao sentimento de pertença do indivíduo no sistema

organizacional tanto nos processos formais (acesso à

informação, por exemplo) quanto nos processos informais

(como um happy hour após o trabalho).

Para que um indivíduo se sinta incluído em um

grupo de trabalho, duas necessidades devem ser atendidas:

pertencimento e singularidade. Isto significa

que o trabalhador deve não apenar sentir-se parte do

grupo, mas também perceber que suas características

e particularidades são valorizadas. Sendo assim, tratar

de políticas de inclusão indica criar ações para que

os grupos minoritários sejam incluídos nas organizações

formais e informais.

REGIME JURÍDICO ÚNICO

33


34

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE –2004) No que se refere ao comportamento

organizacional, julgue os itens a seguir.

Não existe relação entre o desempenho e a motivação

do indivíduo e o estabelecimento de metas nas

organizações.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O desempenho, a motivação e o estabelecimento de

metas pelo líder estão totalmente relacionados no

ambiente organizacional. Resposta: Errado.

2. (FCC – 2009) A abordagem da Qualidade de Vida no

Trabalho envolve duas dimensões potencialmente

antagônicas. São elas:

a) A melhoria contínua dos processos e a necessidade

de lazer dos trabalhadores.

b) A necessidade de aumentos constantes de produtividade

no trabalho e a luta dos trabalhadores pelas

melhorias salariais.

c) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no trabalho

e a produtividade e a qualidade.

d) A preservação do meio ambiente e a expansão da produção

industrial.

e) O crescente uso de tecnologias poupadoras de mão

de obra e a necessidade de elevar a qualificação dos

trabalhadores.

De um lado, a QVT busca atender à reivindicação

dos trabalhadores a respeito de boas condições e

saúde no trabalho. Do outro lado, há interesses

por parte da organização de que os trabalhadores

tenham maior qualidade de vida e, assim, aumentem

a produtividade e qualidade das tarefas desempenhadas.

Resposta: Letra C.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Se um servidor em disponibilidade

reingressa no serviço público, em cargo

de natureza e padrão de vencimento correspondentes

ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se

denomina

a) redistribuição.

b) aproveitamento.

c) readaptação.

d) recondução.

e) remoção.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do acesso à

informação, dos servidores públicos e do processo

administrativo no âmbito federal, julgue o item que se

segue.

Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física,

o servidor público federal poderá ser readaptado em

cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis

com as suas limitações, ficando em disponibilidade

até a vacância do cargo adequado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item de

acordo com as disposições constitucionais e legais

acerca dos agentes públicos.

A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável

no cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando é

invalidada a demissão do servidor por decisão judicial

ou administrativa. Nesse caso, o servidor deve ser ressarcido

de todas as vantagens que deixou de perceber

durante o período demissório.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A investidura em cargo

público ocorrerá com o(a)

a) nomeação.

b) posse.

c) exercício.

d) provimento.

e) classificação em todas as etapas do concurso público.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º

8.112/1990, em caso de servidor público estável cuja

demissão tenha sido invalidada por decisão administrativa

ou judicial, deverá ocorrer a

a) recondução.

b) reintegração.

c) redistribuição.

d) readaptação.

e) reversão.

6. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca de administração

de cargos, carreiras e salários, julgue o item a seguir.

Na administração pública, a remuneração abrange o

ressarcimento por dispêndios havidos pelo servidor

em razão da execução de atividades laborais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do regime jurídico

dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor

as seguintes vantagens: indenizações, gratificações e

adicionais, incorporando-se as duas últimas ao vencimento

ou provento, nas condições indicadas em lei.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base nas disposições

da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.

Nos casos de falecimento, exoneração, colocação de

imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição

de imóvel pelo servidor, o auxílio-moradia será

pago por ainda um mês.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na

Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.

O servidor em estágio probatório não poderá afastar-

-se para servir em organismo internacional de que o

Brasil participe ou com o qual coopere, ainda que com

a perda total da remuneração.

( ) CERTO ( ) ERRADO


10. CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na

legislação administrativa, julgue o item a seguir.

Segundo a Lei n.º 8.112/1990, o servidor público que

deseje candidatar-se a um cargo eletivo terá direito a

licença, com remuneração, durante o período entre a

sua escolha em convenção partidária como candidato

e a véspera do registro de sua candidatura perante a

justiça eleitoral.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considerando o disposto

no Decreto n.º 7.133/2010 e na Lei n.º 8.112/1990, além

da avaliação de desempenho, julgue o item a seguir.

De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, é dever do servidor

atender o público em geral com presteza, fornecendo

as informações requeridas, salvo aquelas

protegidas por sigilo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na

Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.

Apesar de as instâncias administrativa e penal serem

independentes entre si, a eventual responsabilidade

administrativa do servidor será afastada se, na esfera

criminal, ele for beneficiado por absolvição que negue

a existência do fato ou a sua autoria.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na

Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.

Será cassada a aposentadoria voluntária do servidor

inativo que for condenado pela prática de ato de

improbidade administrativa à época em que ainda

estava na atividade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que concerne a direitos,

deveres e responsabilidades dos servidores públicos,

julgue o próximo item.

Nos termos da Lei n.º 8.112/1990, os deveres do servidor

público incluem representar contra ilegalidade,

omissão ou abuso de poder e promover manifestação

de apreço no recinto da repartição.

facilitou a incorporação, ao patrimônio particular de

entidade privada sem fins lucrativos, de valores a ela

repassados mediante a celebração de parceria.

Nessa situação hipotética, conforme a legislação e a

doutrina a respeito de improbidade administrativa e

regime disciplinar do servidor público federal, a pena

disciplinar máxima a que João estará sujeito é a suspensão

por noventa dias.

( ) CERTO ( ) ERRADO

17. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposições

da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.

A ação disciplinar contra servidor que cometa ato ilícito

punível com suspensão prescreverá em dois anos

contados da data em que o fato se tornou conhecido;

todavia, se tal ato ilícito também configurar crime,

então se aplicará o prazo prescricional da lei penal

para a ação disciplinar.

( ) CERTO ( ) ERRADO

18. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do regime jurídico

dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

No caso de processo disciplinar, a autoridade julgadora

deverá proferir sua decisão a respeito da responsabilidade

de servidor no prazo de vinte dias, contados

do recebimento do processo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da prescrição e

da decadência em direito da seguridade social, julgue

o item a seguir.

Em se tratando de servidor público federal sob o regime

da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do

segurado que falecer, aposentado ou não, será devida

a filho menor de dezesseis anos, a contar da data do

óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias

após o óbito.

( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º

8.112/1990, a perícia médica com finalidade administrativa

demandará junta médica oficial quando a licença

para tratamento de saúde

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com o regime

jurídico dos servidores públicos civis da União, das

autarquias e das fundações públicas federais, caso seja

verificado que, reincidentemente, determinado servidor

incumbia a outro atribuições estranhas ao cargo que

este último ocupava, a penalidade prevista é de

a) suspensão.

b) advertência.

c) demissão.

d) censura.

e) destituição do cargo.

a) exceder o prazo de cento e vinte dias no período de

doze meses.

b) exceder noventa dias consecutivos.

c) decorrer de causa que possa levar à interdição.

d) ocorrer a pedido da chefia imediata, contra a vontade

do servidor.

e) ocorrer na vigência de processo administrativo

disciplinar.

9 GABARITO

1 B

2 ERRADO

REGIME JURÍDICO ÚNICO

16. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público responsável

pelo setor financeiro de uma autarquia federal,

sem observar as formalidades legais necessárias,

3 ERRADO

4 B

35


ANOTAÇÕES

5 B

6 ERRADO

7 CERTO

8 CERTO

9 ERRADO

10 ERRADO

11 CERTO

12 CERTO

13 CERTO

14 ERRADO

15 A

16 ERRADO

17 CERTO

18 CERTO

19 CERTO

20 A

36


NOÇÕES DE DIREITO

CONSTITUCIONAL

DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS

Os direitos fundamentais estão localizados no

título II da CF/88, do art. 5º ao art. 17, os quais estão

classificados em cinco grupos: direitos individuais e

coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,

direitos políticos e direitos relacionados à existência,

organização e participação em partidos políticos.

Também são classificados em três dimensões de

direito, pois surgiram em épocas diferentes, tópico já

estudado neste material. Vamos relembrar:

DIREITOS

FUNDAMEN-

TAIS DE 1º

DIMENSÃO

Direitos civis e

políticos.

DIREITOS

FUNDAMEN-

TAIS DE 2º

DIMENSÃO

Direitos sociais,

econômicos e

culturais.

DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E

COLETIVOS

DIREITOS

FUNDAMEN-

TAIS DE 3º

DIMENSÃO

Fraternidade.

Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena

de morte, proibição do aborto e, por fim, direito às

condições mínimas necessárias para uma existência

digna, conforme também prevê o princípio da dignidade

da pessoa humana, apresentado no art. 1º, inciso

III da CF/88.

Dica

Note que, a constituição ao determinar o direito à

vida, possui dois aspectos, direito à integridade

física e psíquica.

Importante mencionar que o STF já se posicionou

sobre gravidez de feto anencéfalo, decidindo, em

julgamento de grande repercussão, que não constitui

crime a interrupção da gravidez nestes casos. Ainda, o

julgamento somente autorizou a interrupção da gravidez

de feto portador de anencefalia, não se estendendo

a nenhuma outra deficiência. 1

É importante ressaltar também que o STF decidiu

pela legitimidade da realização de pesquisas com

a utilização de células-tronco 2 embrionárias, obtidas

de embriões humanos produzidos por fertilização

in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,

atendidas as condições estipuladas no art. 5º da Lei

11.105/2005, que estabelece as normas de segurança

e maneiras de fiscalização das atividades que envolvam

organismos geneticamente modificados. Nesse

sentido, o STF considerou que as mencionadas pesquisas

não violam direito à vida, vejamos o dispositivo

mencionado:

Conforme prevê o art. 5º da CF/88 todos são iguais

perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberdade,

à igualdade, à segurança e à propriedade.

DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À

SEGURANÇA E À PROPRIEDADE

Direito à vida

A Constituição protege a vida, extrauterina e

intrauterina – neste caso, com a proibição do aborto.

Entretanto, o art. 128 do Código Penal prevê a autorização

do aborto como exceção em duas hipóteses, são

eles: como único meio para salvar a vida da mulher e

no caso de gravidez resultante de estupro.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por

médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é

precedido de consentimento da gestante ou, quando

incapaz, de seu representante legal

Lei 11.105 de 25 de março de 2005

Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia,

a utilização de células-tronco embrionárias obtidas

de embriões humanos produzidos por fertilização

in vitro e não utilizados no respectivo procedimento,

atendidas as seguintes condições:

I – sejam embriões inviáveis; ou

II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou

mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já

congelados na data da publicação desta Lei, depois

de completarem 3 (três) anos, contados a partir da

data de congelamento.

§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento

dos genitores.

§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que

realizem pesquisa ou terapia com células-tronco

embrionárias humanas deverão submeter seus

projetos à apreciação e aprovação dos respectivos

comitês de ética em pesquisa.

§ 3º É vedada a comercialização do material

biológico a que se refere este artigo e sua prática

implica o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434,

de 4 de fevereiro de 1997.

Importante!

As decisões do STF também são objeto de questionamento

em provas.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.

2 ADI 3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008

37


Direito à liberdade

Trata-se de direito fundamental de primeira

dimensão, ou seja, são os direitos fundamentais que

estão ligados ao valor liberdade, sendo eles: os direitos

civis e os direitos políticos.

Legalidade, previsto no art. 5º, II da CF, traz consigo

uma regra interessante: define qual a única ação

que pode restringir a liberdade dentro do Brasil, ou

seja, todos têm liberdade de fazer ou deixar de fazer o

que convém a cada um, entretanto essa liberdade está

limitada na lei.

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de

fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Liberdade de pensamento, previsto no inciso IV

da CF, determina a livre manifestação do pensamento,

porém, é importante se atentar à parte final do inciso,

que veda o anonimato, por exemplo: um indivíduo vai

até uma manifestação nas ruas com panos no rosto e

comete atos ilícitos (como furto).

Questão muito cobrada em provas.

Ainda sobre a liberdade de pensamento, é importante

mencionar que no Brasil a denúncia anônima

é permitida. Contudo, o poder público não pode iniciar

o procedimento formal tendo como base única

uma denúncia anônima.

Dica

O STF considerou desnecessária a utilização

de diploma de jornalismo e registro profissional

no Ministério do Trabalho como condição para o

exercício da profissão de jornalista, pois tem na

sua essência a manifestação do pensamento.3

Liberdade de consciência e crença está localizado

no inciso VI, VII e VIII do art. 5º da CF. É importante

mencionar que o Brasil não tem religião oficial, sendo

considerado um Estado laico e tem como base o pluralismo

político.

Art. 5° [...]

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de

crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos

religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção

aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de

assistência religiosa nas entidades civis e militares

de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo

de crença religiosa ou de convicção filosófica ou

política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação

legal a todos imposta e recusar-se a cumprir

prestação alternativa, fixada em lei;

Liberdade de locomoção, localizado no inciso XV

da CF, é um tópico muito importante e está ligado ao

direito de ir e vir, sendo que não é um direito absoluto,

pois temos os casos de prisão previstos na lei, ou

seja, as diversas situações em que prisões são necessárias

deixam claro que o direito a locomoção não é um

direito absoluto.

Atualidade: Direito de ir e vir x Coronavírus

(Covid-19)

Aqui temos um tema muito comentado, o isolamento,

ou seja, a proibição das pessoas de abrirem

suas próprias empresas, proibição de permanecerem

em praças, lugares públicos, isto é, seu direito de ir e

vir limitado, entenda:

Isolamento

Vertical

Horizontal

Somente grupo de risco deve

ficar isolado em casa. (idosos

e pessoas com problemas de

saúde)

Toda população deve ficar

isolada em casa e empresas

fechadas

Se o direito à liberdade de locomoção é um direito

fundamental de ir e vir, pode-se proibir que a pessoas

se locomovam? Mas e a constituição?

No caso do covid-19, em 18 de março de 2020, foi

aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que coloca

o país em estado de calamidade pública, tendo em

vista a situação excepcional de emergência de saúde.

Para você entender melhor, vamos estudar por etapas.

Mas o que é calamidade pública?

O dicionário Aurélio define calamidade “desgraça

pública; grande infortúnio; catástrofe”, ou seja,

é um estado anormal resultante de um desastre de

natureza, pandemia ou até financeiro, situações em

que o Governo Federal deve intervir nos outros Entes

Federativos (entenda entes: Estados - DF e Municípios)

para auxiliar no combate a situação.

Ainda, conforme o Governo Federal, o reconhecimento

do estado de calamidade pública é previsto

para durar até 31 de dezembro de 2020, sendo que,

é necessário “em virtude do monitoramento permanente

da pandemia Covid-19, da necessidade de elevação

dos gastos públicos para proteger a saúde e os

empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda

de arrecadação” 4

Entenda a explicação sobre calamidade pública:

1º Decretado estado de Calamidade Pública, através

de aprovação das duas casas: Senado Federal e

Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo gaste

mais do que o previsto e desobedeça às metas fiscais

para custear ações de combate à pandemia.

2º O Governo Federal já pode determinar quais

medidas de apoio serão tomadas. Com base na lei

complementar 101/2020.

3º Governo Federal poderá:

Liberar recursos; enviar defesa civil militar; enviar

kits emergenciais.

Estados podem:

Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos; não

precisa fazer licitações.

Agora que entendemos como funciona o estado

de calamidade pública, vamos à análise do direito de

locomoção que foi restringido.

38

3 STF RE/511961, Min. Gilmar Mendes, 17.06.2009.

4 Disponível em <https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/notas-oficiais/2020/copy_of_nota-a-imprensa> Acesso em: 10 out

2020.


Primeiramente, é importante mencionar que

nenhum direito fundamental pode ser considerado

absoluto (quando dizemos isso, significa que esse

direito pode ser violado, desde que cumpra alguns

requisitos), e a proporcionalidade de cada situação

deve ser observada.

O interesse da coletividade deve ser sempre

observado e ter preferência em relação ao direito

do particular, com o objetivo de aplicar o denominado

princípio da supremacia do interesse público

sobre o particular, que inclusive é um dos principais

princípios do direito administrativo.

Aqui cabe mencionar também o art. 196 da CF, que

prevê o direito a saúde como sendo um dever do Estado

(no sentido de nação politicamente organizada, ou

seja, é um dever do País/Governo Federal).

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas

que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário

às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação.

Ainda, cabe mencionar o princípio da proporcionalidade,

o qual tem como finalidade equilibrar os

direitos individuais com os da sociedade, exatamente

como no caso que aqui estamos analisando.

Ou seja, no caso em tela, pode-se proibir, conforme

os requisitos demonstrados na situação atual para

provas: direito de ir e vir é um direito fundamental,

mas fique atento: direito fundamental de ir e

vir não é um direito absoluto! No caso da violação

desse direito em face do covid-19, foi observado o

princípio da proporcionalidade e o princípio da

supremacia do interesse público sobre o particular.

Lembrando que o desrespeito a qualquer medida

imposta configura como crime contra a saúde pública

prevista no art. 268 do código penal, que pune criminalmente

a conduta de “infringir determinação do

poder público, destinada a impedir introdução ou propagação

de doença contagiosa”.

A liberdade de reunião, prevista no inciso XVI

do art. 5º da CF, deve ser pacífica e sem armas, bem

como não deve frustrar outra reunião anteriormente

convocada para aquele local, tendo preferência quem

avisar primeiro, chamado o aviso prévio a autoridade

competente, sendo diferente de autorização, pois a

reunião não depende de autorização.

Liberdade de associação tem previsão no inciso

XVII até o XXI do art. 5º da CF. É importante mencionar

que todos esses incisos já foram cobrados em

provas em geral. Cuidado com o texto constitucional,

como por exemplo:

Art. 5º [...]

XVII - é plena a liberdade de associação para fins

lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

A expressão utilizada como “plena” no dispositivo

é no mesmo sentido de ser considerada livre a

liberdade de associação, desde que para fins lícitos.

Por conseguinte, o texto constitucional prevê a

possibilidade de criação de associações e cooperativas,

independente de autorização. Ainda, só poderão

ser dissolvidas ou ter suspensas as atividades por

5 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012.

decisão judicial. Bem como, ninguém pode ser obrigado

a associar-se ou permanecer associado. Por fim, o

texto constitucional autoriza desde que expressamente

autorizado, a representação dos associados pelas

entidades associativas.

Igualdade

Princípio da igualdade, previsto também no caput

do art. 5º da CF, é muito importante, e, deste princípio,

inúmeros outros decorrem diretamente, conforme

veremos a seguir.

Igualdade na lei x igualdade perante a lei

A igualdade na lei vincula o legislador a tratar

todos da mesma forma ao criar as normas, já a igualdade

perante a lei significa que quem administra o

Estado também deve observar o princípio da igualdade,

por exemplo, o poder executivo ao administrar

e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar

que o princípio da igualdade também tem efeitos aos

particulares.

Igualdade formal x igualdade material

A igualdade formal, ou também chamada de

igualdade jurídica, significa que todos devem ser

tratados da mesma forma. Já a igualdade material

significa tratar igual os iguais e os desiguais com desigualdade,

na medida de suas desigualdades, ou seja, é

uma forma de proteção a certos grupos sociais, certos

grupos de pessoas que foram discriminadas ao longo

da história do Brasil. Isso ocorre por meio das chamadas

ações afirmativas, que visam, por meio da política

pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o

sistema de cotas para os afrodescendentes nas universidades

públicas. Sobre o tema, o STF já se posicionou

pela constitucionalidade, e a decisão foi tomada no

julgamento do Recurso Extraordinário (RE 597285),

com repercussão geral, em que um estudante questionava

os critérios adotados pela UFRGS para reserva

de vagas. 5

Igualdade nos concursos públicos

Tem como base o também chamado princípio da

isonomia, o qual deve ser rigorosamente observado

sob pena de nulidade da prova a ser realizada pelo

respectivo concurso público.

Entretanto, alguns concursos exigem, por exemplo,

idade, altura e etc. Note que todas as exigências

contidas no edital que façam distinção entre as pessoas

somente serão lícitas e constitucionais desde

que preencham dois requisitos:

a) Deve estar previsto em lei – igualdade formal;

b) Deve ser necessário ao cargo.

Como por exemplo, concurso para contratação de

agente penitenciário para presídio feminino e o edital

constar que é permitido somente mulheres para

investidura do cargo.

Exemplo muito comentado também é sobre a proibição

de tatuagem contida nos editais de concurso

público, sobre o tema o STF assim entendeu: “Editais

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

39


de concurso público não podem estabelecer restrição

a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais,

em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”,

foi à tese de repercussão geral fixada. 6

Entenda: tatuagem que viole os princípios constitucionais

e os princípios do Estado brasileiros.

Ex.: tatuagem de suástica nazista.

União estável homoafetiva

Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posicionou

sobre o reconhecimento da união estável para

casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argumento

que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer

discriminação em virtude de sexo, raça, cor

e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído

ou discriminado em função de sua orientação

sexual. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrária,

não se presta para desigualação jurídica”, conclui-se,

portanto, que qualquer depreciação da união

estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV

do artigo 3º da CF. 7

Legalidade

Princípio da legalidade está previsto no art. 5º,

inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obrigado

a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em

virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio

da legalidade, se está falando no âmbito particular e

não da administração pública.

No tocante aos particulares, o princípio da legalidade

quer dizer que apenas a lei tem legitimidade

para criar obrigações de fazer, também chamadas de

obrigações positivas, e também as chamadas obrigações

de não fazer, chamadas obrigações negativas, e,

nos casos em que a lei não dispuser obrigação alguma,

é dado ao particular fazer o que bem entender,

ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em

lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse

ponto o princípio da autonomia da vontade.

Referente ao poder público, o conteúdo do princípio

da legalidade é outro: esse tem a ideia de que

o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo de que

governar é atividade a qual a realização exige a edição

de leis, sendo que, o poder público não pode atuar,

nem contrário às leis, nem na ausência da lei.

Inviolabilidade

Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da

honra e da imagem das pessoas tem previsão no art.

5º, inciso X da CF, vejamos:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,

a honra e a imagem das pessoas, assegurado o

direito a indenização pelo dano material ou moral

decorrente de sua violação;

Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurídicas,

abrangendo inclusive a proteção necessária à

própria imagem frente aos meios de comunicação em

massa (televisão, jornais etc.).

Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso

XI do art. 5º da CF:

Art. 5º [...]

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém

nela podendo penetrar sem consentimento do

morador, salvo em caso de flagrante delito ou

desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o

dia, por determinação judicial;

Importante!

Memorize que como dia entende-se o período

das 6h às 18h.

Note que existem exceções à inviolabilidade: flagrante

delito, desastre, prestação de socorro e determinação

judicial. Convém lembrar também que, de

acordo com o magistério jurisprudencial do STF, o

conceito de “casa” é amplo, abarcando qualquer compartimento

habitado (casa, apartamento, trailer ou

barraca); qualquer aposento ocupado de habitação

coletiva (hotel, apart-hotel ou pensão), bem como

qualquer compartimento privado onde alguém exerça

profissão ou atividade, incluindo as pessoas jurídicas.

O STF, em relevante julgamento com repercussão

geral (art. 102, § 3° da CF), firmou compreensão no

sentido de que pode ocorrer a inviolabilidade mesmo

no período noturno – fundamentada e devidamente

justificada, se indicado que no interior na

casa se está praticando algum crime, ou seja, em estado

de flagrante delito.

É importante frisar que, se o agente policial entrar

na residência e não constatar a ocorrência de crime

em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos

agentes policiais se forem apresentadas fundadas

razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,

sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que

posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo

Ministério Público (a quem compete exercer o controle

externo da atividade policial, nos termos do art.

129, VII, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao analisar-

-se a legitimidade de eventual prova colhida durante

essa entrada à residência.

Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim

considerou:

A entrada forçada em domicílio sem mandado

judicial só é lícita, mesmo em período noturno,

quando amparada em fundadas razões, devidamente

justificadas “a posteriori”, que indiquem

que dentro da casa ocorre situação de flagrante

delito, sob pena de responsabilidade disciplinar,

civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade

dos atos praticados.

Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a

repercussão geral do tema e, por maioria, negou provimento

ao recurso extraordinário em que se discutia,

à luz do art. 5º, XI, LV e LVI, da Constituição, a legalidade

das provas obtidas mediante invasão de domicílio

por autoridades policiais sem o devido mandado de

busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara

o caráter permanente do delito de tráfico de drogas

e mantivera condenação criminal fundada em busca

40

6 Recurso Extraordinário 898450 Tema de Repercussão Geral. STF. Min. Luiz Fux, julgado em 17.08.2016.

7 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.


domiciliar sem a apresentação de mandado de busca

e apreensão. A Corte asseverou que o texto constitucional

trata da inviolabilidade domiciliar e de suas

exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do

indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento

do morador, salvo em caso de flagrante

delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante

o dia, por determinação judicial”). Seriam estabelecidas,

portanto, quatro exceções à inviolabilidade: a)

flagrante delito; b) desastre; c) prestação de socorro;

e d) determinação judicial. A interpretação adotada

pelo STF seria no sentido de que, se dentro da casa

estivesse ocorrendo um crime permanente, seria viável

o ingresso forçado pelas forças policiais, independentemente

de determinação judicial. Isso se daria

porque, por definição, nos crimes permanentes, haveria

um interregno entre a consumação e o exaurimento.

Nesse interregno, o crime estaria em curso. Assim,

se dentro do local protegido o crime permanente estivesse

ocorrendo, o perpetrador estaria cometendo

o delito. Caracterizada a situação de flagrante, seria

viável o ingresso forçado no domicílio. (RE 603616/RO,

rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5.11.2015 e DJe

13.11.2015)

A inviolabilidade das correspondências e comunicações

tem como previsão o inciso XII do art. 5º da

CF, vejamos.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das

comunicações telegráficas, de dados e das comunicações

telefônicas, salvo, no último caso, por

ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei

estabelecer para fins de investigação criminal ou

instrução processual penal;

As correspondências são invioláveis, com exceção

nos casos de decretação de estado de defesa

e de sítio (arts. 136 e seguintes da CF). É importante

mencionar também que o STF já reconheceu a possibilidade

de interceptar carta de presidiário, pois a

inviolabilidade de correspondência não pode ser usada

como defesa para atividades ilícitas. 8

Possibilidade de interceptação telefônica: interceptação

telefônica é a captação e gravação de conversa

telefônica, no momento em que ela se realiza, por

terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer um

dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso

XII do art. 5º da CF acima mencionado, que para ser

lícita deve obedecer três requisitos:

Interceptação telefônica

Ordem Judicial;

Para fins de investigação

criminal;

Hipóteses e formas que a

lei estabelecer.

Ainda, a interceptação telefônica dependerá de

ordem judicial, conforme art. 1º da Lei 9.926/96.

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas,

de qualquer natureza, para prova em investigação

criminal e em instrução processual penal, observará

o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz

competente da ação principal, sob segredo de justiça.

8 STF. HC 70.814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 24.06.1994.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à

interceptação do fluxo de comunicações em sistemas

de informática e telemática.

O segundo requisito necessário exige que a produção

desse meio de prova seja dirigida para fins de investigação

criminal ou instrução processual penal, assim, não

é possível a autorização da interceptação telefônica em

processos civis, administrativos, disciplinares e etc.

Já o último requisito refere-se a uma lei que deve

prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a

interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbito

de investigação criminal ou instrução processual penal.

A regulamentação deste dispositivo veio com a Lei

9.296/1996, que legitimou a interceptação das comunicações

como meio de prova, estendendo também

a sua regulamentação à interceptação de fluxo de

comunicações em sistemas de informática e telemática

(combinação de meios eletrônicos de comunicação

com informática, e-mail e outros).

Direito de propriedade

Está amparado junto ao caput e inciso XXII do art.

5º, bem como no inciso II do art. 170, ambos da CF.

Art. 5º, [...] XXII - é garantido o direito de

propriedade;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização

do trabalho humano e na livre iniciativa, tem

por fim assegurar a todos existência digna, conforme

os ditames da justiça social, observados os

seguintes princípios:

II - propriedade privada;

O direito de propriedade assegurado na constituição

como direito constitucional abrange tanto os bens

corpóreos quanto os incorpóreos.

Dica

Bens corpóreos são os bens possuidores de

existência física, são concretos e visíveis, como

por exemplo, uma casa, um automóvel etc. Já

os bens incorpóreos, são bens abstratos que

não possuem existência física, ou seja, não são

concretos, mas possuem um valor econômico,

como por exemplo, propriedade intelectual, direitos

do autor e etc.

Em relação à propriedade de bens incorpóreos,

refere-se à específica proteção constitucional a denominada

propriedade intelectual, a qual abrange os

direitos de autor e os direitos relativos à propriedade

industrial, como a proteção de marcas e patentes.

Desapropriação

Como característica dos direitos fundamentais, o

direito de propriedade também não é um direito absoluto.

Apesar da exigência de que a propriedade atenda

uma função social, há outras hipóteses em que

o interesse público pode justificar a imposição de

limitações.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

41


42

Ao elaborar a Constituição, o legislador se preocupou

em atribuir tratamento especial à política de

desenvolvimento urbano. Referente à desapropriação

de imóvel rural, somente é lícita a desapropriação

para fins de interesse social, ou seja, imóvel

rural que não estiver cumprindo sua função social

é desapropriado.

Nesse sentido, é importante verificar a importância

do art. 5°, XXIV, que determina o poder geral de

desapropriação por interesse social. Ora, desde que

seja paga a indenização mencionada neste artigo,

qualquer imóvel poderá ser desapropriado por interesse

social para fins de reforma agrária.

Defesa do consumidor

Conforme prevê o art. 5º, inciso XXXII da CF “o estado

promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”.

Tema também mencionado no art. 170, inciso V

da CF, o qual estabeleceu como princípio fundamental

de nossa ordem econômica a “defesa do consumidor”.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização

do trabalho humano e na livre iniciativa, tem

por fim assegurar a todos existência digna, conforme

os ditames da justiça social, observados os

seguintes princípios:

[...]

V - defesa do consumidor;

Ainda, assim que foi promulgada a Constituição

em 1988, o legislador se preocupou em estipular um

prazo de cento e vinte dias para que o legislador elaborasse

o Código de Defesa do Consumidor, exigência

estipulada por meio do nº 48 da ADCT. (Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias. São regras que estabelecem

a harmonia da transição do regime constitucional

anterior – 1969, para o novo regime - 1988).

Entretanto, o prazo exigido não foi observado e o

Código de Defesa do Consumidor foi publicado apenas

dois anos após a publicação da Constituição – Lei

8.078/1990.

Direito de informação

Instrumento de natureza administrativa, derivado

do princípio da publicidade da atuação da administração

pública, o qual tem como objetivo a atuação transparente

em decorrência da própria indisponibilidade

do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII

e LXXII do art. 5º da CF e Lei 9507/1997 que regula o

direito de acesso a informações e disciplina o rito processual

do habeas data.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos

públicos informações de seu interesse particular,

ou de interesse coletivo ou geral, que serão

prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,

ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível

à segurança da sociedade e do Estado;

Direito de certidão

O Estado é obrigado a fornecer as informações

solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção

por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que

é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o

mandado de segurança, tema também abordados no

título Garantias Constitucionais.

O direito de certidão tem previsão no inciso XXXIV,

“b” do art. 5º da CF, e assegura a todos, independente

do pagamento de taxas, o seguinte:

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente

do pagamento de taxas:

[...]

b) a obtenção de certidões em repartições públicas,

para defesa de direitos e esclarecimento de

situações de interesse pessoal;

Importante frisar aqui que, conforme entendimento

dos Tribunais, já se consolidou o entendimento

no sentido de que não se exige do administrado a

demonstração da finalidade específica do pedido.

Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito

Assim prevê o inciso XXXVI do art. 5º da CF: “a lei

não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito

e a coisa julgada”. Entenda:

Direito adquirido é aquele direito que cumpriu

todos os requisitos previstos em lei, como por exemplo,

o homem que cumpriu todos os requisitos exigidos

para concessão da aposentadoria por idade,

conforme determina o art. 201, § 7º, I da CF, tem o

direito adquirido para requerer seu benefício.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral

de previdência social, nos termos da lei, obedecidas

as seguintes condições:

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e

62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado

tempo mínimo de contribuição;

Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, conforme

a lei vigente ao tempo que se realizou, pois neste

caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei

vigente na época, tornando-se, portanto, completo.

Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judicial,

decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tornando-a

imutável e indiscutível.

Júri popular

A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-

VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerrogativa

democrática do cidadão, e que exige que o réu

deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal

é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados

que serão sorteados dentre os alistados.

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a

organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes

dolosos contra a vida;

Destarte, a competência mencionada na alínea “d”

não é absoluta, pois não abrange os crimes praticados

contra a vida perpetrados por detentores de foro

especial por prerrogativa de função, que deverão ser

julgados por tribunais específicos conforme previsto

na Constituição.

Ainda, o foro especial por prerrogativa de função

se refere ao órgão competente para julgar ações

penais contra certas autoridades públicas, levando-se

em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de


modo a proteger a função e a coisa pública, ou seja,

por ligar-se à função e não à pessoa, essa forma de

determinar o órgão julgador competente não acompanha

a pessoa após o fim do exercício do cargo.

Princípio da legalidade penal e da retroatividade da lei

Princípio da legalidade penal, com previsão no

inciso XXXIX do art. 5º da CF, também chamado de

princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do

princípio da legalidade, de forma mais específica no

âmbito do direito penal.

Nesse sentido, crime será a conduta delituosa prevista

exclusivamente em lei, da mesma forma que a

cominação da pena, a qual não é admissível à configuração

de crime baseado nos costumes.

afins, o terrorismo e os definidos como crimes

hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Crimes hediondos são aqueles que a legislação

entende que geram maior reprovação por parte da

sociedade, assim merecem uma rigidez maior. Não

são necessariamente crimes cometidos com alto grau

de violência ou crueldade, mas sim os crimes previstos

expressamente no art. 1º da Lei 8.072/90.

O homicídio qualificado é o primeiro mencionado

na legislação, ou seja, quando praticado em circunstância

que revele perversidade – por exemplo, se o

crime é praticado por motivo fútil ou torpe.

Bem como, o homicídio praticado por grupo de

extermínio também está no rol dos crimes hediondos,

mesmo que cometido por uma só pessoa do grupo.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,

nem pena sem prévia cominação legal;

Princípio da retroatividade da lei tem previsão no

inciso XL do art. 5º da CF, o qual consiste em analisar

um fato passado à luz de um direito presente, estabelece

que os fatos sejam apreciados com base na lei

em vigor no tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a

lei do tempo do crime, ou seja, na regra geral, as normas

penais não retroagem, salvo se trouxerem algum

tipo de benefício para o réu.

Dica

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar

o réu;

Cuidado, aqui tem um exemplo de exceção da

exceção:

Crimes praticados durante a vigência de lei temporária

ou excepcional não podem ser beneficiados

pela retroatividade da lei mais benéfica.

Entenda:

Lei excepcional é a lei criada para regular fatos

ocorridos dentro de uma situação irregular, a

qual perde seus efeitos após findar situação irregular

que a motivou.

Lei temporária vigorou até extinguir o prazo de

duração fixado pelo legislador, por exemplo,

uma lei que fixa a tabela de preços de artigos de

consumo.

Crimes

O legislador originário também se preocupou em

mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilícito

de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados

contra ordem constitucional.

XLII - a prática do racismo constitui crime

inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de

reclusão, nos termos da lei;

Entenda. A pena de reclusão é a pena prevista

para os casos mais graves, o qual o regime inicial será

fechado, em prisão de segurança máxima.

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e

insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,

o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível

a ação de grupos armados, civis ou

militares, contra a ordem constitucional e o Estado

Democrático;

Prescrição é a perda do direito de punir do

Estado pelo seu não exercício em determinado

lapso de tempo.

Em 2015, duas leis incluíram, no rol de crimes

hediondos, o assassinato de policiais e o

feminicídio.

Em 2019 houve alterações na legislação penal e

processual diante da aprovação da Lei nº 13.964, também

chamada de Pacote Anticrime, nessa oportunidade

houve a inclusão de crimes no rol dos crimes

hediondos.

Veja quais foram os crimes incluídos:

II – roubo:

a) circunstanciado pela restrição de liberdade

da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);

b) circunstanciado pelo emprego de arma de

fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de

arma de fogo de uso proibido ou restrito (art.

157, § 2º-B);

III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade

da vítima, ocorrência de lesão corporal ou

morte (art. 158, § 3º);

IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo

ou de artefato análogo que cause perigo

comum (art. 155, § 4º-A).

III – o crime de comércio ilegal de armas de

fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003;

IV – o crime de tráfico internacional de arma de

fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18

da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

V – o crime de organização criminosa, quando

direcionado;

Fique atento com os artigos mencionados acima

e as novidades legislativas, são temas preferidos de

bancas examinadoras.

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS

É importante não confundir direitos fundamentais

com garantias fundamentais. Os direitos fundamentais

são vantagens, proteção em favor das pessoas,

como por exemplo o direito de informação. Já as

garantias fundamentais são instrumentos processuais

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

43


para defesa daqueles direitos, conhecidos como ações

ou remédios constitucionais, como por exemplo:

habeas data, habeas corpus, Mandado de Segurança,

Mandado de Injunção e a Ação Popular, conforme

veremos a seguir.

Habeas corpus

Importante!

A doutrina e jurisprudência admitem que cônjuge,

ascendente, descendente ou irmão podem

impetrar habeas data em favor de terceiro, caso

este esteja incapacitado ou ausente.

44

Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir, ou

seja, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado

de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,

por ilegalidade ou abuso de poder, está fundamentado

no art. 5º, LXVIII da CF e art. 647 a 667 do CPP,

Pode ser habeas corpus preventivo para evitar

uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus

repressivo, o qual busca o fim de uma coação já

cometida. Importante frisar também que não existe a

necessidade de um advogado para entrar com a ação.

Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa.

Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou

estrangeiro.

Sujeito passivo (coator): autoridade ou agente

público que cometeu ilegalidade ou abuso de

poder contra particular.

Habeas corpus também pode ser impetrado por

estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra

particular.

Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar

militar, salvo se imposta pela autoridade competente.

Destacamos a seguir algumas Súmulas importantes

do STF sobre o tema:

Súmula 395: Não se conhece de recurso de habeas corpus

cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por

não estar mais em causa à liberdade de locomoção.

Súmula 431: É nulo o julgamento de recurso criminal,

na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação

da pauta, salvo em habeas corpus.

Súmula 692: Não se conhece de habeas corpus contra

omissão de relator de extradição, se fundado em fato

ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos,

nem foi ele provocado a respeito.

Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão

condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em

curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a

única cominada.

Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição

da pena de exclusão de militar ou de perda de patente

ou de função pública.

Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta

a pena privativa de liberdade.

Habeas data

Com previsão no art. 5º, LXXII da CF e Lei 9507/1997

que regula o direito de acesso às informações, e disciplina

o rito processual do habeas data, tem o objetivo

de acessar e retificar informações do impetrante que

estão em um órgão público ou de caráter público 9 ,

como por exemplo: entidade privada de caráter público

= SPC/SERASA.

Note que, neste caso, precisa ser demonstrado

que foram solicitadas as informações em um primeiro

momento, ou seja, precisa-se esgotar a via

administrativa.

Mandado de Segurança

9 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o habeas data é uma ação personalíssima.

Agora passaremos a análise do mandado de segurança,

sendo que este pode ser individual ou coletivo,

vejamos:

Mandado de Segurança Individual

Previsto no art. 5º LXIX da CF e Lei 12.016/2009,

tem o objetivo de proteger direito líquido e certo

(requerido no prazo de 120 dias do conhecimento da

lesão), devidamente comprovado com provas documentais,

não há prova testemunhal nem pericial. Tem

caráter subsidiário, ou seja, quando não for caso de

habeas corpus e nem habeas data.

Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de

autoridade pública. A súmula 625 do STF dispõe que,

“Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão

de mandado de segurança”, ou seja, caso houver

dúvida a respeito de interpretação da lei não impede

o deferimento do mandado de segurança.

Não cabe Mandado de segurança nos seguintes

casos:

• Atos meramente informativos;

• Atos que transitaram em julgado;

• Ato administrativo que comporte recurso com

efeito suspensivo; e

• Ato judicial em fase recursal.

Cuidado! Referente aos atos que transitaram em

julgado hoje, a jurisprudência entende por uma possível

mitigação da súmula 268 do STF. Vejamos:

“No entanto, sendo a impetração do mandado

de segurança anterior ao trânsito em julgado da

decisão questionada, mesmo que venha a acontecer,

posteriormente, não poderá ser invocado o seu não

cabimento ou a sua perda de objeto, mas preenchidas

as demais exigências jurídico-processuais, deverá

ter seu mérito apreciado”. (EDcl no MS 22.157/DF, Rel.

Ministro Herman Benjamin, Rel. p/ Acórdão Ministro

Luis Felipe Salomão, julgado em 14.03.2019, DJe

11.06.2019)

Agente ativo: Pessoa física ou jurídica. Agentes

políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo.

Agente passivo: autoridade, pessoa física revestida

de poder público. União, Estados e DF ingressarão

como litisconsortes necessários, por meio de

seus procuradores, no caso do município através

de seu Prefeito.

Liminar: cabimento conforme art. 7º, III da Lei

12.016/2009, o juiz poderá determinar a suspensão

do ato (que causou a violação do direito), desde

que exista motivo relevante, vejamos:

Art. 7 o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:


III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido,

quando houver fundamento relevante e do ato

impugnado puder resultar a ineficácia da medida,

caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir

do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo

de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

Mandado de Segurança Coletivo

Previsto no art. 5º, LXX da CF e no art. 21 da Lei

12.016/2009, tem o objetivo de proteger certo grupo de

pessoas (corporativo). Os requisitos e o prazo decadencial

são os mesmos do Mandado de Segurança

individual.

Agente ativo: Partido político com representação

no Congresso Nacional; ou organização sindical,

entidade de classe ou associação legalmente constituída

e em funcionamento há pelo menos um

ano, em defesa de seus membros ou associados,

deve demonstrar pertinência temática.

Agente passivo: autoridade coatora.

Liminar: cabimento conforme art. 7º, III e art.

22§2º da Lei 12.016/2009. Basta representar os

requisitos fumus boni iuris (fumaça do bom direito)

e periculum in mora (perigo na demora).

Súmulas importantes do STF sobre o tema:

Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de

segurança coletivo por entidade de classe em favor

dos associados independe da autorização destes.

Súmula 630 do STF: A entidade de classe tem legitimação

para o mandado de segurança ainda quando

a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte

da respectiva categoria.

Mandado de Injunção

Tem previsão no art. 5º, LXXI da CF e Lei 13.300/2016

(lei do MS), não tem lei específica própria, devem ser

observadas as normas da lei do Mandado de Segurança,

conforme prevê o art. 24, parágrafo único da lei

8.038/1990.

Ação popular pode ter duas formas, a preventiva

que é ajuizada antes da consumação dos efeitos do

ato, e repressiva, que visa corrigir os atos danosos

consumados.

Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este

abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.

Importante!

O Ministério Público não pode propor, mas pode

assumir andamento e dar execução a decisão

da ação popular (legitimidade extraordinária ou

superveniente).

Agente passivo: administrador da entidade que

lesionou.

Lei 4.717/1965

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas

públicas ou privadas e as entidades referidas no

art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou

administradores que houverem autorizado, aprovado,

ratificado ou praticado o ato impugnado,

ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à

lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

(grifo nosso)

Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear

a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao

patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos

Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de

economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades

mútuas de seguro nas quais a União represente os

segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços

sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja

criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou

concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio

ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio

da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios,

e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades

subvencionadas pelos cofres públicos.

Art. 24 [...]

Parágrafo único - No mandado de injunção e

no habeas data, serão observadas, no que couber,

as normas do mandado de segurança, enquanto

não editada legislação específica.

Aplicabilidade: falta de uma norma regulamentadora

de direito, liberdade constitucional e das

prerrogativas inerentes a nacionalidade, soberania

e cidadania. Buscar o exercício do direito para

uma pessoa ou certo grupo de pessoas.

Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o

direito de greve.

Agente ativo: Qualquer pessoa.

Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar.

Ação Popular

É um direito fundamental e individual de todo

cidadão, fundamentada no art. 5º, LXXIII e regulado

pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção

do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do

meio ambiente e da moralidade administrativa, como

é o caso das obras superfaturadas.

Liminar: Basta representar os requisitos “fumus

boni iuris” e “periculum in mora”.

Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não

substitui a ação popular.

Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem

legitimidade para propor ação popular.

Dica

A Ação popular é isenta de custas judiciais e do

ônus de sucumbência.

Sobre o tema, vejamos também art. 5º, §4º da Lei

4.717/1965:

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é

competente para conhecer da ação, processá-la e

julgá-la o juiz que, de acordo com a organização

judiciária de cada Estado, o for para as causas que

interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado

ou ao Município.

§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá à

suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

45


46

Ainda, é possível requerer a condenação por perdas

e danos dos responsáveis pela lesão. Sendo que

cabe a todos os cidadãos a fiscalização da vida pública,

auxiliando o Estado na boa gestão da vida pública.

DIREITOS SOCIAIS

Os direitos sociais tem previsão no art. 6º ao 11º da

Constituição, e também podem ser encontrados no título

VIII da Constituição Federal, que trata da ordem social.

São direitos que pertencem à segunda geração dos

direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que trata

dos direitos da democracia e informação, e alguns

doutrinadores também os chamam de liberdades

positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omisso

com o objetivo de assegurar uma compensação

resultante da desigualdade entre as pessoas.

Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado

em face da desigualdade social e tem aplicabilidade

imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a

igualdade formal (ou também chamada de igualdade

jurídica, conforme prevê na CF/88, significa que todos

devem ser tratados da mesma forma).

Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em

três espécies:

a) Direitos sociais destinados a toda sociedade; (Art.

6º da CF)

b) Direitos sociais para os trabalhadores; (Art.7° da CF)

c) Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.

8º ao 11º da CF)

Direitos sociais destinados a toda sociedade

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a

alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,

o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção

à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

Direitos garantidos para toda sociedade brasileira,

com exceção, por exemplo, da previdência social, que

neste caso só terá benefício quem for contribuinte e

preencher todos os requisitos legais exigidos.

Importante!

Direito à propriedade x direito à moradia

Na sua prova, cuidado! Direito de propriedade é

um direito individual, conforme já estudado neste

material, já o direito à moradia é um direito

social, localizado no caput do art. 6º da CF/88.

Direito à segurança, localizado no art. 5º (direito

individual) e art. 6º (direito social), entenda a

diferença:

Segurança mencionada no art. 5º da CF se refere

a segurança jurídica, já a segurança mencionada

no art. 6º da CF, refere-se ao direito à segurança

pública.

Direitos sociais para os trabalhadores

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida

arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei

complementar, que preverá indenização compensatória,

dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego

involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente

unificado, capaz de atender a suas necessidades

vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,

educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,

transporte e previdência social, com reajustes

periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,

sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade

do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em

convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,

para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração

integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à

do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo

crime sua retenção dolosa;

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada

da remuneração, e, excepcionalmente, participação

na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente

do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a

oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

facultada a compensação de horários e a redução

da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva

de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado

em turnos ininterruptos de revezamento, salvo

negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente

aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,

no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo

menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego

e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,

mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,

sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por

meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades

penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes

desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em

creches e pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos

coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma

da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo

do empregador, sem excluir a indenização a que este

está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das

relações de trabalho, com prazo prescricional de

cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,

até o limite de dois anos após a extinção do contrato

de trabalho;


XXX - proibição de diferença de salários, de exercício

de funções e de critério de admissão por motivo

de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no

tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador

portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,

técnico e intelectual ou entre os profissionais

respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou

insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho

a menores de dezesseis anos, salvo na condição

de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador

com vínculo empregatício permanente e o trabalhador

avulso

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos

trabalhadores domésticos os direitos previstos

nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,

XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e

XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em

lei e observada a simplificação do cumprimento

das obrigações tributárias, principais e acessórias,

decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,

os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV

e XXVIII, bem como a sua integração à previdência

social.

O mencionado dispositivo aborda os direitos dos

trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são

tratados de forma especifica em legislação especial.

Cabe ressaltar aqui neste tópico que os examinadores

das bancas gostam muito de perguntar datas e

questões numéricas. Por exemplo, um tema sempre

muito cobrado em provas é sobre a prescrição trabalhista,

ou seja, referente ao prazo máximo para entrar

com a reclamação trabalhista após o termino do contrato

de trabalho para discutir os últimos cinco anos,

ou seja, os créditos trabalhistas prescrevem nos últimos

cinco anos.

Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 anos.

Prescrição dos créditos: últimos 5 anos.

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas

negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser

votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado

a partir do registro da candidatura a cargo

de direção ou representação sindical e, se eleito,

ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,

salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se

à organização de sindicatos rurais e de

colônias de pescadores, atendidas as condições que

a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo

aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de

exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio

dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades

essenciais e disporá sobre o atendimento das

necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis

às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores

e empregadores nos colegiados dos

órgãos públicos em que seus interesses profissionais

ou previdenciários sejam objeto de discussão e

deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,

é assegurada a eleição de um representante

destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes

o entendimento direto com os empregadores.

As garantias deste último grupo de direitos sociais

estão divididas em: direito de associação sindical,

direito de greve e direito de representação.

Direito de associação sindical tem relação com o

princípio da liberdade de associação. Direito de greve,

citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve assegurado

ao servidor público no art. 37 da CF, ou seja, a

greve mencionada no art. 9º é autoaplicável (norma

de eficácia contida), não preciosa de lei para regulamentar

o direito de greve. Já o direito de representação,

fique atento com os números também, como por

exemplo, no art. 11º da CF.

DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS

TRABALHADORES

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,

observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado

para a fundação de sindicato, ressalvado o registro

no órgão competente, vedadas ao Poder Público

a interferência e a intervenção na organização

sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização

sindical, em qualquer grau, representativa de categoria

profissional ou econômica, na mesma base

territorial, que será definida pelos trabalhadores

ou empregadores interessados, não podendo ser

inferior à área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses

coletivos ou individuais da categoria, inclusive

em questões judiciais ou administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que,

em se tratando de categoria profissional, será descontada

em folha, para custeio do sistema confederativo

da representação sindical respectiva,

independentemente da contribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se

filiado a sindicato;

NACIONALIDADE E CIDADANIA

Ligação que une um indivíduo a cada território.

Grande parte dos países determina o modo de aquisição

e perda da nacionalidade em suas respectivas

constituições.

A nacionalidade é considerada pela CF/88 um

direito fundamental, e tem previsão no título II da CF.

O Brasil adota dois critérios para definir a aquisição

da nacionalidade brasileira:

• jus solis: atribui nacionalidade ao território onde

o indivíduo nasce.

• jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo

sanguíneo.

Brasileiro nato

Conforme prevê o art. 12, inciso I da CF, é considerado

brasileiro nato:

• Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,

desde que estes não estejam a serviço de seu

país.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

47


Atenção: No que diz respeito à necessidade de

ambos os genitores estrangeiros estarem a serviço do

país, entende-se que deve haver a verificação do fato do

deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorrido

em virtude de interesse do seu país. Ainda que um deles

não exerça função governamental, por exemplo:

Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse caso

o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato 10 .

Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso o

filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois os pais

não estão a serviço de seu país (no exemplo Argentina).

• Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira,

desde que qualquer um deles esteja a serviço

do Brasil;

Neste caso o termo a “serviço da República Federativa

do Brasil” engloba a serviço da administração

direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e

Municípios.

• Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe

brasileira, desde que sejam registrados em repartição

brasileira competente (embaixada ou consulado)

ou venham a residir no Brasil e optem,

em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

Atenção: O filho poderá optar pela nacionalidade

brasileira observando três requisitos cumulativos:

1. Idade mínima: 18 anos;

2. Residência no Brasil;

3. Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-

-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade

brasileira.

A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determina

quais os cargos que são PRIVATIVOS para brasileiro

nato, vejamos:

• •Presidente e Vice-Presidente da República;

• •Presidente da Câmara dos Deputados;

• •Presidente do Senado Federal;

• •Ministro do STF;

• •Carreira Diplomática;

• •Oficial das Forças Armadas;

• •Ministro de Estado da Defesa.

Naturalizados

Neste caso, o indivíduo não tem vínculo, nem de

solo, nem de sangue, com o Brasil, mas quer tornar-

-se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o

estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira

(art. 12, inciso II da CF).

• Estrangeiros provenientes de países de língua

portuguesa devem ter um ano de residência no

Brasil e idoneidade moral.

Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde e etc.

• Nacionalidade extraordinária: para os demais

estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência

ininterrupta e ausência de condenação penal.

O Supremo Tribunal Federal entende que a naturalização

extraordinária é ato declaratório do Brasil.

Estrangeiro que provar os requisitos necessários,

ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e

ausência de condenação penal, tem o direito subjetivo11

à naturalização. Negado este pedido, caberá

Mandado de Segurança.

Importante mencionar também a leitura do Estatuto

do Estrangeiro, a Lei nº 6.815/1980.

Perda da nacionalidade

Conforme art. 14 §4º da CF/88, tanto o brasileiro

nato, quanto o naturalizado, poderá perder a sua

nacionalidade.

Existem dois instrumentos que podem ser usados

para decretar a perda da nacionalidade brasileira:

a) Sentença Judicial transitada em julgado: esta

alcança apenas o brasileiro naturalizado que feriu

o interesse nacional. Neste caso, o indivíduo que

perdeu a nacionalidade poderá apenas readquiri-la

por meio de uma ação, chamada de Ação

Rescisória. 12

b) Alcança brasileiro nato e naturalizado que

adquire voluntariamente outra nacionalidade,

este ato engloba tanto a aceitação quanto o pedido

da naturalização oferecida por outro país. Neste

caso, existem duas exceções, ou seja, existem dois

casos em que é permitida a dupla cidadania:

b.1) Reconhecimento da nacionalidade pela lei

estrangeira;

b.2) Imposição por outro país, como condição

de permanência em seu território ou para

exercício dos direitos civis. Exemplo: atletas/

jogadores de futebol quando são “vendidos” e

representam times estrangeiros.

Dica

Atualmente compete ao Ministro da Justiça

declarar a perda e a requisição da nacionalidade.

Ainda, o art. 5º, inciso LI da CF, dispõe que nenhum

brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,

em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,

ou se comprovado envolvimento em tráfico

ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Importante frisar que o brasileiro nato não pode

ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao

TPI-Tribunal Penal Internacional, sendo que, podem

ser entregues ao TPI os brasileiros natos, naturalizados

e estrangeiros.

Ainda, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional,

decreto lei nº 4388/2002, em seu art. 102, define

a diferença entre a entrega e extradição, vejamos:

a) Por “entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa

por um Estado ao Tribunal nos termos do presente

Estatuto.

48

10 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova.

11 O direito subjetivo se refere aos direitos que são efetivamente garantidos ao indivíduo pela lei.

12 Ação rescisória é um meio processual que tem o objetivo de desconstituir ou revogar acórdão ou sentença transitada em julgado.


b) Por “extradição”, entende-se a entrega de uma pessoa

por um Estado a outro Estado, conforme previsto em

um tratado, em uma convenção ou no direito interno.

Considerações referente à nacionalidade

Extradição

Entrega de um Estado (país) a outro Estado (país)

de pessoa acusada de delito ou já condenada. Note

que, conforme a súmula 421 do STF, não há impedimento

à extradição o fato de o extraditado ser casado

com brasileira ou ter filho brasileiro.

Conforme prevê o art. 22, inciso XV da CF, compete

à União legislar sobre extradição.

A constituição brasileira também dispõe que

“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,

em caso de crime comum, praticado antes da

naturalização, ou de comprovado envolvimento em

tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei.” Bem como, “não será concedida extradição

de estrangeiro por crime político ou de opinião” (art.

5º, incisos LI e LII da CF).

Ainda, o art. 102, I, g da CF, dispõe que o Supremo

Tribunal Federal será o responsável por processar e

julgar a extradição solicitada pelo Estado estrangeiro.

Expulsão

Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo

coativo, por infração ou ato que o torne inconveniente

à defesa e à conservação da ordem interna do

Estado.

Neste caso, a União é responsável para legislar

sobre expulsão, art. 22, inciso XV da CF.

Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: diferente

da extradição, a expulsão não será admitida

quando o indivíduo tiver cônjuge brasileiro (desde

que não esteja divorciado ou separado de fato) e o

casamento tiver sido celebrado há mais de cinco anos,

ou que tenha filho brasileiro, desde que este esteja sob

sua guarda e dependência econômica.

Deportação

DIREITOS POLÍTICOS

Tem regras fixadas pela constituição no Capítulo

IV referente à participação popular no processo político,

Art. 14 e seguintes da Constituição.

Os direitos políticos conferidos à população brasileira

são o sufrágio universal, o voto direto e secreto

e a participação em plebiscitos, referendos ou iniciativas

populares.

Dica

Sufrágio universal é o direito de homens e mulheres

naturalizados ou nascidos em um país de

participar das eleições, ou seja:

Capacidade eleitoral ativa: direito de votar;

Capacidade eleitoral passiva: direito de ser

votado.

Condições de elegibilidade

Conforme art. 14, § 3º da CF, são condições de elegibilidade,

na forma da lei:

ELEGIBILIDADE

Nacionalidade brasileira;

Não ter direitos políticos cassados;

Alistamento eleitoral;

Domicilio eleitoral na circunscrição

correspondente;

Filiação partidária.

A constituição também define a idade mínima que

cada candidato, correspondente a seu cargo deve ter:

Presidente

+ Vice

Senador

Governador

+ Vice

dos Estados

e DF

Deputado

Federal

Estadual e

Distrital

Prefeito + Vice

Juiz de Paz

Vereador

35 anos 30 anos 21 anos 18 anos

Perda ou suspensão dos direitos políticos

Nesse caso se refere ao estrangeiro que ingressou

ou permaneceu de forma irregular no território

nacional, ou seja, é a devolução do estrangeiro por

entrar no Brasil de forma irregular. Assim, não há

deportação de brasileiros no Brasil (art. 5º, inciso XV

da CF).

XV - é livre a locomoção no território nacional em

tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos

da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair

com seus bens;

Note que a deportação não tem relação com a prática

do estrangeiro em território brasileiro, mas sim,

do não cumprimento dos requisitos legais para sua

entrada.

Bem como, não existe mais o instituto do banimento,

que era o envio compulsório de brasileiros para o

exterior. Observe também que há vedação constitucional

de seu reestabelecimento no art. 5º, XLVII, d,

da CF.

A perda ou suspensão dos direitos políticos estão

apresentadas no art. 15 da Constituição, vamos ao

estudo do mencionado dispositivo.

Como o nome já diz, a suspensão é o cancelamento

por um tempo determinado, já a perda, o cancelamento

por prazo indeterminado. Vejamos em quais situações

podem ocorrer perda ou suspensão, analisando o

art. 15 da CF/88.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos,

cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença

transitada em julgado; PERDA.

II - incapacidade civil absoluta; (grifo nosso)

SUSPENSÃO

III - condenação criminal transitada em julgado,

enquanto durarem seus efeitos; SUSPENSÃO

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta

ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

PERDA.

V - improbidade administrativa, nos termos do art.

37, § 4º. SUSPENSÃO

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

49


50

Dica

Não existe a cassação dos direitos políticos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE – 2018) Servidores públicos de determinado

estado da Federação iniciaram movimento grevista,

motivados pelo atraso no pagamento de seus vencimentos,

na tentativa de regularizar a situação salarial.

Inconformado com a paralisação de atividades que

julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo

determinando o desconto do salário dos

servidores grevistas, bem como o processamento da

devida anotação funcional.

Nessa situação hipotética, o instrumento processual

de controle judicial que o sindicato dos servidores

deverá invocar para suspender o ato administrativo de

desconto e anotação dos dias não trabalhados é o

a) mandado de injunção.

b) recurso ordinário.

c) habeas corpus.

d) habeas data.

e) mandado de segurança.

No caso em tela, houve uma violação de um direito

líquido e certo previsto na constituição, uma afronta

a esse direito de greve dá causa ao Mandado de

Segurança. Sobre o tema, o STF já se posicionou

sobre a ilegalidade do desconto, em virtude de greve

motivada por ilicitude do poder público – STF. RE n.

693.456 - Tema 531. Resposta: Letra E.

2. (CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo ao

direito de nacionalidade.

Os indivíduos que possuem multinacionalidade vinculam-se

a dois requisitos de aquisição de nacionalidade

primária: o direito de sangue e o direito de solo.

( )CERTO ( )ERRADO

O Brasil adota dois critérios para definir a aquisição

da nacionalidade brasileira: direito de solo (na

sua prova também pode ser chamada de jus solis),

que atribui nacionalidade ao território onde o indivíduo

nasce, e direito de sangue (também pode ser

chamada de jus sanguinis), que atribui a nacionalidade

ao vínculo sanguíneo. Resposta: Certo.

3. (CESPE – 2018) A respeito dos direitos e garantias fundamentais,

julgue o item que se segue, tendo como referência

a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

É vedado ao legislador editar lei em que se exija o

pagamento de custas processuais para a impetração

de habeas corpus.

( )CERTO ( )ERRADO

O habeas corpus não tem custas processuais, é gratuito

e também não tem necessidade de advogado,

conforme prevê o art. 5º, inciso LXXVII da Constituição.

Resposta: Certo.

13 SILVA, op. cit, p. 665.

4. (FCC – 2019) Acerca do que dispõe a Constituição

Federal sobre nacionalidade,

a) são brasileiros natos os nascidos na República Federativa

do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde

que estes não estejam a serviço de seu país.

b) a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros

natos e naturalizados, salvo nos casos previstos em

lei complementar.

c) é privativo de brasileiro nato o cargo de membro da

Câmara dos Deputados.

d) será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro

que tiver cancelada sua naturalização, por decisão

administrativa, em virtude de atividade nociva ao interesse

nacional.

e) é fator impeditivo de aquisição da nacionalidade brasileira

a condenação, por improbidade administrativa,

de cidadão estrangeiro residente no Brasil por período

superior a quinze anos ininterruptos.

Sim, são brasileiros natos os nascidos na República

Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,

desde que estes não estejam a serviço de seu país.

Tome cuidado, sempre que a questão mencionar que

os pais estão a serviço do seu país de origem: o filho

nascido no Brasil não será brasileiro nato. Resposta:

Letra A.

5. (FGV – 2019) João, servidor público, preencheu todos

os requisitos exigidos para o recebimento de determinado

benefício pecuniário, mas decidiu que iria requerê-lo

somente na semana seguinte. Ocorre que, no dia

anterior àquele em que apresentaria o seu requerimento,

foi editada a Lei nº XX, que extinguiu o benefício.

À luz da sistemática constitucional, a edição da Lei nº

XX:

a) impede que João receba o benefício;

b) não impede que João receba o benefício, pois a lei

não pode prejudicar a coisa julgada;

c) não impede que João receba o benefício, pois a lei

não pode prejudicar o direito adquirido;

d) não impede que João receba o benefício, pois a lei

não pode prejudicar o ato jurídico perfeito;

e) somente impedirá que João receba o benefício

caso não o requeira no dia imediato à promulgação

da lei.

João deve receber o benefício, pois a lei, na data em

que foi editada, já garantia seu direito adquirido. Cuidado

para não confundir coisa julgada com direito

adquirido, sendo que na coisa julgada é conferida a

sentença quando não cabem mais recursos e o direito

adquirido se dá quando o indivíduo já preencheu

todos os requisitos exigidos por lei (no tempo em que

determinada lei era vigente) para se beneficiar de

determinado direito. Resposta: Letra C.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Segundo José Afonso da Silva (2017), administração

pública é o conjunto de meios institucionais,

financeiros e humanos destinados à execução das

decisões políticas 13 .


A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras

gerais e preceitos específicos no Título III, Capítulo

VII. São normas que tratam da organização, diretrizes,

remuneração e atuação dos servidores, acesso aos cargos

públicos etc. Assim, a seguir passaremos a estudar as

regras e preceitos específicos da Administração Pública.

NATUREZA E ELEMENTOS

O Título III, da Constituição Federal refere-se a normas

das orientações de atuação dos agentes administrativos,

empregos públicos, responsabilidade civil etc..., ou

seja, trata-se da administração de bens e interesse público,

assim, conclui-se que a administração pública tem

natureza de “múnus público”. Por exemplo, os agentes

públicos são obrigados a velar pela estrita observância

dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade

e publicidade no trato dos assuntos que lhe são

afetos, caso contrário o agente estará cometendo ato de

improbidade administrativa sujeito as sanções e penalidades

previstas na Lei nº 8429/1992.

Dica

A palavra múnus tem origem no latim e significa

dever, obrigação etc. O múnus público é uma

obrigação imposta por lei, em atendimento ao

poder público, que beneficia a coletividade e não

pode ser recusado, exceto nos casos previstos

em lei. Por exemplo: dever de votar, depor como

testemunha, atuar como mesário eleitoral, serviço

militar, entre outros. 14

Toda vez que a administração pública pratica uma

ação que produz um efeito jurídico, chamamos de ato

administrativo que produz efeitos que podem criar,

modificar ou extinguir direitos.

Os elementos dos atos administrativos são competência,

objeto, motivo, finalidade e forma. Toda

vez que um ato é praticado deve se observar qual é a

competência da pessoa que o praticou, ou seja, a competência

é a função atribuída a cada órgão ou autoridade

por lei, tem como característica ser irrenunciável,

imprescritível, inderrogável e improrrogável.

O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 (Lei que regula o

processo administrativo no âmbito da administração

pública), permite a delegação de competência,

vejamos:

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão,

se não houver impedimento legal, delegar parte

da sua competência a outros órgãos ou titulares,

ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente

subordinados, quando for conveniente, em razão de

circunstâncias de índole técnica, social, econômica,

jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo

aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados

aos respectivos presidentes.

O resultado do ato administrativo é o objeto, ou

seja, é aquilo que o ato decide, por exemplo, a punição

decorrente de uma multa de trânsito. O elemento

motivo são as razões de fato e de direito que levaram

a Administração Pública a praticar determinado ato,

por exemplo, é a infração de trânsito que deu origem

a multa. A finalidade deve objetivar alcançar sempre

o interesse público (definido em lei), é o resultado

que a Administração Pública pretende alcançar com

determinado ato, por exemplo, a desapropriação por

utilidade pública. Por fim, a forma é manifestação do

ato, por exemplo, publicar no Diário Oficial da União

a nomeação do Servidor Público.

COMPETÊNCIA Atribuição legal para praticar o ato.

OBJETO

MOTIVO

FINALIDADE

FORMA

Resultado do ato, o que o ato decide.

Razões fáticas e jurídicas.

Resultado que o ato deseja (interesse

público).

Manifestação do ato.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os poderes que a Administração Pública possui são

exercidos quando o Estado assume a sua função administrativa.

A função administrativa é exercida pelos

três poderes da República, de forma típica pelo executivo

e de forma atípica pelo legislativo e judiciário.

Ainda, a Administração Pública não pode renunciar

os poderes, sendo exercício obrigatório. Assim,

agora vamos falar sobre cada um dos poderes atribuídos

à Administração Pública.

Temos a princípio o poder vinculado que é o

poder que a Administração Pública deve exercer nos

termos da lei.

Quanto ao poder discricionário, a Administração

possui uma margem de escolha entre as opções existentes

na lei.

Por sua vez, o poder normativo é aquele conferido

ao Poder Executivo para editar normas, por exemplo,

conforme art. 84 da CF/88, inciso IV, vejamos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da

República:

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,

bem como expedir decretos e regulamentos para

sua fiel execução;

Por conseguinte, o poder disciplinar é o poder

que fundamenta a Administração Pública a aplicar

sanção disciplinar e apurar possíveis infrações dos

servidores públicos. Importante frisar que os particulares

contratados pela administração pública também

se sujeitam ao poder disciplinar, por exemplo,

estão sujeitos às penalidades impostas no art. 87 da

Lei 8.666/1993.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato

a Administração poderá, garantida a prévia

defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório

ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação

e impedimento de contratar com a Administração,

por prazo não superior a 2 (dois) anos;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

14 Disponível em <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/munus-publico.> Acesso

em: 12 out 2020.

51


52

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar

com a Administração Pública enquanto perdurarem

os motivos determinantes da punição ou até que

seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade

que aplicou a penalidade, que será concedida

sempre que o contratado ressarcir a Administração

pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo

da sanção aplicada com base no inciso anterior.

O poder hierárquico atribui a distribuição de

competências no âmbito da Administração Pública,

ou seja, é o escalonamento de competências e funções.

Já o poder de polícia é quando o Estado coloca condições

(limites) ao exercício de direitos individuais,

para garantia da ordem pública, segurança pública,

interesse público e saúde pública. Por exemplo, a

determinação pela autoridade competente de fechamento

de um estabelecimento comercial por vender

produtos com prazo de validade vencido.

Importante!

Cuidado para não confundir poder de polícia com

a prestação de serviço público que são ações

positivas, fazeres do Estado. O art. 78 do Código

Tributário Nacional traz o conceito do poder de

polícia, observe:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade

da administração pública que, limitando ou disciplinando

direito, interesse ou liberdade, regula

a prática de ato ou abstenção de fato, em razão

de interesse público concernente à segurança,

à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina

da produção e do mercado, ao exercício de atividades

econômicas dependentes de concessão

ou autorização do Poder Público, à tranquilidade

pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos

individuais ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício

do poder de polícia quando desempenhado

pelo órgão competente nos limites da lei aplicável,

com observância do processo legal e,

tratando-se de atividade que a lei tenha como

discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

ORGANIZAÇÃO

“A organização no Estado Federal é complexa,

porque a função administrativa é institucionalmente

imputada a diversas entidades governamentais autônomas,

que, no caso brasileiro estão expressamente

referidas no próprio art. 37, de onde decorre a existência

de várias Administrações Públicas: a federal

(da União), a de cada Estado (Administração estadual),

a do Distrito Federal e a de cada Município (Administração

municipal ou local), cada qual submetida a um

Poder político próprio, expresso por uma organização

governamental autônoma.” (SILVA, 2017, p. 665).

Conforme o art. 4º do Decreto-Lei 200/1967 a Administração

Pública no Brasil compreende em administração

direta e administração indireta.

Art. 4º A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos

serviços integrados na estrutura administrativa da

Presidência da República e dos Ministérios.

Exemplo: São os também os chamados entes políticos

com autonomia para se organizar e editar suas

normas.

II - A Administração Indireta, que compreende

as seguintes categorias de entidades, dotadas de

personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

Parágrafo único. As entidades compreendidas na

Administração Indireta vinculam-se ao Ministério

em cuja área de competência estiver enquadrada

sua principal atividade.

A Administração Pública direta é composta por

pessoas jurídicas de direito público regidas pelos

princípios da supremacia do interesse público sobre o

particular e da indisponibilidade do interesse público.

Ainda, tem autonomia política (para editar normas),

administrativa (organização) e financeira (podem

realizar auditoria das próprias contas, além da lei de

responsabilidade fiscal), sendo que os Entes da Administração

Pública direta não possuem hierarquia. O

texto constitucional no art. 18 dispõe da administração

direta, vejamos:

Art. 18. A organização político-administrativa da

República Federativa do Brasil compreende a União,

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos

autônomos, nos termos desta Constituição.

A banca examinadora ao formular uma questão

também pode se referir aos entes da Administração

Direta pelos seguintes nomes:

• Entes Federados;

• Entes Políticos;

• Pessoas Políticas;

• Administração Centralizada.

Já as entidades da Administração Pública indireta

são entidades criadas pela administração pública

direta (por meio de lei, tendo uma finalidade específica),

que tem autonomia administrativa (para se

organizar), técnica (atribuições especificadas em lei)

e financeira, ou seja, a Administração Pública indireta

é quando o serviço público é prestado pelo estado de

forma descentralizada.

Fazem parte da Administração Pública indireta as

Autarquias, Fundações Públicas, Sociedade de Economia

Mista e Empresas Públicas:

a) Autarquias Federais são responsáveis pela fiscalização

e regulamentação de atividades ligadas à

telecomunicação, energia elétrica e petróleo. Ex.:

ANATEL, ANEEL, ANP;

b) Fundações são entidades que executam atividades

sociais (pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucrativos.

Ex.: FUNASA, FUNAI etc.;

c) Empresas Públicas são entidades em que 100%

do capital é público, podendo ser tanto uma sociedade

anônima como uma sociedade limitada. Ex.:

Correios e Caixa Econômica Federal;

d) Sociedade de Economia Mista deve ser criada

necessariamente sobre a forma de uma sociedade

anônima (S.A). Seu capital é formado por dinheiro

público e privado. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras.


Dica

A administração direta exerce o chamado controle

finalístico ou supervisão ministerial sobre a

administração indireta.

Ainda, a banca examinadora ao formular uma

questão também pode se referir aos entes da

Administração Indireta com os seguintes nomes:

• Entidade Administrativa;

• Administração Pública Descentralizada;

• A Empresa Pública e Sociedade de Economia

Mista na prova também podem ser chamadas

de: Empresas Estatais.

FORMAÇÃO

ADM. PÚBLICA

DIRETA

Entes políticos

União - Estados - DF

- Municípios

ADM. PÚBLICA

INDIRETA

Entidade administrativa.

Autarquias-fundações

públicas-sociedade de

economia mista – empresas

públicas.

NATUREZA Pessoas jurídicas Pessoas jurídicas de

de direito público, direito público e privado,

com autonomia

com autonomia

política, administrativa

e financeira. e financeira.

administrativa, técnica

Entes políticos são

PJ de DP interno.

ESPECIFIDADES Não existe hierarquia

entre os

entes, esses têm

autonomia.

Não tem subordinação

entre elas.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Os princípios específicos da Administração Pública

estão fundamentados no caput do art. 37 da Constituição,

são os chamados princípios constitucionais explícitos

da administração pública, vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência [...].

Vamos à análise de cada um dos princípios expressos

no caput dispositivo em comento.

No princípio da legalidade o agente público está

restringido ao que a lei o autoriza a fazer (competência

de atuação), ou seja, deve atuar somente dentro

dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o

agente pratica um ato que não está previsto em lei,

este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente

público recebe vantagem econômica de qualquer

natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração

ou a prática de jogos de azar.

No princípio da impessoalidade (ou princípio da

finalidade) o agente público sempre deve prezar pela

defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia

(tratar a todos sem privilégio) no exercício das funções

públicas.

Já o princípio da moralidade está relacionado à

ideia de boa fé e probidade, sendo que o agente deve

atuar buscando o interesse público e evitar se valer do

cargo público e do poder incumbido para se promover

ou atender algum interesse individual.

No que tange ao princípio da publicidade, este exige

que a atuação do poder público seja transparente e com

acesso à informação a toda população, sendo que as informações

devem ser claras e publicadas no Diário Oficial, ou

em canais oficiais de publicidade (editais) conforme a lei

de acesso à informação, assim os cidadãos podem fiscalizar

os atos praticados pelos agentes públicos.

No que concerne aos princípios, o princípio da eficiência,

como o próprio nome já demonstra, refere-se

à atuação da administração pública com presteza e da

maneira mais eficiente possível, por exemplo, a presteza

do agente público no atendimento em um hospital,

objetivando garantir o atendimento mais rápido

possível aos pacientes, garantindo a estes o acesso ao

médico e medicamentos de maneira eficiente.

• Princípios implícitos

Ainda, além dos princípios expressos no art. 37 da

Constituição, a Administração Pública também deve

observar os da supremacia do interesse público,

princípio da razoabilidade, princípio da proporcionalidade,

princípio da autotutela e princípio da

segurança jurídica. Essas são as prerrogativas chamadas

de “princípios implícitos” que, apesar de não

estarem expressos na Constituição, também devem

ser observados pela Administração Pública.

Os princípios implícitos são obtidos por meio de

uma construção lógica e doutrinária, ora, estão implícitos

no texto mesmo não aparecendo expressamente.

Por exemplo, o princípio da razoabilidade, não está

escrito (expresso) na Constituição Federal, mas ele

também pode ser observado a partir do que dispõe o

art. 5º, inciso LXXVIII da CF, vejamos:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,

são assegurados a razoável duração do processo e os

meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Referente ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade

o agente público quando vai agir

deve praticar os atos de forma proporcional, para

evitar os excessos, serve de limite para os atos discricionários.

Por exemplo, o art. 132, VII, da Lei nº Lei

8.112/90, prevê a demissão do servidor público em

caso de ofensa física, em serviço, entretanto no caso

das carreiras policiais esse dispositivo deve ser analisado

com cautela, até pelo fato da necessidade do uso

de força física em alguns casos, sendo que esta não é

uma regra e deve ser analisada junto ao caso concreto.

Já o princípio da supremacia do interesse público

se refere ao interesse público, devendo este sempre

sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse

da sociedade prevalece sobre o interesse individual.

Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de

2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação

pelo poder público para que ocorresse o isolamento

(lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu

direito fundamental de ir e vir restrito, diante da calamidade

pública decretada, note que, o interesse da

coletividade deve ser sempre observado e ter preferência

em relação ao direito do particular.

No que tange ao princípio da autotutela, esse se

refere ao poder que a Administração Pública tem para

anular seus próprios atos, ou seja, não depende do

poder judiciário para dar eficácia às suas práticas. Por

exemplo, a Previdência Social defere a concessão de

benefício previdenciário (por força de uma interpretação

errônea) a um determinado cidadão, entretanto

após identificar o erro à própria Previdência Social

pode cancelar esse benefício.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

53


Por fim, o Princípio da segurança jurídica tem

por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia

de que o agente público irá desempenhar sua função

observando as diretrizes da Administração Pública.

AGENTE

POLÍTICO

AGENTES PÚBLICOS

AGENTE

ADMINISTRATIVO

PARTICULARES

EM

COLABORAÇÃO

54

PRINCÍPIOS DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

EXPLÍCITOS

Expressos art. 37 CF/88

“L I M P E”

• Legalidade;

• Impessoalidade;

• Moralidade;

• Publicidade;

• Eficiência.

Dica

IMPLÍCITOS

• Supremacia do Interesse

Público;

• Razoabilidade;

• Proporcionalidade;

• Autotutela;

• Segurança Jurídica.

O Agente público deve observar os princípios administrativos

explícitos do art. 37 da CF e também os

princípios implícitos da Administração Pública, sendo

que a não observância do mesmo resultará em

responsabilização criminal, civil e administrativa.

SERVIDORES PÚBLICOS E MILITARES

Importante!

Nesse tópico de estudo é importante não confundir

agente público, agente político e agente

administrativo, pois a troca de uma simples palavra

pode mudar todo contexto e definição.

A utilização da expressão agente público é um

termo genérico, pois abrange a todos que tem vínculo

com o Estado, inclusive aqueles que têm um vínculo

temporário e não remunerado.

Agentes políticos são os detentores de mandato

eletivo, chamados também de agentes de primeiro

escalão, cargos previstos na CF/88, por exemplo:

o Presidente da República, Senadores, Deputados,

Ministros do STJ, Membros do Ministério Público etc.

Bem como, os agentes administrativos são aqueles

que exercem uma atividade sujeita a hierarquia

funcional, ocupantes dos cargos públicos, empregos

públicos e funções públicas na administração direta

ou indireta da Federação. O acesso ao cargo ocorrerá

a partir de nomeação, concurso público ou designação,

cabendo exercer atividade de forma remunerada

e profissional.

José Afonso da Silva (2017) preleciona que, conforme

a Constituição Federal, os agentes administrativos

se repartem em dois grupos: servidores públicos e

militares.

• Servidores públicos

Os servidores públicos compreendem outras quatro

categorias: 1) Servidores investidos em cargos (estatutário);

2) Servidores públicos investidos em empregos

(empregados públicos); 3) Servidores admitidos em funções

públicas (comissionados); 4) Servidores contratados

por tempo determinado (temporários).

• Servidores Públicos

(estatutário)

• Empregados Públicos

(celetista)

• Servidores

Comissionados

• Servidores

Temporários

• Militares

• Emenda Constitucional

18/1998

• Servidores públicos estatutários:

• Agentes

Honoríficos

• Agente

Delegado

• Agentes

Credenciados

Estão sujeitos ao regime jurídico de direito público,

ingresso por meio de concurso público, titulares de

cargos efetivos. Ex.: Delegado e Analista.

O prazo de validade do concurso público será de

até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período

(art. 37, III da CF). Bem como, durante o prazo improrrogável

previsto no edital de convocação, o candidato

aprovado em concurso público de provas ou de provas

e títulos será convocado com prioridade sobre

novos concursados para assumir cargo ou emprego.

(Art. 37, IV da CF).

Ainda, conforme art. 37, VI da CF é assegurado ao servidor

público civil o direito à livre associação sindical.

O art. 41 da CF consagra estabilidade para os servidores

públicos após três anos de efetivo exercício

(estágio probatório), desde que cumpram os seguintes

requisitos: a) aprovação em concurso público;

b) nomeação; c) avaliação especial de desempenho.

Vejamos o § 4º do mencionado dispositivo que determina

a obrigatoriedade de comissão com a finalidade

de avaliação para estabilidade:

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,

é obrigatória a avaliação especial de desempenho

por comissão instituída para essa finalidade.

Após o estágio probatório o servidor público só

perderá o cargo em virtude de sentença transitada em

julgado, mediante processo administrativo, assegurado

a ampla defesa, ou mediante procedimento de avaliação

periódica de desempenho, assegurada ampla

defesa. Sobre esse tema, é importante a observância

do art. 41, § 2º da CF, sobre eventual invalidade da

demissão do servidor estável:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do

servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual

ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo

de origem, sem direito a indenização, aproveitado

em outro cargo ou posto em disponibilidade com

remuneração proporcional ao tempo de serviço.

• Empregados públicos: Os servidores investidos

em empregos têm regime jurídico de natureza

trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho). O ingresso também

é por meio de concurso público, entretanto não

adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Bancário

da Caixa Econômica Federal.

• Servidores comissionados: Os servidores investidos

em funções públicas são os que ocupam cargo

em comissão e são livremente nomeados ou


exonerados por autoridade competente (art. 37, V

da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de cargos

comissionados têm caráter transitório, ou seja, não

gozam de estabilidade.

• Servidores temporários: Os servidores temporários

são contratados por tempo determinado em

situações excepcionais de interesse público, exercem

função pública remunerada de caráter temporário,

o vínculo com a administração pública

é contratual (contrato de direito público – não de

natureza trabalhista). Ex.: Professores, conforme

a Lei nº 8745/1993 que dispõe sobre a contratação

por tempo determinado para atender à necessidade

temporária de excepcional interesse público.

de formação dos oficiais; enquanto o ingresso dos

servidores militares das polícias militares ocorre

somente por vontade própria do interessado,

que se submeterá a obrigatório concurso público.

(MORAES, 2011, p. 413)

Entenda:

POLÍCIA MILITAR

Art. 42 da CF

Ingresso:

MILITARES NA CF/88

FORÇAS ARMADAS

Art. 142 e 143 da CF

Ingresso:

Já os particulares em colaboração são pessoas que

transitoriamente prestam serviços para o Estado,

vejamos:

• Agentes Honoríficos: Solicitado para designar um

serviço específico, em função de sua honra para

colaborar com o Estado, sem remuneração e sem

vínculo. Ex.: Mesários eleitorais e Jurado.

• Agente Delegado: É um particular autorizado a

realizar um determinado serviço público, remunerado

pela atividade executada, sem vínculo com a

administração. Ex.: Leiloeiro.

• Agentes Credenciados: Representam o Estado

com um objetivo específico, sendo remunerado

para executar a atividade determinada. Ex.: Pessoa

competente para representar o Brasil em determinado

evento em função de seu conhecimento

sobre tema específico.

MILITARES

A Emenda Constitucional n. 18/1998 modificou o

texto constitucional, que antes consagrava os militares

como servidores públicos e dispôs dos militares

como um grupo separado, ou seja, formalmente deixaram

de ser tratados pela Constituição como servidores

públicos.

Entretanto, na prática não houve mudanças e continuam

sendo agentes públicos. Bem como, são remunerados

por subsídio, conforme art. 39, § 4º da CF.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato

eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários

Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente

por subsídio fixado em parcela única,

vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,

abono, prêmio, verba de representação ou

outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer

caso, o disposto no art. 37, X e XI.

A seção III do título III da Constituição que trata dos

militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

tem apenas um artigo (art. 42), pois as forças armadas

são tratadas em capítulo diverso (art. 142), ou seja,

após a EC 18/1998 a Constituição passou a tratar de forma

diversa os militares, dividindo em dois capítulos.

Conforme considerações de Alexandre de Moraes:

A organização e o regime únicos dos servidores

públicos militares já diferiam entre si, até porque

o ingresso nas Forças Armadas dá-se tanto pela via

compulsória do recrutamento oficial, quanto pela

via voluntária do concurso de ingresso nos cursos

• Voluntário: mediante

aprovação em

concurso público;

• Compulsório

– recrutamento;

• Voluntário – curso de

formação;

Conforme art. 42 da CF, com base na hierarquia e

disciplina, os militares dos Estados, Distrito Federal e

Territórios são compostos por membros das Polícias

Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Ainda, o

mencionado dispositivo no § 1º dispõe que os militares

são alistáveis e elegíveis, devendo ser observadas

as regras do art. 14, § 8º da CF:

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as

seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá

afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será

agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará

automaticamente, no ato da diplomação, para

a inatividade.

Conforme nova redação atribuída pela Emenda

Constitucional nº 109/2019, para fins de aposentadoria

será assegurada a contagem recíproca do tempo

de contribuição entre o Regime Geral de Previdência

Social e os regimes próprios de previdência social, e

destes entre si, observada a compensação financeira,

de acordo com os critérios estabelecidos em lei. Bem

como, o tempo de serviço correspondente será contado

para fins de disponibilidade (art. 40 § 9º da CF).

Ainda, terão contagem recíproca para fins de inativação

militar ou aposentadoria e a compensação

financeira será devida entre as receitas de contribuição

referentes aos militares e as receitas de contribuição aos

demais regimes. Por exemplo, caso o militar tenha atuado

nas forças armadas e posteriormente tomou posse

em cargo público poderá averbar esse tempo que atuou

como militar para fins de aposentadoria civil.

Por conseguinte, a Emenda Constitucional nº

101/2019 também incluiu o § 3º ao art. 42 da CF para

vedar a acumulação remunerada de cargos públicos

pelos militares, ou seja, determinou a aplicação do art.

37, XVI da CF para os militares dos Estados, DF e Territórios,

vejamos.

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos

públicos, exceto, quando houver compatibilidade

de horários, observado em qualquer caso o disposto

no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou

científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais

de saúde, com profissões regulamentadas;

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

55


56

Dica

Cuidado ao responder questão de prova: conforme

a Constituição Federal (EC nº18/19998), os

militares não são denominados como servidores

públicos civis.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Os atos de improbidade administrativa são os atos

previsto na Lei nº 8429/1992 que violam os princípios

constitucionais e legais da administração pública, estando

sujeitos a sanções aplicáveis aos agentes públicos nos

casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,

cargo, emprego ou função na administração pública

direta, indireta ou fundacional. Por exemplo, no caso de

enriquecimento ilícito, o agente público poderá perder

os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia

são obrigados a velar pela estrita observância

dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade

e publicidade no trato dos assuntos que lhe são

afetos (art. 4º da Lei nº 8429/1992).

Vamos relembrar conforme estudamos no tópico

dos princípios administrativos:

• Princípio da legalidade: o agente público deve atuar

somente dentro dos limites estabelecidos em lei, por

exemplo, o agente público recebe vantagem econômica

de qualquer natureza, direta ou indireta, para

tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar;

• Princípio da impessoalidade: o agente público

sempre deve prezar pela defesa do interesse público,

deve tratar a todos sem privilégio no exercício

das funções públicas;

• Princípio da moralidade: o agente deve atuar

buscando o interesse público e evitar se valer do

cargo público e do poder incumbido para se promover

ou atender algum interesse individual;

• Princípio da publicidade: este exige que a atuação

do poder público seja transparente e com acesso

à informação a toda população, por exemplo,

as informações devem ser claras e publicadas no

Diário Oficial, ou em canais oficiais de publicidade

(editais) conforme a lei de acesso à informação,

assim os cidadãos podem fiscalizar os atos praticados

pelos agentes públicos.

• Princípio da eficiência: como o próprio nome já

demonstra, refere-se à atuação da administração

pública com presteza e de maneira mais eficiente

possível, por exemplo, a presteza do agente público

no atendimento em um hospital, objetivando

garantir o atendimento mais rápido possível aos

pacientes, garantindo a estes o acesso ao médico e

medicamentos de maneira eficiente.

Conforme art. 37, § 4º da CF os atos de improbidade

importarão na suspensão dos direitos políticos,

perda da função pública, indisponibilidade dos bens e

o ressarcimento ao erário.

Ainda, a Constituição no art. 37, § 6º prevê a responsabilidade

civil objetiva do Estado nos danos

causados por seus agentes públicos, ou seja, as pessoas

jurídicas de direito público e as de direito privado

prestadoras de serviços públicos respondem pelos

danos causados por seus agentes a terceiros.

Entretanto, é assegurado o direito de regresso

contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, ou

seja, caso seja comprovada o dolo ou a culpa do agente

público pode a Administração pública ajuizar ação

contra este agente que causou o dano.

Neste caso, é necessário o particular demonstrar

a ocorrência entre o dano e o fato ocorrido, ou seja, a

ocorrência do nexo de causalidade, configurada estará

à responsabilidade civil do Estado.

Vejamos o exemplo a seguir:

Um determinado agente público no exercício de

suas funções colide com o veículo de um particular;

O particular move ação de indenização contra o Estado;

Posteriormente o estado é condenado a pagar o

dano causado.

O Estado verifica o dolo do agente, que estava sob

efeito de álcool, então move ação de regresso para que

o causador ressarça ao Estado a indenização que foi

paga ao particular;

Obs.: Além das sanções administrativas que este

Agente está sujeito.

Seguindo este entendimento o Supremo Tribunal

Federal, em agosto de 2019, considerou que a pessoa

prejudicada deve mover ação somente contra Estado

e este contra o particular, não sendo possível o particular

mover a ação diretamente contra o Estado e o

Agente público. Vejamos:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RESPONSABILIDA-

DE OBJETIVA DO ESTADO – ENQUADRAMENTO NO

PERMISSIVO CONSTITUCIONAL – AGRAVO PROVIDO.

1. O Tribunal de origem reformou o entendimento adotado

na sentença, afirmando caber à vítima escolher quem

demandará: o agente público responsável pelo ato lesivo

ou o Estado. Consignou inexistirem motivos razoáveis para

proibir o acionamento direto do servidor cujos atos tenham,

culposa ou dolosamente, prejudicado o indivíduo. Entendeu

estarem presentes os requisitos para responsabilização da

recorrida por danos materiais, tendo em vista a ilegalidade

do ato de remoção do autor. (RE 1.027.633 SP, rel, Min. Marco

Aurélio, julgado em 14.08.2019, Dje em 06.12.2019)

PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO,

DESCENTRALIZAÇÃO, DELEGAÇÃO DE

COMPETÊNCIA E CONTROLE

O planejamento, coordenação, descentralização,

delegação de competência e controle, são princípios

fundamentais que as atividades da administração

federal devem obediência, estão consagrados no texto

do Decreto-Lei nº 200/1967, decreto que estabeleceu a

reforma administrativa federal do regime militar.

Art. 6º As atividades da Administração Federal

obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:

I - Planejamento.

II - Coordenação.

III - Descentralização.

IV - Delegação de Competência.

V - Controle.

1. Planejamento

O planejamento visa a segurança nacional e o

desenvolvimento econômico-social do Brasil que compreenderá

a elaboração e atualização do plano geral

de governo, dos programas gerais, setoriais e regionais,

de duração plurianual, do orçamento-programa

anual e da programação financeira de desembolso.

Ainda, conforme consagra o art. 15 do decreto-lei

200/67, a ação administrativa do Poder Executivo obedecerá

a programas gerais, setoriais e regionais de

duração plurianual, elaborados pelos órgãos de planejamento,

sob a orientação e a coordenação superiores

do Presidente da República.


Como exemplo, podemos citar o plano plurianual

(PPA) modelo orçamentário de planejamento e gestão

está previsto no art. 165 da Constituição, em que as

leis de iniciativa do poder executivo estabelecerão o

plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os

orçamentos anuais.

O plano plurianual estabelece os programas de

duração continuada e despesas de capital da administração

Pública, ou seja, é um planejamento de médio

prazo que estabelece de forma regionalizada as metas

e diretrizes da administração pública.

Ainda, conforme consagra o art. 15, § 3º, a aprovação

dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é

da competência do Presidente da República, sendo que,

cada ano será elaborado um orçamento-programa, que

pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser

realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro

à execução coordenada do programa anual.

2. Coordenação

A coordenação tem como objetivo a organização da

administração pública, ou seja, objetiva evitar a duplicidade

de atuação pelos órgãos da administração.

Diante disto, as atividades da Administração

Federal e, especialmente, a execução dos planos e

programas de governo, serão objeto de permanente

coordenação (art. 8º Decreto-lei 200/67).

Bem como, a coordenação será exercida em todos

os níveis da administração, com a realização sistemática

de reuniões e com a participação das chefias subordinadas

e a instituição e funcionamento de comissões

de coordenação em cada nível administrativo.

Exemplo, O Ministério do Exército administra os

negócios do Exército, o Ministério da Aeronáutica administra

os negócios da Aeronáutica e o Ministério da

Marinha administra os negócios da Marinha de Guerra.

3. Descentralização

A descentralização é a delegação de atividades, mas

sem o Estado deixar de fiscalizar, atuando indiretamente.

O decreto em estudo prevê que a descentralização

deve ser posta em prática em três planos principais

(art. 10), quais sejam:

dos fatos, pessoas ou problemas a atender (art. 11

Decreto-lei 200/67), ou seja, um órgão administrativo

poderá delegar parte de sua competência a outros

órgãos, ainda que estes não sejam hierarquicamente

subordinados.

Ainda, o ato de delegação deverá indicar com precisão

a autoridade delegante, a autoridade delegada e

as atribuições objeto de delegação.

Exemplo: em 1996 por meio da Lei nº 9.277/1996,

a União delegou aos Estados a administração de rodovias

e exploração de trechos de rodovias, ou obras

rodoviárias federais.

Dica

São indelegáveis atos normativos, decisões em

recursos administrativos e matérias de competência

exclusiva.

5. Controle

O controle deve ser feito pela chefia por meio de

auditorias e também pelo sistema de controle interno.

Conforme consagra o art. 13 do mencionado decreto,

o controle das atividades da Administração Federal

deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os

órgãos, compreendendo, particularmente, o controle

da execução dos programas e da observância das

normas que governam a atividade específica do órgão

controlado, o controle, pelos órgãos próprios de cada

sistema, da observância das normas gerais que regulam

o exercício das atividades auxiliares e o controle

da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos

bens da União pelos órgãos próprios do sistema de

contabilidade e auditoria.

Exemplo: o Tribunal de contas da União que tem

como função realizar inspeções e auditorias de natureza

contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes

Legislativo, Executivo e Judiciário.

a) dentro dos quadros da Administração Federal,

distinguindo-se claramente o nível de direção do de

execução;

b) da Administração Federal para a das unidades

federadas, quando estejam devidamente aparelhadas

e mediante convênio;

c) da Administração Federal para a órbita privada,

mediante contratos ou concessões.

Sendo que a aplicação dessa possibilidade está condicionada,

em qualquer caso, aos ditames do interesse

público e às conveniências da segurança nacional.

Exemplo: as Autarquias Federais que são responsáveis

pela fiscalização e regulamentação de atividades

ligadas à telecomunicação, energia elétrica

e petróleo. (Ex.: ANATEL, ANEEL, ANP) e Fundações

que são entidades que executam atividades sociais

(pesquisa/saúde/ensino) sem fins lucrativos (Ex.:

FUNASA, FUNAI etc.);

4. Delegação de competência

É um instrumento de descentralização administrativa,

com o objetivo de assegurar maior rapidez e

objetividade às decisões, situando-as na proximidade

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE - 2019) De acordo com os princípios

e valores que regem a administração pública, o

servidor público.

a) deverá zelar pelo princípio da supremacia do interesse

público, que veda, ao servidor, o questionamento da

validade do ato a ser praticado.

b) deverá impor a penalidade cabível àquele que deixar

de observar a legislação aplicável a um caso concreto,

sendo irrelevante a comprovada boa-fé demonstrada

pelo particular.

c) deverá zelar pelos princípios que regem a administração

pública e deles não poderá se afastar, sob

pena de eventual responsabilização criminal, civil e

administrativa.

d) poderá afastar o comando da lei diante de uma

injustiça.

e) poderá deixar de entregar documentos sigilosos solicitados

pelas autoridades competentes que possam

comprometer a administração pública e o interesse

público.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

57


58

O agente público deve observar os princípios administrativos

explícitos do art. 37 da CF e também os

princípios implícitos da Administração Pública, sendo

que a não observância do mesmo resultará em

responsabilização criminal, civil e administrativa.

Resposta: Letra C.

2. (FCC - 2020) De acordo com o artigo 37 da Constituição

Federal de 1988, os princípios da Administração

pública da

a) moralidade e publicidade devem ser obedecidas por

uma autarquia estadual.

b) legalidade e universalidade devem ser obedecidas por

uma assembleia legislativa estadual.

c) eficiência e competência devem ser obedecidas por

empresas públicas estaduais.

d) exclusividade e impessoalidade devem ser obedecidas

por instituições sem fins lucrativos não

governamentais.

e) prudência e eficiência devem ser obedecidas pelos

órgãos da administração direta estadual.

Conforme art. 37 da CF/88 a Administração pública indireta

também deve obediência aos princípios da moralidade

e publicidade conforme caput do art. 37 da CF.

Resposta: Letra A.

3. (VUNESP - 2018) Nos termos da Constituição Federal,

invalidada por sentença judicial a demissão do servidor

estável,

a) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão

sobre as providências que serão adotadas em relação

ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará

ser dispensado após a conclusão do devido processo

administrativo, assegurando-se a ampla defesa e o

contraditório.

b) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão

sobre as providências que serão adotadas em relação

ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará ser

exonerado, dispensando-se a instauração de processo

administrativo.

c) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se

estável, reconduzido ao cargo de origem com direito

à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto

em disponibilidade com remuneração proporcional ao

tempo de serviço.

d) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se

estável, reconduzido ao cargo de origem sem direito

à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto

em disponibilidade com remuneração proporcional ao

tempo de serviço.

e) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se

estável, não poderá ser reconduzido ao cargo de origem,

devendo permanecer em situação de disponibilidade

até o surgimento de novo cargo, assegurando-se

o direito à indenização.

Após o estágio probatório, o servidor público só perderá

o cargo em virtude de sentença que, transitada

em julgado, mediante processo administrativo em

que lhe seja assegurado ampla defesa ou mediante

procedimento de avaliação periódica de desempenho,

assegurada ampla defesa. Ainda, conforme art.

41, § 2º da CF, caso seja invalidada a decisão por

sentença judicial será ele reintegrado, e o eventual

ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo

de origem, sem direito a indenização, aproveitado

em outro cargo ou posto em disponibilidade com

remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Resposta: Letra D.

4. (FGV - 2018) A Constituição da República de 1988

estabelece que o servidor público estável só perderá

o cargo nas hipóteses lá elencadas, dentre elas, em

virtude de:

a) sentença judicial recorrível, em que tenham sido assegurados

o contraditório e a ampla defesa;

b) procedimento de avaliação periódica de desempenho,

na forma de lei complementar, assegurada a ampla

defesa;

c) sindicância sumária disciplinar, em que tenham sido

assegurados o contraditório e a ampla defesa;

d) processo administrativo de que tenha resultado condenação

por ato de improbidade administrativa aplicada

pelo chefe do Poder Executivo;

e) inquérito policial do qual tenha resultado relatório final

assinado pelo Delegado de Polícia apontando prática

de crime.

A alternativa (b) está em consonância com o art. 41,

§ 1º, III da CF: O servidor público somente perderá

o cargo diante de três hipóteses, em virtude de

sentença judicial transitada em julgado, mediante

processo administrativo em que lhe seja assegurada

ampla defesa ou mediante procedimento de

avaliação periódica de desempenho, na forma de lei

complementar, assegurada ampla defesa. Resposta:

Letra B.

5. (CESPE-CEBRASPE - 2018) Considerando a jurisprudência

do STF a respeito do direito de greve dos servidores

públicos, julgue o item seguinte.

Os servidores públicos, sejam eles civis ou militares,

possuem direito a greve.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Aos militares é proibida a sindicalização e greve,

conforme art. 142, §3º, IV da CF. Nesse sentido, o

Supremo Tribunal Federal já se posicionou sobre

o tema, vejamos: “O exercício do direito de greve,

sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos

policiais civis e a todos os servidores públicos que

atuem diretamente na área de segurança pública”

(STF. ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de

Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018). Resposta:

Errado.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com relação à aplicabilidade

das normas constitucionais e aos direitos e

garantias fundamentais, julgue o item a seguir.

Mais do que se prestarem à defesa do cidadão contra

os poderes estatais, os direitos fundamentais impõem

uma atuação positiva do Estado no sentido de concretizar

determinados direitos.

( ) CERTO ( ) ERRADO


2. (CEBRASPE/CESPE – 2020) Os direitos fundamentais

são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de

sua especial condição de pessoa humana, e as garantias

fundamentais são os instrumentos e mecanismos

necessários para a proteção, a salvaguarda ou o exercício

desses direitos. Com relação a esse assunto, julgue

o item que se segue.

Direitos individuais implícitos estão subentendidos

nas regras de garantias fundamentais, sendo exemplos

os desdobramentos do direito à vida.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e

garantias fundamentais e de seus princípios fundamentais,

julgue o item que se segue.

A revogação de norma que assegura direitos fundamentais

sociais, sem a implementação de medidas

alternativas que tenham a capacidade de compensar

eventuais perdas já sedimentadas, contraria o princípio

da proibição do retrocesso social.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e

das garantias fundamentais previstos na Constituição

Federal de 1988, julgue o item a seguir.

Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito

de pessoa humana e de sua própria personalidade,

correspondem às chamadas liberdades negativas; os

direitos sociais, por sua vez, constituem as chamadas

liberdades positivas, de observância obrigatória em

um estado social de direito para a concretização de

um ideal de vida digna na sociedade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que se refere à teoria

geral dos direitos fundamentais e aos direitos e deveres

individuais e coletivos, é correto afirmar que

a) o chamado direito de resistência inclui-se entre os

direitos fundamentais de segunda dimensão.

b) a igualdade formal é característica típica dos direitos

fundamentais de segunda dimensão.

c) o direito de greve é classificado como direito fundamental

de terceira dimensão.

d) a titularidade dos direitos fundamentais de terceira

dimensão é sempre individual.

e) o direito à comunicação inclui-se entre os direitos fundamentais

de terceira dimensão.

6. (CESPE-CEBRASPE – 2019) À luz da Constituição

Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito

de direitos e garantias fundamentais e da defesa do

Estado e das instituições democráticas.

Em caso de iminente perigo público, autoridade pública

competente poderá usar a propriedade particular,

desde que assegure a consequente indenização, independentemente

da comprovação da existência de

dano, que, nesse caso, é presumido.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2019) À luz da Constituição

Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito

de direitos e garantias fundamentais e da defesa do

Estado e das instituições democráticas.

São constitucionalmente assegurados ao preso o

direito à identificação dos agentes estatais responsáveis

pela sua prisão e o direito de permanecer em

silêncio.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito das garantias

constitucionais relativas a processo administrativo

disciplinar, julgue o item a seguir.

Conforme jurisprudência do STJ, a instauração de processo

administrativo disciplinar com base unicamente

em denúncia anônima é viável, desde que tenha sido

realizado previamente procedimento investigatório.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e

garantias fundamentais e de seus princípios fundamentais,

julgue o item que se segue.

A previsão constitucional de que o preso deve ser

informado de seu direito de permanecer calado aplica-se

não apenas a este, mas também a qualquer pessoa

na condição de testemunha, indiciado ou réu.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e das

garantias fundamentais, julgue o item subsequente.

Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o

direito à identificação dos responsáveis pela prisão, o

direito ao silêncio e o direito à assistência da família e

de advogado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A Constituição Federal de

1988 (CF) prevê que, em caso de guerra declarada, poderá

haver pena

a) de trabalhos forçados.

b) de banimento.

c) cruel.

d) de morte.

e) de caráter perpétuo.

12. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Considerando a jurisprudência

majoritária do STF e o enunciado de suas súmulas,

assinale a opção correta em relação ao mandado de

segurança.

a) Compete ao STF conhecer originariamente de mandado

de segurança interposto contra atos de outros tribunais.

b) Eventual controvérsia sobre matéria de direito não

impede a concessão de mandado de segurança.

c) Compete ao STF conhecer originariamente do mandado

interposto contra deliberação administrativa de

tribunal do qual tenha participado a maioria ou totalidade

de seus membros.

d) É inconstitucional a previsão, por norma infraconstitucional,

de prazo decadencial para a impetração de

mandado de segurança.

e) É, em regra, cabível a condenação em honorários

advocatícios nesse tipo de ação.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

59


13. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de mandado

de injunção, assinale a opção correta.

a) É cabível mandado de injunção para exigir do Poder

Legislativo a edição de regulamentação dos direitos

do nascituro.

b) Mandado de injunção é instrumento do sistema de controle

concreto e difuso da omissão inconstitucional.

c) É cabível mandado de injunção para questionar a efetividade

de lei que regulamente disposição constitucional.

d) Mandado de injunção não é o meio próprio para requerer

a concessão de aposentadoria especial em função

do exercício de atividade insalubre.

e) Sentença de mandado de injunção não tem o efeito de

estabelecer as condições em que se dará o exercício

do direito pleiteado.

14. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação à garantia

constitucional de tratamento igualitário sem distinção

de qualquer natureza, a CF estabelece que

a) homens e mulheres sejam iguais em direitos, ressalvadas

hipóteses de vulnerabilidade da mulher quanto às

obrigações.

b) votos de analfabetos são facultativos e, em razão da

condição particular desse grupo, não têm o mesmo

caráter de sigilo dos votos dos demais cidadãos.

c) a igualdade perante a lei seja garantida aos estrangeiros

residentes no Brasil, desde que naturalizados, e

aos brasileiros.

d) haja igualdade de direitos entre trabalhador com vínculo

empregatício permanente e trabalhador avulso.

e) sejam assegurados à categoria dos trabalhadores

domésticos todos os direitos previstos para os trabalhadores

urbanos e rurais.

15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de direitos e

garantias fundamentais, julgue o item a seguir.

Brasileiro naturalizado pode ocupar o cargo de presidente

da Câmara dos Deputados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação à perda da

nacionalidade de brasileiro, julgue o item que se segue.

Brasileiro nato ou naturalizado residente em território

estrangeiro perderá a nacionalidade brasileira se

adquirir outra nacionalidade, exceto nas hipóteses

constitucionalmente estabelecidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

17. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos direitos e

das garantias fundamentais previstos na Constituição

Federal de 1988, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Carlos requereu o registro de sua

candidatura para concorrer ao cargo de prefeito de município

criado por desmembramento territorial de município

cujo Poder Executivo é chefiado pelo seu irmão.

Assertiva: Nesse caso, Carlos, por ser irmão do prefeito

do município-mãe, é inelegível.

18. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos servidores

públicos, julgue o item subsecutivo.

Funções de confiança e cargos em comissão destinam-se

apenas às atribuições de direção, chefia e

assessoramento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos servidores

públicos, julgue o item subsecutivo.

Servidor público investido em mandato de vice-prefeito

exercerá as funções e perceberá as vantagens de

ambos os cargos, desde que haja compatibilidade de

horários.

( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com relação a déficit

público, reforma administrativa, reforma previdenciária,

responsabilidade fiscal, regra de ouro e ordenação

de despesa, julgue o item a seguir.

Com a reforma administrativa ocorrida em 1998, os

servidores públicos passaram a adquirir a estabilidade

a partir da posse no cargo público.

9 GABARITO

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 CERTO

2 CERTO

3 CERTO

4 CERTO

5 E

6 ERRADO

7 CERTO

8 CERTO

9 CERTO

10 CERTO

11 D

12 B

13 D

14 D

15 ERRADO

16 CERTO

17 CERTO

18 CERTO

19 ERRADO

20 ERRADO

60

( ) CERTO ( ) ERRADO


NOÇÕES DE DIREITO

ADMINISTRATIVO

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E

ORGANIZAÇÃO

A origem de um Estado pode se dar de forma

natural, religiosa (Estado criado por Deus), pela força

e domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,

pelo agrupamento de famílias, de forma contratual,

de forma derivada: por união, quando dois estados

soberanos se unem formando um só novo estado ou

fracionamento, quando um estado se divide em dois

novos estados independentes, ou de forma atípica, a

exemplo do Vaticano e de Israel.

São elementos constitutivos do Estado: a soberania, a

finalidade, o povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu

Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a

ordem jurídica soberana, que tem por fim o bem comum

de um povo situado em determinado território”.

Soberania é o poder político supremo e independente

que o Estado detém consistente na capacidade

para editar e reger suas próprias normas e seu ordenamento

jurídico.

A finalidade consiste no objetivo maior do Estado

que é o bem comum, conjunto de condições para o

desenvolvimento integral da pessoa humana.

Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com

um objetivo comum, ligados a um determinado território

pelo vínculo da nacionalidade.

Território é o espaço físico dentro do qual o Estado

exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se

estabelece e se organiza com ânimo de permanência.

A Constituição de 1988 adotou a forma republicana

de governo, o sistema presidencialista de governo

e a forma federativa de Estado. Note tratar-se de

três definições distintas.

O Estado brasileiro adota o critério de separação

dos poderes estatais em Legislativo, Executivo e

Judiciário, de forma que possam atuar em harmonia.

Todos os três Poderes, entretanto, exercem suas funções

típicas e atípicas.

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS

Os princípios gerais de Direito Administrativo são

os princípios basilares desse ramo jurídico, sendo

aplicáveis ante o fato de a Administração Pública ser

considerada pessoa jurídica de direito público.

O princípio da supremacia do interesse público

é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à

Administração Pública. A supremacia do interesse

público sobre o privado é um aspecto fundamental

para o exercício da função administrativa. Podemos

citar como exemplo a desapropriação de um imóvel

pertencente a um particular: o particular pode ter

interesse em não ter seu bem desapropriado, ou achar

o valor da indenização injusto, mas ele não pode ter

interesse em extinguir o instituto da expropriação

administrativa. Trata-se de um instituto que deve

existir, independentemente da sua vontade.

Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com

certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso

que ao Estado também lhe incumbe uma série de deveres,

fundados pelo princípio da indisponibilidade

do interesse público. Tal princípio pressupõe que o

Poder Público não é dono do interesse público, ele deve

manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por

isso que ele não pode se desfazer de patrimônio público,

contratar quem ele quiser, realizar gastos sem prestar

contas a seu superior, etc. Tais atos configuram em

desvio de finalidade, uma vez que o objetivo principal

deles não é de interesse público, mas apenas do próprio

agente, ou de algum terceiro beneficiário.

DIREITO ADMINISTRATIVO

CONCEITOS E FONTES

Administração vem do latim administrare, que

significa direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e

recursos, tendo sempre como objetivo alcançar metas

específicas. A noção de gestão de negócios está intimamente

ligada com o ramo de Direito Administrativo.

Com isso, é importante conhecer os fundamentos desse

ramo jurídico, os quais denominamos de “regime

jurídico administrativo”.

Podemos definir Direito Administrativo como o

conjunto de princípios e regras que regulam o exercício

da função administrativa exercida pelos órgãos e

agentes estatais, bem como as relações jurídicas entre

eles e os demais cidadãos.

Não devemos confundir Direito Administrativo

com a Ciência da Administração. Apesar da nomenclatura

ser parecida, são dois campos bastante distintos.

A administração, como ciência propriamente dita,

não é ramo jurídico. Consiste no estudo de técnicas e

estratégias de controle da gestão governamental. Suas

regras não são independentes, estão subordinadas às

normas de Direito Administrativo.

Importante!

Os concursos públicos não costumam exigir

que o candidato tenha conhecimentos de técnicas

administrativas para responder questões de

direito administrativo, mas requerem que conheçam

a Administração como entidade governamental,

com suas prerrogativas e prestando

serviços para a sociedade.

As fontes do Direito são os elementos que dão origem

ao próprio direito. O Direito Administrativo tem

algumas peculiaridades em relação a suas fontes que

são importantes para nossos estudos.

Primeiramente, devemos salientar que o Direito

Administrativo não é ramo jurídico codificado.

Isso quer dizer que não existe na legislação brasileira

um “Código de Direito Administrativo”. A matéria

encontra-se de um modo muito mais amplo. É

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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possível verificar normas administrativas presentes,

por exemplo, na Constituição Federal de 1988, em seu

art. 37, que estabelece os membros da Administração

Pública e seus princípios; na Lei nº 8.666/1993, que

dispõe sobre normas de licitações e contratos administrativos;

na Lei nº 8.987/1995, que regulamenta as

concessões e permissões de serviços públicos para

entidades privadas; entre outros.

É costume dividir as fontes de Direito Administrativo

em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes

primárias são aquelas de caráter principal, são capazes

de originar normas jurídicas por si só. Já as fontes secundárias

são derivadas das primeiras, por isso possuem

caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, interpretação

e aplicação das fontes de direito primárias.

São fontes de Direito Administrativo:

• Legislação em sentido amplo, seja na Constituição,

seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer

veículo normativo.

• Doutrina, todo o trabalho científico realizado por

um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer

jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento;

• Jurisprudência, o conjunto de diversos julgados

num mesmo sentido;

• Costumes jurídicos, tudo que for considerado

uma conduta que se repete no tempo.

Importante frisar que, das fontes mencionadas,

apenas a Lei é fonte primária do Direito Administrativo,

sendo o único veículo habilitado para criar diretamente

obrigações de fazer e não fazer. A doutrina, a

jurisprudência, e os costumes jurídicos são consideradas

fontes secundárias.

A jurisprudência pode, excepcionalmente, apresentar

força cogente igual às leis quando versar sobre

matéria disposta em Súmula Vinculante do Supremo

Tribunal Federal. Trata-se de decisão colegiada de

cumprimento obrigatório, conforme dispõe o art. 103-

A da CF/1988.

No momento, estamos nos referindo ao Direito

Administrativo, que é o ramo jurídico que regula

as relações entre a Administração Pública e os seus

cidadãos ou “administrados”. Administração Pública

é uma noção totalmente distinta, podendo ter uma

acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material, e

que merece nossa maior atenção.

Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal,

a Administração Pública confunde-se com a própria

pessoa de seus agentes, órgãos e entidades públicas

que exercem a função administrativa, o que significa

que somente algumas pessoas e entes podem ser

considerados como Administração Pública. É, por isso,

uma acepção que tende a restringir sua definição.

Já na sua acepção objetiva e material da palavra,

podemos definir a administração pública (alguns doutrinadores

preferem colocar a palavra em letras minúsculas

para distinguir melhor suas concepções), como a

atividade estatal de promover concretamente o interesse

público. O caráter subjetivo da administração é irrelevante,

pois o que realmente importa não é a pessoa, e

sim a atividade que tal pessoa executa. É, por isso, uma

acepção mais abrangente, pois qualquer pessoa que

venha a exercer uma função típica da Administração

será considerada uma pessoa que integra a mesma.

O estudo do regime jurídico administrativo envolve,

de modo geral, uma análise pormenorizada dos

princípios fundamentais que regem esse ramo do

direito. Por ser um ramo de direito público, o regime

administrativo apresenta alguns princípios especiais,

que não se encontram na esfera privada.

PRINCÍPIOS

Por motivos didáticos, costuma-se dividir as normas

cogentes em regras e princípios. Regras são normas

cogentes que traduzem um comando direto, são

criadas pelo legislador (portanto, são positivadas)

e são utilizadas para a solução de casos concretos e

específicos. Os princípios, por sua vez, delimitam os

valores fundamentais de um ramo do direito, possuem

conteúdo muito mais abrangente. São considerados

mais importantes, dado o seu caráter geral e

abstrato. Os princípios são descobertos pela doutrina,

através da análise das regras, retirando os aspectos

concretos desta. O legislador, dessa forma, tem um

papel indireto na criação dos princípios.

Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível

que os princípios e as regras são normas que apresentam

força cogente máxima. Porém, como os princípios

possuem valores fundamentais de um ramo jurídico,

são considerados hierarquicamente superiores. Violar

uma regra é um erro grave, mas violar um princípio

é erro gravíssimo: é cometer ofensa a todo um

ordenamento de comandos.

Os princípios que regem a atividade da Administração

Pública são vastos, podendo estar explícitos em

norma positivada, ou até mesmo implícitos, que não

aparecem por escrito, porém são denotados segundo

a interpretação das normas jurídicas. Além disso, os

princípios administrativos podem ser gerais (ou basilares),

constitucionais ou infraconstitucionais.

Princípios Constitucionais da Administração Pública

São os princípios previstos no Texto Constitucional,

mais especificamente no caput do artigo 37. Segundo

o referido dispositivo: “A administração pública direta

e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência [...]”. Assim, esquematicamente,

temos os princípios constitucionais da:

Legalidade: fruto da própria noção de Estado de

Direito, as atividades do gestor público estão submissas

a forma da lei. A legalidade promove maior segurança

jurídica para os administrados, na medida em

que proíbe que a Administração Pública pratique atos

abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem

fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administração

só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado

por lei.

Impessoalidade: a atividade da Administração

Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado

haver qualquer forma de tratamento diferenciado

entre os administrados. Há uma forte relação entre a

impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age

por interesse próprio não condiz com a finalidade do

interesse público.

Moralidade: a Administração impõe a seus agentes

o dever de zelar por uma “boa-administração”,

buscando atuar com base nos valores da moral

comum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A

moralidade não é somente um princípio, mas também

requisito de validade dos atos administrativos.


Publicidade: a publicação dos atos da Administração

promove maior transparência e garante eficácia

erga omnes. Além disso, também diz respeito ao direito

fundamental que toda pessoa tem de obter acesso

a informações de seu interesse pelos órgãos estatais,

salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco

a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou ainda

que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.

Eficiência: implementado pela reforma administrativa

promovida pela Emenda Constitucional nº 19

de 1988, a eficiência se traduz na tarefa da Administração

de alcançar os seus resultados de uma forma

célere, promovendo melhor produtividade e rendimento,

evitando gastos desnecessários no exercício

de suas funções. A eficiência fez com que a Administração

brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo

maior preocupação na execução de serviços com perfeição

ao invés de se preocupar com procedimentos

e outras burocracias. A adoção da eficiência, todavia,

não permite à Administração agir fora da lei, ou seja,

não se sobrepõe ao princípio da legalidade.

Um método que facilita a memorização desses

princípios é a palavra “limpe”, pois temos os princípios

da:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

Princípios Infraconstitucionais

Os princípios administrativos não se esgotam no

âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja

previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na

legislação infraconstitucional. É o caso do disposto no

caput do artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administração

Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da

legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,

moralidade, ampla defesa, contraditório,

segurança jurídica, interesse público e eficiência”.

Princípio da Autotutela

A autotutela diz respeito ao controle interno que a

Administração Pública exerce sobre os seus próprios

atos. Isso significa que, havendo algum ato administrativo

ilícito ou que seja inconveniente e contrário

ao interesse público, não é necessária a intervenção

judicial para que a própria Administração anule ou

revogue esses atos.

Não havendo necessidade de recorrer ao Poder

Judiciário, quis o legislador que a Administração

possa, dessa forma, promover maior celeridade na

recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilícito,

e garantir maior proteção ao interesse público

contra os atos inconvenientes.

Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999:

“A Administração deve anular seus próprios atos,

quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-

-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados

os direitos adquiridos”. A distinção feita pelo

legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a natureza

vinculada do ato anulatório e a discricionariedade

do ato revogatório. A Administração pode revogar os

atos inconvenientes, mas tem o dever de anular os

atos ilegais.

A autotutela também tem previsão em duas súmulas

do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A

Administração Pública pode declarar a nulidade de

seus próprios atos”; e a Súmula nº 473: “A administração

pode anular seus próprios atos, quando eivados de

vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam

direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência

ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,

e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Princípio da Motivação

Também pode constar em algumas questões como

“princípio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma

técnica de controle dos atos administrativos, o qual

impõe à Administração o dever de indicar os pressupostos

de fato e de direito que justificam a prática

daquele ato. A fundamentação da prática dos atos

administrativos será sempre por escrito. Possui previsão

no art. 50 da Lei nº 9.784/1999: “Os atos administrativos

deverão ser motivados, com indicação dos fatos

e dos fundamentos jurídicos, quando (...)”; e também

no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei: “Nos processos

administrativos serão observados, entre outros, os

critérios de: VII - indicação dos pressupostos de fato e

de direito que determinarem a decisão”. A motivação é

uma decorrência natural do princípio da legalidade,

pois a prática de um ato administrativo fundamentado,

mas que não esteja previsto em lei, seria algo ilógico.

Convém estabelecer a diferença entre motivo e

motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da

medida administrativa, portanto, antecede o ato

administrativo. A motivação, por sua vez, é o fundamento

escrito, de fato ou de direito, que justifica a

prática da referida medida. Exemplo: na hipótese de

alguém sofrer uma multa por ultrapassar limite de

velocidade, a infração é o motivo (ultrapassagem do

limite máximo de velocidade), já o documento de notificação

da multa é a motivação. A multa seria, então, o

ato administrativo em questão.

Quanto ao momento correto para sua apresentação,

entende-se que a motivação pode ocorrer simultaneamente

ou em um instante posterior a prática do ato (em respeito

ao princípio da eficiência). A motivação intempestiva,

isso é, aquela dada em um momento demasiadamente

posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.

Princípio da Finalidade

Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único,

II, da Lei nº 9.784/1999: “Nos processos administrativos

serão observados, entre outros, os critérios de: II

- atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia

total ou parcial de poderes ou competências, salvo

autorização em lei”.

O princípio da finalidade muito se assemelha ao da

primazia do interesse público. O primeiro impõe que

o Administrador sempre aja em prol de uma finalidade

específica, prevista em lei. Já o princípio da supremacia

do interesse público diz respeito à sobreposição

do interesse da coletividade em relação ao interesse

privado. A finalidade disposta em lei pode, por exemplo,

ser justamente a proteção ao interesse público.

Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo

ato, além de ser devidamente motivado, possui um

fim específico, com a devida previsão legal. O desvio

de finalidade, ou desvio de poder, são defeitos que tornam

nulo o ato praticado pelo Poder Público.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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Princípio da Razoabilidade

Agir com razoabilidade é decorrência da própria

noção de competência. Todo poder tem suas correspondentes

limitações. O Estado deve realizar suas

funções com coerência, equilíbrio e bom senso. Não

basta apenas atender à finalidade prevista na lei, mas

é de igual importância o como ela será atingida. É uma

decorrência lógica do princípio da legalidade.

Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracionais

e incoerentes, são incompatíveis com o interesse

público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário

ou pela própria entidade administrativa que praticou

tal medida. Em termos práticos, a razoabilidade

(ou falta dela) é mais aparente quando tenta coibir o

excesso pelo exercício do poder disciplinar ou poder

de polícia. Poder disciplinar traduz-se na prática de

atos de controle exercidos contra seus próprios agentes,

isso é, de destinação interna. Poder de polícia é o

conjunto de atos praticados pelo Estado que tem por

escopo limitar e condicionar o exercício de direitos

individuais e o direito à propriedade privada.

Princípio da Proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade tem similitudes

com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores,

inclusive, que preferem unir os dois princípios em

uma nomenclatura só. De fato, a Administração Pública

deve atentar-se a exageros no exercício de suas

funções. A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade

voltado a controlar a justa medida na prática

de atos administrativos. Busca evitar extremos, exageros,

pois podem ferir o interesse público.

Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº

9.784/1999, deve o Administrador agir com “adequação

entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,

restrições e sanções em medida superior àquelas

estritamente necessárias ao atendimento do interesse

público”. Na prática, a proporcionalidade também

encontra sua aplicação no exercício do poder disciplinar

e do poder de polícia.

Esses não são os únicos princípios que regem as

relações da Administração Pública. Porém, escolhemos

trazer com mais detalhes os princípios que julgamos

ser mais característicos da Administração. Isso

não quer dizer que outros princípios não possam ser

estudados ou aplicados a esse ramo jurídico. A Administração

também deve atender aos princípios da responsabilidade,

ao princípio da segurança jurídica, ao

princípio do contraditório e ampla defesa, ao princípio

da isonomia, o princípio da transparência, o princípio

da boa-fé, entre outros.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2019) A respeito do conceito e da natureza

da Administração Pública, é correto afirmar que:

a) no seu sentido orgânico, consiste na atividade administrativa

executada pelas entidades, órgãos e agentes

públicos que compõem a Administração.

b) sob o aspecto do gerenciamento de seus bens e interesses

públicos, a natureza da Administração é de

“múnus” público para quem o exerce.

c) considerando os aspectos de sua organização, é uma

comunidade de homens fixada sobre um território

com poder de mando, ação e coerção constituída de

Povo, Território e Governo.

d) seus Poderes são constituídos pelo Legislativo, pelo Executivo

e pelo Judiciário, independentes e harmônicos

entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis

e) em seu sentido funcional, corresponde às pessoas jurídicas,

aos órgãos e aos agentes públicos que executam

a atividade administrativa.

A questão é bem simples, pois ela exige que o candidato

conheça quais são as acepções diferentes

de administração pública. São duas: na sua acepção

subjetiva, orgânica e formal, a Administração

Pública confunde-se com a própria pessoa de seus

agentes, órgãos e entidades públicas que exercem a

função administrativa. Já na sua acepção objetiva e

material da palavra, podemos definir a administração

pública (alguns doutrinadores preferem colocar

a palavra em letras minúsculas para distinguir

melhor suas concepções) como a atividade estatal

de promover concretamente o interesse público. O

caráter subjetivo da administração é irrelevante,

pois o que realmente importa não é a pessoa, e sim a

atividade que tal pessoa executa. Resposta: Letra B.

2. (FCC – 2020) Considerando os princípios que regem a

Administração Pública, de acordo com o princípio da:

I. Indisponibilidade do interesse público, os interesses

públicos não se encontram à livre disposição do Administrador

público.

II. Supremacia do interesse público, a Administração

Pública está sempre acima dos direitos e garantias

individuais.

III. Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurídica

integral e gratuita aos que comprovem insuficiência

de recursos.

IV. Continuidade do serviço público, o serviço público,

atendendo a necessidades essenciais da coletividade,

como regra, não deve parar.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) II e III.

b) I e II.

c) III e IV.

d) I e IV.

e) II e IV.

A frase II está errada, é verdade que a Administração

Pública se encontra em uma posição superior em

relação aos particulares. Todavia, isso não significa

que ela esteja, também, acima dos direitos e garantias

individuais. A frase III está errada, pois a segurança

jurídica é uma garantia concedida a todos os

cidadãos e impede que a Administração Pública ataque

situações jurídicas já resolvidas anteriormente.

A frase, na verdade, trata do benefício da assistência

judiciária gratuita. Resposta: Letra D.

3. (VUNESP – 2020) Em Direito Administrativo, quando

se fala que nem tudo que é legal é honesto, estamos

nos referindo ao princípio constitucional

a) implícito da finalidade administrativa.

b) implícito da motivação administrativa.

c) explícito da moralidade administrativa.


d) explícito do poder-dever do administrador público.

e) explícito da publicidade.

A letra A está errada, o princípio da finalidade diz

respeito aos atos administrativos, porque eles devem

sempre cumprir uma finalidade específica, que é o

interesse público. Todos os atos que acarretem em

interesses pessoais, do administrador ou de direitos,

costuma-se dizer que possuem desvio de finalidade

e devem ser anulados. A letra B está errada, pois o

princípio da motivação também diz respeito aos atos

administrativos, mas a diferença é que este impõe

que os atos administrativos devem estar devidamente

motivados, não existe ato administrativo sem uma

fundamentação, sem uma razão de ser. A letra D

está errada, pois não existe um princípio explícito do

poder-dever do administrador público. A letra E está

errada, pois o princípio da publicidade traduz-se na

exigência de que todos os atos administrativos sejam

públicos. Isso garante maior transparência e fiscalização

por parte dos cidadãos. Resposta: Letra C.

formas em que a população pode se engajar mais

na vida pública, reunindo-se em assembleias, debatendo

questões orçamentárias, opinando sobre

uma política a ser implementada, etc. O princípio

da transparência atua em conjunto com o princípio

constitucional da publicidade, fazendo com que

todos os atos administrativos sejam públicos, do

conhecimento de todos e disponibilizados de forma

clara e de fácil compreensão. Ambos ajudam na fiscalização

dos atos do ente público, pelos administrados.

A frase, assim, mostra-se correta, pois tudo

isso contribui para uma democratização da administração

pública. Resposta: Certo.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA

UNIÃO

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

4. (FCC – 2019) O direito administrativo disciplina a

função administrativa dos entes federados, órgãos,

agentes e atividades desenvolvidas pela Administração

Pública. Entre seus princípios está a legalidade, ou

seja, cabe à Administração Pública:

a) Apresentar resultados positivos para o serviço público,

bem como o atendimento das necessidades públicas.

b) Promover a qualificação de agentes públicos que

apresentem comportamento de acordo com o interesse

público.

c) Ser composta por agentes públicos que não usem a

administração pública para a promoção pessoal.

d) Ter credibilidade voltada para transparência na defesa

de direitos para a oferta de informações nos órgãos

públicos.

e) Atuar de acordo com a lei e finalidades expressas ou

implícitas previstas no Direito.

A questão é bem fácil, ela exige que o candidato

conheça o princípio da legalidade, que é um dos

mais característicos desse ramo. O princípio da

legalidade se resume à vinculação das ações dos

administradores aos termos da Lei. Há pouca margem

de liberdade para o servidor atuar, uma vez que

se o fizer, estará cometendo uma ilegalidade e pode

ser punido por isso. Resposta: Letra E.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Quanto às transformações

contemporâneas do direito administrativo, julgue

o item subsequente.

A processualização do direito administrativo, a participação

do cidadão na gestão pública e o princípio da

transparência são elementos que contribuem para a

democratização da administração pública.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão trata de alguns temas bem atuais. Processualização

do direito administrativo significa a atenção

aos princípios aplicáveis no processo judicial,

isto é, o respeito do contraditório e ampla defesa, o

respeito ao trânsito em julgado, ao devido processo

legal, enfim, é o respeito a todos esses pontos dentro

do processo administrativo. A participação do

cidadão na gestão pública diz respeito a diferentes

Administração Direta ou Centralizada, é a parte

da Administração Pública que compreende: as pessoas

jurídicas de direito público interno (União, Estados,

Municípios e Distrito Federal), somados a todos

os seus ministérios, ouvidorias, secretarias e outros

tantos órgãos despersonalizados.

Já a Administração Indireta ou Descentralizada

é a expressão utilizada para designar o conjunto

de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo próprio

Estado para atingir determinada finalidade pública.

Se as entidades são dotadas de personalidade jurídica

própria, elas têm patrimônio próprio, que não se

confunde com o patrimônio pessoal de seus agentes,

e também têm responsabilidade pelos danos e prejuízos

causados por seus agentes públicos, podendo responder

judicialmente pela prática desses atos.

DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

INDIRETA: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS

PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

As entidades da Administração Indireta podem ter

personalidade jurídica de Direito Público ou de Direito

Privado. Tal diferença é bastante relevante no que

diz respeito ao procedimento de criação dessas entidades

autônomas.

As pessoas jurídicas de direito público são criadas

por lei (art. 37, XIX, da CF/1988) e a sua personalidade

jurídica advém no momento em que tal legislação

entra em vigor no âmbito jurídico, não havendo necessidade

de registro em cartório. As pessoas jurídicas de

direito privado, todavia, são autorizadas pela lei (art.

37, XX, da CF/1988), ou seja, a legislação deve permitir

que ela exista, para que o Poder Executivo regulamente

suas funções mediante a expedição de decretos. Sua

personalidade jurídica, dessa forma, está condicionada

ao seu registro em cartório.

São pessoas jurídicas de Direito Público, membros

da Administração Indireta: as autarquias, as fundações

públicas, agências reguladoras e associações

públicas. São pessoas jurídicas de Direito Privado: as

empresas públicas, as sociedades de economia mista,

as fundações governamentais com estrutura de pessoa

jurídica de Direito Privado, as subsidiárias e os

consórcios públicos de Direito Privado.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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Autarquias

As autarquias são pessoas jurídicas de Direito

Público interno, criadas por legislação própria, que

tem por escopo exercer as funções típicas da Administração

Pública. As autarquias possuem um conceito

definido em lei, mais especificamente no art. 5º,

inciso I, do Dec-Lei nº 200/1967: para os fins desta lei,

considera-se:

“I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei,

com personalidade jurídica, patrimônio e receita

próprios, para executar atividades típicas da Administração

Pública, que requeiram, para seu melhor

funcionamento, gestão administrativa e financeira

descentralizada”.

Podemos fazer alguns comentários sobre o conceito

apresentado. Ao dizer que as autarquias são criadas

“para executar atividades típicas da Administração

Pública”, o texto legal faz referência àquelas atividades

características do Poder Público, e que só podem

ser executadas pelo mesmo, em regra. São atividades

em que deve haver a prevalência do interesse público

sobre o privado e, por isso mesmo, as autarquias

gozam de diversas prerrogativas para executar tais

tarefas. É por isso que as autarquias são pessoas jurídicas

de direito público. Com isso, tais entidades são

proibidas de exercer qualquer atividade econômica,

o que lhes proporciona uma grande vantagem: não

pode ser decretada sua falência e também goza de

imunidade tributária.

A sua criação depende de lei específica. Isso significa

que a sua existência é condicionada apenas pelo

trabalho realizado pelo legislador, não há outros atos

subsequentes que condicionam sua existência, como

acontece com as pessoas jurídicas de direito privado.

O regime de pessoal das autarquias é o estatutário.

Significa que a autarquia não pode contratar

quem ela quiser, como se fosse um empregador: seus

funcionários devem ser servidores públicos, previamente

aprovados em prova de concurso público.

Assim, todas as questões referentes ao regime laboral

desses servidores devem ser resolvidas, tendo como

base a Lei nº 8.112/1990, conhecido também como

Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União.

O patrimônio das autarquias consiste em bens

públicos, que gozam da garantia de serem inalienáveis

e impenhoráveis. Se o patrimônio é público,

significa que ele é utilizado, de forma a atender uma

finalidade pública. Logo, não pode a autarquia abrir

mão desses bens, e nem dá-los em garantia.

As autarquias somente podem celebrar contratos

públicos, isso é, são contratos típicos da Administração

Pública, que a colocam em posição mais vantajosa

em relação ao particular interessado.

Pode-se afirmar que vigora o princípio da especialidade

no regime das autarquias. Isso significa que

cada entidade é criada para atender a uma finalidade

individual e específica. Exemplificando: para tratar

de questões do regime de previdência social, temos o

INSS, que é a única autarquia responsável pela concessão

de benefícios previdenciários. É o próprio INSS

que responde em juízo, havendo uma ação previdenciária

pleiteada por particular, e não a União/Estado.

Devido à multiplicidade de assuntos temos, consequentemente,

uma multiplicidade de autarquias. A doutrina

tende a classificar as autarquias nos seguintes grupos:

• Administrativas: são as autarquias comuns, apresentam

regime jurídico ordinário. Exemplo: Instituto

Nacional de Seguridade Social (INSS).

• Especiais: possuem maior autonomia em relação

as autarquias administrativas devido a presença

de certas características, como a presença de dirigentes

com mandato fixo. Podem se subdividir em:

a.1) especiais stricto sensu (Banco Central); e

a.2) agências reguladoras (Anatel, Anvisa).

• Corporativas: são as corporações profissionais,

que promovem o controle e a fiscalização de categorias

profissionais. Exemplos: CREA, CRO, CRM.

• Fundacionais: são as fundações públicas, entidades

que arrecadam patrimônio para o cumprimento de um

objetivo específico. Exemplos: Funai, Procon, Funasa.

• Territoriais: são as autarquias de controle da

União, também denominadas territórios federais

(art. 33 da CF/1988). A atual Constituição aboliu os

territórios federais remanescentes.

• Associativas: são as autarquias criadas pelo

resultado de uma celebração de consórcio público,

também denominadas associações públicas.

Se o contrato de consórcio público envolver múltiplos

entes da Federação, tais autarquias podem

ser transfederativas. Exemplo: associação criada

entre União, Estados e Municípios para a construção

de um teatro.

Importante!

Curioso é o caso da Ordem dos Advogados do

Brasil. A OAB sempre foi considerada uma autarquia

de regime comum. Todavia, durante o julgamento

da ADI nº 3.026, o STF decidiu mudar

seu entendimento, ao decidir que que a OAB é

um serviço independente e de natureza especial

e que, por isso mesmo, não pode sofrer controle

específico das autarquias. Assim, a OAB seria

considerada uma entidade própria sui generis, e

não é mais uma autarquia.

Fundações Públicas

As fundações públicas são consideradas espécies

de autarquias, possuindo diversas características

similares. Fundação pública é, nos termos do art. 5º,

IV, do Dec-Lei nº 200/1967:

“[...] a entidade dotada de personalidade jurídica

de direito privado, sem fins lucrativos, criada em

virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento

de atividades que não exijam execução por

órgãos ou entidades de direito público, com autonomia

administrativa, patrimônio próprio gerido

pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento

custeado por recursos da União e de outras

fontes”.

A Funai, Funasa, o IBGE, são alguns exemplos de

fundações públicas.

Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se

que o referido Decreto-Lei dispõe serem as fundações

entidades com personalidade jurídica de Direito

Privado. Tal conceituação não foi recepcionada pela

Constituição de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu

não fazer tal distinção:


“[...] somente por lei específica poderá ser criada

autarquia e autorizada a instituição de empresa

pública, de sociedade de economia mista e de fundação,

cabendo à lei complementar, neste último

caso, definir as áreas de sua atuação”.

Dessa forma, concluímos que as fundações podem

ser tanto de Direito Público como de Direito Privado,

dependendo do que a lei instituidora da fundação

delimitar quanto as suas competências. Todavia,

importante frisar que, mesmo as fundações de regime

jurídico privado devem obediência às normas públicas,

e não à legislação civil.

As fundações de direito privado, para sua criação,

precisam de autorização por lei. É diferente de uma

autarquia, que é criada por lei. Aqui, a fundação já

existe, mas para atuar no mercado privado deve, além

de possuir autorização legislativa, obter registro em

cartório para adquirir sua personalidade jurídica,

como se fosse uma empresa.

Por conseguinte, seu patrimônio consiste em bens

privados, que não gozam das garantias de inalienabilidade

e impenhorabilidade presente nos bens

públicos.

Importante, também, destacar que as fundações

privadas podem celebrar contratos privados, os instrumentos

contratuais típicos da esfera privada como

compra e venda, locação de imóvel etc.

Como o patrimônio se destaca do seu instituidor, o

controle desse referido patrimônio é feito por órgão

especial, denominado curadoria das fundações. No

caso das fundações de direito público, o controle fiscal

é exercido pelo Ministério Público.

• Agências reguladoras: características e classificação

O surgimento das agências reguladoras possui fortes

relações com a época das privatizações na segunda

metade dos anos 1990. Neste contexto, as agências reguladoras

foram introduzidas, sobretudo pelas ECs n os 8 e

9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores,

fiscalizadores e controladores da iniciativa privada, que

passaram a desenvolver as tarefas originalmente atribuídas

ao Estado. Alguns exemplos de agências reguladoras:

Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros.

As agências reguladoras também são autarquias

sob um regime especial, diferenciando-se das autarquias

comuns em dois aspectos:

• Estabilidade: os dirigentes das agências reguladoras

não podem ser exonerados por qualquer

motivo, ao contrário das autarquias, em que seus

dirigentes atuam em cargos de comissão. Assim,

os dirigentes das agências têm maior proteção

contra o desligamento forçado, promovendo

maior estabilidade no exercício de seu cargo;

• Mandato Fixo: os dirigentes não possuem cargo

vitalício. Mas a existência de mandato fixo

garante também maior estabilidade no seu cargo,

visto que ele tem prazo determinado para se

encerrar. A duração dos mandatos pode variar

dependendo de cada agência, podendo ser de 3

anos como na Anvisa, 4 anos como na Aneel, ou

até 5 anos como na Anatel.

As agências reguladoras podem ser classificadas:

• agências federais;

• estaduais;

• municipais;

• distritais.

• Quanto à atividade preponderante:

• agências de serviço, que exercem as funções

típicas;

• agências de polícia, que exercem fiscalização

das atividades econômicas;

• agências de fomento, que ajudam a desenvolver

o setor privado;

• agências de uso de bens públicos.

• Quanto à previsão constitucional:

• agências com referência constitucional (a Anatel

tem previsão no art. 21, XI, da CF/1988);

• agências sem referência constitucional, são a

grande maioria.

• Quanto ao momento de sua criação:

• agências de primeira geração (1996 a 1999) na

época das privatizações;

• de segunda geração, de 2000 a 2004;

• de terceira geração, que adveio com as agências

pluripotenciárias (2005 em diante), exercendo

múltiplas funções simultaneamente.

• Associações públicas: a criação de consórcio

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

são os entes responsáveis pela regulamentação dos

consórcios públicos e dos convênios de cooperação,

autorizando a gestão associada de serviços públicos,

bem como a transferência total ou parcial de encargos,

serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos

serviços transferidos (art. 241 da CF/1988).

Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos

entes federados, e que tem por objeto medidas de

mútua cooperação, denominam-se consórcio públicos.

Os consórcios públicos são disciplinados pela Lei

nº 11.107/2005. Uma das características mais distintas

dos consórcios é a possibilidade de eles possuírem

natureza de Direito Público ou de Direito Privado.

Consórcios de Direito Privado obedecem às

normas da legislação civil. Possuem regime celetista,

embora não possam ter fins lucrativos. Por isso, não

integram a Administração Pública. Já os consórcios de

direito público são as associações públicas propriamente

ditas, podendo ser inclusive transfederativas se

integrarem todas as esferas das pessoas consorciadas

(federal, estadual, municipal).

Empresas do Estado: as Empresas Públicas e

Sociedades de Economia Mista

Passemos a analisar o grupo de pessoas jurídicas

denominado de Empresas do Estado (ou empresas

estatais). São as pessoas jurídicas de Direito Privado

pertencentes à Administração Indireta e comportam

duas espécies: as empresas públicas e as sociedades

de economia mista.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

• Quanto à sua origem:

67


68

Muitas das características apresentadas pelas fundações

privadas aplicam-se às empresas estatais, isso

é, sua criação depende de autorização legislativa além

do registro em cartório; seu patrimônio constitui em

bens privados; sua atividade principal consiste em

exercer uma atividade econômica; e a aptidão para

celebrar contratos privados.

As empresas públicas e as sociedades de economia

mista apresentam características em comum:

• Atuação na prestação de serviços públicos ou

no desenvolvimento de atividade econômica:

as empresas exploradoras de atividade econômica

geralmente recebem menor controle pela Administração,

embora também apresentem certas desvantagens,

como não ter imunidade a impostos, e

seus bens não tem natureza pública, podendo ser

penhorados.

• Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da

União: também podendo sofrer controle pelo

Poder Judiciário, no que couber.

• Contratação de bens e serviços mediante prévia

licitação: a licitação é processo utilizado a fim de

promover uma competição justa com as empresas

privadas do mesmo setor. Tal imposição não

é exigida para as empresas públicas e sociedades

de economia mista exploradoras de atividade

econômica.

• Obrigatoriedade de realização de concurso

público: trata-se de uma forma de avaliar os

melhores funcionários dentro de um grupo seleto

de candidatos.

• Contratação de pessoal pelo regime celetista:

seus membros são denominados empregados públicos,

salvo as hipóteses de contratação para cargo

comissionado. Todas as controvérsias envolvendo o

regime laboral dos empregados públicos deve ser

resolvida com base na CLT. Apesar disso, a vedação

de acumular dois cargos públicos também se estende

aos empregos públicos.

• Impossibilidade de decretar sua falência: no

caso das estatais prestadoras de serviços públicos,

nos termos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005.

As empresas públicas são pessoas jurídicas de

Direito Privado, cuja criação depende de autorização

legal. Sua personalidade é concedida pelo registro de

seus atos constitutivos em cartório, com a totalidade

de seu capital público e regime organizacional livre

(art. 5º, II, do Dec-Lei nº 200/1967), podendo ser organizadas

como sociedade anônima, ou de responsabilidade

limitada, ou ainda sociedade por comandita de

ações. São empresas públicas: o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa

Econômica Federal (CEF) e a Empresa Brasileira de

Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

As sociedades de economia mista têm seu conceito

legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967.

São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação

também depende de autorização legal e registro em

cartório, possui a maioria de seu capital público e

devem ser obrigatoriamente organizadas como sociedades

anônimas. São sociedades de economia mista:

Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás.

Percebemos algumas diferenças entre as empresas

públicas e as sociedades de economia mista. A primeira

diz respeito ao capital constitutivo: enquanto que nas

empresas públicas, todo o seu capital deve ser público

(o Dec-Lei nº 200/1967 dispõe que seu capital deve advir

totalmente “da União”, mas admite-se também o capital

de origem estadual e municipal), as sociedades de

economia mista admitem a presença do capital de origem

privada, mas pelo menos 50% mais uma de suas

ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.

Além disso, outra diferença relevante é em relação

à forma de sua organização: as sociedades de economia

mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de

sociedade anônima, trata-se de disposição legal do

próprio Dec-Lei nº 200/1967. As empresas públicas,

por sua vez, não sofrem essa imposição, podendo adotar

a estrutura que desejar.

DAS ENTIDADES DE COLABORAÇÃO E SEU REGIME

JURÍDICO

Por fim, convém explanar sobre algumas pessoas

jurídicas que, apesar de não integrarem a Administração

Pública, seja Direta ou Indireta, ainda assim são a

elas aplicáveis as normas gerais de Direito Administrativo.

Essas são as entidades paraestatais.

As entidades paraestatais são entidades privadas

que realizam atividades de interesse coletivo, sem

fins lucrativos que recebem incentivos de entidades

públicas. Tais empresas privadas cujos objetivos são

a execução de serviços de relevante interesse público

são denominadas entidades do Terceiro Setor. Tradicionalmente

considera-se “entidade paraestatal” sinônimo

de entidades da Administração Indireta.

As entidades paraestatais, por serem regidas pelo

direito privado, não têm os privilégios concedidos

constitucionalmente às entidades de direito público.

Essas entidades paraestatais podem se apresentar sob

as seguintes formas:

Organização Social

A organização social (OS) não é uma pessoa jurídica

especial, mas uma qualificação especial outorgada

pelo governo federal a entidades da iniciativa

privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a

fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais,

destinação de recursos orçamentários, repasse

de bens públicos, bem como empréstimo temporário

de servidores governamentais.

A Lei nº 9.637/1998 é a lei que regulamenta essa

qualificação das OS, e seu artigo 1º é bastante claro ao

delimitar a área de atuação de tais entidades privadas:

de modo geral, a OS será concedida a empresas cujas

principais atividades sejam dirigidas ao ensino, à

pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico,

à proteção e preservação do meio ambiente, à

cultura e à saúde. Desempenham, portanto, atividades

de interesse público, mas que não se caracterizam

como serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é

incorreto afirmar que as organizações sociais são concessionárias

ou permissionárias.

O artigo 2º da referida Lei dispõe sobre os requisitos

para a outorga da qualificação como OS: São

requisitos específicos para que as entidades privadas

referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação

como organização social:

• Comprovar o registro de seu ato constitutivo,

incluindo a sua natureza social, seus objetivos,

suas finalidades devem ser não lucrativas, a composição

dos membros de sua diretoria, etc; e


• Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade

de sua qualificação como organização

social, do Ministro ou titular de órgão supervisor

ou regulador da área de atividade correspondente

ao seu objeto social e do Ministro de Estado

da Administração Federal e Reforma do Estado.

Importante ressaltar que a concessão de tal qualificação

é ato discricionário, ficando a cargo do

agente responsável (Ministro de Estado), considerando

critérios de conveniência e oportunidade,

conceder ou não tal qualificação.

O instrumento de formalização da parceria entre a

Administração e a organização social é o contrato de

gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro

de Estado ou outra autoridade supervisora da área

de atuação da entidade.

As organizações sociais representam uma espécie

de parceria entre a Administração e a iniciativa privada,

exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98,

eram desempenhadas por entidades públicas. Por

isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está relacionado

com um processo de privatização lato sensu

realizado por meio da abertura de atividades públicas

à iniciativa privada.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos

humanos, da democracia e de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias

alternativas, produção e divulgação de informações

e conhecimentos técnicos e científicos que digam

respeito às atividades mencionadas neste artigo.

XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a

disponibilização e a implementação de tecnologias

voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer

meio de transporte.

Como já mencionamos, o instrumento que regula

essa relação do Poder Público com a OSCIP é o termo

de parceria, que discriminará direitos, responsabilidades

e obrigações das partes signatárias, prevendo

especialmente metas a serem alcançadas, prazo de

duração, direitos e obrigações das partes e formas de

fiscalização. Além disso, outra diferença marcante

entre a OSCIP da OS é que sua concessão é ato vinculado

(art. 1º, § 2º, Lei nº 9.790/1999), podendo-se falar

em um “direito adquirido” da empresa privada em

obter a qualificação de OSCIP. O requerimento deve

ser encaminhado ao Ministro da Justiça, na forma do

artigo 5º da referida Lei.

Esquematicamente, podemos estabelecer as principais

diferenças entre a OS e a OSCIP:

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público (OSCIPs) são também pessoas jurídicas de direito

privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa

dos particulares e qualificadas pelo Estado, para desempenhar

serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização

pelo Poder Público, formalizando a parceria com a

Administração Pública por meio de termo de parceria.

A lei que disciplina as OSCIPs é a Lei nº 9.790/1999,

sendo regulamentada pelo Decreto nº 3.100/1999. Seu

artigo 3º dá uma noção mais ampla e geral sobre as entidades

que podem ser qualificadas como OSCIPs, in verbis:

Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado

em qualquer caso, o princípio da universalização

dos serviços, no respectivo âmbito de atuação

das Organizações, somente será conferida às pessoas

jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,

cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma

das seguintes finalidades:

I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do

patrimônio histórico e artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se

a forma complementar de participação das organizações

de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a

forma complementar de participação das organizações

de que trata esta Lei;

V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio

ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e

social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos

sócio-produtivos e de sistemas alternativos de

produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção

de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de

interesse suplementar;

PRINCIPAIS

DISTINÇÕES

Quanto à

legislação

Quanto ao exercício

de funções

Quanto ao Instrumento

que formaliza

a relação

Quanto à vinculação

da

qualificação

Quanto ao

ente público

outorgante

Quanto à possibilidade

de direito

adquirido

OS

Lei nº

9.637/1998

Atividades

de interesse

público anteriormente

desempenhadas

pelo Estado

(mais restrito)

Contrato de

Gestão

Ato discricionário;

conveniência

e

oportunidade

Ministro de

Estado

Não há tal

possibilidade

OSCIP

Lei nº

9.790/1999

+ Decreto nº

3.100/1999

Atividades não

exclusivas do

Estado, mas

de relevante

interesse público

(mais

abrangente)

Termo de

Parceria

Ato vinculado;

disposição

legal

Ministro da

Justiça

Há direito adquirido

sobre a

outorga

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Determinado governador

pretende que sejam criadas uma nova autarquia e

uma nova empresa pública em seu estado.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

69


70

Nessa situação, serão necessárias

a) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia

e outra para a criação da empresa pública.

b) uma lei específica para a criação da autarquia e outra

para a autorização da instituição da empresa pública.

c) uma lei específica para a criação da empresa pública e

outra para a autorização da instituição da autarquia.

d) autorizações legais na norma geral acerca da nova

organização da administração pública estadual, não

havendo necessidade de a criação de nenhuma das

entidades ser feita por lei.

e) duas leis específicas: uma para a autorização da criação

da empresa pública e outra para a autorização da

criação da autarquia.

A questão é bastante simples, pois exige que o candidato

conheça uma diferença básica entre os entes

descentralizados da administração pública. As pessoas

jurídicas de direito público, como as autarquias,

são criadas por lei. As pessoas jurídicas de direito

privado, como empresas públicas e sociedades

de economia mista, já existem dentro da realidade

social. Precisam, porém, de autorização legislativa

para exercerem suas funções. Resposta: Letra B.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos órgãos públicos

e dos institutos da centralização e da descentralização

administrativa, assinale a opção correta.

a) Os entes criados por descentralização permanecem

hierarquicamente subordinados aos órgãos dos quais

foram descentralizados.

b) A administração centralizada atua por meio de órgãos

públicos, que são unidades dotadas de personalidade

jurídica e que expressam a vontade do Estado

c) A descentralização administrativa caracteriza-se pela

retirada de atribuições da esfera do interesse público

e sua transferência para o domínio privado.

d) A criação e a extinção de órgãos públicos devem

observar a exigência de lei ou decreto específico.

e) A descentralização política ocorre quando o ente

descentralizado exerce atribuições próprias que não

decorrem do ente central.

A letra A está errada, pois os entes criados por descentralização

não estão subordinados ao ente criador, uma vez

que eles possuem autonomia para exercer suas funções

por conta própria e responder pela prática de atos danosos.

A letra B está errada, pois os órgãos públicos são entes

despersonalizados, não podendo atuar por conta própria,

possuindo certa subordinação hierárquica ao Estado. A

letra C está errada, pois descentralização é o fenômeno

em que há delegação de competências de um ente público

para outro ente distinto, com personalidade jurídica própria.

A letra D está errada, pois a exigência de lei ou decreto

específico vale apenas para os entes descentralizados,

não para os órgãos públicos. Resposta: Letra E.

3. (FCC – 2016) Considere:

I. Determinado Estado da Federação fiscaliza a atividade

de autarquia estadual, com o objetivo de garantir a

observância de suas finalidades institucionais.

II. A Administração pública pode, através dos meios

legais cabíveis, impedir quaisquer atos que ponham

em risco a conservação de seus bens.

III. Os atos da Administração pública revestem-se de

presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção a

inversão do ônus da prova.

No que concerne aos princípios do Direito Administrativo:

a) todos os itens relacionam-se corretamente a princípios

do Direito Administrativo, quais sejam, princípios

da tutela, autotutela e presunção de legitimidade,

respectivamente.

b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito

Administrativo.

c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente

a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,

princípios da tutela e da autotutela, respectivamente,

estando o item III incorreto.

d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio

do Direito Administrativo, qual seja, o princípio da tutela,

estando os itens I e III incorretos.

e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a

princípios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios

da especialidade e da tutela, respectivamente,

estando o item III incorreto.

A frase I diz respeito ao poder de tutela (fiscalização)

que todo ente federativo integrante da Administração

Direta possui em relação às entidades descentralizadas

da Administração Indireta. A frase II corresponde

ao poder de autotutela, uma vez que pode realizar

atos, sempre em prol do interesse público, sem a

necessidade de prévia manifestação do Poder Judiciário.

A frase III diz respeito ao princípio da presunção

de legitimidade dos atos administrativos, uma

vez que a Administração Pública não pode agir como

bem entender, deve sempre respeitar o princípio da

legalidade, bem como deve fundamentar todos os

seus atos. Tal vinculação reveste os atos administrativos

de presunção juris tantum, o que significa que

admite prova em contrário. Resposta: Letra A.

4. (CONTEMAX – 2019) Complete a lacuna com a alternativa

CORRETA:

“A _____________é a entidade da administração pública

indireta considerada um serviço autônomo, criado

por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita

própria para executar atividades típicas da Administração

Pública, que requeiram para seu melhor

funcionamento, gestão administrativa e financeira

descentralizada”.

a) Empresa pública.

b) Autarquia.

c) Sociedade de economia mista.

d) Fundação.

e) Consórcio público.

As letras A e C estão erradas, porque as empresas

públicas e sociedades de economia mista não são

criadas por lei, mas, para o seu devido funcionamento,

precisam ser autorizadas por lei. Além disso, tais

pessoas podem exercer alguma atividade econômica,

o que não caracteriza como atividade típica da administração.

A letra D está errada, pois uma fundação

não é um serviço autônomo, mas a união do patrimônio

de diversos entes distintos para atender a uma

finalidade específica, de relevante interesse público. A

letra E está errada, pois consórcio público caracteriza-se

pela união voluntária, entre dois ou mais entes

da federação, sem fins lucrativos, com o intuito de

prestar serviços e desenvolver ações conjuntas que

promovam benefícios públicos. Resposta: Letra B.


5. (FCC – 2020) Acerca das fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público, a Constituição Federal de

1988 dispõe:

a) Aplica-se a imunidade tributária, no que se refere ao

patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas

finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

b) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia

e fundação, e autorizada a instituição de empresa

pública e de sociedade de economia mista, cabendo à

lei complementar, neste último caso, definir as áreas

de sua atuação.

c) A proibição de acumulação remunerada de cargos,

empregos e funções públicas aplica-se apenas às fundações

de direito público e não às de direito privado.

d) O afastamento eleitoral previsto no art. 38 da Constituição

Federal de 1988 não se aplica aos servidores

públicos da administração fundacional, apenas aos

que atuam na administração direta e autárquica.

e) Compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos

administradores e demais responsáveis por dinheiros,

bens e valores públicos da administração direta e indireta,

excluídas as fundações, que possuem conselho

fiscal para esse fim.

A letra B está errada, a Constituição dispõe que as

fundações não são criadas, mas autorizadas por

lei (art. 37, XIX). A letra C está errada, a proibição

de acumular estende-se a empregos e funções e

abrange autarquias, fundações, empresas públicas,

sociedades de economia mista, suas subsidiárias,

e sociedades controladas, direta ou indiretamente,

pelo poder público. A letra D está errada, o caput

do artigo 38 deixa claro que o afastamento eleitoral

aplica-se ao servidor público da administração direta,

autárquica e fundacional. A letra E está errada,

a Constituição no inciso II do artigo 71, não exclui

as fundações do julgamento de contas exercido pelo

Tribunal de Contas da União. Resposta: Letra A.

6. (FUNDATEC – 2019) As sociedades de economia mista

somente podem ser constituídas na forma de:

a) Sociedade anônima.

b) Sociedade limitada.

c) Sociedade por ações ou sociedade limitada.

d) Alguma das espécies previstas para as sociedades

empresárias.

e) Sociedade simples.

A questão exigia um conhecimento específico que diferencia

as empresas públicas das sociedades de economia

mista. Quanto à sua forma, as sociedades de economia

mista só podem ser constituídas na forma de sociedade

anônima, enquanto as empresas públicas podem se

constituir na forma que preferirem. Resposta: Letra A.

7. (FCC – 2017) A organização administrativa brasileira

tem como característica a:

a) não previsão de estruturas descentralizadas.

b) personificação de entes integrantes da Administração

indireta.

c) ausência de relações de hierarquia.

d) ausência de mecanismos de coordenação e de controle

finalístico.

e) inexistência de entidades submetidas a certas regras

de direito privado.

Impossível dizer que não há relações de hierarquia

e subordinação na organização administrativa. É

o caso dos órgãos públicos. Já os entes das Administração

Indireta possuem, sim, personalidade

jurídica própria, seus bens e patrimônio não se confundem

com os membros federativos. Porém, sofrem

controle de fiscalização pelo Poder Público que lhe

concedeu suas competências. Resposta: Letra B.

AGENTES PÚBLICOS

ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO

Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,

são agentes públicos as pessoas que exercem uma

função pública, ainda que em caráter temporário ou

sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla

e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,

dentro da organização da Administração Pública,

exercem determinada função pública.

Assim, podemos dizer que agente público é gênero,

o qual comporta diversas espécies, como os agentes

políticos, os agentes militares, os servidores públicos

estatutários, os empregados públicos, os agentes

honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar

cada um deles com maiores detalhes.

Agentes políticos

Os agentes políticos possuem como característica

principal o fato de exercerem uma função pública de

alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante

eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o

poder de extinguir a relação destes com o Estado de

modo automático pelo simples decurso do tempo.

Percebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o

Estado não é profissional, mas estatutária ou institucional.

São agentes políticos os parlamentares, o Presidente

da República, os prefeitos, os governadores,

bem como seus respectivos vices, ministros de Estado

e secretários.

Agentes Militares

Os agentes militares constituem uma categoria a

parte dos demais agentes políticos, uma vez que as

instituições militares possuem fortes bases fundamentadas

na hierarquia e na disciplina. Apesar de

também apresentarem vinculação estatutária, seu

regime jurídico é disciplinado por legislação especial,

e não aquela aplicável aos servidores civis. São agentes

militares os membros das Polícias Militares e dos

Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito

Federal e Territórios, bem como os demais militares

ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas

características que merecem destaque são: a proibição

de sindicalização dos militares, a proibição do

direito de greve, e a proibição à filiação partidária.

Servidores Públicos

De modo geral, podemos dizer que a Constituição

Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para

os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos

públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

71


72

Os servidores públicos são contratados pelo regime

estatutário, enquanto os empregados públicos são

contratados pelo regime celetista, que muito se assemelha

às regras contidas na CLT.

Atente-se a esse conceito: Servidor público é o

agente contratado pela Administração Pública, direta

ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecionado

mediante concurso público, para ocupar cargos

públicos, possuindo vinculação com o Estado de natureza

estatutária e não-contratual.

O regime dos cargos públicos é disciplinado pela

Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como

Estatuto do Servidor Público.

Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado

desse regime é o alcance da estabilidade mediante o

fim do período de estágio probatório. Tal alcance permite

que o servidor não seja desligado de suas funções,

salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença

judicial transitada em julgado, processo administrativo

disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica

de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988).

Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que

são vitalícios, que se apresentam de forma mais vantajosa,

uma vez que o estágio probatório possui um

tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os cargos

não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer

apenas mediante sentença condenatória transitada

em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura,

do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do

Ministério Público.

Além da estabilidade, é também assegurado aos

servidores estatutários alguns direitos trabalhistas,

vejamos aqui os mais importantes:

Art. 39 (...)

§ 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remuneração

de trabalho noturno superior ao diurno, c)

repouso semanal remunerado, d) férias remuneradas,

e) licença à gestante etc.

Empregado Público

De modo diferente da contratação dos servidores, os

empregados públicos são contratados mediante regime

celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de

uma vinculação contratual. A contratação de empregados

públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de

direito privado integrantes da Administração Indireta

(empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios

etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas também

depende da sua aprovação em concurso público.

O regime dos empregados públicos é menos protetivo

do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de

que os empregados públicos não gozam da estabilidade

que os servidores possuem. Ao serem empossados,

os empregados passam por um período de experiência

de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os

empregados públicos podem ser dispensados.

A diferença dos empregados públicos para com os

demais consiste no fato de que a sua demissão será sempre

motivada, após regular processo administrativo,

mediante contraditório e a ampla defesa. Importante

lembrar que, para a Administração Pública, a motivação

de seus atos, bem como o tratamento impessoal e a finalidade

pública, são princípios norteadores de sua atuação.

Uma demissão imotivada de um empregado público

seria absolutamente inadmissível nessas condições.

LEI Nº 8.112, DE 1990 E LEGISLAÇÃO PERTINENTE

O regime dos servidores públicos possui ampla previsão

normativa. Além do renomado artigo 37 da Constituição

Federal, no âmbito infraconstitucional temos a

Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos

Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurídico

dos servidores públicos da União, autarquias, fundações,

agências reguladoras e associações, todas em

âmbito federal. Bastante exigida em concursos públicos,

convém salientar as principais características a

respeito do regime dos servidores públicos:

PODERES, DEVERES, PRERROGATIVAS, CARGO,

EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

Para todos os efeitos legais, o servidor público está

intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Conforme

dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo

público é o conjunto de atribuições e responsabilidades

previstas na estrutura organizacional que devem ser

cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis

a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação

própria e vencimento pago pelos cofres públicos,

para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

A criação, transformação, e extinção de cargos,

empregos ou funções públicas depende sempre de uma

lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo

um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar

mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo.

Para ocupar um cargo público, é necessário haver

o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato

administrativo constitutivo e hábil para a investidura

do servidor no respectivo cargo. Com relação aos

requisitos para a investidura em cargo público, dispõe

o art. 5° da Lei n° 8.112/1990:

São requisitos básicos para investidura em cargo

público:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e

eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício

do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

Há diversas formas de provimento dos cargos

públicos, podendo ser classificados em dois grupos:

• Quanto à durabilidade: O provimento pode ser de

caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até

mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comissão,

quando o referido cargo não goza de estabilidade,

podendo o servidor ser destituído ad nutum, isso

é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor.

• Quanto à preexistência de vínculo: temos o provimento

originário, que não depende de vinculação

jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou derivado,

se o referido servidor já possuía algum vínculo

com o Estado (promoção, remoção, readaptação).

O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as formas

de provimento em cargos públicos:

• Nomeação: trata-se da única forma de provimento

originário, uma vez que não exige uma relação

jurídica prévia do servidor para com o Estado. A

nomeação depende sempre de prévia habilitação

em concurso público de provas, ou de provas e


títulos. Além disso, a nomeação poderá ser promovida

não somente em caráter efetivo, como também

para os cargos de confiança ou em comissão

(incisos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990)

• Promoção: é uma forma de provimento derivado,

haja vista que ela beneficia somente os servidores

que já ingressaram em cargos públicos em caráter

efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o

desenvolvimento do servidor na carreira, mediante

promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as

diretrizes do sistema de carreira na Administração

Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, parágrafo

único, da Lei n° 8.112/1990).

• Readaptação: é, também, uma forma de provimento

derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição

ao servidor para um cargo com funções e responsabilidades

distintas e compatíveis com a limitação

que tenha sofrido em sua capacidade física ou

mental, verificada em inspeção médica. Assim, por

exemplo, um motorista de ônibus que sofre acidente

e acaba perdendo algum membro essencial para

dirigir poderá ser readaptado para executar uma

função similar, mas não idêntica à anterior. Na

hipótese do servidor readaptando se mostrar completamente

inválido para exercer qualquer cargo,

ele será compulsoriamente aposentado.

• Reversão: outra forma de provimento derivado,

em que temos o retorno à atividade de um servidor

aposentado por invalidez, ou por puro e simples

interesse da Administração, desde que

a) tenha solicitado a reversão;

b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

c) estável quando na atividade;

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos

anteriores à solicitação;

e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servidores

Públicos).

A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o

cargo resultante de sua transformação. Em termos de

remuneração, o servidor que retornar à atividade por

interesse da Administração perceberá a remuneração

do cargo que voltar a exercer, em substituição da aposentadoria

que recebia (art. 25, § 4°, idem).

• Aproveitamento: mais uma forma de provimento

derivado consistente no retorno de servidor em

disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para

cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com

os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei n°

8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveitamento

e cassada a disponibilidade se o servidor não

entrar em exercício no prazo legal, salvo comprovada

doença por junta médica oficial (art. 32, idem).

• Reintegração: é a forma de provimento derivado

que ocorre pela reinvestidura do servidor estável no

cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante

de sua transformação, na hipótese de sua demissão

ser invalidada por decisão judicial ou administrativa,

tendo direito também ao ressarcimento de todas

as vantagens (art. 28, caput, Lei n° 8.112/1990).

Supondo que, em uma situação anterior, o servidor

Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse

motivo injusto pode advir de qualquer evento, como

ter sido erroneamente acusado de ter praticado

uma transgressão (falaremos das transgressões em

momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar

em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão

foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a administrativa

também) determinou a invalidação de sua

demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar

a trabalhar para a sua repartição pública.

Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante

será reconduzido ao cargo de origem, sem direito

à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,

posto em disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).

Como estamos buscando salientar, a Administração

não pode ficar criando cargos públicos a esmo, ele tem

um número certo de cargos e de servidores públicos

ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence originalmente

a Carlos. Assim, se por exemplo, durante o

período que esteve fora o servidor, Márcio estava ocupando

seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido para o

seu cargo de origem, ou se isso não for possível (porque

esse cargo foi extinto durante esse período), ele pode ser

aproveitado em outro cargo similar.

Não havendo outro cargo similar, Márcio será posto

em disponibilidade

• Recondução: por fim, a recondução é a forma

de provimento derivado consistente no retorno

do servidor público estável ao cargo anteriormente

ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio

probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela

reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da

Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a

da extinção do cargo durante o período de estágio

probatório. Nessas condições, segundo a Súmula

n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o servidor

será exonerado.

É o caso do servidor Márcio, já mencionado durante a

reintegração do servidor Carlos. A recondução tem prioridade

em relação a pôr o servidor em disponibilidade. Pôr

o servidor em disponibilidade é considerada uma última

medida, pois o correto é a Administração fazer com que

todos os servidores que contratou trabalhem para ela,

ela deve evitar de ter um quadro cheio de servidores que

recebem remuneração e outros benefícios, mas que ficam

“parados” porque não possuem um cargo para ocupar.

Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das

hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos

a extinção do cargo público:

Art. 33. São formas de vacância dos cargos

públicos:

I – exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

IV (REVOGADO);

V (REVOGADO);

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento.

Observe que algumas das hipóteses de vacância são

as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre

porque, como mencionamos, o provimento derivado

dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica

anterior entre o servidor e a Administração Pública.

Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder

Público necessita extinguir um cargo público (uma

relação jurídica anterior) para criar um cargo novo.

Dessas hipóteses, a que merece maiores esclarecimentos

é a exoneração. Nas linhas do artigo 35, a

exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor,

ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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74

realizada quando não satisfeitas as condições do estágio

probatório; ou ainda quando, tendo tomado posse, o

servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

A substituição encontra-se disposta no artigo 38

do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os servidores

investidos em cargo ou função de direção ou

chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial

terão substitutos indicados no regimento interno ou, no

caso de omissão, previamente designados pelo dirigente

máximo do órgão ou entidade.

A substituição é uma troca de um servidor por outro,

aplicável somente para os cargos de comissão ou função

de direção e chefia, bem como cargos de Natureza Especial.

O servidor substituto indicado assume, automaticamente,

o exercício do cargo, nos casos de afastamentos,

impedimentos legais ou regulamentares do titular, bem

como na hipótese de vacância do cargo.

Um direito muito importante do servidor substituto

é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava

antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição,

pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria

injusto o substituto ganhar menos do que recebia

antes da substituição.

Acumulação de cargo, emprego, e função pública

Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções

públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídico

brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de cargos

e empregos públicos. Tal proibição se estende,

inclusive, para as entidades da Administração Indireta.

O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe

no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na

Constituição, é vedada a acumulação remunerada de

cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor

sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos

que também possa ser aplicado aos agentes públicos

dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.

Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria

Constituição Federal dispõe de um rol de casos excepcionais

em que é permitida a acumulação dessas funções.

Há entendimento praticamente unânime de que

se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas

aquelas hipóteses de acumulação de cargos.

Assim, as hipóteses de acumulação de cargos constitucionalmente

autorizadas são:

• Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);

• Um cargo de professor com outro técnico ou científico

(art. 37, XVI, b);

• Dois cargos ou empregos privativos de profissionais

na área da saúde (art. 37, XVI, c);

• Um cargo de vereador com outro cargo, emprego

ou função pública (art. 38, III);

• Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.

95, par. único, I);

• Um cargo de membro do Ministério Público e outro

de magistério (art. 128, § 5°, II, d).

Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e

autorizações dos servidores públicos

Prerrogativa é qualquer situação de vantagem

obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.

No caso dos agentes públicos, existem algumas prerrogativas

que são comuns para todo e qualquer cargo

público, e existem algumas prerrogativas que são

mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos.

Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são

aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de

natureza política.

No momento, é importante focar nas prerrogativas

que se aplicam para todos os servidores públicos, que

ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande

prerrogativa diz respeito à estabilidade.

A estabilidade é a condição que o servidor público

atinge após completar alguns requisitos. O seu principal

efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor

público não pode ser demitido por razões de conveniência

ou oportunidade pela Administração. Ela não

pode demitir o servidor estável “porque não quer

mais” trabalhar com ele.

Segundo o artigo 21 do Estatuto dos Servidores

Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja

habilitado em concurso público e empossado em cargo

de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço

público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.

Interessante observar que a Constituição Federal

de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilidade

em seu artigo 41. Todavia, os requisitos são distintos:

para o Texto Constitucional, o servidor público só

adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de

efetivo exercício.

Isso não significa que, uma vez o servidor estando

estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não

sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá

“carta branca” para agir como bem entender. Por isso

o conteúdo do artigo 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor

estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado ou de processo administrativo

disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

O Texto Constitucional vai um pouco além: ele prevê

ao todo, quatro modalidades de demissão de servidor

estável. São elas:

• Por sentença judicial transitada em julgado: é

a forma mais demorada para se demitir um servidor,

considerando todo o aspecto burocrático existente

no processo judicial. O trânsito em julgado da

sentença somente ocorre quando esgotados todos

os recursos cabíveis.

• Mediante processo administrativo em que lhe

seja assegurada ampla defesa. As regras referentes

ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD)

serão vistas mais adiante.

• Mediante procedimento de avaliação periódica

de desempenho, na forma de lei complementar,

assegurada ampla defesa: quem não for aprovado

na avaliação periódica de desempenho, pode ser

exonerado de seu cargo público, independentemente

de ter completado o período de efetivo exercício.

• Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses

1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41.

Todavia, essa última hipótese encontra-se disposta

no inciso II, do §3º, do artigo 169 da CF/1988. Sob

o aspecto orçamentário e financeiro, não pode a

Administração Pública realizar gastos superiores

àqueles previstos em seu orçamento anual. Com

isso, havendo a necessidade, é possível, sim, que

um servidor estável seja exonerado de seu cargo,

apenas por motivos de “balancear” as contas

públicas.

Outra prerrogativa que merece maior destaque é

a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com

a estabilidade, mas não pode ser confundida com a

mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer

servidor: ela é somente concedida para alguns cargos

públicos especiais.


São considerados cargos vitalícios, segundo a própria

Constituição Federal: os cargos de Magistratura

(art. 95, I), os membros do Ministério Público (art. 128,

§ 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do Tribunal

de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°).

A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que

a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses

cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada mediante

sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única

hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante

uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade.

Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um

aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também

considerada como uma forma de exoneração a aposentadoria

compulsória, isso é, a concessão do referido

benefício previdenciário quando o servidor estável ou

vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade.

A diferença é que, no caso da aposentadoria compulsória,

o servidor para de trabalhar, mas continua recebendo

uma “remuneração”, chamada de provento.

A Lei n° 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elenca

diversos direitos e gratificações aos servidores

públicos, os quais são de grande importância conhecer.

Vejamos os principais direitos:

• Vencimentos: vencimentos está para o servidor

assim como o salário está para o empregado. Consiste

na retribuição pecuniária pelo exercício do

cargo público, cujo valor é previamente fixado

em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em

regra, irredutíveis.

• Remuneração: é mais abrangente. É o vencimento

do cargo, somado a todas as outras vantagens

pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor

pago ao servidor público, independentemente de

sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigente

(art. 39, § 3°, da CF/1988).

O artigo 39 da Constituição Federal apresenta

algumas regras gerais sobre o regime dos servidores

públicos. Dentre as regras constitucionais,

o §1° do referido dispositivo prevê que a fixação

dos padrões de vencimento e dos demais componentes

do sistema remuneratório observará

três aspectos: a natureza, o grau de responsabilidade

e a complexidade dos cargos componentes de

cada carreira; os requisitos para a investidura; e

também as peculiaridades dos cargos.

• Regime de subsídios: trata-se de uma forma especial

de remuneração, feita em uma única parcela.

O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da

CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir

os “supersalários” comumente existentes no regime

de servidores públicos brasileiros. Importante

ressaltar que recebem por subsídios somente os

Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magistrados,

ministros de Estado, secretários estaduais,

membros do Ministério Público e da Advocacia

Pública, entre outros.

• Indenizações: as indenizações são valores pagos

aos servidores, mas que não integram seus vencimentos.

O Estatuto prevê algumas hipóteses de

recebimento de indenizações:

• Ajuda de custo por mudança, devida como

forma de compensar as despesas de instalação

de servidor que tiver exercício em nova sede,

ocorrendo mudança de seu domicílio;

• Ajuda de custo por falecimento: devido à

família do servidor que vier a falecer na nova

sede, sendo devido para custear o transporte

para a localidade de origem;

• Diárias por deslocamento: devida ao servidor

que se afastar, por motivos de serviço, da sede

em caráter transitório, para outro local dentro ou

fora do país, receberá tal indenização como forma

de ajuda no custeio do processo de mudança;

• Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento

das despesas comprovadamente realizadas

pelo servidor com aluguel de moradia ou com

hospedagem realizado por algum hotel, dependendo

do preenchimento de alguns requisitos,

como não ter um imóvel funcional disponível

para uso, seu cônjuge não ser ocupante de

imóvel funcional, ou que nenhuma outra pessoa

que resida com o servidor receba a mesma

indenização etc.

• Gratificações, Adicionais e Retribuições: O

art. 61 do Estatuto dos Servidores Públicos também

prevê o pagamento das seguintes gratificações:

I - retribuição pelo exercício de função

de direção, chefia e assessoramento; II - gratificação

natalina; IV - adicional pelo exercício de

atividades insalubres, perigosas ou penosas; V

- adicional pela prestação de serviço extraordinário;

VI - adicional noturno; VII - adicional de

férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natureza

do trabalho; IX - gratificação por encargo

de curso ou concurso.

O servidor, em relação às férias, fará jus a trinta

dias de licença para cada 12 meses de serviço, que

podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos,

no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n°

8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três períodos,

desde que assim requeridas pelo servidor, e no

interesse da administração pública, na forma do § 3°

do mesmo dispositivo legal.

As licenças são uma espécie de afastamento com

algumas características próprias. Estão dispostas nos

artigos 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos

Federais. Conceder-se-á licença ao servidor:

I - por motivo de doença em pessoa da família;

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro;

III - para o serviço militar;

IV - para atividade política;

V - para capacitação;

VI - para tratar de interesses particulares;

VII - para desempenho de mandato classista.

Apesar de haver previsão para concessão de licença

por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipótese

acabou sendo revogada pela Lei n° 9.527/1997. As

licenças, como se depreende, são hipóteses de desligamento

temporário do servidor com o seu respectivo

cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno.

As licenças poderão ser concedidas com ou sem remuneração,

a depender de cada situação.

Os afastamentos, que não se confundem com as

licenças, são hipóteses em que há um desligamento

permanente do servidor com o seu cargo, e, em regra,

o seu prazo para retorno é bem maior, o que torna

menos provável a sua chance de retorno. Além disso,

quem tem interesse no afastamento do servidor são

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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ambos o servidor e a própria Administração Pública.

Estão previstos nos artigos 93 e seguintes da Lei n°

8.666/1990. São quatro hipóteses:

I – para servir a outro órgão ou entidade;

II – para exercício de mandato eletivo;

III – para estudos ou missões no exterior;

IV – para participação em programa de pós-graduação

stricto sensu dentro do País.

Para compreender melhor a diferença entre licenças

e afastamentos, segue uma tabela explicativa.

LICENÇA

Finalidade é de interesse

exclusivo do agente

público.

Ex: doença do cônjuge/

membro da família; para

exercer atividade política;

para tratar de interesses

particulares.

Possui prazos mais curtos

(dias, semanas).

Importante!

AFASTAMENTO

Finalidade é de interesse

do agente e da Administração

Pública.

Ex: realização de especialização;

realização de

missão no exterior; para

servir a outro órgão/

entidade.

Possui prazos mais longos

(meses, anos).

Uma questão que costuma cair com bastante frequência

nas provas de concurso público é sobre a

remuneração de servidor afastado para exercício

de mandato eletivo (artigo 94, Lei n° 8.112/1990).

A regra geral é que, para exercer um mandato eletivo,

o servidor deve se afastar do cargo e deixar

de receber a remuneração do mesmo. Porém,

tratando-se de exercício de mandato de Prefeito,

o servidor afastar poderá optar, dentre as duas

remunerações, por aquela que lhe for mais vantajosa

(valores maiores, mais benefícios etc.).

Outro aspecto importante: no caso de mandato de

Vereador, o servidor poderá exercer os dois cargos

e receber ambas as remunerações, desde que

comprovada a compatibilidade de horários (atua

como Vereador de dia e como agente público de noite,

e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois

cargos, o Vereador pode optar pela remuneração mais

vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque, muitas

vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores

de pequenos Municípios costuma ser menor do que

a remuneração do cargo público anterior, e ele pode

facilmente se locomover de um ambiente de trabalho

para outro nesse Municípios de porte menor.

Do Regime Previdenciário (RPPS)

Servidor público não é empregado. Por isso, não se

aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido

também como RGPS. Os servidores possui um regime

próprio denominado Regime Próprio de Previdência

dos Servidores (ou RPPS).

Esse regime tem suas políticas elaboradas e executadas

pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda.

Neste Regime, é compulsório para o servidor público

do ente federativo que o tenha instituído, com teto e subtetos

definidos pela Emenda Constitucional n° 41/2003.

Mas o Regime de Previdência dos Servidores também

possui dispositivos previstos em seu Estatuto.

Segundo o artigo 184 da Lei n° 8.112/1990, o Plano

de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a

que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende

um conjunto de benefícios e ações que atendam às

seguintes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de

doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade,

falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;

III - assistência à saúde.

De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é

garantido os seguintes benefícios previdenciários:

• Aposentadoria: possui previsão tanto na Constituição

Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regime

Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS)

também sofreu alterações na chamada “reforma

da previdência”, promulgada pela Emenda Constitucional

n° 103/2019. Com isso, temos dois textos

normativos que, até o presente momento, dispõem

sobre a aposentadoria.

À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor

será aposentado:

• Por incapacidade permanente para o trabalho, no

cargo em que estiver investido, quando insuscetível

de readaptação. O Texto Constitucional explicita que

será obrigatória a realização de avaliações periódicas

para verificação da continuidade das condições

que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma

de lei do respectivo ente federativo.

• Compulsoriamente, com proventos proporcionais

ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de

idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,

na forma de lei complementar n° 152/2015. Essa

Lei complementar dispõe sobre a aposentadoria

compulsória com proventos proporcionais, sendo

aplicável aos servidores ocupantes de cargos públicos

da União, Estados, Municípios, Distrito Federal

e suas autarquias e fundações; aos membros do

Poder Judiciário; aos membros do Ministério Público;

e aos membros da Defensoria Pública.

• Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62

(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65

(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no

âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

na idade mínima estabelecida mediante

emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,

observados o tempo de contribuição e os

demais requisitos estabelecidos em lei complementar

do respectivo ente federativo.

Com base na Lei n° 8.666/1990 (art. 186), ao servidor

federal poderá ser concedido aposentadoria:

• Aposentadoria por invalidez permanente; sendo os

proventos integrais quando decorrente de acidente

em serviço, moléstia profissional ou doença grave,

contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais

nos demais casos;

• Aposentadoria compulsória, aos setenta anos de

idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

ou ainda


• Aposentadoria voluntária, de acordo com os

seguintes critérios de idade e de contribuições: aos

35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos

30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos

30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções

de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se

professora, com proventos integrais; aos 30 (trinta)

anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco)

se mulher, com proventos proporcionais a esse

tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se

homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos

proporcionais ao tempo de serviço.

Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional

n° 103/2019, as regras para a aposentadoria voluntária

dos agentes públicos sofreram algumas alterações.

As chances de uma questão sobre essas novas regras

caírem em uma prova no momento são pequenas, mas

é importante se prevenir. Existem também regras de

transição mais específicas, as quais devem ser conhecidas

pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso,

uma leitura da emenda constitucional 103/2019, na

íntegra, é altamente recomendada.

• Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalidade

é devido à servidora por motivo de nascimento

de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento

do serviço público, inclusive no caso de

natimorto.

• Salário-Família (art. 197): o salário-família é

devido ao servidor segundo o número de dependentes

econômicos deste. Para todos os efeitos, são

considerados dependentes econômicos, na forma

do artigo 197, parágrafo único:

I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive

os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se

estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido,

de qualquer idade;

II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante

autorização judicial, viver na companhia e às

expensas do servidor, ou do inativo;

III - a mãe e o pai sem economia própria.

• Licença para tratamento de saúde (art. 202),

essa licença dependente de perícia médica, sem

prejuízo da remuneração a que fizer jus. O servidor

precisa comprovar que realmente está doente

e não pode trabalhar.

• Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade

(art. 207): a licença à gestante/adotante/

paternidade será concedida por prazo não superior

a 120 dias, sem prejuízo da remuneração.

Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar

esse prazo, desde que o requeira até o final do primeiro

mês após o parto, e terá duração de sessenta

dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo Decreto

n° 6.690/2008

• Licença por acidente em serviço (art. 211): o

Estatuto considera como acidente em serviço o

dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se

relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições

do cargo exercido.

• Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros

benefícios que não é devido ao servidor (por

motivos óbvios), mas a seus dependentes, incluindo

nesse grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou

separado judicialmente ou de fato; o companheiro

ou companheira que comprove união estável

como entidade familiar; ou ainda ao filho de qualquer

condição, ou seja, todos os entes equiparados

a filho (enteado, menor tutelado), desde que

preencha as seguintes condições: a) seja menor de

21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha deficiência

grave; ou ainda d) tenha deficiência intelectual

ou mental.

• Auxílio-reclusão (art. 229): outro benefício também

devido aos dependentes do servidor, cujo

valor poderá ser:

I - dois terços da remuneração, quando afastado

por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,

determinada pela autoridade competente, enquanto

perdurar a prisão;

II - metade da remuneração, durante o afastamento,

em virtude de condenação, por sentença definitiva,

a pena que não determine a perda de cargo.

Dos Deveres e Responsabilidades dos Servidores

Públicos

Apesar da grande quantidade de direitos e vantagens,

o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui aos

mesmos diversos deveres, com base no regime disciplinar

o qual, se não for atendido, enseja a instauração de processo

disciplinar para a apuração de infrações funcionais.

Nos termos do artigo 116 da Lei n° 8.112/1990:

Art. 116 São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do

cargo

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando

manifestamente ilegais;

V - atender com presteza;

a) ao público em geral, prestando as informações

requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa

de direito ou esclarecimento de situações de interesse

pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência

em razão do cargo ao conhecimento da autoridade

superior ou, quando houver suspeita de envolvimento

desta, ao conhecimento de outra autoridade

competente para apuração;

VII - zelar pela economia do material e a conservação

do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade

administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou

abuso de poder.

Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei

impõe aos servidores públicos diversas proibições.

Trata-se de uma matéria que exige grande capacidade

de memorização, ainda que não necessite de um alongamento

muito detalhado.

Art. 117 Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem

prévia autorização do chefe imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,

qualquer documento ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

77


78

IV - opor resistência injustificada ao andamento de

documento e processo ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço

no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora

dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição

que seja de sua responsabilidade ou de seu

subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de

filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou

a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo

ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou

parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal

ou de outrem, em detrimento da dignidade da função

pública;

X - participar de gerência ou administração de

sociedade privada, personificada ou não personificada,

exercer o comércio, exceto na qualidade de

acionista, cotista ou comanditário;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a

repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios

previdenciários ou assistenciais de parentes até o

segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem

de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado

estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da

repartição em serviços ou atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas

ao cargo que ocupa, exceto em situações de

emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam

incompatíveis com o exercício do cargo ou função e

com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais

quando solicitado.

Por fim, em relação à responsabilidade dos servidores

públicos, o art. 121 da Lei n° 8.112/1990 é bastante

claro ao dispor que “O servidor responde civil,

penal e administrativamente pelo exercício irregular

de suas atribuições”. Vemos, então, que uma única

conduta praticada pelo referido servidor pode ensejar

em responsabilização em três esferas distintas. A

responsabilidade civil do servidor público decorre

da prática de atos comissivos ou omissivos, que sejam

capazes de causar danos materiais ao erário (patrimônio

público), ou a terceiros.

A responsabilidade penal do servidor tem seu

fundamento na apuração de uma conduta criminal,

isso é, a hipótese em que o servidor público possa praticar

um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade

penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma

vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto

pela condenação do servidor condenado, como pela

sua absolvição pela falta de provas materiais ou pela

negação de sua autoria, sendo essas últimas hipóteses

apenas exceções.

A responsabilidade administrativa, por outro

lado, consiste na instauração de processo disciplinar

(art. 116 e seguintes, Lei n° 8.112/1990), pelo qual

haverá a verificação da conduta delituosa do agente,

bem como a aplicação da pena mais adequada.

Imprescindível reforçar que a aplicação de qualquer

pena ao servidor público pressupõe um processo

administrativo, sendo assegurado ao acusado direito

ao contraditório e à ampla defesa, sendo obrigatória,

inclusive, a presença do advogado em todas as fases

do referido processo (Súmula n° 343 do STJ).

Todavia, tal entendimento vem sofrendo alterações,

pois o STF já reconheceu em Súmula Vinculante

n° 5 entendimento de que a falta de defesa

técnica no processo administrativo disciplinar não é

inconstitucional.

Em relação às penalidades administrativas aplicáveis

aos servidores públicos, a Lei n° 8.112/1990

(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções:

• Advertência: é a sanção mais branda, aplicável

por escrito para o servidor que cometer atos como:

ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar

fé a documento público; retirar qualquer documento

da repartição sem a devida autorização;

manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou

parente até o segundo grau; entre outros.

• Suspensão: aplicável somente quando o servidor

é reincidente nas faltas puníveis por advertência,

desde que não tipifiquem infrações sujeitas a

demissão do cargo. A suspensão não poderá ser

aplicada por prazo maior a noventa dias.

• Demissão: trata-se da penalidade mais grave atribuída

ao servidor público, uma vez que tem o condão

de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será

aplicada nos casos em que o servidor: cometer

crime contra a administração pública; abandonar

seu cargo; improbidade administrativa; praticar

conduta escandalosa na repartição; ofender fisicamente,

em serviço, outro servidor; revelar segredo

o qual obteve devido a sua função; corrupção;

receber propina, comissão, ou outra vantagem de

qualquer espécie em razão de suas atribuições;

etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infrator

retorne ao serviço público federal, por isso trata-se

de uma das penalidades mais gravosas.

• Cassação de Aposentadoria ou da Disponibilidade:

o servidor inativo que houver praticado

falta punível com a demissão, terá a sua aposentadoria,

ou sua disponibilidade cassada.

• Destituição de Cargo em Comissão ou Função

Comissionada: caso o servidor ocupante de cargo

não efetivo cometa uma das faltas passíveis da

pena de suspensão e demissão, poderá perder o

seu cargo de confiança ou função comissionada.

Por fim, é importante ressaltar que ao servidor é

conferido direito de petição, na forma do artigo 104 e

seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e

interesses próprios em face do Poder Público. O requerimento

será dirigido à autoridade competente para

decidi-lo e na sequência encaminhado por intermédio

daquela a qual o servidor estiver imediatamente

subordinado. Deve ser respeitado o princípio do contraditório

e da ampla defesa, dando espaço para que

tanto o servidor público como o Estado possam impugnar

todos os pontos do requerimento, apresentar sua

defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei

n° 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem.

O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos,

quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria

ou disponibilidade, ou que afetem interesse

patrimonial e créditos resultantes das relações de

trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais

casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.


Do Processo Administrativo Disciplinar: conceito,

princípios, fases e modalidades

O processo administrativo é o instrumento destinado

a apurar as responsabilidades do servidor por

infração praticada no exercício de suas atribuições ou

relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocorrer

em procedimento ordinário ou em sindicância.

A sindicância é definida como uma averiguação

sumária promovida no intuito de obter informações

ou esclarecimentos necessários à determinação do

verdadeiro significado dos fatos denunciados. Comparando

com o processo penal, pode-se afirmar que a

sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois

o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão:

ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,

e se é necessário instaurar o processo posteriormente.

Segundo o artigo 145, da sindicância poderá resultar:

I - arquivamento do processo; II - aplicação de

penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta)

dias; III - instauração de processo disciplinar.

Como forma de impedir que o servidor venha

interferir de forma negativa durante a investigação

da apuração de sua conduta, estabelece o artigo 147 o

afastamento preventivo do mesmo:

Como medida cautelar e a fim de que o servidor

público não venha a influir na apuração da irregularidade

ao mesmo atribuída, a autoridade instauradora

do processo administrativo-disciplinar,

verificando a existência de veementes indícios de

responsabilidades, poderá ordenar o seu afastamento

do exercício do cargo.

Uma vez encerrada a sindicância e, constatado uma

conduta irregular, temos o início do processo administrativo

disciplinar (PAD), ou ordinário. Segundo o

artigo 148, o processo administrativo ordinário é

o instrumento destinado a apurar responsabilidade do

servidor público pela infração praticada no exercício de

suas atribuições ou que tenha relação com as atribuições

do cargo em que se encontre investido.

Segundo o artigo 149, o processo será conduzido

por Comissão composta de três servidores estáveis

designados pela autoridade competente, observado o

disposto no § 3° do art. 143, que indicará, dentre eles,

o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo

efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de

escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Não temos a figura de um Juiz de Direito no processo

administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”.

A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela

fica encarregada de realizar um relatório contendo

todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente

investigados.

Ao todo, são três as fases do processo administrativo

disciplinar (art. 151):

I - instauração, com a publicação do ato que constituir

a comissão;

II - inquérito administrativo, que compreende instrução,

defesa e relatório;

III - julgamento.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá

a tomada de depoimentos, acareações, investigações

e diligências cabíveis, objetivando a coleta

de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos

e peritos, de modo a permitir a completa elucidação

dos fatos.

O inquérito administrativo é a fase em que temos a

apuração da responsabilidade disciplinar do servidor

público. Ela compreende a fase instrutória (colheita

de provas), a citação e apresentação da defesa do servidor

que está sendo acusado, além da produção de

um documento chamado relatório.

Importante o conteúdo do artigo 156, ao dispor

que:

Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de

acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio

de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas,

produzir provas e contraprovas e formular

quesitos, quando se tratar de prova pericial.

Esse artigo 156 trata de um conteúdo muito importante,

por ser a respeito do direito de defesa do servidor

público. Não é porque não estamos num processo

judicial (com a figura de um membro do Poder Judiciário)

que não devem ser aplicados os princípios

mais básicos e fundamentais do mesmo. É cabível no

processo administrativo o respeito ao contraditório e

ampla defesa, a disparidade de armas, o direito de ter

ciência e conhecimento do processo, o direito de ser

representado por autoridade competente etc.

A seguir temos alguns meios de prova que são

admitidos no processo administrativo. São muito

parecidos, praticamente os mesmos meios de prova

admitidos em processo judicial.

As testemunhas estão dispostas no artigo 157, e

serão intimadas a depor mediante mandado expedido

pelo presidente da comissão, devendo a segunda via,

com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

Quem chama as testemunhas para colher seus respectivos

depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos

os meios de prova, é a Comissão e não a autoridade

julgadora. Esta somente vai atuar no PAD quando

todo o trabalho da Comissão tiver encerrado.

Se a testemunha for servidor público, a expedição

do mandado tem que ser imediatamente comunicada

ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do

dia e hora marcados para inquirição. (art. 157, parágrafo

único). O servidor não pode se ausentar de seu serviço

sem apresentar uma justificativa válida para tanto.

Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão

promoverá o interrogatório do acusado, observados

os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

No caso de mais de um acusado, cada um deles será

ouvido separadamente e, sempre que divergirem em

suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será

promovida a acareação entre eles.

A citação do indiciado está disposta no artigo 161.

Tipificada a infração disciplinar, será formulada a

indiciação do servidor, com a especificação dos fatos

a ele imputados e das respectivas provas. O indiciado

será citado por mandado expedido pelo presidente da

comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de

10 (dez) dias, sendo assegurado dar vista do processo

na repartição, isso é, olhar página por página, parágrafo

por parágrafo, tudo o que já foi produzido no PAD.

Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente

citado, não apresentar defesa no prazo legal.

A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo

e devolverá o prazo para a defesa.

Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão elaborará

um relatório de tudo que foi constado no processo.

Não é ainda uma decisão, pois o relatório será

encaminhado para a autoridade julgadora.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

79


80

A fase do julgamento tem início com o recebimento

do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20

dias (art. 167) para decidir se acata o relatório ou não.

O artigo 168, caput e Parágrafo Único, dispõe, de

modo geral, que a autoridade julgadora não está subordinada

ao que foi dito no relatório da Comissão.

O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo

quando contrário às provas dos autos. Quando

o relatório da comissão contrariar as provas dos

autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,

agravar a penalidade proposta, abrandá-la

ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 172 O servidor que responder a processo

disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou

aposentado voluntariamente, após a conclusão

do processo e o cumprimento da penalidade, acaso

aplicada. Ocorrida a exoneração de que trata o

parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido

em demissão, se for o caso.

A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão

do procedimento administrativo de que resultou sanção

disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias

que possam justificar a inocência do requerente, mencionados

ou não no procedimento original (art. 174).

A revisão é uma de defesa utilizada pelo acusado

ou seu representante, para que a autoridade possa

realizar um novo julgamento do PAD, porque apareceu

um fato ou circunstância nova que comprovem a

inocência do requerente.

A revisão de que trata este artigo poderá ser requerida

em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento

do servidor público, por qualquer pessoa da família;

ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor

público, pelo respectivo curador (art. 174, §§ 1° e 2°).

No processo revisional, o ônus da prova recai sempre

ao requerente, correndo em apenso ao processo

original (arts. 175 e 178).

A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para

a conclusão dos trabalhos de revisão. O prazo para

julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento

do processo, no curso do qual a autoridade

julgadora poderá determinar diligências (art. 181,

parágrafo único).

Lembrando que, se da revisão do processo resultar

a inocência do servidor, ele tem direito de ser reintegrado

ao cargo que antigamente ocupava.

A revisão do processo não admite a reformatio in

pejus, o que significa que não poderá resultar agravamento

da penalidade já aplicada (art. 182, parágrafo único).

REGIME JURÍDICO ÚNICO

PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,

REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS

E VANTAGENS, REGIME DISCIPLINAR,

RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E

ADMINISTRATIVA

Os referidos tópicos foram abordados em “Poderes,

deveres, prerrogativas, cargo, emprego e função

pública”.

PODERES ADMINISTRATIVOS

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

A Administração Pública tem vários objetivos a

cumprir, sempre buscando o interesse público, sob

diversas formas diferentes. Para o alcance desses

objetivos, lançará mão de instrumentos. Os atos administrativos

são, sem dúvida, um desses instrumentos.

No assunto de hoje veremos uma outra forma

de entender como a Administração Pública causa

mudanças no mundo real. Os poderes administrativos

instrumentos dotados de prerrogativas, para que a

Administração Pública possa executar determinadas

tarefas. Não são absolutos, pois encontram limitações

nos direitos dos particulares. Por outro lado, são marcados

pela irrenunciabilidade e pela obrigatoriedade

de exercício.

Uma vez que eles são de exercício obrigatório, a

doutrina vê esse poder como um poder-dever. Pois,

ao mesmo tempo em que há neles possibilidades de

imposição perante o particular, há também a imposição

ao agente público competente do seu exercício

para que seja alcançado o interesse público.

Passemos agora a conhecer os diferentes poderes

administrativos.

PODER HIERÁRQUICO

Por meio do poder hierárquico, a Administração

Pública se organiza, atribuindo as competências e

responsabilidades a seus órgãos e agentes da melhor

maneira possível.

Esse poder se manifesta não só na possibilidade de

organização, como também por meio da hierarquização

das estruturas, permitindo a imposição de diretrizes,

ordens e revisão de trabalhos dentro da cadeia de

subordinação.

Devemos, no entanto, nos lembrar que esse poder

não será absoluto, devendo o agente público que eventualmente

receber ordem ilegal se recusar a cumpri-la.

No estatuto dos servidores civis federais temos, especificamente

no artigo 116, a previsão da desnecessidade

do cumprimento de ordem manifestamente ilegal.

Lei nº 8.112/90.

Art. 116. São deveres do servidor:

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando

manifestamente ilegais;

Os superiores hierárquicos têm a possibilidade de

delegar determinadas atribuições aos subordinados,

quando assim julgar conveniente.

Nesse contexto, temos algumas atribuições que

não podem ser delegadas. São elas as seguintes:

• Atribuição de um Poder político para outro (salvo

quando previsto na CF/88);

• Atribuições previstas em lei como exclusivas;

• Atribuições de natureza política.

Especificamente na esfera federal, com base na Lei

nº 9.784/99, temos algumas outras limitações para a

possibilidade de delegação. Vejamos.

• Atos de caráter normativo;


• Decisão de recurso administrativo;

• Matéria de competência exclusiva.

Poderá ocorrer também a avocação, que é trazer

para si atribuições do subordinado, sempre em caráter

temporário.

PODER DISCIPLINAR

O poder disciplinar é a possibilidade que tem a

Administração Pública de aplicar sanções àqueles que

a ela estejam vinculados, ainda que temporariamente.

Aqui temos um ponto que merece atenção. Para

que tenhamos a manifestação do poder disciplinar é

necessário que haja um vínculo.

Tal vínculo poderá ser contratual (particular que

presta serviços à Administração Pública) ou funcional

(servidor público). Em que pese a natureza diferentes

desses vínculos, há um vínculo específico.

Por outro lado, aquele que sofre sanção por cometer

alguma irregularidade, por exemplo, no âmbito da

legislação de trânsito, não será sancionado com base

no poder disciplinar, mas baseado no poder de polícia

(que conheceremos em breve).

PODER REGULAMENTAR

O poder regulamentar é aquele por meio do qual

as autoridades do Poder Executivo expedem regulamentos

para o cumprimento das leis.

Esse poder regulamentar tem como objetivo dar

maior concretude às normas constantes das leis, emanando

diretrizes específicas e detalhadas para seu

melhor cumprimento.

É importante ter em mente que não há, em regra, a

possibilidade de inovação, mas apenas de pormenorização

e detalhamento dos comandos constantes das leis.

Nesse contexto, é importante conhecermos três

tipos de regulamentos trazidos pela doutrina.

O regulamento executivo (também chamados de

decretos regulamentares), que terá como finalidade o

cumprimento das leis, sendo atos normativos secundários.

Em que pese o dispositivo constitucional abaixo se

referir apenas ao Presidente da República, sua aplicação

deve ser estendida a todos os Chefes de Poder Executivo.

Por fim, teremos os regulamentos autorizados,

que são atos normativos expedidos com base em autorização

concedida pelo Poder Legislativo. Esse fenômeno

é conhecido como deslegalização. Nele a lei

autoriza que um tema que originariamente deveria

ser tratado por meio de uma lei seja definido por meio

de um decreto.

Aqui temos um ato normativo secundário que

poderá inovar por expressa previsão legal. Normalmente

acontece em matérias excessivamente técnicas.

Há na doutrina uma interpretação segundo a qual

o poder regulamentar é exercido apenas pelos Chefes

de Poder Executivo. Enquanto que o poder normativo

seria exercido pelas outras autoridades. Nesse

entendimento, o poder normativo é um conceito mais

amplo, que engloba o conceito de poder regulamentar.

PODER DE POLÍCIA

Poder de polícia pode ser entendido como a capacidade

que tem o Estado de restringir liberdades individuais,

uso de bens, fruição de direitos em prol da

coletividade.

Temos aqui um poder essencialmente discricionário.

Por meio do seu exercício temos a possibilidade da

imposição do pagamento de taxas (espécie de tributo)

por expressa previsão do Código Tributário Nacional.

Código Tributário Nacional

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade

da administração pública que, limitando ou disciplinando

direito, interesse ou liberdade, regula

a prática de ato ou abstenção de fato, em razão

de interesse público concernente à segurança, à

higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da

produção e do mercado, ao exercício de atividades

econômicas dependentes de concessão ou autorização

do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao

respeito à propriedade e aos direitos individuais ou

coletivos.

A doutrina classifica o poder de polícia em amplo e

restrito. Isso porque, para que haja qualquer restrição

a um direito individual é necessário que antes haja a

previsão legal. Ou seja, o poder de polícia nasce em

uma restrição trazida pela lei.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da

República (...)

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,

bem como expedir decretos e regulamentos para

sua fiel execução;

O regulamento autônomo terá a capacidade de

inovar na ordem jurídica por expressa previsão constitucional,

sendo atos normativos primários. Ou seja,

ele não regulamenta uma lei, pois traz normas verdadeiramente

novas.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da

República:(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração

federal, quando não implicar aumento de despesa

nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando

vagos;

• Poder de polícia em sentido amplo: atos normativos

do Poder Legislativo e Executivo;

• Poder de polícia em sentido estrito: atos do

Poder Executivo que impliquem em limitações aos

administrados.

Muita atenção para a diferença que será apresentada

agora! Não se pode de forma alguma confundir a

atuação da polícia judiciária com o poder de polícia da

Administração Pública.

A polícia judiciária é aquela que atua junto ao

Poder Judiciário para a elucidação de crimes e contravenções

penais. No âmbito estadual será a Polícia Civil

e no âmbito federal a Polícia Federal.

Já o poder de polícia da administração se manifestará

na prevenção e repressão de ilícitos, pelo

menos inicialmente, de natureza administrativa. Por

exemplo, se você tem um restaurante, deve obedecer

à regulamentação da vigilância sanitária, sujeito a

sanções.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

81


82

O poder de polícia atuará de três formas distintas:

preventiva (atos normativos), repressiva (apreensões,

multas) e fiscalizadora (vistorias).

O poder de polícia possui três atributos. Vejamos

cada um deles.

Primeiramente, temos a discricionariedade. É da

própria essência do poder de polícia, estando a atuação

da Administração Pública associada à conveniência

e oportunidade.

Temos também a autoexecutoriedade, que permite

à Administração Pública decidir e praticar seus atos

sem submeter-se a outro Poder.

Aqui, assim como vimos por ocasião do estudo dos

atos administrativos, teremos duas possibilidades:

• Previsão expressa em lei;

• Situação de urgência que requer imediata intervenção.

A autoexecutoriedade é desdobrada por alguns

autores em outros dois atributos:

• Exigibilidade: capacidade de impor ao administrado

suas próprias decisões, sem a necessidade de

autorização de outro Poder;

• Executoriedade: executar as ações próprias,

inclusive, com uso de força física.

Por fim, temos a coercibilidade, que é a capacidade

que tem a Administração Pública de impor sua vontade ao

administrado, independentemente da sua concordância.

USO E ABUSO DO PODER

O abuso de poder mostra quando, de alguma forma,

o agente competente desrespeita os limites que a

lei impõe a sua atuação.

Temos duas espécies. Vejamos quais são.

• Excesso de poder (ou desvio de competência):

o agente competente extrapola os limites de sua

competência, configurando vício do elemento

competência;

• Desvio de finalidade: o agente atua conforme a

lei, mas busca fim diverso do previsto, configurando

vício do elemento finalidade.

Dica

Relembrando o que aprendemos quando do

estudo dos atos administrativos, é possível a

convalidação (correção) do vício que recai sobre

o elemento competência. No entanto, o vício que

recai sobre o elemento finalidade é insanável.

ATO ADMINISTRATIVO

CONCEITO

Podemos entender ato administrativo como uma

manifestação unilateral relevante para o mundo jurídico.

Por meio deles, a Administração Pública irá procurar

os efeitos jurídicos ligados aos diversos interesses públicos

que estará buscando, de acordo com cada situação.

• Ato administrativo: manifestação unilateral da

Administração Pública com objetivo de atingir o

interesse público por meio de efeitos jurídicos.

Devemos ter em mente que esse conceito deve ser

entendido como a atuação da Administração Pública,

em regra, por meio de seu poder de império, se

impondo perante o particular.

Por outro lado, o termo atos da administração

será entendido quando a Administração Pública atua

desprovida de seu poder de império, portanto em

igualdade com o particular.

Não confunda atos administrativos com atos da

administração. Os atos administrativos são predominantemente

regidos pelo direito público, enquanto os

atos da administração, predominantemente regidos

pelo direito privado.

VALIDADE, EFICÁCIA, ATRIBUTOS, EXTINÇÃO,

DESFAZIMENTO E SANATÓRIA

São cinco os requisitos ou elementos do ato administrativo:

competência, finalidade, forma, motivo

e objeto. Quando temos a ausência ou algum tipo de

vício sobre um deles, poderemos ter até mesmo a nulidade

total do ato. Vejamos cada um deles.

Competência

É o conjunto de atribuições de determinado agente

público, entidade ou órgão. Para que haja o respeito a

esse requisito, é necessário que autoridade que pratica

o ato esteja respaldada por atos normativos, ainda

que infralegais.

A competência é irrenunciável, intransferível

e imprescritível (não se extingue com o decurso do

tempo). No entanto, a lei permite a delegação e a avocação.

Esta sempre ocorrerá no contexto hierárquico

entre os órgãos envolvidos, o que não se impõe ao instituto

da delegação, que poderá ocorrer entre órgãos

sem subordinação hierárquica.

Vejamos agora alguns vícios que podem recair

sobre o requisito competência.

Inicialmente temos o usurpador de função. Nesse

caso uma pessoa se passa por agente público, exercendo

suas atribuições sem ter qualquer ligação com

a Administração Pública. Aqui não há possibilidade

de convalidação do ato (conserto, correção), pois ele

é inexistente. Tal conduta é crime previsto do artigo

328 do Código Penal. Exemplo: pessoa se finge de fiscal

para extorquir e aplica multa.

Em seguida, temos o excesso de poder, que ocorre

quando a autoridade competente pratica um ato até

previsto no ordenamento jurídico, mas fora de suas

atribuições. Tal ato é passível de convalidação, desde

que seja realizada pela autoridade que teria competência

para praticar o ato inicialmente. Exemplo:

superior hierárquico aplica pena de suspensão de 20

dias, quando a lei permitiria apenas 15.

Finalmente temos a função de fato. Esse é o caso

em que o agente fora irregularmente investido pela

Administração Pública nas funções que esteja exercendo.

Nesse caso os atos praticados deverão ser convalidados

desde que haja boa-fé dos terceiros envolvidos.

Exemplo: servidor empossado em cargo público sem

ter a escolaridade mínima prevista em edital.


Finalidade

O ato administrativo sempre terá como finalidade

atingir o interesse público. No entanto, de acordo

com o contexto aplicável, teremos uma finalidade

específica àquele ato praticado. Diante disso temos

dois conceitos: finalidade geral (mediata) e finalidade

específica (imediata).

• Finalidade geral (mediata): satisfação do interesse

público.

• Finalidade específica (imediata): alcance do resultado

específico esperado para o ato.

O vício que recai sobre finalidade não poderá ser

convalidado. Aqui temos duas hipóteses, que vão seguir

a linha dos conceitos de finalidade colocados acima.

A finalidade geral poderá ser ferida quando o

agente público pratica o ato em interesse próprio.

Vejamos um exemplo. Caso um superior promova a

remoção de um servidor com base em divergências

políticas, o ato foi praticado com o objetivo de atender

a um interesse particular, não ao interesse público,

portanto será viciado.

Já a finalidade específica, utilizando uma hipótese

parecida, será ferida quando a remoção de um servidor

para um município diferente ocorrer com a finalidade

de punir o servidor por determinada conduta

irregular. Nesse caso, ainda que haja motivo para que

o servidor seja punido, a remoção não é prevista como

punição, mas como instrumento de gestão de pessoal.

Forma

A forma é o modo pelo qual é exteriorizado o ato

administrativo. Nesse contexto, importante trazermos

o artigo 22, da Lei nº 9.784/99, Lei do Processo Administrativo

Federal.

Lei nº 9.784/99

Dica

Art. 22. Os atos do processo administrativo não

dependem de forma determinada senão quando a

lei expressamente a exigir.

No dispositivo podemos perceber o princípio da

informalidade, que não deve ser utilizada para

impedir ou retardar a prática dos atos pelos interessados

no processo administrativo.

Motivo

Agora vamos ao atributo motivo, que corresponde aos

fundamentos de fato e de direito que respaldam a execução

do ato administrativo. Vamos entender melhor isso.

Aqui temos duas definições passíveis de serem

cobradas em prova.

• Motivo de direito: a previsão em lei de hipótese

que irá permitir a execução do ato.

• Motivo de fato: a ocorrência da hipótese prevista

em lei no mundo real.

Para o melhor entendimento, é interessante um

exercício de imaginação. Imagine-se diante do espelho.

A sua imagem é uma projeção abstrata, enquanto

você é real. Assim são os motivos de fato e de direito.

Eles são como o corpo e a imagem. Para que o ato possa

ser praticado, você deve ter tanto a ocorrência na

realidade como a sua previsão abstrata em lei.

Temos agora uma informação com a qual você

deve ter muito cuidado: não confunda motivo com

motivação. O motivo fora devidamente abordado acima.

A motivação é a exposição dos motivos que o respaldam

quando for praticado o ato.

Vejamos agora o que traz a Lei nº 9.784/99 sobre a

motivação de atos administrativos.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,

com indicação dos fatos e dos fundamentos

jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou

sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso

ou seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de

processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada

sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,

propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou

convalidação de ato administrativo.

Há a possibilidade da motivação de um ato administrativo

por meio da referência a outro ato ou

processo. É o que a doutrina chama de motivação

aliunde, que significa “a outro lugar”.

Finalmente, importante que você saiba da Teoria

dos Motivos Determinantes, bastante cobrada em

provas. Segundo ela, se os motivos apontados no ato

administrativo forem inválidos, também o será o ato

administrativo praticado.

Objeto

Por fim, temos o objeto do ato administrativo, que

será o próprio conteúdo do ato, seu efeito jurídico, a

alteração que ele causa.

O vício no elemento objeto é insanável.

O motivo e o objeto são os elementos que constituem

o mérito administrativo, que é a margem de

escolha e valoração por parte do agente competente.

ATRIBUTOS

Os atos administrativos possuem características

fundamentais para que possam atingir os fins a que

se propõem. Vejamos cada um dos atributos.

Os atos administrativos gozam de presunção de

veracidade e de legitimidade. Em termos simples,

significa que as informações trazidas pelos atos administrativos

deverão ser tidas como verdadeira (veracidade)

e conforme a lei (legitimidade) até que haja

prova em contrário.

Ou seja, uma vez praticado o ato administrativo

ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo ao particular

provar eventual impropriedade que ele contenha.

A presunção relativa, que estudamos neste momento,

é também conhecida como presunção juris tantum.

Em sentido oposto, a presunção absoluta, não aplicável

neste tema, é também conhecida como presunção jure

et de jure.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

83


84

Temos também a imperatividade, que é o poder

da Administração Pública de impor ao particular seus

atos administrativos. É decorrente do poder extroverso

do Estado, que permitirá a imposição de deveres e

obrigações ao particular.

Importante ressaltar que esse é um atributo que nem

sempre estará presente nos atos administrativos, pois se

mostrará apenas quando impuser condições ao particular.

A autoexecutoriedade é a característica dos atos

administrativos que confere à Administração Pública

a capacidade de executar diretamente seus atos independentemente

de recorrer a qualquer outro Poder.

De forma similar à imperatividade, nem sempre

estará presente nos atos administrativos.

A autoexecutoriedade poderá se fazer presente em

duas hipóteses:

• Casos expressamente previstos em lei;

• Urgência da situação apresentada / grande possibilidade

de dano.

Finalmente temos o atributo da tipicidade. Ele

impõe que os atos administrativos praticados devem

ser previamente definidos em lei, não cabendo ao

agente competente para a prática criar atos que não

sejam previamente constantes da lei.

Nesse contexto, o avaliador poderá usar o termo

ato inominado para se referir a atos administrativos

sem prévia previsão em lei.

CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO,

VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

Classificação

São várias as classificações dos atos administrativos.

Destacaremos aqui algumas que estão entre as

mais cobradas em concursos públicos.

Quantos aos destinatários

Os atos podem ser gerais ou individuais.

• Atos gerais: os destinatários são indeterminados.

• Atos individuais: seus destinatários são determinados.

A classificação não leva em conta o número de destinatários,

mas se eles são determinados ou não.

Quanto ao grau de liberdade

Os atos podem ser discricionários ou vinculados.

• Atos discricionários: possuem margem de valoração

e escolha para o agente público que o pratica,

conhecida como mérito administrativo.

• Atos vinculados: há pouca ou nenhuma margem

de escolha na prática dos atos administrativos.

Lembrando os elementos dos atos administrativos

(competência, finalidade, forma, motivo e objeto),

destacamos que a diferença nessa classificação que

acabamos de colocar recai apenas sobre dois deles:

motivo e objeto. Ou seja, todos os demais termos são

vinculados, enquanto estes dois que citamos são discricionários,

se assim for o ato.

Quanto aos efeitos produtivos

Os atos podem ser internos e externos.

• Atos internos: produzem efeitos apenas dentro da

estrutura da administração pública.

• Atos externos: impactam os administrados.

Destacamos que, uma vez que os atos externos

recairão sobre o cidadão, deverão ser necessariamente

publicados, o que não se aplica aos atos internos.

Quanto à manifestação de vontade

Os atos podem ser simples, complexos ou compostos.

• Atos simples: há uma única manifestação de vontade,

ainda que de um órgão que seja composto

por mais de um agente público.

• Atos complexos: manifestação de mais de uma

vontade para que haja a produção de efeitos. Só se

aperfeiçoa com a manifestação de todos os agentes

competentes.

• Atos compostos: manifestação de uma única vontade.

No entanto, há necessidade de manifestação

posterior para que haja produção de efeitos. Tal

manifestação de vontade é definida pela doutrina

como instrumental.

Quanto ao objeto

Os atos poderão ser de império, de gestão ou de

expediente.

• Atos de império: possuem em si o poder extroverso

de Estado, impondo ao particular a vontade da

Administração Pública.

• Atos de gestão: praticados com intuito de gerir o

patrimônio público.

• Atos de expediente: são atos de mera rotina interna

das repartições, sem conteúdo decisório relevante.

Também quanto ao objeto, teremos outra classificação.

Poderão ser constitutivos, extintivos, modificativos

ou declaratórios.

• Atos constitutivos: criam uma nova situação jurídica

para os seus destinatários.

• Atos extintivos: extinguem um direito ou relação

jurídica.

• Atos modificativos: modificam situações pré-existentes

sem extinguir direitos ou obrigações.

• Atos declaratórios: declaram a existência ou situação

jurídica.

Espécies

Vejamos agora algumas espécies importantes de

atos administrativos.

• Atos normativos: trazem comandos gerais e abstratos

baseados em leis ou mesmo em outras normas

que nelas tenham se baseado.

• Atos ordinatórios: têm como destinatários os servidores

públicos, tendo como finalidade o bom andamento

do serviço.


• Atos negociais: são atos em que o particular busca

a anuência (concordância) da Administração

Pública para a prática de determinada atividade.

• Atos punitivos: impõe penalidade aos administrados

ou aos servidores.

SERVIÇOS PÚBLICOS

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E

CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS

Conceito, Princípios e Elementos

A atuação do Estado pode ser dividida em dois

setores: o setor do domínio público e o setor dos serviços

públicos. O domínio econômico tem natureza eminentemente

privada, é o campo de atuação primordial

dos particulares e possui regulamentação nos artigos

170 e seguintes da Constituição Federal. Não é o ponto

de enfoque, mas é importante ressaltar que o Estado

pode atuar no domínio econômico, seja como agente

normativo e regulador, seja na exploração direta de

atividades econômicas.

O setor dos serviços públicos, por outro lado, é o

campo de atuação predominante do Estado. Este é

encarregado de, dentre outras funções, o exercício da

função administrativa, que é a atividade concreta e

imediata desenvolvida sob regime de direito público,

para a consecução dos interesses coletivos. Dentre as

funções administrativas, temos a prestação de serviços

públicos em sentido estrito.

Considerando o que foi exposto, cumpre esclarecer

o que vem a ser serviço público e o que o diferencia

das atividades de fomento, do exercício do poder

de polícia e da intervenção no domínio econômico.

Conceito de serviço público, elementos constitutivos

A matéria dos serviços públicos está contida,

de modo geral, na Constituição Federal e na Lei nº

8.987/1995, que disciplina o regime de concessão e

permissão dos serviços públicos.

O serviço público em sentido amplo (lato sensu)

tem sua origem com a denominada Escola do Serviço

Público, uma corrente doutrinária do século XX. Na

época, a doutrina começava a analisar com detalhes

aquilo que ficou decidido no caso Agnes Blanco, na

França. Esse foi o caso primordial para decretar, de

modo geral, que ao Estado era vedado a utilização do

Código Civil para a apuração de sua responsabilidade,

quando causava danos na execução de serviços com

fundamento de direito público. Para Roger Bennard,

serviço público seria “a atividade ou organização

que abrange todas as funções de Estado”. A noção de

serviço público muito se confunde com a de Direito

Público.

A Escola do Serviço Público também influencia os

autores brasileiros. Para José Cretella Junior, serviço

público é “toda atividade que o Estado exerce, direta ou

indiretamente, para satisfação das necessidades públicas,

mediante procedimento típico de direito público”.

Podemos observar o caráter amplo e abrangente do

instituto, ao considerar também como serviço público

as atividades legislativa e judiciária, que possuem um

rol difuso de destinatários (uti universe).

Com o passar do tempo, surge uma nova corrente

doutrinária, que busca delimitar um pouco essa

abrangência da noção de serviço público. Essa corrente

é defendida pela grande maioria dos autores

da atualidade, como Hely Lopes Meirelles e Celso

Antônio Bandeira de Mello. Serviço público stricto

sensu, então, seria todo aquele prestado pela Administração

ou por seus delegados, sob regime de direito

público, e fruível individualmente por cada um dos

destinatários, para satisfazer necessidades essenciais

ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências

do Estado.

A grande diferença dessa nova noção de serviço

público diz respeito a sua abrangência. Somente

abrange as atividades da Administração Pública,

não se incluindo as funções legislativa e judiciária.

Também não deve ser considerado serviço público

a exploração de atividade econômica, porque nesses

casos o Estado age em regime privado; bem como as

atividades de fomento, porque trata-se de um subsídio

que se dá ao particular para que exerça certas atividades

com interesse coletivo.

Outro traço característico dessa nova corrente

sobre serviço público é a restrição da matéria para

apenas os serviços que possam ser fruídos singularmente

por cada particular (uti singuli). Tais serviços

são custeados pelos próprios usuários, mediante o

pagamento de taxas.

Assim, para o serviço público stricto sensu, podemos

elencar, dentre todos os conceitos, alguns elementos

identificadores que estão presentes em todas

as definições. São eles:

• Elemento Subjetivo: A titularidade do serviço

público é exclusiva do Estado.

• Elemento Objetivo: A atividade caracterizada

como serviço público (geralmente atendem a um

interesse público).

• Elemento Formal: Qual o regime em que o serviço

é prestado. A maioria dos casos, trata-se do regime

de Direito Público.

O fenômeno conhecido como a “crise do serviço

público” se deu com o advento do Estado Regulador,

na primeira metade do século XX. Ele traz a ideia de

um Estado que procura regular as atividades consideradas

serviços públicos. Se antes a execução dessas

tarefa era exclusiva do regime público, atualmente

a execução desses serviços pode ser feita sob regime

privado. O Estado carece de recursos para cuidar de

tantos setores, simultaneamente.

Por isso, houve a necessidade de delegar tais serviços,

mediante concessão ou permissão, como também

a criação de pessoas jurídicas próprias para controlar

tais atividades. Há assim, uma mitigação dos elementos

identificadores do serviço público. Atualmente,

admite-se que a execução dos serviços públicos seja

realizada por particulares (elemento subjetivo). Há

uma delegação da execução do serviço, o qual poderá

ocorrer mediante concessão ou permissão do serviço

público, nos termos da Lei nº 8.987/1995.

Também temos certas atividades que, embora

sejam consideradas de serviço público, há serviços

que satisfazem interesses particulares (elemento

objetivo), como no caso do serviço de distribuição de

alimentos em prisões.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

85


86

Por fim, o regime do serviço público pode ser de

Direito Privado (elemento formal), seguindo as normas

da CLT para o regime de contratação de funcionários,

e os bens podem ser alienados ou penhorados,

pois não estão afetados a uma utilidade pública.

Assim, pode-se concluir que a noção de serviço

público está intrinsecamente ligada a forma de atuação

do Estado. Uma das principais dificuldades de

buscar um conceito de serviço público reside justamente

nesse fato: a depender do modelo de Estado,

sua forma de atuação poderá ser mais liberal ou mais

intervencionista. Dessa forma, o conceito de serviço

público também poderá ser mais ou menos abrangente

para cada País.

José dos Santos Carvalho Filho é o autor jurista que

apresenta muito bem essa dificuldade, ao definir serviço

público como “toda atividade prestada pelo Estado

ou por seus delegados, basicamente sob regime de

direito público, com vistas à satisfação de necessidades

essenciais e secundárias da coletividade”.

Os princípios aplicáveis aos servidores públicos

Por estar submetido a um regime especial, que

pode ser total ou parcialmente de direito público,

os princípios de direito administrativo, previstos no

caput do art. 37 da CF/1988, são aplicáveis à prestação

dos serviços públicos. Porém, há ainda alguns princípios

específicos aos serviços públicos, que devem ser

melhor analisados. São eles:

• Princípio da continuidade do serviço público: é

o princípio que diz respeito a obrigação do Estado

de prestar o serviço público, que não pode parar,

dada a sua relevante finalidade pública. É dizer

que o Estado tem um poder-dever (obrigatoriedade)

de prestar tal atividade. O serviço deve ser ininterrupto,

porém, o art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/1995

admite que, nos casos de serviços concessionados

a entidades privadas, não se caracteriza descontinuidade

do serviço a paralização quando motivada

por razões de ordem técnica ou de segurança

das instalações; e por inadimplemento do usuário,

considerado o interesse da coletividade. A jurisprudência

apresenta diversos julgados que acabam

contestando referido legal, sobretudo no que

diz respeito aos serviços de fornecimento de água

e de energia elétrica.

• Princípio da mutabilidade do regime jurídico:

o interesse público não é estanque, mas variável

ao longo do tempo. A instauração de serviço público

mediante certo regime jurídico não gera um

“direito adquirido” ao mesmo, o que significa que

o Poder Público pode alterar um estatuto ou contrato

administrativo para promover maior adequação

na prestação do referido serviço.

• Princípio da isonomia dos usuários: trata-se

de uma decorrência direta do princípio constitucional

da impessoalidade. O serviço público deve

atender a todos, geralmente de forma individualizada,

sem discriminações e privilégios.

• Princípio da modicidade das tarifas: As tarifas

não devem ser exorbitantes, pois o serviço deve

ser aproveitado pelo maior número de usuários

possível, independentemente de sua classe econômica.

O valor a ser exigido dos usuários deve

1 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 44ª Edição. Editora Malheiros. 2020

ser o menor possível para, também, remunerar o

prestador do serviço, com uma pequena margem

de lucro. Com o objetivo de reduzir ao máximo

o valor da tarifa cobrada, a legislação brasileira

prevê alguns mecanismos especiais, que se apresentam

como fontes alternativas de remuneração

do prestador do serviço público. É o caso, por

exemplo, de espaços publicitários utilizados nos

arredores de uma rodovia. A menor tarifa é também

critério essencial para avaliação de proposta

numa licitação do tipo concorrência pública.

Da classificação dos serviços públicos

Os serviços públicos podem ser dos mais variados

tipos. É uma tarefa difícil de estabelecer uma classificação

dos serviços públicos. O professor Hely Lopes

Meirelles 1 apresenta uma boa classificação para os

serviços públicos, que podem ser agrupados com base

nos seguintes critérios:

• Quanto à essencialidade

• Serviços públicos propriamente ditos: também

são denominados de serviços essenciais,

são aqueles imprescindíveis à sobrevivência da

sociedade. Por isso, tais serviços não admitem

delegação ou outorga. É o caso, por exemplo, do

poder de polícia, da saúde, da defesa nacional

etc. Observe que não são somente as funções

ligadas ao Poder de Império que caracterizam

um serviço público essencial propriamente

dito. O uso do poder de império é relevante

para o critério da adequação.

• Serviços de utilidade pública: são serviços

úteis, mas não são considerados essenciais.

Por isso, eles podem ser prestados pelo Estado,

ou por terceiros, mediante remuneração paga

pelos usuários e sob constante fiscalização. É

o caso dos serviços de transporte coletivo, de

telefonia etc.

• Quanto à adequação:

• Serviços próprios do Estado: são os serviços

característicos do Estado brasileiro. Constituem

aqueles serviços que se relacionam intimamente

com as atribuições do Poder Público, isso é,

que possuem alguma relação com o poder de

império, que é único do Estado. O Estado exerce

tais serviços em relação de supremacia,

sobrepondo a sua vontade a dos particulares.

É o caso dos serviços de segurança, saúde, do

poder de polícia etc.

• Serviços impróprios do Estado: são, como o

nome sugere, aqueles serviços que o Estado, ao

exercê-lo, não necessita do seu poder de império

para se sobrepor. São os que não afetam substancialmente

as necessidades da comunidade, mas

satisfazem interesses comuns de seus membros,

e, por isso, a Administração os presta remuneradamente

por seus órgãos ou entidades descentralizadas,

ou até mesmo para particulares mediante

regime de concessão e permissão.


• Quanto à finalidade:

• Serviços administrativos: são os serviços

que a Administração executa para atender às

suas necessidades internas ou preparar outros

serviços que serão prestados ao público. São,

assim, os serviços característicos da Administração

Pública. Um exemplo diferente e que

não mencionamos até agora é o caso do serviço

da imprensa oficial, que tem como função

divulgar todos os atos prestados pelo Poder

Público, promovendo maior transparência e

fiscalização de seus atos.

• Serviços industriais: são os serviços que produzem

renda para quem os presta, mediante a

remuneração da utilidade usada ou consumida.

Essa remuneração se denomina tarifa ou preço

público e será fixada pelo Poder Público, quer

quando o serviço é prestado por seus órgãos ou

entidades, quer quando por concessionários,

permissionários ou autorizatários. Os serviços

de energia elétrica, água, telefonia, são serviços

dessa modalidade.

• Quanto aos destinatários:

• Serviços gerais ou uti universi: já mencionamos

um pouco sobre essa classificação. São os

serviços públicos que não possuem usuários ou

destinatários específicos e são remunerados por

tributos. Os serviços de iluminação pública e calçamento

são remunerados por essa maneira.

• Serviços individuais ou uti singuli: são os

que possuem de antemão usuários conhecidos

e predeterminados, e o Estado já sabe, antes,

quais são os beneficiados pela prestação do

referido serviço. Por isso, esses serviços são

remunerados por tarifa. É o caso do serviço

de água e esgoto, de iluminação domiciliar, de

telefonia etc.

Da competência para prestar serviços públicos

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das

instituições democráticas e conservar o patrimônio

público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção

e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

e

III - proteger os documentos, as obras e outros bens

de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,

as paisagens naturais notáveis e os sítios

arqueológicos; entre outros.

Compete aos Municípios, na forma do art. 30 da

CF/1988, a prestação de serviços públicos de interesse

local, incluindo o serviço de transporte coletivo; bem

como prestar serviços de atendimento à saúde da

população, em cooperação com os demais entes federativos.

Evidente que aos Municípios também se aplicam

as competências comuns previstas no artigo 23.

Ao Distrito Federal compete, além das competências

comuns, a prestação de todos os serviços estaduais

e municipais, uma vez que tal ente possui as mesmas

competências legislativas dos Estados e Municípios.

Por fim, em relação aos particulares, os mesmos

poderão prestar os serviços notariais e de registro,

na forma do artigo 236 da CF/1988. Tais serviços

envolvem a organização técnica e administrativa

destinados a garantir a publicidade, autenticidade, a

segurança e a eficácia dos atos jurídicos, nos termos

do art. 1º da Lei nº 8.985/1994. Os serviços de notas e

registros é regulamentado pela referida lei.

Dica

As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos

administrativos de concessão, podendo

apresentar-se na modalidade de concessão

patrocinada ou concessão administrativa, na

forma do caput do art. 2º da Lei nº 11079/2004.

É uma hipótese que apresenta-se muito mais

viável e atraente para o particular, uma vez que

ele recebe uma contraprestação pecuniária do

ente público, o que diminui o valor a ser cobrado

como taxa para os usuários do serviço.

A atual Constituição Federal de 1988 atribuiu

diversos serviços públicos aos entes da Federação.

Em relação a União, os serviços públicos federais

estão inclusos nos incisos X a XII do art. 21 da CF/1988.

São, de modo geral: a) serviço postal e o correio aéreo

nacional; b) os serviços de telecomunicações; c) os serviços

de radiodifusão sonora e de sons e imagens; d)

os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento

energético dos cursos de água, em articulação

com os Estados onde se situam os potenciais

hidroenergéticos; e) serviços de navegação aérea,

aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; f) serviços

de transporte ferroviário e aquaviário entre

portos brasileiros e fronteiras nacionais; etc.

Aos Estados, por outro lado, a Constituição menciona

que compete a eles explorar diretamente, ou mediante

concessão, os serviços locais de gás canalizado (art. 25,

§ 2º, CF/1988). Isso não significa que os Estados somente

podem explorar serviços locais de gás canalizado, uma

vez que existem as competências comuns a todos os

entes da Federação, atribuídas de forma remanescente.

Alguns exemplos de competências comuns estão dispostos

no artigo 23 da CF/1988, como:

DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO,

AUTORIZAÇÃO

Formas de prestação do serviços públicos diz

respeito ao titular do referido serviço público. Como

foi visto em competências, são várias as entidades

que podem prestar serviços públicos. Essas formas de

prestação variam para cada tipo de serviço:

• Serviços centralizados: são os serviços prestados

diretamente pelo Poder Público, em seu próprio

nome e sob sua exclusiva responsabilidade. A

União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal

são os titulares desses serviços.

• Serviços desconcentrados: são os serviços públicos

prestados pelo Estado, mas não por ele próprio,

e sim por seus órgãos, mantendo para si

apenas a responsabilidade pela execução. Exemplos:

o Ministério da Saúde, o Ministério da Economia,

as Secretarias de Justiça, as Ouvidorias,

as Auditorias, todas essas pessoas que não são o

Estado, mas que “fazem parte” dele e não possuem

personalidade jurídica própria, realizam serviços

desconcentrados.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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• Serviços descentralizados: são os serviços públicos

que não são prestados pelo Estado, e sim por

terceiros, com personalidade jurídica própria,

podendo arcar com os riscos do negócio por conta

própria. Exemplos: o Procon, o Cadin, o INSS,

o Detran etc. Aqui a titularidade do serviço não é

mais do Estado, e sim dessa entidade terceira. Com

isso, a responsabilidade pela execução do serviço

público recai primeiramente sobre o terceiro,

mas é possível que o Estado se responsabilize também,

mas somente de forma subsidiária (se o ente

demonstrar não haver patrimônio suficiente para

fins de indenização).

As formas de execução, que não se confundem

com as formas de prestação, são apenas duas: execução

direta e execução indireta.

A execução direta ocorre sempre que o Poder

Público emprega meios próprios para a sua prestação.

Aqui engloba tanto a Administração Direta como a

Administração Indireta, isso é, a execução por intermédio

de pessoas jurídicas de direito público ou de direito

privado que foram instituídas para tal fim. Relembrando

que são pessoas jurídicas de direito público integrantes

da Administração Indireta: as autarquias e as

fundações públicas. E são pessoas de direito privado

integrantes da Administração Indireta: as empresas

públicas e as sociedades de economia mista.

A execução indireta, por sua vez, ocorre sempre

que o Poder Público concede a pessoas jurídicas ou pessoas

físicas estranhas à entidade estatal a possibilidade

de virem a executar os serviços, mediante o regime de

concessão e permissão. A execução indireta caracteriza-se

pelo fato de que tais serviços são prestados pela

esfera privada, isso é, são empresas que não possuem

qualquer tipo de vínculo com a Administração Pública

(Direta ou Indireta), não fazem parte da mesma.

Da delegação dos serviços públicos

Como vimos, os serviços públicos podem ser executados

diretamente pelo Poder Público, ou indiretamente

por terceiros, que podem ser pessoas jurídicas

de direito público ou de direito privado. Aqui há uma

delegação da competência administrativa. Resta

saber quais são as principais formas de delegação

dos serviços públicos, são três: concessão, permissão

e autorização

O termo “concessão” é empregado para designar a

atividade da Administração Pública de delegar ao particular

a prestação de um serviço, ou a execução de

obra pública, ou ainda o uso de bem público.

Concessão de serviço público é o contrato pelo

qual a Administração promove a prestação indireta

de um serviço, delegando-o a particulares. Exemplos:

a construção de linha ferroviária ou metrô para

transporte de passageiros, transmissão áudio sonora

(rádio) ou por imagens e sons (televisão), etc. Possui

previsão legal na Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões

dos Serviços Públicos), bem como previsão constitucional

no art. 175 da CF/1988:

Constituição Federal de 1988

Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da

lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,

sempre através de licitação, a prestação de

serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias

de serviços públicos, o caráter especial de

seu contrato e de sua prorrogação, bem como as

condições de caducidade, fiscalização e rescisão da

concessão ou permissão;

Lei nº 8.987/1995

Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

(...)

II - concessão de serviço público: a delegação de sua

prestação, feita pelo poder concedente, mediante

licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa

jurídica ou consórcio de empresas que demonstre

capacidade para seu desempenho, por sua conta e

risco e por prazo determinado;

Dessa forma, podemos concluir que a prestação do

serviço público pode ocorrer diretamente pela Administração

Pública, ou indiretamente, mediante delegação

do serviço a concessionários e permissionários

que, por expressa determinação legal, necessita de

prévio procedimento de licitação.

A concessão de serviço público é contrato administrativo

bilateral, o que significa que depende,

para a sua formação, além dos requisitos essenciais a

todo negócio jurídico dispostos no art. 104 do Código

Civil (agente capaz, objeto lícito, forma prescrita ou

não defesa em lei), a convergência de vontades distintas.

Temos de um lado o poder concedente, que tem

por objetivo a execução do serviço público em prol

da coletividade; e do outro, a entidade concessionária

que deve executar o serviço, com o objetivo de lucrar

mediante a arrecadação de tarifas dos usuários beneficiados

com aquele serviço. O contrato deve ser obrigatoriamente

por escrito e rege-se pelas regras de

Direito Administrativo.

Ao mencionar a transferência para pessoa jurídica

privada, quis o legislador que a delegação do

serviço não pudesse, em regra, ser feita a pessoas

físicas, mas somente à empresa ou a um consórcio

de empresas. É o caso, por exemplo, da Sabesp, que é

sociedade de economia mista, na prestação do serviço

de abastecimento de água no Estado de São Paulo.

Essa modalidade de contrato tem por objeto a prestação

de serviço público. A delegação ocorre apenas

sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titularidade,

que continua sendo do poder concedente.

Apesar da execução do serviço público não ser feita

pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei

nº 8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado.

São deveres do poder concedente:

I - Regulamentar e fiscalizar a execução do serviço

concedido. A fiscalização é uma forma de exercício

de controle da execução do serviço público, pois por

mais que o Estado não esteja realizando a execução

do serviço per si, nada impede que ele possa fiscalizar

se a execução está ocorrendo de forma correta. Ele

pode mandar um agente vinculado à Administração,

ou um terceiro contratado justamente para esse fim.

II - Intervir na execução do serviço, nos casos previstos

em lei. A intervenção advém do próprio ato de fiscalização:

se a execução do serviço não se mostrar adequada

ou estiver conforme o que foi explícito no contrato, o

poder concedente pode requisitar a paralisação da execução,

por exemplo.

III - Aplicar as penalidades previstas na lei e/ou no

contrato. As penalidades pela inexecução do serviço

público estão previstas no artigo 87 da Lei

nº 8.666/1993, podendo variar de uma simples


advertência, multa, ou até mesmo uma declaração de

inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública enquanto perdurarem os motivos

determinantes da punição ou até que seja promovida

a reabilitação.

IV - Possibilitar reajustes e a revisão das tarifas cobradas.

A revisão é uma ferramenta que pode ser utilizada

tanto na fase de estipulação do contrato, como na fase

de execução do serviço público. Se restar comprovado

que a tarifa de um serviço público se tornou demasiadamente

alta, é possível realizar alguns ajustes. Contudo,

esses ajustes geralmente são muito pequenos, e geralmente

costumam ser para elevar o preço da tarifa, e não

para diminuí-la.

V - Atender as reclamações e outras queixas advindas

dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço.

Não faria muito sentido os usuários mandarem suas

reclamações pela má qualidade do serviço prestado

para justamente a concessionária que está executando

o referido serviço. Tais reclamações são recebidas

pelo superior na linha hierárquica, para que ele possa

tomar as medidas cabíveis.

VI - Declarar os bens necessários à execução do serviço

de necessidade ou utilidade pública. Pode ocorrer

que a concessionária, para equilibrar o seu patrimônio,

pretenda promover a alienação de um ou mais

bens. Porém, o poder concedente pode atribuir alguns

limites, declarando esses bens como de necessidade,

ou de utilidade pública. Dessa forma, esses bens tornam-se

inalienáveis, e também impenhoráveis, o que

significa que a concessionária não pode se dispor

deles livremente.

Por outro lado, incumbe à concessionária do serviço

público as seguintes tarefas: (art. 31 da Lei nº

8.987/1995):

I - Prestar o serviço de maneira adequada, utilizando-se

de técnicas específicas de seu conhecimento,

nos casos previstos na lei ou no contrato. Essa é a

tarefa primordial, óbvio, pois a concessionária é a

responsável pela execução do serviço público.

II - Prestar contas da gestão do serviço ao poder

concedente e aos usuários. É formada uma relação

de hierarquia entre o poder concedente e o concessionário.

Por isso, este deve prestar contas de seus

atos ao seu superior, devendo informar se a gestão

do serviço público está ocorrendo corretamente, se

não há nenhuma falha ou defeito, etc.

III - Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço

e as cláusulas contratuais, havendo possibilidade

de pedir indenização pela inexecução do contrato.

É tarefa do concessionário exigir que tudo aquilo

avençado no contrato se torne realidade. Assim, se

o poder concedente se recusar a lhe outorgar algo

estabelecido em contrato, ou se o valor da remuneração

não for igual a aquele avençado, poderá o

concessionário pedir a rescisão do contrato, com

pagamento de indenização pelo Poder Público.

IV - Promover desapropriações e construir servidões

administrativas, mediante autorização do poder

concedente. Essas são formas de intervenção do

Estado na propriedade privada. Pode ocorrer que o

concessionário, para a melhor execução de um serviço,

precise ocupar um espaço de propriedade de

um particular, seja para fins de desapropriação, ou

uma outra forma de intervenção mais branda, como

construir uma servidão. Todas essas hipóteses são

possíveis, desde que mediante prévia autorização, e

também desde que haja uma indenização do particular,

que teve sua propriedade privada obstruída.

V - Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários

à prestação do serviço. Todos os encargos do

serviço público ficam a cargo do concessionário. Logo,

faz parte dessa lógica que ele deve ter poder de decisão

sobre os recursos econômicos e financeiros relacionados

com a prestação do serviço público.

Por fim, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre

as modalidades de extinção da concessão do serviço

público. São seis ao todo:

• Advento do termo contratual: trata-se da extinção

do contrato pelo encerramento de seu prazo

de vigência. É a extinção natural do contrato, haja

vista que nosso direito não admite contrato de concessão

por prazo indeterminado.

• Encampação ou resgate: nos termos do art. 37

da Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço

pelo poder concedente durante o prazo da concessão,

por motivo de interesse público, mediante lei

autorizativa específica e após prévio pagamento da

indenização (...)”. Aqui, não ocorreu nenhum tipo

de infração de algum termo do contrato, o concessionário

simplesmente abandonou a execução do

contrato (é muito comum algumas dessas empresas

“desaparecerem” no meio da prestação do serviço).

Por isso, não é possível aplicar sanções ao

contratado.

• Caducidade: é a modalidade em que a execução

do serviço não é realizada, no todo ou em parte,

ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à

concessionária. A caducidade deve ser declarada,

havendo a ocorrência de um dos eventos descritos

no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como:

a concessionária paralisar o serviço, descumprir

cláusula contratual, não cumprir com as penalidades

impostas, etc.

• Rescisão por culpa do poder concedente: Caso

o poder concedente descumpra com alguma regra

estabelecida no instrumento contratual, a concessionária

tem direito a ingressar em juízo, objetivando

à indenização dos danos decorrentes da

extinção contratual. A indenização, neste caso,

abrange somente os danos emergentes (o que efetivamente

perdeu), e não os lucros cessantes (o

que ele poderia ter ganhado).

• Anulação: é a modalidade de extinção em que

consta vício de legalidade no contrato. O contrato

perde sua eficácia desde a sua concepção (ex tunc),

o que significa que a concessionária não faz jus à

indenização, exceto quanto a parte já executada

do contrato.

• Decretação de falência: como a concessão é contrato

personalíssimo, ou seja, as partes contratantes

têm grande relevância para a execução do

serviço, havendo o desaparecimento da empresa

concessionária mediante falência, ou o falecimento

de empresário individual, o vínculo contratual

também desaparece.

A permissão é outra forma da Administração

Pública de delegar a execução de serviço público para

os particulares, também possui previsão no art. 175

da CF/1988 e na Lei nº 8.987/1995. A permissão é unilateral,

discricionária, precária e intuitu personae

(personalíssima), promove a delegação do serviço

público mediante prévia licitação para um particular

denominado permissionário.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

89


90

Questão controvertida é a natureza jurídica da

permissão. Após a Constituição de 1988, o direito

brasileiro passou a tratar a permissão como se fosse

um contrato de adesão, como se depreende da leitura

do inciso I do parágrafo único do artigo 175 da Carta

Magna:

“I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias

de serviços públicos, o caráter especial

de seu contrato e de sua prorrogação, bem

como as condições de caducidade, fiscalização e

rescisão da concessão ou permissão”.

Todavia, contrato de adesão é remetente aos contratos

de Direito Privado, principalmente nas relações

de consumo. Tal modalidade de contrato é elaborado

unilateralmente pelo fornecedor, obrigando a parte

aderente apenas a manifestar o seu aceite. Trata-se

de uma característica presente também nos contratos

administrativos: as regras enclausuradas no contrato

administrativo são unilateralmente elaboradas

pelo poder concedente, antes mesmo do processo de

licitação.

A confusão se estende ainda mais no âmbito legislativo,

como ocorre no artigo 40 da Lei nº 8.987/1995,

ao dispor que a permissão.

“será formalizada mediante contrato de adesão,

que observará os termos desta Lei, das demais normas

pertinentes e do edital de licitação, inclusive

quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral

do contrato pelo poder concedente”.

Esse dispositivo não faz o menor sentido, uma vez

que dispõe que a permissão é uma espécie de “contrato

precário”.

Não parece correto admitir que a permissão seja

uma espécie de contrato regulado por normas de

Direito Privado, com princípios completamente distintos

dos princípios administrativos. Todavia, há diversos

autores que admitem tal possibilidade, inclusive

o próprio Supremo Tribunal Federal, no julgamento

da ADI nº 1.491/1998 0. A ação de inconstitucionalidade

foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista

(PDT) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra

dispositivos da Lei 9.295/1996, que dispõe sobre os

serviços de telecomunicações e sua organização. O

relator à época, ministro Carlos Velloso, votou pelo

deferimento da liminar para suspender os efeitos do §

2° do artigo 8°. Esse dispositivo determina que.

“as entidades que, na data de vigência desta Lei,

estejam explorando o Serviço de Transporte de

Sinais de Telecomunicações por Satélite, mediante

o uso de satélites que ocupem posições orbitais

notificadas pelo Brasil, têm assegurado o direito à

concessão desta exploração”.

O fundamento da ADI é que, no entendimento dos

referidos Partidos Políticos, tal dispositivo viola a exigência

constitucional de licitação prévia à realização

da concessão ou permissão de serviços públicos e ao

princípio da livre concorrência e defesa do consumidor.

É um tanto surpreendente afirmar que a permissão

de serviço público deve seguir normas e regras de

Direito do Consumidor (ramo de Direito Privado).

Por isso, para todos os efeitos, vamos nos alinhar

com a posição da maioria das bancas costuma e definir

a permissão como um contrato de adesão.

Importante destacar as diferenças entre permissão

e a concessão de serviço público, que podem ser

determinadas com base nos seguintes requisitos:

• Quanto à natureza jurídica: a permissão é unilateral,

enquanto a concessão é contrato bilateral.

• Quanto aos beneficiários: qualquer pessoa pode

ser permissionária, mas somente as pessoas jurídicas

(empresas) podem ser concessionárias.

• Quanto ao aporte de capital: a concessão exige

maior aporte de capital, a permissão admite investimentos

de pequeno ou médio porte.

• Quanto à licitação: a concessão deve ser precedida

de licitação na modalidade de concorrência.

Não há essa exigência para a permissão.

• Quanto à forma da outorga: a concessão se dá

mediante promulgação de lei específica. A permissão

necessita apenas de autorização legislativa.

A autorização, por sua vez, é um ato administrativo

por meio do qual a administração pública possibilita ao

particular a realização de alguma atividade de predominante

interesse deste, ou a utilização de um bem público.

Assim como a permissão, a autorização é um ato

unilateral, discricionário, precário e independente

de licitação. Todavia, se difere da permissão ante o

fato de que o interesse da autorização é predominantemente

privado. Um exemplo disso é a autorização

para o porte de arma: apenas o particular tem interesse

de ter em sua posse arma de fogo.

Parte da doutrina entende que é incabível a utilização

de autorização para a prestação de serviços

públicos, por força do artigo 175 da CF/1988: “Incumbe

ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob

regime de concessão ou permissão, sempre através de

licitação, a prestação de serviços públicos”.

PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO USUÁRIO

DOS SERVIÇOS PÚBLICOS (LEI Nº 13.460/2017)

A prestação de serviços públicos não pode alcançar

sua finalidade se ela não servir para o seu público

alvo, que são os seus próprios usuários. Assim, como

uma forma de promover maior excelência e qualidade

na prestação dos serviços públicos, deve ser assegurado

aos usuários a defesa de seus direitos, bem como

permitir que eles tenham sua participação garantida.

Nesse sentido, a Lei Federal nº 13.460, de 26 de

junho de 2017, é a lei que dispõe sobre a participação,

a proteção e defesa dos direitos do usuário dos

serviços públicos da administração pública. É importante

analisar os principais dispositivos dessa lei, bem

como as alterações mais recentes, introduzidas pela

Lei nº 14.015/2020.

Preliminarmente, cumpre ressaltar que os dispositivos

apresentados pela referida Lei se aplicam à

administração pública direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos

do inciso I do § 3º do art. 37 da Constituição Federal.

Porém, não são somente as pessoas jurídicas de

direito público: o § 3º do artigo 1º dispõe também que

o regime dessa lei é aplicável, subsidiariamente, nos

serviços públicos prestados por particulares.

O artigo 2º da Lei Federal nº 13.460 traz alguns

conceitos iniciais que são importantes para o

entendimento da matéria. Para os efeitos dessa Lei,

considera-se:


I - usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia

ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço

público;

II - serviço público - atividade administrativa ou

de prestação direta ou indireta de bens ou serviços

à população, exercida por órgão ou entidade da

administração pública;

III - administração pública - órgão ou entidade

integrante da administração pública de qualquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a

Defensoria Pública;

IV - agente público - quem exerce cargo, emprego

ou função pública, de natureza civil ou militar,

ainda que transitoriamente ou sem remuneração; e

V - manifestações - reclamações, denúncias, sugestões,

elogios e demais pronunciamentos de usuários

que tenham como objeto a prestação de serviços

públicos e a conduta de agentes públicos na prestação

e fiscalização de tais serviços.

Com periodicidade mínima anual, cada Poder e

esfera de Governo publicará quadro geral dos serviços

públicos prestados, que especificará os órgãos ou

entidades responsáveis por sua realização e a autoridade

administrativa a quem estão subordinados ou

vinculados (art. 3°)

Dos direitos básicos e deveres dos usuários

O artigo 5º dispõe que o usuário de serviço público

tem direito à adequada prestação dos serviços. Para

que isso ocorra, é imputado aos prestadores do serviço

público uma série de deveres e diretrizes que devem

ser seguidas para garantir essa prestação do serviço

público com excelência. Essas diretrizes são, in verbis:

I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no

atendimento aos usuários;

II - presunção de boa-fé do usuário;

III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados

casos de urgência e aqueles em que houver

possibilidade de agendamento, asseguradas

as prioridades legais às pessoas com deficiência,

aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas

acompanhadas por crianças de colo;

IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição

de exigências, obrigações, restrições e sanções

não previstas na legislação;

V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado

qualquer tipo de discriminação;

VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais;

VII - definição, publicidade e observância de horários

e normas compatíveis com o bom atendimento

ao usuário;

VIII - adoção de medidas visando a proteção à saúde

e a segurança dos usuários;

IX - autenticação de documentos pelo próprio agente

público, à vista dos originais apresentados pelo

usuário, vedada a exigência de reconhecimento de

firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade;

X - manutenção de instalações salubres, seguras,

sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço e ao

atendimento;

XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo

econômico ou social seja superior ao risco envolvido;

XII - observância dos códigos de ética ou de conduta

aplicáveis às várias categorias de agentes públicos;

XIII - aplicação de soluções tecnológicas que visem

a simplificar processos e procedimentos de atendimento

ao usuário e a propiciar melhores condições

para o compartilhamento das informações;

XIV - utilização de linguagem simples e compreensível,

evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e

XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já

comprovado em documentação válida apresentada.

XVI - comunicação prévia ao consumidor de que

o serviço será desligado em virtude de inadimplemento,

bem como do dia a partir do qual será realizado

o desligamento, necessariamente durante

horário comercial.

É o artigo 6º, todavia, que apresenta os direitos

dos usuários do serviço público. São uma série de

prerrogativas que devem ser respeitadas pelo Estado

ou daquele cujo serviço público foi outorgado. Assim,

são direitos básicos dos usuários, in verbis:

I - participação no acompanhamento da prestação

e na avaliação dos serviços;

II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de

escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;

III - acesso e obtenção de informações relativas à

sua pessoa constantes de registros ou bancos de

dados, observado o disposto no inciso X do caput do

art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de

18 de novembro de 2011 ;

IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos

da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;

V - atuação integrada e sistêmica na expedição de

atestados, certidões e documentos comprobatórios

de regularidade; e

VI - obtenção de informações precisas e de fácil

acesso nos locais de prestação do serviço, assim

como sua disponibilização na internet, especialmente

sobre:

a) horário de funcionamento das unidades

administrativas;

b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua

localização exata e a indicação do setor responsável

pelo atendimento ao público;

c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado

de receber manifestações;

d) situação da tramitação dos processos administrativos

em que figure como interessado; e

e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação

dos serviços, contendo informações para a compreensão

exata da extensão do serviço prestado.

VII - comunicação prévia da suspensão da prestação

de serviço.

Importante!

Pela leitura dos direitos básicos do usuário, percebe-se

que o serviço público pode ser suspenso

quando o usuário deixa de pagar a respectiva

tarifa. O que a lei protege é a comunicação prévia

dessa suspensão. Todavia, é vedada a suspensão

da prestação de serviço em virtude de inadimplemento

por parte do usuário que se inicie

na sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem

como em feriado ou no dia anterior a feriado.

Esse é uma exceção introduzida recentemente

pela Lei nº 14.015/2020.

O artigo 7º trata da Carta de Serviços ao Usuário,

que tem por objetivo informar o usuário sobre os serviços

prestados pelo órgão ou entidade, as formas de

acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões

de qualidade de atendimento ao público (art. 7º, § 1º).

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

91


92

A Carta de Serviços ao Usuário deverá trazer informações

claras e precisas em relação a cada um dos

serviços prestados, apresentando, no mínimo, informações

relacionadas a:

I - serviços oferecidos;

II - requisitos, documentos, formas e informações

necessárias para acessar o serviço;

III - principais etapas para processamento do serviço;

IV - previsão do prazo máximo para a prestação do

serviço;

V - forma de prestação do serviço; e

VI - locais e formas para o usuário apresentar eventual

manifestação sobre a prestação do serviço

(art. 7º, § 2º).

Por fim, o artigo 8º apresenta os deveres dos usuários,

quando usufruem do serviço público. Assim, são

obrigações dos usuários:

I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo

com urbanidade e boa-fé;

II - prestar as informações pertinentes ao serviço

prestado quando solicitadas;

III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e

IV - preservar as condições dos bens públicos por

meio dos quais lhe são prestados os serviços de que

trata esta Lei.

Manifestação dos usuários

A Lei nº 13.460/2017 permite que, para garantir seus

direitos, o usuário possa apresentar manifestações perante

a administração pública acerca da prestação de serviços

públicos. A manifestação será dirigida à ouvidoria do

órgão ou entidade responsável e conterá a identificação do

requerente (art. 9º e 10).

A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou

correspondência convencional, ou verbalmente, hipótese

em que deverá ser reduzida a termo. Nesse caso, poderá a

administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de

certificação da identidade do usuário (art. 10, parágrafos).

Os procedimentos administrativos relativos à análise

das manifestações observarão os princípios da

eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva resolução,

que compreende:

I - recepção da manifestação no canal de atendimento

adequado;

II - emissão de comprovante de recebimento da

manifestação;

III - análise e obtenção de informações, quando necessário;

IV - decisão administrativa final; e V - ciência ao usuário.

Por fim, o artigo 23 dispõe sobre a avaliação dos

serviços públicos, que deverá ser feita com base nos

seguintes aspectos:

I - satisfação do usuário com o serviço prestado;

II - qualidade do atendimento prestado ao usuário;

III - cumprimento dos compromissos e prazos definidos

para a prestação dos serviços;

IV - quantidade de manifestações de usuários; e

V - medidas adotadas pela administração pública para

melhoria e aperfeiçoamento da prestação do serviço.

A avaliação será realizada por pesquisa de satisfação

feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qualquer

outro meio que garanta significância estatística

aos resultados. O resultado da avaliação deverá ser

integralmente publicado no sítio do órgão ou entidade,

incluindo o ranking das entidades com maior incidência

de reclamação dos usuários.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca de atos administrativos,

serviços públicos e intervenção do Estado na

propriedade, julgue o item seguinte.

Cada Poder e cada esfera de governo devem estabelecer

regulamento específico dispondo sobre a avaliação

da efetividade e dos níveis de satisfação dos

usuários dos serviços públicos por eles prestados,

devendo a quantidade de manifestações dos usuários

ser um dos parâmetros considerado nessa avaliação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A Lei n. 13.460/2017, que estabelece normas básicas

para participação, proteção e defesa dos direitos do

usuário dos serviços públicos e que se aplica à administração

direta e indireta da União, dos estados, do

Distrito Federal e dos municípios, dispõe, no inciso

IV do art. 23, que a quantidade de manifestações dos

usuários é um dos aspectos a ser considerado pelos

órgãos e pelas entidades públicas na avaliação de

seus serviços prestados. Resposta: Certo.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito do regime

de concessão e permissão da prestação de serviços

públicos, julgue o item subsecutivo.

A transferência de concessão ou de controle societário

da concessionária sem a prévia anuência do poder

concedente implicará a caducidade da concessão.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão exige do candidato conhecimento quanto

as possibilidades de extinção da concessão do serviço

público. Uma delas é a caducidade, prevista no

artigo 27 da Lei nº 8.987/1995: “A transferência de

concessão ou do controle societário da concessionária

sem prévia anuência do poder concedente implicará

a caducidade da concessão”. Resposta: Certo.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se

segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos

usuários desses serviços.

São exigências para apresentar manifestações à ouvidoria

de órgãos públicos a utilização de meio eletrônico

e a indicação dos motivos determinantes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Não é exigido que a manifestação seja feita por meio

eletrônico. A Lei nº 13.460/2017 dispõe que a manifestação

poderá ser feita por meio eletrônico, ou correspondência

convencional, ou verbalmente, hipótese em

que deverá ser reduzida a termo. Além disso, são vedadas

quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes

da apresentação de manifestações perante a

ouvidoria (art. 10, § 2º, idem). Resposta: Errado.


4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se

segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos

usuários desses serviços.

De acordo com o STJ, o princípio da continuidade do

serviço público autoriza que o poder público promova

a retomada imediata da prestação do serviço no caso

de extinção de contrato de concessão por decurso do

prazo de vigência ou por declaração de nulidade, desde

que tal poder realize previamente o pagamento de

indenizações devidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento

de que, havendo a extinção de concessão de

serviço público por decurso do prazo, cabe ao ente

concedente a retomada imediata da prestação do

serviço público até a realização de nova licitação,

para garantir a continuidade do serviço público,

não se condicionando o termo final do contrato ao

pagamento prévio de eventual indenização (REsp

1390911/SC). Resposta: Errado.

5. (VUNESP – 2018) Dentre os princípios regedores dos

serviços públicos, encontra-se o princípio pelo qual os

serviços públicos devem ser prestados com a maior

amplitude possível, vale dizer, deve beneficiar o maior

número possível de indivíduos. Trata-se do princípio da:

a) continuidade.

b) modicidade.

c) totalidade.

d) generalidade.

e) universalidade.

A letra A está errada, o princípio da continuidade significa

que o serviço público não pode parar, salvo em

algumas hipóteses legalmente previstas. A letra B está

errada, o princípio da modicidade tem relação com

as tarifas a ser cobrada aos usuários. O preço dessas

tarifas deve ser módicos. As letras C e E estão erradas

quanto ao nome, apesar de totalidade e universalidade

serem sinônimos, no caso dos serviços públicos, o nome

correto do princípio é generalidade. Resposta: Letra D.

6. (FGV – 2019) O serviço público está submetido ao

regime de direito público, com aplicação de regras

específicas trazidas pela Lei nº 8.987/95. Assim, o

serviço público deve ser prestado:

1) com a modernidade das técnicas, do equipamento e

das instalações e sua conservação; e

2) mediante tarifas mais baixas possíveis cobradas dos

usuários, a fim de manter a prestação do serviço à

maior parte possível da coletividade.

As duas características acima descritas traduzem,

respectivamente, os princípios do serviço público da:

a) modicidade e continuidade;

b) atualidade e modicidade;

c) economicidade e continuidade;

d) universalidade e eficiência;

e) generalidade e competitividade.

A questão é bastante simples, analisando cada uma

das frases podemos destacar algumas palavras-chave

para identificar os princípios. No caso da frase

1, as palavras “modernidade de técnicas” e “equipamentos”,

claramente trata-se do princípio da

atualidade, que exige que a Administração Pública

utilize-se, sempre, da tecnologia mais moderna para

a prestação de um serviço de qualidade para seus

usuários (não há mais espaço para os “servidores

de máquina de escrever”). A segunda frase apresenta

as palavras “tarifas baixas” e “cobradas dos

usuários”, o que é uma clara alusão ao princípio da

modicidade das tarifas. Resposta: Letra B

7. (FGV – 2018) Serviço público é toda atividade executada

de forma direta ou indireta pelo Estado e usufruída

pelos cidadãos, gozando de prerrogativas decorrentes

da supremacia do interesse público. Dentre os princípios

específicos do serviço público, o ordenamento

jurídico estabeleceu o da:

a) modicidade das tarifas, segundo o qual o serviço público

deve ser prestado aos hipossuficientes de forma

gratuita e universal;

b) pessoalidade, segundo o qual o serviço público deve

ser prestado em benefício a um círculo social previamente

definido em lei;

c) continuidade, segundo o qual o serviço público, em

regra, não deve sofrer interrupções e deve ser prestado

de forma permanente;

d) isonomia formal, segundo o qual o preço público cobrado

para prestação do serviço deve ter valor progressivo,

de acordo com a capacidade contributiva do

usuário;

e) onerosidade, segundo o qual o serviço público é remunerado

mediante tarifa e, em caso de inadimplemento

do usuário, pode ser suspenso independentemente de

aviso prévio.

A letra A está errada, a modicidade das tarifas significa

que as tarifas cobradas pelo serviço público

devem ser baixas e módicas. A letra B está errada,

não existe princípio da pessoalidade, pois os serviços

públicos devem atender ao número máximo de

usuários possível, sem a possibilidade de discriminação

entre os usuários. A letra D está errada, pois

a isonomia não tem relação com as tarifas cobradas

aos usuários. A letra E está errada na sua parte

final, pois é vedada a suspensão do serviço público

sem o devido aviso prévio. Resposta: Letra C.

8. (VUNESP – 2020) A delegação, a título precário,

mediante licitação, da prestação de serviços públicos,

feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica

que demonstre capacidade para seu desempenho, por

sua conta e risco.

É correto afirmar que o texto do enunciado trata da

a) concessão de serviço público.

b) licitação de serviço público.

c) autorização de serviço público.

d) regulamentação de serviço público.

e) permissão de serviço público.

No enunciado da questão há algumas palavras-chave

para identificar a forma de delegação do serviço

público que a questão pede. Essas palavras são:

“título precário”, “mediante licitação”, “pessoa física”

e “por sua conta e risco”. Se é a título precário,

significa que pode ser revogada a qualquer tempo.

Se a concessão é realizada mediante licitação,

significa que o ente que recebeu a delegação o fez

mediante contrato administrativo (e não ato). Além

disso, tal ente desempenha as funções do serviço

público por sua

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

93


94

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA

ADMINISTRAÇÃO

A Administração Pública estará sujeita a vários mecanismos

que irão verificar a regularidade da sua atuação.

Por vezes, mecanismos internos, assim como externos,

sujeitam-se a controles exercidos por outros Poderes.

Essa possibilidade de um Poder limitar o outro

você poderá encontrar referida como sistema de freios

e contrapesos ou checks and balances. Nada mais é do

que a limitação mútua de um Poder para com outro,

de forma que o poder que emana do povo seja exercido

de forma equilibrada pelos representantes eleitos.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

O controle administrativo é o controle exercido

pela própria Administração Pública sobre seus atos.

Uma importantíssima característica do controle interno

é a amplitude, pois recairá tanto sobre os aspectos

de legalidade como sobre os aspectos de mérito.

Vejamos o artigo 70 da CF/88, que faz menção direta à

existência do sistema de controle interno de cada Poder.

Art. 70 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial da União e

das entidades da administração direta e indireta,

quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação das subvenções e renúncia de receitas,

será exercida pelo Congresso Nacional, mediante

controle externo, e pelo sistema de controle interno

de cada Poder.

Tal informação deve ser desde já trabalhada em

comparação ao controle externo exercido sobre outros

poderes sobre a Administração Pública. Nesses casos,

além de eles acontecerem nas hipóteses constitucionalmente

previstas, em regra, deverão recair apenas

sobre os aspectos de legalidade do ato praticado.

A CF/88 fala mais uma vez sobre o controle interno

no seu artigo 74.

Art. 74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário

manterão, de forma integrada, sistema de controle

interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no

plano plurianual, a execução dos programas de

governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,

quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,

financeira e patrimonial nos órgãos e entidades

da administração federal, bem como da aplicação de

recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais

e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua

missão institucional.

Temos também a possibilidade de reexame da

matéria por meio da interposição de recursos pelos

eventuais interessados. Em regra, esses recursos serão

analisados dentro da estrutura do próprio Poder, sendo

então classificados como recursos próprios. Quando

a análise do recurso se der em outro Poder, será

classificado como recurso impróprio.

CONTROLE JUDICIAL

Esse é o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre

os atos praticados pelos demais poderes e de seus próprios

atos quando do exercício da função administrativa.

Importante lembrar que no Brasil aplica-se o princípio

da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual

nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito poderá

ser afastada a apreciação do Poder Judiciário.

Nesse contexto, importante lembrar que, em

âmbito administrativo, teremos a ocorrência do contencioso

administrativo nesses termos. Tribunais

administrativos especializados apreciarão a matéria

de sua competência, o que não afasta a competência

do Poder Judiciário de apreciar novamente a matéria.

No entanto, como já vimos anteriormente, essa

análise, em regra, não poderá adentrar ao mérito

administrativo dos atos analisados, devendo se ater

aos aspectos vinculados.

Ainda, segundo o princípio da inércia que norteia

a atuação do Poder Judiciário, deverá ser sempre provocado

por um dos interessados na sua manifestação.

Dica

O Poder Judiciário só poderá se manifestar sobre a

execução de políticas públicas diante de situações

extremas, quando o mínimo aceitável não tenha

sido feito. Deverá, na análise, levar em conta o princípio

da reserva do possível, para que seja definido

o mínimo aceitável na situação apresentada.

Veremos agora algumas ações por meio das quais

poderá ser provocado o Poder Judiciário para manifestação.

As situações e que ensejam seus usos são

diferentes. Vejamos os pontos mais importantes.

Mandado de segurança

O mandado de segurança tem seus pormenores

constantes da Lei nº 12.016/09. Segundo a própria

Constituição Federal servirá para proteger direito

líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou

habeas data. Outra condicionante é a ilegalidade ser

praticada por autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições do Poder Público

(como concessionárias de serviço público).

O conceito de autoridade aqui deverá ser interpretado

em sentido amplo, incluindo tanto servidores

públicos, como agentes particulares de delegatários

de serviços públicos.

O mandado de segurança poderá ser tanto repressivo,

preventivo. Ou seja, pode ser anterior a uma

lesão ao direito.

Temos situações em que não será cabível o mandado

de segurança. Vejamos.

• Contra ato do qual seja cabível recurso administrativo

com efeito suspensivo, sem necessidade de caução;

• Contra decisão judicial transitada em julgado;

• Contra lei em tese;

• Para assegurar liberdade de locomoção (aqui será

cabível o habeas corpus).

Mandado de injunção

Será cabível como remédio jurídico para garantir

ao cidadão exercício de direito que dependa de norma

ainda não existente. Vejamos a literalidade do texto

constitucional para um melhor entendimento.


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção

de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros

e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade,

à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre

que a falta de norma regulamentadora torne

inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais

e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,

à soberania e à cidadania;

O mandado de injunção é regulamentado pela Lei

nº 13.300/2016. Vejamos seu artigo 2º.

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre

que a falta total ou parcial de norma regulamentadora

torne inviável o exercício dos direitos e

liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes

à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Habeas data

Este remédio constitucional tem como finalidade

garantir o direito à informação. Ele consta expressamente

do artigo 5º da Constituição Federal. Vejamos a

literalidade do dispositivo.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção

de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros

e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade,

à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações

relativas à pessoa do impetrante, constantes de

registros ou bancos de dados de entidades governamentais

ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira

fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data será cabível para obtenção de informações

pessoais.

II - autorizar o Presidente da República a declarar

guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças

estrangeiras transitem pelo território nacional

ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados

os casos previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente

da República a se ausentarem do País, quando a

ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção

federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender

qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo

que exorbitem do poder regulamentar ou dos

limites de delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados

Federais e os Senadores;

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente

da República e dos Ministros de Estado;

IX - julgar anualmente as contas prestadas

pelo Presidente da República e apreciar os relatórios

sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer

de suas Casas, os atos do Poder Executivo,

incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência

legislativa em face da atribuição normativa dos

outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de

concessão de emissoras de rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal

de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes

a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e

o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa

e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão

de terras públicas com área superior a dois mil

e quinhentos hectares.

Vejamos agora as atribuições que competem privativamente

ao Senado Federal, art. 52 da CF/88.

CONTROLE LEGISLATIVO

O controle legislativo é o controle realizado pelo

Poder Legislativo sobre os demais poderes. O controle

poderá ser político ou financeiro, de acordo com a

hipótese constitucionalmente prevista.

Em regra, o aspecto financeiro será aquele fiscalizado

com o auxílio do TCU (ou Tribunal de Contas de

outra esfera, se for o caso), conforme previsto no artigo

70 da Constituição Federal (leia novamente, agora

nesse contexto).

Temos aqui uma importante exceção no funcionamento

do controle legislativo. Veja que os termos

“legitimidade, economicidade” constantes do dispositivo

que você acabou de ler permitirão uma análise

que poderá, conforme o caso, adentrar em aspectos

do mérito administrativo. Portanto, fique atento com

termos extremos nos enunciados das questões quando

estiverem abordando a presente temática.

Vejamos as competências exclusivas do Congressos

Nacional trazidas pelo artigo 49, da Constituição Federal.

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos

ou atos internacionais que acarretem encargos

ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente

da República nos crimes de responsabilidade,

bem como os Ministros de Estado e

os Comandantes da Marinha, do Exército e da

Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos

com aqueles;

II - processar e julgar os Ministros do Supremo

Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional

de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério

Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral

da União nos crimes de responsabilidade;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº

45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto,

após arguição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta

Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados

pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após

arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de

missão diplomática de caráter permanente;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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96

V - autorizar operações externas de natureza financeira,

de interesse da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República,

limites globais para o montante da dívida consolidada

da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para

as operações de crédito externo e interno da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

de suas autarquias e demais entidades controladas

pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão

de garantia da União em operações de crédito

externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o

montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte,

de lei declarada inconstitucional por decisão

definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto,

a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da

República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento,

polícia, criação, transformação ou extinção dos

cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa

de lei para fixação da respectiva remuneração,

observados os parâmetros estabelecidos na lei

de diretrizes orçamentárias;

XIV - eleger membros do Conselho da República,

nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do

Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e

seus componentes, e o desempenho das administrações

tributárias da União, dos Estados e do Distrito

Federal e dos Municípios.

Finalmente, vejamos as atribuições que competem

privativamente à Câmara dos Deputados.

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração

de processo contra o Presidente e o Vice-

-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente

da República, quando não apresentadas ao

Congresso Nacional dentro de sessenta dias

após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento,

polícia, criação, transformação ou extinção dos

cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa

de lei para fixação da respectiva remuneração,

observados os parâmetros estabelecidos na lei

de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos

termos do art. 89, VII.

Importa saber que quando a Constituição Federal

se refere ao “Congresso Nacional”, devemos entender

Senado e Câmara reunidos em sessão conjunta para

deliberação.

Comissão Parlamentar de Inquérito

São comissões que podem ser criadas pela Câmara ou

pelo Senado, em conjunto ou separadamente, mediante

1/3 dos seus membros, com poderes de investigação,

para apuração de fato determinado e por prazo certo.

As CPIs podem realizar diligências, convocar e tomar

depoimentos, requisitar informações e documentos de

órgãos, requisitar auditorias e inspeções do TCU.

Segundo jurisprudência do STF, é vedado às CPIs

fazer buscas e apreensões domiciliares, determinar

interceptações telefônicas, dar ordem de prisão (exceto

em flagrante).

Tribunais de Contas

Como dito anteriormente, o Tribunal de Contas irá

auxiliar o Poder Legislativo no exercício de suas atribuições

constitucionais. Importante frisar que não estão a

ele subordinados, nem fazem parte de sua estrutura.

Ainda, em que pese o nome “tribunal”, suas

decisões não fazem coisa julgada como as do Poder

Judiciário. Em consequência, aquele que se julgar

prejudicado poderá recorrer ao Poder Judiciário para

apreciação da matéria.

Conforme artigo 71, da CF/88, o controle externo, a

cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio

do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente

pelo Presidente da República, mediante parecer

prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias

a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e

demais responsáveis por dinheiros, bens e valores

públicos da administração direta e indireta,

incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas

pelo Poder Público federal, e as contas daqueles

que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade

de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade

dos atos de admissão de pessoal, a qualquer

título, na administração direta e indireta, incluídas

as fundações instituídas e mantidas pelo Poder

Público, excetuadas as nomeações para cargo de

provimento em comissão, bem como a das concessões

de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas

as melhorias posteriores que não alterem o

fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara

dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão

técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de

natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional

e patrimonial, nas unidades administrativas

dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e

demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas

supranacionais de cujo capital social a União participe,

de forma direta ou indireta, nos termos do

tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos

repassados pela União mediante convênio, acordo,

ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,

ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo

Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,

ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre

a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial e sobre resultados de

auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade

de despesa ou irregularidade de contas, as

sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre

outras cominações, multa proporcional ao dano

causado ao erário;


IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade

adote as providências necessárias ao exato cumprimento

da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato

impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos

Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades

ou abusos apurados.

Importante!

Cuidado com o termo! As contas do Presidente

da República são apreciadas pelo TCU, enquanto

as dos demais administradores de dinheiro e

bens públicos são julgadas.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO

BRASILEIRO

Neste ponto estudaremos a responsabilização do

Estado e seus agentes quando da sua atuação. Inicialmente

devemos raciocinar que a responsabilidade

poderá ser contratual ou aquiliana. Contratual será

aquela que surge no bojo de uma relação contratual,

o que pode acontecer em inúmeros contextos diferentes.

Já a aquiliana será a responsabilidade extracontratual,

aquela a que o Estado está sujeito quando da

sua atuação no dia a dia, sem qualquer necessidade de

existência de contrato para que ela se efetive.

Estudaremos a responsabilidade extracontratual

do Estado, conhecendo um pouco de sua evolução

até o ponto em que se encontra hoje no ordenamento

jurídico brasileiro. Perceba que a evolução das teorias

entrega uma tentativa de proteger o indivíduo cada

vez mais da atuação do Estado.

Antes de adentrarmos aos detalhes, importante

que você tenha em mente que o conceito de agente

público aqui será o mais amplo possível, englobando

tanto os servidores públicos, como particulares

que estejam atuando em nome da Administração

Pública, ainda que por meio de concessionários ou

delegatários.

Teoria da Irresponsabilidade

Adentrando à evolução da teoria, temos inicialmente

a teoria da irresponsabilidade. Ela tem suas

origens no absolutismo, em que os reis não teriam, em

tese, a capacidade de errar (“king can do no wrong”).

Como os monarcas se confundiam com o próprio Estado,

não haveria possiblidade de culpa.

Teoria dos atos de império x atos de gestão

Nesse momento já temos uma primeira diferenciação

que permitirá a responsabilização do Estado por

parte dos seus atos. Os atos de império continuam não

sendo passíveis de responsabilização. São aqueles em

que o Estado atua em posição de superioridade em

relação ao administrado.

Já no caso dos atos de gestão, o Estado estaria

atuando em igualdade de condições com o administrado,

sendo possível a responsabilização aqui.

Teoria da Responsabilidade Subjetiva

Para facilitar o entendimento, é importante que se

reflita sobre a sua noção “normal” de culpa. Aquela em

que será apurada a sua culpa, por exemplo, em um prejuízo

causado ao vizinho. Isso é o que o Direito chama

de responsabilidade subjetiva. É aquela em que a conduta

do sujeito é analisada para que se conclua sobre a

sua responsabilidade ou não. É a culpa trazida no Código

Civil para situações gerais, digamos assim.

Reforçando, temos aqui a teoria responsabilidade

subjetiva, que também pode ser chamada de culpa

civil comum. Nela será importantíssimo o elemento

subjetivo da conduta do agente público.

Diante disso, para que se configure a culpa do Estado,

deveremos estar diante dos seguintes requisitos.

• Dano: material, estético ou moral;

• Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como

agente público;

• Nexo causal: relação de causa e consequência

entre a conduta e o dano ocorrido;

• Dolo ou culpa: presença o elemento subjetivo.

Teoria da Culpa Administrativa

Essa teoria também pode ser referenciada como

culpa do serviço, teoria do acidente administrativo,

ou culpa anônima do serviço público.

Segundo ela, para que se configure a responsabilidade

do Estado, basta que se comprove o mau funcionamento

do serviço público prestado.

Veja que a evolução aqui recai sobre a desnecessidade

de apuração do aspecto subjetivo da conduta

do agente, bastando verificar o proceder da própria

Administração Pública.

Teoria do Risco Administrativo

Segundo a teoria do risco administrativo, a Administração

Pública deverá ser responsabilizada sempre

que sua conduta comissiva ou omissiva ensejar prejuízos

aos administrados. Tal responsabilização se

dará independentemente de dolo ou culpa.

Ou seja, aqui temos o primeiro momento em que

surge uma responsabilidade civil ao Estado de natureza

objetiva, pois não será analisado o aspecto subjetivo

da conduta que causou o dano.

Por outro lado, temos o surgimento, neste momento,

de causas atenuantes ou até mesmo excludentes

da responsabilidade. Diante do caso concreto, o juiz

analisa a própria conduta do prejudicado, assim como

de outros envolvidos eventualmente, atenuando ou

excluindo a culpa do Estado no caso, de acordo com as

condutas dos envolvidos.

Teoria do Risco Integral

Entendida a teoria anterior, fica fácil entender

esta. Aqui os ditames são os mesmos, com exceção da

existência de excludentes e atenuantes da responsabilidade

do Estado. Em outros termos, para que reste

comprovada a responsabilidade do Estado se impõem

os seguintes fatores:

• Dano: material, estético ou moral;

• Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como

agente público;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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98

• Nexo causal: relação de causa e consequência

entre a conduta e o dano ocorrido.

RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO E

OMISSIVO DO ESTADO

Responsabilidade por ato comissivo do Estado

Depois de conhecer a evolução dos modelos de responsabilidade

do Estado, vamos conhecer como o tema

se encontra hoje no país. Temos a predominância da

teoria do risco administrativo, ou seja, em regra, a responsabilidade

civil do Estado Brasileiro será apurada

de forma objetiva, sendo possível a aplicação de causas

atenuantes e excludentes diante do caso concreto.

Como vimos anteriormente, os danos podem ser

material, moral ou estético, havendo, segundo jurisprudência

do STJ a possibilidade de cumulação.

A principal norma sobre o tema se encontra no

texto constitucional. Vejamos.

Art. 37 (...)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e

as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes,

nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado

o direito de regresso contra o responsável

nos casos de dolo ou culpa.

Como dito anteriormente, as pessoas de direito

privado responderão quando estiverem atuando em

nome da Administração Pública, conforme vimos no

dispositivo acima.

Importante ressaltar que em consonância com a

jurisprudência pátria, não haverá distinção no caso de

o terceiro prejudicado ser usuário ou não da prestadora

de serviço eventualmente envolvida em um incidente.

Ao fim do dispositivo temos a possibilidade da ação

regressiva. Essa ação regressiva não influencia de forma

alguma na reponsabilidade do Estado perante o

prejudicado. Será apenas um instrumento do Estado

para se ressarcir dos prejuízos causados pelos seus

agentes.

De acordo com a jurisprudência do STF, não é possível

ao prejudicado propor a ação contra o Estado e

agente público simultaneamente. A responsabilidade

deve recair sobre o Estado, que irá, se for o caso,

cobrar o agente público com meio de ação regressiva.

Importante diferenciar que aqui, nesse momento, a

responsabilidade será subjetiva (culpa civil comum).

Devemos lembrar dos requisitos necessários à

caracterização da responsabilidade civil do Estado.

• Dano: material, estético ou moral;

• Conduta oficial: agir de pessoa enquadrada como

agente público;

• Nexo causal: relação de causa e consequência

entre a conduta e o dano ocorrido.

Temos também as excludentes e atenuantes, já

abordadas anteriormente, mas que carecem de um

detalhamento ainda.

A causa atenuante se dará quando existir culpa

concorrente da Administração Pública com o prejudicado.

Ou seja, o agente público de fato causou dano,

no entanto, o particular também teve parcela de culpa.

Exemplo: viatura oficial avança sinal e colide com

cidadão que também avança sinal de trânsito.

A excludente irá se mostrar de maneira ainda mais

fácil: ocorrerá quando o cidadão prejudicado, ou um

terceiro, tiver culpa exclusiva no evento danoso, de

forma que a Administração Pública não causou qualquer

dano. Exemplo: cidadão avança o sinal e colide

com viatura oficial que estava respeitando todas as

regras de trânsito aplicáveis.

Dica

Veja esse entendimento do STF no caso de acidente

em transporte de passageiros.

Súmula 187, STF. A responsabilidade contratual

do transportador, pelo acidente com o passageiro,

não é elidida por culpa de terceiro, contra o

qual tem ação regressiva.

Outra situação que ensejará a exclusão da culpa

da Administração Pública será a ocorrência de fatos

imprevisíveis e extraordinários, que são o caso fortuito

e a força maior. Em termos simples, devemos

entendê-los da seguinte maneira:

• Força maior: eventos da natureza causam prejuízo

sem qualquer participação humana. Exemplo:

furacão.

• Caso fortuito: situação extraordinária causada

por conduta humana. Exemplo: guerra.

Responsabilidade por omissão do Estado

A discussão da responsabilidade civil do Estado

no caso de atos omissivos é um pouco mais complexa,

dependendo do tema específico e do direcionamento

jurisprudencial. Por isso conheceremos o tema de

maneira geral, adentrando aos casos específicos mais

importantes e cobrados em provas.

Como regra geral, aqui será aplicada a teoria da

culpa administrativa. Então teremos o seguinte, compilando

com o que vimos no item anterior.

• Responsabilidade por atos comissivos: responsabilidade

objetiva / teoria do risco administrativo;

• Responsabilidade por atos omissivos: responsabilidade

subjetiva / teoria da culpa administrativa.

Portanto, já sabemos neste momento que para a

comprovação da culpa do Estado por ato omissivo

será necessária a comprovação do elemento subjetivo:

dolo ou culpa. No caso do Brasil, é necessário apenas a

comprovação da falta no serviço prestado. Diante disso,

vamos abordar três exemplos para que possamos

melhor entender esse ponto específico do estudo.

• Atos omissivos: em regra ensejam a responsabilidade

subjetiva do Estado;

• Fenômenos da natureza: responde a Administração

Pública no caso de não ter cuidado devidamente

do sistema de esgoto, ou por outras omissões que

venham a agravar as consequências do fenômeno

em questão;

• Atos de multidão: surge a culpa da Administração

Pública quando a atuação diante da multidão seja

ineficiente, dando causa a dano maior do que ocorreria

se a atuação da Administração Pública fosse

apropriada.


REQUISITOS E CAUSAS EXCLUDENTES E

ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO

Dentro do âmbito da teoria objetiva da responsabilidade

estatal, existem duas vertentes distintas. A

primeira, denominada risco integral, dispõe que o

Estado possui o dever de indenizar todo e qualquer

dano causado pela prática de seus atos, não admitindo

nenhuma excludente. Trata-se de uma variação radical,

em que a Administração se transforma em um

indenizador universal. Não é adotado em nenhum

país, sendo adotado no Brasil somente como exceção

em alguns casos específicos, como nos acidentes

de trabalho, na indenização coberta pelo seguro obrigatório

para automóveis (DPVAT) etc.

A segunda vertente, denominada teoria do risco

administrativo, é a adotada como regra geral no

direito brasileiro. Tal teoria reconhece algumas excludentes

da responsabilidade do Estado. Excludentes

são circunstâncias que, como o próprio nome diz,

afastam o dever de indenizar durante a sua ocorrência.

São, ao todo, três modalidades:

• Culpa exclusiva da vítima: são hipóteses em que o

prejuízo é consequência da intenção deliberada da

própria vítima. O prejudicado, ao utilizar o referido

serviço público, acaba sofrendo danos por uma ação

tomada por ela mesma, não havendo qualquer relação

com as condutas do Poder Público. É o caso, por

exemplo, de pessoa que se joga na frente de viatura

policial para ser atropelada. Não se confunde com a

culpa concorrente, que se traduz no dano causado

pela conduta recíproca do Estado e da própria vítima.

Neste caso, há uma análise pericial para determinar

os diferentes graus de culpa de cada agente,

ensejando reparação.

• Força maior: é o evento imprevisível e involuntário

que rompe o nexo de casualidade entre o ato

da Administração e o prejuízo sofrido pela vítima.

Geralmente são causados pela força da natureza.

É o caso, por exemplo, do desabamento de terras

que arruínam as casas de um bairro, devido às fortes

chuvas. Não se confunde com o caso fortuito,

em que o dano decorre de ato humano, ou da própria

Administração, como o desabamento de uma

estrada. O caso fortuito enseja o dever de responsabilidade

somente se tal evento for causado pelo

agente público.

• Culpa de terceiro: é a hipótese em que o prejuízo

é atribuído a pessoa estranha aos quadros da

Administração Pública. Dessa forma, não há como

o Estado ser imputado responsável por atos praticados

por pessoas que não fazem parte de sua

composição.

Dica

Curioso é o caso dos danos causados pelas

enchentes, sobretudo em cidades onde o escoamento

das águas é precário, como ocorre em algumas

regiões da cidade de São Paulo. Como regra

geral, o Estado não se responsabiliza por prejuízos

causados pelas enchentes. A 3º Câmara de Direito

Público do TJ/SP negou provimento à AC nº

0170440220058260602 interposta por três proprietários

de imóveis afetados pelas fortes chuvas

do início do ano de 2012, que pleiteavam pedido de

indenização pelos danos causados pelas chuvas,

pois as galerias pluviais de seu bairro não eram

suficientes para escoar toda a água, caracterizando-se

em falta no serviço público. Segundo voto do

relator, porém, não havia qualquer prova que defina

a ocorrência de qualquer falta de serviço que possa

ser atribuída ao Município e que tenha sido causa

concorrente para o evento.

Todo aquele que se sentir prejudicado por conduta

comissiva ou omissiva de agente público pode

pleitear, pela via administrativa ou judicial, a devida

reparação pelos danos causados. Na via administrativa,

basta que o prejudicado formule o pedido

a autoridade competente, que instaurará processo

administrativo para apurar a responsabilidade e o

pagamento de indenização.

Porém, é preferível que a vítima utilize a via judicial,

hipótese mais comum haja vista o direito de petição,

que se caracteriza no dever do Poder Judiciário

de atender todas as demandas feitas pelos cidadãos.

O direito à indenização da vítima se instrumentaliza

pela ação indenizatória. A ação indenizatória, dessa

forma, é aquela proposta pela vítima contra a pessoa

jurídica que o agente público causador do dano pertence.

Conforme dispõe o art. 206, § 3º, V, do Código

Civil, o prazo prescricional para a propositura de ação

indenizatória é de três anos, contados da ocorrência

do evento danoso.

Lembrando também que sempre há a possibilidade

de direito de regresso, por parte do ente público,

contra o agente que, de fato, praticou a conduta danosa.

Óbvio, quando a culpa recair totalmente sobre um

agente ou um pequeno grupo de agentes públicos, o

Estado não pode ser o único a arcar com os prejuízos

da reparação, ele possui direito de regresso. Ainda

que os agentes não indenizem a vítima, sobre eles

podem recair a ação regressiva com essa finalidade

específica. Significa dizer que os agentes públicos só

podem responder de forma subjetiva, devendo indenizar

o Poder Público pela prática de seus atos.

RESPONSABILIDADE DO ESTADO SEGUNDO

REITERADAS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL

FEDERAL (STF)

É bem comum que algumas questões exijam do

candidato conhecimentos sobre a jurisprudência de

determinada matéria. De fato, a teoria da responsabilidade

extracontratual do Estado abrange diversas

casuísticas que podem gerar algumas dúvidas, sobre

as quais a doutrina faz pouca menção.

Observe as seguintes ementas relacionadas com a

referida matéria, todas extraídas do STF:

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPER-

CUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO

ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º,

XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A

responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição

Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à

teoria do risco administrativo, tanto para as condutas

estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto

rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do

Estado reclama nexo de causalidade em relação ao

dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder

Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade

de agir para impedir o resultado danoso. 3. É dever

do Estado e direito subjetivo do preso que a execução

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

99


100

da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os

direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada

a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso

XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucional

de proteção ao detento somente se considera violado

quando possível a atuação estatal no sentido de

garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto

inafastável para a configuração da responsabilidade

civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da

Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur,

por isso que nos casos em que não é possível ao Estado

agir para evitar a morte do detento (que ocorreria

mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se

o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade

do Poder Público, sob pena de adotar-se contra

legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao

arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento

pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio,

suicídio, acidente ou morte natural, sendo que

nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais

que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabilidade

civil estatal resta conjurada nas hipóteses em

que o Poder Público comprova causa impeditiva da

sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo

de causalidade da sua omissão com o resultado danoso.

8. Repercussão geral constitucional que assenta a

tese de que: em caso de inobservância do seu dever

específico de proteção previsto no artigo 5º, XLIX, da

Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte

do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que

inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem

outra causa capaz de romper o nexo de causalidade

da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita

a decisão impositiva de responsabilidade civil

estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO.

(RE 841526, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em

30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -

MÉRITO DJe-159 DIVULGAÇÃO 29-07-2016 PUBLICAÇÃO 01-08-

2016)

Um tema que costuma cair bastante em questões

de prova diz respeito à morte do preso. Segundo entendimento

do STF, o Estado tem o dever de garantir que

a pessoa do detento cumpra sua pena com dignidade,

respeitados os seus direitos humanos fundamentais.

Assim, quando um detento morre dentro da prisão,

demonstra-se uma omissão do Estado de atuar em

garantir seus direitos. Até mesmo em casos de suicídio

é possível a responsabilização civil do Estado.

Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPER-

CUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO CONSTITU-

CIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE

CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § 6º, DA CONS-

TITUIÇÃO FEDERAL. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO

DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA DO RISCO ADMINIS-

TRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. NECESSIDA-

DE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDICO ESPECÍFICO DE

AGIR. 1. A Constituição Federal, no art. 37, § 6º, consagra

a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de

direito público e das pessoas de direito privado prestadoras

de serviços públicos. Aplicação da teoria do risco

administrativo. Precedentes da CORTE. 2. Para a caracterização

da responsabilidade civil estatal, há a necessidade

da observância de requisitos mínimos para aplicação

da responsabilidade objetiva, quais sejam: a) existência

de um dano; b) ação ou omissão administrativa; c) ocorrência

de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão

administrativa; e d) ausência de causa excludente

da responsabilidade estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal

de Justiça do Estado de São Paulo concluiu, pautado na

doutrina da teoria do risco administrativo e com base na

legislação local, que não poderia ser atribuída ao Município

de São Paulo a responsabilidade civil pela explosão

ocorrida em loja de fogos de artifício. Entendeu-se que

não houve omissão estatal na fiscalização da atividade,

uma vez que os proprietários do comércio desenvolviam

a atividade de forma clandestina, pois ausente a

autorização estatal para comercialização de fogos de

artifício. 4. Fixada a seguinte tese de Repercussão Geral:

“Para que fique caracterizada a responsabilidade civil

do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos

de artifício, é necessário que exista a violação de um

dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando

for concedida a licença para funcionamento sem as cautelas

legais ou quando for de conhecimento do poder

público eventuais irregularidades praticadas pelo particular”.

5. Recurso extraordinário desprovido.

(RE 136861, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão:

ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2020,

ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201

DIVULG 12-08-2020 PUBLIC 13-08-2020)

Fogos de artifício são produtos altamente perigosos

e que podem causar danos a diversas vítimas, seja ela

o adquirente do produto, ou ainda terceiros. Observe

que, no caso mencionado, a vítima adquiriu fogos de

artifícios de forma clandestina dos proprietários do

comércio. Não houve, assim, a aquisição de licença

para a venda desses produtos. Sendo assim, firmou-

-se entendimento de que só caberá responsabilidade

civil do Estado quando restar comprovado que

houve a violação de um dever jurídico específico

de agir, como no caso de concessão de licença para

pessoa incapaz ou sem os cuidados específicos. Assim,

é hipótese de responsabilidade subjetiva.

CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTA-

DO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDI-

CAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO

PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO

DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPON-

SABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS

NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.

I- A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de

direito privado prestadoras de serviço público é

objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários

do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º,

da Constituição Federal.

II- A inequívoca presença do nexo de causalidade

entre o ato administrativo e o dano causado ao

terceiro não-usuário do serviço público, é condição

suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva

da pessoa jurídica de direito privado.

III- Recurso extraordinário desprovido.

(RE 591874, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno,

julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237

DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-

01820 RTJ VOL-00222-01 PP-00500)

Outro caso que é bastante comum e costuma cair

em questões de prova diz respeito ao serviço público

de transporte coletivo. Indaga-se como recairia a

responsabilidade do Estado quando, por exemplo, um

motorista de ônibus atropela um civil andando na

rua, que é considerado um terceiro não-usuário do

serviço. Segundo o entendimento do STF, as pessoas

jurídicas concessionários do serviço de transporte

possuem responsabilidade civil objetiva quando


o dano for causado contra terceiros, sejam eles

usuários do serviço ou não. A presença do nexo de

casualidade é bastante evidente.

LEI Nº 8.429/1992

A lei de improbidade administrativa dispõe sobre

as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos

de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,

cargo, emprego ou função na administração pública

direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

Sendo assim, o grande foco desta atividade legislativa

é seguir os valores empregados de forma ilícita.

O administrador emprega esforços no controle das

verbas e no seu uso. É uma lei que visa, objetivamente,

“moralizar” o serviço público.

O estudo de leis esparsas precisa passar pela leitura

do texto da lei, desta forma, vamos conciliar a leitura

da lei com os esquemas para melhorar o seu

entendimento sobre o conteúdo da lei 8429/92.

No Art.1º os atos de improbidade praticados por

qualquer agente público, servidor ou não, contra

a administração direta, indireta ou fundacional de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Municípios, de Território, de empresa

incorporada ao patrimônio público ou de entidade

para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido

ou concorra com mais de cinquenta por cento do

patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma

desta lei.

Se liga na informação importante que a lei apresenta:

Adm Direta, Ind.

e Fund

Agente público, servidor ou não.

De qualquer dos

poderes da União,

dos estados do DF e

dos Municípios

Erário concorrido

com + de 50%

No parágrafo único desde artigo, está disposto,

também, que: estão sujeitos às penalidades desta lei

os atos de improbidade praticados contra o patrimônio

de entidade que receba subvenção, benefício ou

incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem

como daquelas para cuja criação ou custeio o erário

haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta

por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,

nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão

do ilícito sobre a contribuição dos cofres

públicos.

Dica

Também estão sujeitos às penalidades desta

lei os atos de improbidade praticados contra o

patrimônio – quando a subvenção for menor que

50% - nestes casos, a sanção patrimonial limita-

-se à repercussão do ilícito.

Segundo o art. 2º da Lei n° 8.429/92 reputa-se agente

público, para os efeitos desta lei, todo aquele que

exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,

por eleição, nomeação, designação, contratação

ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,

mandato, cargo, emprego ou função nas entidades

mencionadas no artigo anterior.

O disposto nesta lei é aplicável, no que couber,

àquele que, mesmo não sendo agente público, induza

ou concorra para a prática do ato de improbidade

ou dele se beneficie sob qualquer forma direta

ou indireta. Estamos falando do particular! Estamos

falando da pessoa que não sendo funcionária

pública induza ou concorra para a improbidade.

Desta forma, os agentes públicos de qualquer nível

ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância

dos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade e publicidade no trato dos assuntos que

lhe são afetos.

O Art. 6º define que no caso de enriquecimento

ilícito perderá o agente público ou terceiro beneficiário

os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio,

nesse caso, haverá no mínimo uma “devolução” dos

valores ilicitamente acrescidos.

Quando o ato de improbidade causa lesão ao

patrimônio público ou enseja enriquecimento ilícito,

cabe a autoridade administrativa responsável pelo

inquérito representar ao Ministério Público, para a

indisponibilidade dos bens do indiciado. Essa indisponibilidade

a que se refere o caput deste artigo

recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento

do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial

resultante do enriquecimento ilícito.

O art. 8° aponta para os casos de sucessão em que o

valor ilícito torna-se parte de uma herança.

“o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio

público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito

às cominações desta lei até o limite do valor da

herança”.

Veja, a responsabilidade fica limitada ao valor da

herança, tudo isso para que se respeite a intranscendência

(a pena não pode passar da pessoa do infrator).

Os atos de improbidade administrativa se separam

em:

• Atos que importam enriquecimento ilícito

• Atos que importam prejuízo ao erário

• Atos de Improbidade Administrativa decorrentes

de concessão ou aplicação indevida de benefício

financeiro ou tributário

• Atos que atentam contra os princípios da administração

pública

TOP

1. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

2. PREJUÍZO AO ERÁRIO

3. CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA

4. PRINCÍPIOS DA ADM. PÚB.

4

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

101


102

É necessário separar cada uma das espécies de

atos para que o conteúdo tome uma dimensão mais

simples. Vejam só:

Enriquecimento ilícito é acréscimo de patrimônio

e só pode ocorrer de forma dolosa.

Prejuízo ao erário é decorrência de um ato que

diminuiu o patrimônio público, por exemplo, a destruição

de um equipamento público. Nestes casos, o

dano deve ser integralmente ressarcido, mesmo que

o ato seja culposo.

Concessão ou aplicação indevida de benefício tributário

ou creditício é um freio para os governantes

que desejam conquistar novas empresas para suas

administrações.

Atos de improbidade que atentam contra os princípios

da administração pública são a modalidade mais

branda de atos de improbidade. Um bom exemplo

seria:

Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Importam Enriquecimento Ilícito

Constituem ato de improbidade administrativa

importando enriquecimento ilícito obter qualquer

tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do

exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade

nas entidades mencionadas no art. 1° da lei de

improbidade. Quais sejam:

Dica

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por

qualquer agente público, servidor ou não, contra

a administração direta, indireta ou fundacional de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de

empresa incorporada ao patrimônio público ou de

entidade para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com mais de cinquenta

por cento do patrimônio ou da receita anual, serão

punidos na forma desta lei.

Pessoal, quando a lei fala sobre enriquecimento

ilícito, a referência que deve fazer parte do raciocínio

do aluno é a seguinte: enriquecer importa,

sempre, em aumento de patrimônio e, dessa

forma, deve acontecer de forma dolosa, ou seja,

precisa de vontade e consciência do enriquecimento

ilícito.

Nesse ponto parece muito importante esclarecer

o significado de alguns termos que serão importantes

no decorrer do estudo. Para compreendermos melhor

a lei de improbidade é necessário saber com alguma

profundidade alguns pontos:

Dolo – o dolo é a ação realizada com vontade e

consciência, voltada a um fim.

Culpa – sem maiores aprofundamentos, quando

realizamos alguma conduta de forma culposa não

temos a presença da vontade e da consciência, ou seja,

os atos de enriquecimento ilícito, não poderão ser

culposos. Entendeu? Esse é um detalhe absolutamente

relevante e pode rapidamente decidir uma questão. E

uma questão pode decidir uma prova inteira.

Trânsito em julgado – As decisões transitam em

julgado e ocorrido esse evento são definitivas e não

se sujeitam a novas mudanças ou recursos. O trânsito

em julgado poderá ocorrer após o esgotamento de

todas as instâncias judiciais ou quando publicada a

decisão as partes não impuserem recurso.

Rol exemplificativo – sempre que tivermos situações

que não puderem ser limitadas e citadas integralmente,

criaremos um rol exemplificativo de situações.

Essa técnica de redação traz assertividade para a lei,

evitando que o legislador diga menos do que pretendia.

Ou seja, sempre que encontrar um rol exemplificativo

em alguma redação use-o como vetor de interpretação.

As condutas previstas na lei (rol exemplificativo

presente no art. 9°, incisos I ao XII) são as seguintes:

• receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem

móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem

econômica, direta ou indireta, a título de comissão,

percentagem, gratificação ou presente de quem

tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser

atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente

das atribuições do agente público;

• perceber vantagem econômica, direta ou indireta,

para facilitar a aquisição, permuta ou locação de

bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços

pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior

ao valor de mercado;

• perceber vantagem econômica, direta ou indireta,

para facilitar a alienação, permuta ou locação de

bem público ou o fornecimento de serviço por ente

estatal por preço inferior ao valor de mercado;

• utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,

máquinas, equipamentos ou material de qualquer

natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer

das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,

bem como o trabalho de servidores públicos, empregados

ou terceiros contratados por essas entidades;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática

de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de

contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade

ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indireta, para fazer declaração falsa

sobre medição ou avaliação em obras públicas ou

qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,

medida, qualidade ou característica de mercadorias

ou bens fornecidos a qualquer das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei;

• adquirir, para si ou para outrem, no exercício de

mandato, cargo, emprego ou função pública, bens

de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional

à evolução do patrimônio ou à renda do

agente público;

• aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de

consultoria ou assessoramento para pessoa física

ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser

atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente

das atribuições do agente público, durante a

atividade;

• perceber vantagem econômica para intermediar a

liberação ou aplicação de verba pública de qualquer

natureza;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indiretamente, para omitir ato

de ofício, providência ou declaração a que esteja

obrigado;

• incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio

bens, rendas, verbas ou valores integrantes do

acervo patrimonial das entidades mencionadas no

art. 1° desta lei;


• usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas

ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam

Prejuízo ao Erário - (art. 10 da lei 8429/92)

Os atos de improbidade que causam prejuízo

ao erário são longamente listados no Art.10 da lei

8429/92 - constituindo ato de improbidade administrativa

que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão (cuidado com as omissões – “não fazer”),

dolosa ou culposa (lembre-se que as condutas culposas

são divididas em imperícia, imprudência e

negligência), que enseje perda patrimonial, desvio,

apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos

bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º

desta lei. Fique atento aos termos que a lei apresenta:

• perda patrimonial

• desvio

• apropriação

• malbaratamento

• dilapidação dos bens ou haveres

Quando tratamos de atos que causam prejuízo ao

erário temos que ficar bastante atentos, pois, neste

caso a lei se apresenta com outra formatação. A primeira

situação que deve ser anotada é que diferentemente

dos atos que geram enriquecimento ilícito, aqui

podemos responder por uma ação praticada de forma

culposa. Ou seja, em alguma das modalidades de culpa

incorremos e criamos um prejuízo para o erário.

Por exemplo, quando um policial bate uma viatura ele

age de forma culposa, ocorre um acidente de trânsito,

porém esse acidente trouxe prejuízo ao erário e deverá

ser indenizado. Dessa forma, fica claro que um ato

que gera prejuízo ao erário poderá ocorrer também

de forma culposa.

Dica

Os atos culposos poderão ocorrer de três formas,

imprudência, imperícia e negligência. Não

é necessário, para a prova de improbidade administrativa,

aprofundar os conceitos de imprudência,

imperícia e negligência.

Novamente a lei nos apresenta uma listagem de

atos (art. 10, incisos I ao XXI) que, se praticados,

serão considerados como atos de improbidade capazes

de causar prejuízo ao erário. O termo erário, ou

erário público é o conjunto do patrimônio do Estado,

sejam valores, sejam bens.

• Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a

incorporação ao patrimônio particular, de pessoa

física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei;

• Permitir ou concorrer para que pessoa física ou

jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou

valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem

a observância das formalidades legais ou regulamentares

aplicáveis à espécie;

• Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente

despersonalizado, ainda que de fins educativos

ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do

patrimônio de qualquer das entidades mencionadas

no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades

legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

• Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação

de bem integrante do patrimônio de qualquer

das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda

a prestação de serviço por parte delas, por preço

inferior ao de mercado;

• Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação

de bem ou serviço por preço superior ao de

mercado;

• Realizar operação financeira sem observância das

normas legais e regulamentares ou aceitar garantia

insuficiente ou inidônea;

• Conceder benefício administrativo ou fiscal sem

a observância das formalidades legais ou regulamentares

aplicáveis à espécie;

• Frustrar a licitude de processo licitatório ou de

processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los

indevidamente

• Ordenar ou permitir a realização de despesas não

autorizadas em lei ou regulamento;

• Agir negligentemente na arrecadação de tributo

ou renda, bem como no que diz respeito à conservação

do patrimônio público;

• Liberar verba pública sem a estrita observância

das normas pertinentes ou influir de qualquer forma

para a sua aplicação irregular;

• Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro

se enriqueça ilicitamente;

• Permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,

veículos, máquinas, equipamentos ou material

de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição

de qualquer das entidades mencionadas no

art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor

público, empregados ou terceiros contratados por

essas entidades.

• Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha

por objeto a prestação de serviços públicos por

meio da gestão associada sem observar as formalidades

previstas na lei; celebrar contrato de rateio

de consórcio público sem suficiente e prévia dotação

orçamentária, ou sem observar as formalidades

previstas na lei.

• Facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para

a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa

física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou

valores públicos transferidos pela administração

pública a entidades privadas mediante celebração

de parcerias, sem a observância das formalidades

legais ou regulamentares aplicáveis à espécie

• Permitir ou concorrer para que pessoa física ou

jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou

valores públicos transferidos pela administração

pública a entidade privada mediante celebração

de parcerias, sem a observância das formalidades

legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

• Celebrar parcerias da administração pública com

entidades privadas sem a observância das formalidades

legais ou regulamentares aplicáveis à espécie

• Agir negligentemente na celebração, fiscalização e

análise das prestações de contas de parcerias firmadas

pela administração pública com entidades

privadas;

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

103


104

• Liberar recursos de parcerias firmadas pela administração

pública com entidades privadas sem a estrita

observância das normas pertinentes ou influir de

qualquer forma para a sua aplicação irregular.

A leitura do texto da lei é inevitável e a verdade é

que tendo conhecimento da “letra da lei” o candidato

já estaria apto a responder diversas questões. Sendo

assim, deve existir um equilíbrio entre doutrina e

posições de tribunais ou questões e o estudo da lei.

Lembre-se que a prova cobrará em muito maior grau

o conhecimento da lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes

de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício

Financeiro ou Tributário - (art. 10-A da lei 8.429/92)

Finalmente alcançamos o art. 10-A. O Art. 10-A é

o mais novo dos artigos da lei e acaba sendo menos

cobrado nas provas, porém devemos lembrar que

uma das formas de cobrança desse ponto é a concessão

de vantagens tributárias para a implementação de

empresas, sejam o seguinte exemplo:

Dois municípios desejam atrair um polo de tecnologia,

para isso começam uma guerra fiscal e acabam

oferecendo vantagens indevidas para as empresas

que comporiam esse conglomerado.

Muito bem, dito isso, passamos a tratar dos atos de

improbidade administrativa decorrentes de concessão

ou aplicação indevida de benefício financeiro

ou tributário;

Benefício financeiro – desembolsos efetivos.

Exemplo – subvenções sociais (uma ajuda para a

manutenção de instituições públicas ou privadas,

normalmente ligadas à arte, cultura ou assistência

– sem fins lucrativos).

Benefício tributário – são vantagens tributárias.

Por exemplo, diminuição das alíquotas de ISSQN.

Os atos de improbidade administrativa consistem

em qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar

ou manter benefício financeiro ou tributário contrário

ao que dispõem o caput e o parágrafo 1º do art.

8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de

2003.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Atentam Contra os Princípios da Administração

Pública (art. 11 da lei 8.429/92)

A administração pública precisa defender seus

princípios e valores, por isso, a necessidade de, através

dos servidores, normatizar condutas que devem ser

evitadas. Nesse sentido, constituem atos de improbidade

administrativa que atentam contra os princípios

da administração pública qualquer ação ou omissão

que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,

legalidade, e lealdade às instituições. Fique

atento ao comando geral dos atos de improbidade

que atentam contra os princípios da Administração

Pública:

• Honestidade;

• Imparcialidade;

• Legalidade;

• Lealdade às instituições.

E notadamente às seguintes condutas (art. 11, incisos

I ao X):

Dica

I - Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento

ou diverso daquele previsto, na regra de

competência;

II - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,

ato de ofício;

III - Revelar fato ou circunstância de que tem ciência

em razão das atribuições e que deva permanecer

em segredo;

IV - Negar publicidade aos atos oficiais;

V - Frustrar a licitude de concurso público;

VI - Deixar de prestar contas quando esteja obrigado

a fazê-lo;

VII - Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento

de terceiro, antes da respectiva divulgação

oficial, teor de medida política ou econômica capaz

de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - Descumprir as normas relativas à celebração,

fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas

pela administração pública com entidades

privadas.

IX - Deixar de cumprir a exigência de requisitos de

acessibilidade previstos na legislação.

X - Transferir recurso a entidade privada, em razão

da prestação de serviços na área de saúde sem a

prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento

congênere, nos termos do parágrafo único

do art. 24 da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Pessoal, atualmente o STJ tem aceitado a imposição

de cautelares de indisponibilidade de bens

não só para os atos de enriquecimento ilícito ou

de prejuízo ao erário, mas também para os atos

que atentem contra os princípios da administração

pública.

Das Penas (art. 12 da lei 8.429/92)

Apresenta uma grande quantidade de condutas

separadas nos 4 tópicos que destacamos anteriormente

e é necessário tratar, finalmente, das sanções. A lei

8429/94, independentemente das sanções penais, civis

e administrativas previstas na legislação específica,

responsabilizará o autor do ato de improbidade às

seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada

ou cumulativamente, tudo de acordo com a gravidade

do fato:

1 - Na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento

integral do dano, quando houver, perda da

função pública, suspensão dos direitos políticos de

oito a dez anos, pagamento de multa civil de até

três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição

de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta

ou indiretamente, ainda que por intermédio de

pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo

prazo de dez anos;

2 - Na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do

dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio, se concorrer esta circunstância,

perda da função pública, suspensão dos

direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento

de multa civil de até duas vezes o valor do dano


e proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,

direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de cinco anos;

3 - Na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do

dano, se houver, perda da função pública, suspensão

dos direitos políticos de três a cinco anos,

pagamento de multa civil de até cem vezes o valor

da remuneração percebida pelo agente e proibição

de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta

ou indiretamente, ainda que por intermédio de

pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo

prazo de três anos.

4 - Na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função

pública, suspensão dos direitos políticos de 5

(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)

vezes o valor do benefício financeiro ou tributário

concedido.

Vamos resumir estas informações com o seguinte

quadro:

MODALIDADES

Enriquecimento

ilícito

Prejuízo ao

erário

Atentar contra

os princípios da

Adm. Púb.

Concessão

de benefício

indevido

SUSPENSÃO

DOS DIREITOS

POLÍTICOS

8 a 10 anos

5 a 8 anos

3 a 5

5 a 8

MULTA

Até 3x o

valor do

dano

Até 2x o

valor do

dano

Até 100x a

remuneração

Até 3x o

valor do

dano

Declaração de Bens (art. 13 da lei 8.429/92)

PROIBIÇÃO DE

CONTRATAR

10 anos

5 anos

3 anos

Atenção, sempre a posse e o exercício de agente

público ficam condicionados à apresentação de

declaração dos bens e valores que compõem o seu

patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço

de pessoal competente. Isso servirá para analisar a

evolução patrimonial do agente público. Essa declaração

compreenderá imóveis, móveis, semoventes

(animais como bovinos ou equinos), dinheiro, títulos,

ações, e qualquer outra espécie de bens e valores

patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,

quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais

do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de

outras pessoas que vivam sob a dependência econômica

do declarante, excluídos apenas os objetos e

utensílios de uso doméstico.

Muitas instituições, sobretudo federais, aceitam que

seja utilizada cópia do imposto de renda do servidor.

Dessa maneira se alcança o acompanhamento do desenvolvimento

patrimonial do servidor de forma simples.

A declaração de bens será anualmente atualizada

(e analisada) e na data em que o agente público deixar

o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

Será punido com a pena de demissão, a bem do

serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,

o agente público que se recusar a prestar declaração

dos bens, dentro do prazo determinado, ou que

a prestar falsa. O declarante, a seu critério, poderá

entregar cópia da declaração anual de bens apresentada

à Delegacia da Receita Federal na conformidade

da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de

qualquer natureza, com as necessárias atualizações,

como forma de manter suas declarações atualizadas.

Do Procedimento Administrativo e do Processo

Judicial - (arts. 14 a 22 da lei 8.429/92)

Fique atento, qualquer pessoa tem o poder de representar

à autoridade administrativa competente para

que seja instaurada investigação destinada a apurar a

prática de ato de improbidade. Essa representação, que

será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá os

dados de qualificação do representante, as informações

sobre o fato e sua autoria e a apontará as provas de que

tenha conhecimento. A autoridade administrativa poderá

rejeitar a representação, em despacho fundamentado,

se a representação não apresentar os requisitos

mínimos elencados pela lei.

Art. 14, § 1º - A representação, que será escrita ou

reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação

do representante, as informações sobre o fato e

sua autoria e a indicação das provas de que tenha

conhecimento.

Todavia, a rejeição não impede a representação ao

Ministério Público!

Realizada a representação e atendidos os seus

requisitos, a autoridade determinará a imediata

apuração dos fatos. No caso de servidores federais

será processada na forma da lei 8.112/90 e tratando-

-se de servidor militar, de acordo com os respectivos

regulamentos disciplinares. Estabelecida a comissão

processante, está dará conhecimento ao Ministério

Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência

de procedimento administrativo para apurar a

prática de ato de improbidade. O Ministério Público

ou Tribunal ou Conselho de Contas poderão, a requerimento,

designar representante para que acompanhe

o procedimento administrativo.

Havendo indícios de responsabilidade fundados,

a comissão representará ao MP ou à procuradoria do

órgão para que requeira ao juízo competente a decretação

do sequestro dos bens do agente ou de terceiro

que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano

ao patrimônio público.

Indícios

fundados de

responsabilidade

Dica

Representação

MP ou

Procuradoria

Pedido de

sequestro

dos bens - tudo

de forma cautelar.

em 30 dias deve

ser proposta a

ação.

O Ministério Público, se não intervir no processo

como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal

da lei, sob pena de nulidade.

É possível, quando necessário, que o pedido

inclua a investigação, o exame e o bloqueio de bens,

contas bancárias e aplicações financeiras do indiciado

no exterior, nos termos da lei e dos tratados

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

105


106

internacionais. A ação principal, que terá o rito ordinário,

será proposta pelo Ministério Público ou pela

pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da

efetivação da medida cautelar. Tais ações admitem a

celebração de acordo de não persecução cível, nos

termos da Lei de Improbidade Administrativa.

Fiquem atentos ao uso das medidas cautelares!

Elas são adotadas para evitar um prejuízo irrecuperável

ou de difícil recuperação, por isso, sempre será

necessário que estejam presentes para sua decretação

dois elementos:

1. Fumus Boni Iuris – fumaça do bom direito

– Comprovado.

2. Periculum In Mora – risco da demora – Presumido.

A Fazenda Pública, em determinados casos promoverá

as ações necessárias à complementação do ressarcimento

ao erário. A propositura da ação enseja a

prevenção da jurisdição do juízo para as ações posteriormente

promovidas, desde que, possuam a mesma

causa de pedir ou o mesmo objeto.

A ação deve ser instruída com documentos ou

justificações que contenham indícios suficientes

da existência do ato de improbidade ou com razões

fundamentadas da impossibilidade de apresentação

de qualquer dessas provas, observada a legislação

vigente.

PROPOSITURA DA AÇÃO

Documento ou

justificação que

contenham indícios

suficientes da existência

do ato de

improbidade.

Ou, com razões

fundamentadas da

impossibilidade de

apresentação de

qualquer dessas

provas

PROPOSITURA DA AÇÃO

Caso a inicial esteja em devida forma, o juiz mandará

autuá-la e ordenará a notificação do requerido,

para, por rescrito, oferecer manifestação. A manifestação

poderá ser instruída com documentos e justificações,

tudo no prazo de 15 dias.

Após o recebimento da manifestação, o juiz, em 30

dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se

convencido da inexistência do ato de improbidade,

da improcedência da ação ou da inadequação da

via eleita.

Recebida a petição inicial, o réu será citado para

apresentar a contestação. Ainda da decisão que receber

a petição inicial, cabe agravo de instrumento.

Sempre que havendo a possibilidade de solução consensual,

poderão as partes pedir ao juiz a interrupção

do prazo para a contestação. Essa interrupção será

por prazo não superior a 90 dias. Todavia, em qualquer

fase do processo, reconhecida a inadequação da

ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem

julgamento do mérito.

Atente ao seguinte: a sentença que julga procedente

a ação civil de reparação do dano ou decreta

a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o

pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,

em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

(Art. 18 da lei 8429/92).

No que se refere as disposições penais, constitui

crime a representação por ato de improbidade contra

agente público ou terceiro beneficiário, quando

o autor da denúncia o sabe inocente. Nesse ponto,

a pena imposta é de detenção de seis a dez meses e

multa. Além da sanção penal, o denunciante está

sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,

morais ou à imagem que houver provocado.

Outro ponto das disposições penais que deve ser

reforçado é o seguinte:

Dica

A perda da função pública e a suspensão dos

direitos políticos só se efetivarão com o com a

decisão final irrecorrível – trânsito em julgado –

da sentença condenatória.

Não esqueçam que jamais os direitos políticos

serão perdidos, podendo, somente, ser

suspensos.

Como medida cautelar a autoridade judicial ou

administrativa poderá determinar o afastamento

do agente público do exercício do cargo, emprego

ou função. Esse afastamento se dará sem prejuízo da

remuneração e somente ocorrerá quando a medida

se fizer necessária à instrução processual. (Art. 20,

parág. único da lei 8429/92).

As medidas cautelares são adotadas para evitar

um prejuízo irrecuperável ou de difícil recuperação,

por isso, sempre será necessário que estejam presentes

para sua decretação dois elementos:

1. Fumus Boni Iuris – indícios de ocorrência

– Comprovado.

2. Periculum In Mora – risco da demora – Presumido.

A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

1 - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,

salvo quanto à pena de ressarcimento;

2 - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de

controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de

Contas.

Para apurar qualquer ilícito previsto na lei de

improbidade administrativa, o MP, de ofício, ou a

requerimento de autoridade administrativa, ou ainda,

mediante representação poderá requisitar a

instauração de inquérito policial ou procedimento

administrativo.

Com a mudança ocorrida no Código de processo

Penal a partir da nova redação do art. 339 do CP (Crime

de Denunciação Caluniosa), a ação por improbidade

administrativa ficou mais abrangente:

Antes: as condutas falsamente imputadas podiam

gerar denunciação caluniosa, desde que, tivessem

como base um crime ou contravenção.

Agora: a ação de improbidade administrativa ficou

mais abrangente. Podemos ter denunciação caluniosa

dialogando com crime, contravenção, ação de improbidade,

ação civil ou ato improbo.

Atenção! Essas mudanças apontam para uma

revogação tácita do art. 19 da lei de improbidade

administrativa.


Art. 19 Constitui crime a representação por ato de

improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,

quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante

está sujeito a indenizar o denunciado pelos

danos materiais, morais ou à imagem que houver

provocado.

Da Prescrição - (art. 23 da lei 8.429/92)

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções

previstas nesta lei podem ser propostas:

b) As disposições da lei em questão não são aplicáveis

àquele que não for agente público.

c) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio

público, caberá à autoridade administrativa responsável

pelo inquérito representar à Polícia Federal,

para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

d) Atos de improbidade administrativa são aqueles praticados

exclusivamente por servidores públicos.

e) A autoridade judicial ou administrativa competente

poderá determinar o afastamento do agente público

do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo

da remuneração, quando a medida se fizer necessária

à instrução processual.

• Até cinco anos após o término do exercício de

mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança;

• Dentro do prazo prescricional previsto em lei

específica para faltas disciplinares puníveis com

demissão a bem do serviço público, nos casos de

exercício de cargo efetivo ou emprego.

• Até cinco anos da data da apresentação à administração

pública da prestação de contas final pelas

entidades referidas no parágrafo único do art. 1 o

desta Lei.

Fonte

Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/> Acesso em: 10

de nov. 2020.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Nos termos da Lei

de Improbidade Administrativa, é correto afirmar que:

a) O ato de improbidade administrativa de enriquecimento

ilícito prevê pena de perda dos direitos políticos.

b) A ação de improbidade movida contra o servidor público

que causou prejuízo ao erário prescreve em três

anos.

c) O particular que tenha se beneficiado de ato de improbidade

poderá sofrer as sanções previstas na Lei nº

8.429/92.

d) A ausência de dano ao erário impede a aplicação

de penalidades pela prática de ato de improbidade

administrativa.

Inteligência do art. 3º, da Lei n. 8.429/92: Art. 3° As

disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,

àquele que, mesmo não sendo agente público, induza

ou concorra para a prática do ato de improbidade

ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou

indireta. Resposta: Letra C.

2. (IDECAN – 2020) De acordo com as disposições da

Lei 8.429/92, que trata dos atos de improbidade administrativa,

assinale a alternativa correta.

a) Quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento

ilícito, caberá à autoridade administrativa representar

ao Tribunal de Contas, para a fiscalização das contas

e decretação da indisponibilidade dos bens do

indiciado.

Da leitura do art. 20 concluímos que a perda da função

pública e a suspensão dos direitos políticos só

se efetivam com o trânsito em julgado da sentença

condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa

competente poderá determinar o afastamento

do agente público do exercício do cargo, emprego

ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a

medida se fizer necessária à instrução processual.

Resposta: Letra E.

3. (OBJETIVA – 2020) Considerando-se a Lei nº

8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa, sobre

a declaração dos bens e valores que compõem o patrimônio

privado do agente público, analisar os itens

abaixo:

I. A declaração de bens será anualmente atualizada e

na data em que o agente público deixar o exercício do

mandato, cargo, emprego ou função.

II. Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço

público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,

o agente público que se recusar a prestar declaração

dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar

falsa.

a) Os itens I e II estão corretos.

b) Somente o item I está correto.

c) Somente o item II está correto

d) Os itens I e II estão incorretos.

Cuida-se de assertiva que reproduz a literalidade do

art. 13, §2º, da Lei 8.429/92, abaixo transcrito:

“Art. 13 (...)

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada

e na data em que o agente público deixar o exercício

do mandato, cargo, emprego ou função.»

Logo, em se tratando de simples reprodução do texto

legal, não há equívocos a serem indicados.

II. Será punido com a pena de demissão, a bem do

serviço público, sem prejuízo de outras sanções

cabíveis, o agente público que se recusar a prestar

declaração dos bens, dentro do prazo determinado,

ou que a prestar falsa. Resposta: Letra A.

LEI N°9.784/1999

A necessidade de se instaurar um processo, isso é,

uma sequência de atos para o exercício da jurisdição,

tem seu fundamento no princípio constitucional do

devido processo legal. O devido processo legal pode

ser compreendido como o “escudo da humanidade”

contra a prática de atos abusivos por parte do Estado.

Seu fundamento legal está previsto no art. 5º, LIV,

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

107


108

da Constituição Federal, o qual assegura que ninguém

será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido

processo legal.

A obrigatoriedade do devido processo legal não se

aplica somente à seara judicial, mas também vincula

a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no

moderno Estado de Direito, a validade das decisões

praticadas por órgãos e agentes governamentais está

condicionada ao cumprimento de um rito procedimental

previamente estabelecido. Por isso, é de grande

importância o estudo do processo administrativo,

que visa dar maior transparência e garantia do exercício

de uma boa Administração para os particulares.

Dica

Processo ou procedimento administrativo? Apesar

de não serem a mesma coisa, ambos possuem

uma forte relação intrínseca. “Processo” é o termo

utilizado para designar a relação jurídica estabelecida

entre as partes e, por isso, denomina-se processo

administrativo o vínculo estabelecido entre o

Poder Público e o particular para a tomada de uma

decisão. “Procedimento”, por sua vez, refere-se a

uma sequência ordenada de atos que culminam na

tomada da decisão. Procedimento é o meio pelo

qual se atende aos fins do processo.

A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999

Com o objetivo de regulamentar a disciplina

constitucional do processo administrativo, a Lei nº

9.784/1999, denominada “Lei do Processo Administrativo”,

dispõe sobre normas básicas sobre o referido

processo no âmbito da Administração Federal

direta e indireta, visando a proteção dos direitos dos

administrados e ao melhor cumprimento dos fins da

Administração Pública. Trata-se de lei federal, aplicável

somente no âmbito da União, com incidência no

Poder Executivo, e também nos Poderes Legislativo

e Judiciário, no exercício de suas funções atípicas.

Entretanto, o STJ pacificou entendimento de que a

referida Lei de Processo Administrativo pode ser aplicável,

subsidiariamente, às demais entidades federais

que não possuam lei própria versando sobre o tema.

Com base nessas considerações, passemos a destacar

alguns pontos importantes da referida legislação.

De início, o art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.784/1999, procura

delimitar três importantes conceitos. Órgão é a unidade

de atuação integrante da estrutura da Administração

direta e da estrutura da Administração indireta.

Entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade

jurídica. Temos também autoridade, que é o servidor

ou agente público dotado de poder de decisão.

Preliminarmente, o artigo 1º atribui a principal

finalidade da referida Lei. “Esta Lei estabelece normas

básicas sobre o processo administrativo, seus atos e

procedimentos, no âmbito da Administração Pública

Direta e Indireta da União, inclusive das pessoas

jurídicas controladas ou mantidas pelo Poder Executivo,

visando, em especial, à proteção dos direitos dos

administrados, atendimento do interesse público e

melhor cumprimento dos fins da Administração”.

Pela leitura do caput do artigo 1º, percebe-se que

a referida Lei Federal estabelece normas básicas

sobre o processo administrativo, com a finalidade

de proteger os direitos dos administrados, promover

melhor atendimento do interesse público, e o

melhor cumprimento dos fins da Administração.

Os preceitos desta Lei se aplicam também aos

Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público,

à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da

União, quando no desempenho de função administrativa

(art. 1º, § 1º).

Dos princípios do processo administrativo e os atos

do processo administrativo

O caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 elenca os

princípios pelos quais a Administração Pública tem o

dever de obedecer e que regem o processo administrativo.

São eles:

a) Legalidade: é o dever de atuação conforme a

lei e o direito positivado, fruto da própria noção de

Estado de Direito.

b) Impessoalidade: tem por objetivo vedar a promoção

pessoal de agentes e autoridades

c) Moralidade: a atuação dos agentes públicos

deve seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.

d) Publicidade: é o dever de publicar os atos administrativos

de relevante interesse para a população,

gerando maior transparência.

e) Eficiência: envolvem as ideias de profissionalismo

e boa gestão, gerando resultados positivos e

cortando ao máximo os custos,

f) Razoabilidade e proporcionalidade: exige

uma linha lógica e adequação entre o fim almejado

e o meio utilizado para tal fim, abstendo-se de praticar

exageros.

g) Obrigatória motivação: as decisões tomadas

pelas autoridades devem conter pressupostos de

fato e de direito que justifiquem as mesmas.

h) Duração razoável do processo: não significa

que o processo administrativo deva ser célere e

rápido, mas ele também não pode ser demasiadamente

longo. Existem processos na esfera judicial

que perduram por mais de cinco anos!

i) Segurança jurídica: exige que a interpretação

das normas administrativas seja sempre a que

melhor atenda aos interesses dos administrados,

sendo vedada sua aplicação retroativa, pois isso

feriria o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e

a coisa julgada.

j) Contraditório e ampla defesa: para cada ato e

cada alegação feita no processo em questão, é assegurado

o direito de manifestação da parte contrária,

principalmente nos processos em que resultem

em sanções e nas situações de litígio.

k) Supremacia e indisponibilidade do interesse

público: são os princípios únicos e basilares de

Direito Administrativo, que fundamentam o fato

desse ramo jurídico ser de Direito Público. O interesse

público deve, sempre, se sobrepor aos interesses

particulares, o que garante à Administração

Pública uma série de prerrogativas para perseguir

esse fim. Por outro lado, o interesse público é indisponível,

não pode o agente público praticar atos

com desvios de finalidade

Além da obediência desses princípios, o processo

administrativo também deve observar, alguns critérios

previstos nos incisos do parágrafo único do artigo 2º:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a

renúncia total ou parcial de poderes ou competências,

salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público,

vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;


IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,

decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas

as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição

de obrigações, restrições e sanções em medida

superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento

do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito

que determinarem a decisão;

VIII - observância das formalidades essenciais à

garantia dos direitos dos administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar

adequado grau de certeza, segurança e respeito

aos direitos dos administrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação

de alegações finais, à produção de provas e

à interposição de recursos, nos processos de que

possam resultar sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais,

ressalvadas as previstas em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,

sem prejuízo da atuação dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma

que melhor garanta o atendimento do fim público

a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova

interpretação.

Dos direitos e deveres dos administrados

Apesar de não haver uma expressa menção, para

os efeitos da Lei, considera-se como “administrado”

todo aquele que não possui vínculo com a Administração

Pública, é o cidadão particular, sujeito de direitos

e deveres exercidos pela Administração.

Mesmo não estabelecendo uma definição de administrado,

a Lei Federal busca proteger alguns direitos

do administrado. Os seus direitos estão dispostos no

artigo 3º, in verbis:

Art. 3° O administrado tem os seguintes direitos perante

a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam

assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores,

que deverão facilitar o exercício de seus

direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos

em que tenha a condição de interessado,

ter vista dos autos, obter cópias de documentos

neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos

antes da decisão, os quais serão objeto de consideração

pelo órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,

salvo quando obrigatória a representação, por

força de lei.

Como se depreende da leitura do dispositivo, esse

não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo

administrativo não precisa prever todos os direitos do

administrado para garantir sua proteção.

Por outro lado, o artigo 4º aponta os deveres do

administrado perante o processo administrativo.

Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato normativo,

o artigo apresenta cinco deveres: I - expor os

fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade,

urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário;

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e

colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Do início do processo: instauração, legitimidade,

impedimento e suspeição

A Administração Pública apresenta uma dinamicidade

muito maior do que o Judiciário, uma vez que

pode agir de ofício, isso é, sem a provocação do interessado

(art. 5º).

É possível, evidentemente, que o processo administrativo

possa ser instaurado a requerimento, hipótese

em que deve ser formulado por escrito e conter

os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o

represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento

de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos

e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante

(art. 6º).

Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados

tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,

poderão ser formulados em um único requerimento

ou reunidos por decisão motivada da autoridade competente,

salvo preceito legal em contrário (art. 8º).

Quanto à legitimidade para a instauração do

processo, o artigo 9º elenca um rol taxativo de

interessados:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como

titulares de direitos ou interesses individuais ou no

exercício do direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm

direitos ou interesses que possam ser afetados pela

decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas,

no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas

quanto a direitos ou interesses difusos.

Ainda sobre as pessoas dentro do processo administrativo,

a referida Lei estabelece algumas hipóteses

de suspeição e de impedimento.

Impedimento é uma qualidade que uma pessoa

tem que, como o próprio nome diz, impede essa pessoa

de participar do processo administrativo. As causas de

impedimento estão dispostas no artigo 18, in vebis:

Art. 18 É impedido de atuar em processo administrativo

o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como

perito, testemunha ou representante, ou se tais

situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro

ou parente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente

com o interessado ou respectivo cônjuge ou

companheiro.

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento

deve comunicar o fato à autoridade competente,

abstendo-se de atuar. A omissão em comunicar tal

impedimento é considerada uma falta grave.

Mas a Lei do Processo Administrativo também prevê

algumas hipóteses de suspeição. São hipóteses em

que a pessoa não está obrigada, mas é recomendável

que ela não participe do processo administrativo. As

causas de suspeição estão previstas no artigo 20, in

verbis:

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

109


110

Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de autoridade

ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade

notória com algum dos interessados ou com os respectivos

cônjuges, companheiros, parentes e afins

até o terceiro grau.

Interessante observar que o próprio servidor ou

autoridade julgadora do processo pode se autodeclarar

suspeita.

Qual seria a diferença de julgamento de impedimento

e uma suspeição? A resposta é bem simples: o

impedimento são ordens legais, o que significa que

o seu julgamento está vinculado à palavra da lei. Já

o julgamento da suspeição, como não há um mandamento

para se declarar a suspeição (é recomendado

que tais pessoas não participem do processo), há uma

certa margem de liberdade no julgamento da suspeição,

o que evidencia uma maior discricionariedade.

Da competência, da forma, do tempo e do lugar

Nos termos do artigo 20, a competência é irrenunciável

e se exerce pelos órgãos administrativos a que

foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação

e avocação legalmente admitidos.

A delegação é o fenômeno pelo qual uma autoridade

distribui suas competências para uma entidade

ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha

hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a competência

poderá ser parcialmente delegada a outros

órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierárquica,

em razão de fatores técnicos, sociais, econômicos,

jurídicos ou territoriais.

O artigo 22 apresenta, contudo, algumas matérias

que não podem ser objeto de delegação, sendo

indelegáveis:

I - a edição de atos de caráter normativo;

II - a decisão de recursos administrativos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão,

entidade ou autoridade;

IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo

autorização expressa e na forma por ela

determinada.

A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de

competências, hipótese em que o órgão ou o titular

chama para si atribuições de competência de órgão

hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcional

e temporária no processo administrativo, conforme

dispõe o artigo 24.

Em relação a forma, a lei citada não atribui

nenhum requisito solene para o processo administrativo,

apenas exige que os atos processuais deverão

ser produzidos por escrito, em vernáculo, com data e

local de sua realização e assinatura da autoridade responsável

(art. 22, § 1º). Os atos são realizados em dias

úteis, no horário de funcionamento da repartição na

qual tramita o processo.

Sobre o tempo, dispõe o artigo 24 que, inexistindo

disposição legal específica, os atos do órgão ou autoridade

responsável pelo processo e dos administrados

que dele participem devem ser praticados no prazo de

cinco dias úteis, salvo motivo de força maior.

Sobre o lugar, os atos do processo devem realizar-se

por meio eletrônico ou físico, neste último caso

preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos

praticados em processos eletrônicos não dispensam o

comparecimento do interessado quando necessário,

devendo observar as regras procedimentais do órgão

ou entidade aos quais se destina.

Sobre a comunicação dos atos, é importante destacar

o conteúdo do artigo 27, in verbis:

Art. 27 O desatendimento da intimação não importa

o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a

renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo,

será garantido direito de ampla defesa ao

interessado.

O parágrafo único desse dispositivo trata de um

assunto bem simples: é assegurado no processo administrativo

o contraditório e a ampla defesa, igual a o

que acontece no processo judicial.

Porém, o caput do referido artigo traz uma novidade:

a falta de defesa técnica, pelo desatendimento

da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a

revelia não existe no processo administrativo. Os

efeitos da revelia (no processo judicial) importam no

reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados

e que não foram contestados pela outra parte.

Da instrução: produção de provas, testemunhas,

depoimento, citação

A fase de instrução é a etapa do processo administrativo

em que temos a produção de provas. As

atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar

os dados necessários à tomada de decisão se

realizam de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados

de propor atuações probatórias. A atuação do

interessado, quando exigida ou necessária na fase de

instrução, deve ser realizada de modo menos oneroso

para ele (art. 29).

Os atos de instrução podem ocorrer de forma

física ou por meio eletrônico. Nessa última hipótese,

tais atos serão documentados nos autos do respectivo

processo.

É absolutamente vedada a obtenção de provas por

meios ilícitos. Exemplo: a confissão de um servidor

policial sobre apuração de uma transgressão disciplinar,

mediante tortura.

Quando a matéria do processo envolver assunto de

interesse geral, o órgão competente poderá, mediante

despacho motivado, abrir período de consulta pública

para manifestação de terceiros, antes da decisão final,

se não houver prejuízo para a parte interessada e ao

eficaz andamento do processo (art. 31).

A consulta pública é um instrumento de comunicação

entre a administração e a sociedade, pois

os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas

e comentários acerca do objeto do processo, ainda

que não sejam a parte diretamente interessada. Não

é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somente

será utilizada quando for conveniente e oportuno

para a Administração e para o processo em questão.

Quando for necessária a prestação de informações

ou a apresentação de provas pelos interessados ou

terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,

mencionando-se data, prazo, forma e condições de

atendimento (art. 39). Essas intimações são indispensáveis

para que os interessados e terceiros tenham

conhecimento do processo que está correndo.

O artigo 42 dispõe sobre os pareceres, que podem

ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou

não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são

vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclusões

devam ou não ser necessariamente observadas

nas decisões proferidas por autoridade competente.


Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um

órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo

máximo de quinze dias úteis, salvo norma especial

ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um

parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido

no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a

respectiva apresentação, responsabilizando-se quem

der causa ao atraso. Se um parecer obrigatório e não

vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o

processo poderá ter prosseguimento e ser decidido

com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade

de quem se omitiu no atendimento (art. 42, §§ 1º e 2º).

Encerrada a instrução, o interessado terá o direito

de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo

se outro prazo for legalmente fixado (art. 44).

Do dever de decidir: motivação e desistência

Segundo o caput do artigo 48, a Administração

tem o dever de expressamente se pronunciar e emitir

decisão sobre todos os assuntos da sua competência

que lhes sejam apresentados, nos processos administrativos

e sobre solicitações, petições, representações

ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir

da Administração tem por fundamento justamente o

direito de petição do administrado.

O artigo 50, por sua vez, dispõe sobre a motivação

das decisões do processo administrativo. Os atos

administrativos deverão ser motivados, com indicação

dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos probatórios,

especialmente quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou

sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso

ou seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de

processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada

sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,

propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou

convalidação de ato administrativo.

A motivação deve ser explícita, clara e congruente,

podendo consistir em declaração de concordância

com fundamentos de anteriores pareceres, informações,

decisões ou propostas, que, neste caso, serão

parte integrante do ato. Na solução de vários assuntos

da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico

que reproduza os fundamentos das decisões, desde

que não prejudique direito ou garantia dos interessados

(art. 50, §§ 1º e 2º).

O artigo 51 apresenta a desistência, que é uma

das formas de extinção do processo administrativo.

O interessado poderá, mediante manifestação escrita,

desistir total ou parcialmente do pedido formulado

ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Quando

múltiplos os interessados, a desistência de um não

afeta o prosseguimento do processo para os demais

(art. 51, § 1º). A desistência ou renúncia do interessado,

conforme o caso, não prejudica o prosseguimento

do processo, se a Administração considerar que o interesse

público assim o exige.

O artigo 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipótese

de extinção do processo administrativo: quando

exaurida a sua finalidade ou o objeto da decisão

se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato

superveniente.

Da anulação, revogação e convalidação

O artigo 53 prevê o que a doutrina denomina de

autotutela administrativa. A Administração deve anular

seus próprios atos, quando eivados de vício de

legalidade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência

ou oportunidade, em qualquer caso respeitados

os direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou

intervenção do processo judiciário.

Quando um ato é considerado ilegal, significa que

houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A

palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado

fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o instituto

da vinculação. Porém, quando um ato é considerado

inconveniente e inoportuno (mas ainda assim

legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha de

manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação.

Há um julgamento com base na discricionariedade.

O direito da Administração de anular os atos administrativos

de que decorram efeitos favoráveis para os

destinatários decai em cinco anos, contados da data

em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo

de decadência contar-se-á da percepção do primeiro

pagamento (art. 54, § 1º).

Em decisão na qual se evidencie não acarretarem

lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os

atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser

convalidados pela própria Administração (art. 56).

Dica

Para saber quais atos podem ser sanáveis, é

importante relembrar quais são os elementos

dos atos administrativos: competência, objeto,

forma, motivo e finalidade. Os atos podem

ser convalidados, se o seu vício recair sobre a

competência ou a forma do ato administrativo.

Contudo, se o vício recair no motivo, objeto

e a finalidade, por serem vícios insanáveis, não

podem ser convalidados.

Dos recursos administrativos

Todas as decisões adotadas em processo administrativo

são passíveis de recurso, caso em que haverá

um reexame quanto às questões de legalidade (vinculação)

e de mérito (discricionariedade) dos atos administrativos

objeto do litígio.

O recurso será dirigido à autoridade superior por

intermédio da autoridade que proferiu o ato recorrido,

e esta poderá reconsiderar sua decisão no prazo

de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo

subir, devidamente informados (art. 56, § 1º). Salvo

exigência legal, a interposição de recurso independe

de caução.

Existem três instâncias administrativas pelas quais

os recursos podem tramitar (art. 57).

Os legitimados para interpor recurso estão previstos

no artigo 58. São eles:

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

111


112

I - os titulares de direitos e interesses que forem

parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente

afetados pela decisão recorrida;

III - as organizações e associações representativas,

no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos

ou interesses difusos.

O recurso é interposto por meio de requerimento

no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do

pedido de reexame, podendo juntar os documentos

que julgar convenientes.

Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo,

salvo havendo relevante fundamento e justo receio

de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente

da execução. Nesses casos, a autoridade recorrida

poderá decretar a suspensão do prazo recursal (art.

61, parágrafo único).

Interposto o recurso, o órgão competente para dele

conhecer deverá intimar os demais interessados para

que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações.

O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa (art. 63).

Os prazos contam-se em dias úteis e começam a

correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se

da contagem o dia do começo e incluindo-se o do

vencimento.

O órgão competente para decidir o recurso poderá

confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,

a decisão recorrida, se a matéria for de sua

competência. Se da aplicação do disposto neste artigo

puder decorrer gravame à situação do recorrente,

este deverá ser cientificado para que formule suas

alegações antes da decisão (art. 64, parágrafo único).

Uma vez vistos os aspectos gerais dos recursos

administrativos, é importante, também, conhecer

cada um deles em espécie:

• Representação: é uma denúncia formal de irregularidade,

feita por qualquer indivíduo, com previsão

no art. 37, § 3º, III, da CF/1988, e que gera à Administração

o dever-poder de apurar a irregularidade, se

houver. Trata-se, por isso, de ato vinculado.

• Reclamação administrativa: É o ato pelo qual

o administrado, particular ou servidor público,

deduz uma pretensão perante a administração

pública, visando obter o reconhecimento de um

direito ou a correção de um ato que lhe cause ou

na iminência de causar lesão. A interposição da

reclamação não impede a apreciação do pleito

pelo Judiciário, mas a reclamação interposta dentro

do prazo de 1 ano, contado da ocorrência do

ato, suspende a prescrição quinquenal deste.

• Pedido de reconsideração: é uma solicitação

feita à autoridade que expediu o ato, para que o

modifique ou o invalide, nos moldes do requerente.

A reconsideração não suspende a prescrição do

Judiciário.

• Recurso hierárquico próprio: é aquele endereçado

a autoridade superior à que praticou o ato

recorrido. Pode ser interposto sem a necessidade

de previsão legal, uma vez que a revisão dos

atos pela autoridade hierarquicamente superior

àquela que praticou o ato é uma de suas tarefas

inerentes. Vale ressaltar que o recurso hierárquico

independe de caução ou qualquer tipo de garantia

em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculante

nº 21 do STF.

• Recurso hierárquico impróprio: é aquele dirigido

a autoridade que não ocupa posição de hierarquia

em relação ao ente que praticou o ato. É

o caso, por exemplo, de recurso interposto para o

ente federativo membro da Administração Direta,

sobre alguma entidade da Administração Indireta.

Esse tipo de recurso deve possuir previsão legal,

uma vez que os poderes inerentes à tutela não se

presumem.

Atenção para o conteúdo do artigo 65: “O órgão

competente para decidir o recurso poderá confirmar,

modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,

a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Se da aplicação do disposto neste artigo puder

decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá

ser cientificado para que, no prazo de dez dias úteis,

formule suas alegações antes da decisão”.

O referido dispositivo trata do que a doutrina denomina

da “proibição da reformatio in pejus”. De modo

geral, a decisão proferida no recurso administrativo

não pode resultar em gravame, ou em prejuízo para o

administrado. Exemplo: se o servidor foi punido com

pena de suspensão por 10 dias e decide recorrer da

decisão, a autoridade julgadora do recurso não pode

simplesmente decidir que a pena foi muito branda, e

aumentá-la para 20 dias. Caso essa possibilidade ocorra

(o que não deveria), o recorrente precisa de um

prazo para fazer suas alegações e se defender dessa

reforma prejudicial da decisão.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de improbidade

administrativa, processo administrativo e organização

administrativa, julgue o item seguinte.

Caso o administrado não atenda a intimação em processo

administrativo, incidirá o ônus de reconhecimento

da verdade dos fatos alegados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão faz referência ao instituto da revelia. Porém,

por expressão previsão do art. 27 da Lei nº 9.784/1999,

o desatendimento da intimação não importa o reconhecimento

da verdade dos fatos, nem a renúncia a

direito pelo administrado. Assim, esses efeitos da revelia,

comuns na esfera do processo civil, não se aplicam

no processo administrativo. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Antônia, de sessenta

anos de idade, requereu a certo órgão público a emissão

de documento de caráter pessoal. Em razão da

negativa do pedido, Antônia interpôs recurso administrativo

dirigido a Carlos, autoridade competente do

referido órgão para julgar o recurso. No entanto, por

ser amigo íntimo de Antônia, Carlos delegou sua atribuição

julgadora para Marcos, com o qual não possui

qualquer relação de subordinação hierárquica.


A partir da situação hipotética precedente, julgue o

item a seguir, considerando as disposições da Lei de

Processo Administrativo (Lei nº 9.784/1999).

Caso tenha sido interposto fora do prazo legal, o

recurso de Antônia não deverá ser conhecido, o que

não impede que a administração reveja de ofício o

ato ilegal, desde que não tenha ocorrido preclusão

administrativa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Atenção com a questão: a delegação de decisão em

recurso é vedada. Porém, tal fato não possui relação

com a frase mencionada. Em matéria de recursos

administrativos, o recurso interposto fora do prazo

não será conhecido (art. 63, I, Lei nº 9.784/1999). Todavia,

considerando o poder de autotutela da Administração

Pública, nada impede que ela mesma, de ofício,

reconheça a ilegalidade daquele ato e conceda a Antônia

o documento requerido. Resposta: Certo.

possibilidade do candidato ter de memorizar a numeração

correta da legislação sobre processo administrativo.

No âmbito federal, o processo administrativo é

disciplinado pela Lei nº 9.784/1999. Resposta: Letra D.

5. (UFPB – 2019) São legitimados(as) como interessados

no processo administrativo:

a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no processo

administrativo sem a titularidade de direitos ou

interesses individuais ou no exercício do direito de

representação.

b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos

ou interesses que não possam ser afetados pela

decisão a ser adotada.

c) as organizações e associações representativas, no

tocante a direitos e interesses individuais e coletivos.

d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas

quanto a direitos ou interesses difusos.

e) as associações, no que se refere a direitos ou interesses

individuais.

3. (INSTITUTO AOCP – 2020) Nos processos administrativos,

serão observados, entre outros, os critérios de:

a) atuação conforme a lei e o Direito; observância das

formalidades essenciais à garantia dos direitos dos

administrados.

b) cobrança de despesas processuais; impulsão, somente

quando provocado, do processo administrativo, sem

prejuízo da atuação dos interessados.

c) divulgação oficial dos atos administrativos, sem ressalvas;

impessoalidade administrativa quando constatada

conveniência.

d) atuação quando e conforme conveniência administrativa;

celeridade e objetividade.

e) interpretação da norma administrativa da forma que

melhor garanta o atendimento do fim público a que

se dirige, podendo aplicar de forma retroativa de nova

interpretação.

A letra B está errada, pois no processo administrativo

é vedada a cobrança de despesas processuais.

Além disso o processo administrativo pode ser

movido de ofício. A letra C está errada, pois no processo

administrativo, há alguns atos considerados

sigilosos pela Constituição Federal, que não podem

ser divulgados para o público geral. A letra D está

errada, a atuação dentro do processo administrativo

deve ser quando e conforme a lei e o Direito. A

letra E está errada na sua parte final, pois é vedada

a aplicação/interpretação de norma administrativa

de forma retroativa, elas possuem eficácia ex nunc,

e não ex tunc. Resposta: Letra A.

4. (INSTITUTO AOCP – 2020) Qual é a lei que regula o

processo administrativo no âmbito da Administração

Pública Federal?

a) Lei n° 7.784/88.

b) Lei n° 8.974/89.

c) Lei n° 9.784/99.

d) Lei n° 9.503/97.

e) Lei n° 9.605/99.

Péssima questão, que não agrega em nada o conhecimento

do candidato. O único motivo pelo qual colocamos

a questão nesse material é para alertar sobre a

A letra A está errada, pois são legitimados as pessoas

físicas ou jurídicas que iniciem o processo

administrativo e possuem a titularidade de direitos

ou interesses individuais ou no exercício do direito

de representação. A letra B está errada, é legitimado

do processo administrativo aqueles que, mesmo

sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses

que podem, sim, ser afetados pela decisão a

ser adotada. A letra C está errada, as organizações

e associações representativas somente defendem

direitos e interesses coletivos. A letra E está errada,

pois, novamente, as associações somente defendem

direitos ou interesses coletivos no processo administrativo.

Resposta: Letra D.

6. (INSTITUTO AOCP – 2019) A Lei Federal nº 9.784/1999

estabelece normas básicas sobre o processo administrativo

no âmbito da Administração Federal direta

e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos

dos administrados e ao melhor cumprimento dos

fins da Administração. Sobre esse diploma normativo,

assinale a alternativa correta relacionada ao tema

“processo administrativo”.

a) O interessado poderá, mediante manifestação escrita,

desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou,

ainda, renunciar a direitos disponíveis.

b) A competência é irrenunciável, indelegável e invocável,

e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída

como própria.

c) Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor

que tenha amizade íntima ou inimizade notória

somente com algum dos interessados ou com os respectivos

cônjuges e companheiros.

d) Concluída a instrução de processo administrativo, a

Administração tem o prazo de até 30 (trinta) dias para

decidir, excluída a hipótese de prorrogação ainda que

expressamente motivada.

A letra B está errada, a competência é irrenunciável,

sim, mas ela pode ser delegada ou avocado, nas

hipóteses legalmente previstas. Os órgãos administrativos

podem delegar parte da sua competência

a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não

lhe sejam hierarquicamente subordinados. A letra

C está errada, a arguição de suspeição estende-se

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

113


114

para os respectivos cônjuges, companheiros, parentes

e afins até o terceiro grau do servidor ou autoridade.

A letra D está errada, é possível prorrogar o

prazo de decisão por mais 30 dias, desde que expressamente

motivada. Resposta: Letra A.

7. (INSTITUTO AOCP – 2019) O devido processo legal

é uma garantia fundamental positivada no art. 5º da

Constituição Federal. No âmbito dos funcionários

públicos, tem-se a Lei nº 9.784/99, que dispõe sobre o

tema. Com base no exposto, nos processos administrativos,

será observado(a)

a) o atendimento a fins de interesse privado, vedada a

renúncia total de poderes ou competências, salvo

autorização em lei.

b) a manutenção de sigilo absoluto dos atos administrativos,

mesmo sob ordem judicial, por se tratar de coisa

pública.

c) a proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas

as previstas em lei.

d) a interpretação da norma administrativa da forma que

melhor garanta o atendimento do investigado, vedada

aplicação retroativa de nova interpretação.

A letra A está errada, o processo administrativo

deve atender aos fins de interesse público, e não privado.

A letra B está errada, a regra nos processos

administrativos é a publicidade dos atos processuais,

exceto nos casos em que a Constituição Federal

determine que os atos sigilosos, e que não podem

ser divulgados. A letra D está errada, a interpretação

da norma administrativa deve melhor garantir

o atendimento do fim público a que se dirige (e não

do investigado). Resposta: Letra C.

8. (INSTITUTO AOCP – 2019) No que se refere aos

atos da Administração Pública, de acordo com a Lei

n°9.784/99, o prazo a ser observado para anular os

atos ilegais dos quais decorram efeitos favoráveis

para os destinatários:

a) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos

para a anulação, contados da data do conhecimento

da ilegalidade do ato praticado. Passado o referido

prazo, o ato será convalidado.

b) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos

para a anulação, contados da data da prática do ato

tido por ilegal. Passado o referido prazo, a Administração

Pública apenas pode anular o ato judicialmente, já

que o ato nulo não admite convalidação.

c) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos

para a anulação, contados da data do processo judicial

para a anulação, já que o ato nulo não admite

convalidação.

d) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos

para a anulação, contados da data em que foram praticados

os atos. Passado o referido prazo, a Administração

Pública perde o direito de anular o ato, ocorrendo a

coisa julgada administrativa, salvo comprovada má-fé.

e) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos para

a anulação, contados da data de conhecimento da ilegalidade

do ato praticado. Passado o referido prazo, o

ato somente pode ser anulado via judicial, e a inércia da

Administração ensejará a convalidação do ato nulo.

O tema do prazo para anular os atos ilegais é disciplinado

pelo artigo 54 da Lei nº 9.784/1999. Esse

prazo é decadencial, uma vez que estamos falando

do direito de anular o ato, e não do prazo para

ingressar em juízo (prazo prescricional). Segundo

o dispositivo, o prazo para anular os atos ilegais é

de 5 (cinco) anos, contados da data da prática do

ato ilegal. Todavia, o processo administrativo não

faz coisa julgada, nada impede que a Administração

possa ingressar em juízo para que o Poder Judiciário

possa exercer controle de legalidade sobre o

referido ato (forma de controle externo). O ato com

vício de legalidade, pela natureza do vício, não pode

ser convalidado, sendo para todos os efeitos, considerado

ato nulo. Resposta: Letra B.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE -CEBRASPE – 2020) O ato administrativo vinculado

tem como característica

a) a discricionariedade do administrador.

b) a escolha da forma a ser constituído, conforme critério

do administrador.

c) a avaliação da sua eficácia, a critério subjetivo do

administrador.

d) a estrita observância da lei.

e) a possibilidade de anulação apenas pela administração.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O atributo ou característica

do ato administrativo que assegura que o ato é

verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou defeitos,

até que se prove o contrário, denomina- se

a) finalidade.

b) exequibilidade.

c) autoexecutoriedade.

d) coercibilidade.

e) presunção de legitimidade.

3. (CESPE - CEBRASPE – 2020) A propriedade da administração

de, por meios próprios, pôr em execução

suas decisões decorre do atributo denominado

a) exigibilidade.

b) autoexecutoriedade.

c) vinculação.

d) discricionariedade.

e) medidas preventivas.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O item apresenta uma

situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada,

acerca de atos administrativos.

Em um único ato administrativo, foram concedidas

férias e licença a um servidor público da Secretaria de

Estado de Economia do Distrito Federal. Na semana

seguinte, publicou-se outro ato, que ratificava as férias

desse servidor e retirava-lhe a licença concedida, por

ter sido constatado que ele não fazia jus à licença.

Nessa situação, realizou-se-a convalidação do ato

administrativo, por meio de reforma.

( ) CERTO ( ) ERRADO


5. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O item a seguir apresenta

uma situação hipotética seguida de uma assertiva a

ser julgada, acerca dos poderes administrativos.

Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um

grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio,

sob pena de sanção se descumprida a ordem. Nesse

caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso de

descumprimento de sua ordem, é disciplinar e deriva

do poder hierárquico.

( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à

administração pública direta, à administração pública

indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se

segue.

A administração pública indireta é composta por

órgãos e agentes públicos que, no âmbito federal,

constituem serviços integrados na estrutura administrativa

da presidência da República e dos ministérios.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2020) As agências que atuam

na provisão dos bens públicos e na proteção do interesse

público, estabelecendo parâmetros para saúde,

segurança e meio ambiente, bem como os mecanismos

de oferta dos bens mencionados, executam o

modelo de regulação

a) social.

b) gerencial.

c) financeiro.

d) econômico.

e) administrativo.

8. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da responsabilidade

civil do Estado, julgue o item a seguir.

O Estado é civilmente responsável por dano causado a

particular em decorrência de má conservação de rodovia

que se encontra sob responsabilidade pública.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à

administração pública direta, à administração pública

indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se

segue.

Ministros e secretários estaduais e municipais são

agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm

natureza permanente, mas que, com base no seu

poder político, traçam e implementam políticas públicas

constitucionais e políticas públicas de governo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e

vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue

o item seguinte.

A partir da promulgação da Constituição Federal de

1988, o provimento de função pública ocorre somente

mediante aprovação em concurso público de provas e

títulos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à

administração pública direta, à administração pública

indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se

segue.

Cargos, empregos e funções públicas devem ser exercidos

por brasileiros que preencham as condições

estabelecidas em lei, contudo, na forma da lei, há possibilidade

de acesso para os estrangeiros.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca da prescrição e

da decadência em direito da seguridade social, julgue

o item a seguir.

Em se tratando de servidor público federal sob o regime

da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do

segurado que falecer, aposentado ou não, será devida

a filho menor de dezesseis anos, a contar da data do

óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias

após o óbito.

9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito às

concessões e permissões de prestação de serviço

público, julgue o item a seguir.

O instrumento adequado para concessão ou delegação

de atividade pública, como o serviço de táxi, é a

autorização a pessoa física ou jurídica que demonstre

capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco,

mediante licitação, sob pena de infringência aos

princípios da moralidade e igualdade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item a seguir, a

respeito de governabilidade e governança e mudanças

institucionais no âmbito do Estado.

A existência de consórcios intermunicipais de saúde

se estrutura como um processo vertical de cooperação,

uma vez que envolve instituições que estão no

mesmo plano ou nível organizacional.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e

vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue

o item seguinte.

No provimento por reintegração, o servidor, quando

invalidada sua demissão por decisão administrativa

ou judicial, retorna ao cargo anteriormente ocupado,

com ressarcimento de todas as vantagens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item, relativo à

administração de pessoal e a processos de compras

governamentais no âmbito do setor público.

A produtividade é um dos fatores utilizados para a avaliação

de desempenho de servidores nomeados para

cargos efetivos em período de estágio probatório.

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO

115


17. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que se refere a ação

de improbidade administrativa, julgue o item a seguir.

O presidente da República sujeita-se às mesmas sanções

aplicáveis aos agentes públicos previstas na Lei

de Improbidade Administrativa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

18. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de atos de improbidade

administrativa, julgue o item que se segue.

O fato de um servidor público utilizar veículo da administração

pública para fins particulares em seu horário

de almoço não configura prática de ato de improbidade

administrativa, desde que seu superior hierárquico

autorize tal uso, embora possa ser considerada

antiética.

( ) CERTO ( ) ERRADO

ANOTAÇÕES

13 CERTO

14 CERTO

15 CERTO

16 CERTO

17 ERRADO

18 ERRADO

19 E

20 ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O processo administrativo

pode ser iniciado e impulsionado sem qualquer

provocação de particular. Além disso, adota formas

simples, suficientes para propiciar adequado grau

de certeza, segurança e respeito aos direitos dos

administrados. Esses critérios, previstos na Lei n.º

9.784/1999, refletem observância, respectivamente,

aos princípios

a) da eficiência e da finalidade.

b) da verdade material e da segurança jurídica.

c) do interesse público e da verdade formal.

d) da finalidade e da instrumentalidade das formas.

e) da oficialidade e do informalismo procedimental.

20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Considerando as normas

de direito administrativo, as disposições normativas

relativas ao pregão e a Lei federal n.º 9.784/1999, acerca

de processo administrativo, julgue o item seguinte.

É impedido de atuar em processo administrativo o servidor

que tenha amizade íntima com algum dos interessados

no processo.

9 GABARITO

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 D

2 E

3 B

4 CERTO

5 CERTO

6 ERRADO

7 A

8 CERTO

9 ERRADO

10 ERRADO

11 CERTO

116

12 ERRADO


LÍNGUA PORTUGUESA

Todos esses assuntos completam o estudo basilar

de semântica com foco em provas e concursos, sempre

de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a

estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de praticar

seus conhecimentos realizando os exercícios de

cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais,

selecionados especialmente para que este material

cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE

TEXTOS

INTRODUÇÃO

A interpretação e a compreensão textual são

aspectos essenciais a serem dominados por aqueles

candidatos que buscam a aprovação em seleções e

concursos públicos. Assunto que abrange questões

específicas e de conteúdo geral nas provas, conhecer

e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse

assunto pode ser o grande diferencial entre o quase

e a aprovação. Além disso, seja a compreensão ou a

interpretação textual, ambas guardam uma relação de

proximidade com um assunto nem sempre explorado

pelos cursos de português: a semântica, que incide

suas relações de estudo sobre as relações de sentido

que a forma linguística pode assumir.

Portanto, neste material você encontrará recursos

para solidificar seus conhecimentos em interpretação

e compreensão textual, associando a essas temáticas

as relações semânticas que permeiam o sentido

de todo amontoado de palavras, tendo em vista que,

qualquer aglomeração textual é, atualmente, considerada

texto e, dessa forma, deve ter um sentido que

precisa ser reconhecido por quem o lê.

Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma

breve diferença entre os termos compreensão e

interpretação textual.

Para muitos, essas palavras expressam o mesmo

sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste

material, ainda que existam relações de sinonímia

entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor

por um termo ao invés de outro reflete um sentido

que deve ser interpretado no texto, uma vez que a

interpretação realiza ligações com o texto a partir

das ideias que o leitor pode concluir com a leitura.

Já a compreensão busca a análise de algo exposto

no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou

uma expressão, e apresenta mais relações semânticas

e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos

linguísticos essencialmente relacionados à significação

das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação

com a semântica.

Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos

que tenham mais apelo interpretativo ou compreensivo.

Neste material, você encontrará um forte

conteúdo que relaciona semântica e interpretação,

contendo questões sobre os assuntos: inferência;

figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertextualidade.

No que se refere aos estudos que focam na

compreensão e semântica, os principais tópicos são:

semântica dos sentidos e suas relações; coerência e

coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas

de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações linguísticas

e suas consequências para o sentido.

INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida

desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre

interpretação de texto.

Como já mencionamos, interpretar é buscar ideias,

pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.

Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo

subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.

A primeira e mais importantes delas é identificar a

orientação do pensamento do autor do texto, que fica

perceptível quando identificamos como o raciocínio

dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da

análise de dados, informações com fontes confiáveis ou

se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das

consequências, a fim de se identificar as causas.

Por isso, é preciso compreender como podemos

interpretar um texto mediante estratégias de leitura.

Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,

que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;

neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes

que podem contribuir para sua aprovação em seleções

que avaliam a competência leitora dos candidatos.

A partir disso, selecionamos estratégias de leitura que

foquem nas formas de inferência sobre um texto. Dessa

forma, é fundamental identificar como ocorre o processo

de inferência, que se dá por dedução ou por indução.

Para entender melhor, veja esse exemplo:

O marido da minha chefe parou de beber.

Observe que é possível inferir várias informações. A

primeira é que a chefe do enunciador é casada (informação

comprovada pela expressão “marido”), a segunda

é que o enunciador está trabalhando (informação

comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira

é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão

comprovada pela expressão “parou de beber”). Note

que há pistas contextuais do próprio texto que induzem

o leitor a interpretar essas informações.

Tratando-se de interpretação textual, os processos

de inferência, sejam por dedução ou por indução, partem

de uma certeza prévia para a concepção de uma

interpretação, construída pelas pistas oferecidas no

texto junto da articulação com as informações acessadas

pelo leitor do texto.

A seguir, apresentamos um fluxograma que representa

como ocorre a relação desses processos:

INFERÊNCIA

DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR

INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA

LÍNGUA PORTUGUESA

117


118

A partir desse esquema exclusivo, conseguimos

visualizar melhor como o processo de interpretação

ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo

as estratégias que compõem cada maneira

de inferir informações de um texto. Por isso, vamos

apresentar nos tópicos seguintes como usar estratégias

de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como

articular a isso o nosso conhecimento de mundo na

interpretação de textos.

A INDUÇÃO

As estratégias de interpretação que observam

métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto

oferece e, posteriormente, reconhece alguma certeza

na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar

uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto

e que variam conforme o tipo textual.

Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos

identificar uma organização cronológica e espacial no

desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo,

pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, podemos

organizar as ideias do texto a partir da marcação

de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argumentação,

esse encadeamento de ideias fica marcado

pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma

ideia/ponto de vista.

No processamento interpretativo indutivo, as

ideias são organizadas a partir de uma especificação

para uma generalização, Vejamos um exemplo:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa

espécie de animal. O que observei neles, no tempo

em que estive na redação do O Globo, foi o bastante

para não os amar, nem os imitar. São em geral

de uma lastimável limitação de ideias, cheios de

fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos

detalhados e impotentes para generalizar, curvados

aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,

adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados

por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo

critério de beleza.

(BARRETO, 2010, p.21)

O trecho em destaque na citação do escritor Lima

Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías

Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento

indutivo compõe a interpretação e decodificação de

um texto. Para deixar ainda mais evidente as estratégias

usadas para identificar essa forma de interpretar,

deixamos a seguir dicas de como buscar a organização

cronológica de um texto.

PROCURE SINÔNIMOS

ATENÇÃO AOS

CONECTIVOS

A DEDUÇÃO

A propriedade vocabular leva

o cérebro a aproximar as palavras

que têm maior associação

com o tema do texto.

Os conectivos (conjunções,

preposições, pronomes)

são marcadores claros de

opiniões, espaços físicos e

localizadores textuais.

A leitura de um texto envolve a análise de diversos

aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de

maneira implícita no enunciado.

Dica

Em questões de concurso, as bancas costumam

procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos

para abordar em suas provas.

No momento de ler um texto, o leitor articula seus

conhecimentos a partir de uma informação que julga

certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre

o processo de interpretação por dedução. Conforme,

Kleiman (2016, p. 47):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo

temas, e ao Testá-las ele estará depreendendo o

tema; ele estará também postulando uma possível

estrutura textual; na predição ele estará ativando

seu conhecimento prévio, e na testagem

ele estará enriquecendo, refinando, checando esse

conhecimento.

Fique atento a essa informação, pois é uma das

primeiras estratégias de leitura para uma boa interpretação

textual: formular hipóteses, a partir da

macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura inicial,

o leitor deve buscar identificar o gênero textual

ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,

entre outras informações que podem vir como “acessórios”

do texto e, então, formular hipóteses sobre a

leitura que deverá se seguir. Uma outra dica importante

é ler as questões da prova antes de ler o texto,

pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme

um objetivo mais definido.

O processo de interpretação por estratégias

de dedução envolve a articulação de três tipos de

conhecimento:

1. Conhecimento Linguístico;

2. Conhecimento Textual;

3. Conhecimento de Mundo.

O conhecimento de mundo, por tratar-se de um

assunto mais abrangente, será abordado mais adiante,

Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.

1. Conhecimento Linguístico

Esse é o conhecimento basilar para compreensão

e decodificação do texto, envolve o reconhecimento

das formas linguísticas estabelecidas socialmente por

uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reconhecimento

das regras de uma língua.

É importante salientar que as regras de reconhecimento

sobre o funcionamento da língua não são,

necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras

que estabelecem, por exemplo, no caso da língua portuguesa,

que o feminino é marcado pela desinência

-a, que a ordem de escrita respeita o sistema SUJEITO-

-VERBO-OBJETO (SVO) etc.

Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento

linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento

sobre como pronunciar português, passando

pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua,

chegando até o conhecimento sobre o uso da língua”

(2016, p. 15).

Um exemplo em que a interpretação textual é prejudicada

pelo conhecimento linguístico é o texto a

seguir:


disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente

esse planeta inexplorado.” Então as

três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de

provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões

tranquilas, mas amiúde através de picos e

vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).

Agora tente responder as seguintes perguntas

sobre o texto:

Quem é o herói de que trata o texto?

Quem são as três irmãs?

Qual é o planeta inexplorado?

Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020.

Certamente, você não conseguiu responder nenhuma

dessas questões, porém, ao descobrir o título desse

texto, sua compreensão sobre essas perguntar será

afetada. O texto se chama “A descoberta da América

por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque

responder às questões; Certamente você não terá

mais as mesmas dificuldades.

Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar

seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo

do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento

prévio que é essencial na interpretação de questões.

Como é possível notar, o texto é uma peça publicitária

escrita em inglês, portanto, somente os leitores

proficientes nessa língua serão capazes de decodificar

e entender o que está escrito, assim, o conhecimento

linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas

são algumas estratégias de interpretação em que

podemos usar métodos dedutivos.

2. Conhecimento Textual

Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento

linguístico e se desenvolve pela experiência

leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de

textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhecimento,

o leitor desenvolve sua habilidade porque

prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que

está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê

uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma

reportagem como se lê um poema.

Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-

-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de

discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.

3. Conhecimento de Mundo

O uso dos conhecimentos prévios é fundamental

para a boa interpretação textual, por isso, é sempre

importante o candidato a cargos públicos manter um

tempo disponível para ampliar sua biblioteca e buscar

fontes de informações fidedignas, para, dessa forma,

aumentar seu conhecimento de mundo.

Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso

conhecimento de mundo que é relevante para a compreensão

textual é ativado, por isso, é natural ao nosso

cérebro associar informações, a fim de compreender

o novo texto que está em processo de interpretação.

A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício

para atestarmos a importância da ativação do

conhecimento de mundo em um processo de interpretação.

Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou

valentemente todos os risos desdenhosos que tentaram

dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam”

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o

necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-

-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Indução

é um processo lógico que parte do particular para

o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:

a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar

também;

b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter

chovido durante toda a noite;

c) A torcida do Corinthians está presente em todos os

jogos; domingo não deve ser diferente;

d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros;

o lucro desse restaurante deve ser alto;

e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o

meu automóvel enguiçou ontem.

Indução é um processo lógico que parte do particular

para o geral. Se houver alguma dúvida na resolução,

é só ir por exclusão das alternativas

a) Todos os dias.../ hoje...

b) as ruas/ toda a noite

c) em todos os jogos/ domingo...

d) Resposta certa

e) Os carros.../ meu automóvel...Resposta: Letra D.

2. (CESPE – 2014) Julgue o item, relativo à dedução e

indução.

A conclusão de um argumento dedutivo é uma

consequência necessária da verdade da conjunção

das premissas, o que significa que, sendo verdadeiras

as premissas, é impossível a conclusão ser

falsa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Pois o pensamento dedutivo parte do conhecimento

geral, visando ao conhecimento particular,

assim, para a lógica dedutiva as premissas verdadeiras

não podem gerar enunciados falsos. Resposta:

Certo.

LÍNGUA PORTUGUESA

119


3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica, leia

o texto a seguir sobre os tipos de inferência:

A dedução e a indução são conhecidas com o nome

de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir

de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução,

entende-se como inferências mediatas.

(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)

Adaptado.

A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de

inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,

observe a seguinte inferência:

Sócrates é homem e mortal

Platão é homem e mortal

Aristóteles é homem e mortal

Logo, todos os homens são mortais.

A inferência expressa o raciocínio:

a) Dialético.

b) Disjuntivo.

c) Indutivo.

d) Conjuntivo.

e) Argumentativo.

Porque parte de premissas particulares para outras

mais genéricas. Resposta: Letra C.

TIPOLOGIA TEXTUAL

CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS

Tipos ou sequências textuais são unidades que

estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud

CAVALCANTE, 2013), “são unidades estruturais, relativamente

autônomas, organizadas em frases”. Os

tipos textuais marcam uma forma de organização da

estrutura do texto que se molda a depender do gênero

discursivo e da necessidade comunicativa. Por exemplo,

há gêneros que apresentam a predominância de

narrações – contos, fábulas, romances, história em

quadrinhos etc –, outros predominam a argumentação

– redação do Enem, teses, dissertações, artigo de

opinião etc.

No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,

inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos

essa figura que demonstra como podemos identificar

os tipos textuais e suas principais características,

tendo em vista que, cada sequência textual apresenta

características próprias que, conforme mencionamos,

pouco ou nada sofrem em alterações, mantendo

uma estrutura linguística quase rígida que nos permite

classificar os tipos textuais em 5 categorias

(Narrativo; Descritivo; Expositivo; Instrucional;

Argumentativo).

GÊNERO TEXTUAL

A partir desse esquema, podemos identificar que a

orientação gramatical mantida pelas frases apresentam

marcas linguísticas, assinalando o tipo textual

predominante que o texto deve manter, organizado

pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence.

TIPO TEXTUAL

Classifica-se conforme as marcas linguísticas

apresentadas no texto. Também é chamado de

sequência textual.

GÊNERO TEXTUAL

Classifica-se conforme a função do texto, atribuída

socialmente.

Uma última informação muito importante sobre

tipos textuais que devemos considerar é que nenhum

texto é composto apenas por um tipo textual, o que

ocorre é a existência de predominância de algumas

sequências em detrimento de outras, de acordo com

o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos aprendendo

a diferenciar cada classe de tipos textuais, reconhecendo

suas principais características e marcas

linguísticas.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Narrativo

Os textos compostos predominantemente por sequências

narrativas cumprem o objetivo de contar

uma história, narrar um fato, por isso precisam manter

a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão

de algumas estratégias, como a organização dos fatos

a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão

de um momento de tensão, chamado de clímax, e um

desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.

Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrativo

pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:

1. Situação inicial – envolve a “quebra” de um equilíbrio,

o qual demanda uma situação conflituosa;

2. Complicação – desenvolvimento da tensão apresentada

inicialmente;

3. Ações (para o clímax) – Acontecimentos que

ampliam a tensão;

4. Resolução – Momento de solução da tensão;

5. Situação final – Retorno da situação equilibrada;

6. Avaliação – Apresentação de uma “opinião” sobre

a resolução;

7. Moral – Apresentação de valores morais que a história

possa ter apresentado.

Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte

exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...”

Vamos ler e identificar essas características, bem

como aprender a identificar outros pontos do tipo textual

narrativo.

120

FRASES

TIPO TEXTUAL

TEXTO

Era um garoto que como eu

Amava os Beatles e os Rolling Stones

Girava o mundo sempre a cantar

As coisas lindas da América

1. Situação inicial:

predomínio de

equilíbrio;


Não era belo, mas mesmo assim

Havia uma garota afim

Cantava Help and Ticket to Ride

Oh Lady Jane, Yesterday

Cantava viva à liberdade

Mas uma carta sem esperar

Da sua guitarra, o separou

Fora chamado na América

Stop! Com Rolling Stones

Stop! Com Beatles songs

Mandado foi ao Vietnã

Lutar com vietcongs

Era um garoto que como eu

Amava os Beatles e os Rolling Stones

Girava o mundo, mas acabou

Fazendo a guerra no Vietnã

Cabelos longos não usa mais

Não toca a sua guitarra e sim

Um instrumento que sempre dá

A mesma nota,

ra-tá-tá-tá

Não tem amigos, não vê garotas

Só gente morta caindo ao chão

Ao seu país não voltará

Pois está morto no Vietnã

Stop! Com Rolling Stones

Stop! Com Beatles songs

Stop! Com Beatles songs

No peito, um coração não há

Mas duas medalhas sim

2. Complicação:

início da tensão

3. Clímax;

4. Resolução;

6. Situação final;

7. Avaliação;

8. Moral.

Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa.

O narrador participa dos fatos.

Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa.

O narrador tem propriedade dos fatos contados,

porém não participa das ações.

Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em

3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e

não participa das ações, porém o fluxo de consciência

do narrador pode ser exposto, levando o texto para a

1ª pessoa.

Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas

predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário,

conto, fábula, entre outros. É importante reafirmar

que o fato de esses gêneros serem essencialmente

narrativos, não significa que não possam apresentar

outras sequências em sua composição.

Para diferenciar os tipos textuais e proceder na

classificação correta, é sempre essencial prestar atenção

nas marcas que predominam no texto.

Após demarcarmos as principais características do

tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas

mais importantes da sequência textual classificada

como descritiva.

Descritivo

Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.

Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo

podem ser resumidas em marcas de organização

linguística que são caracterizadas por: Presença

de marcadores temporais e espaciais; verbos, predominantemente,

utilizados no passado; presença

de narrador e personagens.

Importante!

Os gêneros textuais que são, predominantemente,

narrativos, apresentam outras tipologias textuais

em sua composição, tendo em vista que

nenhum texto é composto exclusivamente por

uma sequência textual. Por isso, devemos sempre

identificar as marcas linguísticas que são predominantes

em um texto, a fim de classificá-lo.

Para sua compreensão, também é preciso saber o

que são marcadores temporais e espaciais.

São formas linguísticas como advérbios, pronomes,

locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físico

ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos,

esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio

e a tensão da história, além de garantirem a coesão do

texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais:

Atualmente, naquele dia, nesse momento, aqui, ali,

então...

Um outro indicador do texto narrativo é a presença

do narrador da história. Por isso, é importante

aprendermos a identificar os principais tipos de narrador

de um texto:

Narrador: também conhecido como foco narrativo é o

responsável por contar os fatos que compõem o texto.

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas

nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam

esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequência

descritiva como suporte para um propósito maior.

São exemplos de textos cujo tipo textual predominante

é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,

classificados, lista de compras etc. Veja um trecho da

Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões

a respeito de alguns aspectos do território que

viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.

Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e

quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,

que, certo, assim pareciam bem. Também andavam

entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que

assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava

uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega,

toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto

da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos

com as curvas assim tintas, e também os colos dos

pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência

assim descobertas, que não havia nisso desvergonha

nenhuma.

(https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)

Note que apesar da presença pontual da sequência

narrativa, há predominância da descrição do cenário

e dos personagens, evidenciada pela presença de adjetivos

(galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas

etc). A carta de pero Vaz constitui uma espécie

de relato descritivo para manter a comunicação entre

a Corte Portuguesa e os navegadores. Todavia, considerando

as emergências comunicativas do mundo

moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,

aos poucos, substituído por outros gêneros como, por

exemplo, o e-mail.

A sequência descritiva também pode se apresentar

de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos

ver no cardápio abaixo:

LÍNGUA PORTUGUESA

121


Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-opai-a-vender-na-web.ghtml

Note que há presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o

objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de

adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma

esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no

caso) do cliente.

122


Organização do texto descritivo:

INTRODUÇÃO:

Apresentação do

objeto/da

situação descritos.

Expositivo

CONCLUSÃO:

Encerramento dos

fatos/ da situação

descrita, busca-se

uma retomada

com o início.

DESENVOLVIMENTOS:

Apresentação

detalhada do objeto/

da situação.

O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias

a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse

tipo textual, é muito comum a presença de dados,

informações científicas, citações diretas e indiretas,

que servem para embasar o assunto do qual o texto

trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a

seguir:

Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente,

os textos expositivos também apresentam

uma estrutura que mistura elementos tipológicos de

outras sequências textuais, tendo em vista que, para

apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos,

narrativos e, por vezes, injuntivos.

É importante destacar que os textos expositivos

podem, muitas vezes, serem confundidos com textos

argumentativos, uma vez que existem textos argumentativos

que são classificados como expositivos,

pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma

argumentação.

Outra importante diferença entre a sequência

expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma

opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem

para a argumentação, uma vez que o fato exposto

é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento

sobre uma questão não é posto em debate.

Importante!

Apresenta-se um conceito e expõem-se as

características desse conceito sem espaço para

opiniões.

Marcas linguísticas do texto expositivo:

• Apresenta informações sobre algo ou alguém, presença

de verbos de estado;

• Presença de adjetivos, locuções e substantivos que

organizam a informação;

• Desenvolve-se mediante uso de recursos

enumerativos;

• Presença de figuras de linguagem como Metáfora

e Comparação;

• Pode apresentar um pensamento contrativo ao

final do texto.

Os textos expositivos são comuns em gêneros científicos

ou que desencadeiam algum aspecto de curiosidade

nos leitores, como o exemplo a seguir:

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-

NARAM O MUNDO

08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43

Hedy Lamarr - conexão wireless

Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dadosmostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016

O infográfico acima apresenta as informações pertinentes

sobre o panorama mundial da situação da

água no ano de 2016. O gênero foi construído com o

objetivo de deixar o leitor informado a respeito do

tema “tratado, e para isso,” o autor dispõe, além da

linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para

atingir esse objetivo.

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”

(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy

Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia

controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guerra

Mundial, alterando rapidamente os canais de frequência

de rádio para que não fossem interceptados pelo inimigo.

Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,

permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o

Wi-Fi e o Bluetooth.

Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.

Instrucional ou Injuntivo

O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracterizado

por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-

CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a

realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante

em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet,

horóscopos e também nos manuais de instrução.

LÍNGUA PORTUGUESA

123


124

A principal marca linguística dessa tipologia é a

presença de verbos conjugados no modo imperativo

e também em sua forma infinitiva. Isso se deve

ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e

levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.

Para que possamos identificar corretamente essa

tipologia textual, faz-se necessário observar um gênero

textual que apresente esse tipo de texto, como o

exemplo a seguir:

Como faço para criar uma conta do Instagram?

Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:

1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)

ou Google Play Store (Android).

2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone

para abri-lo.

3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de

telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira

seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigirá

um código de confirmação), toque em Avançar. Também

é possível tocar em Entrar com o Facebook para se

cadastrar com sua conta do Facebook.

4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone,

crie um nome de usuário e uma senha, preencha

as informações do perfil e toque em Avançar. Se você

se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na

conta do Facebook, caso tenha saído dela.

Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em:

07/09/2020.

No exemplo acima, podemos destacar a presença de

verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,

toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como:

instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos

textos injuntivos é a enumeração de passos a serem

cumpridos para a realização correta da tarefa ensinada

e também a fim de tornar a leitura mais didática.

É importante lembrar que a principal marca

linguística dessa tipologia é a presença de verbos

conjugados no modo imperativo e em sua forma infinitiva.

Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar

persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas

pelo gênero.

Argumentativo

O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais

complexo e, por vezes, pode apresentar um maior

grau de dificuldade na identificação, bem como em

sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo

a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a

defesa de uma tese e a apresentação de argumentos

que visam sustentar essa tese.

Um exemplo típico desse tipo de texto argumentativo

são as redações do Enem. Nesse tipo de texto, a introdução

apresenta o ponto de vista (tese) a ser defendido

pelo autor de maneira contextualizada. No segundo

e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar estratégias

argumentativas para sustentar o seu ponto de vista,

como dados estatísticos, definições, exemplificações,

alusões históricas e filosóficas, referências a outras

áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o autor conclui

ratificando seu ponto de vista e apresenta possíveis

soluções para o problema em questão.

Outro aspecto importante dos textos argumentativos

é que eles são compostos por estruturas linguísticas

conhecidas como operadores argumentativos, que

organizam as orações subordinadas, estruturas mais

comuns nesse tipo textual.

A seguir, apresentamos um quadro sintético com

algumas estruturas linguísticas que funcionam como

operadores argumentativos e que facilitam a escrita e

a leitura de textos argumentativos:

OPERADORES ARGUMENTATIVOS

É incontestável que...

Tal atitude é louvável, repudiável, notável...

É mister, é fundamental, é essencial...

Essas estruturas utilizadas adequadamente no

texto argumentativo expõem a opinião do autor, ajudando

na defesa de seu ponto de vista e construindo a

estrutura argumentativa desse tipo textual.

Importante!

O tipo textual argumentativo não pode ser

confundido com o gênero textual dissertativo-

-argumentativo. Esse gênero é composto por

sequências argumentativas, mas também há

a apresentação, dissertação de ideias, a fim de

alcançar a persuasão do ouvinte/leitor. O Exame

Nacional do Ensino Médio – Enem é um certame

que cobra esse gênero em sua prova de redação.

Agora que já conhecemos os cinco principais tipos

textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com

as seguintes questões de concurso:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (COMPERVE – 2017) A questão refere-se ao texto

abaixo.

Há vida fora da Terra?

1º Em 15 de agosto de 1977, um radiotelescópio do

Instituto Seti (“Busca por Inteligência Extraterrestre”,

na sigla em inglês), nos EUA, captou uma mensagem

estranha. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72

segundos, só que muito mais intenso que os ruídos

comuns vindos do Cosmo. Ao analisar as impressões

em papel feitas pelo aparelho, o cientista Jerry Ehman

tomou um susto. O sistema captara um sinal 30 vezes

mais forte que o normal. Seria alguma civilização tentando

fazer contato? Ehman ficou tão impressionado

que circulou os dados do computador e escreveu ao

lado: “Wow!”. O caso ficou conhecido como Wow signal

(sinal “uau”!), e até hoje é o episódio mais marcante

na busca por inteligência extraterrestre. O Seti

e outras instituições tentaram detectar o sinal várias

vezes depois, mas ele nunca foi encontrado.

2º Mesmo assim, hoje, muitos cientistas acreditam

que o contato com extraterrestres é mera questão

de tempo. “Numa escala de 1 (pouco provável) a 10

(muito provável), eu diria que nossa chance de fazer

contato com ETs em meados deste século é 8”, acredita

o físico Michio Kaku, da City College de Nova York.

Esse otimismo tem justificativa. “Pelo menos 25% das

estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos

a metade tem planetas semelhantes à Terra”, explica

o físico Marcelo Gleiser. Isso significa que, na nossa


galáxia, podem existir até 10 bilhões de planetas parecidos

com o nosso. Uma quantidade imensa. Ou seja:

pela lei das probabilidades, é muito possível que haja

civilizações alienígenas. O satélite Kepler, da Nasa, já

catalogou 2740 planetas parecidos com a Terra, onde

água líquida e vida talvez possam existir. Um dos mais

“próximos” é o Kepler 42d, a 126 anos -luz do Sol (um

ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros).

3º Kaku acredita que, para civilizações muito avançadas,

essa distância não seria um problema – pois

elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar

portais no Cosmos, como nos filmes de ficção científica.

Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não

veio aqui? “Se são mesmo tão avançados, talvez não

estejam interessados em nós”, opina Kaku. “É como a

gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: ‘Levem-

-nos a seu líder!’.” Para outros cientistas, contudo, a

existência de civilizações avançadas é mera especulação.

E explicar por que elas não colonizaram a Terra já

é querer dar uma de psicólogo de aliens.

4º Tudo bem que existem bilhões de terras por aí. E

que a probabilidade de existir vida lá fora é muito grande.

Mas não significa que seja vida inteligente. “Você

pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por

amebas e outros seres unicelulares”, acredita Gleiser.

Afinal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe

há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase

todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres

unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de

algas verdes e azuis.

5º Além disso, não basta o tempo passar para que as

formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A

função essencial da vida é se adaptar bem ao ambiente

onde ela está. A vida só muda – na esteira de alguma

mutação genética – se uma mudança ambiental exigir

que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida

estiver bem adaptada, as mutações genéticas que, em

geral, aparecem ao longo de gerações não vão fazer diferença.

Tudo depende da história de cada planeta. Se o

asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de

anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros

não tivessem sido extintos, não estaríamos aqui.

6º “Não temos nenhuma prova ou argumento forte

sobre a existência de vida inteligente fora da Terra”,

diz Gleiser. “Existe vida? Certamente. Mas como não

entendemos bem como a evolução varia de planeta

para planeta, é muito difícil prever ou responder se

existe ou não vida inteligente fora daqui”, completa.

“Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara.”

Decepcionante.

7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade

no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia.

Porque, se aliens inteligentes realmente existirem, não

serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia

nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que

quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi

bom para os índios nativos”, afirmou, certa vez, o físico

Stephen Hawking.

Disponível em:> http://super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-daterra-2/>.

Acesso em: 7 jul. 2017. [Adaptado]

No primeiro e no segundo parágrafos, predominam,

respectivamente:

a) Narração e descrição.

b) Narração e explicação.

c) Explicação e descrição.

d) Explicação e injunção.

No primeiro parágrafo, há a narração de uma história

sobre um contato de possíveis extraterrestres

com a Terra, para contar essa história, o autor

utilizou muitos verbos no passado, predominando

trechos como este: “o cientista Jerry Ehman tomou

um susto”. Já o segundo parágrafo, apresenta a predominância

de informações que visam a explicar o

fenômeno narrado anteriormente, o que fica claro

por trechos assim: “Esse otimismo tem justificativa.

Pelo menos 25% das estrelas têm planetas. E, dessas

estrelas, pelo menos a metade tem planetas semelhantes

à Terra, explica o físico Marcelo Gleiser”.

Resposta: Letra B.

2. (FUNDEP – 2019)

Circuito Fechado

Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova,

creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,

espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água

quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,

abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.

Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço.

Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal.

Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos.

Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e

poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo

com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas,

caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros,

papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro

e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,

vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.

Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de

anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,

projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo,

quadronegro, giz, papel. Mictório, pia. Água. Táxi, mesa,

toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo,

xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova

de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone,

revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno,

externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio,

papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone,

caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal,

cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros,

caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista.

Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos,

guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro.

Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo.

Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,

espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Disponível em: <https://tinyurl.com/y4e7n4u7>.

Acesso em: 17 jul. 2019.

A respeito da tipologia desse texto, é correto afirmar

que ele é:

a) dissertativo-argumentativo.

b) dissertativo-expositivo.

c) descritivo.

d) narrativo.

O texto descritivo é caracterizado pela forte presença

de adjetivos, conforme o texto em debate. Resposta:

Letra C.

LÍNGUA PORTUGUESA

125


126

3. (UFPR – 2017) O texto a seguir é referência para a

questão.

Desmarcar o encontro com o contatinho, cancelar

uma reunião de negócios ou sair mais cedo de um aniversário:

suspender compromissos leva à sensação

de liberdade.

Amy Banks, neurobiologista, terapeuta especializada

em relacionamentos e autora do livro Wired to Connect

(sem edição no Brasil), afirma que a explicação

para isso é simples. Algumas pessoas possuem a programação

tão cheia que eliminar uma atividade é uma

forma de conseguir uma folga para si.

A pesquisadora afirma que as pessoas subestimam

o quanto conseguem dar conta das coisas. Por isso,

cancelar um compromisso é prazeroso, já que o tempo

livre é realmente necessário.

Além disso, a satisfação pode estar relacionada com o

que você pensa da outra pessoa. As relações em que

não existem sentimentos mútuos e encontrar essas

pessoas pode ser estressante. Então, sentimos alívio

ao cancelar o compromisso.

(Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/

noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-cancelar-um-compromissociencia-explica.html>.Acesso

em: 08/09/2020.

Sobre o texto acima, considere as seguintes afirmativas:

1. Trata-se de um texto narrativo, porque conta como se

desenvolveu determinada pesquisa.

2. Os termos usados para se referir a Amy Banks durante

todo o texto foram: neurobiologista, terapeuta, pesquisadora

e autora.

3. Segundo a autora da pesquisa, as pessoas acham

que não têm capacidade de cumprir todos os seus

compromissos, razão pela qual se sentem bem ao

cancelá-los.

4. Os parênteses foram utilizados para inserir opinião do

autor.

a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Afirmação 1- Falsa, o texto não apresenta elementos

linguísticos que fundamentam a tipologia narrativa.

Afirmação 2 – Verdadeira, durante o texto, o autor

utilizou recursos de sinonímia para manter a coesão

e o tópico frasal do texto, diversificando o vocabulário

sem deixar o texto repetitivo.

Afirmação 3 – Verdadeira, realmente o texto afirma

que as pessoas sentem prazer em desmarcar

compromissos.

Afirmação 4 – Falsa, os parênteses foram utilizados

fora do texto para identificar a referência de onde o

texto foi retirado. Resposta: Letra B.

4. (FUNDEP – 2019) Leia o texto a seguir.

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe

Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego [...]

(“Construção” – Chico Buarque)

Quanto à relação entre o gênero desse texto e sua

tipologia, assinale a alternativa correta.

a) Trata-se de um poema que qualifica um evento, portanto,

é um texto de tipo descritivo.

b) O texto é uma crônica que apresenta um fato do cotidiano,

o que qualifica a tipologia como dissertativa

expositiva.

c) “Construção” é um conto, que brevemente analisa uma

história em um contexto social, portanto, a tipologia é

dissertativa argumentativa.

d) Quanto ao gênero, trata-se de uma letra de música que

narra um evento ocorrido com um personagem, sendo,

então, do tipo textual narrativo.

Temos um trecho narrativo em que há um espaço e

um tempo, é contado algo, um acontecimento, um

fato. Resposta: Letra D.

5. (FADESP – 2019) O trecho “O que aconteceu de verdade

foi um pouco mais complicado: a onda que povoou

a América se dividiu dentro do próprio continente. Onde

hoje estão os EUA, um grupo que ficou conhecido como

‘Cultura Clóvis’ prosperou e avançou em direção ao sul.

Quando chegou por aqui, deu origem a populações

como a de Lagoa Santa (MG) – à qual pertence Luzia.

Luzia, então, é ‘neta’ de Clóvis”. é:

a) argumentativo.

b) descritivo.

c) narrativo.

d) dissertativo

Temos um trecho narrativo, em que há um espaço

e um tempo, é contado algo, um acontecimento, um

fato. Havendo uma apresentação e um desfecho, o

qual demonstra que Luzia é “neta” de Clóvis. Resposta:

Letra C.

ORTOGRAFIA OFICIAL

A ortografia é o ramo que estuda a forma correta

da escrita das palavras. Veja, por meio de algumas

regras, como acabar com suas dúvidas e escrever

corretamente.

Emprego do X e do CH

O “X” é utilizado:

• Após os ditongos (encontro de duas vogais).

Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo,

encaixe, paixão, rouxa, frouxo.

• Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho.


• Após as sílabas “en” e “me”.

Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxugar,

mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho.

Algumas palavras formadas por prefixação (prefixo

“en” + radical) são escritas com “ch” (enchente,

encharcar, etc.).

• Exceção: mecha (de cabelo);

• Em palavras de origem indígena e africana e palavras

inglesas aportuguesadas.

Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante.

• Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo,

caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixaba,

xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo,

graxa, puxar, rixa.

Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chimarrão,

churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fantoche,

penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha,

brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche,

mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão,

chuchu, charque, cochicho.

• Há ainda algumas palavras homófonas, que podem

ser escritas das duas formas, porém têm significados

diferentes. Veja algumas:

• Brocha (pequeno prego);

• Broxa (pincel para caiação de paredes);

• Chá (planta para preparo de bebida);

• Xá (título do antigo soberano do Irã);

• Chalé (casa campestre de estilo suíço);

• Xale (cobertura para os ombros);

• Chácara (propriedade rural);

• Xácara (narrativa popular em versos);

• Cheque (ordem de pagamento);

• Xeque (jogada do xadrez).

Emprego do C, Ç, S e SS

Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS

costuma causar bastante confusão. Porém, existem

algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando

usar cada uma das letras. Veja:

Bom, existem palavras que podem ser escritas tanto

de uma forma, como de outra. Veja:

Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano /

quotidiano; cotizar / quotizar.

Palavras que só podem ser escritas de uma forma:

Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.

Emprego do K, W e Y

Símbolos e siglas

• Kg – quilograma;

• Km – quilômetro;

• k – potássio.

Nomes próprios e seus derivados originados de

língua estrangeira.

• Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo.

Palavras estrangeiras não adaptadas para o

português:

• Feedback, hardware, hobby.

Emprego do G e do J

O “G” é utilizado em:

Palavras terminadas em “–gio”:

• Estágio, relógio, refúgio, presságio.

Substantivos terminados em “-em”:

• ferrugem, carruagem, passagem, viagem.

O “J” é utilizado:

Em palavras de origem indígena.

• Pajé, canjica, jerimum.

Em palavras de origem africana.

• Jiló, jagunço, jabá.

a) O “C” só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e “i”

Ex.: acém, ácido, aceso, macio.

Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç.

Ex.: açougue, açúcar, caçula.

b) Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados.

O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer

uma das vogais.

Ex.: sapato, segurança, solteiro, sucesso.

O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de

“S”) apenas com as vogais “e” e “i”.

Ex.: cenoura, cela, cigarro, cinema.

c) O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre

vogais. Sendo assim, palavras compostas derivadas

de uma palavra com “S” no início passam a ser

escritas com “SS”, mantendo o som de /s/.

Ex.: sala – antessala / sol – girassol / seguir

– prosseguir.

d) “SS” é utilizado somente entre vogais.

Ex.: passagem, pessoa, posse, possível.

Emprego do C e QU

Importante!

• A conjugação do verbo “viajar”, no Presente

do Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles (as)

viajem;

• Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de

“e” ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algumas

flexões, para manter o mesmo som.

Afligir – aflija, aflijo;

Agir – ajam, ajo;

Eleger – elejam, elejo.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

NOTAÇÕES LÉXICAS: ACENTOS GRÁFICOS OU

DIACRÍTICOS E OUTROS SINAIS

LÍNGUA PORTUGUESA

É comum encontrarmos algumas palavras que nos

colocam na dúvida: usar C ou QU?

Os acentos gráficos da língua portuguesa são o

agudo (´), grave/crase (`), circunflexo (^).

127


128

Vale ressaltar que a trema ( ¨ ) teve seu uso na língua

portuguesa abolido após o Novo Acordo Ortográfico,

então, muito cuidado para não se confundir e nem

se esquecer desse detalhe.

Estes sinais podem indicar a sílaba tônica das

palavras, isto é, a sílaba mais forte pronunciada com

maior intensidade. Veja:

Espírito, simpática, vovô.

• O acento agudo (´) nos indica uma sílaba tônica

com som mais aberto, como na palavra simpática,

que vimos acima. Outro exemplo: sábio.

• O circunflexo (^), ao contrário, indica sílaba tônica

mais fechada. Veja algumas palavras: câncer,

bambolê, lâmpada.

• A crase (`), marcada pelo acento grave, de maneira

geral, é utilizada para fazer a junção de duas

vogais “a”, quando em uma frase a preposição é

contraída com o artigo. Veremos com mais profundidade

sua aplicação mais à frente.

Além dos acentos gráficos, existem alguns outros

sinais muito utilizados na língua portuguesa, como os

chamados de notações léxicas. São eles:

• Til (~): é utilizado para deixar explícita a nasalidade

da vogal. Exemplo: cão, bastão, dragão, avião, gavião.

• Cedilha (ç).

Regras de Acentuação

Há na língua portuguesa algumas regras de acentuação

das palavras segundo a sua classificação quanto

à tonicidade, e é importante conhecê-las para não

cometer enganos na hora da escrita. São elas:

• Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica):

• São sempre acentuadas graficamente.

Ex.: trágico, árvore, mármore.

• Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): São acentuadas

quando terminam em:

• “L”: fácil, portátil;

• “N”: pólen, hífen;

• “R”: cadáver, poliéster;

• “PS”: bíceps;

• “X”: tórax;

• “US”: vírus;

• “I, IS”: júri, lápis;

• “OM”, “ONS”: iândom, íons;

• “UM”, “UNS”: álbum, álbuns;

• “Ã(S)”, “ÃO(S)”: órfã, órfãs, órfão, órfãos;

• Ditongo oral: jóquei, túneis.

Importante!

Existem algumas observações/exceções a serem

feitas a respeito da acentuação das paroxítonas:

a) Os prefixos terminados em “i” e “r” não são

acentuados (Ex.: semi, super, hiper);

b) Paroxítonas terminadas em ditongos crescentes

(ea, oa, eo, ua, ia, eu, ie, uo, io) recebem acento.

Ex.: mágoas, tênue, férias, ingênuo.

• Oxítonas : São acentuadas as oxítonas terminadas

em:

• a(s): sofá, sofás;

• e(s): jacaré, vocês;

• o(s): paletó, avôs;

• em, ens: armazém, armazéns.

EMPREGO DAS CLASSES DE

PALAVRAS

INTRODUÇÃO

A palavra morfologia refere-se ao estudo das

formas, por isso, o termo é usado pelos linguistas e

também pelos médicos, que estudam as formas dos

órgãos e suas funções.

Analogamente, para compreender bem as funções

de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,

precisamos conhecer como essa forma se classifica

e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,

estudamos as formas das palavras na morfologia, que

organiza as classes das palavras em dez categorias.

A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma

delas e também acrescentamos um “bônus” para seus

estudos: as palavras denotativas, atualmente, muito

cobradas por bancas exigentes, como FCC e Cebraspe/

CESPE.

ARTIGOS

Os artigos devem concordar em gênero e número

com os substantivos. São, por isso, considerados determinantes

dos substantivos.

Essa classe está dividida em artigos definidos e artigos

indefinidos: os primeiros funcionam como determinantes

objetivos, individualizando a palavra, já os

segundos funcionam como determinantes imprecisos.

• Artigos definidos: o, os; a, as.

• Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.

Os artigos podem ser combinados às preposições:

são as chamadas contrações. Algumas contrações

comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a =

à; de + a = da.

Toda palavra determinada por um artigo torna-se

um substantivo! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (SCT – 2020) Marque a alternativa cujo período apresenta

apenas artigos indefinidos:

a) Uma das vantagens de ser garçonete é que acabo

conhecendo todas as pessoas.

b) A garota prefere lutar por ele, pois o considera uma

boa pessoa.

c) A família está em festa com a chegada do bebê.

d) Poderia me passar a colher, por favor?

e) Mariana é uma mulher com um coração de ouro.

Os artigos indefinidos são “um/uma” e suas flexões

de plural. A única opção que apresenta somente

artigos indefinidos é a Resposta: Letra E.


NUMERAIS

Palavra que se relaciona diretamente ao substantivo,

inferindo ideia de quantidade ou posição.

Os numerais podem ser:

• Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois

potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os

meninos eram bons em português.

• Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma

série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; chegou

em último/penúltimo/antepenúltimo lugar.

• Multiplicativos: indicam o aumento proporcional

de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no

novo emprego.

• Fracionários: indicam a diminuição proporcional

de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço

de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu

metade do pagamento.

Um numeral ou um artigo?

A forma um pode assumir na língua a função de

artigo indefinido ou de numeral cardinal, então como

podemos reconhecer cada função? É preciso observar

o contexto em uso, vejamos:

• Durante a votação, houve um deputado que se

posicionou contra o projeto.

• Durante a votação, apenas um deputado se posicionou

contra o projeto.

Na primeira frase, podemos substituir o termo um

por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e

o sentido será mantido, pois o que se pretende defender

é que a espécie do indivíduo que se posicionou

contra o projeto é um deputado e não uma deputada,

por exemplo.

Já na segunda oração, a alteração do gênero não

implicaria em mudanças no sentido, pois o que se

pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM

deputado, marcando a quantidade.

Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos

atentos com a aparição das expressões adverbiais, o

que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.

Sobre o numeral milhão/milhares, é importante destacar

que sua forma é masculina, logo, o artigo que o

precede será sempre no masculino.

• Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.

• Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.

Os numerais entre parênteses foram grafados corretamente,

conforme apresentados em destaque, em:

a) 1 e 2, apenas.

b) 2 e 3, apenas.

c) 1 e 3, apenas.

d) 1, 2, e 3.

Todas as frases colocam adequadamente os numerais

nas frases, por extenso, e entre parênteses. Resposta:

Letra D.

SUBSTANTIVOS

Os substantivos classificam os seres em geral. Uma

característica básica dessa classe é admitir um determinante,

artigo, pronome etc. Os substantivos flexionam-se

em gênero, número e grau.

Tipos de substantivos

A classificação dos substantivos admite nove tipos

diferentes de substantivos, São eles:

• Simples: Formados a partir de um único radical.

Ex.: vento, escola.

• Composto: Formados pelo processo de justaposição.

Ex.: couve-flor, aguardente.

• Primitivo: Possibilitam a formação de um novo

substantivo. Ex.: pedra, dente.

• Derivado: Formados a partir dos primitivos. Ex.:

pedreiro, dentista.

• Concreto: Designam seres com independência

ontológica, ou seja, um ser que existe por si, independente

da sua conotação espiritual ou real. Ex.:

Deus, fada, carro.

• Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, qualidade.

Ex.: coragem, Liberalismo.

• Comum: Designam todos os seres de uma espécie.

Ex.: homem, cidade.

• Próprio: Designam determinados seres e lugares.

Ex.: Maria, Fortaleza.

• Coletivo: Usados no singular, designam um conjunto

de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca,

manada.

É importante destacar que a classificação de um

substantivo depende do contexto em que ele está inserido.

Vejamos:

Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio).

O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/

comum).

Flexão de gênero

Dica!

A forma 14 por extenso apresenta duas formas

aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CONSESP – 2018) Analise os itens a seguir:

I. A quadragésima quinta Feira do Livro foi um sucesso (45ª).

II. Pela milésima vez ele acenou positivamente (1000ª).

III. Há uma década que não o vejo (10 anos).

Os gêneros do substantivo são masculinos e femininos.

Porém, alguns admitem apenas uma forma

para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uniformes.

Os substantivos uniformes podem ser:

• Comuns-de-dois-gêneros: designam seres humanos

e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o

pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente

/ a cliente; o líder / a líder.

• Epicenos: designam animais ou plantas que apresentam

distinção entre masculino e feminino; a

diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho

ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça

macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;

girafa macho / girafa fêmea.

LÍNGUA PORTUGUESA

129


130

• Sobrecomuns: designam seres de forma geral e

não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gênero

pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:

A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.

Os substantivos biformes, como o nome indica,

designam os substantivos que apresentam duas

formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:

professor/professora.

Destacamos que alguns substantivos, apresentam

formas diferentes nas terminações para designar formas

diferentes no masculino e no feminino:

Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.

Outros substantivos modificam o radical para

designar formas diferentes no masculino e no feminino,

estes são chamados de substantivos heteroformes:

Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.

Gênero e significação

É importante salientar que alguns substantivos

uniformes podem aparecer com marcação de gênero

diferente, ocasionando uma modificação no sentido,

veja, por exemplo:

• A testemunha: pessoa que presenciou um crime;

• O testemunho: relato de experiência, associado a

religiões.

Algumas formas substantivas mantêm o radical e

a pequena alteração o gênero interfere no significado:

• O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;

• O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;

• O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.

Além disso, algumas palavras na língua apresentam

dificuldade quanto a identificação do gênero, pois

são usadas em contextos informais com gêneros diferentes,

é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a

gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formicida;

o telefonema; o trema.

Algumas formas que não apresentam, necessariamente,

relação com o gênero, são admitidas tanto no

masculino quanto no feminino: O personagem / a personagem;

O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.

Flexão de número

Os substantivos flexionam-se em gênero, de maneira

geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas.

Porém, podem apresentar outras terminações: males,

reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acrescentar

-es ao singular das formas terminadas em R ou Z,

como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como

mal/males.

Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL

fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral

/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também

há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas

aceitas meles e méis.

Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem

plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.

Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há substantivos

que admitem até três formas de plural:

• Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.

• Ancião: anciãos, anciões, anciães.

• Vilão: vilãos, vilões, vilães.

Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas

que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /

órgãos; órfão / órfãos.

Plural dos substantivos compostos

Os substantivos compostos são aqueles formados

por justaposição e o plural dessas formas obedece às

seguintes regras:

• Variam os dois elementos:

Substantivo + substantivo:

Ex.: mestre-sala / mestres-salas;

Substantivo + adjetivo:

Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;

Adjetivo + substantivo:

Ex.: boas-vindas;

Numeral + substantivo:

Ex.: terça-feira / terças - feiras.

• Varia apenas um elemento:

Substantivo + preposição + substantivo:

Ex.: canas-de-açúcar.

Substantivo + substantivo (com função adjetiva):

Ex.: navios-escola.

Palavra invariável + palavra invariável:

Ex.: abaixo-assinados.

Verbo + substantivo:

Ex.: guarda-roupas.

Redução + substantivo:

Ex.: bel-prazeres.

Destacamos, ainda, que os substantivos compostos

formados por verbo + advérbio e verbo + substantivo

plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os

saca-rolha.

Variação de grau

A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação

de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma

diminuição.

• Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos

aos substantivos indicar um grau aumentativo.

Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra,

fogaréu, boqueirão, poetastro.

• Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufixos

aos substantivos indicar um grau diminutivo.

Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,

pequenina, papelucho.

O emprego do grau aumentativo ou diminutivo

dos substantivos pode alterar o sentido das palavras,

podendo assumir um valor:

Afetivo: filhinha;

Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.


O novo Acordo Ortográfico e o uso de maiúsculas

O novo acordo ortográfico estabelece novas regras

para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da

inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com

letra maiúscula as inicias das palavras que designam:

Elas são formadas por preposição + substantivo,

referindo-se a outro substantivo ou expressão substantivada,

atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.

A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas

com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,

importantes para seu estudo:

• Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil;

Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da

Vice-presidência.

• Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás

Cubas. Caso a obra apresente em seu título um

nome próprio, este também deverá ser escrito com

inicial maiúscula.

• Nomenclatura legislativa especificada deve ser

escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretrizes

e Bases da Educação (LDB).

• Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da

Vacina; Guerra Fria.

Importante!

Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso

de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são aceitas

as formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e

vice-presidente, porém é preciso manter a mesma

forma em todo o texto. Já nomes próprios

compostos por hífen devem ser escritos com as

iniciais maiúsculas: Grã-Bretanha, Timor-Leste.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Organiza-se o sentido,

nos versos 1 e 3, por meio de sequências verbais,

das quais se destaca o uso recorrente do substantivo

“seco” devidamente flexionado.

Terra seca árvore seca

E a bomba de gasolina

Casa seca paiol seco

E a bomba de gasolina

( ) CERTO ( ) ERRADO

A palavra “seco” no contexto mencionado não é

substantivo, funciona como adjetivo, portanto, está

incorreta. Resposta: Errado.

ADJETIVOS

Os adjetivos associam-se aos substantivos garantindo

a estes um significado mais preciso. Os adjetivos

podem indicar:

• Qualidade: professor chato.

• Estado: aluno triste.

• Aspecto, aparência: estrada esburacada.

Locuções adjetivas

As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor

dos adjetivos, indicando as mesmas características

deles.

• Voo de águia / aquilino;

• Poder de aluno / discente;

• Cor de chumbo / plúmbeo;

• Bodas de cobre / cúprico;

• Sangue de baço / esplênico;

• Nervo do intestino / celíaco ou entérico;

• Noite de inverno / hibernal ou invernal.

É importante destacar que mais do que “decorar”

formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fundamental

reconhecer as principais características de uma

locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresentar

valor de posse. Ex.: Viu o crime pela abertura da

porta; A abertura de conta pode ser realizada on-line.

Quando a locução adjetiva é composta pela preposição

“de”, ela pode ser confundida com a locução

adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante

perceber que a locução adjetiva apresenta valor de

posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para

ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da

porta. Além disso, a locução destacada está caracterizando

o substantivo “abertura”.

Já na segunda frase, a locução destacada é adverbial,

pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “conta”,

o que indica o valor de passividade da locução,

demonstrando seu caráter adverbial.

As locuções adjetivas também desempenham função

de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,

numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café

com açúcar.

Já as locuções adverbiais desempenham função

de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos,

orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de

fome; agiu com rapidez.

Adjetivo de relação

No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar

o aspecto morfológico designado como “adjetivo de

relação”, muito cobrado por bancas de concursos,

sobretudo a FGV.

Para identificar um adjetivo de relação, observe as

seguintes características:

• Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apresentar

meios de subjetividade. Ex.: Menino bonito

- o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino

depende dos olhos de quem o descreve.

• Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de

relação sempre são posicionados após o substantivo.

Ex.: casa paterna.

• Derivado do substantivo: derivam-se do substantivo

por derivação prefixal ou sufixal.

• Não admitem variação de grau: os graus comparativo

e superlativo não são admitidos.

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presidente

americano (não é subjetivo; posicionado após o

substantivo; derivado de substantivo; não existe a

forma variada em grau “americaníssimo”); plataforma

petrolífera; economia mundial; vinho francês;

roteiro carnavalesco.

LÍNGUA PORTUGUESA

131


132

Variação de grau

O adjetivo pode variar em dois graus: Comparativo

ou Superlativo. Cada um deles apresenta suas

respectivas categorias.

• Grau comparativo: exprime a característica de

um ser, comparando-o com outro da mesma classe

nos seguintes sentidos:

• Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão

quanto;

• Superioridade: mais do que;

• Inferioridade: menos do que.

Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios

(comparativo de igualdade);

O amor é mais suficiente do que o dinheiro

(comparativo de superioridade);

Homens são menos engajados do que mulheres

(comparativo de inferioridade).

• Grau superlativo: em relação ao grau superlativo,

é importante considerar que o valor semântico

desse grau apresenta variações, podendo indicar:

• Característica de um ser elevada ao último

grau: Superlativo Absoluto, que pode ser analítico

(associado ao advérbio) ou sintético (associação

de prefixo ou sufixo ao adjetivo);

• Característica de um ser relacionada com

outros indivíduos da mesma classe: Superlativo

Relativo, que pode ser de superioridade (O

mais) ou de inferioridade (O menos)

Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo

absoluto analítico).

O candidato é humílimo (Superlativo absoluto

sintético).

O candidato é o mais humilde dos concorrentes?

(Superlativo relativo de superioridade).

O candidato é o menos preparado entre os concorrentes

à prefeitura (Superlativo relativo de

inferioridade).

Importante!

Ao compararmos duas qualidades de um mesmo

ser, devemos empregar a forma analítica

(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).

Ex.: A modelo é mais alta que magra.

Porém, se uma mesma característica se referir a

seres diferentes, empregamos a forma sintética

(melhor, pior, menor etc.).

Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.

Formação dos adjetivos

Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,

simples ou compostos.

• Primitivos: são os adjetivos que não derivam de

outras palavras e, a partir deles, é possível formar

novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.

• Derivados: são formados a partir dos adjetivos primitivos.

Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.

• Simples: Os adjetivos simples apresentam um

único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.

• Compostos: são formados a partir da união de

dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro,

amarelo-ouro etc.

O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma

forma que o plural dos substantivos.

Plural dos adjetivos compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes

regras:

• Invariável: adjetivos compostos por azul-marinho,

azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas

de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,

cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tapetes

azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

• Varia o último elemento: 1º elemento é palavra

invariável, como em mal-educados, recém-formados;

adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-

-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos pátrios

Os adjetivos pátrios também são conhecidos como

gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade

dos seres.

O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de

um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,

fluminense, cearense.

Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz

respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo

-eiro, costumeiramente usado para designar profissões.

O gentílico que designa nossa nacionalidade teve

origem com as pessoas que comercializavam o pau-

-brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,

termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de

adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que possuem

marcas diferentes de outros adjetivos, como a

de não poder ser empregado antes do substantivo a

que se refere, nem receber grau superlativo. Assinale

a opção que indica o adjetivo do texto que não está

incluído nessa categoria:

a) Herói nacional.

b) Guerra mundial.

c) Diferença social.

d) Povo cordial.

e) Traço cultural.

Como vimos, uma outra característica dos adjetivos

de relação é a objetividade, Esses adjetivos não

denotam questões subjetivas, tal qual o adjetivo

“cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de relação.

Resposta: Letra D

ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam

um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em

alguns casos, os advérbios também podem modificar

uma frase inteira, indicando circunstância.


Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa

apresentam uma lista exaustiva com as funções

dos advérbios, porém, decorar as funções dos

advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado

esperado na resolução de questões de concurso.

Dessa forma, sugerimos que você fique atento às

principais funções designadas por um advérbio e, a

partir delas, consiga interpretar a função exercida nos

enunciados das questões que tratem dessa classe de

palavras.

Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas

funções basilares exercidas pelo advérbio:

• Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.

• Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.

• Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.

• Tempo: Jamais, nunca, agora etc.

• Modo: Assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função

que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,

essas palavras modificam um verbo, um adjetivo

ou um outro advérbio, por isso, para identificar com

mais propriedade a função denotada pelos advérbios,

é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?

As respostas sempre irão indicar circunstâncias

adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais

ou orações adverbiais.

Vejamos como podemos identificar a classificação/

função adequada dos advérbios:

Com essa dica, esperamos que você seja capaz

de diferenciar essas locuções em questões, ademais,

buscamos desenvolver seu aprendizado para que não

seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas

de locuções adverbiais, Lembrem-se: o sentido está no

texto.

Advérbios interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes,

confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar

essa confusão, devemos saber que os advérbios

interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo

ideia de tempo, modo ou causa.

Exs.:

Como foi a prova?

Quando será a prova?

Onde será realizada a prova?

Por que a prova não foi realizada?

De maneira geral as palavras como, onde, quando

e por que são advérbios interrogativos pois não substituem

nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia

de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser

flexionados nos graus comparativo e superlativo.

Vejamos as principais mudanças sofridas pelos

advérbios quando flexionados em grau:

• O homem morreu... de fome (causa); com sua família

(companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).

• A criança comeu... demais (intensidade); ontem

(tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras

(modo).

Locuções adverbiais

As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente,

são bem semelhantes às locuções adjetivas.

É importante saber que as locuções adverbiais

apresentam um valor passivo.

Ex.: Ameaça de colapso.

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução

adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se

invertermos a ordem e inserirmos um verbo na voz

passiva, a frase manterá seu sentido, Vejamos:

Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e

apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução

destacada anteriormente é adverbial.

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções

como esta: “Característica da nação”, o termo

destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não

aceitará a inserção de um verbo com essa função:

Nação foi característica*: essa frase quebra a

estrutura gramatical da língua portuguesa, que não

admite voz passiva em termos com função de posse,

caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura

agramatical, por isso, inserimos um asterisco (*) para

indicar essa característica.

Dica

Locuções adverbiais apresentam valor passivo.

Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

GRAU COMPARATIVO

Normal Superioridade Inferioridade Igualdade

Bem

Mal

Melhor

(mais bem*)

Pior (mais

mal*)

- Tão bem

- Tão mal

Muito Mais - -

Pouco menos - -

Obs.: As formas mais bem e mais mal são aceitas

quando acompanham o particípio verbal.

Normal

GRAU SUPERLATIVO

Absoluto

Sintético

Absoluto

Analítico

Relativo

Bem Otimamente Muito bem Inferioridade

Mal Pessimamente Muito mal Superioridade

Muito Muitíssimo -

Pouco Pouquíssimo -

Advérbios e adjetivos

Superioridade: o

mais

Superioridade: o

menos

O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras

variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica

invariável, confundindo-se com o advérbio.

Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra,

basta tentar colocá-a no feminino ou no plural,

caso a palavra aceite uma dessas flexões será adjetivo.

LÍNGUA PORTUGUESA

133


Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que

descem redondo.

Nesse caso, trata-se de um advérbio.

Palavras denotativas

São termos que apresentam semelhança aos

advérbios, em alguns casos são até classificados como

tal, mas não exercem função modificadora de verbo,

adjetivo ou advérbio.

Sobre as palavras denotativas é fundamental que

você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois,

geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram.

• Eis: sentido de designação;

• Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;

• Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;

• Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;

• Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham

um termo substantivo. Dessa forma, a função

dos pronomes é substituir ou determinar uma palavra.

Os pronomes indicam: pessoas, relações de posse,

indefinição, quantidade, localização no tempo, no

espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.

Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel

importante na análise sintática e também na interpretação

textual, pois colaboram para a complementação de

sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar

a organização textual, contribuindo para a coesão e

também para a coerência de um texto.

Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso;

algumas informações relevantes sobre esses

pronomes são:

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas

expletivas ou de realce, geralmente formadas pela

forma ser + que (é que). A principal característica dessas

palavras é que podem ser retiradas sem causar

prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que

faço as regras / Eu faço as regras.

Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá,

não, é porque etc.

Algumas observações interessantes

O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado

após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado,

em geral, separamos por vírgulas.

Em uma sequência de advérbios terminados com

o sufixo – mente, apenas o último elemento recebe a

terminação destacada.

PESSOAS

1º pessoa do

singular

2º pessoa do

singular

3º pessoa do

singular

1ª pessoa do

plural

2º pessoa do

plural

PRONOMES

DO CASO

RETO

EU

TU

ELE/ELA

NÓS

VÓS

PRONOMES

DO CASO

OBLÍQUO

Me, mim,

comigo

Te, ti, contigo

Se, si, consigo,

o, a, lhe

Nos, conosco.

Vos, convosco

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras

denotativas não foram bem classificadas:

a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções

(explicação).

b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão).

c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve

aqui (de adição).

d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão).

e) Ele também participou da homenagem (inclusão).

A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o

item incorreto é a corresponde a alternativa c. Resposta:

Letra C.

2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: O antônimo de

“bem-estar” se constrói com o adjetivo mau.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitindo-se

apenas a forma adverbial da palavra. Resposta:

Errado

3º pessoa do

plural

ELES/ELAS

Se, si, consigo,

os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam

substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.

Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar

como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi

com o namorado; Maura saiu comigo.

• Os pronomes que estarão relacionados ao objeto

direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o

sobre todas as questões.

• Já os que se relacionam com o objeto indireto são:

Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados

por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo

a ele).

Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais

são pronomes substantivos, além disso, é importante

saber que EU e TU não podem ser regidos por preposição

e que os pronomes ELE(s), ELA (s), NÓS e VÓS

podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função

que exercem.

Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados

com força e precedidos de preposição. Costumam ter

função de complemento:

134

• 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco

(plural).


• 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco

(plural).

• 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s)

Importante lembrar que não devemos usar pronomes

do caso reto como objeto ou complemento verbal,

como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso

Cunha destaca que é possível usar os pronomes do

caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos

pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou

“numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encontrei

apenas ela na festa.

Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade,

devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.

Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

O plural de algumas abreviaturas é feito com letras

dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.

Porém, na maioria das abreviaturas terminadas

com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o

acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.

Importante!

O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meritíssimo

Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente

da República nunca deve ser abreviado.

Pronomes indefinidos

Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento são formas que expressam

uma hierarquia social institucionalizada linguisticamente.

As formas de pronomes de tratamento

apresentam algumas peculiaridades importantes:

• Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a

2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a

esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa

do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a

Constituição.

• Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo a

3ª sspessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do

Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje

à noite.

Como mencionamos anteriormente, os pronomes

de tratamento estabelecem uma hierarquia social na

linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, podemos

reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder

instituídos pelos falantes.

Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes

de tratamento só devem ser utilizados em contextos

cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmente

por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre

outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro

relacionando alguns pronomes de tratamento com as

funções sociais que designam:

• Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquiduques

e seus respectivos femininos.

• Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais.

• Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo

e das Forças Armadas membros do alto escalão.

• Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus

respectivos femininos.

• Vossa Reverendíssima (V.Rev.ma): Sacerdotes.

• Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos graduados,

oficiais até o posto de coronel, tratamento

cerimonioso a comerciantes importantes.

• Vossa Santidade (V. S.): Papa.

• Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):

Bispos.

É importante mencionar que o quadro faz referência

a pronomes de tratamento e suas respectivas designações

sociais conforme indica o Manual de Redação

oficial da Presidência da República, portanto, essas

designações devem ser seguidas com atenção, quando

o gênero textual abordado for um gênero oficial.

Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento,

é importante destacar:

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de

maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª

pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem

variar e podem ser invariáveis, vejamos:

• Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas;

Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,

Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras;

Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tantos,

Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas;

Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc.

• Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;

Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.

As palavras certo e bastante serão pronomes

indefinidos quando vierem antes do substantivo, e

serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco certo

modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o

modelo de carro certo (adjetivo).

A palavra bastante é, geralmente, confundida com

advérbio ou adjetivo, por isso fique atento:

• Bastante (advérbio): será invariável e equivalente

ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.

• Bastante (adjetivo): será variável e equivalente

ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não

foram bastantes para a festa.

• Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes bancos

aumentaram os juros”

Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e

apontam elementos a que se referem as pessoas do discurso

(1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por

eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.

• 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.

• 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.

• 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.

• Invariáveis: isto, isso, aquilo.

Usamos este, esta, isto para indicar:

• Referência ao espaço físico, indicando a proximidade

de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é

minha; Entreguei-lhe isto como prova.

• Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana

começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última

prestação da casa.

• Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana

e Carla no shopping, esta procurava um presente

para o marido (o pronome refere-se ao último termo

mencionado).

LÍNGUA PORTUGUESA

135


136

Usamos esse, essa, isso para indicar:

• Referência ao espaço físico, indicando o afastamento

de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata

combinou muito com você.

• Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:

Não me fale mais nisso; A população não confia

nesses políticos.

• Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,

eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.

• Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.

Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter

falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nessa

sua expressão.

Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:

• Referência ao espaço físico, indicando afastamento

de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,

quem é aquele ali perto da porta?

• Referência a um tempo muito remoto, um passado

muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir

com as portas abertas; Bons tempos aqueles!

• Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não

conheço aquela mulher.

• Referência ao espaço textual, indicando o primeiro

termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lanchar

com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,

aquela, refrigerante.

Dica

O pronome “mesmo” não pode ser usado em

função demonstrativa referencial, veja:

O candidato fez a prova, porém o mesmo esqueceu

de preencher o gabarito. ERRADO.

O candidato fez a prova, porém esqueceu de

preencher o gabarito. CORRETO.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da

necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de solidão

uma contrapartida da necessidade de convívio,

assim como vê na necessidade de convívio uma abertura

para encontrar satisfação no estado de solidão.”

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se

os elementos grifados, na ordem dada, por:

a) naquele – desta – nesta – naquele.

b) nisso – daquilo – naquela – deste.

c) este – do outro – na primeira – no último.

d) nisto – disso – naquela – desse.

e) na primeira – do segundo – numa – noutra.

Devemos lembrar das regras de proximidade e distância

que organizam o uso dos pronomes demonstrativos.

Resposta: Letra A

Pronomes relativos

Uma das classes de pronomes mais complexas, os

pronomes relativos têm função muito importante na

língua, refletida em assuntos de grande relevância

em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,

é essencial conhecer adequadamente a função desses

elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.

Os pronomes relativos referem-se a um substantivo

ou a um pronome substantivo, mencionado anteriormente.

A esse nome (substantivo ou pronome mencionado

anteriormente) chamamos de antecedente.

São pronomes relativos:

• Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos

/ A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas.

• Invariáveis: Que, quem, onde, como.

• Emprego do pronome relativo que: pode ser associado

a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei

o homem que desapareceu; O cachorro que estava

doente morreu; A caneta que emprestei nunca

recebi de volta.

Em alguns casos, há a omissão do antecedente do

relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada

que dizer).

• Emprego do relativo quem: seu antecedente deve

ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos

nós quem fizemos o bolo.

O pronome relativo quem pode fazer referência a algo

subentendido: Quem cala consente (aquele que cala).

• Emprego do relativo quanto: seu antecedente

deve ser um pronome indefinido ou demonstrativo,

pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo

quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto poupei

a vida inteira.

• Emprego do relativo cujo: deve ser empregado

para indicar posse e aparecer relacionando dois

termos que devem ser um possuidor e uma coisa

possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua

portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (possuidor)

a matéria (coisa possuída).

O relativo cujo deve concordar em gênero e número

com a coisa possuída.

Jamais devemos inserir um artigo após o pronome

cujo: Cujo o, cuja a

Não podemos substituir cujo por outro pronome

relativo;

O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.

Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.

Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte pergunta:

“de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo diretor

ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o rapaz

cujas pernas você se referiu (pernas de quem? Do rapaz.)

• Emprego do pronome relativo onde: empregado

para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade

onde meu pai nasceu.

Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumindo

as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for.

O relativo onde pode ser empregado sem antecedente.

Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.

• Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e

suas variações (os quais, a qual, as quais) é usado

em substituição a outros pronomes relativos,

sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos linguísticos,

como queísmo. Ex.: O Brasil tem um passado

do qual (que) ninguém se lembra.

O pronome o qual pode auxiliar na compreensão

textual, desfazendo estruturas ambíguas.


Pronomes interrogativos

São utilizados para introduzir uma pergunta ao

texto e se apresentam de formas variáveis (Que?

Quais? Quanto? Quantos) e invariáveis (Que? Quem?).

Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?

Quantos anos tem seu pai?

O ponto de exclamação só é usado nas interrogativas

diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção

interrogativa, indicada por um verbo como: perguntar,

indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.

Os pronomes interrogativos que e quem são pronomes

substantivos.

Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do

discurso e indicam posse:

SINGULAR

PLURAL

1ª pessoa;

2ª pessoa;

3ª pessoa.

1ª pessoa;

2ª pessoa;

3ª pessoa.

Meu, minha, meus, minhas.

Teu, tua, teus, tuas.

Seu, sua, seus, suas.

Nosso, nossa, nossos, nossas.

Vosso, vossa, vossos, vossas

Seu, sua, seus, suas.

Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,

a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo

a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda

que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a

relação do pronome é com o objeto da posse.

Outras funções dos pronomes possessivos:

• Delimitam o substantivo a que se referem;

• Concordam com o substantivo que vem depois dele;

• Não concordam com o referente;

• O pronome possessivo que acompanha o substantivo

exerce função sintática de adjunto adnominal.

Colocação pronominal

Estudo da posição dos pronomes na oração.

• Próclise: pronome posicionado antes do verbo.

• Ênclise: pronome posicionado após o verbo.

Casos que atraem o pronome para ênclise:

• Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito

honrada com esse título.

• Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.

• Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o

quanto sou importante.

Dica

Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse

caderno! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo).

Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou

de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se

de nada (correto).

Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato

(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).

VERBOS

Certamente, a classe de palavras mais complexa e

importante dentre as palavras da língua portuguesa é

o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações

e os agentes desses atos, além de ser uma importante

classe sempre abordada nos editais de concursos; por

isso, fique atento às nossas dicas.

Os verbos são palavras variáveis que se flexionam

em número, pessoa, modo e tempo, além da designação

da voz que exprime uma ação, um estado ou um

fato. As flexões verbais são marcadas por desinências

que podem ser: número-pessoal, indicando se o verbo

está no singular ou plural, bem como em qual pessoa

verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-temporal,

que indica em qual modo e tempo verbais a ação

foi realizada. Iremos apresentar estas desinências a

seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências

modo-temporais, precisamos explicar o que são o

modo e o tempo verbais:

Modos

Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma relação

enunciada pelo verbo.

Casos que atraem o pronome para próclise:

• Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:

Não me submeto a essas condições.

• Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos.

Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.

• Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente

como um rico investidor, ele nada tem.

• Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em

se tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.

• Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.:

Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe

agradecemos.

• Orações interrogativas, exclamativas, optativas

(exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!

• Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo.

Casos que atraem o pronome para mesóclise:

Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que

estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum

motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus beijos

agora...”

• Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de

certeza. Ex.: Estudei muito para ser aprovado.

• Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude

de dúvida, desejo ou possibilidade. Ex.: Se eu estudasse,

seria aprovado.

• Imperativo: o modo imperativo designa ordem,

convite, conselho, súplica ou pedido. Ex.: Estuda!

Assim, serás aprovado.

Temposs

O tempo designa o recorte temporal em que a ação

verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar

o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.

Porém, existem ramificações específicas.

• Presente: pode expressar não apenas um fato

atual, como também uma ação habitual. Ex.:

Estudo todos os dias no mesmo horário.

Uma ação passada.

Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.

Uma ação futura.

Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)

LÍNGUA PORTUGUESA

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138

• Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no

passado. Ex.: Estudei até ser aprovado.

Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode

indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.

Ex.: Estudava todos os dias.

Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à outra

mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já transbordara

da banheira.

• Futuro (do presente): indica um fato que deve ser

realizado em um momento vindouro. Ex.: Estudarei

bastante ano que vem.

• Futuro do pretérito: expressa um fato posterior

em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria

muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar

os verbos conjugados nos tempos simples e nos

tempos compostos. Os tempos verbais simples são formadas

por uma única palavra, ou verbo, conjugado no

presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são

formados por dois verbos, um auxiliar e um principal,

nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.

Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais

dos tempos simples e compostos, respectivamente:

Flexões modo-temporais – tempos simples

TEMPO

MODO

INDICATIVO

Presente *

Pretérito

perfeito

Pretérito

imperfeito

Pretérito

mais-que-perfeito

-ra(3ª pessoa do

plural)

-va (1ª conjugação)

-ia (2ª e 3ª

conjugações)

MODO

SUBJUNTIVO

-e(1ªconjugação)

e -a ( 2ª e 3ª

conjugações)

*

-sse

-ra *

Futuro -rá e -re -r

Futuro do

pretérito

-ria *

* Nem todas as formas verbais apresentam desinências

modo-temporais.

Flexões modo-temporais – tempos compostos

(indicativo)

• Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER

(presente do indicativo) + verbo principal particípio.

Ex.: Tenho estudado.

• Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar:

TER (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo

principal no particípio. Ex.: Tinha passado.

• Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do

indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:

Terei saído.

• Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER

(futuro do pretérito simples) + verbo principal no

particípio. Ex.: Teria estudado.

Flexões modo-temporais – tempos compostos

(subjuntivo)

• Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER

(presente o subjuntivo) + Verbo principal particípio.

Ex.: (que eu) Tenha estudado.

• Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxiliar:

TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +

verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse

estudado

• Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro simples

do subjuntivo) + verbo principal no particípio.

Ex.: (quando eu) tiver estudado.

Formas nominais do verbo e locuções verbais

As formas nominais do verbo são as formas infinitiva,

particípio e gerúndio que eles assumem em

determinados contextos. São chamadas nominais pois

funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.

• Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu

valor indica duração de uma ação e, por vezes,

pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.

Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se

compadeceu.

• Particípio: é marcado pelas terminações -ADO,

-IDO, -DO, -TO, -GO, -SO, corresponde nominalmente

ao adjetivo, pode flexionar-se, em alguns

casos, em número e gênero.

Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.

• Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação

do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.

Pode ser pessoal ou impessoal.

• Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação,

pois está ligado às pessoas do discurso.

É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:

Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem

que ele ensina.

• Impessoal: não é passível de flexão. É o nome

do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação.

Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª

conjugação; Partir - 3ª conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou

orações reduzidas.

• Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos

que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de

+ verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar

para pagar as contas; Haver de + verbo principal

no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

Dica

Não confunda locuções verbais com tempos

compostos. O particípio formador de tempo

composto na voz ativa não se flexiona: O homem

teria realizado sua missão.

Classificação dos verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação

e podem ser divididos em: regulares, irregulares,

anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos,

impessoais e os auxiliares, além das formas nominais.

Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:


• Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis

de compreender, pois apresentam regularidade no

uso das desinências, ou seja, as terminações verbais.

Da mesma forma, os verbos regulares mantêm

o paradigma morfológico com o radical, que

permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar.

PRESENTE INDICATIVO

Eu canto

Tu cantas

Ele/ você canta

Nós cantamos

Vós cantais

Eles/ vocês cantam

PRETÉRITO PERFEITO

INDICATIVO

Cantei

Cantaste

Cantou

Cantamos

Cantastes

Cantaram

• Irregulares: os verbos irregulares apresentam

alteração no radical e nas desinências verbais, por

isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocorre

irregularmente, seguindo um paradigma próprio

para cada grupo verbal. Perceba como ocorre

uma sutil diferença na conjugação do verbo ESTAR

que utilizamos como exemplo, isso é importante

para não confundir os verbos irregulares com os

verbos anômalos. Ex.: Verbo estar.

PRESENTE INDICATIVO

Eu estou

Tu estás

Ele/ você está

Nós estamos

Vós estais

PRETÉRITO PERFEITO

INDICATIVO

Estive

Esteves

Esteve

Estivemos

Estiveste

• Abundantes: São formas verbais abundantes os

verbos que apresentam mais de uma forma de

particípio aceitas pela norma culta gramatical.

Geralmente, apresentam uma forma de particípio

regular e outra irregular; falaremos disso posteriormente,

quando trataremos das formas nominais

do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:

INFINITIVO

PARTICÍPIO

REGULAR

PARTICÍPIO

IRREGULAR

Acender Acendido Aceso

Afligir Afligido Aflito

Corrigir Corrigido Correto

Encher Enchido Cheio

Fixar Fixado Fixo

• Defectivos: São verbos que não apresentam algumas

pessoas conjugadas em suas formas, gerando

um defeito na conjugação, por isso o nome. São

defectivos os verbos colorir, precaver, reaver.

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa

do singular do presente do indicativo. Bem como:

Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,

fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir,

carpir, banir, brandir, bramir, soer.

Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos

temporais também apresentam essa característica,

como latir, bramir, chover.

• Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome

oblíquo átono integrando sua forma verbal,

é importante lembrar que esses pronomes não

apresentam função sintática. Predominantemente,

os verbos pronominas apresentam transitividade

indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.

Eles/ vocês estão

Estiveram

• Anômalos: esses verbos apresentam profundas

alterações no radical e nas desinências verbais,

consideradas anomalias morfológicas, por isso,

recebem essa classificação. Um exemplo bem

usual de verbos dessa categoria é o verbo SER. Na

língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados

dessa forma, os verbos SER e IR, vejamos a

conjugação o verbo SER:

PRESENTE INDICATIVO

Eu sou

Tu és

Ele/ você é

Nós somos

Vós sois

Eles/ vocês são

PRETÉRITO PERFEITO

INDICATIVO

Fui

Foste

Foi

Fomos

Fostes

Foram

As bancas adoram usar essa classificação para confundir

os candidatos. Os verbos SER e IR são irregulares,

porém, apresentam uma forma específica de irregularidade,

que ocasiona uma anomalia em sua conjugação,

por isso, são classificados como anômalos.

PRESENTE INDICATIVO

Eu me sento

Tu te sentas

Ele/ você se senta

Nós nos sentamos

Vós vos sentais

Eles/ vocês se sentam

PRETÉRITO PERFEITO

INDICATIVO

Sentei-me

Sentaste-te

Sentou-se

Sentamo-nos

Sentastes-vos

Sentaram-se

• Reflexivos: São os verbos que apresentam pronome

oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente

como objeto direto ou indireto. Nesses

verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao

mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cumprimentamos

friamente.

• Impessoais: São verbos que designam fenômenos

da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.

O verbo haver com sentido de existir ou marcando

tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia

muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui

aprovado em concurso público.

Os verbos ser e estar também são verbos impessoais,

quando designam fenômeno climático ou tempo.

Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos.

LÍNGUA PORTUGUESA

139


140

O verbo ser para indicar hora, distância ou data

concorda com esses elementos.

O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando

indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz

anos que estudo para concursos; Aqui faz muito calor.

Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente,

classificamos como sujeito inexistente.

Dica

O verbo SER será impessoal quando o espaço sintático

ocupado pelo sujeito não estiver preenchido:

“Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo

FAZER, podendo ser impessoal também, o verbo

IR: “vai uns bons anos que não vejo Mariana”

• Verbos Auxiliares: Os verbos auxiliares são

empregados nas formas compostas dos verbos e

também nas locuções verbais. Os principais verbos

auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.

Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a

concordância verbal, porém, o verbo principal determina

a regência estabelecida na oração.

Apresentam forte carga semântica que indica

modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assunto

no tópico verbos auxiliares no final da gramática.

São importantes na formação da voz passiva

analítica.

• Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos

três formas nominais dos verbos:

• Gerúndio: terminação -NDO. Apresenta valor

durativo da ação e equivale a um advérbio ou

adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando.

• Particípio: terminações: -ADO, -IDO, -DO, -TO,

-GO, -SO. Apresenta valor adjetivo e pode ser

classificado em particípio regular e irregular,

sendo as formas regulares finalizadas em -ADO

e -IDO.

A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio

regular com os verbos ter e haver, já com os

verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio

irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos

/ Os traficantes foram expulsos pelos policiais.

• Infinitivo: marca as conjugações verbais.

AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,

PasseAR);

ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,

pÔR);

IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (PartIR,

SaIR);

O verbo PÔR corresponde à segunda conjugação,

pois origina-se do verbo poer, o mesmo

acontece com verbos que deste derivam.

Vozes verbais

As vozes verbais definem o papel do sujeito na

oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação

verbal ou se ele recebe a ação verbal.

• Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação verbal.

Ex.: O policial deteve os bandidos.

• Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal.

Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – passiva

analítica; Detiveram-se os criminosos – passiva

sintética.

• Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo

tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação verbal.

Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia.

• Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo

tempo, porém percebemos que há uma ação compartilhada

entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos

se olharam antes do julgamento.

A voz passiva é realizada a partir da troca de

funções entre sujeito e objeto da voz ativa, falamos

melhor desse processo no capítulo funções do SE em

verbos transitivos direto.

Só podemos transformar uma frase da voz ativa

para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou

transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva

com a presença do objeto direto.

A voz reflexiva indica uma ação praticada e recebida

pelo sujeito ao mesmo tempo, essa relação pode

ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e

sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu.

Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou mais

indivíduos que praticam e sofrem a ação. Ex.: Apesar do

ódio mútuo, os candidatos se cumprimentaram.

No último caso, a voz reflexiva é também chamada

de recíproca, por isso, fique atento.

Importante!

Não confunda os verbos pronominais com as

vozes verbais. Os verbos pronominais que indicam

sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se,

entre outros acompanham um pronome

que faz parte integrante do seu significado, diferentemente,

das vozes verbais que acompanham o

pronome SE com função sintática própria.

Outras funções do “SE”

Como vimos, o SE pode funcionar como item essencial

na voz passiva; além dessa função, esse elemento

também acumula outras atribuições. Vejamos:

• Partícula apassivadora: como será abordado posteriormente,

a voz passiva sintética é feita com verbos

transitivos direto (TD) ou transitivos direto indireto

(TDI). Nessa voz, incluímos o SE junto ao verbo, por

isso o elemento SE é designado partícula apassivadora,

nesse contexto. Ex.: Busca-se a felicidade (voz

passiva sintética) – SE (partícula apassivadora)

O SE exercerá essa função apenas: Com verbos

cuja transitividade seja TD ou TDI; Verbos concordam

com o sujeito; Com a voz passiva sintética.

Lembramos que na voz passiva nunca haverá

objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujeito

paciente.

• Índice de indeterminação do sujeito: o SE funcionará

nessa condição quando não for possível identificar

o sujeito explícito ou subentendido. Além disso,

não podemos confundir essa função do SE com a de

apassivador, já que para ser índice de indeterminação

do sujeito a oração precisa estar na voz ativa.

Outra importante característica do SE como índice

de indeterminação do sujeito ocorre em verbos

transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos

de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar

na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.


• Pronome reflexivo: na função de pronome reflexivo,

a partícula SE indicará reflexão ou reciprocidade,

auxiliando a construção dessas vozes

verbais, respectivamente. Nessa função, suas principais

características são: sujeito recebe e pratica

a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto

direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar

explícito ou implícito. Ex.: Ele se via no espelho /

Deu-se um presente de aniversário.

• Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será

parte integrante dos verbos pronominais, acompanhando-o

em todas as suas flexões. Quando o SE

exerce essa função, jamais terá uma função sintática.

Além disso, o sujeito da frase poderá estar

explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da

mãe, quando olhou a filha.

• Partícula de realce: será partícula de realce o SE

que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no

sentido e na compreensão global do texto. A partícula

de realce não exerce função sintática, pois é desnecessária.

Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.

• Conjunção: o SE será conjunção condicional, quando

sugerir a ideia de condição. A conjunção SE exerce

função de conjunção integrante, apenas ligando

as orações e poderá ser substituída pela conjunção

caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.

Conjugação de verbos derivados

Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação

apresenta paradigma derivado, auxiliando a compreensão

dessas conjugações verbais.

O verbo criar é conjugado da mesma forma que os

verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais

que terminam em -IAR. Os verbos com essa terminação

são, predominantemente, regulares.

Eu

PRESENTE - INDICATIVO

Crio

Conjugação de alguns verbos

Vamos agora conhecer algumas conjugações de

verbos irregulares importantes, que sempre são objeto

de questões em concursos.

Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo

as mesmas desinências desse verbo, as formas

Eu

Tu

Ele/Você

Nós

Vós

Eles/Vocês

Eu

Tu

Ele/Você

Nós

Vós

Eles/Vocês

PRESENTE - INDICATIVO

PRESENTE - INDICATIVO

Adiro

Aderes

Adere

Aderimos

Aderis

Aderem

Ponho

Pões

Põe

Pomos

Pondes

Põem

São conjugados da mesma forma os verbos: dispor,

interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, entrepor,

supor.

EXERCÍCIO COMENTADO

Tu

Ele/Você

Nós

Crias

Cria

Criamos

1. (FCC – 2018) “Uma tendência que já coroava as edições

anteriores do prêmio”.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que

se encontra acima está sublinhado em:

Vós

Eles/Vocês

Criais

Criam

Os verbos terminados em -EAR, por sua vez, geralmente,

são irregulares e apresentam alguma modificação

no radical ou nas desinências. Assim como o verbo

passear, são derivados dessa terminação os verbos:

PRESENTE - INDICATIVO

a) Por meio do qual definia uma suposta obra de arte.

b) O novo prêmio atenderia o mercado.

c) Ou o que o contraria.

d) O leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas.

e) Ele contempla os títulos com mais chance.

Coroava, assim como definia, está conjugado no pretérito

imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A.

PREPOSIÇÕES

Eu

Tu

Ele/Você

Nós

Vós

Eles/Vocês

Passeio

Passeias

Passeia

Passeamos

Passeais

Passeiam

Conceito

São palavras invariáveis que ligam orações ou

outras palavras. As preposições apresentam funções

importantes tanto no aspecto semântico quanto no

aspecto sintático, pois complementam o sentido de

verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado

sem a presença da preposição, modificando a transitividade

verbal e colaborando para o preenchimento de

sentido de palavras deverbais 1 .

LÍNGUA PORTUGUESA

1 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.

Exemplo: A filmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o

termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.

141


As preposições essenciais são: A, ANTE, ATÉ, APÓS,

COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PER,

PERANTE, POR, SEM, SOB, TRÁS.

Existem, ainda, as preposições acidentais, assim

chamadas, pois pertencem a outras classes gramaticais,

mas, ocasionalmente, funcionam como preposições.

Eis algumas: afora, conforme (quando

equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,

exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto

(quando equivaler a “por causa de”).

Locuções prepositivas

São grupos de palavras que equivalem a uma preposição.

Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca

do tema da prova.

A locução prepositiva na segunda frase substitui

perfeitamente a preposição sobre. As locuções prepositivas

sempre terminam em uma preposição, e há

apenas uma exceção: a locução prepositiva com sentido

concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos

alguns exemplos de locuções prepositivas:

Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito

de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;

graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto

a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de.

Importante!

Algumas locuções prepositivas apresentam

semelhanças morfológicas, mas significados

completamente diferentes, como:

A opinião dos diretores vai ao encontro do planejamento

inicial. / As decisões do público foram

de encontro à proposta do programa.

Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas.

/ Ao invés de chegar molhado, chegou cedo.

Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessado

em: 19/11/2020.

• Preposição + pronomes pessoais:

Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas.

De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.

• Preposição + pronome relativo:

A + onde: aonde.

• Preposição + pronomes indefinido:

De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras.

Algumas relações semânticas estabelecidas por

preposições

É importante ressaltar que as preposições podem

apresentar valor relacional ou podem atribuir um

valor nocional. As preposições que apresentam um

valor relacional cumprem uma relação sintática

com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são

chamados deverbais, conforme já mencionamos anteriormente.

Essa mesma relação sintática pode ocorrer

com adjetivos e advérbios, os quais também apresentarão

função deverbal.

Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida

pela regência do verbo concordar).

Tenho medo da queda (preposição exigida pelo

complemento nominal).

Estou desconfiado do funcionário (preposição exigida

pelo adjetivo).

Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo

advérbio).

Em todos esses casos, a preposição mantém uma

relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,

sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença.

De modo oposto, as preposições cujo valor nocional

é preponderante apresentam uma modificação

no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são

componentes obrigatórios na construção da sentença,

divergindo das preposições de valor relacional.

As preposições de valor nocional estabelecem uma

noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo

etc. Vejamos algumas:

142

Combinações e contrações

As preposições podem ser contraídas com outras

classes de palavras, veja:

• Preposição + artigo:

A + a, as, o, os: à, às, ao, aos.

De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,

dos, dum, duns, duma, dumas.

Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos.

Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no,

nos, num, nuns, numa, numas.

• Preposição + pronome demonstrativo:

A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àquele,

àqueles, àquela, àquelas, àquilo.

Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,

essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:

neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nessa,

nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, naqueles,

naquelas, naquilo.

De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas,

isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:

deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,

desses, dessas, disso, daquele, daquela, daqueles,

daquelas, daquilo.

• Preposição + advérbio:

De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.

VALOR NOCIONAL DAS

PREPOSIÇÕES

Posse

Lugar

Modo

Causa

Assunto

Origem

Destino

SENTIDO

Carro de Marcelo.

O cachorro está sob a

mesa.

Votar em branco, chegar

aos gritos.

Preso por estupro.

Falar sobre política.

Descende de família

simples.

Olhe para frente! Iremos

a Paris.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens:

I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvimento

moderno.


II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, precisava

de leis...

III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano...

IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião.

Considerando-se o contexto, o vocábulo PARA exprime

ideia de finalidade em:

a) I e III, apenas.

b) I, II e IV, apenas.

c) III e IV, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II, III e IV.

A preposição PARA indicará finalidade quando

puder ser substituída pela locução “a fim de”, como

ocorre nos itens II e III, configurando como certa a

Resposta: Letra D.

CONJUNÇÕES

• Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,

por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).

Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.

Importante!

As conjunções E, NEM não devem ser empregadas

juntas (E NEM), tendo em vista que ambas

indicam a mesma relação aditiva o uso concomitante

acarreta em redundância.

Conjunções subordinativas

Tal qual as conjunções coordenativas, as subordinativas

estabelecem uma ligação entre as ideias

apresentadas em um texto, porém, diferentemente

daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações

subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra

para terem o sentido apreendido.

Assim como as preposições, as conjunções também

são invariáveis e também auxiliam na organização

das orações, ligando termos e, em alguns casos, orações.

Por manterem relação direta com a organização

das orações nas sentenças, as conjunções podem ser:

coordenativas ou subordinativas.

Conjunções coordenativas

As conjunções coordenativas são aquelas que

ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não

fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas

conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da oração.

As conjunções coordenadas podem ser:

• Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também,

não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.:

Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o preferido,

não só da filha, senão de toda família.

• Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entretanto,

não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.:

Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a população,

senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).

• Importante: a conjunção E pode apresentar

valor adversativo, mormente quando é antecedido

por vírgula: Estava querendo dormir, e o

barulho não deixava.

• Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,

ora...ora, já...ja. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja

por bem, seja por mal, vou convencê-la.

• Importante: a palavra senão pode funcionar

como conjunção alternativa: Saia agora, senão

chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou).

• Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início

da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é

mais leve que a enxada!

• Importante: Pois com sentido explicativo inicia

uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois

sinto saudades.

Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas:

Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a subir.

• Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,

visto que, uma vez que, como (equivale a porque)

etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta.

• Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de

modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:

Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.

• Comparativa: Como, que nem, que (depois de

mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria

como um touro.

• Conformativa: Conforme, como, segundo, de

acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu conforme

o planejado.

• Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mesmo

que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que

aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.

• Condicional: Se, caso, desde que, contanto que,

a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse

falar com você, teria respondido sua mensagem.

• Proporcional: À proporção que, à medida que,

quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:

Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser

aprovado.

• Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A professora

dá exemplos para que você aprenda!

• Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,

mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei

para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal cheguei

à cidade, fui assaltado.

Os valores semânticos das conjunções não se

prendem às formas morfológicas desses elementos.

O valor das conjunções é construído contextualmente,

por isso, é fundamental estar atento aos sentidos

estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você,

por que você não a procura? (SE = causal = já que);

Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar

puro no campo. (QUANDO = causal = já que).

Conjunções integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações

subordinadas e, na realidade, elas apenas integram

uma oração principal à outra, subordinada. Existem

apenas dois tipos de conjunções integrantes: QUE e SE.

• Quando é possível substituir o QUE pelo pronome

ISSO, estamos diante de uma conjunção integrante.

Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = ISSO.

LÍNGUA PORTUGUESA

143


144

• Sempre haverá conjunção integrante em orações

substantivas e, consequentemente, em períodos

compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.

Perguntei = ISSO.

• Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo

e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que

o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o

Brasil é um país desigual (certo).

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CEBRASPE/CESPE – 2018) O uso da conjunção “embora”

pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido original

do texto:

( ) CERTO ( ) ERRADO

Nem precisamos ler o texto mencionado pela questão

para sabermos que o item está correto, pois

conquanto, assim como embora, é uma conjunção

concessiva. Resposta: Certo

INTERJEIÇÕES

As interjeições também fazem parte do grupo de

palavras invariáveis, tal como as preposições e as conjunções.

Sua função é expressar estado de espírito e

emoções, por isso apresenta forte conotação semântica,

ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler

a uma frase, como será melhor exposto no capítulo

sobre frase, oração e período. Ex.: Tchau!

As interjeições, como mencionamos, indicam relações

de sentido diversas; a seguir, apresentamos um

quadro com os sentimentos e sensações mais expressos

pelo uso de interjeições:

VALOR SEMÂNTICO

Advertência

Alívio

Alegria/satisfação

Desejo

Repulsa

Dor/tristeza

Espanto

Saudação

Medo

INTERJEIÇÃO

Cuidado! Devagar! Calma!

Arre! Ufa! Ah!

Eba! Oba! Viva!

Oh! Tomara! Oxalá!

Irra! Fora! Abaixo!

Ai! Ui! Que pena!

Oh! Ah! Opa! Putz!

Salve! Viva! Adeus! Tchau!

Credo! Cruzes! Uh! Oh!

É salutar lembrar que o sentido exato de cada

interjeição só poderá ser apreendido diante do contexto,

por isso, em questões que abordem essa classe

de palavras, o candidato deve manter a calma e reler

o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se certificar

do sentido expresso no texto.

Isso acontece pois qualquer expressão exclamativa

que expresse sentimento ou emoção pode funcionar

como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões,

por exemplo, que são interjeições por excelência,

mas, dependendo do contexto, podem ter seu sentido

alterado.

Antes de concluirmos, é importante ressaltar o

papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras

que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!

Ora bolas! Valha-me Deus!

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE

CRASE

A crase ( ` ), marcada pelo acento grave, costuma

trazer bastante confusão em seu uso (ou não) durante

a escrita de um texto, pois muitos não sabem exatamente

quando seu uso é obrigatório e quando não

é. Por isso, veja algumas dicas e entenda melhor sua

aplicação:

Ela é utilizada para fazer a junção de duas vogais

“a”, quando em uma frase a preposição é contraída

com o artigo. Ex.:

Refiro-me às que amam.

a + a

preposição

artigo

Para esclarecer se deve ou não utilizar a crase, siga

esta dica:

“Troque a palavra feminina por outra que seja

masculina.

Se no masculino aparecer obrigatoriamente ao ou

aos, no feminino haverá crase.

Se no masculino for facultativo a ou ao(s), a crase

poderá ser usada ou não” (Gramática Pela Prática,

2015).

Casos convencionados

1 - Em locuções:

• Prepositivas com palavras femininas: sempre terminam

em preposições – à cata de, à moda de, à custa

de, à força de, à procura de, à guisa de, à beira de.

• Conjuntivas com palavras femininas: quase todas

terminadas em que – à medida que, à proporção que.

• Adverbiais com palavras femininas: às vezes,

às claras, às ocultas, às pressas, à toa, às fartas, às

escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquerda, à

direita, às terças-feiras.

2 - Em lugares:

Se venho de Paris, vou a Paris. – preposição, sem

crase;

Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição +

artigo = crase.

Dica

Faça uso desse macete:

“Se vou a e venho da”, crase há;

“Se venho a e venho de”, crase para quê?

3 - Com distância:

• Determinada (se utiliza crase): Foi lançado à distância

de 60 metros;


• Não definida (não se utiliza crase): O disco foi

lançado a distância.

4 - Com horas:

k) Antes de lugares que não admitem o artigo “a”:

Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma.

Casos facultativos

• Hora exata/relógio:

A aula começa às oito horas.

Cheguei à uma hora da tarde.

• Hora aproximada (não se utiliza crase):

Vou lanchar daqui a uma hora.

5 - Com pronome relativos:

• Se utiliza à qual, às quais quando se opõem a ao

qual, aos quais.

Eis o rapaz ao qual me referi.

Eis a moça à qual me referi.

Eis as moças às quais me referi.

Casos proibitivos

Para facilitar um pouco mais, existem ainda alguns

casos em que a crase não deve ser utilizada. São eles:

a) Antes de substantivos masculinos:

Andar a pé; Dinheiro a rodo.

Exceções – quando se subentende: à moda de, à

maneira de, faculdade, universidade, empresa,

companhia.

Ex.: O motor do carro estragou, e voltamos a pé.

b) Antes de verbo:

Condições a combinar; aprender a ler;

Ex.: Ainda temos muitos negócios a tratar.

c) Antes do artigo indefinido “uma” e dos pronomes

que não admitem o artigo “a” (pronomes pessoais,

indefinidos, demonstrativos, relativos):

a mim, a ela, a si; a nenhuma parte; a cada uma; a

qualquer hora; a ninguém; a nada;

Ex.: Não me submeto a uma exigência dessas.

d) Antes de numerais:

de 12 a 20;

de 1990 a 2008.

Você é do tipo que vai de 8 a 80 num instante.

Exceto para horários.

Ex.: O avião sairá às 18h.

e) Entre substantivos idênticos:

cara a cara; gota a gota; de parte a parte.

Ao sair, fiquei cara a cara com a modelo.

f) Quando se refere a palavras no plural:

a obras; a pessoas ilustres; a conclusões favoráveis.

Após duas horas de reunião, chegamos a conclusões

favoráveis.

g) Depois de preposições

após as aulas; ante a evidência; conforme a ocasião;

contra a maré; desde a véspera; durante a

palestra; entre as palmeiras; mediante a força;

para a paz; perante a sociedade; sob a jurisprudência;

sobre a questão do acordo; segundo a lei.

Não nos falamos desde o último encontro.

h) Antes da palavra “casa”, quando se refere ao próprio

lar:

Voltara a casa, pois esquecera o convite.

i) Antes da palavra “terra”, quando se opõe a bordo:

Assim que desembarcaram, desceram a terra.

j) Quando antes do feminino, subentende-se o artigo

indefinido “uma”:

Encontrava-se presa a terrível melancolia.

Existem três casos em que o uso da crase é facultativo,

isso é, opcional. São eles:

a) Depois da preposição “até”:

Ex.: Eu irei até a faculdade esta noite. / Eu irei até à

faculdade esta noite.

Ficarei contigo até as 20h. / Ficarei contigo até às

20h.

b) Antes de nomes próprios femininos:

Ex.: Respeite a Maria! / Respeite à Maria!

Ele disse a Ana que não viria. / Ele disse à Ana que

não viria.

c) Antes dos pronomes possessivos:

Ex.: Não iremos a sua festa. / Não iremos à sua

festa.

Voltaremos a essa cidade sempre! / Voltaremos à

essa cidade sempre!

Casos especiais

Em expressões formadas por palavras femininas

locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas iniciadas

por “a” e formadas por palavras femininas, levam

crase.

À beira de, à tarde, à meia-noite, às vezes, à moda

de etc.

Quando se utilizam as palavras “casa” e “terra”,

com sentido de “lar” e “chão firme”, respectivamente,

não se utiliza a crase

Ex.: O pai voltou a casa.

Os marinheiros chegaram a terra.

Importante!

Separamos aqui 5 macetes/regrinhas que resumem

o uso da crase e que podem servir de grande

ajuda para você. Dê uma olhada!

1) A crase deve ser empregada somente com

palavras femininas;

2) Utilize-a sempre em expressões que indiquem

horas (exceto se vier precedido da preposição

“até);

3) A crase não é utilizada antes de palavras masculinas

(exceto com o uso da expressão “à moda

de”);

4) Deve ser usada sempre antes de locuções

adverbiais femininas, com ideia de tempo, modo

e lugar;

5) Atente-se aos casos em que o uso da crase é

opcional!

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

INTRODUÇÃO

Sintaxe é o ramo da gramática que se encarrega

de estudar a disposição das palavras nas frases e das

frases no discurso/texto, e a relação que estas frases

estabelecem entre si.

LÍNGUA PORTUGUESA

145


146

É então, essencial para tornar a mensagem transmitida

com sentido completo e compreensível.

PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

Só para relembrar, período é uma das unidades

sintáticas da gramática normativa, sendo um enunciado

com sentido completo, formado por uma ou

mais orações.

Período simples: é o período formado por apenas

uma oração, ou seja, um enunciado que possui apenas

um único verbo.

Ex.: Os dias de verão são muito quentes. – um verbo

= uma oração.

É importante também ressaltar quais são os termos

essenciais, integrantes e acessórios que compõem

uma oração.

Termos essenciais

Os termos essenciais da oração são: sujeito e

predicado.

Ana comprou uma sandália.

Sujeito

Predicado

O que é o sujeito? Aquele que pratica a ação. Veja

quais são os principais tipos de sujeito:

• Determinado simples: apenas um núcleo.

Ex.: Meu sobrinho nasceu ontem.

• Determinado composto: com mais de um núcleo.

Ex.: Minha mãe e eu viemos discutindo pelo caminho

todo.

• Determinado implícito: é possível identificar o

sujeito, porém ele não aparece na frase.

Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implícito:

eu).

• Indeterminado: não é possível determinar o

sujeito.

Ex.: É essencial lutar contra o racismo.

• Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são

fenômenos da natureza.

Ex.: Ontem choveu demais!

E predicado? O que é? É o termo que indica o que o

sujeito faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigatoriamente,

por um verbo ou locução verbal.

Ex.: João caiu da escada.

Bia, Larissa e Flávia são minhas primas.

Termos integrantes

Estudaremos agora os termos integrantes da oração,

são eles: o objeto direto, objeto indireto, complemento

nominal e agente da passiva.

• Objeto direto: complementa a significação de um

verbo transitivo direto (confira nas seções anteriores)

sem precisar de preposições.

A doceira fez um bolo.

Verbo transitivo

direto

objeto direto

Pode complementar também um verbo transitivo

direto e indireto.

Verbo transitivo

direto e indireto

Demos um prêmio ao vencedor.

objeto direto

Note a presença

de preposição

objeto indireto

• Objeto indireto: complementa a significação de

um verbo transitivo indireto, com a necessidade

de se utilizar preposição.

A garota gosta de chocolate amargo.

verbo transitivo objeto indireto

direto

Note a presença

de preposição

• Complemento nominal: é o termo da oração que

está ligado ao sujeito, ao objeto direto, objeto indireto,

predicativo, vocativo, aposto, adjunto adnominal

ou agente da passiva (veremos mais adiante

sobre eles).

Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos.

Nome (substantivo): necessidade.

Complemento nominal: de medicamentos.

Ex.: Sua postura é prejudicial à saúde.

Nome (adjetivo): prejudicial.

Complemento nominal: à saúde.

Ex.: Decidiu favoravelmente ao criminoso.

Nome (advérbio): favoravelmente.

Complemento nominal: ao criminoso.

Em geral, o complemento nominal é um substantivo

ou outra palavra que exerça o papel de substantivo

dentro da oração. Veja o exemplo:

Andar a pé lhe era prazeroso.

Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função

de substantivo – complemento nominal.

• Agente da passiva: é o complemento, com preposição,

que representa o ser/ coisa que pratica a

ação expressa na voz passiva.

Ex.: A criança foi ensinada pelos pais.

Sujeito: A criança;

Agente da passiva: pelos pais.

Termos acessórios

Os termos acessórios da oração são: adjunto adnominal,

adjunto adverbial e aposto.

• Adjunto adnominal: também se refere ao substantivo

da oração, porém caracterizando-o. Ele pode

ser um artigo, um numeral, pronome adjetivo, um

adjetivo ou locução adjetiva.

Ex.: A criança adormeceu. (artigo);

As duas crianças adormeceram. (numeral);

As crianças bonitas adormeceram. (adjetivo);

Aquelas crianças adormeceram. (pronome adjetivo);

Aquelas crianças adormeceram muito cedo. (locução

adjetiva).

• Adjunto adverbial: é todo termo que aparece na

oração, como advérbios e locuções adverbiais,

expressando tempo, modo, lugar, causa, afirmação,

negação, dúvida, instrumento e etc.


Ex.: Moro em Minas Gerais. -> Lugar;

Voltei tarde. -> Tempo;

Ele escreve bem. -> Modo;

Come com o garfo. -> Instrumento;

Falavam sobre a novela. -> Assunto;

Morreu de pneumonia. -> Causa;

Se organizou para a festa. -> Finalidade.

• Aposto: é o termo da oração que se liga a outro termo

com a função de identificá-lo ou explicá-lo.

Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, esteve

por aqui hoje.

Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis, eletrônicos

...

Vocativo

Indica o nome a quem se dirige a oração. Através

dele, o falante chama a pessoa pelo nome, podendo

estar no início ou no final da frase.

Ex.: Carol, preste atenção!

Não vá agora, Pedro!

PERÍODO COMPOSTO

Um período composto é aquele formado por mais

de uma oração. O número de verbos indica o número

de orações do período.

Ex.: Pedro pegou a chave, abriu o portão e foi correndo

ao encontro do amigo – Período composto, com

3 orações.

Orações Coordenadas

Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo

muito. / Compramos uma bola de basquete, mas

não sabemos jogar.

• Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...

seja..., etc.

Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa

nem outra! / Ou você come ou você joga.

• Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então.

Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando

mal.

• Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja.

Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. /

Vamos comemorar, pois nossa filha foi aprovada

no exame.

Orações Subordinadas

Uma oração subordinada é aquela que dá sentido,

completa a oração principal, dando sentido para o

período. Veja o exemplo:

A menina gosta | de ter toda atenção para si.

Oração principal: A menina gosta

[de quê?]

Oração subordinada: de ter toda atenção para si.

Orações Reduzidas

São orações que não se introduzem por conjunções

e possuem verbos nas formas nominais (infinitivo,

gerúndio e particípio).

Orações coordenadas são orações independentes,

isto é, que não estabelecem relação sintática entre si.

Veja:

O professor preparou a aula, aplicou as atividades

e avaliou os alunos.

Perceba que todas as orações possuem sentido por

si só, sem dependerem uma da outra e sem estabelecerem

uma ligação entre si, não precisando de uma

conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não é

conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como conjunção

coordenativa, utilizada para ligar palavras

ou orações que tenham a mesma função gramatical,

como é o caso do exemplo acima.

Existem ainda dois tipos de orações coordenadas,

as assindéticas e as sindéticas.

Assindéticas: orações sem conjunção coordenativa,

ligadas por uma pausa, que geralmente se dá

pelo uso da vírgula.

Ex.: Ele viu, gostou, comprou.

Sindéticas: são orações ligadas por uma conjunção

coordenativa, e são classificadas em 5 tipos:

• Aditivas: e, nem, mas também.

Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo

fomos à praia ontem.

• Adversativas: porém, mas, contudo, todavia,

entretanto.

• Orações reduzidas no infinitivo:

Podem aparecer no infinitivo pessoal, sofrendo flexão

de número e pessoa, podendo ser iniciadas por

preposição, ou não.

Oração subordinada substantiva subjetiva

Reduzida: É essencial comparecer no evento.

Desenvolvida: É essencial que você compareça no

evento.

Oração subordinada substantiva objetiva

direta

Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.

Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia

de prova.

Oração subordinada substantiva objetiva

indireta

Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma dieta.

Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizéssemos

uma dieta.

Oração subordinada substantiva completiva

nominal

Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o

emprego.

Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consigam

o emprego.

LÍNGUA PORTUGUESA

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Oração subordinada substantiva predicativa

Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!

Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!

Oração subordinada substantiva apositiva

Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o

meu próprio caminho.

Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu

encontre o meu próprio caminho.

Oração subordinada adverbial causal

Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá

atenção!

Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém

dá atenção!

Oração subordinada adverbial condicional

Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos

ao cinema.

Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não

iremos ao cinema.

Oração subordinada adverbial concessiva

Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito

na sua honestidade.

Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre

você, eu acredito na sua honestidade.

Oração subordinada adverbial temporal

Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido

assaltada.

Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha

sido assaltada.

Oração subordinada adverbial final

Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e

esquecer o assunto.

Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar,

decidi ceder e esquecer o assunto.

Oração subordinada adverbial consecutiva

Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar

tudo.

Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que

vomitou tudo.

Oração subordinada adjetiva

Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do

palco, era a minha filha.

Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no

meio do palco, era a minha filha.

REFERÊNCIA

Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor-

maculta.com.br/oracoes-reduzidas/#:~:text=-

Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20

s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicativo%20ou%20no%20subjuntivo.>.

Acesso em 31 de

ago de 2020.

• Orações reduzidas de gerúndio:

No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª conjugação),

-endo (2ª conjugação) e -indo (3ª conjugação).

Oração subordinada adverbial causal

Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou confusão.

Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou

confusão.

Oração subordinada adverbial condicional

Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.

Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.

Oração subordinada adverbial concessiva

Reduzida: Respeitando o combinado, outros acordos

serão necessários.

Desenvolvida: Ainda que respeitem o combinado,

outros acordos serão necessários.

Oração subordinada adverbial temporal

Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele

ligou-me.

Desenvolvida: Quando chegou à entrada do prédio,

ele ligou-me.

Oração subordinada adjetiva

Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no

calçadão.

Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que corriam

no calçadão.

• Orações reduzidas de particípio:

No particípio regular, os verbos terminam em -ado

(1ª conjugação) e -ida (2ª e 3ª conjugação). No particípio

irregular, terminam em -to ou -do.

Oração subordinada adverbial causal

Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.

Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou

resolver a situação.

Oração subordinada adverbial condicional

Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer

como entender.

Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,

poderá fazer como entender.

Oração subordinada adverbial concessiva

Reduzida: Resolvido este problema, outras dificuldades

virão.

Desenvolvida: Mesmo que resolvam este problema,

outras dificuldades virão.

Oração subordinada adverbial temporal

Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.

Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone

tocou.


Oração subordinada adjetiva

Reduzida: Já foi usado o material comprado por

mim.

Desenvolvida: Já foi usado o material que eu

comprei.

Períodos Mistos

Tem-se um período misto quando, em um período,

aparecem orações que se relacionam, seja por coordenação,

seja por subordinação. Ex.:

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem

oração coordenada

assindética

oração

coordenada

sindética

aditiva

Período composto por coordenação

oração subordinada

subjuntiva objetiva

direta

A coordenação entre as orações é uma das formas

em que se dá o período composto. Vamos entender

melhor.

Os períodos podem ser compostos por coordenação

ou por subordinação (veremos no próximo

tópico).

Um período composto por coordenação trata

de orações independentes, com sentido completo,

porém, que não estabelecem relação sintática, como

já vimos anteriormente ao tratar das orações coordenadas.

Porém, você pode se questionar: por que razão

se juntaria duas orações que não dependem uma da

outra? A resposta é: intenção do autor.

Os períodos compostos por coordenação atuam

juntando, somando diferentes informações, de modo

a tornar o período mais preciso e de acordo com a sua

intenção/propósito.

Veja abaixo:

Ex.: Os sócios discutiram o plano econômico,

votaram o orçamento e encerraram a reunião.

Perceba: o assunto é o mesmo, porém com informações

diferentes, que agregam sentido e completude

ao período.

Período composto por subordinação

Ex.: Fernanda comprovou que a marca mais barata

possuía pouquíssima qualidade.

2. Substantiva objetiva indireta: complementam,

exercendo a função de objeto indireto.

Ex.: O menino tinha necessitava de que lhe dessem

o remédio todos os dias.

3. Substantivas predicativas: são o predicativo do

sujeito da oração principal. Ex.: O problema era que

não tinha mais desejo algum.

4. Substantivas apositivas: têm a função de aposto

de algum substantivo da primeira oração.

Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as escolhas

e opiniões do outro.

5. Substantivas subjetivas: são as orações subordinadas

que exercem a função de sujeito.

Ex.: Foi necessário que ele sofresse.

6. Substantivas completivas nominais: são o complemento

nominal da primeira oração.

Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito

inconstante diante das dificuldades.

• Adjetivas: São as orações que se encaixam na oração

principal como adjunto adnominal. Podem ser

divididas em:

• Restritivas: restringem o significado de seu

antecedente e não são separadas por vírgula.

Ex.: O penteado que fiz ontem ficou lindo.

• Explicativas: acrescentam uma qualidade ao

antecedente e são separadas da oração principal

por vírgula.

Ex.: Os jogadores de futebol, que são iniciantes,

não recebem salários.

• Adverbiais: Como os próprios advérbios, são as

orações subordinadas que expressam causa, consequência,

tempo, condição, finalidade, comparação

e etc.

Ex.: Logo que ela apareceu, começaram as confusões.

/ À medida que o tempo passava, ele se

afastava mais.

PONTUAÇÃO

Uso da vírgula

A vírgula (,) é utilizada para:

O período composto por subordinação necessita

de, ao menos, uma oração principal e uma oração

subordinada.

A oração subordinada, como já visto anteriormente,

tem a função de completar o sentido da oração

principal, por isso exerce uma função sintática dentro

do período.

As orações subordinadas são divididas em seis tipos:

• Substantivas: exercem funções de substantivo,

objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as

conjunções “se” e “que”.

Ex.: É possível que esteja enganada.

As orações subordinadas substantivas também são

divididas em grupos:

1. Substantivas objetivas diretas: complementam,

exercendo a função de objeto direto.

a) Isolar o vocativo na oração.

Ex.: Catarina, busque seu irmão!

b) Separar palavras com a mesma função na oração.

Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois

dormiu.

c) Isolar o aposto na oração.

Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente.

d) Separar nomes dos locais e datas.

Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020.

Uso do ponto e vírgula (;)

É utilizado para:

• Separar itens em enumeração

Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se

pelo disposto nesta Lei.

Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código

Civil e pelas leis especiais:

LÍNGUA PORTUGUESA

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a) as locações:

• 1. de imóveis de propriedade da União, dos

Estados dos Municípios, de suas autarquias e

fundações públicas;

• 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços

para estacionamento de veículos;

• 3. de espaços destinados à publicidade.

• Separar orações muito extensas ou que já possuam

vírgula

Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de

saber que alguma coisa que se disse por acaso

ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou

com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma

vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)

• Substituindo a vírgula

Ex.: Amanhã terei duas provas; porém ainda não

consegui estudar nada.

Uso dos dois-pontos (:)

Quando:

a) Vai se iniciar uma fala ou fazer citação.

Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso.

b) Inicia-se uma enumeração.

Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não

estou de acordo e não mudo de ideia neste caso.

Uso do travessão (–)

Utilizado para indicar fala e mudança de interlocutor

dentro de um diálogo, ou para desempenhar o

papel de vírgula ao separar orações intercaladas.

Ex.:

• Quais ideias você tem para revelar?

• Não sei se serão bem-vindas.

• Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo

para a elaboração deste projeto.

• Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou

chamar sua mãe!

Uso dos parênteses ( )

Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar

melhor o que foi falado ou para indicar algo relacionado

ao texto.

Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de

saúde da população (o que pode ser explicado pelo ritmo

de vida da atualidade).

Uso do ponto (.)

É usado no final da frase, e indica pausa total.

Ex.: Não tenho nada a declarar.

Uso do ponto de interrogação (?)

Em geral, utilizado ao final de perguntas.

Ex.: Quer sair comigo esta noite?

Em alguns casos, pode expressar espanto, por

exemplo: “Como assim? Não acredito que mentiu para

mim!”

Uso das reticências (…)

Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso,

interrompido ou para deixar a ideia de continuidade.

Ex.: Essa vista me traz uma paz, um bem-estar,

uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas

o ambiente...

Uso do ponto de exclamação (!)

Utilizado para:

a) Frases que expressam sentimentos, emoção e

intensidade. Ex.: Que alegria você aqui! / Não pense

nisso! / Que absurdo!

b) Depois de vocativos ao final da frase e de interjeições.

Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe

daqui, menina! (vocativo).

Uso das aspas (“)

São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apropriar

de gírias ou expressões estrangeiras.

Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo

mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos

do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity

no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). /

Ele está muito “zen” hoje.

Uso dos colchetes ( [ ] )

Possui a mesma função que os parênteses, porém é

utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos.

Veja alguns de seus empregos:

• Para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes

ao texto.

Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês

e o papiamento. Aqui estão algumas palavras

de papiamento que você, com certeza, vai usar:

1- Bo ta bon? [Você está bem?]

2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]

• Para inserir comentários e observações em textos

já publicados.

Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a

Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay,

autor de “Inocência”]

• Para indicar omissões de partes na transcrição de

um texto.

Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo

antes cheio que magro, ameno e risonho” (Machado

de Assis)

• Em definições do dicionário, para fazer referência

à etimologia da palavra.

Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que

predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de

alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio

artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)

Uso do asterisco (*)

Pode ser utilizado:

Em substituições de nomes próprios não

mencionados.

Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar.

O Dr. * não se comportou de forma ética.

Em remissões a notas ou explicações contidas em

pé de páginas ou ao final de capítulos.


Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria,

confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o

morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos

à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento

comercial. Em alguns contextos pode indicar

atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma

e sempre aparece ligado a outras palavras.

Uso do parágrafo (§)

Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, significando

Signum sectionis (sinal de seção/corte). Seu

uso é comum nos códigos de leis.

Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais

a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Uso da barra (/)

Embora não exista muitas regras definidas a respeito

de seu uso, a barra inclinada aparece, quase

sempre, com função de separar elementos que apresentam

alternativas.

Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/

preta. (azul ou preta),

Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou

Nesse caso, ela está sendo usada para separar as

duas conjunções (e e ou). Veja;

Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou

provas.

Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser

feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma

separada, individual (trabalhos ou provas).

Porque:

a) Conjunção causal;

b) Conjunção explicativa;

c) Conjunção final (correspondente ao para que);

d) Pergunta com resposta implícita.

Ex.: Os servidores fizeram cursos de aperfeiçoamento

porque a chefia os obrigou.

Você está feliz porque ele chegou.

Os jovens são os melhores empreendedores, até

porque aceitam riscos que os mais velhos não

assumiriam.

Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com

dificuldades, dê uma olhada nessa tabela.

PORQUE

POR QUE

PORQUÊ

POR QUÊ

Usado em respostas, para dar explicações.

Ex.: Não fui à praia porque estava doente.

Usado para fazer perguntas, no início da

frase.

Ex.: Por que não visitou sua irmã mais

cedo?

Usado para dar motivo, a razão de alguma

coisa, porém como substantivo.

Ex.: Acho justo me dizer o porquê de estar

agindo assim.

Usado ao final de perguntas, podendo ser

seguido por ponto final ou interrogação.

Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por

quê?

Ele terminou comigo e não me disse por

quê.

USO DOS “PORQUÊS”

Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê,

“porque” ou “por que” é uma dúvida frequente e algo

que costuma “pegar” muita gente. Quando devo utilizar

cada um deles?

Por que:

a) Quando se subentende como motivo, podendo

ocorrer em perguntas diretas ou indiretas.

Ex.: Por que não são tomadas as devidas providências?

b) Quando pode ser substituída pelo pronome pelo

qual e por suas flexões.

Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual)

ele não compareceu.

Por quê:

Quando se subentende também como motivo e

está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / !

… - .

Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber

por quê.

Houve nova desvalorização da moeda por quê?

Não sabia por quê, mas estava confiante.

Porquê:

Utilizado quando corresponder a um substantivo.

Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude precipitada.

Porquês interessantes nos esperam.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Diz respeito à concordância do sujeito com adjetivos,

por exemplo, ou com outras classes de palavras.

Veja o exemplo:

Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas

naquela loja.

Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam

em gênero e número com o substantivo “roupas”.

PLURAL DE COMPOSTOS

Plural de substantivos compostos

Se o substantivo composto é escrito sem hífen,

para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”.

Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algumas

regrinhas.

São elas:

a) Substantivo + substantivo que especifica o primeiro.

Ex.: decreto-lei, decretos-lei.

b) Palavras unidas por preposição.

Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.

c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.

Ex.: arranha-céu, arranha-céus, alto-falante,

alto-falantes.

LÍNGUA PORTUGUESA

151


d) Palavras repetidas ou onomatopaicas.

Ex.: tico-tico, tico-ticos.

e) Palavra variável + palavra variável.

Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.

Plural de adjetivos compostos

Nos adjetivos compostos, somente o último termo

sofrerá flexão de número. Veja:

SINGULAR

Anglo-germânico

Castanho-escuro

Luso-brasileiro

Médico-dentário

PLURAL

Anglo-germânicos

Castanho-escuros

Luso-brasileiros

Médico-dentários

Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes

regem complementos que são introduzidos pela preposição

a.

Veja mais exemplos abaixo:

SUBSTANTIVOS

Medo de

Devoção a, para,

Bacharel em

com, por

Obediência a

Dúvida acerca de,

Admiração a, por

em, sobre

Ojeriza a, por Doutor em Atentado a, contra

Proeminência sobre Impaciência com

Capacidade de,

para

Respeito a, com,

para com, por

Horror a

Aversão a, para,

por

152

Importante!

Assim como toda regra, o plural de compostos

tem suas exceções. São elas:

a) Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste são

invariáveis.

(Uma blusa azul-marinho. / Duas blusas

azul-marinho)

b) Em surdo-mudo, os dois radicais assumem

plural.

(Garoto surdo-mudo. / Garotos surdos-mudos)

c) Os que fazem referência a cores também

são invariáveis quando o último elemento é um

substantivo.

(O carro é amarelo-canário. / Os carros são

amarelo-canário)

CONCORDÂNCIA VERBAL

Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo

em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o meu

sujeito é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo

precisa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja:

Eles viajarão juntos na próxima semana.

Sujeito “eles”, verbo “viajarão”.

Eu irei embora pela manhã.

“Eu” – 1ª pessoa do singular;

“irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular.

Nós buscamos compreender a todos.

“Nós” – 1ª pessoa do plural;

“buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do

plural.

REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL

REGÊNCIA NOMINAL

É o nome que se dá a toda relação estabelecida

entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e

os termos regidos por esse nome, sendo sempre intermediada

por uma preposição.

Veja o exemplo do verbo obedecer:

Obedecer a algo/ a alguém.

É obediente a algo/ a alguém.

ADJETIVO

Descontente com Idêntico a Insensível a

Desejoso de Impróprio para Liberal com

Diferente de Indeciso em Natural de

Semelhante a

Contemporâneo

Relacionado com

a, de

Sensível a Contíguo a Relativo a

Sito em Contrário a

Satisfeito com,

de, em, por

Suspeito de Essencial a, para Hábil em

Vazio de Fácil de Habituado a

Capaz de, para Fanático por Favorável a

Compatível com Acessível a Generoso com

Entendido em

Acostumado a,

Grato a, por

com

Equivalente a Agradável a Necessário a

Escasso de Alheio a, de Nocivo a

Paralelo a

Ansioso de, para,

Prestes a

por

Passível de Apto a, para Propício a

Preferível a Ávido de Próximo a

Análogo a Benéfico a Prejudicial a

Perto de

Longe de

REGÊNCIA VERBAL

ADVÉRBIOS

Ocupa-se da relação entre os verbos e os termos

que o complementam e se seguem dentro da oração.

Os verbos são os termos regentes, e os objetos

(direto e indireto) e adjuntos adverbiais, os termos

regidos.

Ex.: Ele mora em outra cidade.

Mora – termo regente / verbo transitivo indireto;

Em outra cidade – termo regido.

Ex.: Eles irão ao passeio.

Irão – termo regente / verbo transitivo indireto;

Ao passeio – termo regido.

Ex.: Chegamos ao local indicado no mapa.

Chegamos – Termo regente;

Ao local indicado no mapa – termo regido.


SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

DENOTAÇÃO

O sentido denotativo da linguagem compreende

o significado literal da palavra independente do seu

contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais

objetivo e literal associado ao significado que aparece

nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar

ênfase à informação que se quer passar para o receptor

de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por

isso, é muito utilizada em textos informativos, como

notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didáticos,

entre outros.

Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:

chamas)

O coração é um músculo que bombeia sangue para

o corpo. (coração: parte do corpo)

Dica

O emprego dos sinônimos é um importante recurso

para a coesão textual, uma vez que essa estratégia

revela, além do domínio do vocabulário do

falante, a capacidade que ele tem de realizar retomadas

coesivas, o que contribuiu para melhor fluidez

na leitura do texto.

ANTONÍMIA

São palavras ou expressões que, empregadas em

um determinado contexto, têm significados opostos.

As relações de antonímia podem ser estabelecidas em

gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciprocidade

(comprar/vender) ou complementaridade (ele é

casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:

CONOTAÇÃO

O sentido conotativo compreende o significado

figurado e depende do contexto em que está inserido.

A conotação põe em evidência os recursos estilísticos

dos quais a língua dispõe para expressar diferentes

sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e

poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase

à expressividade da mensagem de maneira que ela

possa provocar sentimentos ou diferentes sensações

no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poesias,

conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios

publicitários e outros.

Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Você mora no meu coração.

Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.

O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

Quando escolhemos determinadas palavras ou

expressões dentro de um conjunto de possibilidades

de uso, estamos levando em conta o contexto que

influencia e permite o estabelecimento de diferentes

relações de sentido. Essas relações podem se dar por

meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia,

polissemia, hiponímia e hiperonímia.

Importante!

Léxico: Conjunto de todas as palavras e expressões

de um idioma.

Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões

que cada falante seleciona do léxico para se

comunicar.

SINONÍMIA

São palavras ou expressões que, empregados em

um determinado contexto, têm significados semelhantes.

É importante entender que a identidade dos

sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos

uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,

o que pode não acontecer em outras situações. O

uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por

exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se utilizadas

como sinônimos, uma vez que a intensidade

de suas significações é diferente.

A relação de sentido estabelecida na tirinha é

construída a partir dos sentidos opostos das palavras

“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse

contexto.

HOMONÍMIA

Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia

ou grafia, porém apresentam significados diferentes.

É importante estar atento a essas palavras e a

seus dois significados. A seguir, listamos alguns homônimos

importantes:

acender (colocar fogo)

acento (sinal gráfico)

acerto (ato de acertar)

apreçar (ajustar o preço)

bucheiro (tripeiro)

bucho (estômago)

caçar (perseguir animais)

cegar (deixar cego)

cela (pequeno quarto)

censo (recenseamento)

céptico (descrente)

cerração (nevoeiro)

cerrar (fechar)

cervo (veado)

ascender (subir)

assento (local onde se senta)

asserto (afirmação)

apressar (tornar rápido)

buxeiro (pequeno arbusto)

buxo (arbusto)

cassar (tornar sem efeito)

segar (cortar, ceifar)

sela (forma do verbo selar;

arreio)

senso (entendimento, juízo)

séptico (que causa infecção)

serração (ato de serrar)

serrar (cortar)

servo (criado)

LÍNGUA PORTUGUESA

153


chá (bebida)

cheque (ordem de pagamento)

círio (vela)

cito (forma do verbo citar)

concertar (ajustar, combinar)

concerto (sessão musical)

coser (costurar)

esotérico (secreto)

espectador (aquele que

assiste)

esperto (perspicaz)

espiar (observar)

espirar (soprar, exalar)

estático (imóvel)

esterno (osso do peito)

estrato (camada)

estremar (demarcar)

incerto (não certo, impreciso)

incipiente (principiante)

laço (nó)

ruço (pardacento, grisalho)

tacha (prego pequeno)

tachar (atribuir defeito a)

xá (antigo soberano do Irã)

xeque (lance no jogo de

xadrez)

sírio (natural da Síria)

sito (situado)

consertar (reparar, corrigir)

conserto (reparo)

cozer (cozinhar)

exotérico (que se expõe em

público)

expectador (aquele que tem

esperança, que espera)

experto (experiente, perito)

expiar (pagar pena)

expirar (terminar)

extático (admirado)

externo (exterior)

extrato (o que se extrai de

algo)

extremar (exaltar, sublimar)

inserto (inserido, introduzido)

insipiente (ignorante)

lasso (frouxo)

russo (natural da Rússia)

taxa (imposto, tributo)

taxar (fixar taxa)

Cumprimento/comprimento

• O comprimento do tecido que eu comprei é de

3,50 metros. (tamanho, grandeza)

• Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)

Delatar/dilatar

• Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou

a porta e partiu o vidro. (denunciar)

• Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando

seu estômago. (alargar, estender)

Dirigente/diligente

• O dirigente da empresa não quis prestar declarações

sobre o funcionamento da mesma. (pessoa

que dirige, gere)

• Minha funcionária é diligente na realização de

suas funções. (expedito, aplicado)

Discriminar/descriminar

• Ela se sentiu discriminada por não poder entrar

naquele clube. (diferenciar, segregar)

• Em muitos países se discute sobre descriminar o

uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)

REFERÊNCIA

Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-par

onimas/. Acessado em 17/10/2020.

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.

php. Acessado em: 17/10/2020.

PARÔNIMOS

Parônimos são palavras que apresentam sentido

diferente e forma semelhante, conforme demonstramos

nos exemplos a seguir:

POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO)

Multiplicidade de sentidos encontradas em algumas

palavras, dependendo do contexto. As palavras

polissêmicas guardam uma relação de sentido entre

si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polissemia

é encontrada no exemplo a seguir:

154

Absorver/absolver

• Tentaremos absorver toda esta água com esponjas.

(sorver)

• Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de

seus pecados. (inocentar)

Aferir/auferir

• Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos.

(avaliar, cotejar)

• O empresário consegue sempre auferir lucros em

seus investimentos. (obter)

Cavaleiro/cavalheiro

• Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria

do rei participaram na batalha. (homem que anda

de cavalo)

• Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre

as portas para eu passar. (homem educado e cortês)

Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.

HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO

Relação estabelecida entre termos que guardam

relação de sentido entre si e mantém uma ordem gradativa.

Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimo –

carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...

EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE

RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM GÊNEROS

DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS

A representação de sentido por meio de tabelas

e gráficos está sempre presente em nosso cotidiano,

principalmente nos meios de comunicação, ainda

mais com as redes sociais. Isso está ligado a facilidade

com que podemos analisar e interpretar as informações

que estão organizadas de forma clara e objetiva

e, além disso, não exigir o uso de cálculos complexos


para a sua análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões não apenas de português, por isso,

requer atenção.

Gráfico: componentes de um gráfico

Título: na maioria dos casos possuem um título que indica a que informação ele se refere.

Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram, com o ano de

publicação.

Números: o mais importante, pois é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos.

Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período).

Legendas: ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca diferentes

informações.

CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL

NÚMEROS DE HABITANTES

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total

CIDADES

Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021.

Infográficos

Os infográficos são uma forma moderna de apresentar o sentido.

Essa palavra une os termos info (informação) e gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou seja, um

desenho ou imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem compreendido

somente com um texto, auxiliando a compreensão do leitor.

Para interpretar os dados informativos em um infográfico, é preciso boa leitura e esta requer atenção aos

detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao leitor ser

extremamente observador. Ter atenção ao título, ao tema e a fonte das informações é vital para uma boa análise

e interpretação.

LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm.

155


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FUNDATEC – 2019) Assinale a alternativa na qual não

haja o emprego de linguagem figurada:

a) “ela estava por dentro de tudo”.

b) “logo se viu nadando em oportunidades”.

c) “a fez embarcar ‘numa viagem bonita e misteriosa’”.

d) “ganhava uma quantia realmente impressionante de

dinheiro”.

e) “O mercado ficou saturado”.

A linguagem figurada é também chamada linguagem

conotativa, e a única alternativa em que encontramos

o oposto, ou seja, linguagem denotativa, é

na alternativa D. Resposta: Letra D.

2. (FUMARC – 2018) As palavras estão utilizadas em

sentido conotativo em:

a) “Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.”

b) “Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera

pronto para amar.”

c) “Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado erguer-lhe

uma estátua.”

d) “Sim, porque sobre o amor há várias frases inquietantes

por aí...”

“Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.”

- temos um sentido figurado, “faca no peito” dá sentido

de cobrança. Resposta: Letra A.

3. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – 2016) Considerando-se

o conteúdo semântico dos trechos “o dia

nasce da noite escura” (linha 02) e “a esperança de

encontrar as saídas e soluções fáceis” (linha 05), as

palavras destacadas em cada trecho estabelecem,

respectivamente, entre si a relação de:

a) sinonímia e antonímia.

b) sinonímia e paronímia.

c) antonímia e sinonímia.

d) antonímia e paronímia.

As palavras “dia”, “noite”, “saídas” e “soluções”

apresentam, respectivamente, uma relação de oposição

(antonímia) e uma relação de semelhança

(sinonímia). Resposta: Letra C.

4. (FUNRIO – 2014)

a) denotação e conotação.

b) norma culta e norma popular.

c) língua padrão e língua viciosa.

d) sinonímia e antonímia.

e) homonímia e polissemia.

A placa alerta aos fumantes sobre o risco de incêndio,

provocado por bitucas de cigarro, ou seja,

utiliza-se do sentido denotativo e conotativo da

expressão “segure as pontas”, causando o efeito

“curioso” na placa. Resposta: Letra A.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e

coerência. São Paulo: parábola, 2005.

CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do

texto. São Paulo: contexto, 2013.

KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos

da leitura. 16.ed. Campinas: Pontes, 2016.

KOCH , Ingedore Grunfed Villaça; EL IAS, Vanda

Maria . Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.

ed . São Paulo: Contexto, 2015.

SACCONI, L.A. Nossa Gramática Completa Sacconi

– Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova

Geração, 2010.

SCHLITTLER, J.M.M. Recursos de Estilo em Redação

Profissional. Campinas/SP: Servanda, 2008.

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS

OFICIAIS

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA

REPÚBLICA

Veremos o manual de redação da presidência da

república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada.

Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de

Redação Oficial, já que o tema está presente em muitos

dos editais de concursos federais. A fonte de pesquisa

básica é a 3ª edição de 29 de dezembro de 2018

revista, atualizada e ampliada do Manual de Redação

Oficial da Presidência da República (MRPR).

156

Para se compreender a mensagem, é preciso reconhecer

que a placa retratada combina de maneira curiosa:

RETROSPECTIVA HISTÓRICA

Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da República

autorizou a criação de uma comissão, presidida

pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar

Ferreira Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e

simplificar as normas de redação de atos e comunicações

oficiais. Depois de 9 meses, foi apresentada a

primeira edição do Manual de Redação Oficial da Presidência

da República.

Esse Manual foi dividido em duas partes: a primeira,

elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava

das comunicações oficiais, sistematizava seus aspectos

essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes,

exibia modelos, simplificava os fechos que vinham

sendo utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e


apresentava uma súmula gramatical aplicada à redação

oficial; a segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar

Mendes, ocupava-se da elaboração e redação dos

atos normativos no âmbito do Executivo, da conceituação

e exemplificação desses atos e do procedimento

legislativo.

Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi

necessário fazer uma adequação das formas de comunicação

usadas na administração aos avanços da informática.

Outras alterações decorreram da necessidade

de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria

e às alterações constitucionais ocorridas no período.

Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro

Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da República

do Governo de Fernando Henrique Cardoso,

esperava-se que esta nova edição do Manual contribuísse,

tal qual a primeira, para a consolidação de

uma cultura administrativa de profissionalização

dos servidores públicos e de respeito aos princípios

constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência, com a consequente

melhoria dos serviços prestados à sociedade.

Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças

significativas, tanto na formatação dos documentos

oficiais, quanto na formulação dos aspectos da linguagem

e das normas estruturais

E o que é Redação Oficial na concepção dos organizadores

desse trabalho? Veja a resposta que foi dada

por eles a essa pergunta:

“Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial

é a maneira pela qual o Poder Público redige atos

normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do

ponto de vista do Poder Executivo.”

Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para

concursos públicos, quais são as principais características

normativas cobradas nas provas de concursos públicos?

Percebam que os três motivos principais da preocupação

da elaboração do Manual e de suas revisões

são a modernização, a atualização e a eficiência. A

passagem do tempo por si só já pediria essas revisões,

haja vista a consequente evolução da linguagem e da

sociedade por que passamos.

É justamente esse o ponto que originou a participação

desse assunto nos concursos públicos. Afinal,

para quem vai trabalhar no setor público, é realmente

importante saber comunicar-se com habilidade e usar

os meios adequados para isso, se o que se propõe é um

serviço eficiente para a sociedade.

Por isso, ao estudar redação oficial, lembrem-se

de que vocês têm de saber as características da linguagem

da redação oficial, a formatação e a estrutura

das redações, especialmente a do padrão ofício, quem

envia determinadas correspondências, quem as recebe

e qual é a finalidade de cada uma delas.

Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto

bem simples e objetivo a ser estudado.

• Notas do Prefácio de Gilmar Mendes

Prefácio

É com grande entusiasmo que recebo a incumbência

de prefaciar a terceira edição do Manual de Redação

da Presidência da República, vinte e sete anos

após presidir a Comissão encarregada da primeira

edição desta obra.

(...)

A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada

pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.

(...)

A partir de 2003, foram publicadas sessenta emendas

constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.

(...)

Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas

e legislativas, bem como de maior fiscalização estatal,

instaurou-se um novo método de se fazer administração

pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira

edição do Manual de Redação da Presidência República

possa refletir as evoluções ocorridas nas últimas

duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado

pelas edições anteriores na construção de uma cultura

administrativa profissional e obediente às normas

da Constituição da República.

Gilmar Ferreira Mendes

• Panorama da comunicação oficial

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,

quer pela escrita. Para que haja comunicação, são

necessários:

• Alguém que comunique;

• Algo a ser comunicado;

• Alguém que receba essa comunicação.

No caso da redação oficial, quem comunica é

sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela

Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço,

Seção); o que se comunica é sempre algum assunto

relativo às atribuições do órgão que comunica; e o

destinatário dessa comunicação é o público, uma

instituição privada ou outro órgão ou entidade pública,

do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além

disso, deve-se considerar a intenção do emissor e

a finalidade do documento, para que o texto esteja

adequado à situação comunicativa.

A necessidade de empregar determinado nível de

linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decorre,

de um lado, do próprio caráter público desses

atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.

Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter

normativo, ou estabelecem regras para a conduta

dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos

órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado

se, em sua elaboração, for empregada a linguagem

adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais,

cuja finalidade precípua é a de informar com clareza

e objetividade.

• O que é redação oficial ?

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é

a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações

oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos

tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.

A redação oficial não é necessariamente árida e

contrária à evolução da língua. É que sua finalidade

básica – comunicar com objetividade e máxima clareza

– impõe certos parâmetros ao uso que se faz da

língua, de maneira diversa daquele da literatura, do

texto jornalístico, da correspondência particular etc.

Apresentadas essas características fundamentais

da redação oficial, passemos à análise pormenorizada

de cada um de seus atributos.

A redação oficial deve caracterizar-se por:

• Clareza e precisão;

• Objetividade;

• Concisão;

• Coesão e coerência;

• Impessoalidade;

• Formalidade e padronização; e

• Uso da norma padrão da língua portuguesa.

LÍNGUA PORTUGUESA

157


158

CLAREZA E PRECISÃO

• Clareza

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto

oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que

possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se

concebe que um documento oficial ou um ato normativo

de qualquer natureza seja redigido de forma

obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão.

A transparência é requisito do próprio Estado

de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um

ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O

princípio constitucional da publicidade não se esgota

na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à

necessidade de que o texto seja claro.

Para a obtenção de clareza, sugere-se:

• Utilizar palavras e expressões simples, em seu

sentido comum, salvo quando o texto versar

sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará

nomenclatura própria da área;

• Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar

as orações na ordem direta e evitar intercalações

excessivas. Em certas ocasiões, para

evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da

ordem inversa da oração;

• Buscar a uniformidade do tempo verbal em

todo o texto;

• Não utilizar regionalismos e neologismos;

• Pontuar adequadamente o texto;

• Explicitar o significado da sigla na primeira

referência a ela; e

• Utilizar palavras e expressões em outro idioma

apenas quando indispensáveis, em razão de

serem designações ou expressões de uso já consagrado

ou de não terem exata tradução. Nesse

caso, grafe-as em itálico, conforme orientações

do subitem 10.2 deste Manual.

• Precisão

O atributo da precisão complementa a clareza e

caracteriza-se por:

• Articulação da linguagem comum ou técnica

para a perfeita compreensão da ideia veiculada

no texto;

• Manifestação do pensamento ou da ideia com as

mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia

com propósito meramente estilístico; e

• Escolha de expressão ou palavra que não confira

duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto

redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos

obscuros provém principalmente da falta da releitura,

o que tornaria possível sua correção. Na revisão

de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil

compreensão por seu destinatário. O que nos parece

óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio

que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrência

de nossa experiência profissional, muitas vezes,

faz com que os tomemos como de conhecimento geral,

o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,

esclareça, precise os termos técnicos, o significado das

siglas e das abreviações e os conceitos específicos que

não possam ser dispensados.

A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são

elaboradas certas comunicações quase sempre compromete

sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos

atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com

sua indesejável repercussão no texto redigido.

A clareza e a precisão não são atributos que se

atinjam por si sós: elas dependem estritamente das

demais características da redação oficial, apresentadas

a seguir.

OBJETIVIDADE

Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se

deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para

conseguir isso, é fundamental que o redator saiba

de antemão qual é a ideia principal e quais são as

secundárias.

Procure perceber certa hierarquia de ideias que

existe em todo texto de alguma complexidade: as

fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem

esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las;

mas existem também ideias secundárias que

não acrescentam informação alguma ao texto, nem

têm maior relação com as fundamentais, podendo,

por isso, ser dispensadas, o que também proporcionará

mais objetividade ao texto.

A objetividade conduz o leitor ao contato mais

direto com o assunto e com as informações, sem subterfúgios,

sem excessos de palavras e de ideias. É errado

supor que a objetividade suprime a delicadeza de

expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

CONCISÃO

A concisão é antes uma qualidade do que uma característica

do texto oficial. Conciso é o texto que consegue

transmitir o máximo de informações com o mínimo de

palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como

economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar

passagens substanciais do texto com o único objetivo

de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de

excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que

nada acrescentem ao que já foi dito.

Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto

deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,

adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordinação

excessiva. A seguir, um exemplo de período mal

construído, prolixo:

“Apurado, com impressionante agilidade e precisão,

naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à

população acriana, verificou-se que a esmagadora

e ampla maioria da população daquele distante

estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição

da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.

Não satisfeita, inconformada e indignada, com a

nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria

da população do Acre demonstrou que a ela seria

melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco

horas a menos que em Greenwich.”

Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários,

abusou-se no emprego de adjetivos (impressionante,

esmagadora, ampla, inconformada, indignada),

o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobretudo

em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade.

Eliminados os excessos, o período ganha

concisão, harmonia e unidade:


“Apurado o resultado da consulta à população

acreana, verificou-se que a maioria da população

se manifestou pela rejeição da alteração realizada

pela Lei nº11.662/2008. Não satisfeita com a nova

hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria

da população do Acre demonstrou que a ela seria

melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco

horas menos que em Greenwich.”

COESÃO E COERÊNCIA

É indispensável que o texto tenha coesão e coerência.

Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia

entre os elementos de um texto. Percebe-se que o

texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se

verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão

entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.

Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a

coerência de um texto são: referência, substituição,

elipse e uso de conjunção.

• Referência

Diz respeito aos termos que se relacionam a outros

necessários a sua interpretação. Esse mecanismo

pode dar-se por retomada de um termo, relação com

o que é precedente no texto, ou por antecipação de um

termo cuja interpretação dependa do que se segue.

Exemplos:

O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção.

Ele aguardou a decisão do Plenário.

O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura

e de identificação no documento.

• Substituição

É a colocação de um item lexical no lugar de

outro(s) ou no lugar de uma oração.

Exemplos:

O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder

Executivo federal propôs reduzir as alíquotas.

O ofício está pronto. O documento trata da exoneração

do servidor.

Os governadores decidiram acatar a decisão. Em

seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.

• Elipse

ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre,

o interesse público; o segundo, a abstração da pessoalidade

dos atos administrativos, pois, apesar de a ação

administrativa ser exercida por intermédio de seus servidores,

é resultado tão-somente da vontade estatal.

A redação oficial é elaborada sempre em nome do

serviço público e sempre em atendimento ao interesse

geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos

dos expedientes oficiais não devem ser tratados de

outra forma que não a estritamente impessoal.

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal

que deve ser dado aos assuntos que constam das

comunicações oficiais decorre:

• Da ausência de impressões individuais de quem

comunica: embora se trate, por exemplo, de um

expediente assinado por Chefe de determinada

Seção, a comunicação é sempre feita em nome do

serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável

padronização, que permite que as comunicações

elaboradas em diferentes setores da administração

pública guardem entre si certa uniformidade;

• Da impessoalidade de quem recebe a comunicação:

ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre

concebido como público, ou a uma instituição

privada, a outro órgão ou a outra entidade pública.

Em todos os casos, temos um destinatário concebido

de forma homogênea e impessoal; e

• Do caráter impessoal do próprio assunto tratado:

se o universo temático das comunicações

oficiais se restringe a questões que dizem respeito

ao interesse público, é natural não caber

qualquer tom particular ou pessoal.

Não há lugar na redação oficial para impressões

pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma

carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal,

ou mesmo de um texto literário. A redação oficial

deve ser isenta da interferência da individualidade de

quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade

e a formalidade de que nos valemos para elaborar os

expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja

alcançada a necessária impessoalidade.

FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO

Consiste na omissão de um termo recuperável pelo

contexto.

Exemplo:

O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria,

os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão

do verbo “regulamenta”).

Dica

Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência

ao texto é utilizar conjunção para estabelecer

ligação entre orações, períodos ou parágrafos.

Exemplo:

O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou

o interesse de seu Governo pelo assunto.

IMPESSOALIDADE

A impessoalidade decorre de princípio constitucional

(Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois

aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administração

pública proceda de modo a não privilegiar

As comunicações administrativas devem ser sempre

formais, isto é, obedecer a certas regras de forma

(BRASIL, 2015). Isso é válido tanto para as comunicações

feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail, o documento

gerado no SEI! — O Sistema Eletrônico de Informações

é uma ferramenta de gestão de documentos —,

o documento em html etc.), quanto para os eventuais

documentos impressos.

É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento.

Não se trata somente do correto emprego deste

ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade

de certo nível, mais do que isso: a formalidade

diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao

assunto do qual cuida a comunicação.

A formalidade de tratamento vincula-se, também, à

necessária uniformidade das comunicações. Ora, se

a administração pública federal é una, é natural que as

comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O estabelecimento

desse padrão, uma das metas deste Manual,

exige que se atente para todas as características da redação

oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.

LÍNGUA PORTUGUESA

159


A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes

para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer

necessária a impressão, e a correta diagramação do

texto são indispensáveis para a padronização. Consulte

o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito

de normas específicas para cada tipo de expediente.

Em razão de seu caráter público e de sua finalidade,

os atos normativos e os expedientes oficiais requerem

o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos

da gramática formal e emprega um léxico compartilhado

pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do

padrão culto é, portanto, imprescindível na redação

oficial por estar definido como padrão para tal atividade,

sendo importante evitar as diferenças lexicais,

morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos

vocabulares e as particularidades linguísticas.

Recomendações: A língua culta é contra a pobreza

de expressão e não contra a sua simplicidade;

O uso do padrão culto não significa empregar a língua

de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem

próprias do estilo literário;

A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa

na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um

padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma

padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que

haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,

ou será obedecida certa tradição no emprego das formas

sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se

consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática.

O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser

evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

• Emprego dos pronomes de tratamento

Modernamente, então, temos:

• Você (s): para tratamento informal;

• Senhor (e flexões): para tratamento cerimonioso

formal.

Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de

tratamento adota a segunda pessoa do plural, de

maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa

à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário

atenção para o uso dos pronomes de tratamento em

três momentos distintos: no endereçamento, no vocativo

e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se

ao destinatário no início do documento. No corpo do

texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento

em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento

é o texto utilizado no envelope que contém a

correspondência oficial.

A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes

de tratamento no texto oficial.

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO

NO CORPO DO

TEXTO

Presidente da República

A Sua Excelência o Senhor

Excelentíssimo Senhor Presidente

da República,

Vossa Excelência

160

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A redação das comunicações oficiais deve, antes

de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I,

“Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há características

específicas de cada tipo de expediente, que

serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos

a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a

quase todas as modalidades de comunicação oficial.

• Pronomes de tratamento

De acordo com a forma como queremos ou devemos

tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou

informal, empregamos determinados pronomes chamados

de tratamento. Assim, originalmente, usamos:

• Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;

• Você (s): para tratamento cerimonioso formal.

Muitos de vocês devem ter estranhado essa colocação,

mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos

o “você” para qualquer pessoa, independentemente de

haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer

dizer nada, afinal por que a língua teria os dois pronomes?

Porque há um motivo: o que mostramos acima.

Essa informação nos ajuda a entender por que os

dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,

quando usamos o “você”, o verbo e os demais pronomes

que a ele se referem ficam na 3ª pessoa; ao contrário

do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias

são em 2ª pessoa. Afinal, se existe um distanciamento

entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordâncias

devem realmente ser em 3ª pessoa.

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

Não se usa

Presidente do Congresso

Nacional

A Sua Excelência o Senhor

Excelentíssimo Senhor Presidente

do Congresso Nacional,

Vossa Excelência

Não se usa

Presidente do Supremo Tribunal

Federal

A Sua Excelência o Senhor

Excelentíssimo Senhor Presidente

do Supremo Tribunal

Federal,

Vossa Excelência

Não se usa

Vice-Presidente da República

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Vice-Presidente da

República,

Vossa Excelência

V. Exa.


AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

Ministro de Estado

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Ministro,

Vossa Excelência

V. Exa.

Secretário-Executivo de Ministério

e demais ocupantes

de cargos de natureza especial

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

Vossa Excelência

V. Exa.

Ministro do Tribunal de Contas

da União

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Ministro do Tribunal de

Contas da União,

Vossa Excelência

ENDEREÇAMENTO

A Sua Excelência o Senhor

ABREVIATURA

V. Exa.

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

Senhor Secretário-Executivo,

Vossa Excelência

V. Exa.

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

Ministro dos Tribunais

Superiores

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Ministro,

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

Embaixador

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Embaixador,

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

Vossa Excelência

V. Exa.

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

Vossa Excelência

V. Exa.

Oficial-General das Forças

Armadas

A profusão de normas estabelecendo hipóteses de

tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência”

para categorias específicas tornou inviável arrolar

todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns

exemplos mais recorrentes.

Concordância com os pronomes de tratamento

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

TRATAMENTO NO

CORPO DO TEXTO

ABREVIATURA

AUTORIDADE

ENDEREÇAMENTO

VOCATIVO

A Sua Excelência o Senhor

Senhor + Posto,

Vossa Excelência

V. Exa.

Outros postos militares

Ao Senhor

Senhor + Posto,

Vossa Excelência

V. Exa.

Senador da República

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Senador,

Vossa Excelência

V. Exa.

Deputado Federal

A Sua Excelência o Senhor

Senhor Deputado,

Os pronomes de tratamento apresentam certas

peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal

e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa

gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a

concordância para a terceira pessoa.

Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria

são utilizados para se comunicar diretamente com o

receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos

a pronomes de tratamento são sempre os da terceira

pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E

não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”)

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes,

o gênero gramatical deve coincidir com o sexo

da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que

compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o

correto é: Vossa Excelência está atarefado.

O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer

referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:

A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa

Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).

• Signatário

• Cargos interino e substituto: na identificação

do signatário, depois do nome do cargo, é possível

utilizar os termos interino e substituto,

conforme situações a seguir: interino é aquele

nomeado para ocupar transitoriamente cargo

público durante a vacância; substituto é aquele

designado para exercer as atribuições de

cargo público vago ou no caso de afastamento

e impedimentos legais ou regulamentares

LÍNGUA PORTUGUESA

161


162

do titular. Esses termos devem ser utilizados

depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula

e em minúsculo.

Exemplos: Diretor-Geral interino;

Secretário-Executivo substituto.

• Signatárias do sexo feminino

Na identificação do signatário, o cargo ocupado

por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no

gênero feminino.

Exemplos: Ministra de Estado;

Secretária-Executiva interina;

Técnica Administrativa;

Coordenadora Administrativa.

• Grafia de cargos compostos: escrevem-se com

hífen.

Exemplos:

Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral,

relator-geral, ouvidor-geral;

Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário,

segundo-secretário;

Postos da hierarquia militar: tenente-coronel,

capitão-tenente;

Importante!

Nomes compostos com elemento de ligação

preposicionado ficam sem hífen: general de

exército, general de brigada, tenente-brigadeiro

do ar, capitão de mar e guerra.

Cargos que denotam hierarquia dentro de uma

empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-

-chefe, sócio-gerente, diretor-executivo;

Cargos formados por numerais: primeiro-ministro,

primeira-dama;

Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:

ex-diretor, vice-coordenador.

O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso

de iniciais maiúsculas em palavras usadas reverencialmente,

por exemplo para cargos e títulos (exemplo:

o Presidente francês ou o presidente francês).

Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso

da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a escolha

para a grafia de todos os elementos hifenizados:

pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presidente”,

mas não “Vice-presidente”.

• Vocativo

O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas

comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido

de vírgula.

Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se

a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima

Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.

Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República;

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso

Nacional;

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal

Federal.

As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas

por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou

Senhora seguido do cargo respectivo.

Exemplos:

Senhora Beneficiária;

Senhor Contribuinte.

Na hipótese de comunicação com particular,

pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a

forma utilizada pela instituição para referir-se ao

interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte,

eleitor etc.

Exemplos:

Senhora Senadora;

Senhor Juiz;

Senhora Ministra.

Ainda, quando o destinatário for um particular, no

vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido

do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo

“Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.

Exemplos:

Senhora [Nome];

Prezado Senhor.

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de

Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).

Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O

tratamento por meio de Senhor confere a formalidade

desejada.

• O padrão ofício

Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos

de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade

do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando.

Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar

nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que

chamamos de padrão ofício.

A distinção básica anterior entre os três era:

• Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros

de Estado, para autoridades de mesma

hierarquia;

• Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades;

e

• Memorando: era expedido entre unidades

administrativas de um mesmo órgão.

Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e

passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.

A seguir, será apresentada a estrutura do padrão

ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento

aparece no documento oficial.

• Partes do documento no padrão ofício

• Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na

primeira página do documento, centralizado

na área determinada pela formatação (ver

subitem “5.2 Formatação e apresentação”).


No cabeçalho, deverão constar os seguintes

elementos:

• Brasão de Armas da República: no topo da

página. Não há necessidade de ser aplicado em

cores. O uso de marca da instituição deve ser

evitado na correspondência oficial para não se

sobrepor ao Brasão de Armas da República.

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,

endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico

oficial da instituição, podem ser informados no

rodapé do documento, centralizados.

• Identificação do expediente

Os documentos oficiais devem ser identificados da

seguinte maneira:

• Nome do documento: tipo de expediente por

extenso, com todas as letras maiúsculas;

• Indicação de numeração: abreviatura da

palavra “número”, padronizada como No;

• Informações do documento: número, ano

(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que

expede o documento, da menor para a maior

hierarquia, separados por barra (/); e

• Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: Ofício Nº 652/2018/SAA/SE/MT

• Local e data do documento

O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas

da República pode ser localizado no sítio eletrônico

da Presidência da República, na seção Símbolos

Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov.

br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/

brasao/brasao-da-republica.jpg/view

No caso de documento a ser impresso, exclusivamente

quando o signatário for o Presidente da República,

Ministro de Estado ou a autoridade máxima de

autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,

nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de

novembro de 1977.

• Nome do órgão principal;

• Nomes dos órgãos secundários, quando necessários,

da maior para a menor hierarquia; e

• Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Exemplo:

Na grafia de datas em um documento, o conteúdo

deve constar da seguinte forma:

• Composição: local e data do documento;

• Informação de local: nome da cidade onde foi

expedido o documento, seguido de vírgula. Não

se deve utilizar a sigla da unidade da federação

depois do nome da cidade;

• Dia do mês: em numeração ordinal se for o

primeiro dia do mês e em numeração cardinal

para os demais dias do mês. Não se deve utilizar

zero à esquerda do número que indica o

dia do mês;

• Nome do mês: deve ser escrito com inicial

minúscula;

• Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e

• Alinhamento: o texto da data deve ser alinhado

à margem direita da página.

Exemplo:

• Endereçamento

Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

O endereçamento é a parte do documento que

informa quem receberá o expediente.

Nele deverão constar os seguintes elementos:

[Nome do órgão]

[Secretaria/Diretoria]

[Departamento/Setor/Entidade]

• Vocativo: na forma de tratamento adequada

para quem receberá o expediente (ver subitem

“4.1 Pronomes de tratamento”);

• Nome: nome do destinatário do expediente;

• Cargo: cargo do destinatário do expediente;

• Endereço: endereço postal de quem receberá o

expediente, dividido em duas linhas:

Primeira linha: informação de localidade/logradouro

do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo

órgão, informação do setor;

Segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação,

separados por espaço simples. Na separação

entre cidade e unidade da federação pode ser substituída

a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso

LÍNGUA PORTUGUESA

163


de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação

do CEP, podendo ficar apenas a informação da

cidade/unidade da federação; e

• Alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das

comunicações dirigidas às autoridades tratadas por

Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência

o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.

Quando o tratamento destinado ao receptor for

Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é

“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se

utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A

Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplos:

A Sua Excelência o Senhor

[Nome]

Ministro de Estado da Justiça

Esplanada dos Ministérios Bloco T

70064-900 Brasília/DF

À Senhora

[Nome]

Diretora de Gestão de Pessoas

SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I

70070-030 Brasília. DF

• Assunto

O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o

documento, de forma sucinta.

Ele deve ser grafado da seguinte maneira:

• Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase

que define o conteúdo do documento, seguida de

dois-pontos;

• Descrição do assunto: a frase que descreve o

conteúdo do documento deve ser escrita com

inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos

e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;

• Destaque: todo o texto referente ao assunto,

inclusive o título, deve ser destacado em

negrito;

• Pontuação: coloca-se ponto-final depois do

assunto; e

• Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplos:

Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão

julho/2018.

Assunto: Aquisição de computadores.

• Texto do documento

O texto do documento oficial deve seguir a seguinte

padronização de estrutura:

• Nos casos em que não seja usado para encaminhamento

de documentos, o expediente

deve conter a seguinte estrutura:

Introdução: em que é apresentado o objetivo da

comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de,

Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira

empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;

Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado;

se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,

elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que

confere maior clareza à exposição; e

Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o

assunto.

• Quando forem usados para encaminhamento

de documentos, a estrutura é modificada:

Introdução: deve iniciar com referência ao expediente

que solicitou o encaminhamento. Se a remessa

do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar

com a informação do motivo da comunicação, que é

encaminhar, indicando a seguir os dados completos

do documento encaminhado (tipo, data, origem ou

signatário e assunto de que se trata) e a razão pela

qual está sendo encaminhado; e

Exemplos:

Em resposta ao Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de

2018, encaminho cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de

2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que

trata da requisição do servidor Fulano de Tal.

Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia

do Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presidente

da Confederação Nacional da Indústria, a respeito

de projeto de modernização de técnicas agrícolas na

região Nordeste.

Desenvolvimento: se o autor da comunicação

desejar fazer algum comentário a respeito do documento

que encaminha, poderá acrescentar parágrafos

de desenvolvimento. Caso contrário, não há

parágrafos de desenvolvimento em expediente usado

para encaminhamento de documentos.

• Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto

do documento deve ser formatado da seguinte

maneira:

Alinhamento: justificado;

Espaçamento entre linhas: simples;

Parágrafos:

Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após

cada parágrafo;

Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem

esquerda;

Numeração dos parágrafos: apenas quando o

documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro

parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;

Dica

Houve alteração das fontes e símbolos de Times

New Roman para Calibri ou Carlito.

• Fechos para comunicações

O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da

finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário.

Os modelos para fecho anteriormente utilizados

foram regulados pela Portaria nº 1, de 1937, do Ministério

da Justiça, que estabelecia quinze padrões.

Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los,

este Manual estabelece o emprego de somente dois

fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação

oficial:

164


Para autoridades de hierarquia superior à do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,

Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e

tradição próprios.

• O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:

Alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;

Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;

Espaçamento entre linhas: simples;

Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo e não deve ser numerado.

• Identificação do signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais

devem informar o signatário segundo o padrão:

• Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha

acima do nome do signatário;

• Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições

que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e

• Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira

para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Exemplo:

• Numeração das páginas

(espaço para assinatura)

NOME

Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República

(espaço para assinatura)

NOME

Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centralizada

na página e obedecer à seguinte formatação:

• Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e

• Fonte: Calibri ou Carlito.

• Formatação e apresentação

Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:

• Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);

• Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;

• Margem lateral direita: 1,5 cm;

• Margens superior e inferior: 2 cm;

• Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;

• Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;

• Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as

margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);

• Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão

colorida para gráficos e ilustrações;

• Destaques: para destaques, deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico,

sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que

afete a sobriedade e a padronização do documento;

• Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;

• Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado

para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente,

formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no

serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.

• Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte

maneira:

LÍNGUA PORTUGUESA

165


166

tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo

Exemplo:

Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

Seguem exemplos de Ofício:


(29,7 cm x 21 cm)

LÍNGUA PORTUGUESA

167


168


TIPOS DE DOCUMENTOS

• Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

• [Nome do Expediente] + Circular: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão

receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.

• [Nome do Expediente] + Conjunto: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente

para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

• [Nome do Expediente] + Conjunto Circular: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo

expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:

Ofício Circular Nº 652/2018/MEC

Ofício Conjunto Nº 368/2018/SECEX/SAJ

Ofício Conjunto Circular Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas

ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

• Exposição de Motivos

Exposição de Motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:

propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado

assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que

o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros

envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.

Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica

das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

• Forma e estrutura

As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

• Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou

informar ao Presidente da República algum assunto;

• Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se

solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes

sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e

• Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o

problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,

de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permitam

a adequada avaliação da proposta.

O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição

de ato normativo, tem como propósito:

• Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;

• Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a

edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições

normativas no âmbito do Poder Executivo;

• Conferir transparência aos atos propostos;

• Resumir os principais aspectos da proposta; e

• Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos

ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.

• Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a

elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos

com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.

Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma

e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição

de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

LÍNGUA PORTUGUESA

169


170

Exemplo de exposição de motivos:


• Mensagem

A Mensagem é o instrumento de comunicação

oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente,

as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder

Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre

fato da administração pública; para expor o plano de

governo por ocasião da abertura de sessão legislativa;

para submeter ao Congresso Nacional matérias que

dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar

veto; enfim, fazer comunicações do que seja de

interesse dos Poderes Públicos e da Nação.

Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos

ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias

caberá a redação final.

As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao

Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

• Encaminhamento de proposta de emenda

constitucional, de projeto de lei ordinária,

de projeto de lei complementar e os que

compreendem plano plurianual, diretrizes

orçamentárias, orçamentos anuais e créditos

adicionais: os projetos de lei ordinária ou

complementar são enviados em regime normal

(Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição,

art. 64, §§ 1º a 4º). O projeto pode ser encaminhado

sob o regime normal e, mais tarde, ser

objeto de nova mensagem, com solicitação de

urgência.

LÍNGUA PORTUGUESA

171


172

Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos

membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada

com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil

da Presidência da República ao Primeiro-Secretário

da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua

tramitação (Constituição, art. 64, caput).

Quanto aos projetos de lei que compreendem plano

plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos

anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento

dirigem-se aos membros do Congresso

Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao

Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é que

o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual

em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma

do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso

Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Constituição,

art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.

• Encaminhamento de medida provisória:

para dar cumprimento ao disposto no art. 62

da Constituição, o Presidente da República

encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a

seus Membros, com ofício para o Primeiro-Secretário

do Senado Federal, juntando cópia da

medida provisória.

• Indicação de autoridades: nas mensagens que

submetem ao Senado Federal a indicação de

pessoas para ocuparem determinados cargos

(magistrados dos tribunais superiores, ministros

do Tribunal de Contas da União, presidentes e

diretores do Banco Central, Procurador-Geral da

República, chefes de missão diplomática, diretores

e conselheiros de agências etc.) têm em vista que

a Constituição, incisos III e IV do caput do art. 52,

atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência

privativa para aprovar a indicação.

O curriculum vitae do indicado, assinado, com a

informação do número de Cadastro de Pessoa Física,

acompanha a mensagem.

• Pedido de autorização para o Presidente ou

o Vice-Presidente da República se ausentarem

do país por mais de 15 dias: trata-se de

exigência constitucional (Constituição, art. 49,

caput, inciso III e art. 83), e a autorização é da

competência privativa do Congresso Nacional. O

Presidente da República, tradicionalmente, por

cortesia, quando a ausência é por prazo inferior

a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do

Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.

• Encaminhamento de atos de concessão e de

renovação de concessão de emissoras de rádio

e TV: a obrigação de submeter tais atos à apreciação

do Congresso Nacional consta no inciso XII do

caput do art. 49 da Constituição. Somente produzirão

efeitos legais a outorga ou a renovação da

concessão após deliberação do Congresso Nacional

(Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na

mensagem a urgência prevista na Constituição,

art. 64, uma vez que o § 1º do art. 223 já define

o prazo da tramitação. Além do ato de outorga

ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente

processo administrativo.

• Encaminhamento das contas referentes ao

exercício anterior: o Presidente da República

tem o prazo de 60 dias após a abertura da sessão

legislativa para enviar ao Congresso Nacional

as contas referentes ao exercício anterior

(Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para

exame e parecer da Comissão Mista permanente

(Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a

Câmara dos Deputados realizar a tomada de

contas (Constituição, art. 51, caput, inciso II) em

procedimento disciplinado no art. 215 do seu

Regimento Interno.

• Mensagem de abertura da sessão legislativa:

deve conter o plano de governo, exposição

sobre a situação do país e a solicitação de providências

que julgar necessárias (Constituição,

art. 84, inciso XI). O portador da mensagem é o

Chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Esta mensagem difere das demais, porque

vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas

em forma de livro.

• Comunicação de sanção (com restituição

de autógrafos): esta mensagem é dirigida aos

Membros do Congresso Nacional, encaminhada

por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde

se originaram os autógrafos. nela se informa

o número que tomou a lei e se restituem dois

exemplares dos três autógrafos recebidos, nos

quais o Presidente da República terá aposto o

despacho de sanção.

• Comunicação de veto: dirigida ao Presidente

do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a

mensagem informa sobre a decisão de vetar, se

o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e

as razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra

no Diário Oficial da União, ao contrário das

demais mensagens, cuja publicação se restringe

à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

• Outras mensagens remetidas ao Legislativo:

Apreciação de intervenção federal (Constituição,

art. 36, § 2º).

Encaminhamento de atos internacionais que acarretam

encargos ou compromissos gravosos (Constituição,

art. 49, caput, inciso I);

Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis

às operações e prestações interestaduais e de exportação

(Constituição, art. 155, § 2º, inciso IV);

Proposta de fixação de limites globais para o montante

da dívida consolidada (Constituição, art. 52,

caput, inciso VI);

Pedido de autorização para operações financeiras

externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);

Convocação extraordinária do Congresso Nacional

(Constituição, art. 57, § 6º);

Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral

da República (Constituição, art. 52, inciso

XI, e art. 128, § 2º);

Pedido de autorização para declarar guerra e decretar

mobilização nacional (Constituição, art. 84, inciso XIX);

Pedido de autorização ou referendo para celebrar

a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);

Justificativa para decretação do estado de defesa

ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);

Pedido de autorização para decretar o estado de

sítio (Constituição, art. 137);

Relato das medidas praticadas na vigência do estado de

sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);

Proposta de modificação de projetos de leis que

compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,

orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição,

art. 166, § 5º);

Pedido de autorização para utilizar recursos que

ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência

de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária

anual (Constituição, art. 166, § 8º);


Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,

art. 188, § 1º).

• Forma e estrutura

As mensagens contêm:

• Brasão: timbre em relevo branco

• Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;

• Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,

com o recuo de parágrafo dado ao texto;

• Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e

• Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu

signatário.

Exemplo de mensagem:

LÍNGUA PORTUGUESA

173


174

• Correio eletrônico (e-mail)

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se

prática comum, não só em âmbito privado, mas também

na administração pública. O termo e-mail pode ser

empregado com três sentidos. Dependendo do contexto,

pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou

sistema de transmissão de mensagem eletrônica.

Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado

um documento oficial, assim como o ofício. Portanto,

deve-se evitar o uso de linguagem incompatível

com uma comunicação oficial.

Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores

públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a

extensão “.gov.br”, por exemplo.

Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas,

por seu baixo custo e celeridade, transformou-se

na principal forma de envio e recebimento de

documentos na administração pública.

• Valor documental

Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de

24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor

documental, isto é, para que possa ser aceito como

documento original, é necessário existir certificação

digital que ateste a identidade do remetente, segundo

os parâmetros de integridade, autenticidade e validade

jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira

– ICP-Brasil.

O destinatário poderá reconhecer como válido

o e-mail sem certificação digital ou com certificação

digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento,

será obrigatório a repetição do ato por meio

documento físico assinado ou por meio eletrônico

reconhecido pela ICP-Brasil.

Salvo lei específica, não é dado ao ente público

impor a aceitação de documento eletrônico que não

atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

• Forma e estrutura

Um dos atrativos de comunicação por correio

eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa

definir padronização da mensagem comunicada.

No entanto, devem-se observar algumas orientações

quanto à sua estrutura.

• Campo “Assunto”

O assunto deve ser o mais claro e específico possível,

relacionado ao conteúdo global da mensagem.

Assim, quem irá receber a mensagem identificará

rapidamente do que se trata; quem a envia poderá,

posteriormente, localizar a mensagem na caixa do

correio eletrônico.

Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente

o conteúdo completo da mensagem para que não

pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não

solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um

assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião

sobre a Reforma da Previdência”.

• Local e data

São desnecessários no corpo da mensagem, uma

vez que o próprio sistema apresenta essa informação.

• Saudação inicial/vocativo

O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado

por uma saudação. Quando endereçado para outras

instituições, para receptores desconhecidos ou para

particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme

os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou

“Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado

Senhor”, “Prezada Senhora”.

Exemplos:

Senhor Coordenador,

Prezada Senhora,

• Fecho

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações

oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o

uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,

como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente

usados, não são fechos oficiais e, portanto, não

devem ser utilizados em e-mails profissionais.

O correio eletrônico, em algumas situações, aceita

uma saudação inicial e um fecho menos formal. No

entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos

deve ser formal, como a que se usaria em qualquer

outro documento oficial.

• Bloco de texto da assinatura

Sugere-se que todas as instituições da administração

pública adotem um padrão de texto de assinatura.

A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,

o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.

Exemplo:

Maria da Silva

Assessora

Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil

(61)XXXX-XXXX

• Anexos

A possibilidade de anexar documentos, planilhas

e imagens de diversos formatos é uma das vantagens

do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo

deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo

do anexo.

Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele

é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo

no corpo do correio eletrônico.

Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento

de anexos nas mensagens de resposta.

Os arquivos anexados devem estar em formatos

usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.

Quando se tratar de documento ainda em discussão,

os arquivos devem, necessariamente, ser enviados em

formato que possa ser editado.

• Recomendações

• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso

de confirmação de leitura. Caso não esteja

disponível, deve constar da mensagem pedido

de confirmação de recebimento;

• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos

computadores, mantêm-se a recomendação de

tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais:

Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;


• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens

profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;

• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros

documentos oficiais;

• O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser utilizados;

• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais das

conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;

• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota

agressividade de parte do emissor da comunicação.

• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de

logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.

• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do

destinatário.

DOCUMENTOS OFICIAIS E COMERCIAIS

• Ata

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim.

• Normas

Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de abertura

e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela

autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.

Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescentado

ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o

engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.

Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigidas

sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.

O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.

Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente

e o secretário.

Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente

arquivadas, impossibilitando fraude.

Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.

Comércio de Peças 24 horas Ltda.

DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº

280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando

mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL,

secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande

circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA -

tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;

DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos mencionados na ordem do dia, que foram colocados à

disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados

sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo

qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios.

Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal, Malandro de Tal, Enrolando

de Tal, Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Tal, Coriolano de Bial.

• Atestado

Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando, a verdade a respeito de determinado

fato.

As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados e não declarações.

O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos

transitórios.

• Como fazer:

O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa

que está pedindo o atestado;

O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;

O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado.

LÍNGUA PORTUGUESA

175


• A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:

Título, ou seja, a palavra atestado em maiúsculas;

Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identificação

da pessoa que solicitou;

Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;

Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.

Secretaria de Segurança Pública

ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES

Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua Fagundes

Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos arquivos,

até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.

São Paulo, 9 de setembro de 2009.

Roberto Dagoberto

Roberto Dagoberto

Escrivão DE Polícia da 17ª DP

• Circular

Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou

pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidirecional,

e o endereçamento vai no envelope.

ASSUNTO: Obras no Estacionamento

CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.

Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de

reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período,

o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.

Atenciosamente,

Fulano de Tal

Fulano de Tal

Diretor-Geral de Negócios

• Declaração

Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.

É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.

Compõe-se de

• Título: DECLARAÇÃO;

• Texto: nome do declarante – identificação pessoal ou profissional (ou ambas0, residência, domicílio, finalidade

e exposição de assunto;

• Local e data;

• Assinatura (e identificação do signatário).

176


DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural

do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batmam e de Super Girl,

trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e

competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Manaus, 20 de abril de 2007

ClarkKent

_____________________

Super Homem

• Requerimentos

Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou

órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.

Nele, podemos observar as seguintes partes:

• Nome e qualificação do requerente;

• Exposição e solicitação;

• Pedido de deferimento;

• Local e data;

• Assinatura.

9 - 40/1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comercial,

vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de utilidade

pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°

50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.

Termos em que pede

deferimento.

João Paulo Silva

Gerente Comercial

Crotalo Nefasto

Brasília, 25 de setembro de 2006.

Importante!

Não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como modelo, podendo fazê-lo

os seus prepostos desde que devidamente credenciados.

• Relatório

É a modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,

daquilo que se viu, ouviu ou observou.

Compõe-se de

LÍNGUA PORTUGUESA

• Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);

177


• Vocativo - relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);

• Introdução - apresentação do observador e do fato observado;

• Texto - exposição cronológica do fato observado;

• Fecho;

• Local e data;

• Assinatura (e identificação do signatário).

RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO

DPF/DF,

Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Distrito Federal – SR/

No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Combate

ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacional de

Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP).

O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de

22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil.

Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como:

o diretor de Inteligência Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da

Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO CAETANO; o coordenador de Polícia

Criminal Internacional, DPF ALBERTO LASSERRE KRATZ FILHO; além desta signatária;

Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul,

Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia,

da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do

Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil.

Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP, DPF Mirânjela

M. B. Leite, que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do

Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a

importância da integração entre as forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados,

como fundamental para buscar a eficácia no combate a criminalidade em todos os países.

Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate

ao Crime Organizado, Delegado de Polícia Federal, Getúlio Bezerra dos Santos,

proferiu palestra, de uma hora, abordando o tema: Crime Organizado no Mercosul.

Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF

Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do Chile

Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária.

Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de

Coordenação e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação

continuada das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada

de pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.

Ao final foram entregues certificados a todos os participantes.

Mariângela Margarida da Nata Leite

Mariângela Margarida da Nata Leite

Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC

Brasília, 3 de janeiro de 2007.

• Parecer

Forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado

assunto.

• Vocativo;

• Identificação do especialista;

• Introdução - apresentação do assunto;

• Texto - exposição de opinião e seu fundamento;

• Local e data;

• Assinatura (e identificação do signatário).

178


Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Sr. Juiz,

Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil,

como Autor, e Réunaldo Culpaldo, como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.

Introdução

A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em

questão, situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista.

Vistoria

A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na

presença do Réu e dos procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.

Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram

tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.

O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m 2 . Verificou-se que existem duas construções

(identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são independentes,

embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m 2

no total, sendo 63,00m 2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação número

1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m 2 . A área total construída é

de 137,60m 2 , aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.

Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no

terreno da matrícula MA 8875H (Anexo I) existe uma área construída de 137,60m 2 composta

por duas casas, uma em madeira e outra em alvenaria (Fotografias 1 e 2, Tabela 1); e (b) o

valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).

Para apreciação de V. Exa.,

Respeitosamente,

Cidade, 7 de abril de 2008.

Eugênio Da Silva Civil

Profissional

Engenheiro Civil

É muito importante deixar claro que o Decreto

9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual

de Redação da Presidência da República. “O Decreto

dispõe sobre a forma de tratamento empregada na

comunicação, oral ou escrita, com agentes públicos

da administração pública federal direta e indireta,

e sobre a forma de endereçamento de comunicações

escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão

novas regras aplicadas às redações oficiais realizadas

a partir dessa data apenas entre os agentes do

Poder Executivo Federal.

Comunicações destinadas aos outros poderes

permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará

alteração em provas de concurso caso o edital traga

orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes

a esse decreto, indicando claramente que

serão cobradas as legislações correlatas ou especificando

o Decreto nº. 9.758, de 11 de abril de 2019. Do

contrário, valem unicamente as determinações que

estão no manual.

Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.

Observa-se que as alterações se aplicam claramente

às formas de emprego dos pronomes de

tratamento.

DECRETO Nº. 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019

Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento

nas comunicações com agentes públicos da

administração pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição

que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea

“a”, da Constituição, DECRETA:

Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento

empregada na comunicação, oral ou escrita,

com agentes públicos da administração pública

federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder

Executivo Federal), e sobre a forma de endereçamento

de comunicações escritas a eles dirigidas.

§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimônias

das quais o agente público federal participe.

§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:

1. aos servidores públicos ocupantes de cargo

efetivo;

2. aos militares das Forças Armadas ou das forças

auxiliares;

3. aos empregados públicos;

4. ao pessoal temporário;

5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e

aos presidentes de empresas públicas e sociedades

de economia mista;

6. aos empregados terceirizados que exercem atividades

diretamente para os entes da administração

pública federal;

7. aos ocupantes de cargos em comissão e de funções

de confiança;

8. às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico,

incluídos os Ministros de Estado; e

9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.

§ 3º Este Decreto não se aplica:

1. às comunicações entre agentes públicos federais

e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais;

e

2. às comunicações entre agentes públicos da administração

pública federal e agentes públicos do

Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal

LÍNGUA PORTUGUESA

179


180

de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério

Público ou de outros entes federativos, na hipótese

de exigência de tratamento especial pela outra parte,

com base em norma aplicável ao órgão, à entidade

ou aos ocupantes dos cargos.

Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado

na comunicação com agentes públicos federais é

“senhor”, independentemente do nível hierárquico,

da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado

para o feminino e para o plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes

públicos federais o uso das formas de tratamento,

ainda que abreviadas:

1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;

2. Vossa Senhoria;

3. Vossa Magnificência;

4. doutor;

5. ilustre ou ilustríssimo;

6. digno ou digníssimo; e

7. respeitável.

§ 1º O agente público federal que exigir o uso

dos pronomes de tratamento de que trata o

caput, mediante invocação de normas especiais

referentes ao cargo ou carreira, deverá

tratar o interlocutor do mesmo modo.

§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo

ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente

caso haja erro na forma de tratamento empregada.

Endereçamento de comunicações

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas

a agentes públicos federais não conterá pronome

de tratamento ou o nome do agente público.

Parágrafo único. Poderão constar o pronome de

tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do

destinatário nas hipóteses de:

1. a mera indicação do cargo ou da função e do

setor da administração ser insuficiente para a identificação

do destinatário; ou

2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente

público específico.

Vigência

Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio

de 2019.

Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência

e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Texto CG3A2-I

Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha

pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram

os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer

o quarto da nova casa em que estava morando e não

conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.

E a insistente pergunta, martelando, martelando... De

que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indagação

havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre

um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor

seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio

tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela

noite se transformou em uma dolorosa pergunta carregada

de um tom acusativo. Então, eu não sabia de

que cor eram os olhos de minha mãe? [...]

E quando, após longos dias de viagem para chegar à

minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de

minha mãe, sabem o que vi? Sabem o que vi?

Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz.

Mas, eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se

minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a

face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente

em si, águas correntezas. Por isso, prantos

e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de

minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe

Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para

quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim,

águas de Mamãe Oxum.

Conceição Evaristo. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016,

p.15-9.

No trecho “Atordoada, custei reconhecer o quarto da

nova casa em que estava morando e não conseguia

me lembrar de como havia chegado até ali” , do texto

CG3A2-I, a palavra “Atordoada” poderia ser substituída,

sem alterar os sentidos do texto, pela palavra:

a) Lúcida.

b) Veloz.

c) Sonolenta.

d) Atônita.

e) Tímida.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Ele entrou tarde no restaurante. Poderia ter uns sessenta

anos, era alto, corpulento, de cabelos brancos,

sobrancelhas espessas e mãos potentes. Num dedo o

anel de sua força. Sentou-se amplo e sólido.

Perdi-o de vista e enquanto comia observei de novo a

mulher magra de chapéu. Ela ria com a boca cheia e

rebrilhava os olhos escuros.

No momento em que eu levava o garfo à boca, olhei-o.

Ei-lo de olhos fechados mastigando pão com vigor e

mecanismo, os dois punhos cerrados sobre a mesa. Continuei

comendo e olhando. O garçom dispunha os pratos

sobre a toalha. Mas o velho mantinha os olhos fechados.

A um gesto mais vivo do criado ele os abriu com tal

brusquidão que este mesmo movimento se comunicou

às grandes mãos e um garfo caiu. O garçom sussurrou

palavras amáveis abaixando-se para apanhá-lo; ele não

respondia. Porque agora desperto, virava subitamente a

carne de um lado e de outro, examinava-a com veemência,

a ponta da língua aparecendo — apalpava o bife com

as costas do garfo, quase o cheirava, mexendo a boca

de antemão. E começava a cortá-lo com um movimento

inútil de vigor de todo o corpo. Olhei para o meu prato.

Quando fitei-o de novo, ele estava em plena glória do jantar,

mastigando de boca aberta, passando a língua pelos

dentes, com o olhar fixo na luz do teto.

Clarice Lispector. O jantar. In: Laços de família: contos. Rio de

Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).


Julgue o item que se segue, relativos às ideias e aos

aspectos linguísticos do texto precedente.

No trecho “Porque agora desperto, virava subitamente

a carne de um lado e de outro”, no terceiro parágrafo,

o vocábulo “porque”, introduz, no período em que se

insere, uma ideia de finalidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Desde pequeno, tive tendência para personificar as

coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal,

sempre gritava: “Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!”

Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo.

Mormaço, para mim, era um velho que pegava crianças!

Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que

alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo

com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante,

de preto, brandindo um guarda-chuva, com um

gogó protuberante que se abaixa e levanta no excitamento

da perseguição. E já estava devidamente grandezinho,

pois devia contar uns trinta anos, quando

me fui, com um grupo de colegas, a ver o lançamento

da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres,

ocasião de grandes solenidades, com os presidentes

Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que fomos

alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse

a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e

Argentina. Era como um alojamento de quartel, com

breve espaço entre as camas e todas as portas e janelas

abertas, tudo com os alegres incômodos e duvidosos

encantos de uma coletividade democrática. Pois

lá pelas tantas da noite, como eu pressentisse, em

meu entredormir, um vulto junto à minha cama, sentei-me

estremunhado e olhei atônito para um tipo de

chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e

chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda

interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida

calma:

— Pois é! Não vê que eu sou o sereno...

Mário Quintana. In: As cem melhores crônicas brasileiras. São Paulo:

Objetiva, 2007.

No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos

do texto precedente, julgue o próximo item.

No texto, a letra maiúscula é empregada em todos os

substantivos que nomeiam aquilo que o autor personificava,

seja quando criança, seja já adulto, para indicar

tratar- se de nome próprio.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Texto CG1A 1-I

Algumas das primeiras incursões pelos mundos paralelos

ocorreram na década de 50 do século passado, graças ao

trabalho de pesquisadores interessados em certos aspectos

da mecânica quântica — teoria desenvolvida para explicar

os fenômenos que ocorrem no reino microscópico dos

átomos e das partículas subatômicas. A mecânica quântica

quebrou o molde da mecânica clássica, que a antecedeu,

ao firmar o conceito de que as previsões científicas

são necessariamente probabilísticas. Podemos prever a

probabilidade de alcançar determinado resultado ou outro,

mas em geral não podemos prever qual deles acontecerá.

Essa quebra de rumo com relação a centenas de anos de

pensamento científico já é suficientemente chocante, mas

há outro aspecto da teoria quântica que nos confunde ainda

mais, embora desperte menos atenção. Depois de anos

de criterioso estudo da mecânica quântica, e depois da acumulação

de uma pletora de dados que confirmam suas previsões

probabilísticas, ninguém até hoje soube explicar por

que razão apenas uma das muitas resoluções possíveis

de qualquer situação que se estude torna-se real. Quando

fazemos experimentos, quando examinamos o mundo,

todos estamos de acordo com o fato de que deparamos

com uma realidade única e definida. Contudo, mais de um

século depois do início da revolução quântica, não há consenso

entre os físicos quanto à razão e à forma de compatibilizar

esse fato básico com a expressão matemática da

teoria.

Brian Greene. A realidade oculta: universos paralelos e as leis

profundas do cosmo. José Viegas Jr. (Trad.) São Paulo: Cia das

Letras, 2012, p. 15-16 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A-

1-I, julgue o item a seguir.

Texto CG1A1-I No quinto período do texto, a forma verbal

“estude” expressa uma exigência.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Texto CG1A2-I

A empatia é, em termos simples, a habilidade de se

colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor,

escuta uma história sobre uma criança que teve

muitos problemas de saúde, que vem de uma família

muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de

emoção: o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar

daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar

entender o que ela sentia, enxergar o panorama a

partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender

emoções e sentimentos de outras pessoas”,

explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de

Inteligência Emocional.

E é uma característica que pode, sim, ser aprendida

— ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício

passa pelo autoconhecimento: para compreender

a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o

que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como

podemos treinar os bíceps na academia, e ficar mais

fortes, podemos ser cada vez mais empáticos com a

prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”,

explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da

empatia e diretora da Área de Iniciativas Sociais e Econômicas

da Universidade McGill, em Montreal.

Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o

psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini,

da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a

empatia seria “uma forma de restabelecer um contato

com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida

do sujeito”. Enxergamos no outro uma

humanidade compartilhada, sentimentos que também

temos e que são aplicados em situações completamente

diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no

próximo, temos empatia.

LÍNGUA PORTUGUESA

181


182

Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não

só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A

empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades

mais importantes para que se tenha uma boa convivência

social, interferindo diretamente tanto no sucesso

pessoal como no profissional. Ao entender melhor as

emoções e as necessidades de cada um, temos menos

dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais

em qualquer ambiente ou situação”, afirma Rodrigo.

Juliana Contaifer e Renata Rusky.

Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017.

Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).

No texto CG1A2-I, o emprego da forma verbal “seria”

expressa

a) um fato que se passa no presente.

b) uma concepção ou hipótese.

c) um fato passado não habitual.

d) algo impossível de se realizar.

e) um fato ocorrido no passado e totalmente concluído.

6. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

“Desprezo o que dizes, mas defenderei até a morte o

teu direito a dizê-lo.” É com essa afirmação atribuída

a Voltaire, filósofo do iluminismo francês, que Nigel

Warburton principia o seu ensaio sobre liberdade de

expressão. A liberdade de expressão — entendida em

sentido amplo, em que se incluem a palavra escrita, as

peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os

cartuns, as pinturas, entre outros — é um direito consagrado

no artigo 19.º da Declaração Universal dos

Direitos do Homem, de 1948.

A liberdade de expressão é particularmente valiosa em

uma sociedade democrática, ao ponto de haver quem

sustente que, na ausência de uma ampla liberdade de

expressão, nenhum governo seria de todo legítimo e não

deveria ser denominado democrático. Essa é a perspectiva

defendida por Ronald Dworkin, para quem “A livre

expressão é uma das condições de um governo legítimo.

As leis e políticas não são legítimas a menos que tenham

sido adotadas por meio de um processo democrático, e

um processo não é democrático se o governo impediu

alguém de exprimir as suas convicções acerca de quais

devem ser essas leis e políticas”.

Desde os alvores da democracia ateniense, são sobejamente

conhecidas as suas relações com a argumentação

e a retórica. Porém, tal como a retórica e a

argumentação podem ser postas ao serviço da mentira

e da manipulação, também em relação à liberdade

de expressão se coloca a dos seus limites.

Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações).

Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos

do texto precedente, julgue o item, seguinte.

Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos

originais do texto, o trecho “em que se incluem

a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os

vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, entre

outros” poderia ser reescrito da seguinte forma: onde

se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes,

os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas

e entre outros.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Em qualquer tempo ou lugar, a vida social é sempre

marcada por rituais. Essa afirmação pode ser inesperada

para muitos, porque tendemos a negar tanto a existência

quanto a importância dos rituais na nossa vida

cotidiana. Em geral, consideramos que rituais seriam

eventos de sociedades históricas, da vida na corte europeia,

por exemplo, ou, em outro extremo, de sociedades

indígenas. Entre nós, a inclinação inicial é diminuir sua

relevância. Muitas vezes comentamos “Ah, foi apenas

um ritual”, querendo enfatizar exatamente que o evento

em questão não teve maior significado e conteúdo. Por

exemplo, um discurso pode receber esse comentário

se for considerado superficial em relação à expectativa

de um importante comunicado. Ritual, nesse caso, é a

dimensão menos importante de um evento, sinal de uma

forma vazia, algo pouco sério — e, portanto, “apenas um

ritual”. Agimos como se desconhecêssemos que forma

e conteúdo estão sempre combinados e associamos

o ritual apenas à forma, isto é, à convencionalidade, à

rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como se nós,

modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos liberados

desse fenômeno do passado. Em suma, usamos o

termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenômeno

formal e arcaico.

Mariza Peirano. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar

Editor, 2003, p. 7-8 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos

linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.

A substituição da conjunção “porque” pela locução de

modo que preservaria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Entre todos os fatores técnicos da mobilidade, um papel

particularmente importante foi desempenhado pelo

transporte da informação — o tipo de comunicação que

não envolve o movimento de corpos físicos ou só o faz

secundária e marginalmente. Desenvolveram-se, de

forma consistente, meios técnicos que também permitiram

à informação viajar independentemente dos seus

portadores físicos — e independentemente também dos

objetos sobre os quais informava: meios que libertaram

os “significantes” do controle dos “significados”. A

separação dos movimentos da informação em relação

aos movimentos dos seus portadores e objetos permitiu,

por sua vez, a diferenciação de suas velocidades; o

movimento da informação ganhava velocidade num

ritmo muito mais rápido que a viagem dos corpos ou a

mudança da situação sobre a qual se informava. Afinal,

o aparecimento da rede mundial de computadores pôs

fim — no que diz respeito à informação — à própria noção

de “viagem” (e de “distância” a ser percorrida), o que tornou

a informação instantaneamente disponível em todo

o planeta, tanto na teoria como na prática.

Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas.

Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999 (com

adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos

do texto precedente, julgue o item a seguir.


A supressão do acento indicativo de crase em “à própria

noção de ‘viagem’” manteria os sentidos e a correção

gramatical do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que

apresenta a frase correta do ponto de vista gramatical

e ortográfico.

a) Há pessoas no mundo que precisa usar óculos para

enxergar o amor-próprio.

b) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para

enxergar o amor-próprio.

c) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos para

enchergar o amor-próprio.

d) Hão pessoas no mundo que precisam usar óculos

para enxergar o amor-próprio.

e) Há pessoas no mundo que precizam usar óculos para

enxergar o amor-próprio.

10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Assinale a opção que

apresenta a frase gramaticalmente correta.

específica do mundo. As pessoas de todas as culturas

prezam por sua liberdade de escolha e sentem a

necessidade de ter direito de voz nas decisões que

afetam suas vidas.

Kofi Annan [secretário-geral das Nações Unidas], 10 dez. 2001.

In: Jerzy Szeremeta. Participação genuína na era da tecnologia

de informação e comunicação (TIC). Fundação Luís Eduardo

Magalhães. Gestão pública e participação. Cadernos da FLEM. 20.ª

ed. Salvador: FLEM, 2005, cap. III, p. 105-6 (com adaptações).

De acordo com o texto CG3A1-I,

a) cabe exclusivamente ao Estado prover a cada cidadão

a segurança necessária para ele viver em sociedade.

b) em um Estado democrático, as preferências do povo

devem ser ignoradas por seus representantes.

c) é dispensável o envolvimento do cidadão nos assuntos

públicos.

d) deve-se buscar garantir a participação de cada indivíduo

e da sociedade em geral nas decisões políticas.

e) é dever da ONU manter a paz e a segurança das pessoas

de todos os países do mundo.

a) Fazem dois anos que saí do emprego.

b) Beatriz e eu gostamos de ir à praia.

c) Aconteceu muitas festas no ano passado.

d) Os sapatos pretos que combinava com seus vestidos.

e) Têm muito barulho nessa festa.

11. (CESPE-CEBRASPE – 2020)

Texto CG3A1-I

No século 21, eu acredito que a missão da Organização

das Nações Unidas (ONU) será definida por uma consciência

nova e mais profunda da santidade e da dignidade

de cada vida humana, independentemente de raça ou

religião. Isso irá requerer que levemos o nosso olhar para

além da estrutura dos Estados, ou da simples superfície

de nações ou comunidades. Devemos enfocar, como

nunca, a melhoria das condições de vida de homens

e mulheres, individualmente, que dão ao Estado ou à

nação a sua riqueza e o seu caráter.

Neste novo século, devemos começar pela compreensão

de que a paz pertence não somente aos Estados ou

povos, mas também a cada um e a todos os membros

dessas comunidades. A soberania dos Estados não

mais deverá ser utilizada como um escudo contra grandes

violações aos direitos humanos. A paz deve ser real

e tangível no dia a dia de cada indivíduo que dela necessite.

Devemos buscá-la, acima de tudo, pelo fato de ser

a condição para que cada membro da família humana

possa levar uma vida de dignidade e segurança.

A lição do século passado nos fez entender que ameaçar

ou atropelar a dignidade do indivíduo — como naqueles

países onde o cidadão não desfruta do direito básico de

escolher o seu governo, ou do direito de o escolher regularmente

— resultou em conflitos, perdas de civis inocentes,

vidas abreviadas e comunidades destruídas.

Com efeito, os obstáculos à democracia têm muito

pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais

com o desejo daqueles que se encontram no poder e

querem manter sua posição a qualquer custo. Não se

trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte

12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,

com base no Manual de Redação da Presidência da

República (MRPR).

Os assuntos objetos dos expedientes oficiais devem

ser tratados de forma estritamente impessoal, uma

vez que a redação oficial é elaborada sempre em

nome do serviço público e sempre em atendimento ao

interesse geral dos cidadãos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o próximo

item.

A formalidade e a precisão da redação oficial dependem

do uso correto da norma padrão da língua portuguesa,

ainda que isso implique falta de clareza.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o item

que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.

Em uma correspondência oficial destinada a um procurador-geral

de estado, o vocativo a ser empregado é

Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,

com base no Manual de Redação da Presidência da

República (MRPR).

O MRPR prevê somente dois fechos diferentes para as

modalidades de comunicação oficial entre autoridades

da administração pública: Respeitosamente, caso

o destinatário seja autoridade de hierarquia superior à

do remetente; e Atenciosamente, caso o destinatário

seja autoridade de mesma hierarquia ou de hierarquia

inferior à do remetente. Ficam excluídas dessa norma

as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,

que atendem a rito e tradição próprios.

( ) CERTO ( ) ERRADO

LÍNGUA PORTUGUESA

183


16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o item

que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.

O expediente denominado ofício é apropriado como

forma de comunicação entre unidades administrativas

de um mesmo órgão.

16 CERTO

17 CERTO

18 CERTO

19 ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO

17. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o item

que se segue, acerca de aspectos da redação oficial.

É adequado o uso da forma Fortaleza, 8 de março de

2020. alinhada à margem direita da página em um

documento no padrão ofício expedido na referida data

na cidade de Fortaleza – CE.

ANOTAÇÕES

( ) CERTO ( ) ERRADO

18. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o próximo

item.

O texto de um documento oficial deve seguir a estrutura

padronizada de introdução, desenvolvimento e

conclusão, exceto em casos de encaminhamento de

documentos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Com base no Manual de

Redação da Presidência da República, julgue o próximo

item.

Entre os documentos oficiais, o email é o que apresenta

maior flexibilidade formal, uma vez que, nesse

tipo de comunicação, se admite o uso de abreviações

como vc e pq.

9 GABARITO

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 D

2 ERRADO

3 ERRADO

4 ERRADO

5 B

6 ERRADO

7 ERRADO

8 ERRADO

9 B

10 B

11 D

12 CERTO

13 ERRADO

14 ERRADO

184

15 CERTO


Verdadeira

RACIOCÍNIO LÓGICO

Sentença

Declarativa

OU

Falsa

Sentido

Completo

CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO

LÓGICO

PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS

PROPOSIÇÕES

Na lógica temos apenas dois valores lógicos – VER-

DADEIRO ou FALSO. Quando temos uma declaração

verdadeira, o seu valor lógico é Verdade (V) e quando

é falsa, dizemos que seu valor lógico é Falso (F).

Só existem dois valores lógicos VERDADEIRO ou

FALSO.

PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES

Vamos começar nosso estudo falando sobre o que

é uma proposição lógica. Observe a frase abaixo:

EX.: Paula vai à praia.

Para saber se temos ou não uma proposição, precisamos

de três requisitos fundamentais:

• Ser uma oração – ou seja, são frases com verbos.

• Oração declarativa – a frase precisa estar apresentando

uma situação, um fato.

• Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa

– ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro

ou o valor lógico falso para a declaração.

Tendo isso em vista, podemos afirmar claramente

que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição

lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma

informação completa (temos o sujeito claro na oração)

e podemos afirmar se é verdade ou falsa.

Obrigatório

VERBO

Toda proposição pode ser representada simbolicamente

pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:

p: Sabino é um pintor esperto.

r: Kate é uma mulher alta.

Na situação temos duas proposições sendo representadas

pelas letras p e r.

Bom! Agora que já sabemos o que são proposições

lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são proposições.

Isto é fundamental, pois várias questões de prova

perguntam exatamente isso – são apresentadas algumas

frases e você precisa identificar qual delas não é uma

proposição. Vejamos os casos que mais aparecem:

• Perguntas: são as orações interrogativas.

Exemplo: Que horas vamos ao cinema?

Essa pergunta não pode ser classificada como verdadeira

ou falsa.

• Exclamações: são frases exclamativas.

Exemplo: Que lindo cabelo!

Essa exclamação não pode ser valorada, pois apresentam

percepções subjetivas.

• Ordens: são orações com verbo no imperativo.

Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.

Uma ordem não pode ser classificada como verdadeira

ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,

pois pode ser facilmente confundida com uma proposição

lógica.

Não são proposições – perguntas, exclamações e

ordens.

Importante!

Proposição Lógica é uma oração declarativa que

admite apenas um valor lógico – V ou F.

Ou então podemos também esquematizar o que é

uma proposição lógica assim:

Chama-se proposição toda sentença declarativa

que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só

como falsa. A presença do verbo é obrigatória juntamente

com o sentido completo (caráter informativo).

Temos um outro caso menos cobrado em provas,

mas que também não é proposição lógica – paradoxo.

Para ficar mais claro, veja o exemplo abaixo:

Esta frase é uma mentira.

Quando atribuímos um valor de verdade para

a frase, então na verdade ele mentiu, uma vez que

a própria frase já diz isso. E se atribuirmos o valor

falso, então a frase é verdade, pois a frase diz ela é

uma mentira e já sabemos que isso é falso. Perceba

que sempre que valoramos a frase ela nos resulta um

valor contrário, ou seja, estamos diante de uma frase

que é contraditória em si mesma. Isto é a definição de

um paradoxo.

Paradoxo – é uma frase que é contraditória em si

mesma.

SENTENÇAS ABERTAS

Dizemos que uma sentença é aberta quando não

conseguimos ter a informação completa que a oração

nos mostra. Veja o exemplo abaixo:

RACIOCÍNIO LÓGICO

185


Ex.: Ele é o melhor cantor de rock.

Perceba que há presença do verbo e que conseguimos

parcialmente entender o que a frase quer

dizer. Mas logo surge a pergunta: Ele quem? Aqui

nossa informação não consegue ser completa e por

isso temos mais um caso que não é proposição lógica.

Observe mais alguns exemplos:

X + 5 = 10

Aquele carro é amarelo.

5 + 5

X – Y = 20

Todos os exemplos acima são sentenças abertas.

Então podemos resumir da seguinte forma:

As variáveis Ele, aquele ou variáveis matemáticas

(X ou Y) tornam a sentença aberta.

Importante!

Sempre será uma proposição lógica na escrita

matemática e podemos notar que há verbos nos

casos a seguir:

= (é igual)

≠ (é diferente)

> (é maior)

< (é menor)

≥ (é maior ou igual)

≤ (é menor ou igual)

Esquematizando o que não são proposições lógicas:

NÃO SÃO

PROPOSIÇÕES

SENTENÇAS INTERROGATIVAS(?)

SENTENÇAS SEM VERBO

SENTENÇAS COM VERBO NO

IMPERATIVO

SENTENÇAS ABERTAS

PARADOXO

PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL

É fundamental que você conheça três princípios

para deixarmos tudo alinhado com as proposições

lógicas. Veja:

1. Princípio do terceiro excluído:

Uma proposição deve ser Verdadeira ou Falsa,

não havendo outra possibilidade. Não é possível que

uma proposição seja “quase verdadeira” ou “quase

falsa”.

2. Princípio da não-contradição:

Dizemos que uma mesma proposição não pode

ser, ao mesmo tempo, verdadeira e falsa.

3. Princípio da Identidade:

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Temos proposições compostas quando há duas ou

mais proposições simples ligadas através dos conectivos

lógicos. Veja o exemplo:

Sabino corre e Marcos compra leite.

O gato é azul ou o pato é preto.

Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.

Cada conectivo tem sua representação simbólica e

sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos:

CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA

e Conjunção ^

ou Disjunção v

ou...ou Disjunção Exclusiva v

se...então Condicional →

se e somente se Bicondicional ⟷

Exemplos:

Na linguagem natural:

• O macaco bebe leite e o gato come banana.

• Maria é bailarina ou Juliano é atleta.

• Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.

• Se estudar, então vai passar.

• Bino vai ao cinema se e somente se ele receber

dinheiro.

Na linguagem simbólica:

• p ^ q

• p v q

• p v q

• p → q

• p ⟷ q

Agora que já fomos apresentados aos conectivos

lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos operadores

lógicos que podem aparecer na prova. Veja:

• Conectivos “e” usando “mas”

Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor.

• Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não

ambos”

Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas

não ambos.

• Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,

Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”

Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à

praia.

Caso você estude, irá passar no concurso.

Basta Ana comer massas, e engordará.

Quem joga bola é rápido.

Todos os médicos sabem operar.

Qualquer criança anda de bicicleta.

Toda vez que chove, não vou à praia.

Dica

Na condicional a 1º proposição é o termo antecedente

e a 2º é o termo consequente.

P → Q

P = antecedente

Q = consequente

186

Cada ser é igual a si mesmo, ou seja, uma proposição

não assume o significado de outra proposição lógica.


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE – 2017) A respeito de proposições lógicas, julgue

o item a seguir:

A sentença “Soldado, cumpra suas obrigações” é uma

proposição simples.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Perceba que a frase “Soldado, cumpra suas obrigações”

é, na verdade, uma ordem. Observe o verbo

conjugado “cumpra” (imperativo). Assim, sabemos

que estamos diante de uma frase que NÃO é uma

proposição. Resposta: Errado.

2. (VUNESP – 2014) Das alternativas apresentadas, assinale

a única que contém uma proposição lógica.

a) Ser um perito criminal ou não ser? Que dúvida!

b) Uma atribuição do perito criminal é analisar documentos

em locais de crime.

c) O perito criminal também atende ocorrências com vítimas

de terrorismo!

d) É verdade que o perito criminal realiza análises no

âmbito da criminalística?

e) Instruções especiais para perito criminal.

Veja que essa é uma boa questão para ficarmos de

olho no que é uma proposição lógica. Então vamos

analisar as alternativas:

a) e d) Erradas. As sentenças “a” e “d” contém uma

pergunta e uma exclamação, portanto não podem

ser proposições.

c) Errada. A sentença “c” também não pode ser proposição,

pois é uma sentença exclamativa.

e) Errada. Na letra “e” temos uma frase que não tem

verbo. Desta forma, também não é proposição.

Resposta: Letra B.

3. (CESPE – 2019) Acerca da lógica sentencial, julgue o

item que segue.

A lógica bivalente não obedece ao princípio da não

contradição, segundo o qual uma proposição não

assume simultaneamente valores lógicos distintos.

então”. Na letra A temos uma conjunção (conectivo

e) disfarçado pela “virgula + entretanto”, portanto

descartamos. Resposta: Letra D.

5. (CESPE – 2018) Julgue o item que segue, a respeito

de lógica proposicional.

A sentença “No Livro dos Heróis da Pátria consta o

nome de Francisco José do Nascimento, o Dragão do

Mar, por sua atuação como líder abolicionista no estado

do Ceará.” é uma proposição simples.

( ) CERTO ( ) ERRADO

“No Livro dos Heróis da Pátria consta o nome de

Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar,

por sua atuação como líder abolicionista no estado

do Ceará” é uma proposição simples. Se a proposição

possui uma única oração (único verbo) ela é

simples. Resposta: Certo.

NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE

TABELA VERDADE

Trata-se de uma tabela na qual conseguimos

apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma

proposição.

NUMEROS DE LINHAS DE TABELA VERDADE

Neste momento, vamos aprender a construir tabelas-verdade

para proposições compostas.

1º passo: Contar a quantidade de proposições

envolvidas no enunciado.

Exemplo: P v Q (temos duas proposições).

2º passo: Calcular a quantidade de linhas da tabela

usando a fórmula 2 n = 2 proposições (onde “n” é o número

de proposições).

Exemplo: P v Q = 2 2 = 4 linhas.

P Q P V Q

( ) CERTO ( ) ERRADO

O nome “bivalente” quer dizer que só há 2 resultados

para uma proposição: verdadeiro ou falso. Sabendo

disso, a lógica bivalente obedece ao princípio da não

contradição, segundo o qual uma proposição não

assume simultaneamente valores lógicos distintos.

Resposta: Errado.

4. (FUNDATEC – 2019) A alternativa que apresenta uma

proposição composta com a presença do conectivo

condicional é:

a) Paulo não está com febre, entretanto está desidratado.

b) Algum paciente está com febre.

c) Qual a temperatura do paciente do quarto?

d) Se Mario tem febre, então deve permanecer internado

por 48 horas.

e) Mário, você deve ser internado imediatamente!

3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na primeira

coluna fazendo o agrupamento pela metade do número

de linhas da tabela.

Exemplo: P v Q = 2 2 = 4 linhas = (agrupamento da

primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).

P Q P V Q

V

V

F

F

RACIOCÍNIO LÓGICO

Lembrando das exceções de proposições lógicas,

percebemos que as letras B, C e E já podem ser desconsideradas.

Sobrando as letras A e D. A nomenclatura

condicional refere-se ao conectivo lógico “se...,

4º passo: Preencher as demais colunas com agrupamento

de valores lógicos (V ou F) sempre pela metade

do agrupamento anterior.

187


188

Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima

será de 1 em 1).

P Q P V Q

V

V

F

F

V

F

V

F

Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisamos

aprender qual o resultado que teremos quando combinamos

os valores lógicos usando os conectivos lógico.

Dica

Número de linhas da tabela verdade:

2 n = 2 proposições (onde “n” é o número de proposições).

Bom! Vamos caminhar mais um pouco e aprender

todas as combinações lógicas possíveis para cada

conectivo lógico.

Negação (~P)

Uma proposição quando negada, recebe valores

lógicos opostos dos valores lógicos da proposição original.

O símbolo que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.

P ~P

V

F

F

V

Dupla Negação ~(~P)

A dupla negação nada mais é do que a própria proposição.

Isto é, ~(~P) = P

P ~P ~(~P)

V F V

F V F

Conectivo Conjunção “e” (^)

Só teremos uma resposta verdadeira quando todos

os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros.

P Q P ^ Q

V V V

V F F

F V F

F F F

Conectivo Disjunção “ou” (v)

Teremos resposta verdadeira quando pelo menos

um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.

P Q P V Q

V V V

V F V

F V V

F F F

Conectivo Disjunção Exclusiva “ou...ou” ( v )

Teremos resposta verdadeira quando os valores

lógicos envolvidos forem diferentes.

P Q P V Q

V V F

V F V

F V V

F F F

Conectivo Bicondicional “se e somente se” ()

Teremos resposta verdadeira quando os valores

lógicos envolvidos forem iguais.

P Q PQ

V V V

V F F

F V F

F F V

Conectivo Condicional “se...,então” (→)

Especialmente nesse caso, vamos aprender quando

teremos o resultado falso, pois o conectivo condicional

só tem uma possibilidade de isso ocorrer.

Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico

do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.

Dica

P Q P → Q

V V V

V F F

F V V

F F V

Condicional falsa:

Vai Ficar Falsa

V F = F

CONECTIVOS

1. Conceito

Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como

também podem ser chamados, servem para ligar duas

ou mais proposições simples e formar, assim, proposições

compostas.

Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada

um tem sua nomenclatura e representação simbólica.

Veja a tabela abaixo:

2. Tabela de conectivos

CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA

e Conjunção ^ p e q

ou Disjunção v p ou q


CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA

ou...ou

se...,então

se e

somente se

Disjunção

exclusiva

Condicional

(implicação)

Bicondicional

(bi-implicação)

• Conjunção (conectivo “e”)

v

Ou p ou q

Se p, então q

p se e

somente

se q

Representação simbólica: ^

Exemplo:

Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o gato

come banana.

Na linguagem simbólica: p ^ q

• Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”)

Representação simbólica: v

Exemplo:

Na linguagem natural: Maria é bailarina ou Juliano

é atleta.

Na linguagem simbólica: p v q

• Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”)

Representação simbólica: v

Exemplo:

Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápido

ou a raposa é lenta.

Na linguagem simbólica: p v q

• Condicional (conectivos “se, então”)

Representação simbólica: →

Exemplo:

Na linguagem natural: Se estudar, então vai passar.

Na linguagem simbólica: p → q

• Bicondicional (conectivo “se e somente se”)

Representação simbólica:

Exemplo:

Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e somente

se ele receber dinheiro.

Na linguagem simbólica: pq

• Negação

A negação além da forma convencional, pode ser

escrita com as expressões abaixo:

É falso que ...

Não é verdade que...

Agora que já fomos apresentados aos conectivos

lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos operadores

lógicos que podem aparecer na prova. Veja:

• Conectivo “e” usando “mas”

Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor.

• Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não

ambos”

Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,

mas não ambos.

• Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,

Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”

Exemplos:

Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia.

Caso você estude, irá passar no concurso.

Basta Ana comer massas, e engordará.

Quem joga bola é rápido.

Todos os médicos sabem operar.

Qualquer criança anda de bicicleta.

Toda vez que chove, não vou à praia.

Dica

Na condicional a 1° proposição é o termo antecedente

e a 2° é o termo consequente.

P Q

P = antecedente

Q = consequente

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE - 2018) As proposições P, Q e R a seguir referem-se

a um ilícito penal envolvendo João, Carlos,

Paulo e Maria:

P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é

mentiroso”. R: “Maria é inocente”.

Considerando que ~X representa a negação da proposição

X, julgue o item a seguir.

A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é

culpada.” pode ser representada simbolicamente por

(~Q)↔(~R).

Uma proposição quando negada, recebe valores

lógicos opostos dos valores lógicos da proposição original.

O símbolo que iremos utilizar é ¬p ou ~p.

Exemplos:

p: O gato é amarelo.

~p: O gato não é amarelo.

q: Raciocínio Lógico é difícil.

~q: É falso que raciocínio lógico é difícil.

r: Maria chegou tarde em casa ontem.

~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em casa

ontem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Veja que temos uma proposição condicional (se

então) e a representação simbólica apresentada é de

uma bicondional. Representação da condicional ().

Resposta: Errado.

2. (CESPE - 2018) Julgue o seguinte item, relativo à lógica

proposicional e à lógica de argumentação.

A proposição “A construção de portos deveria ser

uma prioridade de governo, dado que o transporte

de cargas por vias marítimas é uma forma bastante

RACIOCÍNIO LÓGICO

189


190

econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser

representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q

são proposições simples adequadamente escolhidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A representação simbólica apresentada para julgarmos

é de uma conjunção. E na questão foi apresentada

uma proposição composta pela condicional na

forma “camuflada” dentro de uma relação de causa

e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado.

3. (CESPE - 2018) Considere as seguintes proposições:

P: O paciente receberá alta; Q: O paciente receberá

medicação; R: O paciente receberá visitas.

Tendo como referência essas proposições, julgue o

item a seguir, considerando que a notação ~S significa

a negação da proposição S.

A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se

o paciente receber alta, então ele não receberá medicação

ou não receberá visitas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

P: O paciente receberá alta;

~P: O paciente não receberá alta;

Q: O paciente receberá medicação;

R: O paciente receberá visitas.

A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida:

Se o paciente NÃO receber alta, então ele receberá

medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado.

4. (CESPE - 2018) Julgue o item a seguir, a respeito de

lógica proposicional.

A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo

Estado é consequência da radicalização da sociedade

civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente

representada pela expressão lógica P→Q,

em que P e Q são proposições simples escolhidas

adequadamente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é

(verbo de ligação) consequência da radicalização

da sociedade civil em suas posições políticas. Temos

apenas um verbo e por esse motivo é uma proposição

simples.

Cuidado com o uso da palavra consequência em

proposições como esta. Em determinadas situações,

de fato, teremos uma proposição condicional, senão

vejamos:

Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estudar

(verbo no infinitivo)

Nesse caso temos uma proposição composta pela

condicional. Resposta: Errado.

5. (CESPE - 2016) Considerando os símbolos normalmente

usados para representar os conectivos lógicos,

julgue o item seguinte, relativos a lógica proposicional

e à lógica de argumentação. Nesse sentido, considere,

ainda, que as proposições lógicas simples sejam

representadas por letras maiúsculas.

A sentença A fiscalização federal é imprescindível

para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto

dos medicamentos que a população consome pode

ser representada simbolicamente por P∧Q.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Para ser proposição composta, haveria mais de um

VERBO na frase, por isso, a frase em questão é considerada

uma proposição SIMPLES. Procure o verbo

na oração.

A fiscalização federal é imprescindível para manter

a qualidade tanto dos alimentos quanto dos medicamentos

que a população consome. Resposta: Certo.

PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES

COMPOSTAS

O referido assunto foi abordado em “das

proposições”.

TAUTOLOGIA

É uma proposição cujo valor lógico é sempre

verdadeiro.

Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautologia,

pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a

tabela-verdade.

P ~P P V ~P

V F V

F V V

Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma

tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só

possui V.

P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ)

V V V V V

V F F F V

F V F F V

F F F V V

CONTRADIÇÃO

É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.

Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição,

pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a

tabela-verdade.

P ~P P ^ (~P)

V F F

F V F

CONTINGÊNCIA

Sempre que uma proposição composta recebe

valores lógicos falsos e verdadeiros, independentemente

dos valores lógicos das proposições simples

componentes, dizemos que a proposição em questão é

uma contingência. Ou seja, quando a tabela-verdade

apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verdadeiros

e alguns falsos.

Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma

contingência, conforme a tabela-verdade.


P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)

V V F F F

V F V V V

F V F V V

F F F V V

Dica

• Tautologia: uma proposição que é SEMPRE

verdadeira.

• Contradição: uma proposição que é SEMPRE

falsa.

• Contingência: uma proposição que pode assumir

valores lógicos V e F, conforme o caso.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE – 2019) Acerca da lógica sentencial, julgue o

item que segue.

Se uma proposição na estrutura condicional — isto é, na

forma P→Q, em que P e Q são proposições simples — for

falsa, então o precedente será, necessariamente, falso.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Veja que P→Q foi considerado FALSO pelo enunciado

da questão. Assim na condicional para ser FALSO a

regra é que o Precedente (antecedente) seja VERDA-

DEIRO o seguinte (consequente) FALSO. Lembre-se

da dica: Vai Ficar Falso = V F. Resposta: Errado.

2. (AOCP – 2019) Considere a proposição: “O contingente

de policiais aumenta ou o índice de criminalidade

irá aumentar”. Nesse caso, a quantidade de linhas da

tabela verdade é igual a

a) 2.

b) 4.

c) 8.

d) 16.

e) 32.

O número de linhas da tabela-verdade depende do

número de proposições e é calculado pela fórmula:

2ⁿ. Assim,

O contingente de policiais aumenta (1º proposição)

O índice de criminalidade irá aumentar (2°

proposição)

2 2 = 4 linhas. Resposta: Letra B.

3. (FUNDATEC – 2019) Trata-se de um exemplo de tautologia

a proposição:

4. (CESPE – 2018) Julgue o seguinte item, relativo à

lógica proposicional e à lógica de argumentação.

Se P e Q são proposições simples, então a proposição

[P→Q]∧P é uma tautologia, isto é, independentemente

dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor

lógico de [P→Q]∧P será sempre V.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Basta perceber que o conectivo em questão é o “E”

(Conjunção), que só é verdadeiro quando as duas

são verdadeiras, sendo assim se P for falso, já irá

invalidar o argumento. Resposta: Errado.

5. (VUNESP – 2018) Seja M a afirmação: “Marília gosta

de dançar”. Seja J a afirmação “Jean gosta de estudar”.

Considere a composição dessas duas afirmações:

“Ou Marília gosta de dançar ou Jean gosta de

estudar”. A tabela-verdade que representa corretamente

os valores lógicos envolvidos nessa situação é:

TABELA - VERDADE

M J Ou M ou J

V V 1

V F 2

F V 3

F F 4

Os valores 1, 2, 3 e 4 da coluna “Ou M ou J” devem ser

preenchidos, correta e respectivamente, por:

a) V, F, V e F.

b) F, V, V e F.

c) F, F, V e V.

d) V, F, F e V.

e) V, V, V e F.

Veja que precisamos saber quando o resultado

das combinações lógicas do conectivo “ou...ou” dá

verdade.

Lembrando da nossa parte teórica, sempre que

tivermos valores lógicos diferentes, o resultado será

verdadeiro. Sabendo disso,

M J Ou M ou J

V V F

V F V

F V V

F F F

Resposta: Letra B.

a) Se dois é par então é verão em Gramado.

b) É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.

c) Maria é alta ou Pedro é alto.

d) É verão em Gramado se e somente se Maria é alta.

e) Maria não é alta e Pedro não é alto.

Você precisa guardar essa dica: A proposição que

contiver uma afirmação com o conectivo ou mais

a negação dessa mesma afirmação (ou vice-versa)

será sempre uma tautologia. Então,

É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.

A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu

valor lógico é sempre “verdadeiro”. Resposta: Letra B.

OPERAÇÃO COM CONJUNTOS

INTRODUÇÃO A TEORIA DE CONJUNTOS

Conjunto é uma reunião de elementos ou pessoas

que possuem a mesma característica, por exemplo,

numa festa pode haver o conjunto de pessoas que só

bebem cerveja ou o conjunto daquelas que só gostam

de músicas eletrônicas.

Representamos um conjunto da seguinte forma:

RACIOCÍNIO LÓGICO

191


Conjunto X

x

y

Já o elemento “d” não faz parte de nenhum dos

dois conjuntos. Logo, podemos dizer que “d” não pertence

à União entre os conjuntos X e Y. A união é a junção

das regiões dos dois conjuntos e é representada

simbolicamente por X ∪ Y. Assim,

d ∉ (X ∪ Y) – o elemento “d” não pertence à união

entre os conjuntos X e Y.

Vamos analisar uma outra situação:

Podemos afirmar que no interior do círculo há

todos os elementos que pertencem (compõem) ao conjunto

X, já na parte externa do círculo, estão todos os

elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não

pertence ao conjunto X.

Dica

No gráfico acima podemos dizer que o elemento

“x” pertence ao conjunto X e o elemento “y” não

pertence.

Matematicamente, usamos o símbolo Є para indicar

essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o elemento

“y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o

símbolo ∉ para essa relação de não pertinência. Matematicamente:

y ∉ X.

Complemento de um conjunto

O complemento de X é o conjunto formado por

todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz

parte dele, claro que com exceção daqueles que estão

presentes em X. Representamos o complemento, ou

complementar, pelo símbolo X C Podemos afirmar

.

que “y” não pertence a X, mas pertence ao conjunto

complementar de X: matematicamente: y Є X C .

Interpretando regiões e conhecendo a Interseção e

União de Conjuntos

Uma outra situação é quando temos dois conjuntos

(X e Y), podemos representar da seguinte forma, no

geral:

X

Y

X

X – Y X ∩ Y Y – X

Nesta representação, podemos interpretar a

região X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a

região formada pelos elementos de X que não fazem

parte do conjunto Y. Veja o exemplo:

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Y = {5, 6, 7, 9, 10}

X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele

e também em Y, ou seja,

X – Y = {2, 3, 4}

Já no caso da região Y – X, temos:

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Y = {5, 6, 7, 9, 10}

Y – X = {9, 10}

Podemos falar, também, da região de interseção

dos conjuntos X ∩ Y.

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Y = {5, 6, 7, 9, 10}

X ∩ Y = {5, 6, 7}

E por fim, vamos identificar a união entre os

conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os

elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os elementos

presentes na interseção. Veja:

X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Y = {5, 6, 7, 9, 10}

X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}

Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está

Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos

Y

a

b

c

Em algumas situações, a intersecção entre os conjuntos

X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo.

Isso acontece quando todos os elementos de B são também

elementos de A. Veja isso no gráfico abaixo:

d

X

192

Interpretando os conjuntos acima, temos:

O elemento “a” pertence apenas ao conjunto X,

pois ele está numa região que não tem contato com

o conjunto Y, já o elemento “c” faz parte somente ao

conjunto Y.

Perceba que o elemento “b” pertence aos dois conjuntos,

ou seja, faz parte da interseção entre os conjuntos

X e Y. A representação simbólica é feita por X ∩

Y. Como o elemento “b” faz parte dessa região, temos:

b Є (X ∩ Y) – o elemento “b” pertence à interseção

dos conjuntos X e Y.

Y

Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando

temos a situação acima, podemos dizer que o conjunto

Y está contido no conjunto X, representado


matematicamente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer ainda

que o conjunto X contém o conjunto Y, representado

matematicamente por X ⊃ Y.

Importante!

Entenda a diferença:

● Falamos que um ELEMENTO pertence ou não

pertence a um CONJUNTO;

● Falamos que um CONJUNTO está contido ou

não está contido em outro CONJUNTO.

Representação de Conjunto usando Chaves

Geralmente usamos letras maiúsculas para representar

os nomes de conjuntos, e minúsculas para

representar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c,

d} etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas

para representar os conjuntos. Veja o exemplo abaixo:

A = {∀ x Є Z | x ≥ 0}

não está contido

contém

não contém

| tal que

A ∪ B

A ∩ B

A - B

X C

união de

conjuntos

interseção de

conjuntos

diferença de

conjuntos

complementar

Indica que um conjunto

não está contido

em outro conjunto.

Indica que determinado

conjunto contém

outro conjunto.

Indica que determinado

conjunto não contém

outro conjunto.

Serve para fazer a ligação

entre a composição

de um conjunto

na “representação em

chaves”.

Lê-se como “X união

Y”.

Lê-se como “X intersecção

Y”.

Lê-se como “diferença

de A com B”.

Refere-se ao complemento

do conjunto X.

Podemos entender e fazer a leitura do conjunto

acima da seguinte maneira: o conjunto A é composto

por TODO x pertencente ao conjunto dos números inteiros,

TAL QUE x é maior ou igual a zero.

Agora, veja um outro exemplo:

B = {∃ x Є Z | x > 5}

Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto

B EXISTE x pertencente ao conjunto dos números inteiros,

TAL QUE x é maior do que 5.

Agora vamos esquematizar todas as simbologias

para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na

hora de resolver as questões. Observe a tabela abaixo:

SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO

{ , } chaves

{ } ou ∅ conjunto vazio

Є

para todo

pertence

não pertence

existe

não existe

está contido

Ex: X = {a,b,c} representa

o conjunto X

composto por a, b e c.

Significa que o conjunto

não tem elementos,

é um conjunto vazio.

Significa “Para todo”

ou “Para qualquer que

seja”.

Indica relação de pertinência

de elementos.

Indica relação de

não pertinência de

elementos.

Indica relação de

existência.

Indica que não há relação

de existência.

Indica que um conjunto

está contido em

outro conjunto.

Diagrama de VENN

Vamos entender como se resolve questões que

envolvem Operações com Conjuntos se relacionando.

Acompanhe os exemplos abaixo e a maneira como

desenvolvemos suas resoluções.

Exemplo 1: Em uma sala de aula, 20 alunos gostam

de Matemática, 30 gostam de Português, e 10 gostam

das duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam

de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos há

nessa sala de aula?

Siga os passos abaixo:

1. Identifique os conjuntos;

2. Represente em forma de diagramas;

3. Preencha as informações de dentro para fora (da

interseção para as demais informações);

4. Preencha as demais informações no diagrama;

5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos

envolvidos.

Vamos a resolução:

1. Identifique os conjuntos;

2. Represente em forma de diagramas;

Matemática

Português

3. Preencha as informações de dentro para fora (da

interseção para as demais informações);

RACIOCÍNIO LÓGICO

193


Matemática

Português

4. Preencha as demais informações no diagrama;

10

Matemática (20) Português (30)

10

20 – 10 = 10 30 – 10 = 20

Total = X

20 gostam de Matemática

30 gostam de Português

10 gostam dos dois

10 gostam apenas de Matemática

20 gostam apenas de Português

5 não gostam de nenhuma

5

Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou

Português (aqui já está incluso quem gostam das duas

matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas

somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.

Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala.

Exemplo 2:Assim como nos problemas com 2 conjuntos,

quando nós tivermos 3 conjuntos será possível

resolver o problema por meio de Diagramas de Venn

ou por meio de fórmula. Acompanhe a resolução do

exemplo:

André, Bernardo e Carol ouviram certa quantidade

de músicas. Nenhum deles gostou de seis músicas

e os três gostaram de dez músicas. Além disso, houve

doze músicas que só André e Bernardo gostaram,

nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro

músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve

música alguma que somente um deles tenha gostado.

O número de músicas que eles ouviram foi?

Siga os passos abaixo:

1. Identifique os conjuntos;

2. Represente em forma de diagramas;

3. Preencha as informações de dentro para fora (da

interseção para as demais informações);

4. Preencha as demais informações no diagrama;

5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos

envolvidos.

Vamos a resolução:

1. Identifique os conjuntos;

2. Represente em forma de diagramas;

André

Bernardo

5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos

envolvidos;

Matemática (20) Português (30)

10

20 – 10 = 10 30 – 10 = 20

Carol

5

10+10+20+5 = X

X = 45 alunos é o total dessa sala.

Também seria possível resolver esse tipo de questão

usando a seguinte fórmula:

3. Preencha as informações de dentro para fora (da

interseção para as demais informações);

André

Bernardo

n(X ∪ Y) = n(X) + n(Y) – n(X ∩ Y)

194

Esta fórmula nos diz que o número de elementos

da União entre os conjuntos X e Y (X ∪ Y) é dado pelo

número de elementos de X, somado ao número de elementos

de Y, subtraído do número de elementos da

interseção (X ∩ Y). Aplicando no exemplo, temos:

Matemática (M)

Português (p)

n(M ∪ P) = n(M) + n(P) – n(M ∩ P)

n(M ∪ P) = 20 + 30 – 10

n(M ∪ P) = 40

10

Carol


4. Preencha as demais informações no diagrama;

André

Bernardo

0 12 0

9

10

4

250 contêineres foram carregados somente com carne

suína.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Vamos extrair as informações e colocar dentro dos

diagramas:

• 800 contêineres distribuição;

• 0 contêineres com os 3 produtos;

• 300 contêineres carne bovina;

• 450 contêineres carne suína;

• 100 contêineres com frango e carne bovina;

• 150 contêineres com carne suína e carne bovina;

• 100 contêineres com frango e carne suína.

0

Carol

Bovina

Frango

6

50

100

X

Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabemos

que os três gostaram de dez músicas, depois

preenchemos com as demais informações:

150

0

100

12 músicas que SOMENTE André e Bernardo gostaram

(na interseção entre os 2 apenas);

9 que SOMENTE André e Carol gostaram;

4 que SOMENTE Bernardo e Carol gostaram;

6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três

conjuntos).

Os “zeros” representam o fato de que não houve

música que somente um deles tenha gostado.

Logo, vem a última etapa:

5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos

envolvidos;

Total = X

6+0+12+10+9+0+4+0=X

X = 41 músicas

Questões com três conjuntos podem ser resolvidos

usando a fórmula abaixo:

n(X ∪ Y ∪ Z) = n(X) + n(Y) + n(Z) – n(X ∩ Y) – n(X

∩ Z) – n(Y ∩ Z) + n(X ∩ Y ∩ Z)

Traduzindo a fórmula:

Total de elementos da união = soma dos conjuntos –

interseções dois a dois + interseção dos três

Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que

aprendemos, não é mesmo? VAMOS PRATICAR!

200

Suína

Veja que apenas 200 contêineres foram carregados

somente com carne suína. Resposta: Errado.

2. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um grande

carregamento de frango congelado, carne suína

congelada e carne bovina congelada, para exportação.

Esses produtos foram distribuídos em 800 contêineres,

da seguinte forma: nenhum contêiner foi

carregado com os três produtos; 300 contêineres

foram carregados com carne bovina; 450, com carne

suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne

suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.

Nessa situação hipotética,

50 contêineres foram carregados somente com carne

bovina.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Vamos extrair as informações e colocar dentro dos

diagramas:

• 800 contêineres distribuição;

• 0 contêineres com os 3 produtos;

• 300 contêineres carne bovina;

• 450 contêineres carne suína;

• 100 contêineres com frango e carne bovina;

• 150 contêineres com carne suína e carne bovina;

• 100 contêineres com frango e carne suína.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um grande

carregamento de frango congelado, carne suína

congelada e carne bovina congelada, para exportação.

Esses produtos foram distribuídos em 800 contêineres,

da seguinte forma: nenhum contêiner foi

carregado com os três produtos; 300 contêineres

foram carregados com carne bovina; 450, com carne

suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne

suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.

Nessa situação hipotética,

Bovina

50

150

100

0

200

100

Frango

Suína

Veja que exatamente 50 contêineres foram carregados

somente com carne bovina. Resposta: Certo.

X

RACIOCÍNIO LÓGICO

195


3. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um grande

carregamento de frango congelado, carne suína

congelada e carne bovina congelada, para exportação.

Esses produtos foram distribuídos em 800 contêineres,

da seguinte forma: nenhum contêiner foi

carregado com os três produtos; 300 contêineres

foram carregados com carne bovina; 450, com carne

suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne

suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.

Nessa situação hipotética,

400 contêineres continham frango congelado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Com as informações colocadas nos diagramas na

questão anterior, podemos somar todas as informações

que não possuem contato com o conjunto de

frango e subtrair do total. Veja:

• 50 (só bovinos);

• 150 (bovinos e suínos);

• 200 (só suínos).

Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com

outras carnes, o que sobrou do total será a resposta

para a questão.

800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lembre-se,

a banca não perguntou SOMENTE frango).

Logo, 400 contêineres continham frango congelado.

Resposta: Certo.

4. (CESPE – 2018) Em um aeroporto, 30 passageiros que

desembarcaram de determinado voo e que estiveram

nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia

infecciosa, foram selecionados para ser examinados.

Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros

selecionados estiveram em A ou em B, nenhum desses

25 passageiros esteve em C e 6 desses 25 passageiros

estiveram em A e em B.

Com referência a essa situação hipotética, julgue os

itens que se seguem

Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15

estiveram em A.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram APENAS

em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros estiveram

APENAS em C. Veja ainda que 6 passageiros

estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram

somente em um desses dois países. Logo,

A

X

B

6 25 – 6 – x =

19 – x

Sabemos que o número de pessoas que estiveram em

B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja,

11 = 6 + (19 – X)

11 = 25 – X

X = 25 – 11

X = 14

Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14

+ 6 = 20. Resposta: Certo.

5. (CESPE – 2016) Situação hipotética: A ANVISA realizará

inspeções em estabelecimentos comerciais que

são classificados como Bar ou Restaurante e naqueles

que são considerados ao mesmo tempo Bar e Restaurante.

Sabe-se que, ao todo, são 96 estabelecimentos

a serem visitados, dos quais 49 são classificados

como Bar e 60 são classificados como Restaurante.

Assertiva: Nessa situação, há mais de 15 estabelecimentos

que são classificados como Bar e como Restaurante

ao mesmo tempo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Extraindo os dados:

TOTAL: 96;

BAR: 49;

RESTAURANTE: 60.

Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de

96, porque estamos contando 2x vezes os estabelecimentos

que estão na interseção. Logo, descontamos

o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos

que são classificados como Bar e como Restaurante

ao mesmo tempo. Resposta: Errado.

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS

PORCENTAGEM

A porcentagem é uma medida de razão com base

100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denominador

é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar

como podemos representar um número porcentual.

30

30% = (forma de fração)

100

30

30% = = 0,3 (forma decimal)

100

30 3

30% = = (forma de fração simplificada)

100 10

Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de

várias maneiras:

30 3

30% = = 0,3 = 100 10

Também é possível fazer a conversão inversa, isto

é, transformar um número qualquer em porcentual.

Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:

196

C

5

Número Relativo

25 x 100 = 2500%

0,35 x 100 = 35%

0,586 x 100 = 58,6%

A porcentagem traz uma relação entre uma parte e

um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corresponde

ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo

que estamos especificando. Para descobrir a quanto

isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.


10

10% de 1000 = x 1000 = 100

Como o resultado foi negativo, podemos afirmar

100

que houve uma redução percentual de 10% nas aulas

ponde ao índice:

Final - Inicial 180 - 200 3. (VUNESP - 2016) Um concurso recebeu 1500 inscrições,

porém 12% dos inscritos faltaram no dia da

Variação percentual =

=

Inicial 200

20

= –

200 = - 0,10 prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram

ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está

Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a

errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.

parte que corresponde a 10% de 1000.

Quando o Todo varias, a Porcentagem também

varia!

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Veja um exemplo:

1. (CESPE - 2020) Em determinada loja, uma bicicleta é

Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas vezes, com

Sabendo que o curso que ele comprou possui um total uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 920 com

de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas vencimento para o mês seguinte. Caso queira antecipar

o crédito correspondente ao valor da parcela, a

por Roberto?

O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,

devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.

lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação

correspondente a 5% do valor da parcela.

Com base nessas informações, julgue o item a seguir.

2 1

=

Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de financiamento

pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.

8 4

Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,

vamos multiplicar a fração por 100:

( ) CERTO ( ) ERRADO

1

Valor da bicicleta =1720,00

x 100 = 25%

4

Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)

Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00

Soma e Subtração de Porcentagem

(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)

No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja

As operações de soma e subtração de porcentagem

são as mais comuns. É o que acontece quando se diz

que um número excede, reduziu, é inferior ou é superior

ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial

corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou

800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00

(juros) e dividir por 800,00 resultado:

120,00/800,00 = 0,15% ao mês.

A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,

está errada. Resposta: Errado.

subtrair o percentual fornecido dos 100% e multiplicar

pelo valor da grandeza.

Exemplo 1:

Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula.

Porém, com a publicação do edital, a escola precisou

aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de

horas-aula do curso ao final?

Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total

de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o

2. (CESPE - 2019) Na assembleia legislativa de um estado

da Federação, há 50 parlamentares, entre homens

e mulheres. Em determinada sessão plenária estavam

presentes somente 20% das deputadas e 10% dos

deputados, perfazendo-se um total de 7 parlamentares

presentes à sessão.

Infere-se da situação apresentada que, nessa assembleia

legislativa, havia

aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +

15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total

de horas-aula do curso será:

(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula

a) 10 deputadas.

b) 14 deputadas.

c) 15 deputadas.

d) 20 deputadas.

Dica

A avaliação do crescimento ou da redução percentual

deve ser feita sempre em relação ao

valor inicial da grandeza.

e) 25 deputadas.

50 parlamentares

Deputadas = X

Deputados = 50-X

Final - Inicial

Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7

Variação percentual =

Inicial

parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de

cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o

Veja mais um exemplo para podermos fixar valor de X.

melhor.

20% x + 10% (50-x) = 7

Exemplo 2:

Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200

aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de

aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se

Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá

caído 20%?

A variação percentual de uma grandeza corres-

20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7

2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7

2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)

2x + 50 - x = 70

2x - x = 70 - 50

x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legislativa.

Resposta: Letra D.

RACIOCÍNIO LÓGICO

197


198

mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o

número de homens que fizeram a prova corresponde a

uma porcentagem de

a) 45,2%.

b) 46,5%.

c) 47,8%.

d) 48,4%.

e) 49,3%.

Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a

prova.

Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulheres

e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar

o percentual dos homens pelo total:

55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou

0,55 x 0,88 = 0,484.

Transformando em porcentagem

0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D.

4. (FCC - 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevistados

preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. Se 15%

dos entrevistados gostam dos dois sabores, então,

a porcentagem de entrevistados que não gostam de

nenhum dos dois é de

a) 80%.

b) 61%.

c) 20%.

d) 10%.

e) 5%.

Vamos dispor as informações em forma de conjuntos

para facilitar nossa resolução:

Graviola

Nenhum = X

Açai

60% – 15% = 15% 50% – 15% =

45%

35%

Vamos somar todos os valores e igualar ao total que

é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%

95% + X = 100%

X = 5%. Resposta: Letra E.

5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$

20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação

que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez

meses. O restante foi investido em uma aplicação,

que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante

o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas

no sistema de juros simples.

Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles

tiveram:

a) prejuízo de R$2.800,00.

b) lucro de R$3.200,00.

c) lucro de R$2.800,00.

d) prejuízo de R$6.000,00

e) lucro de R$5.000,00.

3/5 de 20.000,00 = 12.000,00

12.000,00 · 4% = 480,00

480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)

O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Aplicação

que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao

mês, durante 10 meses:

8.000,00 · 5% = 400,00

400 · 10 meses= 4.000

Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -

4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.

Resposta: Letra C.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item seguinte,

relativo a juros, taxas de juros e rendas uniformes e

variáveis.

Se o preço inicial de um produto for corrigido anualmente

em 30% de seu valor vigente, então, após dois

anos, o preço do produto terá correção de 69% sobre o

seu valor inicial.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A tabela seguinte, com

alguns valores não- identificados, mostra os resultados

de uma inspeção visual no campo, relativos ao

estado de conservação de 200 centros históricos de

determinada região.

CATEGORIA

FREQUÊNCIA

ruim 50 C

regular A 10

bom 100 D

excelente B E

PERCENTUAL

(%)

Acerca dessa tabela, julgue o item subsequente.

Na tabela, a letra C corresponde a 20%.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item, relativo

à lógica proposicional e à lógica de argumentação.

A proposição “A construção de portos deveria ser

uma prioridade de governo, dado que o transporte

de cargas por vias marítimas é uma forma bastante

econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser

representada simbolicamente por PΛQ, em que P e Q

são proposições simples adequadamente escolhidas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se

segue, a respeito de lógica proposicional.

A sentença “É justo que toda a população do país seja

penalizada pelos erros de seus dirigentes?” é uma proposição

lógica composta.

( ) CERTO ( ) ERRADO


5. (CESPE-CEBRASPE – 2019)

Texto 1A10-I

No exercício de suas atribuições profissionais, auditores

fiscais sempre fazem afirmações verdadeiras, ao passo

que sonegadores sempre fazem proposições falsas.

Saulo, sonegador de impostos, fez a seguinte afirmação

durante uma audiência para tratar de sua eventual

autuação: “como sou um pequeno comerciante, se

vendo mais a cada mês, pago meus impostos em dia”.

Nessa situação hipotética, considerando as afirmações

estabelecidas no texto 1A10-I, assinale a opção

que apresenta uma afirmação verdadeira.

a) “Saulo não é um pequeno comerciante”.

b) “Saulo vende mais a cada mês”.

c) “Saulo não vende mais a cada mês”.

d) “Saulo paga seus impostos em dia”.

e) “Se Saulo vende mais em um mês, paga seus impostos

em dia”.

6. (CCESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da lógica sentencial,

julgue o item que se segue.

Se P, Q, R e S forem proposições simples, então a tabela-verdade

da proposição P ∧ Q → R ∨ S terá menos de

20 linhas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considerando-se que P e

Q sejam proposições simples, a tabela a seguir mostra

o início da construção da tabela verdade da proposição

P ∨ [∼ (P ∧ Q)], em que ∼ X indica a negação da

proposição X.

P Q P V [~(P˄Q)]

V

V

F

F

V

F

V

F

Completando a tabela, se necessário, assinale a opção

que mostra, na ordem em que estão, os elementos da

coluna referente à proposição P ∨ [∼ (P ∧ Q)].

Se as três proposições P, Q e R forem falsas, então

pelo menos duas das pessoas envolvidas no ilícito

penal serão culpadas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Considere que as seguintes

proposições sejam verdadeiras.

P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então ele

foi discutido em reunião”. Q: “Se o processo não foi

relatado, então ele não foi assinado”.

Com base nessas informações, julgue o item a seguir.

O valor lógico da proposição Q→(P∨Q) é sempre

verdadeiro.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considere as proposições

P e Q a seguir.

P: Todo processo que tramita no tribunal A ou é enviado

para tramitar no tribunal B ou no tribunal C. Q: Todo

processo que tramita no tribunal C é enviado para tramitar

no tribunal B.

A partir dessas proposições, julgue o item seguinte.

A proposição ¬P → (P → Q), em que ¬P denota a negação

da proposição P, é uma tautologia, isto é, todos os

elementos de sua tabela-verdade são V (verdadeiro).

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de lógica proposicional,

julgue o item que se segue.

Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar

a negação da proposição R, então, independentemente

dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P,

Q e R, a proposição P → Q ∨ (∼ R) será sempre V.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item seguinte,

relativo à lógica proposicional e de argumentação.

Se P e Q são proposições lógicas simples, então a proposição

composta S = [P→Q] ↔ [Qv(~P)] é uma tautologia,

isto é, independentemente dos valores lógicos V ou F

atribuídos a P e Q, o valor lógico de S será sempre V.

( ) CERTO ( ) ERRADO

a) F / V / V / F

b) V / F / F / F

c) V / V / F / F

d) F / V / F / F

e) V / V / V / V

8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) As proposições P, Q e R a

seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,

Carlos, Paulo e Maria:

P: “João e Carlos não são culpados”.

Q: “Paulo não é mentiroso”.

R: “Maria é inocente”.

Considerando que ~X representa a negação da proposição

X, julgue o item a seguir.

13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item, relativo

à lógica proposicional e à lógica de argumentação.

Se P e Q são proposições simples, então a proposição

[P→Q]ΛP é uma tautologia, isto é, independentemente

dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor

lógico de [P→Q]ΛP será sempre V.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE– 2018) As proposições P, Q e R a

seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,

Carlos, Paulo e Maria:

P: “João e Carlos não são culpados”.

Q: “Paulo não é mentiroso”.

R: “Maria é inocente”.

RACIOCÍNIO LÓGICO

199


Considerando que ~X representa a negação da proposição

X, julgue o item a seguir.

Independentemente de quem seja culpado, a proposição

{P → (¬Q)} → {Q ∨ [(¬Q) ∨ R]}será sempre verdadeira,

isto é, será uma tautologia.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se segue,

a respeito de lógica proposicional.

Se P e Q forem proposições simples, então a proposição

¬[P ∨ (¬Q)] ↔ [(¬P) ∧ Q] é uma tautologia.

9 GABARITO

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 CERTO

2 ERRADO

3 ERRADO

4 ERRADO

5 B

6 CERTO

7 E

8 CERTO

9 CERTO

10 CERTO

11 ERRADO

12 CERTO

13 ERRADO

14 CERTO

15 CERTO

ANOTAÇÕES

200


CONCEITO USO COMENTÁRIOS

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET,

CONCEITOS BÁSICOS E MODOS

DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS,

FERRAMENTAS, APLICATIVOS E

PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA

A Internet é a rede mundial de computadores que

surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares,

para proteger os sistemas de comunicação em caso de

ataque nuclear, durante a Guerra Fria.

Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Estados

Unidos e União Soviética lançavam projetos que

procuravam proteger as informações secretas de

ambos os países e seus blocos de influência.

ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced

Research Projects Agency, era um modelo de troca e

compartilhamento de informações que permitisse a

descentralização das mesmas, sem um ‘nó central’,

garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó

fosse desligado.

A troca de mensagens começou antes da própria

Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio

a Internet como conhecemos e usamos.

Ela passou a ser usada também pelo meio educacional

(universidades) para fomentar a pesquisa acadêmica.

No início dos anos 90 ela se tornou aberta e

comercial, permitindo o acesso de todos.

Internet

Intranet

Extranet

Importante!

Conexão entre

computadores

Conexão com

autenticação

Conexão entre

dispositivos

ou redes

Conhecido como nuvem, e

também como World Wide

Web, ou WWW, a Internet

é um ambiente inseguro,

que utiliza o protocolo TCP

para conexão em conjunto

a outros para aplicações

específicas.

Ambiente seguro que exige

identificação, podendo estar

restrito a um local, que

poderá acessar a Internet

ou não. A Intranet utiliza o

mesmo protocolo da Internet,

o TCP, podendo usar o

UDP também.

Conexão remota segura,

protegida com criptografia,

entre dois dispositivos, ou

duas redes. O acesso remoto

é geralmente suportado

por uma VPN.

Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,

mas também questionam Extranet. A conexão

remota segura que conecta Intranet’s através de

um ambiente inseguro que é a Internet, é naturalmente

um resultado das redes de computadores.

Internet, Intranet e Extranet

Redes de

computadores

Internet

Intranet

Extranet

Usuário

Modem

Provedor de Acesso

Internet

Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se

conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica

A navegação na Internet é possível através da combinação

de protocolos, linguagens e serviços, operando

nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5

camadas ou 4 camadas).

A Internet conecta diversos países e grandes centros

urbanos através de estruturas físicas chamadas

de backbones. São conexões de alta velocidade que

permitem a troca de dados entre as redes conectadas.

O usuário não consegue se conectar diretamente no

backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou

uma operadora de telefonia através de um modem, e

a empresa se conecta na ‘espinha dorsal’.

Após a conexão na rede mundial, o usuário deve

utilizar programas específicos para realizar a navegação

e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.

Rede mundial de

computadores

Protocolos

TCP/IP

Padrão de

comunicação

Rede local de

acesso restrito

Utiliza os mesmos

protocolos da

Internet

Família TCP/IP

Acesso remoto

seguro

Protocolos

seguros

Criptografia em

VPN

A Internet é transparente para o usuário. Qualquer

usuário poderá acessar a Internet sem ter conhecimento

técnico dos equipamentos que existem para

possibilitar a conexão.

NAVEGAÇÃO NA INTERNET

Nos concursos públicos e no dia-a-dia, estes são os

itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o conteúdo

disponível na Internet.

As informações armazenadas em servidores,

sejam páginas web ou softwares como um serviço

(SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem),

são acessadas por programas instalados em nossos

dispositivos. São eles:

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

201


202

• Navegadores de Internet ou browsers, para conteúdo

em servidores web.

• Softwares de correio eletrônico, para mensagens

em servidores de e-mail.

• Redes Sociais, para conteúdos compartilhados

por empresas e usuários.

• Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft

Bing, para encontrar informações na rede

mundial.

• Grupos de Discussão, tanto no contexto de WhatsApp

e Telegram, como no formato clássico do

Facebook e Yahoo Grupos.

Este tópico é muito prático, e nos concursos públicos

são questionados os termos usados nos diferentes

softwares, como ‘Histórico’, para nomear a lista de

informações acessadas por um navegador de Internet.

Ao navegar na Internet, comece a observar os

detalhes do seu navegador e as mensagens que são

exibidas. Estes são os itens questionados em concursos

públicos.

Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação

As informações armazenadas em servidores web

são arquivos (recursos), identificados por um endereço

padronizado e único (endereço URL), exibidas em

um browser ou navegador de Internet.

Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet

utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da

Internet.

Confira a seguir, os principais navegadores de

Internet disponíveis no mercado.

NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS

Edge

Internet

Explorer

Firefox

Chrome

Safari

Microsoft

Microsoft

Mozilla

Google

Apple

Navegador padrão

do Windows 10,

que substituiu o

Microsoft Internet

Explorer.

Navegador padrão do

Windows 7, um dos

mais questionados

em concursos

públicos, por ser

integrante do sistema

operacional

Software livre e

multiplataforma

que é leve, intuitivo

e altamente

expansível.

Um dos mais populares

navegadores

do mercado, multiplataforma

e de fácil

utilização.

Desenvolvido

originalmente para

aparelhos da Apple,

atualmente está

disponível para

outros sistemas

operacionais.

NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS

Opera

Microsoft Edge

Opera

Navegador leve com

proteções extras

contra rastreamento

e mineração de

moedas virtuais.

Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão

no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o

kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma

série de itens semelhantes ao Google Chrome.

Integrado com o filtro Microsoft Defender SmartScreen,

permite o bloqueio de sites que contenham

phishing (códigos maliciosos que procuram enganar

o usuário, como páginas que pedem login/senha do

cartão de crédito).

Outro recurso de proteção é usado para combater

vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que

favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compartilhar

dados entre sites sem permissão do usuário.

Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o

visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows

10. Foram adicionados recursos que permitem ‘Desenhar’

sobre o conteúdo do PDF.

Mantém as características dos outros navegadores

de Internet, como a possibilidade de instalação de

extensões ou complementos, também chamados de

plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos

específicos para a navegação em determinados sites.

As páginas acessadas poderão ser salvas para acessar

off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,

consultadas no Histórico de Navegação ou salvas

como PDF no dispositivo do usuário.

Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusivo

para permitir que a navegação inicie em um dispositivo

e continue em outro dispositivo logado na

mesma conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas,

mas nomeado como Coleções no Edge, permite

adicionar sugestões do Pinterest.

Outro recurso específico do navegador é a reprodução

de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site

Microsoft Bing (buscador da Microsoft).

Internet Explorer

Foi o navegador padrão dos sistemas Windows,

e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o

questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no

Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.

A compatibilidade é um princípio no desenvolvimento

de substitutos para os programas, que determina

que a nova versão ou novo produto, terá os

recursos e irá operar como as versões anteriores ou

produtos de origem.

O atalho de teclado para abrir uma nova janela de

navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.

As Opções de Internet, disponível no menu Ferramentas,

também poderá ser acessado pelo Painel

de Controle do Windows, devido à alta integração do

navegador com o sistema operacional.


Mozilla Firefox

O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que,

como os demais browsers, possibilita o acesso ao conteúdo

armazenado em servidores remotos, tanto na

Internet como na Intranet.

É um navegador com código aberto, software livre,

que permite download para estudo e modificações.

Possui suporte ao uso de applets (complementos de

terceiros), que são instalados por outros programas

no computador do usuário, como o Java.

Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização

de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Contas

e Google Contas dos outros navegadores. Entretanto,

caso utilize o modo de navegação privativa, estes

dados não serão sincronizados.

Assim como nos outros navegadores, é possível

definir uma página inicial padrão, uma página inicial

escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar

a navegação das guias abertas na última sessão.

No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela

permite copiar para a Área de Transferência do computador,

parte da imagem da janela que está sendo

acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário

poderá colar a imagem capturada ou salvar diretamente

pelo navegador.

Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles oferecem

pequenas dicas para que você possa aproveitar

ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades

sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla,

notícias sobre integridade da internet e muito mais.

Google Chrome

O navegador mais utilizado pelos usuários da

Internet é oferecido pela Google, que mantém serviços

como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube),

entre muitos outros.

Uma das pequenas diferenças do navegador em

relação aos outros navegadores é a tecla de atalho

para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é

F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de

pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se

você acessar pelo Google Chrome.

Outro recurso especialmente útil do Chrome é o

Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de teclado

Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador

não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas

poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.

Alguns recursos do navegador são ‘emprestados’

do site de buscas, como a tradução automática de

páginas pelo Google Tradutor.

É possível compartilhar o uso do navegador com

outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que

cada uma tenha suas próprias configurações e arquivos.

O navegador Google Chrome possui níveis diferentes

de acessos, que podem ser definidos quando o

usuário conecta ou não em sua conta Google.

• Modo Normal: sem estar conectado na conta Google,

o navegador armazena localmente as informações

da navegação para o perfil atual do sistema

operacional. Todos os usuários do perfil, poderão

consultar as informações armazenadas.

• Modo Normal conectado na conta Google: o

navegador armazena localmente as informações

da navegação e sincroniza com outros dispositivos

conectados na mesma conta Google.

• Modo Visitante: o navegador acessa a Internet,

mas não acessa as informações da conta Google

registrada.

• Modo de Navegação Anônima: o navegador acessa

a Internet e apaga os dados acessados quando a

janela é fechada.

Importante!

A navegação anônima é um recurso que muitos

usuários utilizam para aumentar a sua privacidade

enquanto navega na Internet. Entretanto, ela

não te deixa anônimo. As informações acessadas

serão registradas em dispositivos na rede e

pelos servidores que foram acessados.

O navegador Google Chrome, quando conectado

em uma conta Google, permite que a exclusão do histórico

de navegação seja realizada em todos os dispositivos

conectados. Esta funcionalidade não estará

disponível, caso não esteja conectado na conta Google.

Como já dito, um dos atalhos de teclado diferente

no Google Chrome em comparação aos demais navegadores

é F6. Para acessar a barra de endereços nos

outros navegadores, pressione F4. No Google Chrome

o atalho de teclado é F6.

Para verificar a versão atualmente instalada do

Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois

“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pendentes,

elas serão instaladas. Se as atualizações foram

instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.

Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos

mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,

com as mesmas credenciais de login.

O Google Chrome permite a personalização com

temas, que são conjuntos de imagens e cores combinadas

para alterar a visualização da janela do aplicativo.

Conceitos e funções válidas para todos os

navegadores

• Modo normal de navegação – as informações

serão registradas e mantidas pelo navegador. Histórico

de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários,

Formulários, Favoritos e Downloads.

• Modo de navegação anônima – as informações

de navegação serão apagadas quando a janela for

fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão

mantidos.

• Dados de formulários – informações preenchidas

em campos de formulários nos sites de Internet.

• Favoritos – endereços URL salvos pelo usuário

para acesso posterior. Os sites preferidos do usuário

poderão ser exportados do navegador atual e

importados em outro navegador de Internet.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

203


204

• Downloads – arquivos transferidos de um servidor

remoto para o computador local. Os gerenciadores

de downloads permitem pausar uma

transferência ou buscar outras fontes caso o arquivo

não esteja mais disponível.

• Uploads – arquivos enviados do computador local

para um servidor remoto.

• Histórico de navegação – são os endereços URL

acessados pelo navegador em modo normal de

navegação.

• Cache ou arquivos temporários – cópia local dos

arquivos acessados durante a navegação.

• Pop-up – janela exibida durante a navegação para

funcionalidades adicionais ou propaganda.

• Atualizar página – acessar as informações armazenadas

na cópia local (cache).

• Recarregar página – acessar novamente as informações

no servidor, ignorando as informações

armazenadas nos arquivos temporários.

• Formato PDF – os arquivos disponíveis na Internet

no formato PDF podem ser visualizados

diretamente no navegador de Internet, sem a

necessidade de programas adicionais.

Recursos de sites, combinados com os navegadores

de Internet

• Cookies – arquivos de texto transferidos do servidor

para o navegador, com informações sobre

as preferências do usuário. Eles não são vírus de

computador, pois códigos maliciosos não podem

infectar arquivos de texto sem formatação.

• Feeds RSS – quando o site oferece o recurso RSS,

o navegador receberá atualizações para a página

assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre

sites para troca de conteúdo.

• Certificado digital – os navegadores podem utilizar

chaves de criptografia com mais de 1024 bits,

ou seja, aceitam certificados digitais para validação

de conexões e transferências com criptografia

e segurança.

• Corretor ortográfico – permite a correção dos

textos digitados em campos de formulários, a partir

de dicionários on-line disponibilizados pelos

desenvolvedores dos navegadores.

Atalhos de teclado

• Para acessar a barra de endereços do navegador,

pressione F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome é F6.

• Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N.

• Para abrir uma nova janela anônima no Microsoft

Edge ou Google Chrome, pressione Ctrl+Shift+N. No

Internet Explorer e Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P.

• Para fechar uma janela, pressione Alt+F4.

• Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T.

• Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W.

• Para reabrir uma guia fechada, pressione

Ctrl+Shift+T.

• Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar

Ctrl + = (igual)

• Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar

Ctrl + - (menos)

• Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero)

• Para acessar a página inicial do navegador

– Alt+Home

• Para visualizar os downloads em andamento ou

concluídos – Ctrl+J.

• Localizar um texto no conteúdo textual da página

– Ctrl+F.

• Atualizar a página – F5

• Recarregar a página – Ctrl+F5

Nos navegadores de Internet, os links poderão ser

abertos de 4 formas diferentes.

• clique - abre o link na guia atual

• clique + CTRL - abre o link em uma nova guia

• clique + SHIFT - abre o link em uma nova janela

• clique + ALT - faz download do arquivo indicado

pelo link.

Importante!

A Fundação VUNESP questiona regularmente as

teclas de atalhos, endereços URL e uso do site

de pesquisas Google. Para todos estes itens, a

dica é: pratique. Faça no seu computador, veja o

resultado e será mais fácil a sua memorização.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Uma atividade muito comum a

usuários que navegam na internet é localizar textos

numa página. O atalho por teclado que permite localizar

textos numa página sendo exibida por meio do

Google Chrome 67, em sua configuração padrão, é:

a) Ctrl + B

b) Ctrl + P

c) Ctrl + F

d) Ctrl + H

e) Ctrl + J

Ctrl+F (Find) é para localizar uma ocorrência de

texto no conteúdo textual da página em exibição.

Ctrl+B é a Barra de Favoritos, com botões para os

links preferidos do usuário. Ctrl+P é para Imprimir.

Ctrl+H é o Histórico de navegação, como os endereços

dos sites visitados. Ctrl+J é para lista de Downloads,

exibindo os arquivos que foram baixados da

Internet. Resposta: Letra C.

2. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa que correlaciona

corretamente um atalho por teclado no Google

Chrome versão 78, em sua configuração padrão, com

sua respectiva funcionalidade.

a) Ctrl + J: exibir o histórico de páginas acessadas.

b) Ctrl + T: abrir nova aba de navegação.

c) Ctrl + P: abrir nova aba de navegação.

d) Ctrl + N: imprimir página.

e) Ctrl + F: exibir o histórico de páginas acessadas.

Ctrl + T: abrir nova aba (tab) de navegação.

Ctrl + H: exibir o histórico (history) de páginas

acessadas.

Ctrl + J: exibir o histórico de arquivos transferidos

para o computador (downloads).

Ctrl + P: imprimir (print) página.


Ctrl + N: abrir uma nova (new) janela de navegação.

Ctrl + F: localizar (find) uma ocorrência de texto no

conteúdo textual da página. Resposta: Letra B.

3. (VUNESP – 2020) No Internet Explorer 11, em sua

configuração padrão, o atalho por teclado usado para

selecionar o endereço da barra de endereços é:

a) f1

b) f4

c) f5

d) f6

e) f9

O Internet Explorer é o navegador padrão do Windows

7, e terminou na versão 11. No Windows 10

temos o navegador Microsoft Edge, e o Internet

Explorer se tornou apenas um app (usado para

acessar sites antigos, em modo de compatibilidade).

O navegador Internet Explorer permite selecionar

o endereço na Barra de Endereços com a tecla de

atalho F4.

F1 é para Ajuda e F5 é para Atualizar.

A tecla F6 seleciona o endereço da barra de endereços

no navegador Google Chrome, não no Internet

Explorer. Resposta: Letra B.

4. (VUNESP – 2019) É cada vez mais comum o uso de

sistemas corporativos on-line, desse modo, o conjunto

de sites e sistemas acessados com frequência é cada

vez maior. O recurso do Google Chrome versão 67, em

sua configuração padrão, usado para cadastrar e organizar

sites visitados com frequência é

a) Página Inicial.

b) Favoritos.

c) Histórico.

d) Downloads.

e) Conteúdo.

CONCEITOS DE URL

Na Internet, as informações (dados) são armazenadas

em arquivos nos servidores de Internet. Os

servidores são computadores, que utilizam pastas ou

diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao

acessarmos uma informação na Internet, estamos

acessando um arquivo. Mas como é a identificação

deste arquivo? Como acessamos estas informações?

Através de um endereço URL.

O endereço URL (Uniform Resource Locator) que

define o endereço de um recurso na rede. Na sua tradução

literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e

possui a seguinte sintaxe:

protocolo://máquina/caminho/recurso

• ‘protocolo’ é a especificação do padrão de comunicação

que será usado na transferência de dados.

Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol –

protocolo de transferência de hipertexto), ou https

(Hyper Text Transfer Protocol Secure – protocolo

seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File

Transfer Protocolo – protocolo de transferência de

arquivos), entre outros.

• ‘://’ faz parte do endereço URL, para identificar

que é um endereço na rede, e não um endereço

local como ‘/’ no Linux ou ‘:\’ no Windows.

• ‘máquina’ é o nome do servidor que armazena a

informação que desejamos acessar.

• ‘caminho’ são as pastas e diretórios onde o arquivo

está armazenado.

• ‘recurso’ é o nome do arquivo que desejamos

acessar.

Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas

características.

Favoritos são os links das páginas preferidas do

usuário.

A página inicial do navegador Google Chrome informa

os links das páginas mais acessadas, porém sem

possibilidade de organização. Histórico são os sites

visitados, ordenados cronologicamente. Downloads

são os arquivos copiados de um servidor remoto

para o computador local. Resposta: Letra B.

5. (VUNESP – 2019) Um usuário da Internet acessou o

site da prefeitura de sua cidade para obter a segunda

via do boleto do IPTU cujo pagamento estava atrasado.

Depois de obter a segunda via do boleto e realizar

seu pagamento, o usuário retornou ao site da prefeitura

para entregar a cópia eletrônica do comprovante

desse pagamento e regularizar sua situação. No âmbito

da Internet, as operações de obter a segunda via do

boleto e de entregar a cópia eletrônica do comprovante

de pagamento são chamadas, respectivamente, de

a) Attachment e Reply.

b) Download e Upload.

c) Download e Upgrade.

d) Update e Backup.

e) Reload e Settings.

Ao baixar um arquivo da Internet, fazemos um

download (da segunda via do documento). Ao enviar

um documento (comprovante de pagamento), estamos

fazendo um upload. Resposta: Letra B.

ENDEREÇO URL

FICTÍCIO

http://www.abc.

com.br/

https://mail.abc.

com/caixas/inbox/

ftp://ftp.abc.gov.br/

edital.pdf

CARACTERÍSTICAS

Usando o protocolo http, acessaremos

o servidor abc, que

é comercial (.com), no Brasil

(.br). Acessaremos a divisão

multimídia (www) com arquivos

textuais, vídeos, áudios e

imagens. O recurso acessado

é o index.html, entendido automaticamente

pelo navegador,

por não ter nenhuma especificação

de recurso no fim.

Usando o protocolo https, acessaremos

o servidor abc, que é

comercial (.com) e pode estar

registrado nos Estados Unidos.

Acessaremos o diretório caixas,

subdiretório inbox. Acessaremos

o serviço mail no servidor.

Usando o protocolo de transferência

de arquivos ftp, acessaremos

o servidor ftp da instituição

governamental (gov) brasileira

(br) chamada abc, que disponibiliza

o recurso edital.pdf.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

205


206

Outra forma de analisar um endereço URL é na

sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites

na Internet, nos deparamos com aquelas combinações

de símbolos que não parecem legíveis. Mas como tudo

na Internet está padronizado, vamos ver as partes de

um endereço URL ‘completão’.

Confira:

esquema://domínio:porta/caminho/recurso?-

querystring#fragmento

Onde ‘esquema’ é o protocolo que será usado na

transferência.

• ‘domínio’ é o nome da máquina, o nome do site.

• ‘:’ e ‘porta’, indica qual, entre as 65536 portas TCP

será usada na transferência.

• ‘caminho’ indica as pastas no servidor, que é um

computador com muitos arquivos em pastas.

• ‘recurso’ é o nome do arquivo que está sendo

acessado.

• ‘?’ é para transferir um parâmetro de pesquisa,

usado especialmente em sites seguros.

• ‘#’ é para especificar qual é a localização da informação

dentro do recurso acessado (marcas)

Exemplo:

https://outlook.live.com:5012/owa/

hotmail?path=/mail/inbox#open

esquema: https://

domínio: outlook.live.com

porta: 5012

caminho: /owa/

recurso: hotmail

querystring: path=/mail/inbox

fragmento: open

Quando o usuário digita um endereço URL no seu

navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –

servidor de nomes de domínios) será contactado para

traduzir o endereço URL em número de IP. A informação

será localizada e transferida para o navegador

que solicitou o recurso.

Usuário

Endereço URL

Servidor DNS

Internet

Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas

os dados são armazenados em servidores web com números de

IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a

navegação na Internet.

Dica

Os endereços URLs apontam para recursos na

rede, que na verdade são arquivos. Os servidores

são computadores e todos os dados armazenados

neles são arquivos. As pastas são identificadas

no endereço URL como o caminho, dentro da

árvore de diretórios do servidor.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Ao clicar em um link de uma página

da web, o usuário notou que o início da URL passou de

https:// para http://. Essa alteração indica que a conexão

com a página da web será

a) criptografada.

b) disponibilizada por um servidor fora do país.

c) tarifada à parte do plano de dados disponível para

acesso à internet.

d) feita por um navegador de internet diferente.

e) realizada de forma não segura.

Quando um endereço de URL inicia com a identificação

de esquema ou protocolo https://, indica que

é uma página segura e que as transferências serão

criptografadas. Se o endereço tem esquema ou protocolo

http://, indica que a navegação está sendo

realizada de forma não segura. Resposta: Letra E.

2. (VUNESP – 2020) Considere o seguinte endereço:

https://www.camara.bragancapaulista.gov.br

Ao acessar esse endereço, um usuário estará acessando

uma página

a) sem recurso de criptografia.

b) que utiliza criptografia.

c) via correio eletrônico.

d) com padrão incorreto ao usar www junto com https.

e) falsa, pois o navegador mostra isso ao colocar https

antes de www.

Quando o endereço URL inicia com a identificação de

protocolo https, indica que estamos acessando uma

informação com sistema de criptografia. A criptografia

é uma técnica usada para proteger as informações

que são enviadas do servidor para o cliente.

Caso a comunicação seja interceptada, o invasor que

não possua a chave de codificação, não conseguirá

ler o que foi transmitido. Resposta: Letra B.

3. (VUNESP – 2019) Um usuário de internet clicou em

um link no navegador que o encaminhou ao seguinte

endereço:

https://google.com.busca.co/

search?q=quem+descobriu+o+brasil

Com base apenas nesse endereço, pode-se afirmar

que a página visitada

a) não será acessada por meio de um canal de comunicação

seguro.

b) somente pode ser acessada através de um smartphone.

c) requer autenticação para ser acessada.

d) não está no domínio “google.com”.

e) está hospedada em um servidor dentro do território

brasileiro.

A Internet é a rede mundial de computadores, que

armazena informações que são indexadas por

mecanismos de pesquisas, como o Google Buscas.

As informações armazenadas estão em servidores

web, e o acesso se dá através de uma URL (Uniform

Resource Locator - localizador padrão de recursos),

que é um endereço web.


O endereço URL informado na questão é uma página

segura (https), na máquina Busca.co (google.

com.busca.co), pesquisando (search) a sequência

(query quem+descobriu+o+brasil). Não é uma página

da Google.

A letra A está errada, pois conforme observado, é

um endereço iniciado em https.

A letra B está errada, pois as URLs podem ser acessadas

por quaisquer dispositivos conectados à Internet.

A letra C está errada por indefinição. Somente com o

endereço URL informado na questão não é possível

afirmar que seja uma página que exija autenticação

do usuário.

A letra E está errada, pois o domínio de primeiro

nível identificado com .co indica o país Colômbia.

Resposta: Letra D.

A URL acessada ao clicar no local onde se vê o cursor

do mouse será:

a) https://www.vunesp.com.br/PMGR1805/Inscricao

b) https://www.vunesp.com.br/PMGR1805

c) INSCREVA-SE

d) PMGR1805

e) RECURSOS

Ao clicar em “Inscreva-se”, o usuário acessará o endereço

URL https://www.vunesp.com.br/PMGR1805/

Inscricao. Ao apontarmos para um hiperlink na página,

o verdadeiro endereço URL será exibido na barra

de status do navegador. Resposta: Letra A.

4. (VUNESP – 2019) Considere o seguinte endereço em URL:

http://www.teste.com/aranha/pencil.html

Sendo http o protocolo utilizado, as demais partes

desse endereço URL significam:

a) www.teste.com é o documento buscado; aranha é o

nome do servidor e pencil.html é o diretório alvo do

endereço.

b) www.teste.com é o servidor; aranha é o diretório alvo

do endereço e pencil.html é o documento buscado.

c) www.teste.com é o programa fonte; aranha é o compilador

do programa fonte e pencil.html é o documento

a ser gerado.

d) www.teste.com é o tipo de conexão; aranha é a porta

de entrada do servidor e pencil.html é o domínio do

servidor.

e) www.teste.com é o recurso buscado; aranha é o documento

a ser exibido e pencil.html é o tipo de conexão.

Para o endereço URL http://www.teste.com/aranha/

pencil.html temos:

http://www.teste.com/aranha/pencil.html (protocolo)

http://www.teste.com/aranha/pencil.html (máquina

ou servidor)

http://www.teste.com/aranha/pencil.html (caminho,

pasta ou diretório no servidor)

http://www.teste.com/aranha/pencil.html (recurso

ou alvo)

www.teste.com é o servidor; aranha é o diretório

alvo do endereço e pencil.html é o documento buscado.

Resposta: Letra B.

5. (VUNESP – 2019) A imagem a seguir mostra uma

página aberta por meio do Google Chrome, versão 67,

em sua configuração padrão.

LINKS

Transferência de Informação e Arquivos

Cada sistema operacional tem o seu sistema de

arquivos, para endereçamento das informações armazenadas

nos discos de armazenamento. Diretamente,

não é possível a comunicação ou leitura destes dados.

A família de protocolos TCP/IP procura normatizar

o envio e recebimento das informações entre dispositivos

conectados em rede, através dos protocolos de

transferência. Um protocolo é um padrão de comunicação,

uma linguagem comum aos dois dispositivos

envolvidos na comunicação, que possibilita a transferência

de dados.

Alguns dos principais protocolos de transferência

de arquivos são:

• HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo

de transferência de hipertextos.

• HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:

protocolo seguro de transferência de hipertextos.

• FTP – File Transfer Protocol: protocolo de transferência

de arquivos.

• SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protocolo

simples de transferência de e-mail.

Conhecer o funcionamento dos protocolos de

Internet auxilia na compreensão das tarefas cotidianas

que envolvem as redes de computadores. Mensagens

de erros, problemas de conexão, instabilidades

e problemas de segurança da informação se tornam

mais claros para quem conhece os protocolos e seu

funcionamento.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

207


• HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo

de transferência de hipertextos.

Opera pela porta TCP 80

Transfere arquivos HTML (Hyper Text Markup

Language – linguagem de marcação de hipertextos).

Protocolo mais utilizado para navegação, tanto na

Internet como na Intranet.

As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo

navegador de Internet, que exibe o conteúdo.

Arquivos HTML podem ser produzidos em editores

de textos sem formatação (como o Bloco de Notas)

ou em editores de textos completos (como o Microsoft

Word).

FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos

Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)

Cliente

Web

FTP – Comando OPEN (iniciar

transferência)

FTP – Comando PUT (para upload,

adicionar arquivos)

FTP – Comando GET (para download,

baixar arquivos)

FTP – dados transferidos para a

solicitação GET

FTP – comando CLOSE

(finalizar transferência)

Servidor

Web

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos

Porta TCP 80

Cliente

Web

HTTP – request (requisição)

HTTP – response (resposta)

Servidor

Web

• HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:

protocolo seguro de transferência de hipertextos.

Opera pela porta TCP 443

Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML, etc.

Protocolo mais utilizado para navegação segura,

tanto na Internet como na Intranet.

As tags (comandos) HTML não mudam, mas possuem

comandos adicionais (scripts) que complementam

a exibição de conteúdo específico.

Utiliza criptografia, acionando camadas adicionais

como SSL e TLS na conexão.

• SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo

simples de transferência de e-mail.

Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou 2525.

A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é bloqueada

pela maioria dos servidores, para evitar spam.

A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS

(camada adicional de segurança).

A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP sobre

SSL), mas foi reatribuída e depreciada.

A porta 2525 não é uma porta oficial, mas muito

usada por provedores para substituir a porta 587,

quando ela estiver bloqueada.

Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o

servidor, e de um servidor para outro servidor.

SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência Simples de

E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro

de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443

SMTP – enviar

e-mail

SMTP – enviar

e-mail

208

Cliente

Web

HTTPS – request (requisição)

Identidade confirmada

HTTPS – certificado digital

HTTPS – response (resposta)

Servidor

Web

O protocolo HTTPS é o mais questionado em provas

de concursos, tanto em Conceitos de Internet e

Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,

como em Segurança da Informação.

• FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transferência

de arquivos.

Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e

outra para comandos (21).

Transfere qualquer tipo de informação.

Pode transferir em modo byte a byte (arquivos de

textos) ou bit a bit (arquivos executáveis).

Os navegadores de Internet possuem suporte para

acesso aos servidores FTP.

O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado

ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais

rápida que nos navegadores de Internet.

Pode utilizar criptografia.

O modo anônimo caiu em desuso, e poucos servidores

FTP ainda aceitam conexão anônima.

Cliente

E-mail

Dica

Servidor

E-mail

Servidor

E-mail

O protocolo https é o mais questionado em provas

de concursos públicos. Implementa segurança

na conexão, possibilitando a troca de dados

segura entre o cliente e o servidor.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2019) Um usuário está navegando na Internet

por diferentes sites usando navegador Google Chrome

versão 76, em sua configuração original. Ao clicar

com botão principal do mouse no ícone Home, o navegador

imediatamente abre ________ a página inicial configurada

e é _________ o histórico de navegação.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as

lacunas.

a) em outra guia ... mantido

b) na mesma guia ... apagado

c) na mesma guia ... mantido

d) em uma nova janela do Google Chrome ... mantido

e) em outra guia ... apagado


Os navegadores de Internet possuem um endereço

URL definido como página inicial, ou Home.

Quando o usuário aciona o ícone Home ou pressiona

o atalho de teclado Alt+Home, o navegador

exibirá na mesma guia a página inicial definida no

navegador. O histórico de navegação, registrado até

o momento, será mantido. Resposta: Letra C.

2. (VUNESP – 2019) Um novo usuário da Internet notou

que, clicando com o mouse sobre determinadas palavras

do texto, seria direcionado a outras páginas Web.

Assinale a alternativa contendo o nome do endereço

associado às palavras que permitem o direcionamento

para outras páginas.

a) Copyright

b) Download

c) Keyword

d) Hashtag

e) Hyperlink

Uma hiperligação, ou simplesmente uma ligação

(também conhecida em português pelos correspondentes

termos ingleses, hyperlink e link), é uma

referência num documento em hipertexto a outras

partes deste documento ou a outro documento. A

palavra inglesa link entrou na língua portuguesa

por via de redes de computadores (em especial a

Internet), servindo de forma curta para designar

as hiperligações do hipertexto. O seu significado é

“atalho”, “caminho” ou “ligação”. Através dos links

é possível produzir documentos não lineares interconectados

com outros documentos ou arquivos a

partir de palavras, imagens ou outros objetos. Resposta:

Letra E.

3. (VUNESP – 2019) Tem-se a imagem a seguir, extraída

parcialmente do site da Câmara Municipal de Tatuí,

com o ponteiro do mouse sobre o link de Regimento

Interno.

Se fosse de um arquivo PDF, o endereço URL informaria

o nome do arquivo terminando com a extensão

PDF. Se o clique no link for realizado com a tecla

ALT pressionada, e o link ser um arquivo PDF, então

será realizado o download dele para o computador

do usuário. Resposta: Letra D.

4. (VUNESP – 2018) Em uma determinada página na

web, encontra-se um link com o texto “https://portal.

fazenda.sp.gov.br”. Ao clicar nesse link, o navegador

a) irá abrir um site protegido por senha, porque utiliza o

protocolo HTTPS.

b) irá abrir um site seguro, porque utiliza o protocolo

HTTPS.

c) poderá abrir qualquer site, usando protocolos HTTP

ou HTTPS, pois o texto não reflete, necessariamente, a

URL do link.

d) irá abrir um site com conteúdo seguro, porque o site é

do governo.

e) irá abrir um site do governo com conteúdo

criptografado.

O endereço URL “https://portal.fazenda.sp.gov.br”

identifica um website no Brasil (br), do tipo governamental

(gov), do Estado de São Paulo (sp), da Secretaria

da Fazenda e Planejamento (fazenda), página

inicial (portal), que está sendo acessado através de

uma conexão segura com uso de criptografia (https).

Entretanto este não é o endereço URL do link, é

apenas o texto do link. Por trás dele poderá existir

qualquer acesso a site, pois o texto não reflete necessariamente

a URL do link.

O site é seguro, não por ser do governo, mas pelo

protocolo https (letra D). O site é do governo, mas o

conteúdo não é criptografado, apenas as transferências

dos dados são (letra E). Resposta: Letra C.

5. (VUNESP – 2018) Na imagem a seguir, o usuário está

visualizando o resultado da pesquisa “prefeitura de

guararapes sp” realizada no buscador Google, utilizando

o Internet Explorer 11, em sua configuração padrão.

Assinale a alternativa que indica o resultado ao clicar

com o botão principal do mouse.

a) Será aberto o arquivo PDF do Regimento Interno.

b) Será feito o download do Regimento Interno em formato

PDF.

c) Será aberta a janela do aplicativo de correio eletrônico

padrão para que seja enviada uma mensagem para a

Câmara Municipal de Tatuí, com o assunto Regimento

Interno.

d) Será aberta uma página web regular.

e) Será aberta uma janela perguntando ao usuário se ele

deseja abrir ou fazer o download do PDF do Regimento

Interno.

Quando apontamos em um link no navegador, na

barra de status é exibido o endereço URL que será

acessado. O endereço é de uma página web regular.

Quando ele posicionar o mouse sobre um link, por

exemplo, “Prefeitura de Guararapes / SP”, pressionar

o botão secundário do mouse e clicar no item “Copiar

atalho”, ele estará

a) salvando os arquivos da página na Área de Transferência.

b) salvando o endereço do link na Área de Transferência.

c) salvando os arquivos da página na Área de Trabalho.

d) criando um atalho para a página na Área de Trabalho.

e) criando um atalho para a página na pasta Documentos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

209


Ao pressionar o botão secundário do mouse, o menu

de contexto será exibido.

Uma das opções disponíveis é “Copiar atalho”.

Através desta opção, o endereço do link será armazenado

na Área de Transferência, podendo ser colado

em outro local. Resposta: Letra B.

SITES

Os sites, como observado no item Conceitos de

URLs, são localizações na rede.

Um site pode armazenar um conjunto de domínios,

ou pastas, ou arquivos. A primeira página de um

site é o seu índice (index.html, index.php, home.asp,

etc) e a partir dela poderemos acessar as outras informações

armazenadas.

É possível acessar diretamente uma informação,

digitando o seu endereço na Barra de Endereços.

Os recursos de sites acessados pelo usuário serão

armazenados em uma lista, no computador local,

chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico

através das opções de Internet existentes no menu/

função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu

registro, utilizando o modo anônimo de navegação

(Navegação InPrivate).

Os nomes entre os navegadores mudam um pouco,

mas o princípio de funcionamento é semelhante.

Outra diferença é o atalho de teclado associado.

Confira.

• Internet Explorer = Navegação InPrivate (Ctrl+Shift+P)

ArquivoEditarExibir

FavoritosFerramentasAjuda

Excluir Histórico de Navegação

Navegação InPrivate

Ctrl+Shift+Del

Ctrl+Shift+P

• Mozilla Firefox = Nova janela privativa (Ctrl+Shift+P)

Cada informação acessada será copiada para o

computador local, e então exibida rapidamente em

caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo),

através das ferramentas de navegação de páginas do

navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar,

e Alt+seta à direita para Próximo).

Ao pressionar F5, o navegador recarrega a página

armazenada localmente e exibe novamente na janela

do navegador. Os itens diferentes serão confirmados

na sequência.

Ao pressionar Ctrl+F5, toda a página é recarregada

na origem, ignorando a cópia local.

Todos os dados acessados em modo ‘normal’ de

navegação serão copiados para o computador. Acessando

a pasta de arquivos temporários, é possível

recuperar algum arquivo que foi acessado recentemente

e não está disponível no site de origem (como

vídeos, por exemplo).

Os arquivos temporários aceitam o sinal de interrogação

no nome, porque na simbologia dos servidores,

o sinal de interrogação indica que é um item

temporário, que em breve será excluído.

Favoritos

São os links de páginas que o usuário adicionou

em seu bookmarks, dentro de seu navegador web. As

informações de favoritos produzem arquivos LNK

(links, atalhos), armazenados na pasta Favoritos, do

computador local, do usuário.

Os itens existentes em Favoritos não estão disponíveis

em modo off-line, somente quando conectados à

Internet, sujeito à disponibilidade do recurso no servidor.

Páginas dinâmicas (como o Mural de Recados do

Facebook), não serão adicionadas corretamente aos

Favoritos, gerando erro no acesso.

No menu Ferramentas, Opções de Internet, guia

Geral, Excluir Histórico de Navegação, o navegador

sugere manter os dados relacionados aos sites Favoritos,

como cookies e arquivos temporários da Internet

que estejam associados, agilizando a navegação do

usuário nos sites

Para adicionar a página atual, teclar CTRL+D. Para

verificar os itens existentes, teclar CTRL+B.

• Google Chrome = Nova janela anônima (Ctrl+Shift+N)

Nova guia

Nova janela

Nova janela anônima

Ctrl+T

Ctrl+N

Ctrl+Shift+N

• Microsoft Edge = Nova janela InPrivate (Ctrl+Shift+N)

Histórico de navegação

210

Os recursos de sites acessados pelo usuário serão

armazenados em uma lista, no computador local,

chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico

através das opções de Internet existentes no menu/

função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu

registro, utilizando o modo anônimo de navegação

(incógnito).


Internet Explorer = Navegação InPrivate

ArquivoEditarExibir

FavoritosFerramentasAjuda

Excluir Histórico de Navegação

Navegação InPrivate

Ctrl+Shift+Del

Ctrl+Shift+P

Mozilla Firefox = Janela privativa (via menu)

Arquivo Editar Exibir Histórico Favoritos Ferramentas Ajuda

Nova aba

Ctrl+T

Nova janela Ctrl+N

Nova janela privativaCtrl+Shift+P

Google Chrome = Janela anônima

Nova guia

Nova janela

Nova janela anônima

Ctrl+T

Ctrl+N

Ctrl+Shift+N

Cada informação acessada será copiada para o

computador local, e então exibida rapidamente em

caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo),

através das ferramentas de navegação de páginas do

navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar,

e Alt+seta à direita para Próximo).

Todos os dados acessados em modo ‘normal’ de

navegação serão copiados para o computador. Acessando

a pasta de arquivos temporários, é possível

recuperar algum arquivo que foi acessado recentemente

e não está disponível no site de origem (como

vídeos, por exemplo).

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Quando um usuário está utilizando

um browser para navegar pelas páginas da World Wide

Web, é comum que a página indicada por um hyperlink

não exista mais.

Nessa situação, é comum que o browser

a) seja fechado e impedido de ser reaberto por 5 minutos.

b) receba uma mensagem indicando que houve um erro.

c) seja fechado, e o computador do usuário seja reiniciado.

d) tente novos acessos à página em intervalos de 1

segundo.

e) seja fechado, e o computador do usuário seja desligado.

c) hyperlinks.

d) cookies.

e) attachments.

A Internet é a rede mundial de computadores, que

armazena arquivos (recursos) em servidores web,

para serem acessados com navegadores de Internet

(browsers).

Um recurso (arquivo) no servidor é identificado por

um endereço localizador padrão, uma URL.

Quando um navegador de Internet (um cliente web)

acessa um servidor de Internet (site), algumas informações

são transferidas do servidor para o cliente.

Os arquivos das páginas, os códigos associados, as

imagens, áudios, etc. Uma das informações transferidas

do servidor para o cliente é o cookie.

Cookies são arquivos de texto transferidos do servidor

para o cliente, contendo as preferências de

navegação.

Spammers são usuários que enviam spam, mensagens

de correio eletrônico para muitos destinatários,

sem que tenham sido solicitadas.

Pointers se refere a ponteiros. Os ponteiros são usados

em banco de dados, e no caso de sites de Internet

poderá estar associado a consultas realizadas

online em banco de dados na web.

Hyperlinks são ligações de hipertextos. Conhecidos

pela simplificação link, permitem ir para um local

da web a partir de um ponto de partida (clique).

Attachments são anexos, e está relacionado ao contexto

de correio eletrônico. Resposta: Letra D.

3. (VUNESP – 2018) Ao navegar em um website de notícias,

um usuário encontra em uma página web um link

com o seguinte texto:

https://www.servicos.gov.br

Sobre o link, assinale a alternativa correta.

a) O link redireciona a navegação, necessariamente, para

https://www.servicos.gov.br

b) O link redireciona a navegação, necessariamente, para

http://www.servicos.gov.br e imediatamente depois

para https://www.servicos.gov.br

c) O link pode redirecionar a navegação para qualquer site.

d) O conteúdo da página referente a https://www.servicos.gov.br

é seguro devido o protocolo HTTPS utilizado

na URL.

e) O website de notícias que o usuário está navegando

pertence, necessariamente, ao Governo do Brasil.

Ao acessar um link que aponta para um conteúdo

que não existe mais, o navegador informará para

o usuário de que houve um erro. Geralmente é a

mensagem de erro 404, de página (ou arquivo) não

encontrada. Resposta: Letra B.

2. (VUNESP – 2020) Quando um usuário acessa um

site da Internet, é comum que pequenos arquivos de

texto encaminhados pelo site fiquem gravados em

seu computador. Cada vez que o usuário visita o site

novamente, o navegador envia de volta esses arquivos

para o servidor a fim de notificar as atividades prévias

ou preferências do usuário. Ainda que concebidos

para melhorar a navegação nos sites, esses arquivos

podem representar riscos de segurança. Esses pequenos

arquivos são conhecidos como

O texto exibido em uma página de Internet poderá

conter um link para qualquer website. O texto

“https://www.servicos.gov.br” poderá encaminhar o

usuário para o site “https://www.fernandonishimura.

com.br”, se houver sido realizada a devida programação

no código HTML da página. Portanto, antes

de clicar em qualquer link mostrado, deve conferir na

barra de status o verdadeiro endereço para onde será

direcionado após o clique. Resposta: Letra C.

4. (VUNESP – 2018) Quando se realiza uma navegação

na Internet é necessário a digitação de um URL na Barra

de endereço do navegador. Considerando que se esteja

realizando a navegação Internet para acessar uma página

cujo domínio é de uma organização governamental

brasileira, um exemplo correto de URL é:

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) spammers.

b) pointers.

a) ftp://receita.gov.br

b) https://bb.com.br

211


212

c) mailto://fazenda.gov.br

d) http://www.ssp.sp.gov.br

e) http://www.ong.org.br

Uma URL (Uniform Resource Locator) é utilizada

para indicar o endereço de um recurso disponível

em uma rede, seja na Internet ou uma rede local. A

estrutura da URL é composta de protocolo, seguido

dos caracteres :// e do endereço da máquina. ftp

é para um link de upload/download e mailto é da

linguagem de marcação de hipertexto, um comando

para acionar o cliente de e-mail e enviar uma

mensagem de correio eletrônico para o endereço

especificado. O sufixo COM é comercial. Sufixo ORG

é de uma organização não governamental. GOV é de

uma instituição governamental. Resposta: Letra D.

5. (VUNESP – 2018) Na Internet, a função do

_____________________ em uma URL é indicar que o site

é seguro para navegação, ou seja, que será acessado

utilizando um protocolo de transferência de hipertexto

considerado seguro.

Assinale a alternativa contendo a informação que

preenche corretamente a lacuna do enunciado.

a) prefixo http://

b) prefixo https://

c) sufixo .edu.br

d) sufixo .com.br

e) sufixo .org.br

Na Internet, a função do prefixo https:// em uma

URL é indicar que o site é seguro para navegação,

ou seja, que será acessado utilizando um protocolo

de transferência de hipertexto considerado seguro.

http indica um site com navegação normal, que

pode ser inseguro, por não trabalhar com criptografia.

O sufixo edu.br é para indicar um site do tipo

educacional. O sufixo .com.br é para indicar um site

do tipo comercial. O sufixo .org.br é para indicar um

site do tipo organização não governamental. Resposta:

Letra B.

BUSCA

Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa

têm como finalidade apresentar os resultados de

endereços URLs com as informações solicitadas pelo

usuário.

Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft

Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pesquisa

da atualidade. No passado, sites como Cadê,

Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a

acessibilidade das informações existentes na Internet,

indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.

Os sites de pesquisas foram incorporados aos navegadores

de Internet, e na configuração dos browsers

temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite

a busca dos termos digitados diretamente na barra de

endereços do cliente web. Esta funcionalidade transforma

a nossa barra de endereços em uma omnibox

(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os

termos pesquisados anteriormente e oferece sugestões

de termos para completar a pesquisa.

O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como buscador

padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome

têm o Google Buscas como buscador padrão. As configurações

podem ser personalizadas pelo usuário.

Os sites de pesquisas incorporam recursos para operações

cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,

notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line,

efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idioma

para outro, entre inúmeras funcionalidades. Além

do mais, eles também ignoram pontuação, acentuação e

não diferenciam letras maiúsculas de letras minúsculas,

mesmo que sejam digitadas entre aspas.

E além de todas estas características, os sites de

pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (símbolos)

para refinar os resultados e comandos para

selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos concursos

públicos, estes são os itens mais questionados.

Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais

de concursos públicos, esta parte você consegue praticar,

até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos

e comandos nas suas pesquisas na Internet, e

visualize os resultados obtidos.

SÍMBOLO USO EXEMPLO

Aspas

duplas

Menos ou

traço

Til (acento)

Asterisco

Cifrão

Dois

pontos

Arroba

Hashtags

Pesquisa exata, na

mesma ordem que

forem digitados os

termos.

Excluir termo da

pesquisa.

Pesquisar

sinônimos.

Substituir termos

na pesquisa, para

pesquisar ‘inscrições

encerradas’, e

‘inscrições abertas’,

e ‘inscrições suspensas’,

etc.

Pesquisar por

preço.

Intervalo de datas

ou preço.

Pesquisar em redes

sociais.

Pesquisar nas

marcações de

postagens.

“Nova

Concursos”

concursos

–militares

concursos

~públicos

inscrições *

celulares $1000

campeão

1980..1990

@Instagram

novaconursos

#informática

COMANDO USO EXEMPLO

site:

filetype:

define:

Resultados de apenas

um site.

Somente um tipo de

arquivo.

Definição de um

termo.

livro site:www.uol.

com.br

apostila

filetype:pdf

define:smtp

intitle: No título da página. intitle:concursos

inurl:

No endereço URL da

página.

inurl:nova


COMANDO USO EXEMPLO

time:

Pesquisa o horário

em determinado

local.

time:japan

related: Sites relacionados. related:uol.com.br

cache:

link:

Versão anterior do

site.

Páginas que contenham

link para

outras.

cache:uol.com.br

link:novaconcursos

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2019) A Internet disponibiliza grande

quantidade de informações por meio de inúmeros

sites. Para encontrar uma informação de seu interesse,

um usuário da Internet pode utilizar um Buscador

ou Site de Busca. Buscadores são sites que operam

programas de computador que procuram informações

contidas nas páginas de outros sites da Internet,

baseando-se em palavras informadas pelo usuário.

Assinale a alternativa que contém apenas sites de

busca de informações em operação na Internet.

location:

Informações de um

determinado local.

location:méxico

terremoto

Os comandos são seguidos de dois pontos e não possuem

espaço com a informação digitada na pesquisa.

O site de pesquisas Google também oferece respostas

para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing oferece

mecanismos similares.

As possibilidades são quase infinitas, pois os assistentes

digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)

permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos

de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.

PEDIDO USO EXEMPLO

traduzir ... para

lista telefônica:número

código da ação

clima localidade

código do voo

Google Tradutor.

Páginas com o

telefone.

Cotação da bolsa

de valores.

Previsão do

tempo.

Status de um

voo (viagens).

traduzir maçã

para japonês

Lista telefônica:99999-9999

GOOG

clima são paulo

ba247

Os resultados apresentados pelas pesquisas do

site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura

filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando

a sua exibição. Quando desativado, os resultados de

conteúdo adulto serão exibidos normalmente.

No Microsoft Bing, na página do buscador www.

bing.com, acesse o menu no canto superior direito e

escolha o item Pesquisa Segura.

No Google, na página do site do buscador www.

google.com, acesse o menu Configurações no canto

inferior direito e escolha o item Configurações de

Pesquisa.

Importante!

As bancas costumam questionar funcionalidades

do Microsoft Bing que são idênticas às

funcionalidades do Google Buscas. Ao inserir o

nome do navegador da Microsoft na questão, a

banca procura desestabilizar o candidato com a

dúvida acerca do recurso questionado.

a) Achei e AltaLista.

b) Baidu e King.

c) DuckTale e Yuppie.

d) Google e Yahoo.

e) Ping e Bing.

São buscadores de Internet o site de pesquisas Google,

o Yahoo, e o Microsoft Bing. Estes são os principais

sites de pesquisas.

Achei foi um site de pesquisas, adquirido pelo Yahoo

no início dos anos 2000. Altalista não existe, mas

existiu o AltaVista, da empresa Digital, que também

foi incorporado pelo Yahoo. Baidu é uma grande

empresa chinesa, mas o mecanismo de pesquisas

está restrito ao território da República Popular da

China. Ping é um comando de redes para verificar a

conectividade e resposta de um dispositivo. Resposta:

Letra D.

2. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa que apresenta

a forma de pesquisa mais restritiva a ser feita no

site do Google.

a) prefeitura municipal da estância de Cananéia

b) “prefeitura municipal da estância de Cananéia” site:www.cananeia.sp.gov.br

c) “prefeitura municipal da estância de Cananéia”

d) prefeitura municipal da *

e) prefeitura Cananéia

Pesquisar entre aspas exige que todos os resultados

tenham as palavras informadas na mesma sequência

em que foram digitadas. O comando site: é para

restringir as buscas somente a um endereço. Portanto,

obtemos a pesquisa mais restrita, com apenas

1.350 resultados, aproximadamente.

A letra A apresentará resultados de páginas que

contenham qualquer uma das palavras digitadas

(Aproximadamente 49.600 resultados).

A letra C exibe somente os resultados com todas

as palavras na sequência informada entre aspas

(Aproximadamente 5.980 resultados).

A letra D exibe sites que contenham as palavras

“prefeitura”, e/ou “municipal”, e/ou “da”, e qualquer

palavra a seguir. Portanto é a mais abrangente

de todas (com aproximadamente 421.000.000

resultados).

A letra E pesquisa qualquer uma das duas palavras

(Aproximadamente 132.000 resultados). Resposta:

Letra B.

3. (VUNESP – 2019) Um usuário da Internet deseja utilizar

um site de pesquisa, como o Google ou o Bing,

para realizar a busca dos sites que contenham a

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

213


palavra “Troia”. No entanto, deseja receber apenas os

resultados que não contenham a palavra “guerra” e

que contenham a expressão “software malicioso”. A

expressão a ser digitada no local adequado do site é:

a) Troia #guerra #software malicioso#

b) Troia $guerra (software malicioso)

c) Troia !guerra [software malicioso]

d) Troia %guerra {software malicioso}

e) Troia -guerra “software malicioso”

No site de pesquisas Google, entre aspas determina

que a busca deverá ser com os termos exatamente

na mesma sequência em que foram digitados. No

site de pesquisas, o traço junto a uma palavra exclui

o item da pesquisa.

Troia -guerra “software malicioso”

Pesquise Troia, com “software malicioso” mas sem

a palavra guerra. Resposta: Letra E.

As aspas são usadas nas pesquisas do Google para

obtermos resultados de uma correspondência exata.

Para combinar pesquisas, pode usar o sinal de

mais. Para pesquisar em um site específico, comando

site:. Para pesquisar sites relacionados, comando

related:. Para pesquisar hashtags, que são marcadores

de postagens em redes sociais, é só digitar a

hashtag desejada. Resposta: Letra A.

IMPRESSÃO DE PÁGINAS

O navegador de Internet poderá imprimir a página

que está sendo acessada, se for possível (existem páginas

com restrições impostas por scripts Java).

No Internet Explorer, é possível escolher as opções

de configuração de página, disponíveis no menu

Arquivo, Configurar página (imagem a seguir).

4. (VUNESP – 2019) Um usuário fez uma pesquisa no

site Google e um dos resultados é apresentado na

imagem a seguir.

Assinale a alternativa com o termo de pesquisa que foi

utilizado.

a) prefeitura dois corregos

b) “prefeitura de dois corregos”

c) prefeitura de dois corregos -concurso

d) “municipio de dois corregos”

e) -prefeitura -dois -corregos

No site de pesquisas Google, entre aspas determina

que a busca deverá ser com os termos exatamente

na mesma sequência em que foram digitados. Se

aspas, os termos serão pesquisados em qualquer

ordem. Resposta: Letra A.

a) prefeitura dois córregos (páginas que contenham

as 3 palavras, em qualquer ordem)

b) “prefeitura de dois corregos” (páginas que contenham

as 3 palavras, na ordem digitada)

c) prefeitura de dois corregos -concurso p á g i n a s

sem a palavra concurso (sinal de menos exclui o item)

d) “municipio de dois corregos” (páginas que contenham

as 3 palavras, na ordem digitada)

e) -prefeitura -dois -corregos (páginas que não contenham

nenhuma das 3 palavras). Resposta: Letra A.

Configurar página, do Internet Explorer

A configuração da página do Internet Explorer

para impressão está dividida nas configurações para

Opções do papel, Margens, Cabeçalhos e Rodapé. Possuem

três partes (semelhante ao Microsoft Excel),

sendo esquerda, centro e direita. Em cada local é possível

incluir uma informação (e personalizar a fonte

utilizada).

O Mozilla Firefox não possui uma tela própria para

impressão, e utiliza a mesma janela do sistema operacional

instalado no computador.

5. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que contém a

função das aspas duplas ao se realizar uma pesquisa

no site de pesquisa do Google, como em: “Câmara de

Vereadores de Piracicaba”.

214

a) Pesquisar uma correspondência exata.

b) Combinar pesquisas.

c) Pesquisar um site específico.

d) Combinar sites relacionados.

e) Pesquisar hashtags.


Imprimir, do Mozilla Firefox

a) –1–9

b) –1,–9

c) [1],2–8,[9]

d) 2–8

e) 2,8

Para especificar um intervalo de páginas para

serem impressas, usamos o traço, que significa ATÉ.

Para especificar página por página, separamos com

vírgulas. Resposta: Letra D.

Janela de impressão do Google Chrome

Caso seja selecionado o item “Gráficos de segundo

plano”, as imagens e propagandas serão impressas

também. Caso seja selecionado “Apenas seleção”,

somente a região selecionada será impressa.

Opcionalmente é possível salvar a página como

PDF, muito útil para gravar as informações que seriam

impressas em um arquivo PDF no computador. O

arquivo PDF, formato do Adobe Acrobat, reproduz

exatamente o que seria impresso no papel.

Dica

Entre os tópicos do edital, este é um dos recursos

menos questionados. De acordo com a

impressora que o usuário possui, alguns recursos

adicionais poderão aparecer na caixa de

diálogo de impressão, acionada pelo atalho de

teclado Ctrl+P.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

3. (VUNESP – 2019) No Google Chrome, na sua configuração

padrão, para salvar em pdf uma página web que

está sendo visitada, é necessário alterar a seguinte

opção da janela Imprimir:

a) Páginas.

b) Layout.

c) Arquivo.

d) Salvar.

e) Destino.

Ao acessarmos um site na Internet, o navegador exibe

para nós o conteúdo de uma página web.

Uma página da web (Internet) é um arquivo HTML,

com códigos que permitem a exibição do conteúdo

de hipertexto em um navegador de Internet.

Podemos salvar como PDF, mas deveremos fazer

através da opção Imprimir, Salvar como PDF.

O usuário precisa alterar o destino, para que possa

salvar a página atual como PDF, através da janela

de impressão do Google Chrome. Resposta: Letra E.

4. (VUNESP – 2016) Observe os parâmetros de impressão

utilizados pelo usuário para imprimir o conteúdo

da página da Câmara de Itápolis, acessada por meio do

Google Chrome, apresentados parcialmente na figura.

1. (VUNESP – 2019) Um usuário navegando na internet

por meio do Internet Explorer 11, em sua configuração

padrão, encontrou uma foto de uma situação suspeita

que precisa ser verificada e deseja imprimir a página.

O atalho por teclado usado para imprimir a página é

a) Ctrl + I

b) Ctrl + M

c) Ctrl + P

d) Ctrl + J

e) Ctrl + N

Ctrl+P é para Imprimir. Ctrl+I é a lista de Favoritos,

Ctrl+J para Downloads e Ctrl+N para nova janela.

Resposta: Letra C.

2. (VUNESP – 2020) Ao visitar um web site usando o

navegador Google Chrome, versão 78, em sua configuração

original, o usuário pressionou as teclas CTRL+P

para imprimir o conteúdo. Na visualização da impressão,

o usuário percebeu que há 9 páginas para se

imprimir. Assinale a alternativa que indica como deve

ser preenchido o campo sublinhado, com a opção Personalizado

selecionada, para que se imprima apenas

as páginas 2 a 8.

Sabendo-se que no total existem oito páginas, assinale

a alternativa que contém as páginas que serão

impressas.

a) 2, 3, 5, 6, 7 e 8.

b) 2, 3, 4, 5, 6 e 7

c) 2, 4, 5, 6 e 7.

d) 2, 3, 4 e 7.

e) 2, 4 e 7.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

215


Ao informar na caixa de impressão as páginas

“2-4,7”, estamos escolhendo as páginas 2 até 4

(incluindo a página 3), e a página 7. Na caixa de

impressão, o traço significa ATÉ (para intervalos) e

a vírgula significa E (para páginas individuais). Resposta:

Letra D.

5. (FCC– 2019) Um usuário selecionou um trecho de

texto em um site usando o navegador Google Chrome

e, para acessar a janela onde será possível imprimir

somente o trecho selecionado, ele deverá:

PROGRAMAS

Editor de Textos

Planilhas de

Cálculos

Apresentações

de Slides

MICROSOFT

OFFICE

Microsoft Word

Microsoft Excel

Microsoft

PowerPoint

LIBREOFFICE

LibreOffice

Writer

LibreOffice Calc

LibreOffice

Impress

a) clicar com o botão direito do mouse sobre o trecho e

selecionar a opção Imprimir... .

b) pressionar a combinação de teclas CTRL + ALT + P.

c) clicar no menu Imprimir e na opção Imprimir seleção.

d) clicar com o botão esquerdo do mouse sobre o trecho

e selecionar a opção Enviar para Impressora.

e) pressionar a combinação de teclas SHIFT + P.

O navegador Google Chrome permite acesso às

informações armazenadas em servidores remotos

através da rede (local ou mundial). Permite a abertura

de arquivos armazenados localmente, como

PDFs e HTML.

Um conteúdo exibido no navegador poderá ser

impresso através da caixa aberta ao acionar o atalho

de teclado Ctrl+P.

A impressão permite enviar para a impressora, ou

salvar em arquivo PDF, toda a página, páginas específicas

ou textos selecionados.

Para impressão de um trecho selecionado, o usuário

deve selecionar a região desejada, clicar com o

botão direito do mouse (botão secundário ou botão

invertido) e no menu de contexto exibido, escolher a

opção Imprimir. Resposta: Letra A.

As extensões dos arquivos editáveis produzidos

pelos pacotes de produtividade são apresentadas na

tabela a seguir.

EXTENSÕES

DE ARQUIVOS

MICROSOFT

OFFICE

Editor de Textos DOCX ODT

Planilhas de

Cálculos

Apresentações

de Slides

XLSX

PPTX

LIBREOFFICE

ODS

ODP

As extensões do Microsoft Office, para arquivos

editáveis, terminam em X, em referência ao conteúdo

formatado com XML, que foi introduzido na versão

2007. As extensões do LibreOffice iniciam com OD, em

referência ao Open Document, do Open Office.

Microsoft Office

Office 2003 Office 2007 Office 365

216

CONCEITOS E MODOS DE

UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E

APRESENTAÇÕES UTILIZANDO-SE A

SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE

Um pacote de aplicativos para escritório é sem

dúvida, um dos mais úteis aplicativos que um computador

pode ter instalado. Independente do perfil de

utilização do usuário, algum dos aplicativos disponíveis

em um pacote como o Microsoft Office, atendem a

diferentes tarefas cotidianas. Das mais simples, até as

mais complexas.

A Microsoft chama o pacote Office de ‘suíte de produtividade’,

e tem como ‘concorrente’ o LibreOffice.

O Microsoft Office possui alguns aplicativos que

trocaram de nomes ao longo do tempo. Atualmente

está na versão Office 365, que disponibiliza recursos

via Internet (computação nas nuvens), com armazenamento

de arquivos no Microsoft OneDrive.

Serviços adicionais de comunicação, como o Microsoft

Outlook e Microsoft Teams, fazem parte do pacote

Microsoft Office 365.

Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo

Microsoft Office eram identificados com extensões

de 3 letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões

de concursos ainda apresentam estas extensões nas

alternativas das questões.

Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup

Language) foi implementado para oferecer portabilidade

aos documentos produzidos. As extensões dos

arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras,

como DOCX, XLSX e PPTX.

Com o avanço dos recursos de computação na nuvem,

o Office foi disponibilizado na versão on-line, que posteriormente

se chamou 365, e é a versão atual do pacote.

Com um novo formato de licenciamento, com assinaturas

mensais e anuais, ao invés da venda de licenças de uso,

a instalação do Office 365 no computador disponibiliza a

última versão do pacote para escritórios.

Do ponto de vista prático, qual versão do Microsoft

Office usar ou estudar?

Para bancas CESPE/Cebraspe e Instituto Quadrix,

você deve ter a última versão disponível. Elas questionam

as novidades das últimas versões disponíveis.

Já outras bancas organizadoras, a versão é indiferente.

O mais importante será o conceito envolvido e sua

aplicação na formatação de arquivos.


LibreOffice

Open Office BrOffice LibreOffice

O pacote Star Office, deu origem ao Open Office,

com código aberto, livre e gratuito. O formato de

arquivo (ODF – Open Document Format) é usado para

os arquivos produzidos, como ODT (Text – documento

de texto), ODS (Sheet – planilha de cálculos) e ODP

(Presentation – apresentação de slides).

O projeto BrOffice.org desenvolveu e ofereceu o

pacote com recursos especificamente úteis para os

brasileiros. É comum ver esta informação no conteúdo

programático dos editais de concursos (BrOffice.org),

além das questões que já foram aplicadas pelas bancas.

O LibreOffice é o pacote atual, disponível para

download e instalação em diversas plataformas. Está

na versão 7 (dezembro/2020), e possui recursos semelhantes

às versões anteriores, com uma interface

redesenhada (clean), seguindo a tendência minimalista

de outras aplicações (site Google, ícones do Microsoft

Office, ícones de app’s no smartphone, etc).

Do ponto de vista prático, qual versão do LibreOffice

usar ou estudar?

Para concursos das bancas CESPE/Cebraspe e Instituto

Quadrix, você deverá ter a última versão disponível.

No site do LibreOffice você poderá fazer o

download gratuito. Ao passo que para outras bancas

organizadoras é recomendável verificar se o edital

pede uma versão específica (como LibreOffice 5) ou

se pede várias versões (LibreOffice 5 ou superior). Se

for uma versão específica, serão questionados ícones

e atalhos de teclado apenas dela. Se for uma versão

específica com o “ou superior” complementando,

então serão questionados os recursos válidos para

todas as versões, e você poderá usar a última versão

disponível para estudos.

Grande parte das questões de concursos públicos

procuram questionar as diferenças entre os aplicativos.

Questiona-se, por exemplo, a respeito de um

recurso que é acionado com um atalho de teclado no

Microsoft Word, mas que no LibreOffice Writer tem

um atalho de teclado diferente.

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES

(AMBIENTES MICROSOFT E LIBREOFFICE)

MICROSOFT WORD

Estrutura básica dos documentos

Os documentos produzidos com o editor de textos

Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:

• Documentos – arquivos DOCX criados pelo Microsoft

Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos

editáveis pelo usuário, que podem ser compartilhados

com outros usuários para edição colaborativa.

• Os Modelos (Template), com extensão DOTX, contém

formatações que serão aplicadas aos novos

documentos criados a partir dele. O modelo é usado

para a padronização de documentos.

• O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM

(Document Template Macros – modelo de documento

com macros). As macros são códigos desenvolvidos

em Visual Basic for Applications (VBA)

para a automatização de tarefas.

• Páginas – unidades de organização do texto, segundo

a orientação, o tamanho do papel e margens. As

principais definições estão na guia Layout, mas também

encontrará algumas definições na guia Design.

• Seção – divisão de formatação do documento,

onde cada parte tem a sua configuração. Sempre

que forem usadas configurações diferentes, como

margens, colunas, tamanho da página, orientação,

cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,

as seções serão usadas.

• Parágrafos – formado por palavras e marcas de

formatação. Finalizado com Enter, contém formatação

independente do parágrafo anterior e do

parágrafo seguinte.

• Linhas – sequência de palavras que pode ser um

parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for

finalizado com Quebra de Linha, a configuração

atual permanece na próxima linha.

• Palavras – formado por letras, números, símbolos,

caracteres de formatação, etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do

Word são abertos e editados nas versões atuais. Arquivos

de formato DOC são abertos em Modo de Compatibilidade,

com alguns recursos suspensos. Para usar

todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar

como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.

Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão

ser editados pelas versões antigas do Office, desde que

instale um pacote de compatibilidade, disponível para

download no site da Microsoft.

Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office

podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft

Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse

PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fosse

um documento do Word.

O Microsoft Word pode gravar o documento no formato

ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar

documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.

Durante a edição de um documento, o Microsoft

Word:

• Faz a gravação automática dos dados editados

enquanto o arquivo não tem um nome ou local

de armazenamento definidos. Depois, se necessário,

o usuário poderá “Recuperar documentos não

salvos”.

• Faz a gravação automática de auto recuperação

dos arquivos em edição que tenham nome e local

definidos, permitindo recuperar as alterações que

não tenham sido salvas.

• As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Salvamento

automático”, associado à conta Microsoft,

para armazenamento na nuvem Microsoft OneDrive.

Como na versão on-line, a cada alteração, o salvamento

será realizado.

O formato de documento RTF (Rich Text Format) é

padrão do acessório do Windows chamado WordPad,

e por ser portável, também poderá ser editado pelo

Microsoft Word.

Em questões sobre pacotes de aplicativos nas

provas elaboradas pela banca organizadora CESPE/

Cebraspe, as extensões de arquivos são amplamente

questionadas.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

217


Ao iniciar a edição de um documento, o modo

de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de

Impressão”. O documento será mostrado na tela da

mesma forma que será impresso no papel.

O Modo de Leitura permite visualizar o documento

sem outras distrações como a Faixa de Opções com

os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a

barra de título continua sendo exibida.

O modo de exibição “Layout da Web” é usado para

visualizar o documento como ele seria exibido se estivesse

publicado na Internet como página web.

Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de

Títulos serão mostrados, auxiliando na organização

dos blocos de conteúdo.

O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,

exibe o conteúdo de texto do documento sem os elementos

gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.

Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que

faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento

da interface do Microsoft Office.

Acesso Rápido

Guia Atual

Guias ou Abas

Item com Listagem

GUIA GRUPO ITEM ÍCONE

Inserir

Páginas

Tabelas

Ilustrações

Folha de

Rosto

Página

em

Branco

Quebra de

Página

Tabela

Imagem

Imagens

Online

Formas

218

Caixa de Diálogo do Grupo

Grupo

Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word

Ícone com Opções

Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho

de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão

2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmente

ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a

preferência do usuário.

A Faixa de Opções contém guias, que organizam os

ícones em grupos.

GUIA GRUPO ITEM ÍCONE

Página

Inicial

Área de

Transferência

Fonte

Recortar

Copiar

Colar

Pincel de

Formatação

Nome da

fonte

Tamanho

da fonte

Aumentar

fonte

Diminuir

fonte

Calibri (Corp

Importante!

A banca organizadora de concursos CESPE/Cebraspe

não costuma utilizar imagens em suas provas.

Ela prioriza o conhecimento do candidato acerca

dos conceitos dos softwares. Outras bancas organizadoras,

como Fundação VUNESP e Fundação

Getúlio Vargas, priorizam o conhecimento do candidato

acerca do uso dos recursos para a produção de

arquivos (parte prática dos programas).

As guias possuem uma organização lógica, sequencial,

das tarefas que serão realizadas no documento,

desde o início até a visualização do resultado final.

BOTÃO/GUIA

Arquivo

Página Inicial

Inserir

Layout da Página

Design

Referências

DICA

Comandos para o documento

atual. Salvar, salvar como, imprimir,

Salvar e enviar.

Tarefas iniciais. O início do

documento, acesso à Área de

Transferência, formatação de

fontes, parágrafos. Formatação

do conteúdo da página.

Tarefas secundárias. Adicionar

um objeto que ainda não

existe no documento. Tabela,

Ilustrações, Instantâneos.

Configuração da página. Formatação

global do documento,

formatação da página.

Reúne formatação da página e

plano de fundo.

Índices e acessórios. Notas de

rodapé, notas de fim, índices,

sumários, etc.


BOTÃO/GUIA

Correspondências

DICA

Mala direta. Cartas, envelopes,

etiquetas, e-mails e diretório

de contatos.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Shift+Home

Selecionar

até o início

Seleciona

até o início

da linha

Revisão

Exibir

Edição e formatação de textos

Correção do documento. Ele

está ficando pronto... Ortografia

e gramática, idioma, controle

de alterações, comentários,

comparar, proteger, etc.

Visualização. Podemos ver o

resultado de nosso trabalho.

Será que ficou bom?

A edição e formatação de textos consiste em aplicar

estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos

parágrafos e nas páginas.

Os estilos fornecem configurações padronizadas

para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formatações

envolvem as definições de fontes e parágrafos,

sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição

do documento. Os índices são gerenciados através

das opções da guia Referências.

No Microsoft Word estão disponíveis na guia Página

Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no

menu Estilos.

Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário

poderá copiar a formatação de um local e aplicar em

outro local no mesmo documento, ou em outro arquivo

aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de

formatação no texto’, clique no ícone da guia Página Inicial

e clique no local onde deseja aplicar a formatação.

O conteúdo não será copiado, somente a formatação.

Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a

formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc

ou iniciar uma digitação.

Seleção

Através do teclado e do mouse, como no sistema

operacional, podemos selecionar palavras, linhas,

parágrafos e até o documento inteiro.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

-

-

-

-

-

-

Selecionar

tudo

1 clique na

palavra

2 cliques

na palavra

3 cliques

na palavra

1 clique na

margem

2 cliques

na margem

3 cliques

na margem

Seleciona o

documento

Posiciona

o cursor

Seleciona a

palavra

Seleciona

o parágrafo

Selecionar

a linha

Seleciona

o parágrafo

Seleciona o

documento

- Shift+End

-

-

Botão

principal

Botão

principal

Botão principal

pressionado

Botão principal

pressionado

Ctrl+Shift+Home

Ctrl+Shift+End

Ctrl

Shift

Ctrl+Alt

Alt

Selecionar

até o final

Selecionar

até o início

Selecionar

até o final

Seleção

individual

Seleção

bloco

Seleção

bloco

Seleção

bloco

Seleciona

até o final

da linha

Seleciona

até o

início do

documento

Seleciona

até o

final do

documento

Palavra por

palavra

Seleção de

um ponto

até outro

local

Seleção

vertical

Seleção

vertical,

iniciando

no local do

cursor

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes,

tanto nos concursos como no dia-a-dia. Experimente

praticar no computador. No Microsoft Word,

se você digitar =rand(10,30) no início de um documento

em branco, ele criará um texto ‘aleatório’ com 10

parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode

praticar à vontade.

Edição e formatação de fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas

na pasta Fontes do Windows, e aparecem para

todos os programas do computador.

Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do

Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New,

Verdana, são os mais comuns. Atalho de teclado para

formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.

A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada

com o atalho Ctrl+D.

Ao lado, um número indica o tamanho da fonte:

8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser,

digite o valor específico para o tamanho da letra.

Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para

mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente

pelo teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e

Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.

Estilos são formatos que modificam a aparência do

texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)

e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam

a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre

as palavras), subscrito

(como na fórmula H 2

O – atalho Ctrl +

igual), e sobrescrito (como em km 2 – atalho Ctrl+Shift+mais)

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

219


A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-sublinhado,

negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.

Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultaneamente.

O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito

, Sombra é um efeito independente,

que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser

individuais.

Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.

Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os

espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e formatação de parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.

Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

• Marcadores – símbolos no início dos parágrafos.

• Numeração – números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos.

• Aumentar recuo – aumentar a distância do texto em relação à margem.

• Diminuir recuo – diminuir a distância do texto em relação à margem.

• Alinhamento – posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:

Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado.

• Espaçamento entre linhas – distância entre as linhas dentro do parágrafo.

• Espaçamento antes – distância do parágrafo em relação ao anterior.

• Espaçamento depois – distância do parágrafo em relação ao seguinte.

• Sombreamento – preenchimento atrás do parágrafo.

• Bordas – linhas ao redor do parágrafo.

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns

exemplos:

• Recuo – distância do texto em relação à margem.

• Realce – marca-texto, preenchimento do fundo das palavras.

• Sombreamento – preenchimento do fundo dos parágrafos.

• Folha de Rosto – primeira página do documento, capa.

• SmartArt – diagramas, representação visual de dados textuais.

• Orientação – posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem.

• Quebras – são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas.

• Sumário – índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracteres

não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR

MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

220

Enter -

Shift+Enter -

Quebra de Parágrafo – muda de parágrafo

e pode mudar a formatação.

Quebra de Linha – muda de linha e

mantém a formatação atual.


Ctrl+Enter ou Ctrl+Return

Ctrl+Shift+ Enter

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR

MICROSOFT WORD

Quebra de página – muda de página, no

local atual do cursor. Disponível na guia

Inserir, grupo Páginas, ícone Quebra de

Página, e na guia Layout, grupo Configurar

Página, ícone Quebras.

Quebra de coluna – indica que o texto

continua na próxima coluna. Disponível

na guia Layout, grupo Configurar Página,

ícone Quebras.

Quebra de página

Quebra de coluna

Ctrl+Alt+ Enter -

Separador de Estilo – usado para modificar

o estilo no documento.

TAB

Insere uma marca de tabulação

(1,25cm). Se estiver no início de um

texto, aumenta o recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO

Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço

- -

Espaço em branco não separável

Texto oculto (definido na caixa Fonte,

Ctrl+D)

abc

- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito

utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante

a colunas, com a vantagem que estas não criam

seções exclusivas de formatação.

As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha

de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por

células, e estas poderão conter também fórmulas simples.

Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de

um desenho livre, ou convertendo a partir de um

texto, uma planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis,

será apresentada a barra de ferramentas

adicional na Faixa de Opções.

Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar

a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores

de formatação: ponto e vírgula, tabulação, enter

(parágrafo) ou outro específico.

Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como

Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma

única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células

em várias outras), alinhamento do texto combinando

elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e

direita) com verticais (topo, meio e base).

O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas

para manipulação dos textos organizados em tabelas.

O usuário poderá organizar as células nas linhas e

colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar),

visualizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade,

entre outras opções.

E caso a tabela avance em várias páginas, temos

a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no

início da tabela da próxima página, a mesma linha de

cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.

As tabelas do Word possuem algumas características

que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes

itens são aqueles questionados em provas de concursos.

Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando

em uma célula, ocorrerá mudança automática

de linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o

conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará

alterar as configurações na planilha ou a largura da

coluna manualmente.

Confira na tabela a seguir algumas das diferenças

do Word para o Excel.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

221


Tabela,

Mesclar

Tabela,

Fórmulas

Tabelas,

Fórmulas

Tachado

Texto

Quebra

de linha

manual

Pincel de

Formatação

Ctrl+D

WORD

Todos os conteúdos

são mantidos.

Em inglês, com

referências

direcionais

=SUM(ABOVE).

Não recalcula

automaticamente.

Não tem atalho de

teclado.

Shift+Enter.

Copia apenas a primeira

formatação

da origem.

Caixa de diálogo

Fonte.

EXCEL

Somente o conteúdo

da primeira

célula será

mantido.

Em português,

com referências

posicionais

=SOMA(A1:A5).

Recalcula automaticamente

e

manualmente

(F9).

Atalho: Ctrl+5.

Alt+Enter.

Copia várias

formatações

diferentes.

Duplica a informação

da célula

acima.

• Sumário – principal índice do documento.

• Notas de Rodapé – inseridas no final de cada página,

não formam um índice, mas ajudam na identificação

de citações e expressões.

• Notas de Fim – inseridas no final do documento,

semelhante a Notas de Rodapé.

• Citações e Bibliografia – permite a criação de

índices com as citações encontradas no texto, além

das Referências Bibliográficas segundo os estilos

padronizados.

• Legendas – inseridas após os objetos gráficos (ilustrações

e tabelas), podem ser usadas para criação

de um Índice de Ilustrações.

• Índice – para marcação manual das entradas do

índice.

• Índice de Autoridades – formato próprio de citação,

disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados

durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim

por diante. Se não forem usados, posteriormente o

usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal

(Sumário), Marcar Entrada (para inserir um índice) e

até remover depois de inserido.

Os índices suportam Referências Cruzadas, que

permitem o usuário navegar entre os links do documento

de forma semelhante ao documento na web. Ao

clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido.

Ao clicar no local, retorna para o local de origem.

222

Ctrl+E

Ctrl+G

Ctrl+R

F9

Centralizar.

Alinhar à Direita

(parágrafo).

Repetir o último

comando.

Atualizar os campos

de uma mala

direta.

Preenchimento

Relâmpago.

Ir para...

Duplica a informação

da célula

à esquerda.

Atualizar o

resultado das

fórmulas.

F11 - Inserir gráfico.

Ctrl+Enter

Alt+Enter

Shift+Enter

Shift+F3

Índices

Quebra de página

manual.

Repetir digitação.

Quebra de linha

manual.

Alternar entre

maiúsculas e

minúsculas.

Finaliza a entrada

na célula e mantém

o cursor na

célula atual.

Quebra de linha

manual.

Finaliza a entrada

na célula e posiciona

o cursor na

célula acima da

atual, se houver.

Inserir função.

Os índices podem ser construídos a partir dos estilos

usados na formatação do texto, ou posteriormente

através da adição de itens manualmente. Basicamente,

é todo o conjunto disponível na guia Referências.

Importante!

A guia Referências é uma das opções mais

questionadas em concursos públicos por dois

motivos: envolvem conceitos de formatação do

documento exclusivos do Microsoft Word e é

utilizado pelos estudantes na formatação de um

TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um documento em

edição no processador de textos Word do ambiente

Microsoft Office 2010, um duplo clique sobre uma

palavra irá selecioná-la, e um clique triplo irá selecionar

o parágrafo inteiro.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Com o mouse, ao efetuar um clique na palavra, o

cursor será posicionado no local. Duplo clique, e a

palavra será selecionada. Triplo clique, e o parágrafo

será selecionado. Resposta: Certo.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O Word 2013 permite fazer

referência cruzada de itens localizados em um mesmo

documento e também de itens localizados em documentos

separados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Word permite fazer referência cruzada de itens

localizados em um mesmo documento e itens localizados

em documentos separados. A referência


cruzada é uma ligação entre itens do documento, ou

entre documentos diferentes. Quando se acessa uma

referência cruzada, ao terminar, volta para o ponto

de origem. O editor de textos Microsoft Word permite

que links sejam inseridos no documento. Estes

links podem apontar para itens externos ‘sem voltar

para o local de origem” ou para locais com possibilidade

de referência de sua origem. Resposta: Certo.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Ao editar um documento

utilizando o Microsoft Word 2016, um usuário verificou

que estava gastando muito tempo para atualizar

manualmente o índice, com títulos e subtítulos e os

respectivos números de páginas; isso porque, entre

outros fatores, a inserção de novos textos ocorre ao

longo de todo o documento, e não apenas ao seu

final, o que muda os números das páginas em que se

localizam os títulos a serem inseridos no índice. Nessa

situação, para resolver o problema, o usuário pode

utilizar a ferramenta do Word que permite criar índices

automaticamente por meio do uso de estilos, tais

como título 1 e título 2.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O editor de textos possui recursos que permitem a

construção de índices (Sumário, índice principal do

documento) e manutenção automática das informações

existentes neles.

Para inserir um índice no Word, você utiliza dos

Estilos disponíveis na guia Página Inicial, e depois

na guia Referências o ícone Sumário. Sumário é o

índice principal do documento, e será criado a partir

dos estilos de Títulos utilizados no documento.

Qualquer alteração nas páginas onde se encontram

os Estilos usados, será refletida imediatamente no

índice do documento. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Word 2010, por meio do

botão Pincel de Formatação, é possível somente copiar a

formatação de texto selecionado, já que esse botão não

copia a formatação de estruturas como parágrafos, tabelas

etc.

próxima linha dentro da própria célula. Como qualquer

outra configuração, esta poderá ser alterada

pelo usuário. Resposta: Certo.

MICROSOFT EXCEL

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas

nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde

a criação de uma agenda de compromissos, passando

pelo controle de ponto dos funcionários e folha de

pagamento, ao controle de estoque de produtos e base

de clientes. Diversas funções internas oferecem os

recursos necessários para a operação.

O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de

ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os

formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para

XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A

atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o

Office 2007, e permanece até hoje.

As planilhas de cálculos não são banco de dados.

Muitos usuários armazenam informações (dados) em

uma planilha de cálculos como se fosse um banco de

dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote

Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um

banco de dados tem informações armazenadas em

registros, separados em tabelas, conectados por relacionamentos,

para a realização de consultas.

Conceitos básicos

Célula – unidade da planilha de cálculos, o encontro

entre uma linha e uma coluna. A seleção individual

é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a

tecla SHIFT (assim como no sistema operacional).

Coluna – células alinhadas verticalmente, nomeadas

com uma letra.

Linha – células alinhadas horizontalmente, numeradas

com números.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Nos aplicativos do Office existe o recurso Pincel,

que permite a cópia de formatos de um local para

outro. Enquanto as opções da área de transferência

(recortar e copiar) manipulam o conteúdo, o Pincel

manipula apenas o formato do conteúdo.

O Pincel de Formatação copia a formatação de um

local e aplica em outro local do documento atual

ou outro arquivo do Word aberto no momento. No

Word, o Pincel de Formatação copia uma formatação

de cada vez. No Microsoft Excel pode copiar

várias formatações simultaneamente. E no Power-

Point pode copiar animações dos objetos com o Pincel

de Animação. Resposta: Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O Word 2013, por padrão,

cria quebras de texto automaticamente nas células

das tabelas, mas é possível alterar essa configuração.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Word 2013, por padrão, cria quebras de texto

automaticamente nas células das tabelas, mas é

possível alterar essa configuração. Ao atingir o

limite da largura de uma coluna, o texto de uma

célula em uma tabela do Word, será dividido para a

Planilha – o conjunto de células organizado

em uma folha de dados. Na versão atual são 65546

colunas (nomeadas de A até XFD) e 1048576 linhas

(numeradas).

Pasta de Trabalho – arquivo do Excel (extensão

XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com

quantidade de memória RAM disponível, nomeadas

como Planilha1, Planilha2, Planilha3).

Alça de preenchimento – no canto inferior direito

da célula, permite que um valor seja copiado na

direção em que for arrastado. No Excel, se houver 1

número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma

sequência será criada. Se for um texto, é copiado. Mas

texto com números é incrementado. Dias da semana,

nome de mês e datas são sempre criadas as continuações

(sequências).

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

223


Mesclar – significa simplesmente “Juntar”. Havendo

diversos valores para serem mesclados, o Excel

manterá somente o primeiro destes valores, e centralizará

horizontalmente na célula resultante.

G

H

Mesclar e Centralizar

Mesclar e Centralizar

Mesclar através

Mesclar Células

Desfazer Mesclagem de Células

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje,

poderá juntar as informações das células.

Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,

disponível na guia Página Inicial:

• Mesclar e Centralizar – Une as células selecionadas

a uma célula maior e centraliza o conteúdo da

nova célula. Este recurso é usado para criar rótulos

(títulos) que ocupam várias colunas.

• Mesclar através – Mesclar cada linha das células

selecionadas em uma célula maior.

• Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecionadas

em uma única célula, sem centralizar.

• Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedimento

realizado para a união de células.

Elaboração de tabelas e gráficos

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha

de dados, é o conjunto de valores armazenados nas

células. Estes dados poderão ser organizados (classificação),

separados (filtro), manipulados (fórmulas

e funções), além de apresentar em forma de gráfico

(uma imagem que representa os valores informados).

Para a elaboração, poderemos:

Moeda

R$4,00

Contábil

R$4,00

Data Abreviada

04/01/1900

Data Completa

quarta-feira, 4 de janeiro de 1900

Hora

00:00:00

Porcentagem

400,00%

1 2

Fração

4

10 2 Científico

4,00E+00

ab Texto

4

As informações existentes nas células poderão

ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por

exemplo, na verdade é um número formatado como

data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre

datas.

Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre

si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de

Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo

R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento

é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na

esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.

Moeda

R$4,00

224

• Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta

iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido

na célula.

• Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível

na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas

é o conteúdo da célula. Se a célula possui um

valor constante, além de mostrar na célula, este

aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui

um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada

na barra de fórmulas.

• O preenchimento dos dados poderá ser agilizado

através da Alça de Preenchimento ou pelas opções

automáticas do Excel.

• Os dados inseridos nas células poderão ser formatados,

ou seja, continuam com o valor original (na

linha de fórmulas) mas são apresentados com uma

formatação específica.

• Todas as formatações estão disponíveis no atalho

de teclado Ctrl+1 (Formatar Células).

• Também na caixa de diálogo Formatar Células,

encontraremos o item Personalizado, para criação

de máscaras de entrada de valores na célula.

Formatos de números, disponível na guia Página

Inicial

123 Geral

Sem formato especifico

12 Número

4,00

Contábil

R$4,00

O ícone % é para mostrar um valor com o formato

de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado

por 100. Exibe o valor da célula como percentual

(Ctrl+Shift+%)

VALOR

FORMATO

PORCENTAGEM

%

PORCENTAGEM

E 2 CASAS %

ß,0

,0 0

1 100% 100,00%

0,5 50% 50,00%

2 200% 200,00%

100 10000% 10000,00%

0,004 0% 0,40%


O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o

valor da célula com um separador de milhar. Este

comando alterará o formato da célula para Contábil

sem um símbolo de moeda.

VALOR

FORMATO

CONTÁBIL

CONTÁBIL

R$4,00

SEPARADOR

DE MILHARES

000

1500 R$1.500,00 1.500,00

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

1 R$1,00 1,00

400 R$400,00 400,00

27568 R$27.568,00 27.568,00

Os ícones ß,0

,00 ,00

à,0 são usados para Aumentar casas

decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo

mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais

(Mostrar valores menos precisos exibindo menos

casas decimais).

Quando um número na casa decimal possui valor absoluto

diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas

decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.

Quando um número na casa decimal possui valor

absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado

para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas

decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da

função ARRED, para arredondar.

Simbologia específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a

seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado

e alguns exemplos de aplicação.

Ordem das operações matemáticas

• ( ) – parênteses

• ^ – exponenciação (potência, um número elevado

a outro número)

• * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão

• + ou - – adição (função SOMA) ou subtração

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?

1. Leitura atenta do enunciado (português e interpretação

de textos)

2. Identificar a simbologia básica do Excel

(informática)

3. Respeitar as regras matemáticas básicas

(matemática)

4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso

(raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

> (maior) Maior que

< (menor) Menor que

>= (maior

ou igual)

<= (menor

ou igual)

Maior ou

igual a

Menor ou

igual a

= SE (A1 >

5 ; 15 ; 17 )

= SE (A1 < 3

; 20 ; 40 )

= SE (A1 >=

7 ; 5 ; 1 )

= SE (A1 <=

5 ; 11 ; 23 )

Se o valor de A1

for maior que 5,

então mostre 15,

senão mostre 17

Se o valor de A1

for menor que 3,

então mostre 20,

senão mostre 40.

Se o valor de A1

for maior ou igual

a 7, então mostre

5, senão

mostre 1.

Se o valor de A1

for menor ou igual

a 5, então mostre

11, senão

mostre 23.

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

<> (menor

e maior)

Diferente

= SE (A1 <>

1 ; 100 ; 8 )

Se o valor de A1

for diferente de 1,

então mostre 100,

senão mostre 8.

+ (mais) Adição = 18 + 2

- (menos) Subtração = 20 – 5

Faz a soma de

18 e 2

Subtrai 5 do valor

20

= (igual) Igual a

= SE (A1 =

2 ; 10 ; 50 )

Se o valor de

A1 for igual a 2,

então mostre 10,

senão mostre 50.

*

(asterisco)

Multiplicação = 5 * 4

/ (barra) Divisão = 25 / 10

%

(percentual)

Percentual = 20%

^ (circunflexo)

Exponenciação

Cálculo de

raízes

= 3 ^ 2

= 8 ^ ( 1

/ 3 )

Multiplica 5 (multiplicando)

por 4

(multiplicador)

Divide 25 por

10, resultando

em 2,5

Faz 20 por cento,

ou seja, 20 dividido

por 100

Faz 3 elevado a

2, 3 ao quadrado

= 9

Faz 8 elevado a

1/3, ou seja, raiz

cúbica de 8

Princípios dos operadores relacionais

• Um valor jamais poderá ser menor e maior que

outro valor ao mesmo tempo.

• Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não

é igual a zero, é vazio.

• O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito

diretamente na fórmula, use <>

• O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito

diretamente na fórmula, use >=

O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito

diretamente na fórmula, use <=

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

225


OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

$ (cifrão)

Travar

uma célula

=$A1

=A$1

=$A$1

Trava a célula

na coluna A

Trava a célula

na linha 1

Trava a célula

A1, ela não

mudará

! (exclamação)

Planilha

=

Planilha2!A3

Obtém o valor

de A3 que está

na planilha

Planilha2.

[ ]

(colchetes)

(apóstrofe)

; (ponto e

vírgula)

: (dois

pontos)

Espaço

Pasta de

Trabalho

Caminho

Significa E

Significa

ATÉ

Intersecção

($)

=[Pasta2]Planilha1!$A$2

=’C:\FernandoNishimura\

[pasta2.

xlsx]Planilha1’!$A$2

= SOMA (15 ;

4 ; 6 )

= SOMA

(A1:B4)

=SOMA(-

F4:H8

H6:K10)

Princípios dos operadores de referência

Informa o nome

de outro arquivo

do Excel,

onde deverá

buscar o valor.

Informa o

caminho de

outro arquivo

do Excel, onde

deverá encontrar

o arquivo

para buscar o

valor.

Soma 15 e 4 e

6, resultando

em 25.

Soma de A1 até

B4, ou seja, A1,

A2, A3, A4, B1,

B2, B3, B4.

Executa uma

operação sobre

as células em

comum nos

intervalos.

• O símbolo de cifrão transforma uma referência

relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou

$A1 ) ou em referência absoluta ( $A$1 )

• O símbolo de exclamação busca o valor em outra

planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro

arquivo. Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

a) –R$ 960,00

b) –R$ 100,00

c) R$ 400,00

d) R$ 500,00

e) R$ 360,00

A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2

inserida na célula H2 possui referências mistas.

O símbolo de cifrão transforma uma referência

relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 )

ou em referência absoluta ( $A$1 )

O símbolo de $ serve para fixar uma posição na

referência (endereço da célula). A posição que ele estiver

acompanhando, não mudará.

Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma

referência relativa. A1

Se temos um símbolo de $, temos uma referência

mista. $A1 ou A$1

E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma

referência absoluta. $A$1

A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao

copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2

Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2

Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque

mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6),

mas permanecemos na mesma coluna H (não precisando

mudar a letra G da segunda parte da fórmula).

226

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes

na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos.

Todas as bancas organizadoras questionam fórmulas

com e sem eles nas referências das células.

Vamos conhecer uma questão que utiliza referências

mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o cargo

de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.

Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na

célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas

células H3 até H9, assinale a alternativa com o valor

que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel

2010, em sua configuração original, exibida na figura:

Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2


SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

= (igual)

Início de fórmula,

função ou

comparação.

= 15 + 3

= SOMA ( 15 ; 3 )

=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )

Faz a soma de 15 e 3.

Compara o valor de A1 com 5, e

caso seja verdadeiro, mostra 10,

caso seja falso, mostra 11.

( ) parênteses

Identifica uma função

ou os valores

de uma operação

prioritária.

= HOJE ( )

= SOMA (A1;B1)

= (3+5) / 2

Retorna a data atual do

computador.

Faz a soma de A1 e B1.

Faz a soma de 3 e 5 antes de

dividir por 2.

; (ponto e vírgula)

Separador de

argumentos.

=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )

A função SE tem 3 partes, e estas

estão separadas por ponto e

vírgula.

Espaço Intersecção. =SOMA(F4:H8 H6:K10)

Executa uma operação sobre

as células em comum nos

intervalos.

Importante!

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substituirá

pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”

‘(apóstrofe) Número como texto. ‘0001

& (“E” comercial) Concatenar. = “Fernando ”&” Nishimura”

Apresenta o texto Fernando.

Se usado em testes, é “igual a”.

Exibe os zeros não significativos,

0001 como texto (ex.:

placa de carro).

Exibe “Fernando Nishimura”

(sem as aspas), o resultado da

junção dos textos individuais.

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Poderemos

usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7).

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3).

Erros

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3).

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4).

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3).

“ (aspas) TEXTO

Converte em

texto

=”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144).

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem

mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de

digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de

cálculos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

227


228

As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear

precedentes”, dentro do conceito de Auditoria

de Fórmulas. Com este recurso, muito questionado em

concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário

poderá ver setas na planilha indicando a relação entre

as células, e identificar a origem das mensagens de erros.

A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer

em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

• #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando dividir

um valor por 0.

• #NOME? – indica que a fórmula possui um texto

que o Excel 2007 não reconhece.

• #NULO! – a fórmula contém uma interseção de

duas áreas que não se interceptam.

• #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico

inválido.

• #REF! – indica que na fórmula existe a referência

para uma célula que não existe.

• #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo

errado de argumento.

• ##### – indica que o tamanho da coluna não é suficiente

para exibir seu valor.

Funções Básicas

• SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas

células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição

dos valores numéricos informados em seus argumentos.

Se existirem células com textos, elas serão ignoradas.

Células vazias não são somadas.

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes

nas células A1, A2 e A3.

=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes

nas células A1 até A5

=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da

célula A1, com 34 (valor literal) e B3.

=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes,

de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,

operando apenas áreas quadrangulares.

=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1

com B1 e C1 até C3.

=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com

3 e o valor A1 duas vezes.

• SOMASE(valores;condição) : realiza a operação

de soma nas células selecionadas, se uma condição

for atendida.

A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para

que seja somado)

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores

de A1 até A5 que sejam maiores que 15

=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores

de A1 até A10 que forem iguais a 10.

• MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas

células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples

dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,

serão somados e divididos por 5. Se existir uma

célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células

vazias não entram no cálculo da média.

• MED(valores) : informa a mediana de uma série

de valores.

Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência

de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados

e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os

valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.

Se temos uma sequência de valores com quantidade

par, a mediana será a média dos valores que estão

no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1),

ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A

média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).

• MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células

selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na

área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas

um será mostrado.

• MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de

uma série, segundo o argumento apresentado.

Valores iguais ocupam posições diferentes.

=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas células

A1 até D6.

• MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das células

selecionadas.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na

área de A1 até D6.

• MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de

uma série, segundo o argumento apresentado.

Valores iguais ocupam posições diferentes.

=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas células

A1 até D6.

• SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retorna

um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro

caso seja falso.

Esta função é muito solicitada em todas as bancas.

A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na

primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na

segunda parte, e o que fazer caso seja falso na última

parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais

serão realizadas as duas operações, somente uma

delas, segundo o resultado do teste.

A função SE usa operadores relacionais (maior,

menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferente)

para construção do teste. As aspas são usadas para

textos literais.

=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da

célula A1 não é 10”)

=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O

valor não é negativo”)

=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor

não é positivo”)

É possível encadear funções, ampliando as áreas

de atuação. Por exemplo, um número pode ser negativo,

positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.

=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é

negativo”;”Valor é positivo”))


Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),

exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for

igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo

teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encerrando

a função. E por fim, se não é igual a zero, e não

é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,

e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.

Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é

usado somente no início da digitação da célula.

As funções CONT são usadas para informar a quantidade

de células, que atendem às condições especificadas.

- CONT.NÚM - para contar quantas células possuem

números.

- CONT.VALORES - quantidade de células que estão

preenchidas.

- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não

estão preenchidas.

- CONT.SE - quantidade de células que atendem a

uma condição específica.

- CONT.SES - quantidade de células que atendem a

várias condições simultaneamente.

• CONT.VALORES(células): esta função conta todas as

células em um intervalo, exceto as células vazias.

= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da

contagem, informando quantas células estão preenchidas

com valores, quaisquer valores.

• CONT.NÚM (células): conta todas as células em um

intervalo, exceto células vazias e células com texto.

=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no

intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.

• CONT.SE(células;condição): Esta função conta quantas

vezes aparece um determinado valor (número ou

texto) em um intervalo de células (o usuário tem que

indicar qual é o critério a ser contado)

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quantas

células existem no intervalo de A1 até A10 contendo

o valor 5.

• CONT.SES(células1;condição1;células2;condição2):

Esta função conta quantas vezes aparece

um determinado valor (número ou texto) em um

intervalo de células (o usuário tem que indicar

qual é o critério a ser contado), atendendo a todas

as condições especificadas.

Efetua um teste nas células especificadas, e soma

as correspondentes nas células para somar.

Os intervalos de teste e de soma podem ser os

mesmos.

=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores

de A1 até A10 que sejam maiores que 6.

=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores

de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem

menores que 3.

• SOMASES(células para somar; células1; teste1;

células2; teste2)

Verifica as células que atendem aos testes e soma

as células correspondentes.

Os intervalos de teste e de soma podem ser os

mesmos.

• MÉDIASE(células para testar;teste;células para

calcular a média)

Efetua um teste nas células especificadas, e calcula

a média das células correspondentes.

Os intervalos de teste e de média podem ser os

mesmos.

• PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_

índice_coluna; [intervalo_pesquisa])

A função PROCV é utilizada para localizar o valor_procurado

dentro da matriz_tabela, e quando encontrar,

retornar à enésima coluna informada em núm_índice_

coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou FAL-

SO, é usada para identificar se precisa ser o valor exato (F)

ou pode ser valor aproximado (V).

Por exemplo:

=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e

=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)

A função PROCV é um membro das funções de pesquisa

e Referência, que incluem a função PROCH.

Use a função tirar ou a função arrumar para

remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.

• ESQUERDA(texto;quantidade)

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade

de caracteres especificados, a partir do início

(esquerda).

=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern

ando”

=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”)

Efetua a contagem de quantas células existem no

intervalo de A1 até A10 contendo o valor 5 e ao mesmo

tempo, quantas células existem no intervalo de B1

até B10 contendo o valor 7.

• CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias

de um intervalo.

=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células

vazias existem no intervalo A1 até A8.

• SOMASE(células para testar;teste;células para

somar)

• DIREITA(texto;quantidade)

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade

de caracteres especificados, a partir do final.

=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”.

• CONCATENAR(texto1;texto2; ... )

Junta os textos especificados em uma nova sequência.

=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciário”)

– exibe “Escrevente Técnico Judiciário”.

• INT(valor)

Extrai a parte inteira de um número.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

229


=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor

3,14159 exibe 3.

• TRUNCAR(valor;casas decimais)

Exibe um número com a quantidade de casas decimais,

sem arredondar.

=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas

decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.

• ARRED(valor;casas decimais)

Exibe um número com a quantidade de casas decimais,

arredondando para cima ou para baixo.

=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas

decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.

• HOJE() – Exibe a data atual do computador.

• AGORA() – Exibe a data e hora atuais do computador.

• DIA(data) – Extrai o número do dia de uma data.

• MÊS(data) – Extrai o número do mês de uma data.

• ANO(data) – Extrai o número do ano de uma data.

• DIAS(data1;data2) - Informa a diferença em dias

entre duas datas.

• DIAS360(data1;data2) – Informa a diferença em

dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias)

• POTÊNCIA(base;expoente)

Eleva um número (base) ao expoente informado.

=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 2 4 , 2x2x2x2 = 16

• MULT(número;número;número; ... )

Multiplica os números informados nos argumentos.

Gráficos

Além da produção de planilhas de cálculos, o

Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos

com os dados existentes nas células.

Gráficos são a representação visual de dados

numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como

gráficos ‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.

Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas,

são construídos com dados existentes em uma

ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando

informações para a produção de relatórios completos.

• Os gráficos de Colunas representam valores em

colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:

Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada,

3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.

• Os gráficos de Linhas representam valores com

linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de

Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilhada,

com Marcadores, Empilhada com Marcadores,

100% Empilhada com Marcadores, e 3D.

FUNÇÕES LÓGICAS

E (Função E)

OU (Função OU)

NÃO (Função NÃO)

FALSO (Função FALSO)

VERDADEIRO (Função

VERDADEIRO)

SEERRO (Função

SEERRO)

Retorna VERDADEIRO se

todos os seus argumentos

forem VERDADEIROS

Retorna VERDADEIRO se

um dos argumentos for

VERDADEIRO

Inverte o valor lógico do

argumento

Retorna o valor lógico

FALSO

Retorna o valor lógico

VERDADEIRO

Retornará um valor que

você especifica se uma fórmula

for avaliada para um

erro; do contrário, retornará

o resultado da fórmula

• Os gráficos de Pizza representam valores proporcionalmente.

São opções do gráfico de Pizza: Pizza,

Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.

• Os gráficos de Barras representam dados de forma

semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizontal.

São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas,

Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D

Empilhadas, e 3D 100% Empilhadas.

230

Importante!

Foram apresentadas muitas funções neste

material, não é verdade? Existem milhares de

funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc.

Em concursos públicos, estas são as mais

questionadas. Em provas da banca organizadora

CESPE, raramente aparecem questões com

funções, e quando aparecem, são as básicas e

intermediárias.

• Os gráficos de Área representam dados de forma semelhante

ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento

até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:

Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,

Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.


• Os gráficos de Dispersão representam duas séries

de valores em seus eixos. São opções dos gráficos

de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Marcadores,

com Linhas Suaves, com Linhas Retas e

Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

• O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao

gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primeiro

da série de dados.

• O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de

acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa

Coroplético.

• Os gráficos do tipo Histograma são usados para

séries de valores com evolução, como idades da

população. São exemplos de gráficos do tipo Histograma:

Histograma e Pareto.

• Os gráficos de Ações necessitam que os dados estejam

organizados em preço na alta, preço na baixa

e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações

serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos

de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-

-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamento,

e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

• O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção

de valores.

• O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações

dos valores ao longo do tempo.

• Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos

de Linhas, e preenchem a superfície com cores.

São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D

Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

• O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em

ordem decrescente.

• Os gráficos de Radar são usados para mostrar a

evolução de itens. São exemplos de gráficos de

Radar: Radar, Radar com Marcadores, e Radar

Preenchido.

• Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar

dois tipos de gráficos para a exibição de

séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo

Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna

Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área

Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade

de criação de uma Combinação Personalizada.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mostrar

proporcionalmente a hierarquia dos valores.

231


Classificação de dados

A classificação de dados é uma parte importante

da análise de dados.

Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A),

números (dos menores para os maiores ou dos maiores

para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a

mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma

ou mais colunas. Você também poderá classificar por

uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno)

ou por formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte

ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de

classificação é identificada por coluna, mas você também

poderá identificar por linhas.

Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial,

a classificação poderá ser de texto, números, datas ou

horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por

uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna

ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais.

CLASSIFICAÇÃO

Classificar por

cor de célula,

cor de fonte ou

ícones

Classificar

por uma lista

personalizada

Classificar linhas

Classificar por

mais de uma

coluna ou linha

Classificar uma

coluna em um

intervalo de células

sem afetar as

demais

COMENTÁRIOS

Se você tiver formatado manual

ou condicionalmente um intervalo

de células ou uma coluna de

tabela, por cor de célula ou cor

de fonte, poderá classificar por

essas cores. Também será possível

classificar por um conjunto

de ícones criados ao aplicar uma

formatação condicional.

Você pode usar uma lista personalizada

para classificar em uma

ordem definida pelo usuário. Por

exemplo, uma coluna pode conter

valores pelos quais você deseja

classificar, como Alta, Média e

Baixa.

Na caixa de diálogo Opções de

Classificação, em Orientação,

clique em Classificar da esquerda

para a direita e, em seguida, clique

em OK.

Na caixa de diálogo Classificar,

adicione mais de um critério para

ordenação.

Basta selecionar a coluna desejada,

e na janela de diálogo, manter

o item “Continuar com a seleção

atual”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Microsoft Excel 2010,

é possível formatar células por meio das opções Alinhamento,

Borda e Fonte, desde que a formatação

seja realizada antes da inserção dos dados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

232

CLASSIFICAÇÃO

Classificar texto

Classificar

números

Classificar datas

ou horas

COMENTÁRIOS

A classificação de dados alfanuméricos

poderá ser ‘Classificar de

A a Z’

em ordem crescente,

ou ‘Classificar de Z a A’ em

ordem decrescente. É possível

diferenciar letras maiúsculas e

minúsculas.

Quando a coluna possui números,

podemos ‘Classificar do menor para

o maior’ ou ‘Classificar do maior

para o menor’

Se houver datas ou horas, podemos

‘Classificar da mais

antiga para a mais nova’

ou ‘Classificar da mais nova

para a mais antiga’, resumindo,

cronologicamente.

Nas planilhas de cálculos como o Microsoft Excel

e o LibreOffice, as fórmulas e funções poderão ser

inseridas nas células para a obtenção de resultados

a partir dos valores armazenados nelas.

A formatação da célula poderá ser realizada antes

ou depois da entrada de dados. Ao acionar Ctrl+1 o

usuário pode formatar números, bordas, alinhamento,

preenchimento, etc. O usuário poderá personalizar

a exibição ou usar uma das máscaras de exibição

disponíveis no aplicativo. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A fórmula SOMA(B2:B6)/

CONT.NÚM(B2:B6) permite o cálculo da média aritmética

dos preços cotados, em substituição à fórmula

estatística padrão do Excel para esse cálculo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A fórmula SOMA(B2:B6)/CONT.NÚM(B2:B6) contém

as funções SOMA e CONT.NÚM.


SOMA é uma função matemática, e CONT.NÚM é

uma função estatística.

A função SOMA somará os valores de B2 até B6, e a

função CONT.NÚM contará quantos números existem

de B2 até B6.

Dividindo a soma dos valores pela quantidade de

valores, estamos calculando a média aritmética

simples destes valores.

É o mesmo que =MÉDIA(B2:B6). Resposta: Certo.

Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente

do editor de textos, ele possui muitas semelhanças

que acabam ajudando quem está iniciando nele.

Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar

com seções (divisões), é possível inserir números

de slides, é possível comparar apresentações, etc.

EXTENSÃO

TIPO DE

ARQUIVO

CARACTERÍS-

TICAS

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A fórmula MENOR(B2:B6)

permite determinar o menor valor cotado entre as lojas

pesquisadas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A função MENOR possui a seguinte sintaxe:

=MENOR(células;posição).

Na fórmula apresentada na questão, não foi

informada a posição desejada. Será apresentada

uma mensagem de erro, porque está faltando um

argumento.

O correto seria =MENOR(B2:B6;1)

Outra forma de identificar o menor valor, é usando

=MÍNIMO(B2:B6). Resposta: Errado.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Devido à capacidade ilimitada

de linhas de suas planilhas, o aplicativo Excel

pode ser utilizado como um banco de dados para

tabelas com mais de um milhão de registros.

( ) CERTO ( ) ERRADO

As planilhas de cálculos possuem células, que são

identificadas pelas linhas e colunas existentes.

Não temos um local de armazenamento ilimitado,

pois são 16.384 colunas nomeadas de A até XFD, e

1.048.576 linhas numeradas. Resposta: Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com o uso de uma planilha

no Microsoft Excel 2016, será realizada a soma

de dois valores numéricos advindos de duas planilhas

diferentes, mas ambas constantes do mesmo arquivo.

A fórmula de soma será inserida na célula A1 da

planilha Plan1, e os dados a serem somados estão

na célula A1 de Plan2 e na célula A2 de Plan1. Nessa

situação, a fórmula correta a ser inserida na célula A1

da planilha Plan1 é =SOMA(Plan2!A1;A2).

( ) CERTO ( ) ERRADO

As referências de uma planilha são indicadas nas

fórmulas sem símbolos especiais. As referências em

outras planilhas da mesma Pasta de Trabalho, são

indicadas com o símbolo de exclamação. A fórmula

=SOMA(Plan2!A1;A2) somará o valor de A1 na

planilha Plan2, com o valor de A2 na planilha atual

(Plan1). Resposta: Certo.

MICROSOFT POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft

PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de

extensão .PPTX. Caso contenham macros (comandos

para automatização de tarefas) será atribuída a extensão

.PPTM. E ainda podemos trabalhar com os modelos

(extensão .POTX e POTM).

PPT

PPS

POT

PPTX

PPSX

POTX

POTM

ODP

PDF/XPS

Importante!

Apresentação

editável.

Apresentação

executável.

Modelo de

apresentação.

Apresentação

editável.

Apresentação

executável.

Modelo de

apresentação.

Modelo de apresentação

com

macros.

Open Document

Presentation.

Portable Document

Format.

Versão 2003 ou

anterior.

Versão 2003 ou

anterior.

Versão 2003 ou

anterior.

Versão 2007 ou

superior.

Versão 2007 ou

superior, que

não necessita

de programas

para ser

visualizada.

Recursos para

padronização

de novas

apresentações.

Recursos para

padronização

e automatização

de novas

apresentações.

Formato do

LibreOffice

Impress, que

pode ser editado

e salvo

pelo Microsoft

PowerPoint.

Formato de documento

portável,

sem alguns

recursos multimídia

inseridos

na apresentação

de slide.

Apresentações de slides é um tópico pouco

questionado em provas de concursos. Conhecendo

os conceitos do Microsoft PowerPoint,

você poderá aproveitá-los quando estudar

LibreOffice Impress.

As apresentações de slides podem ser gravadas em

formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até

transformadas em vídeo (extensão MP4).

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

233


Os recursos do PowerPoint, como animações, transições,

narração, serão inseridos no vídeo, que poderá

ser reproduzido em outros dispositivos, como Smart

TV em totens de propagandas.

O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais

de slides,

• Slide (modo de exibição Normal) – cada slide é

mostrado para edição de seu conteúdo.

• Slide Mestre – para alterar o design e o layout dos

slides mestres, alterando toda a apresentação de

uma vez.

• Folhetos Mestre – para alterar o design e layout

dos folhetos que serão impressos.

• Anotações Mestras – para alterar o design e layout

das folhas de anotações.

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão

Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo

de edição de apresentações de slides.

• SLIDE – unidade de edição, como uma página da

apresentação.

• SLIDE MESTRE – slide com o modelo de formatação

que será usado pelos slides da apresentação atual.

• DESIGN – aparência do slide ou de toda a apresentação.

O design combina cores, estilos e padrões

para que a aparência tenha um visual harmonizado.

O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada

objeto inserido no slide.

• LAYOUT – disposição dos elementos dentro do slide.

Quando a apresentação é iniciada, o slide de

slide de título é apresentado. O usuário poderá

alterar para outro layout. Cada slide da apresentação

poderá ter um layout diferente.

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de

slides

Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu

uma pequena mudança em relação às versões anteriores,

com a inclusão do item Modo de Exibição de

Estrutura de Tópicos:

234

Slide de Título Título e Conteúdo

Cabeçalho da

Seção

Somente Título Em Branco Conteúdo com

Legenda

Figura 2. Layout de slide

Duas Partes de

Conteúdo

Imagem com

Legenda

Comparação

• SEÇÃO – divisão de formatação dentro da apresentação

(usadas para Apresentações Personalizadas).

Poderá ter ‘duas apresentações’ dentro de uma, e no

início, escolher qual delas será exibida para o público.

• TRANSIÇÕES – animação entre os slides. Ao selecionar

algum efeito de animação entre os slides (guia

Transições, grupo Transição para este slide), será disponibilizada

a opção para configuração do Intervalo.

• ANIMAÇÃO – animação dentro do slide, em um

objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações

simultaneamente, enquanto a transição do

slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída

ou Trajetórias de Animação.

Conceito de slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as

unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as páginas

de um documento do Microsoft Word, os slides possuem

configurações como margens, orientação, números

de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.

• Normal – no modo de exibição Normal, miniaturas

dos slides ou os tópicos aparecerão no lado

esquerdo, o slide atual aparecerá no centro (sendo

possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá

a área de anotações. Ajustar à janela encaixa

o slide na área.

• Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos –

para editar e alternar entre slides no painel de

estrutura de tópicos. Útil para a criação de uma

apresentação a partir dos tópicos de um documento

do Microsoft Word.

• Classificação dos Slides – no modo de exibição

Classificação de Slides, apenas miniaturas dos slides

serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser organizadas,

arrastando-as. As operações de slides estão

disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide, etc.

Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após

duplo clique será possível a edição do conteúdo.

• Anotações – Exibir a página de anotações para

editar as anotações do orador da forma como ficarão

quando forem impressas.

• Modo de Exibição de Leitura – Exibir a apresentação

como uma apresentação de slides que cabe

na janela. A barra de título do PowerPoint continuará

sendo exibida.

Noções de edição e formatação de apresentações

A preparação de uma apresentação de slides segue

uma série de recomendações, quanto a quantidade de texto,

quantidade de slides, tempo da apresentação, etc.


Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro.

O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,

como apresentar, etc.

Para entrar em modo de apresentação de slides do

começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone

‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar

Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone correspondente

na barra de status, ao lado do zoom.

A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição

Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será

mostrada. A outra forma de iniciar uma apresentação de

slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou

clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.

Durante a apresentação de slides, as setas de direção

permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para o

próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.

Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal

(esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apresentação.

Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em

branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela preta

(escura).

A edição dos elementos textuais e parágrafos seguem

os princípios do editor de textos Word. E os comandos também

são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.

De acordo com o formato escolhido, alguns recursos

poderão ser desabilitados.

FORMA-

TO

ANIMA-

ÇÕES

TRANSI-

ÇÕES

ÁUDIO

VÍDEO

HIPER-

LINKS

PPTX X X X X X

PPSX X X X X X

PDF - - - - X

MP4 X X X X X

JPG/

PNG

- - - - -

Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )

O formato PDF é portável, e poderá ser usado em

qualquer plataforma. Praticamente todos os programas

disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.

Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam

ser questionados em provas.

Configurar Apresentação de Slides – Configurar

opções avançadas para a apresentação

de slides, como o modo de quiosque (em que

a apresentação reinicia após o último slide, e

continua em loop até pressionar ESC), apresentação

sem narração, vários monitores,

avançar slides, etc.

Ocultar Slide – Ocultar o slide atual da apresentação.

Ele não será mostrado durante a

apresentação de slides de tela inteira.

Testar Intervalos – Iniciar uma apresentação

de slides em tela inteira na qual você possa

testar sua apresentação. A quantidade de

tempo utilizada em cada slide é registrada e

você pode salvar esses intervalos para executar

a apresentação automaticamente no

futuro.

Gravar Apresentação de Slides – Gravar narrações

de áudio, gestos do apontador laser ou

intervalos de slide e animação para reprodução

durante a apresentação de slides.

Álbum de Fotografias – criar ou editar uma

apresentação com base em uma série de

imagens. Cada imagem será colocada em

um slide individual.

Ação – Adicionar uma ação ao objeto selecionado

para especificar o que deve acontecer

quando você clicar nele ou passar o mouse

sobre ele.

Inserir número do slide - o número do slide

reflete sua posição na apresentação.

Inserir vídeo no slide - permite inserir um

videoclipe no slide.

Inserir áudio no slide - permite inserir um

clipe de áudio no slide.

Para entrar em modo de apresentação de slides

do começo, devemos pressionar F5.

Gravação de tela – gravar o que está sendo

exibido na tela e inserir no slide.

A outra forma de iniciar uma apresentação

de slides é a partir do Slide Atual, pressionando

Shift+F5 ou clicando no ícone da guia

Apresentação de Slides.

Formas – linhas, retângulos, formas básicas,

setas largas, formas de equação, fluxograma,

estrelas e faixas, textos explicativos e

botões de ação.

Apresentar on-line – Transmitir a apresentação

de slides para visualizadores remotos

que possam assisti-la em um navegador da

Web.

Apresentação de Slides Personalizada – Criar

ou executar uma apresentação de slides

personalizada. Uma apresentação de slides

personalizada exibirá somente os slides

selecionados. Este recurso permite que você

tenha vários conjuntos de slides diferentes

(por exemplo, uma sucessão de slides de 30

minutos e outra de 60 minutos) na mesma

apresentação.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Quando o PowerPoint

2013 é aberto (Apresentação em Branco), o slide exibido

mostra dois espaços formatados, um para adicionar

um título e o outro para adicionar um subtítulo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Microsoft PowerPoint é o editor de apresentações

de slides do pacote Microsoft Office. Quando

ele é aberto ou uma nova apresentação em branco

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

235


é iniciada (atalho de teclado Ctrl+O), um slide com o layout “Slide de título” será exibido. Ele contém um espaço

formatado para o título e um espaço para um subtítulo. Resposta: Certo.

2. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Slides somente podem ser inseridos no PowerPoint 2013 com o mesmo layout do slide

anterior, já que não é permitido inserir um slide com outro layout em uma mesma apresentação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O slide é como uma página da apresentação, e tem os objetos inseridos em regiões determinadas pelo layout. O

layout poderá ser usado em vários slides da mesma apresentação, sem qualquer problema. Disponível na guia

Página Inicial, o Layout poderá ser escolhido pelo usuário e alterado posteriormente se desejar. Resposta: Errado.

3. (INSTITUTO QUADRIX – 2020) Algumas informações são exibidas pela barra de status do PowerPoint 2013. Entre

elas, podem ser citados o número do slide ativo e o nível de zoom.

( ) CERTO ( ) ERRADO

No Microsoft PowerPoint, editor de apresentações de slides, o usuário encontrará na barra de status informações

sobre qual slide ativo, o idioma principal para correção ortográfica, expandir a área de Anotações, os modos de

visualização e qual está ativo, controle de zoom e encaixar o slide na área visível.

Total de Slides da

Apresentação

Expandir a Área de Anotações

Zoom

Slide Ativo Idioma Modos de Visualização Encaixar

236

No Microsoft Word, as informações apresentadas na

barra de status são: página atual, total de páginas,

autocorreção, idioma, gravação de macro (código

em Visual Basic for Applications para a automatização

de tarefas), modos de visualização e zoom.

No Microsoft Excel, as informações apresentadas

na barra de status são: status de entrada de dados,

gravação de macro, resultados da seleção de células,

modos de visualização e zoom. Resposta: Certo.

4. (QUADRIX – 2019) O PowerPoint 2013 permite que

uma apresentação seja armazenada como um modelo.

Nesse caso, ao salvar uma apresentação como modelo,

será gerado um arquivo com a extensão POTX.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Microsoft PowerPoint é o editor de apresentações

de slides do pacote Microsoft Office. Ele permite a

criação de apresentações de slides (extensão PPTX),

apresentações de slides executáveis (extensão

PPSX), modelos de apresentações de slides (extensão

POTX), salvar como imagens (BMP, GIF, JPG,

PNG, TIF, WMF, EMF e SVG), entre vários outros

formatos. Um modelo de apresentação contém as

configurações que serão usadas para a criação de

novas apresentações, como Temas, Animações,

Transições, Estilos e Formatos. Resposta: Certo.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Uma apresentação criada

no PowerPoint 2013 não poderá ser salva em uma versão

anterior a esta, visto que a versão de 2013 contém

elementos mais complexos que as anteriores.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Uma apresentação de slides desenvolvida nas versões

atuais dos programas do Microsoft Office,

compatíveis com o padrão XML implementado no

Office 2007, poderão ser gravadas no formato PPTX

(atual) ou PPT (anterior). O formato PPTX é válido

para o PowerPoint 2007, 2010, 2012, 2013, 2016,

2019 e 365. Resposta: Errado.

LIBREOFFICE WRITER

A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interface

da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um

fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando

mais parecido com o Word 2016.

A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão

Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N).

O LibreOffice Writer é integrado com os demais

programas do pacote, permitindo a inserção de fórmulas

avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em

uma tabela do documento de textos, por exemplo.

O LibreOffice Writer grava documentos com a

extensão ODT, mas também poderá gravar em outros

formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos

que são gravados pelo programa, também poderão

ser abertos por ele.

Importante!

O que você faz no Word, você faz no Writer. Quase

tudo tem correspondente entre os aplicativos.

Alguns atalhos de teclado são diferentes,

alguns nomes de comandos são diferentes, mas

a maioria dos itens são iguais.


O botão abc é usado para fazer a verificação ortográfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação ortográfica

o atalho é Shift+F7. A auto verificação ortográfica é para correção automática de todos os erros do documento

segundo as configurações pré-determinadas pelo editor de textos Writer.

O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma palavra

de cada vez, sublinhado ondulado vermelho) ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado verde). Já

a autocorreção é um recurso diferente, que permite substituir erros comuns, como a ausência de maiúscula no

início de uma frase, corrigir o uso acidental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre maiúscula e minúscula),

acentuação na palavra não (quando digitamos naõ), e principalmente a substituição de símbolos por palavras,

definidos pelo usuário, no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.

Estrutura básica dos documentos

Os documentos do LibreOffice Writer possuem a seguinte estrutura básica, semelhante aos conceitos do Microsoft

Word e conceitos:

• Documentos – arquivos ODT (Open Document Text). Os documentos são arquivos editáveis pelo usuário. Os

Modelos, com extensão OTT (Open Template Text), contém formatações que serão aplicadas aos novos documentos

criados a partir dele.

• Páginas – unidades de organização do texto, segundo o tamanho do papel e margens. Definições estão no menu

Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.

A4

• Seção – divisão de formatação do documento, onde cada parte tem a sua configuração. Sempre que forem

usadas configurações diferentes, como margens, colunas, tamanho, etc., as seções serão usadas. Disponível no

menu Inserir, item Seção...

• Parágrafos – formado por palavras e marcas de formatação. Finalizado com Enter, contém formatação independente

do parágrafo anterior, e do parágrafo seguinte.

• Linhas – sequência de palavras que pode ser um parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for finalizado

com Quebra de Linha, a configuração de formatação atual permanece na próxima linha.

• Palavras – formado por letras, números, símbolos, caracteres de formatação, etc. Podemos definir a formatação

do texto no menu Formatar, item Texto (nas versões anteriores era Caractere). E podemos escolher em Texto.

A novidade na versão 5 é que o menu Texto já exibe na lista todos os estilos e efeitos disponíveis no editor.

Edição e formatação de textos

A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos parágrafos

e nas páginas. O LibreOffice Writer tem todos estes recursos, como o Microsoft Word.

A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou configuração

aplicada.

Edição e formatação de FONTES.

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os

programas do computador.

Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,

são os mais comuns.

Ao lado do nome da fonte, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente.

Se quiser, digite o valor específico que deseja.

Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular Caixa”.

Shift+F3 para alternar pelo teclado.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

237


As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível

na barra de formatação de Caracteres.

E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.

Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Diferem

nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.

Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico (atalho

de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado Ctrl+D – Double,

que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado

simples sobre as palavras), subscrito

(como na fórmula H 2

O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e sobrescrito (como em km 2 – atalho

de teclado Ctrl+Shift+P)

O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de

palavras em inglês.

O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Formatar,

Texto.

Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.

ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

Sobrescrito Ctrl+Shift+mais Ctrl+Shift+P Exemplo de Texto

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B Exemplo de Texto

Sombra - - Exemplo de Texto

Contorno - - Exemplo de Texto

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto

Maiúsculas

Minúsculas

EXEMPLO DE

TEXTO

exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto

Versalete - Ctrl+Shift+K - Exemplo de Texto

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

238


ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Realce de Texto - - Exemplo de Texto

Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquerda),

Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de teclado dos editores de textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos, está relacionada

com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?

Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na

Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.

Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.

Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está disponível.

Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D1 Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G2 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H

Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J3 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink

Barra de endereços do

navegador

Ctrl+L4 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

Ctrl+M Aumentar recuo5 Limpar formatação direta Ctrl+\

Ctrl+N6 Negrito Novo documento (New) -

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)

Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -

Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando

Ctrl+igual7 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula

1 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites

preferidos do usuário.

2 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.

3 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e consultar os

arquivos que foram baixados (Downloads).

4 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.

5 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do parágrafo.

6 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.

7 O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

239


ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação

Ctrl+Alt+Shift+V

Colar sem formatação

Shift+F38 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -

Importante!

Um dos comandos que mais confunde candidatos

na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem

nenhuma relação com o browser de Internet e é usado

para navegar dentro do documento em edição.

Esta região aceitará qualquer elemento que seria

usado no documento, como textos, imagens, tabelas,

campos, formas geométricas, hiperlinks, entre outros.

Inserir

No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador,

que permite a navegação para:

• Página

• Títulos

• Tabelas

• Quadros

• Objetos OLE

• Marca-páginas

• Seções

• Hiperlinks

• Referências

• Índices

• Anotações

• Objetos de Desenho

• Controle

• Fórmula de tabela

• Fórmula de tabela incorreta

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença

em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade

de uso de 4 cliques na seleção. Confira:

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

Cabeçalho e rodapé

Cabeçalho

Diferentemente da interface do Microsoft Word,

que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos

e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em

menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para

compreender a sequência de comandos e menus do

Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e

LibreOffice Impress.

MENU

Arquivo

SIGNIFICADO

Permitem acesso às configurações

de arquivo sobre o documento

atual (novo, abrir, fechar, salvar,

imprimir, propriedades).

- Ctrl+A

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

Botão

principal

-

-

-

-

Selecionar

tudo

1 clique na

palavra

2 cliques

na palavra

3 cliques

na palavra

4 cliques

na palavra

Seleciona o

documento

Posiciona

o cursor

Seleciona a

palavra

Selecionar

a frase

Seleciona

o parágrafo

Editar

Exibir

Permite acesso à Área de Transferência,

além das opções temporárias

(localizar, substituir,

selecionar) e área de transferência

do Windows/Linux,

Permite a configuração dos objetos

que serão exibidos na tela do

aplicativo. Modos de visualização,

interface do usuário, elementos da

tela de edição, Marcas de Formatação,

Barra Lateral e Zoom

Cabeçalhos

Localizado na margem superior da página, poderá

ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.

Assim como no Word, é possível trabalhar com

configurações diferentes dentro do mesmo documento.

Para isto, use as seções para dividir a formatação

do documento.

Inserir

Permite adicionar um item que não

existe no documento atual. Adicionar

qualquer objeto no arquivo

atualmente editado. Se este objeto

é atualizável, será um campo. Elementos

da página, elementos gráficos,

elementos visuais, referências

e índices, elementos de mala direta

e cabeçalho e rodapé.

240

8 O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.


MENU

Formatar

Estilos

Tabelas

Formulários

Ferramentas

Janela

Impressão

SIGNIFICADO

Formatar significa dar um formato

a um objeto que já existe.

Parágrafo, estilos, marcadores e

numeração, tabulações, etc. Permite

alterar elementos editáveis do

documento.

Os estilos são formatações pré-

-definidas para serem usadas no

texto. Posteriormente poderão ser

organizadas em um índice.

Disponibilizam ferramentas para o

trabalho com tabelas, segundo as

convenções próprias do recurso.

Ao incluir uma tabela no documento,

a barra de ícones Tabela será

exibida.

Permite a edição e programação

de formulários diretamente no

documento aberto, para entrada de

dados padronizados.

Oferece comandos para o gerenciamento

do aplicativo, alterando

as configurações em todos os

próximos arquivos editados pelo

aplicativo.

Oferece opções para organizar

as janelas dos documentos em

edição.

Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho

Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar

Impressão), a impressão permite o envio do arquivo

em edição para a impressora. A impressora listada

vem do Windows, do Painel de Controle (ou Configurações,

no caso do Windows 10).

Podemos escolher a impressora, definir como será a

impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas

específicas), quais serão as páginas (números separados

com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais,

separadas por traço uma sequência de páginas).

Havendo a possibilidade disponível na impressora,

serão impressas de um lado da página, ou frente e

verso automático, ou manual. Ao contrário do Word,

que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o

Writer divide em guias as opções da impressão.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2013) O aplicativo Writer, do

BrOffice, utilizado para a edição de textos, não permite

a realização de cálculos com valores numéricos, por

exemplo, cálculos com valores em uma tabela inserida

no documento em edição.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O LibreOffice Writer possui integração com os

demais programas do pacote, e permite a integração

dos recursos do LibreOffice Calc (planilhas de

cálculos) em uma tabela do documento. O Microsoft

Office também é assim. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) No aplicativo Writer, para

alterar a cor da fonte de um caractere no documento

em edição, o usuário pode utilizar o menu Formatar e,

em seguida, escolher a opção Fonte.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O LibreOffice Writer poderá produzir documentos

como o Microsoft Word, pois além de serem compatíveis,

compartilham funcionalidades. Porém, existem

itens que possuem nomes diferentes em cada editor

de textos. No Microsoft Word é Formatar, Fonte. No

LibreOffice Writer é Formatar, Texto. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2015) Por meio de recursos disponíveis

no BrOffice Writer, é possível realizar cálculos

complexos utilizando-se funções que podem ser inseridas

nos campos de uma tabela.

( ) CERTO ( )ERRADO

O Writer, integrante do pacote LibreOffice, é capaz

de trabalhar com fórmulas complexas devido à natureza

do pacote de aplicativos. Quando executamos

o BrOffice, ou LibreOffice, ou OpenOffice, todos os

aplicativos são carregados, tornando-se possível no

editor de textos acessar às fórmulas complexas de

planilha de cálculos, e vice versa. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Para se editar o cabeçalho

de um documento no Writer, deve-se clicar o topo

da página para abrir o espaço para edição. Por limitações

técnicas desse editor de textos, não é possível

colar textos ou imagens nesse espaço.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O cabeçalho é uma região na margem superior

da página que poderá ser editado pelo usuário. O

conteúdo inserido neste local poderá ser exibido

em todas as páginas do documento. No cabeçalho

o usuário poderá inserir textos, imagens, tabelas,

campos, links e qualquer outro elemento de um

documento de texto. Resposta: Errado.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

241


5. (INSTITUTO AOCP – 2018) Utilizando o LibreOffice

Writer, uma sentença de texto pode ser formatada

como Tachado usando a Guia: Formatar > opção Texto

> opção Tachado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O estilo Tachado aplicará uma linha sobre as letras

do texto, como censura, igual ao Microsoft Word.

No LibreOffice Writer está disponível em Formatar,

opção Texto, opção Tachado. Este é um exemplo do

efeito. Resposta: Certo.

Pasta de Trabalho – arquivo do Calc contendo

as planilhas, de 1 a N (de acordo com quantidade de

memória RAM disponível, nomeadas como Planilha 1,

Planilha 2, Planilha3). No Calc é extensão ODS.

Alça de preenchimento – no canto inferior direito

da célula, permite que um valor seja copiado na direção

em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número,

ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência

será criada. No Calc, 1 número cria uma sequência

com incremento 1. Datas, dias da semana, nome dos

meses, estas opções criam listas pré-definidas.

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação

de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante

ao Microsoft Excel, e possui apenas algumas

diferenças (que já foram questionadas em concursos

públicos).

Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser

criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google

Planilhas. O arquivo produzido em um aplicativo

poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis

entre si.

Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel

em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmente.

O LibreOffice Calc reconhece o formato

XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento

não influencia nos recursos disponíveis

no aplicativo.

O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a

extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é

um componente do ODF (Open Document Format). O

arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABA-

LHO, e poderá ser gravado no formato do Microsoft

Office, todas as versões.

Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia

com 1 planilha (folha de dados), identificada por

abas na parte inferior da tela de visualização. Cada

planilha é independente das demais, e usamos o

sinal de ponto final para referenciar dados em outras

planilhas.

As colunas são identificadas por letras, nomeadas

de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que

possui 1024 colunas). As linhas são numeradas com

números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na

planilha).

O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.

O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Microsoft

Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor

ou pior. Cuidado com as comparações. Quando a banca

sugere uma comparação, menosprezando um dos

itens, geralmente está errado.

Mesclar células – significa simplesmente juntar. O

LibreOffice Calc permite que o usuário escolha a forma

como as células serão mescladas. Ao clicar no ícone

na barra de ferramentas, a caixa de diálogo “Mesclar

células” será exibida.

A célula pode receber diferentes formatações,

especialmente na exibição de valores numéricos. Para

a exibição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A

formação de células, linhas e colunas possibilita definir

bordas, sombreamento, e padrões que serão aplicados

a estas.

Uma opção muito utilizada no Calc, e também no

Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande

(muitas células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e

podemos marcar o intervalo (Definir) que será considerado

na impressão.

A formatação Condicional permite exibir células

de diferentes cores e padrões, segundo condições

estipuladas. Por exemplo, quando desejamos que os

números negativos sejam vermelhos e os positivos em

azul, é um caso.

Formatar

Conceitos básicos

242

Célula – unidade da planilha de cálculos, o encontro

entre uma linha e uma coluna. A seleção individual

é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a

tecla SHIFT (assim como no sistema operacional).

Coluna – células alinhadas verticalmente, nomeadas

com uma letra.

Linha – células alinhadas horizontalmente, numeradas

com números.

Planilha – o conjunto de células organizado em uma

folha de dados. Writer representa com (ponto final).

Condiconal

Geranciar...


A formatação condicional pode apresentar visualmente

as diferenças existentes nos dados da planilha

de cálculos. É um recurso útil e muito questionado em

provas.

Simbologia específica

• Coluna+Linha formato de referência de cada célula

da planilha. Colunas com letras, linhas com

números. O formato de referência é idêntico no

Excel e Calc.

Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1.

• = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou

faz uma comparação dentro de um teste.

Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1

com o valor em A2.

=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um teste

e exibe uma mensagem.

• + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/

função.

Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1

com o valor em A2.

• - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/

função com inversão de resultado.

Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1

com o valor em A2, invertendo o resultado.

• * (asterisco) multiplicação.

Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor

em A1 pelo valor em A2.

• / (barra ‘normal’) divisão.

Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1

pelo valor em A2.

• ^ (acento circunflexo) Exponenciação.

Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do

valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2.

• > (sinal de maior) maior que. Usado para testes,

para comparação.

Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –

efetua um teste e exibe uma mensagem.

• < (sinal de menor) menor que. Usado em testes,

para comparação.

Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) –

efetua um teste e exibe uma mensagem.

• >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos,

sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes,

para comparação.

Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2

é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem.

• <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos,

sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes,

para comparação.

Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a

A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma

mensagem.

• <> (sinal de menor e sinal de maior, consecutivos,

sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o

símbolo ≠ Usado em testes, para comparação.

Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São

iguais”) – teste e exibe uma mensagem.

• ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,

expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel

e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na

matemática, apenas parênteses.

• ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma

função ou separador de células em uma referência.

Pode significar E em uma referência de valores.

Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São

iguais”) – separando os três argumentos da função.

=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argumentos

que serão somados.

• % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o

valor em formato de porcentagem. Não faz o cálculo.

Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o

resultado (por cento, por 100).

• & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne

dois ou mais valores em uma única sequência.

Exemplo:

=”Fernando”&”Nishimura”

=15&30

Fernando Nishimura

1530

• . (ponto final) Significa Planilha.

Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua

a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o

valor de A2 que está em Planilha2.

Importante!

Uma das poucas diferenças existentes entre o

Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma

como referenciam planilhas. No Excel é o ponto

de exclamação, no Calc é o ponto final.

• : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de

faixa de células.

Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valores

na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,

C1 e C2.

• “ (aspas) indicam expressões de textos literais.

Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São

iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.

• $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, transformando

a referência relativa em referência mista

ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,

quando ela mudar de célula, será alterada ou não.

Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B

está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)

=$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a

Planilha2.

• # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,

apenas um) Erro.

Mensagens de Erros

Seguem abaixo os erros mais comuns que podem

ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

243


• ##### A célula não é larga o suficiente para mostrar

o conteúdo.

• NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante

inválida. Um cálculo resulta em overflow no intervalo

de valores definido.

• #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula

resulta em um valor que não corresponde à sua

definição; ou a célula que é referenciada na fórmula

contém um texto em vez de um número.

• #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma

fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a planilha

que contém uma célula referenciada.

• #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi

possível avaliar um identificador, por exemplo,

não foi possível encontrar uma referência válida,

um nome de domínio válido, uma etiqueta de coluna/linha,

uma macro, um separador decimal incorreto,

suplemento não encontrado.

• #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação

de divisão / quando o denominador é 0.

Funções Básicas

• SOMA (valores) : realiza a operação de soma nas

células selecionadas.

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes

nas células A1, A2 e A3.

=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes

nas células A1 até A5

=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da

célula A1, com 34 (valor literal) e B3.

=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes,

de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,

operando apenas áreas quadrangulares.

=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores

A1 com B1 e C1 até C3.

=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2

com 3 e o valor A1 duas vezes.

• SOMASE (valores;condição) : realiza a operação

de soma nas células selecionadas, se uma condição

for atendida.

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores

de A1 até A5 que sejam maiores que 15.

=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores

de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sintaxe

é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja

somado).

• MEDIA (valores) : realiza a operação de média

nas células selecionadas e exibe o valor médio

encontrado.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples

dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,

serão somados e divididos por 5. Se existir uma

célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células

vazias não entram no cálculo da média.

• MED (valores): obtém o valor da mediana. A

mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores

ordenados informados

=MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6,

2 e 1? É o 2.

=MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2

até C2? (6+2+1)/3 = 3.

• MÁXIMO (valores) : exibe o maior valor das células

selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na

área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas

um será mostrado.

• MAIOR (valores;posição) : exibe o maior valor de

uma série, segundo o argumento apresentado.

=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas células

A1 até D6.

• MÍNIMO (valores) : exibe o menor valor das células

selecionadas.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na

área de A1 até D6.

• MENOR (valores;posição) : exibe o menor valor de

uma série, segundo o argumento apresentado.

=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas células

A1 até D6.

• SE (teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retorna

um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro

caso seja falso.

• CONT.VALORES (células) : esta função conta todas

as células em um intervalo, exceto as células vazias.

=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da

contagem, informando quantas células estão preenchidas

com valores, quaisquer valores.

• CONT.NÚM (células) : conta todas as células em

um intervalo, exceto células vazias e células com

texto.

=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no

intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.

• CONT.SE (células;condição) : Esta função conta quantas

vezes aparece um determinado valor (número ou

texto) em um intervalo de células (o usuário tem que

indicar qual é o critério a ser contado)

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quantas

células existem no intervalo de A1 até A10 contendo

o valor 5.

• TEXTO (células;formato) : exibe um valor numérico

no formato especificado por uma máscara.

=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,

portanto, 007

• MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto) : permite

trocar no texto informado, iniciando na posição

início, o novo_texto, até o limite de caracteres.

=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o

“José” por “João”

244

• PROCV (valor_procurado; matriz_tabela; núm_

índice_coluna; [intervalo_pesquisa])

A função PROCV é utilizada para localizar o

valor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando

encontrar, retornar a enésima coluna informada

em núm_índice_coluna. A última opção, que será


VERDADEIRO ou FALSO, é usada para identificar se

precisa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado

(V).

Por exemplo:

=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e

=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)

A função PROCV é um membro das funções de pesquisa

e Referência, que incluem a função PROCH.

Se PROCV não localizar valor_procurado, e procurar_intervalo

for VERDADEIRO, ela usará o maior

valor que é menor do que o valor_procurado.

• PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente )

: procura um valor na horizontal. Caso encontre,

retorna a linha correspondente ao argumento informado.

E a busca poderá ser exata ou aproximada.

MENU

Planilha

Ferramentas

Dados

Janela

SIGNIFICADO

Opções de controle da planilha de

dados no Calc.

Oferece comandos para o gerenciamento

do aplicativo, alterando as

configurações em todos os próximos

arquivos editados pelo aplicativo.

Classificação, filtro, filtro avançado, e

demais opções de organização dos

dados.

Oferece opções para organizar as

janelas dos documentos.

Precedência dos operadores

Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel,

usam precedência de operadores matemáticos para a

resolução das fórmulas.

A ordem de prioridade é parênteses, depois exponenciação

(ou potência), depois multiplicação e divisão,

e por último, adição e subtração.

^ Exponenciação A primeira operação que deve

ser executada

* Multiplicação A próxima operação a ser executada,

assim como a Divisão.

/ Divisão

+ Adição Após realizar exponenciação, multiplicação

e divisão, faça a adição/subtração.

- Subtração.

- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for

realizado, faça a inversão do sinal.

Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos operadores

matemáticos.

P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multiplicação,

divisão, adição e subtração.

Diferentemente da interface do Microsoft Excel,

que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos

e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em

menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para

compreender a sequência de comandos e menus do

Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e

LibreOffice Impress.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Para se calcular o valor

constante na célula E2, basta digitar nela o comando

=C2*D2.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Será efetuada a multiplicação de C2 por D2, e o resultado

será exibido em E2. Poderia ser escrita com a

função MULT, assim: =MULT(C2;D2). Resposta: Certo.

MENU

Arquivo

Editar

Exibir

Inserir

Formatar

SIGNIFICADO

Oferece comandos para o gerenciamento

do arquivo atual, aquele que

está em primeiro plano.

Acesso a recursos temporários (localizar,

substituir, selecionar) e área de

transferência do Windows/Linux.

Acesso aos controles sobre o que

será mostrado na tela de edição, e

como será exibido.

Adicionar qualquer objeto no arquivo

atualmente editado. Se este objeto é

atualizável, será um campo.

Mudar a aparência, mudar a configuração,

dar uma forma, alterar o que

está em edição.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Para se digitar m 3 , conforme

consta nas unidades de medida de areia e brita,

basta que se digitem nas respectivas células, simultaneamente,

as teclas < M > < Ctrl > < Alt > < 3 >.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Ao teclar, dentro da célula, a sequência Ctrl+Alt+3,

exibirá o número 3 como em m³. Resposta: Certo.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

245


3. (UFBA – 2014) Na planilha, para calcular o percentual

do item A com relação ao total dos itens de A a D, a fórmula

a ser escrita na célula C2, considerando-se que

ela será copiada com o mouse para as células C3, C4

e C5, é =B2/B6*100.

Os softwares de edição de slides (Microsoft Power-

Point, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem

a criação de uma apresentação de slides para

exibição para um público.

Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher

um modelo de apresentação para criação de um novo

arquivo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e

escolher um arquivo que está gravado em um local de

armazenamento permanente, para ser aberto e editado

naquela sessão de trabalho.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A fórmula apresentada será atualizada quando for

copiada com o mouse para a nova posição. Assim, ela

vai exibir erro, porque a referência B6 virou B7, e estaria

dividindo por zero. Para evitar que isto aconteça, e a fórmula

seja calculada corretamente, o símbolo de cifrão é

necessário, para travar a linha 6. Resposta: Errado.

Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice

Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).

Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress

(formato ODP – Open Document Presentation) podem

ser abertos pelo Microsoft PowerPoint.

Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2015) No BrOffice Calc, a opção

Atingir Metas do menu Ferramentas permite formatar

de maneira condicional a cor de uma célula (fundo e

fontes), ao se atingir determinado valor ou meta.

O LibreOffice Impress permite exportar uma

apresentação ou desenho para diferentes formatos,

incluindo os citados no enunciado da questão.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Para mudança de cores, é Formatação Condicional.

Tanto no LibreOffice Calc como no Microsoft Excel.

O comando é ‘Atingir Meta’ no singular, para determinar

um valor ou meta. Resposta: Errado.

Atingir meta...

Importante!

Extensões de arquivos estão entre os itens mais

questionados em provas de concursos organizados

pela banca CESPE/Cebraspe.

$B$43

Os modos de exibição permitem alternar entre

a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de

Tópicos), Notas (Anotações do apresentador) e Organizador

de Slides (classificação de slides – miniaturas

para organização).

246

LIBREOFFICE IMPRESS

O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após

anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos

que estamos apresentando um PowerPoint, mesmo que

o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.

Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides


Documento – para algum local do documento

atual, como uma Tabela, Seção ou

Quadro.

Novo Documento – para qualquer outro

arquivo editável do pacote LibreOffice.

LEIAUTE. Permite a escolha do tipo de conteúdo

que será inserido no slide. Para não esquecer: é o

esqueleto de cada slide da apresentação. O layout do

slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos

objetos dentro de cada slide da apresentação.

MODELOS. Permite a escolha do projeto visual que

será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência

da apresentação.

TRANSIÇÃO. Permite a escolha do efeito visual que

será utilizado na passagem de um slide para outro slide.

Para não esquecer: é a animação entre os slides da

apresentação.

MESTRE. Permite a escolha da posição de todos os

elementos dentro de uma apresentação, assim como

configurações específicas. Podemos configurar os

slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o

esqueleto de toda a apresentação.

Diferentemente da interface do Microsoft Power-

Point, que é baseada na Faixa de Opções com guias,

grupos e ícones, o LibreOffice tem a interface baseada

em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas

para compreender a sequência de comandos e menus

do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice

Writer e LibreOffice Calc.

MENU

Arquivo

Editar

Exibir

SIGNIFICADO

Oferece comandos para o gerenciamento

do arquivo atual, aquele que

está em primeiro plano.

Acesso a recursos temporários (localizar,

substituir, selecionar) e área de

transferência do Windows/Linux

Acesso aos controles sobre o que

será mostrado na tela de edição, e

como será exibido. Cor, preto e branco,

escala de cinza.

Exibir

Slide mestre

Inserir

Formatar

Ferramentas

Adicionar qualquer objeto na apresentação

atualmente editada. Se

este objeto é atualizável, será um

campo.

Mudar a aparência, mudar a configuração,

dar uma forma, alterar o que

está em edição.

Oferece comandos para o gerenciamento

do aplicativo, alterando as

configurações em todos os próximos

arquivos editados pelo aplicativo.

Elementos do slide mestre...

Apresentação

de slides

Iniciar a apresentação, configurar

a apresentação, Cronometrar, Interação,

Animação personalizada,

Transição de slides, Exibir e Ocultar

slides, e criar uma apresentação

personalizada.

Assim como nos demais aplicativos, o ícone

permite transformar um objeto inserido em um

hyperlink. O ícone está disponível na Barra de Ferramentas

Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K

No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet – endereço URL ou endereço FTP.

Correio – abre o aplicativo de e-mail

padrão para o envio de uma mensagem

eletrônica.

Janela

Menu Slide

Oferece opções para organizar as

janelas dos documentos.

Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão

6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui

opções similares à guia Apresentação de Slides do

Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação

dos slides da apresentação, incluindo o item

Transição de Slides, para adicionar uma animação

entre os slides.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

247


Slide

3. (CESPE– 2013) No BrOffice Impress, caso se selecione

o modo de exibição de eslaides em estrutura de tópicos,

apenas os textos dos eslaides serão exibidos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

No modo de exibição Estrutura de tópicos, somente

os tópicos (textos) serão exibidos.

Exibir

Menu Apresentação de Slides

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as

opções e comandos para controle da apresentação. Foi

mantido nas versões seguintes.

Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação

a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir

do slide atual. Esta é uma alteração importante,

pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual,

e agora é como no PowerPoint, com dois atalhos de

teclado diferentes.

Resposta: Correto.

Estrutura de tópicos

4. (CESPE-CEBRASPE – 2013) No eslaide mestre de

uma apresentação preparada no Impress, na opção

Cor/Escala de Cinza, é possível selecionar todas as

opções ou apenas as que serão utilizadas, como Cor,

Escala de Cinza e Preto e Branco.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Não é possível selecionar todas as opções. Somente

uma de cada vez. Cor, ou Escala de Cinza, ou Preto

e Branco.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Exibir

1. (CESPE-CEBRASPE – 2012) No aplicativo Impress do

pacote BrOffice, ao se clicar o botão será ativado

um cronômetro para controlar a duração da apresentação.

Essa função permite também a ativação de

um alarme que indicará o término do tempo de uma

apresentação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O ícone apresentado na questão é o navegador, que

possibilita buscar um slide na apresentação rapidamente.

O atalho é Ctrl+Shift+F5. Resposta: Errado.

Cor/Escala de cinzas

Cor

Escala de cinza

Preto e branco

248

2. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Ao clicar-se o botão

, será aberto o navegador configurado como padrão, o

que permite o acesso à Internet ao mesmo tempo em

que se utiliza o Impress.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O botão é utilizado para adicionar um hyperlink

ao objeto selecionado, permitindo que o usuário

acesse outro local da apresentação, outro arquivo,

um site na rede e enviar uma mensagem de correio

eletrônico. Resposta: Errado.

Resposta: Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Durante a exibição de

determinada apresentação, é possível circular, sublinhar,

desenhar setas ou fazer outras marcações para

enfatizar um ponto ou mostrar conexões importantes

que não estavam originalmente no eslaide.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Ao final da apresentação de slides, que teve anotações

ou desenhos marcados durante a apresentação,

será perguntado se deseja salvar estas marcações

no arquivo. Resposta: Certo.


CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO

DE SISTEMAS OPERACIONAIS

WINDOWS 7 E 10

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS:

WINDOWS 7

O sistema operacional Windows foi desenvolvido

pela Microsoft para computadores pessoais (PC)

em meados dos anos 80, oferecendo uma interface

gráfica baseada em janelas, com suporte para apontadores

como mouses, touch pads (área de toque nos

portáteis), canetas e mesas digitalizadoras.

O Windows da versão 7 foi substituído pelo Windows

8. Devido à ausência do botão Iniciar, não teve boa

aceitação pelos usuários e foi atualizado para o Windows

8.1. Atualmente, está na versão 10, que combina

os recursos do Windows 7 e 8.1.

O sistema operacional Windows é um software

proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível

e o usuário precisa adquirir uma licença de uso

da Microsoft.

Dica

A banca prioriza o conhecimento sobre itens

do Painel de Controle, gerenciador de arquivos

e pastas (interface, teclas de atalhos, menu de

contexto e os modos de visualização) e permissões

de acesso aos itens.

Funcionamento do sistema operacional

Do momento em que ligamos o computador até o

momento em que a interface gráfica está completamente

disponível para uso, uma série de ações e configurações

são realizadas, tanto nos componentes de

hardware como nos aplicativos de software. Acompanhe

a seguir essas etapas:

HARDWARE

Energia elétrica - botão ON/OFF

Equipamento OK

Disco de inicialização

SOFTWARE

POST - Power On Self Test

BIOS - Carregado para

memória Ram

Gerenciador de boot

• Kernel: Núcleo do sistema operacional. O Windows

tem o núcleo fechado e inacessível para o

usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fonte

disponível para ser utilizado, copiado, estudado,

modificado e redistribuído sem restrição. O kernel

do Linux está em constante desenvolvimento

por uma comunidade de programadores e, para

garantir sua integridade e qualidade, as sugestões

de melhorias são analisadas e aprovadas (ou não)

antes de serem disponibilizadas para download

por todos;

• Gerenciador de boot: O Linux tem diferentes

gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são

o LILO e o Grub;

• GUI (Graphics User Interface): Interface gráfica,

porque o sistema operacional oferece também a

interface de comandos (Prompt de Comandos ou

Linha de Comandos).

Após o carregamento do sistema operacional, o

usuário poderá trabalhar na interface gráfica ou acionar

a interface de comandos (Prompt de Comandos).

Quando o edital apresenta os itens Windows e Linux,

encontraremos questões que comparam os comandos

digitados no Prompt de Comandos do Windows com os

comandos digitados na linha de comandos do Linux.

O Windows possui três níveis de acesso, que são as

credenciais:

• Administrador: Usuário que poderá instalar programas

e dispositivos, desinstalar ou alterar as

configurações. Os programas podem ser desinstalados

ou reparados pelo administrador;

• Administrador local: Configurado para o

dispositivo;

• Administrador domínio: Quando o dispositivo

está conectado em uma rede (domínio), o administrador

de redes também poderá acessar o dispositivo

com credenciais globais;

• Usuário: Poderá executar os programas que foram

instalados pelo administrador, mas não poderá

desinstalar ou alterar as configurações;

• Convidado ou Visitante: Poderá acessar apenas

os itens liberados previamente pelo administrador.

Esta conta geralmente permanece desativada

nas configurações do Windows, por questões de

segurança.

Memória Ram

Pereféricos de entrada e saída

Núcleo do sistema Operacional

Drives

Interface gráfica

Aplicativos

• POST (Power On Self Test, autoteste da inicialização):

Instruções definidas pelo fabricante para

verificação dos componentes conectados;

• BIOS (Basic Input Output System): Sistema básico

de entrada e saída. Informações gravadas em

um chip CMOS (Complementary Metal Oxidy Semiconductor)

que podem ser configuradas pelo usuário

usando o programa SETUP, executado quando

pressionamos DEL ou outra tecla específica no

momento que ligamos o computador, na primeira

tela do autoteste – POST (Power On Self Test);

O Controle de Contas de Usuário (UAC – User

Account Control) restringe a execução de programas e

códigos que não sejam verificados ou confiáveis. Símbolos

e mensagens serão exibidos quando o Windows

precisar de confirmações relacionadas às permissões

de uso (e alteração de dados das contas dos usuários).

• Mensagens com brasão do Windows: o Windows

precisa de sua permissão para continuar;

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

249


• Mensagens com um brasão amarelo + exclamação: um

programa precisa de sua permissão para continuar;

Lembre-se, portanto, que permissões são as características

do acesso e os atributos são as características

do item acessado.

• Mensagens com um brasão amarelo + interrogação:

um programa não identificado deseja ter acesso

ao seu computador;

• Mensagens com um brasão vermelho e X: apenas

informam que este programa foi bloqueado.

PERMISSÕES

Controle total

Percorrer pasta

Executar arquivo

Listar pasta

Ler dados

Ler atributos

Ler atributos

estendidos

Criar arquivos/

Gravar dados

Criar pastas/

Acrescentar dados

Gravar atributos

Gravar atributos

estendidos

Excluir

CARACTERÍSTICAS, QUANDO

PERMITIDAS

Poderá realizar todas as

operações

Poderá visualizar os itens

existentes na pasta

Poderá executar e editar o

arquivo

Poderá visualizar as pastas

existentes

Poderá acessar o conteúdo dos

arquivos

Poderá visualizar os atributos

dos itens

Poderá visualizar os atributos

“extras” dos itens

Poderá criar novos arquivos e

gravar dados em arquivos já

existentes

Poderá criar novas pastas e

gravar arquivos nelas

Poderá alterar os atributos

Poderá alterar os atributos

estendidos

Poderá excluir o item

250

No Windows, as permissões NTFS podem ser atribuídas

em Propriedades, guia Segurança. Por meio de

permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,

entre outras, o usuário poderá definir o que será acessado

e executado por outros usuários do sistema.

As permissões do sistema de arquivos NTFS não

são compatíveis diretamente com o sistema operacional

Linux e, caso tenhamos dois sistemas operacionais

ou dois dispositivos na rede com sistemas diferentes,

um servidor Samba será necessário para realizar a

“tradução” das configurações.

Ao pressionar Alt+Enter, será mostrada a caixa de

diálogo de Propriedades, que também poderá ser acessada

pelo menu de contexto (botão direito do mouse).

Atributos são propriedades do item, e o Windows

tem quatro propriedades (Hidden – oculto, Archive

– arquivo, Read Only – somente leitura e System

– sistema), sendo todas elas manipuláveis. Uma propriedade

é interna e define se o item é um arquivo ou

um diretório.

Na guia de Segurança, poderemos definir quem

pode acessar e como pode acessar. Podemos escolher

permissões para: todos, somente pessoas específicas,

grupos de usuários etc. E, para cada um deles, poderemos

definir se terá Controle Total, se poderá fazer

a Leitura, se poderá fazer a Gravação, acessar as Permissões

etc. Ou seja, podemos Permitir ou Negar cada

uma das permissões de acesso.

Permissões de

leitura

Alterar permissões

Apropriar-se

Poderá definir quem acessará o

item para leitura

Poderá alterar as permissões

do item

Poderá alterar o proprietário do

item, assumindo controle total

sobre ele

O Windows oferece a interface gráfica (a mais usada

e questionada) e pode oferecer uma interface de

linha de comandos para digitação. O Prompt de Comandos

é a representação do sistema operacional MS-DOS

(Microsoft Disk Operation System), que era a opção

padrão de interface para o usuário antes do Windows.

O Windows 7 oferece o Prompt de Comandos “básico”

e tradicional, acionado pela digitação de CMD

seguido de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta

pelo atalho de teclado Windows+R = Run).

AÇÃO

WINDOWS

7

EXEMPLO

Ajuda /? cls /?

Data e Hora date e time date /t

Espaço em disco

e listar arquivos

dir

dir


AÇÃO

Qual o diretório

atual?

WINDOWS

7

cd

EXEMPLO

cd

Subir um nível cd.. cd ..

Ícone

Menu

Papel de

parede

Mostrar área

de trabalho

Diretório raiz cd \ cd \

Copiar arquivos copy copy a.txt f:

Mover arquivos move move a.txt f:

Renomear ren ren a.txt b.txt

Apagar arquivos del del a.txt

Apagar diretórios deltree deltree pasta

Criar diretórios md md novapasta

Alterar atributos attrib attrib +h a.txt

Mostrar, visualizar

Pausa na exibição

de páginas

type

more

type a.txt

type a.txt | more

Barra de Acesso

Rápido

Barra de

Tarefas

Barra de

Notificação

Interfaces de

rede

Listar todas as

conexões de

redes

ipconfig

ipconfig

arp -a arp -a

Apaga a tela cls cls

Concatenar comandos

Direcionar a

saída de um comando

Direcionar a

entrada para um

comando

Diretório raiz,

usado nos

comandos de

manipulação de

arquivos e pastas

Opção de um

comando

| -

> -

< -

\ (barra invertida)

/ (barra normal)

Para conhecer as configurações do dispositivo, o

usuário pode acessar as Propriedades do computador

no Windows Explorer, o item Sistema em Painel de Controle,

ou acionar o atalho de teclado Windows+Pause.

O Painel de Controle é o local onde o usuário poderá

configurar os softwares (Programas) e os hardwares

(Dispositivos). O Painel de Controle está no menu Iniciar

e, no Windows 7, não possui um atalho de teclado

definido.

A interface gráfica do Windows é caracterizada

pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do

Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,

atalhos, Barra de Tarefas (com programas que podem

ser executados e programas que estão sendo executados)

e outros componentes do Windows.

-

-

Elementos da área de trabalho do Windows 7

A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem

do papel de parede personalizada pelo usuário,

poderá ter uma proteção de tela ativada. Após algum

tempo sem utilização dos periféricos de entrada (mouse

e teclado), uma imagem ou tela será exibida no lugar

da imagem padrão.

Na área de trabalho do Windows, o usuário poderá

armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos

para itens no dispositivo, na rede ou na Internet.

• Botão Iniciar: Permite acesso aos aplicativos instalados

no computador, com os itens recentes no

início da lista e os demais itens classificados em

ordem alfabética;

• Microsoft Internet Explorer: Navegador de Internet

padrão do Windows 7;

• Barra de Acesso Rápido: Ícones fixados de programas

para acessar rapidamente;

• Fixar itens: Em cada ícone, ao clicar com o botão

direito (secundário) do mouse, será mostrado o

menu rápido, que permite fixar arquivos abertos

recentemente e fixar o ícone do programa na barra

de acesso rápido;

• Área de Notificações: Centraliza as mensagens

de segurança e manutenção do Windows, como as

atualizações do sistema operacional;

• Mostrar área de trabalho: Visualizar rapidamente

a área de trabalho, ocultando as janelas que

estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:

Windows+D (Desktop);

• Bloquear o computador: Com o atalho de teclado

Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o

computador. Poderá bloquear pelo menu de controle

de sessão, acionado pelo atalho de teclado

Ctrl+Alt+Del;

• Gerenciador de Tarefas: Controla os aplicativos,

processos e serviços em execução. Atalho de teclado:

Ctrl+Shift+Esc;

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

251


• Minimizar todas as janelas: Com o atalho de

teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode

minimizar todas as janelas abertas, visualizando

a área de trabalho;

• Criptografia com BitLocker: O Windows oferece

o sistema de proteção BitLocker, que criptografa os

dados de uma unidade de disco, protegendo contra

acessos indevidos. Para uso no computador, uma

chave será gravada em um pendrive, e, para acessar

o Windows, ele deverá estar conectado.

Dica

A banca prioriza o conhecimento de recursos

básicos do sistema operacional em três assuntos:

Windows Explorer, Painel de Controle e

Teclas de Atalhos.

1 - Barra de menus

2 - Barra ou linha de título

Area de trabalho do aplicativo

4 - Maximizar

3 - Minimizar 5 - Fechar

• Estender: Ampliar a área de trabalho, usando dois

ou mais monitores, iniciando em uma tela e “continuando”

na outra tela;

• Duplicar: Exibir a mesma imagem nas duas telas;

• Somente projetor: Desativar a tela atual (no notebook,

por exemplo) e exibir somente no projetor

ou Datashow.

No Windows, algumas definições sobre o que está

sendo executado podem variar segundo o tipo de execução.

Confira:

• Aplicativos: São os programas de primeiro plano

que o usuário executou;

• Processos: São os programas de segundo plano

carregados na inicialização do sistema operacional,

componentes de programas instalados pelo usuário;

• Serviços: São componentes do sistema operacional

carregados durante a inicialização para auxiliar

na execução de vários programas e processos.

No Windows, o atalho Ctrl+Shift+Esc abre o Gerenciador

de Tarefas, que permite consultar os Aplicativos,

Processos e Serviços em execução, além de

visualizar o Desempenho (processador e memória), as

conexões de Rede e os Usuários conectados.

Gerenciador de tarefas do Windows

6 - Barra de Rolagem

Processos

252

Elementos de uma janela do Windows

• 1 - Barra de menus: Local em que os menus que

podem ser executados no aplicativo são apresentados;

• 2 - Barra ou linha de título: Parte em que o nome

do arquivo sendo executado é mostrado. Por meio

dessa barra, é possível mover a janela quando ela

não está maximizada. Para isso, basta um clicar na

barra de título, manter o clique, arrastar e soltar o

mouse. Assim, será possível mover a janela para a

posição desejada;

• 3 - Botão minimizar: Reduz uma janela de documento

ou aplicativo para um ícone;

• 4 - Botão maximizar: Aumenta uma janela de

documento ou aplicativo para preencher a tela.

Para restaurar a janela para seu tamanho e posição

anteriores, clique nesse botão ou clique duas

vezes na barra de títulos;

• 5 - Botão fechar: Fecha o aplicativo ou o documento.

Solicita que você salve quaisquer alterações

não salvas antes de fechar, no caso de arquivos de

edição de texto. Alguns aplicativos, como os navegadores

de Internet, trabalham com guias ou abas,

que possuem seu próprio controle para fechamento

de guias ou abas. O atalho para fechar aplicativos

no teclado é Alt+F4;

• 6 - Barras de rolagem: São as barras sombreadas

ao longo do lado direito (e inferior) de uma janela

de documento. Para deslocar-se para outra parte

do documento, arraste a caixa ou clique nas setas

da barra de rolagem.

A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou

duplicada com os recursos de projeção. Ao acionar o atalho

de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá:

• Tela atual: Exibir somente na tela atual;

Os aplicativos em execução no Windows poderão

ser acessados de várias formas, alternando a exibição

de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:

• Alt + Tab: Alterna entre os aplicativos em execução,

exibindo uma lista de miniaturas deles para

o usuário escolher. A cada toque em Alt+Tab, a

seleção passa para o próximo item, retornando ao

começo quando passar por todos;

• Alt + Esc: Alterna diretamente para o próximo

aplicativo em execução, sem exibir nenhuma janela

de seleção.

Painel de Controle

O Painel de Controle é o local do Windows que

centraliza as configurações do sistema operacional,

de alguns programas e do hardware conectado. O

Painel de Controle é exibido na forma de Categorias

ou Ícones Pequenos/Grandes. No formato de exibição

Categorias, os itens disponíveis estão agrupados. Os

grupos do Painel de Controle são:

ÍCONE CATEGORIA ITENS AGRUPADOS

Sistema e

Segurança

Rede e

Internet

Verificar o status do

computador, fazer

backup do computador

e encontrar e corrigir

problemas.

Exibir o status e as

tarefas da rede, escolher

opções de

grupo doméstico e de

compartilhamento.


ÍCONE CATEGORIA ITENS AGRUPADOS

Hardware e

Sons

Programas

Contas de

Usuário

Aparência e

Personalização

Relógio, Idioma

e Região

Facilidade de

Acesso

Exibir impressoras e

dispositivos, adicionar

um dispositivo e ajustar

as configurações de

mobilidade comumente

usadas.

Desinstalar um

programa.

Adicionar ou remover

contas de usuário.

Alterar o tema, alterar o

plano de fundo da área

de trabalho e ajustar a

resolução de tela.

Alterar os teclados ou

outros métodos de entrada

e alterar idioma de

exibição.

Permitir que o Windows

sugira configurações e

otimizar exibição visual.

ÍCONE ITEM DESCRIÇÃO

Ferramentas

Administrativas

Firewall do

Windows

Fontes

Gerenciador de

Dispositivos

Grupo Doméstico

Opções de Internet

Configurações avançadas

do sistema

operacional.

Filtro de conexões de

rede para evitar ataques

e propagação de

códigos maliciosos.

Configuração das fontes

de letras usadas

por todos os programas

no Windows.

Consultar, alterar e

atualizar configurações

dos componentes

de hardware.

Para conexão entre

os dispositivos dentro

da mesma rede

doméstica.

Configuração da

conexão “lógica”,

dados do servidor de

proxy e opções do

navegador Internet

Explorer.

No formato de exibição Ícones, os itens disponíveis

estão agrupados. Os grupos do Painel de Controle são:

Opções de Pasta

Visualização dos

itens no Windows

Explorer.

ÍCONE ITEM DESCRIÇÃO

Backup

e

Restauração

Criar a cópia de segurança

dos dados

do usuário e restaurar

em caso de

necessidade.

Personalização

Programas e

Recursos

Cores e elementos

visuais do Windows.

Adicionar recursos

do Windows e desinstalar

programas

instalados.

Central de

Facilidade de

Acesso

Para ajustar o equipamento

e o sistema

operacional para as

necessidades do

usuário.

Programas Padrão

Associação entre extensões

de arquivos

e programas para

execução.

Central de Redes e

Compartilhamento

Conexão de Área

de Trabalho

Remota

Contas de Usuário

Data e Hora

Dispositivos

e

Impressoras

Configuração das

conexões e compartilhamentos.

Para que outro usuário

possa acessar o

dispositivo do usuário

remotamente.

Adicionar, remover

e alterar senha dos

usuários do Windows.

Ajustes de data, hora

e fuso horário.

Configuração do

Hardware.

Reprodução

Automática

Sistema

Windows Defender

Windows Update

O Windows efetua a

leitura de unidades

removíveis e executa

o conteúdo automaticamente.

Informações sobre

o computador e o

Windows.

Software anti malware

do Windows.

Atualizações de

componentes do

Windows, programas

Microsoft e dispositivos

periféricos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

253


Conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos

No Windows, os diretórios são chamados de pastas. E algumas pastas são chamadas de Bibliotecas, por serem

coleções especiais de arquivos. São quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos.

O usuário poderá criar Bibliotecas para sua organização pessoal. Elas otimizam a organização dos arquivos e

pastas, inserindo apenas ligações para os itens em seus locais originais.

O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações dos

discos de armazenamento. Os arquivos possuem nome e podem ter extensões.

O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes).

O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.

Extensões de arquivos

O Windows apresenta ícones que representam arquivos de acordo com a sua extensão. A extensão caracteriza

o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para ele de

acordo com o programa que o criou. É possível alterar essa extensão, porém, corremos o risco de perder o acesso ao

arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas Padrão do Painel

de Controle.

Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos:

EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

pdf

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos

Office. Formato de documento portável (Portable Document

Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.

docx

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação

que podem ser editados pelo LibreOffice Writer.

xlsx

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que

podem ser editadas pelo LibreOffice calc.

pptx

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá

ser editada pelo LibreOffice Impress.

txt

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco

de Notas. Poderá ser aberto por vários programas do

computador.

rtf

Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório

WordPad, este documento de texto possui alguma formatação,

como estilos de fontes.

mp4, avi, mpg

Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do

conteúdo, exibe no ícone a miniatura do primeiro quadro. No

Windows 7, o Windows Media Player reproduz os arquivos

de vídeo, áudio e streaming.

mp3

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O

Windows Media Player pode reproduzir o áudio.

254

bmp, gif, jpg, pcx, png,

tif

Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do

conteúdo, exibe no ícone a miniatura da imagem. No Windows,

o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de

imagens.


EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

zip

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados.

Não necessita de programas adicionais, como o formato

RAR, que exige o WinRAR.

Windows Explorer

O gerenciador de arquivos e pastas do Windows é o Windows Explorer, que pode ser acionado pelo ícone na

Barra de Tarefas, ou no menu Iniciar ou pelo atalho de teclado Windows+E.

Ele exibirá as unidades de disco de armazenamento em massa que estão conectadas no computador do usuário,

sua árvore de diretórios e os conteúdos das pastas. A sua interface é exibida a seguir, com os elementos

identificados.

2 3 4 5 6 7 8

1

9

1 - Painel de navegação (unidades, pastas e Bibliotecas).

Os Favoritos incluem os itens “Área de Trabalho”,

“Downloads” e “Locais”. As Bibliotecas

incluem os itens “Documentos”, “Imagens”, “Músicas”

e “Vídeos”;

2 - Botões de navegação (voltar e avançar) entre as

pastas acessadas;

3 - Barra de opções;

4 - Barra de endereços, que informa a localização

atual;

5 - Identificação da pasta atual;

6 - Colunas (a coluna Nome está classificada em ordem

alfabética, por causa do triângulo para cima inserido

nela);

7 - Conteúdo (exibe unidades, pastas, bibliotecas,

arquivos e atalhos);

8 - Pesquisar (tecla F3 ou Win+F);

9 - Painel de detalhes (da unidade, pasta ou Biblioteca

selecionada).

Modos de Visualização

Os ícones de unidades, pastas, arquivos e atalhos

são exibidos no Windows Explorer, de acordo com as

opções do modo de visualização selecionado.

Ícones Extra

Grandes

Ícones

Grandes

Visualização do conteúdo

do arquivo em uma miniatura

extra grande.

Visualização do conteúdo

do arquivo em uma miniatura

grande.

Ícones

Médios

Ícones

Pequenos

Lista

Detalhes

Lado a lado

Conteúdo

Atalhos de teclado do Windows 7

Visualização do conteúdo

do arquivo em uma miniatura

média.

Visualização dos ícones

dos itens, ordenados da esquerda

para a direita, com a

maior densidade possível.

Visualização dos ícones

dos itens, ordenados de

cima para baixo.

Informações de Nome,

Tipo, Data de Modificação

e Tamanho, entre outras

configuráveis.

Ícones em tamanho

médio, ordenados em duas

colunas.

Informações como o Nome,

Tipo, Tamanho, Data de Modificação

e Autor, além de

linhas dividindo a exibição

dos itens.

Confira na tabela a seguir os atalhos de teclado do

Windows 7. Em concursos públicos, as teclas de atalhos

associadas à Área de Transferência e ao Windows

Explorer são as mais questionadas.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

255


256

ATALHO AÇÃO LOCAL

Alt+Esc

Alt+Tab

Ctrl+A

Ctrl+C

Ctrl+F

Ctrl+Esc

Ctrl+Shift+Esc

Ctrl+V

Ctrl+X

Ctrl+Y

Del

F11

F2

F3

F5

Shift+Del

Win

Win+1

Win+2

Win+B

Win+D

Win+E

Win+F

Win+L

Alterna para o

próximo aplicativo

em execução

Exibe a lista dos

aplicativos em

execução

Seleciona tudo

Copia o item (os

itens) para a Área

de Transferência

Pesquisa

Botão Início

Gerenciador de

Tarefas

Cola o item (os

itens) da Área de

Transferência no

local do cursor

Move o item (os

itens) para a Área

de Transferência

Refaz

Move o item

para a Lixeira do

Windows

Tela Inteira

Renomeia, troca o

nome

Pesquisa

Atualiza

Exclui definitivamente,

sem armazenar

na Lixeira

Abre o menu

Início

Acessa o primeiro

programa da barra

de tarefas

Acessa o segundo

programa da barra

de tarefas

Acessa a Área de

Notificação

Mostra o desktop

(área de trabalho)

Abre o Windows

Explorer

Pesquisa

Bloqueia o Windows

7 (Lock,

bloquear)

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Gerenciamento

de arquivos

Em qualquer

aplicativo

Gerenciamento

de arquivos

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Gerenciamento

de arquivos

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

ATALHO AÇÃO LOCAL

Win+M

Win+P

Win+Tab

Dica

Minimiza todas as

janelas e mostra a

área de trabalho,

retornando como

estavam antes.

Seleciona o monitor/projetor

que

será usado para

exibir a imagem,

podendo repetir,

estender ou

escolher

Exibe a lista dos

aplicativos em

execução em 3D

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Em qualquer

aplicativo

Vários recursos presentes no sistema operacional

Windows podem auxiliar nas tarefas do dia a dia.

Procure praticar as combinações de atalhos de

teclado, por dois motivos: elas agilizam o seu trabalho

cotidiano e caem em provas de concursos.

Área de Transferência

Um dos itens mais importantes do Windows não

é visível como um ícone ou programa. A Área de

Transferência é um espaço da memória RAM que

armazena uma informação de cada vez. A informação

armazenada poderá ser inserida em outro local; ela

acaba trabalhando em praticamente todas as operações

de manipulação de pastas e arquivos.

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar),

estamos movendo o item selecionado para a memória

RAM, para a Área de Transferência.

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),

estamos copiando o item para a memória RAM, para

ser inserido em outro local, mantendo o original e

criando uma cópia.

Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos

copiando uma “foto da tela inteira” para a Área

de Transferência, para ser inserida em outro local,

como em um documento do Microsoft Word ou edição

pelo acessório Microsoft Paint.

Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,

estamos copiando uma “foto da janela atual” para a

Área de Transferência, desconsiderando outros elementos

da tela do Windows.

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o

conteúdo que está armazenado na Área de Transferência

será inserido no local atual.

As ações realizadas no Windows, em sua quase

totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de

teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.

Por exemplo, ao excluir um item por engano, pressionando

DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z

(Desfazer) para restaurá-lo, sem necessidade de acessar

a Lixeira do Windows.

Outras ações podem ser repetidas, acionando o

atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.

Para obter uma imagem de alguma janela em

exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e

Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo,

disponível nos aplicativos do Microsoft Office. Outra

forma de realizar essa atividade é usar a Ferramenta de

Captura (Captura e Esboço), disponível no Windows.


Mas, se o usuário quiser apenas gravar a imagem

capturada, poderá fazê-lo com o atalho de teclado Windows+PrintScreen,

que salva a imagem em um arquivo

na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.

A área de transferência é um dos principais recursos

do Windows, que permite o uso de comandos, a realização

de ações e o controle das ações que serão desfeitas.

Operações de manipulação de arquivos e pastas

Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam

ser conhecidas para que a operação seja realizada

com sucesso.

• O Windows não é case sensitive, ou seja, ele não faz

distinção entre letras minúsculas ou maiúsculas.

Um arquivo chamado documento.docx será considerado

igual ao nome Documento.DOCX;

• O Windows não permite que dois itens tenham

o mesmo nome e a mesma extensão quando

estiverem armazenados no mesmo local;

• O Windows não aceita determinados caracteres

nos nomes e extensões. São caracteres reservados,

para outras operações, que são proibidos na

hora de nomear arquivos e pastas. Os nomes

de arquivos e pastas podem ser compostos por

qualquer caractere disponível no teclado, exceto

os caracteres * (asterisco, usado em buscas), ?

(interrogação, usado em buscas), / (barra normal,

significa opção), | (barra vertical, significa concatenador

de comandos), \ (barra invertida, indica

um caminho), “” (aspas, abrange textos literais), :

(dois pontos, significa unidade de disco), < (sinal de

menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal

de maior, significa direcionador de saída).

• Existem termos que não podem ser usados, como

CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa

impressora) e AUX (indica um auxiliar), por

referenciarem itens de hardware nos comandos digitados

no Prompt de Comandos (por exemplo, para

enviar para a impressora um texto através da linha

de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).

As ações realizadas pelos usuários em relação

à manipulação de arquivos e pastas podem estar

condicionadas ao local em que ela é efetuada ou ao

local de origem e destino da ação. Portanto, é importante

verificar no enunciado da questão, geralmente

no texto associado, esses detalhes que determinarão o

resultado da operação.

As operações podem ser realizadas com atalhos de

teclado, com o mouse ou com a combinação de ambos.

ATALHOS DE

TECLADO

Ctrl+X e Ctrl+V na

mesma pasta

Ctrl+X e Ctrl+V

em locais

diferentes

OPERAÇÕES COM TECLADO

RESULTADO DA OPERAÇÃO

Não é possível recortar e colar na

mesma pasta. Será exibida uma

mensagem de erro.

Recortar (da origem) e colar (no

destino). O item será movido.

ATALHOS DE

TECLADO

Ctrl+C e Ctrl+V na

mesma pasta

Ctrl+C e Ctrl+V

em locais

diferentes

Tecla Delete em

um item do disco

rígido

Tecla Delete em

um item do disco

removível

Shift+Delete

Lixeira

F2

OPERAÇÕES COM TECLADO

RESULTADO DA OPERAÇÃO

Copiar e colar. O item será duplicado.

A cópia receberá um sufixo

(Cópia) para diferenciá-la do

original.

Copiar (da origem) e colar (no

destino). O item será duplicado,

mantendo o nome e extensão.

Deletar, apagar, enviar para a Lixeira

do Windows, podendo recuperar

depois, se o item estiver em um

disco rígido local interno ou externo

conectado na CPU.

Será excluído definitivamente.

A Lixeira do Windows não

armazena itens de unidades

removíveis (pendrive), ópticas ou

unidades remotas.

Independentemente do local em

que estiver o item, ele será excluído

definitivamente.

Renomear. Trocar o nome e a

extensão do item. Se houver outro

item com o mesmo nome no

mesmo local, um sufixo numérico

será adicionado para diferenciar

os itens. Não é permitido renomear

um item que esteja aberto

na memória do computador.

Um dos itens mais questionados em concursos

públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena itens

que foram excluídos de discos rígidos locais, internos

ou externos conectados na CPU.

Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla

DELETE (DEL), o item é removido do local original e

armazenado na Lixeira.

Quando o item está na Lixeira, o usuário pode

escolher a opção Restaurar, para retorná-lo para o

local original. Se o local original não existir mais, porque

suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira

recupera o caminho e restaura o item.

Os itens armazenados na Lixeira poderão ser

excluídos definitivamente escolhendo a opção “Esvaziar

Lixeira” no menu de contexto ou na faixa de

opções da Lixeira.

Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete,

o item será excluído definitivamente. Pelo Windows,

itens excluídos definitivamente ou apagados após

esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É

possível recuperar com programas de terceiros, mas

isso não é considerado no concurso, que segue a configuração

padrão.

Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados

com o mouse para fora dela, restaurando o item para o

local em que o usuário liberar o botão do mouse.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

257


A Lixeira do Windows tem seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar

o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativá-la, excluindo os itens diretamente, e configurar

Lixeiras individuais para cada disco conectado.

OPERAÇÕES COM MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO

Clique simples no botão principal

Clique simples no botão secundário

Duplo clique

Duplo clique pausado

Arrastar com botão principal pressionado e soltar na

mesma unidade de disco

Arrastar com botão principal pressionado e soltar

em outra unidade de disco

Arrastar com botão secundário do mouse pressionado

e soltar na mesma unidade

Arrastar com botão secundário do mouse pressionado

e soltar em outra unidade de disco

RESULTADO DA OPERAÇÃO

Selecionar o item.

Exibir o menu de contexto do item.

Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for editável,

com o programa padrão que está associado. Nos programas

do computador, poderá abrir um item através da opção

correspondente.

Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será

sugerido numerar o item renomeado com um sufixo.

O item será movido.

O item será copiado.

Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local

onde soltar).

Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local

onde soltar) ou “Mover aqui”.

OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO

Arrastar com o botão principal pressionado um item

com a tecla CTRL pressionada

Arrastar com o botão principal pressionado um item

com a tecla SHIFT pressionada

Arrastar com o botão principal pressionado um item

com a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT)

Clicar em itens com o botão principal, enquanto mantém

a tecla CTRL pressionada

Clicar em itens com o botão principal, enquanto mantém

a tecla SHIFT pressionada

RESULTADO DA OPERAÇÃO

O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, independente

da origem ou do destino da ação.

O item será movido quando a tecla SHIFT for liberada, independente

da origem ou do destino da ação.

Será criado um atalho para o item, independente da origem

ou do destino da ação.

Seleção individual de itens.

Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o início e

o último item será o final de uma região contínua de seleção.

Arrastar (esquerdo)

Arrastar

(direito)

Arrastar+ CTRL

Arrastar+ALT

(ou Ctrl+Shift)

Arrastar+SHIFT

Mesma

Unidade

Unidades

diferentes

Mover

Copiar

Menu de Contexto Copiar Criar Atalho Mover

Dica

258

Quando a banca organizadora do concurso público questionou teclas de atalhos nas provas anteriores, é um

sinal de que o candidato deve conhecer as opções existentes, pois ela continuará questionando estes atalhos.

Uma forma de fixar melhor este assunto é praticando. Deixe o mouse de lado e comece a usar as teclas

de atalhos. Quando menos esperar, estará operando o computador de forma ágil e ainda estará estudando

para os concursos.


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FUMARC – 2016) Opção disponível no Windows

Explorer do Microsoft Windows 7, versão português,

para exibir o “Painel de Visualização”:

a)

b)

c)

d)

Disponível no canto superior da tela do Windows

Explorer, indicado pelo número 2 na imagem a

seguir, o Painel de Navegação é exibido na tela do

programa para mostrar o conteúdo dos arquivos

sem a necessidade de abrir o programa correspondente.

Os demais ícones da questão são opções do

Modo de Visualização (indicado pelo número 1 na

imagem a seguir), na sequência Ícones Pequenos

(letra A), Detalhes (letra B) e Lado a lado (letra D).

Resposta: Letra C.

I – “Fazer backup do computador” é uma opção da

categoria “Programas”.

II – “Adicionar um dispositivo” é uma opção da categoria

“Hardware e Sons”.

III – “Alterar o tema” é uma opção da categoria “Aparência

e Personalização”.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II e III.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

No Painel de Controle, o item “Fazer backup do computador”

está na categoria “Sistema e Segurança”. O

backup é a cópia de segurança dos dados dos usuários.

A cópia dos itens selecionados para o backup

poderá ser completa, incremental (novos itens), diferencial

(itens novos e alterados) ou de cópia (diária

ou manual). Em caso de perda do equipamento ou dos

arquivos, a cópia de segurança pode ser usada para

restaurar os itens. Resposta: Letra D.

4. (FUMARC – 2018) O ícone correspondente à opção

disponível no “Painel de Controle” do Microsoft Windows

7, versão português, que permite personalizar a

exibição de arquivos e pastas, é:

a)

b)

c)

2. (FUMARC – 2016) A opção “Dispositivos e Impressoras”

pode ser encontrada no “Painel de Controle” do

Microsoft Windows 7, versão português, dentro da

categoria:

a) Aparência e Personalização.

b) Hardware e Sons.

c) Rede e Internet.

d) Sistema e Segurança.

Quando o Painel de Controle está sendo exibido no

modo de Categorias, o item “Dispositivos e Impressoras”

estará disponível em “Hardware e Sons”.

Resposta: Letra B.

3. (FUMARC – 2016) Analise as seguintes afirmativas

sobre configurações disponíveis no “Painel de Controle”

do Microsoft Windows 7, versão português:

d)

No Painel de Controle, em modo de exibição de ícones,

a opção para alterar a exibição de arquivos e pastas

é a mostrada na alternativa C. A letra A exibe o ícone

do Firewall do Windows, um filtro de conexões para

impedir ataques e invasões pela rede. A letra B exibe o

Controle de Contas de Usuários, para adicionar novos

usuários, excluir usuários cadastrados e alterar a

senha de acesso. A letra D é para Opções de Internet,

que são as configurações da conexão de rede e do

navegador Internet Explorer. Resposta: Letra C.

5. (FUMARC – 2018) São exemplos de atalhos padrão

disponíveis na seção “Favoritos” do Windows Explorer

do Microsoft Windows 7, versão português, exceto:

a) Área de Trabalho.

b) Documentos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

259


260

c) Downloads.

d) Locais.

O Windows Explorer é o gerenciador de arquivos e pastas

do Windows 7. No Windows 7, a seção “Favoritos”

contém os itens Área de Trabalho, Downloads e Locais

(Recentes). “Documentos” é uma das Bibliotecas do Windows

7 que, junto de Imagens, Músicas e Vídeos, pode

organizar os arquivos do usuário. Resposta: Letra B.

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL

O sistema operacional proporciona a base para

execução de todos os demais softwares no computador.

Ele é responsável por estabelecer o padrão para

comunicação com o hardware (através dos drivers).

Os computadores podem receber diferentes sistemas,

segundo a sua arquitetura de construção.

É possível termos dois ou mais sistemas operacionais

instalados em um dispositivo. No caso dos computadores,

o usuário pode criar partições (divisões lógicas) no

disco de armazenamento e instalar cada sistema (Windows

e Linux) em uma delas. O usuário também poderá

executar no formato de Máquina Virtual (Virtual Machine),

conforme detalhado no tópico Virtualização.

O que os sistemas operacionais têm em comum?

• Plataforma para execução de programas – eles

oferecem recursos que são compartilhados pelos

programas executados, desenvolvidos para serem

compatíveis com o sistema operacional.

• Núcleo monolítico – arquitetura monobloco, onde

um único processo centraliza e executa as principais

funções. No Windows, é o explorer.exe.

• Interface gráfica – mesmo oferecendo uma interface

de linha de comandos, a interface gráfica é

a mais utilizada e questionada em provas, com

ícones que representam os itens existentes no

dispositivo.

• Multiusuário – os sistemas permitem que vários

usuários utilizem o dispositivo, cada um com sua

respectiva conta e credenciais de acesso.

• Multiprocessamento – os sistemas possibilitam

a execução de vários processos simultaneamente,

gerenciando os recursos oferecidos pelo

processador.

• Preemptivo – o sistema operacional poderá interromper

processos durante a sua execução.

• Multitarefas – os sistemas operacionais possibilitam

a execução de várias tarefas de forma simultânea

e concorrentes entre si, através do gerenciamento

profundo da memória do dispositivo.

• Interface com o hardware – o sistema operacional

contém arquivos que atuam como tradutores,

possibilitando a comunicação do software com o

hardware.

WINDOWS 10

O sistema operacional Windows foi desenvolvido

pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em

meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfica

baseada em janelas, com suporte para apontadores

como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis),

canetas e mesas digitalizadoras.

Atualmente o Windows é oferecido na versão 10,

que possui suporte para os dispositivos apontadores

tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para

acompanhar o movimento do usuário, como no sistema

Kinect do videogame xBox).

Em concursos públicos, as novas tecnologias e suportes

avançados são raramente questionados. As questões

aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o

modo de operação do sistema operacional em um dispositivo

computacional padrão (ou tradicional).

O sistema operacional Windows é um software proprietário,

ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o

usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.

Importante!

A banca prioriza o conhecimento básico das

configurações do sistema operacional. O usuário

não encontrará muitas questões sobre a “parte

prática”, como ocorrem com outras organizadoras

de concursos. Em outras palavras, as primeiras

páginas do material sobre Windows são

as mais importantes para as provas da banca

CESPE/Cebraspe.

Funcionamento do sistema operacional

Do momento em que ligamos o computador até o

momento em que a interface gráfica está completamente

disponível para uso, uma série de ações e configurações

são realizadas, tanto nos componentes de

hardware como nos aplicativos de software. Acompanhe

a seguir estas etapas.

Hardware

Energia elétrica - botão ON/OFF

Equipamento OK

Disco de Inicialização

Memória RAM

Periféricos de Entrada

Software

POST - Power On Self Test

BIOS - Carregado para a memória

RAM

Gerenciador de Boot

Núcleo do Sistema Speracional

Drivers

Interface Gráfica

Aplicativos

Todo dispositivo possui um sistema de inicialização.

Quando colocamos a chave no contato do carro

e damos a primeira mexida, todas as luzes do painel

se acendem e somente aquelas que estiverem ativadas

permanecem. Quando ligamos o micro-ondas, ele

acende todo o painel e faz um beep. Quando ligamos

o nosso smartphone, ele acende a tela e faz um toque.

Estes procedimentos são úteis para identificar que os

recursos do dispositivo estão disponíveis corretamente

para utilização.

POST – Power On Self Teste – autoteste da inicialização.

Instruções definidas pelo fabricante para verificação

dos componentes conectados.

BIOS – Basic Input Output System – sistema básico

de entrada e saída. Informações gravadas em um chip

CMOS (Complementary Metal Oxidy Semiconductor)

que podem ser configuradas pelo usuário usando o

programa SETUP (executado quando pressionamos

DEL ou outra tecla específica no momento que ligamos

o computador, na primeira tela do autoteste –

POST Power On Self Test).


KERNEL – Núcleo do sistema operacional. O

Windows tem o núcleo fechado e inacessível para

o usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fonte

disponível para ser utilizado, copiado, estudado,

modificado e redistribuído sem restrição. O kernel do

Linux está em constante desenvolvimento por uma

comunidade de programadores, e para garantir sua

integridade e qualidade, as sugestões de melhorias

são analisadas e aprovadas (ou não) antes de serem

disponibilizadas para download por todos.

GERENCIADOR DE BOOT - O Linux tem diferentes

gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são o

LILO e o Grub.

GUI - Graphics User Interface. Interface gráfica, porque

o sistema operacional oferece também a interface de

comandos (Prompt de Comandos ou Linha de Comandos)

Quando o sistema Windows não consegue iniciar

de forma correta, é possível recuperar o acesso

através de ferramentas de inicialização. Para acesso

a estes recursos, pode ser necessária uma conta com

credenciais de administrador.

• Restauração do Sistema – a cada vez que o Windows

foi iniciado com sucesso, um ponto de restauração

foi criado. A cada instalação de software

ou alterações significativas das configurações, um

ponto de restauração é criado. Em caso de instabilidade,

o usuário pode retornar o Windows para

um ponto de restauração previamente criado.

• Reparação do Sistema – se arquivos do sistema foram

seriamente modificados ou se tornaram inacessíveis,

o Windows não iniciará e não conseguirá recuperar

para um ponto de restauração. O Windows permite a

criação de um disco de recuperação do sistema, que

restaura o Windows para as configurações originais.

• Histórico de Arquivos – a cada alteração, o Windows

armazena cópias dos arquivos originais e grava

os novos dados no local. Depois, caso necessário, o

usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e

retornar para uma cópia anterior do mesmo item.

• Versões anteriores (ou Cópias de Sombra) – alterações

de conteúdos de pastas são monitorados pelo

Windows. O usuário poderá acessar no menu de

contexto, item Propriedades, guia Versões anteriores,

as cópias anteriores da mesma pasta, restaurando

e descartando as alterações posteriores.

O Windows possui 3 níveis de acesso, que são as

credenciais.

No Windows, as permissões NTFS podem ser atribuídas

em Propriedades, guia Segurança. Através de

permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,

entre outras, o usuário poderá definir o que será acessado

e executado por outros usuários do sistema. As

permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatíveis

diretamente com o sistema operacional Linux, e caso

tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos

na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será

necessário, para realizar a ‘tradução’ das configurações.

O Windows oferece a interface gráfica (a mais usada

e questionada) e pode oferecer uma interface de

linha de comandos para digitação. O Prompt de Comandos

é a representação do sistema operacional MS-DOS

(Microsoft Disk Operation System), que era a opção

padrão de interface para o usuário antes do Windows.

O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘básico’

e tradicional, acionado pela digitação de CMD seguido

de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo

atalho de teclado Windows+R = Run). Além dele, existe

o Windows Power Shell, que é a interface de comandos

programável, acessível pelo menu do botão Iniciar.

Para conhecer as configurações do dispositivo, o

usuário pode acessar as Propriedades do computador

no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em

Configurações (atalho de teclado Windows+I), ou pela

Central de Ações (atalho de teclado Windows+A), ou

acionar o atalho de teclado Windows+Pause.

A interface gráfica do Windows é caracterizada

pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do

Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,

atalhos, Barra de Tarefas (com programas que

podem ser executados e programas que estão sendo

executados) e outros componentes do Windows.

Lixeira

Provas

Anteriores

Microsoft

Edge

Digite Aqui Para Pesquisar

Itens Excluídos

Downloads-

Atalhos

Google

Chrome

W

Caragua.

docx

Mozilla

Thunderbird

X

Lista de

e-mails p...

Kaspersky

secure Co

Extra

E-book

Firefox

Dicas

cesp.txt

Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.

Navegador padrão Windows 10

Atalhos

• Administrador – usuário que poderá instalar programas

e dispositivos, desinstalar ou alterar as

configurações. Os programas podem ser desinstalados

ou reparados pelo administrador.

• Administrador local – configurado para o

dispositivo.

• Administrador domínio – quando o dispositivo

está conectado em uma rede (domínio), o administrador

de redes também poderá acessar o

dispositivo com credenciais globais.

• Usuário – poderá executar os programas que

foram instalados pelo administrador, mas não

poderá desinstalar ou alterar as configurações.

• Convidado ou Visitante – poderá acessar apenas os

itens liberados previamente pelo administrador. Esta

conta geralmente permanece desativada nas configurações

do Windows, por questões de segurança.

Lixeira

Pasta de

Arquivos

Provas

Anteriores

Microsoft

Edge

Google

Chrome

Digite Aqui Para Pesquisar

Botão Iniciar

Downloads-

Atalhos

Cortana

Mozilla

Thunderbird

W

Caragua.

docx

Barra de Tarefas

Visão de tarefas

X

Kaspersky

secure Co

Lista de

e-mails p...

Barra de acesso rápido

Extra

E-book

Firefox

Área de Notificação

Arquivos

Dicas

cesp.txt

Central de Ações

Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.

A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do

papel de parede personalizada pelo usuário, poderá ter

uma proteção de tela ativada. Após algum tempo sem utilização

dos periféricos de entrada (mouse e teclado), uma

imagem ou tela será exibida no lugar da imagem padrão.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

261


262

Na área de trabalho do Windows, o usuário poderá

armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos

para itens no dispositivo, na rede ou na Internet.

A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou

duplicada, com os recursos de projeção. Ao acionar o atalho

de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá:

• Tela atual – exibir somente na tela atual.

• Estender – ampliar a área de trabalho, usando dois

ou mais monitores, iniciando em uma tela e ‘continuando’

na outra tela.

• Duplicar – exibir a mesma imagem nas duas telas.

• Somente projetor – desativar a tela atual (no notebook,

por exemplo) e exibir somente no projetor

ou Datashow.

O Windows 10 apresenta algumas novidades em

relação às versões anteriores. Assistente virtual, navegador

de Internet, locais que centralizam informações, etc.

• Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos instalados

no computador, com os itens recentes no início da

lista e os demais itens classificados em ordem alfabética.

Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Windows

8 com a lista de programas do Windows 7.

• Pesquisar – com novo atalho de teclado, permite

localizar a partir da digitação de termos, itens no

dispositivo, na rede local e na Internet. Atalho de

teclado: Windows+S (Search).

• Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas de

informações no dispositivo, na rede local e na Internet.

• Visão de Tarefas – permite alternar entre os programas

em execução e abre novas áreas de trabalho.

Atalho de teclado: Windows+TAB.

• Microsoft Edge – navegador de Internet padrão do

Windows 10. Ele está configurado com o buscador

padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado.

• Microsoft Loja – loja de app’s para o usuário baixar

novos aplicativos para Windows.

• Windows Mail – aplicativo para correio eletrônico, que

carrega as mensagens da conta Microsoft e pode se tornar

um hub de e-mails com adição de outras contas.

• Barra de Acesso Rápido – ícones fixados de programas

para acessar rapidamente.

Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão

direito (secundário) do mouse, será mostrado o menu

rápido, que permite fixar arquivos abertos recentemente

e fixar o ícone do programa na barra de acesso rápido.

Central de Ações – centraliza as mensagens de

segurança e manutenção do Windows, como as atualizações

do sistema operacional. Atalho de teclado:

Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa

ser carregada pelo usuário, ela é carregada automaticamente

quando o Windows é inicializado.

Mostrar área de trabalho – visualizar rapidamente a

área de trabalho, ocultando as janelas que estejam em

primeiro plano. Atalho de teclado: Windows+D (Desktop).

• Bloquear o computador – com o atalho de teclado

Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o computador.

Poderá bloquear pelo menu de controle de

sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del.

• Gerenciador de Tarefas – para controlar os aplicativos,

processos e serviços em execução. Atalho de

teclado: Ctrl+Shift+Esc.

• Minimizar todas as janelas – com o atalho de teclado

Windows+M (Minimize), o usuário pode minimizar

todas as janelas abertas, visualizando a área

de trabalho.

• Criptografia com BitLocker – o Windows oferece o

sistema de proteção BitLocker, que criptografa os

dados de uma unidade de disco, protegendo contra

acessos indevidos. Para uso no computador, uma

chave será gravada em um pendrive, e para acessar

o Windows, ele deverá estar conectado.

• Windows Hello – sistema de reconhecimento facial

ou biometria, para acesso ao computador sem a

necessidade de uso de senha.

• Windows Defender – aplicação que integra recursos

de segurança digital, como o firewall, antivírus

e antispyware.

Atente-se:

A banca prioriza o conhecimento de novos recursos

dos softwares constantes do edital publicado.

No Windows, algumas definições sobre o que está sendo

executado podem variar, segundo o tipo de execução.

Confira:

• Aplicativos – são os programas de primeiro plano,

que o usuário executou.

• Processos – são os programas de segundo plano,

carregados na inicialização do sistema operacional,

componentes de programas instalados pelo usuário.

• Serviços – são componentes do sistema operacional

carregados durante a inicialização para auxiliar

na execução de vários programas e processos.

Os aplicativos em execução no Windows poderão

ser acessados de várias formas, alternando a exibição

de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:

• Alt + Tab – alterna entre os aplicativos em execução,

exibindo uma lista de miniaturas deles para

o usuário escolher. A cada toque em Alt+Tab, a

seleção passa para o próximo item, retornando ao

começo quando passar por todos.

• Alt + Esc – alterna diretamente para o próximo

aplicativo em execução, sem exibir nenhuma janela

de seleção.

• Ctrl + Alt + Tab – alterna entre os aplicativos em

execução como o Alt+Tab, mas a tela permanece

em exibição, podendo usar as setas de movimentação

para escolha do programa.

• Windows + Tab – mostra a Visão de Tarefas, para

escolher programas em execução ou outras áreas

de trabalho abertas.

Vários recursos presentes no sistema operacional

Windows podem auxiliar nas tarefas do dia-a-dia. Procure

praticar as combinações de atalhos de teclado, por

dois motivos: elas agilizam o seu trabalho cotidiano e

elas caem em provas de concursos.

1 - Barra de Menus

2 - Barra ou linha de título

3 - Minimizar

Área de trabalho

4 - Maximizar

5 Fechar

Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10.


1 - Barra de menus: são apresentados os menus com

os respectivos serviços que podem ser executados

no aplicativo.

2 - Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo

e o nome do aplicativo que está sendo executado

na janela. Através dessa barra, conseguimos

mover a janela quando a mesma não está maximizada.

Para isso, clique na barra de título, mantenha

o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você

estará movendo a janela para a posição desejada.

Depois é só soltar o clique.

3 - Botão minimizar: reduz uma janela de documento

ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela

para seu tamanho e posição anteriores, clique neste

botão ou clique duas vezes na barra de títulos.

4 - Botão maximizar: aumenta uma janela de documento

ou aplicativo para preencher a tela. Para

restaurar a janela para seu tamanho e posição

anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes

na barra de títulos.

5 - Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento.

Solicita que você salve quaisquer alterações não

salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como

os navegadores de Internet, trabalham com guias

ou abas, que possui o seu próprio controle para

fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4.

6 - Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do

lado direito (e inferior de uma janela de documento).

Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste

a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.

Conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos

No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas.

E algumas pastas são especiais, coleções de arquivos,

chamadas de Bibliotecas. São quatro Bibliotecas: Documentos,

Imagens, Músicas e Vídeos. O usuário poderá

criar Bibliotecas, para sua organização pessoal. Elas otimizam

a organização dos arquivos e pastas, inserindo

apenas ligações para os itens em seus locais originais.

O sistema de arquivos NTFS (New Technology File

System) armazena os dados dos arquivos em localizações

dos discos de armazenamento. Os arquivos possuem

nome, e podem ter extensões.

O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de

armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)

O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.

Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.

TERMO

Disco de armazenamento

Sistema de Arquivos

Trilhas

Setores

SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO

Unidade de disco de armazenamento

permanente, que possui

um sistema de arquivos e mantém

os dados gravados.

Estruturas lógicas que endereçam

as partes físicas do disco de armazenamento.

NTFS, FAT32, FAT são

alguns exemplos de sistemas de

arquivos do Windows.

Circunferência do disco físico

(como um hard disk HD ou unidades

removíveis ópticas).

São ‘fatias’ do disco, que dividem

as trilhas.

TERMO

Clusters

Pastas ou diretórios

Arquivos

Extensão

Atalhos

SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO

Unidades de armazenamento

no disco, identificado pela trilha

e setor onde se encontra.

Estrutura lógica do sistema de

arquivos para organização dos

dados na unidade de disco.

Dados. Podem ter extensões.

Pode identificar o tipo de arquivo,

associando com um software

que permita visualização e/ou

edição. As pastas podem ter

extensões como parte do nome.

Arquivos especiais, que apontam

para outros itens computacionais,

como unidades, pastas,

arquivos, dispositivos, sites na

Internet, locais na rede, etc. Os

ícones possuem uma seta, para

diferenciar dos itens originais.

O disco de armazenamento de dados tem o seu

tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e

até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados

são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão

listados na escala a seguir.

Byte

(B)

Kilobyte

(KB) mil

Megabyte

(MB)

milhão

Gigabyte

(GB)

bilhão

Terabyte

(TB)

trilhão

Petabyte

(PB)

Exabyte

(EB)

Ainda não temos discos com capacidade na ordem

de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos

comercialmente, mas quem sabe um dia? Hoje estas

medidas muito altas são usadas para identificar grandes

volumes de dados na nuvem, em servidores de

redes, em empresas de dados, etc.

1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo.

Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que

vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam

o sistema binário para representação de informações.

A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo,

ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada

na memória.

A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72

bits de informação.

Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos

do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um

pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões

de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua

residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits

por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arquivo

com 75 MB de tamanho, levará 4 segundos para ser

transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.

Quando os computadores pessoais foram apresentados

para o público, a árvore foi usada como analogia

para explicar o armazenamento de dados, criando

o termo “árvore de diretórios”.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

263


DRIVERS

Arquivos de

configuração

Extensão DLL e

outras, usadas

para comunicação

do software

com o hardware

Figura 4. Árvore de diretórios

No Windows 10, a organização segue a seguinte

definição:

PASTAS

Estruturas

do sistema

operacional

Estruturas do

Usuário

Arquivos de

Programas

(Program Files),

Usuários

(Users), Windows.

A primeira

pasta da undiade

é chamada

raiz (da árvore

de diretórios),

representada

pela barra

invertida.

Documentos

(Meus Documentos),

Imagens

(Minhas

Imagens),

Vídeos (Meus

Vídeos), Músicas

(Minhas

Músicas)

– BIBLIOTECAS

O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que

antes era Windows Explorer) para o gerenciamento

de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de

manipulação de informações no computador, desde o

básico (formatar discos de armazenamento) até o avançado

(organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).

O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado

para executar o Explorador de Arquivos.

Como o Windows 10 está associado a uma conta

Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou

Outlook), o usuário tem disponível um espaço de

armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-

Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado

direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a

nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive,

eles serão enviados para a nuvem e sincronizados

com outros dispositivos que estejam conectados na

mesma conta de usuário.

Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos

somente leitura... os atributos dos itens podem ser

definidos pelo item Propriedades no menu de contexto.

O Explorador de Arquivos pode exibir itens que

tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configuração

correspondente.

Extensões de arquivos

O Windows 10 apresenta ícones que representam

arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão

caracteriza o tipo de informação que o arquivo armazena.

Quando um arquivo é salvo, uma extensão é

atribuída para ele, de acordo com o programa que o

criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos

o risco de perder o acesso ao arquivo, que não

será mais reconhecido diretamente pelas configurações

definidas em Programas Padrão do Windows.

Confira na tabela a seguir algumas das extensões e

ícones mais comuns em provas de concursos.

264

ATALHOS

Área de

Trabalho

Lixeira do

Windows

Arquivos que

indicam outro

local

Desktop, que

permite acesso

a Lixeira, Barra

de Tarefas, pastas,

arquivos,

programas e

atalhos.

Armazena os

arquivos de discos

rígidos que

foram excluídos,

permitindo

a recuperação

dos dados.

Extensão LNK,

podem ser criados

arrastando

o item com ALT

ou CTRL+SHIFT

pressionado.

EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

PDF

DOCX

XLSX

Adobe Acrobat. Pode ser

criado e editado pelos

aplicativos Office. Formato

de documento portável

(Portable Document

Format) que poderá ser

visualizado em várias

plataformas.

Documento de textos do

Microsoft Word. Textos

com formatação que podem

ser editados pelo LibreOffice

Writer.

Pasta de trabalho do Microsoft

Excel. Planilhas

de cálculos que podem

ser editadas pelo LibreOffice

calc.


EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

PPTX

TXT

RTF

MP4, AVI,

MPG

Apresentação de slides

do Microsoft PowerPoint,

que poderá ser editada

pelo LibreOffice Impress.

Texto sem formatação.

Formato padrão do acessório

Bloco de Notas.

Poderá ser aberto por

vários programas do

computador.

Rich Text Format – formato

de texto rico.

Padrão do acessório WordPad,

este documento de

texto possui alguma formatação,

como estilos de

fontes.

Formato de vídeo. Quando

o Windows efetua a

leitura do conteúdo, exibe

no ícone a miniatura

do primeiro quadro. No

Windows 10, Filmes e TV

reproduzem os arquivos

de vídeo.

Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho

de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.

Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e

editado por outro programa de escolha do usuário.

No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle.

A troca do nome alterou a organização dos itens de ajustes

do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.

Através deste item o usuário poderá instalar e

desinstalar programas e dispositivos, configurar o

Windows, além de outros recursos administrativos.

Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,

acessado pela opção Configurações, localizada na lista

exibida a partir do botão Iniciar, é possível configurar

VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/

Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/

Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.

Modo Avião é uma configuração comum em smartphones

e tablets que permite desativar, de maneira

rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que

inclui Wi‐Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,

NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.

Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos.

Como resolver?

O Explorador de Arquivos possui diferentes modos

de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Conteúdo,

entre outras. O usuário poderá ativar ou desativar

a exibição das extensões dos arquivos, facilitando

a manipulação dos itens.

No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao

exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar

informações, como, por exemplo, a data de modificação

e o tamanho de cada arquivo.

MP3

Formato de áudio. O Gravador

de Som pode gravar

o áudio. O Windows

Media Player e o Groove

Music, podem reproduzir

o som.

Modos de Exibição do Windows 10

BMP, GIF,

JPG, PCX,

PNG, TIF

Formato de imagem.

Quando o Windows efetua

a leitura do conteúdo,

exibe no ícone a miniatura

da imagem. No Windows

10, o acessório Paint

visualiza e edita os arquivos

de imagens.

Ícones Extra Grandes

Ícones Grandes

Ícones Extra Grandes com nome (e extensão)

Ícones Grandes com nome (e extensão)

ZIP

DLL

EXE, COM,

BAT

Formato ZIP, padrão do

Windows para arquivos

compactados. Não necessita

de programas adicionais,

como o formato

RAR que exige o WinRAR.

Biblioteca de ligação

dinâmica do Windows.

Arquivo que contém informações

que podem

ser usadas por vários programas,

como uma caixa

de diálogo.

Arquivos executáveis,

que não necessitam de

outros programas para

serem executados.

Ícones Médios

Ícones Pequenos

Lista

Detalhes

Lado a Lado

Conteúdo

Área de Transferência

Ícones médios com nome (e extensão)

organizados da esquerda para a direita

Ícones pequenos com nome (e extensão)

organizados da esquerda para a direita

Ícones pequenos com nome (e extensão)

organizados de cima para baixo

Ícones pequenos com nome, data de

modificaçã, tipo e tamanho.

Ícones médios com nome, tipo e tamanho,

organizado da esquerda para a direita.

Ícones médios com nome, autores, data de

modificação, marcas e tamanho.

Um dos itens mais importantes do Windows não é

visível como um ícone ou programa. A Área de Transferência

é um espaço da memória RAM, que armazena

uma informação de cada vez. A informação armazenada

poderá ser inserida em outro local, e ela acaba

trabalhando em praticamente todas as operações de

manipulação de pastas e arquivos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

265


Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar),

estamos movendo o item selecionado para a memória

RAM, para a Área de Transferência.

No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo

da Área de Transferência, acione o atalho de teclado

Windows+V (View).

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),

estamos copiando o item para a memória RAM, para

ser inserido em outro local, mantendo o original e

criando uma cópia.

Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, estamos

copiando uma ‘foto da tela inteira’ para a Área de

Transferência, para ser inserida em outro local, como

em um documento do Microsoft Word ou edição pelo

acessório Microsoft Paint.

Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,

estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a

Área de Transferência, desconsiderando outros elementos

da tela do Windows.

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o

conteúdo que está armazenado na Área de Transferência

será inserido no local atual.

As ações realizadas no Windows, em sua quase

totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de

teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.

Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pressionar

DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z

(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem necessidade

de acessar a Lixeira do Windows.

E outras ações podem ser repetidas, acionando o

atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.

Para obter uma imagem de alguma janela em

exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e

Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instantâneo,

disponível nos aplicativos do Microsoft Office.

Outra forma de realizar esta atividade, é usar a

Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível

no Windows.

Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem capturada,

poderá fazer com o atalho de teclado Windows+PrintScreen,

que salva a imagem em um arquivo

na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.

Importante!

A área de transferência é um dos principais

recursos do Windows, que permite o uso de

comandos, realização de ações e controle das

ações que serão desfeitas.

caractere disponível no teclado, exceto os caracteres

* (asterisco, usado em buscas), ? (interrogação,

usado em buscas), / (barra normal, significa

opção), | (barra vertical, significa concatenador de

comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),

“ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, significa

unidade de disco), < (sinal de menor, significa

direcionador de entrada) e > (sinal de maior,

significa direcionador de saída).

• Existem termos que não podem ser usados, como

CON (console, significa teclado), PRN (printer, significa

impressora) e AUX (indica um auxiliar), por

referenciar itens de hardware nos comandos digitados

no Prompt de Comandos. (por exemplo, para

enviar para a impressora um texto através da linha

de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).

As ações realizadas pelos usuários em relação à

manipulação de arquivos e pastas, pode estar condicionada

ao local onde ela é efetuada, ou ao local de

origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar

no enunciado da questão, geralmente no texto

associado, estes detalhes que determinarão o resultado

da operação.

As operações podem ser realizadas com atalhos

de teclado, com o mouse, ou com a combinação de

ambos. A banca organizadora CESPE/Cebraspe não

costuma questionar ações práticas nas provas, e raramente

utiliza imagens nas questões.

Atalhos de teclado

OPERAÇÕES COM TECLADO

Ctrl+X e Ctrl+V na mesma

pasta

Ctrl+X e Ctrl+V em locais

diferentes

Ctrl+C e Ctrl+V na mesma

pasta

Resultado da operação

Não é possível recortar

e colar na mesma pasta.

Será exibida uma mensagem

de erro.

Recortar (da origem) e

colar (no destino). O item

será movido

Copiar e colar. O item

será duplicado. A cópia

receberá um sufixo (Copia)

para diferenciar do

original.

266

Operações de manipulação de arquivos e pastas

Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras precisam

ser conhecidas para que a operação seja realizada

com sucesso.

• O Windows não é case sensitive. Ele não faz distinção

entre letras minúsculas ou letras maiúsculas.

Um arquivo chamado documento.docx será considerado

igual ao nome Documento.DOCX.

• O Windows não permite que dois itens tenham o

mesmo nome e a mesma extensão quando estiverem

armazenados no mesmo local.

• O Windows não aceita determinados caracteres

nos nomes e extensões. São caracteres reservados,

para outras operações, que são proibidos na hora

de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arquivos

e pastas podem ser compostos por qualquer

Ctrl+C e Ctrl+V em locais

diferentes

Tecla Delete em um item

do disco rígido

Tecla Delete em um item

do disco removível

Copiar (da origem) e colar

(no destino). O item

será duplicado, mantendo

o nome e extensão.

Deletar, apagar, enviar

para a Lixeira do Windows,

podendo recuperar

depois, se o item estiver

em um disco rígido local

interno ou externo conectado

na CPU.

Será excluído definitivamente.

A Lixeira do Windows

não armazena itens

de unidades removíveis

(pendrive), ópticas ou

unidades remotas.


OPERAÇÕES COM TECLADO

OPERAÇÕES COM MOUSE

Shift+Delete

F2

Lixeira

Independentemente

do local onde estiver o

item, ele será excluído

definitivamente

Renomear. Trocar o nome

e a extensão do item. Se

houver outro item com o

mesmo nome no mesmo

local, um sufixo numérico

será adicionado para

diferenciar os itens. Não

é permitido renomear um

item que esteja aberto na

memória do computador.

Um dos itens mais questionados em concursos

públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os

itens que foram excluídos de discos rígidos locais,

internos ou externos conectados na CPU.

Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla

DELETE (DEL), o item é removido do local original e

armazenado na Lixeira.

Quando o item está na Lixeira, o usuário pode

escolher a opção ‘Restaurar’, para retornar ele para o

local original. Se o local original não existe mais, pois

suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira

recupera o caminho e restaura o item.

Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos

definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira”

no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.

Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o

item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens

excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a

Lixeira, não poderão ser recuperados. É possível recuperar

com programas de terceiros, mas isto não é considerado

no concurso, que segue a configuração padrão.

Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados

com o mouse para fora dela, restaurando o item para

o local onde o usuário liberar o botão do mouse.

A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido

em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar

o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá

desativar ela excluindo os itens diretamente, e configurar

Lixeiras individuais para cada disco conectado.

Ação do usuário

Clique simples no botão

principal.

Clique simples no botão

secundário.

Duplo clique.

OPERAÇÕES COM MOUSE

Resultado da operação

Selecionar o item.

Exibir o menu de contexto

do item.

Executar o item, se for

executável. Abrir o item,

se for editável, com o programa

padrão que está

associado. Nos programas

do computador, poderá

abrir um item através

da opção correspondente.

Duplo clique pausado.

Arrastar com botão principal

pressionado, e soltar

na mesma unidade de

disco.

Arrastar com botão principal

pressionado, e soltar

em outra unidade de

disco.

Arrastar com botão secundário

do mouse

pressionado, e soltar na

mesma unidade.

Arrastar com botão secundário

do mouse pressionado,

e soltar em outra

unidade de disco.

Renomear o item. Se o

nome já existe em outro

item, será sugerido numerar

o item renomeado

com um sufixo.

O item será movido.

O item será copiado.

Exibe o menu de contexto,

podendo “Copiar aqui” (no

local onde soltar).

Exibe o menu de contexto,

podendo “Copiar aqui” (no

local onde soltar) ou “Mover

aqui”.

OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

Ação do usuário

Arrastar com o botão

principal pressionado um

item com a tecla CTRL

pressionada.

Arrastar com o botão

principal pressionado um

item com a tecla SHIFT

pressionada.

Arrastar com o botão

principal pressionado

um item com a tecla

ALT pressionada (ou

CTRL+SHIFT).

Clique em itens com o

botão principal, enquanto

mantém a tecla CTRL

pressionada.

Clique em itens com o

botão principal, enquanto

mantém a tecla SHIFT

pressionada.

Resultado da operação

O item será copiado,

quando a tecla CTRL for

liberada, independente da

origem ou do destino da

ação.

O item será movido,

quando a tecla SHIFT for

liberada, independente da

origem ou do destino da

ação.

Será criado um atalho

para o item, independente

da origem ou do destino

da ação.

Seleção individual de

itens.

Seleção de vários itens.

O primeiro item clicado

será o início, e o último

item será o final, de

uma região contínua de

seleção.

As ações envolvendo tela touchscreen foram questionadas

quando o Windows 8 estava disponível. No

Windows 10, apesar de ter suporte para telas sensíveis

ao toque, não temos questões sobre as ações no

sistema operacional com esta interface.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

267


268

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Foi solicitado a Paulo

criptografar um pendrive, que contém arquivos sensíveis

no sistema operacional Windows 10, de modo a

proteger os dados desse dispositivo contra ameaças

de roubo. Nessa situação, uma das formas de atender

a essa solicitação é, por exemplo, utilizar a criptografia

de unidade de disco BitLocker, um recurso de proteção

de dados nesse sistema operacional.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O BitLocker é uma ferramenta de criptografia da

Microsoft, disponível no Windows Vista, Windows

7, Windows 8 e Windows 10. Com este recurso, o

usuário pode encriptar o disco rígido do computador,

protegendo os documentos e arquivos contra o

acesso não autorizado. Ao ativar, o sistema codifica

as informações e impede que hackers façam uso

delas sem inserir a chave definida pelo usuário. A

chave de descriptografia será gravada em um disco

removível do tipo pendrive, e ele precisará estar

conectado para que o dispositivo seja reconhecido e

liberado para uso. A partir do Windows 7, a Microsoft

incluiu a funcionalidade BitLocker To Go, que

é capaz de proteger unidades de dados externas,

como pendrives e HDs portáteis. Resposta: Certo.

2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Marta utiliza uma estação

de trabalho que executa o sistema operacional

Windows 10 e está conectada à rede local da empresa

em que ela trabalha. Ela acessa usualmente os sítios

da intranet da empresa e também sítios da Internet

pública. Após navegar por vários sítios, Marta verificou

o histórico de navegação e identificou que um dos

sítios acessados com sucesso por meio do protocolo

HTTP tinha o endereço 172.20.1.1.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue

o item a seguir.

O sistema operacional utilizado na estação de trabalho

de Marta inclui nativamente a plataforma Windows

Defender, composta por ferramentas antivírus e de

firewall pessoal, entre outras.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O dispositivo que possui o sistema operacional Windows

10, tem a ferramenta de segurança Windows Defender

disponível nativamente. Incluir nativamente significa

que ela está disponível na versão original de instalação,

não sendo necessário instalar separadamente o recurso.

O Windows Defender é um software de segurança com

recursos de firewall (filtro de conexões TCP), antivírus

(contra vírus de computador) e antimalware (contra

softwares maliciosos). Resposta: Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O registro do Windows é

um arquivo do sistema no qual são guardados todos

os usuários dos aplicativos, para o controle do nível de

acesso aos respectivos dados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O sistema operacional Windows possui um local

para armazenamento das configurações e parâmetros,

e outro local para armazenamento dos dados

dos usuários. Na pasta Usuários (ou Documents and

Settings), estão os arquivos dos usuários. No registro

do Windows, as hives (chaves) armazenam os parâmetros

de configuração para acesso aos softwares

e hardwares no computador. O registro do Windows

poderá ser consultado e editado com o Editor do

Registro, através da caixa de diálogo Executar (atalho

de teclado Windows+R = Run), regedit. Resposta:

Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Mateus tem em seu computador

o Windows 10 e um firewall pessoal instalado

que funciona corretamente. Nessa situação, embora

esteja funcionando corretamente, o firewall não é suficiente

para conter vírus e(ou) perdas de arquivos devidas

a eventual falta de becape.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O firewall do Windows é um filtro de conexões que permite

ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do dispositivo.

Ele não analisa o conteúdo do tráfego de dados, portanto

ele não é capaz de identificar se existe um vírus de

computador anexo no correio eletrônico que o usuário

recebeu, por exemplo. Como o firewall atua na conexão

de rede, filtrando o tráfego entre o dispositivo e as redes

externas, sua função não abrange a detecção de códigos

maliciosos e não está relacionada com as cópias de segurança.

A cópia de segurança (backup, ou becape) dos

dados do usuário é um recurso utilizado para garantir a

integridade das informações, que procura recuperar os

arquivos que forem danificados ou excluídos, propositalmente

ou acidentalmente. Se ocorrer falha na cópia de

segurança, o firewall nada poderia fazer, por não ser o

seu escopo de atuação. Resposta: Certo.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Cortana é um aplicativo

disponível no sistema operacional Windows desde

a versão XP e que possibilita criar o efeito de dupla

exposição, unindo vídeos ou fotos, ou esses dois elementos

juntos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A assistente virtual Cortana é um recurso disponível

no Windows 10, que não estava disponível nas versões

anteriores do sistema operacional. Ela permite localizar

informações armazenadas no dispositivo, na rede e

na Internet. Como um assistente, pode conversar com o

usuário e determinar sugestões baseadas nos hábitos do

usuário. No Windows, não há um recurso nativo que permita

realizar edição de vídeos e fotos simultaneamente,

com efeito de dupla exposição, como sugerido na questão.

Para recursos avançados de editoração, o usuário deverá

utilizar softwares de terceiros. Resposta: Errado.

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX

– CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OPERACIONAL

GNU LINUX

O sistema operacional Linux é uma opção ao sistema

operacional Windows, com outras características próprias.

O sistema operacional Linux é mais utilizado em

sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribuições

para diferentes modelos de computadores. Por

ser um sistema de código aberto, deu origem a outros

sistemas como o iOs (Apple) e o Android (Google).


Por ser um sistema operacional livre e licenciável,

possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto

GNU foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente

é patrocinado pela FSF (Free Software Foundation).

Muitos usuários descobrem que no contexto de softwares

livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao

contrário do termo freeware, que identifica uma categoria

de softwares gratuitos para utilização, o termo

free no Linux está relacionada às liberdades de uso.

A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberdades

‘essenciais’:

• A liberdade de executar o programa, para qualquer

propósito (liberdade nº 0)

• A liberdade de estudar como o programa funciona

e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade nº 1). O

acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta

liberdade.

• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você

possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).

• A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os

seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade

beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao

código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Disponível em < https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html

>. Acesso em: 27 nov. 2020.

Características básicas do sistema Linux

O Linux tem as seguintes características básicas:

Kernel (núcleo)

Shell (interpretador)

Terminal

(linha de comandos)

Interface gráfica

Figura 1. Assim como no Windows, o Linux tem camadas que

separam os recursos.

Distribuições Linux

Distribuição é um conjunto de personalizações

que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas

apresentável de forma diferenciada.

Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat,

SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são

alguns exemplos de distribuições.

Ubuntu é a distribuição mais cobrada em concursos

públicos, baseada na distribuição Debian. O

Ubuntu é uma versátil distribuição Linux que pode

ser instalada em várias construções computacionais,

desde que adaptadas (drivers).

• Possui um kernel (núcleo) comum em todas as

distribuições.

• FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de

Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas

as distribuições Linux devem seguir para organizar

os seus diretórios.

• O código fonte está disponível para ser baixado,

estudado, modificado e distribuído gratuitamente.

• As distribuições oferecem recursos específicos

para cada proposta, mantendo o núcleo comum do

sistema.

• Cada distribuição poderá ter uma ou mais interfaces

de usuário, e elas podem ser usadas em outras

distribuições.

• Possui modo gráfico e terminal de comandos.

• Existem distribuições gratuitas e pagas.

• As modificações realizadas pelos usuários serão

submetidas para avaliação da comunidade de

desenvolvedores, que determinarão a importância

e relevância delas, antes de tornar as modificações

oficiais para todo o mundo.

• Como todo sistema operacional, possui suporte

para protocolos TCP, permitindo o acesso às redes

de computadores com browsers ou navegadores.

• Geralmente instalado em dispositivos com Windows,

o Linux oferece gerenciador de boot (bootloader)

para gerenciar a inicialização, exibindo um

menu para o usuário escolher qual sistema operacional

será usado na sessão atual.

• LILO e GRUB são os gerenciadores de boot mais

comuns nas distribuições Linux.

• O Linux é um sistema operacional do tipo case

sensitive, ou seja, diferencia letras maiúsculas de

letras minúsculas nos nomes de arquivos, diretórios

e comandos.

DeMuDi

Finnix

Insigne GNU

KeeP OS

Knoppix

Linspire

MeNTOPPIX

MEPIS

Rxart

Satux

Symphony OS

Big Linux

Gnoppix

ImpiLinux

Kurumim

Mint

Europa

EUA

Brasil

Brasil

EUA

EUA

Brasil

Brasil

Alemanha

África do Sul

Brasil

Irlanda

Alemanha

Indonésia

Argentina

Figura 2. Distribuição Ubuntu, derivada do Debian, é a mais

questionada.

Diretórios Linux

Os diretórios são pastas onde armazenamos e

organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A

representação dos diretórios segue o princípio lúdico

de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree

é a forma como as pastas dos sistemas Linux estão

organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar

a organização do sistema, seus arquivos, bibliotecas e

inclusive para melhorar a segurança do sistema.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

269


FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as distribuições

Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.

A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança

entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.

Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o ‘caule’ da árvore

de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, o que representam os galhos de uma árvore. E dentro

dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual a árvore, como flores, folhas e frutos.

Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.

Diretórios, pastas e Bibliotecas são ‘sinônimos’. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, proveniente

do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de

organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações

do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de

serem apagados.

Importante!

Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e características

do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.

Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.

NOME DESCRIÇÃO CONTEÚDO

/bin binary – binário = executável Contém os comandos (arquivos binários executáveis).

/dev

device – dispositivo = hardware

Contém os drivers dos dispositivos de hardware, para comunicação

do sistema operacional com o equipamento.

/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.

/lib

library – biblioteca

Contém as bibliotecas do sistema Linux, compartilhadas por vários

programas.

/usr user – usuário Contém as configurações dos usuários.

Tabela – diretórios Linux, exemplos básicos

Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos

são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.

A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.

DIRETÓRIO

DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS

/ raiz do sistema, o diretório que ‘’guarda’’ todos os outros diretórios.

270

/bin

/boot

/dev

/etc

/etc/sysconfig

/etc/passwd

/etc/fstab

/etc/group

/etc/include

/etc/inittab

/etc/skel

/home

/lib

arquivos/comandos utilizados durante a inicialização do sistema e por usuários (após a

inicialização). O termo BIN é referência ao tipo de informação, binário.

arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a

vários sistemas para indicar a inicialização.

drivers de controle de dispositivos. DEV vem de device, dispositivo.

arquivos de configurações do computador.

arquivos de configuração do sistema para os dispositivos.

dados dos usuários, senhas criptografadas... PASSWORD = senha.

sistemas de arquivos montados no sistema (file system table – tabela do sistema de

arquivos). O sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.

Grupos.

header para programação em C, através do comando include.

Arquivo (tabela) de configuração do init.

Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.

pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.

bibliotecas compartilhadas. LIB vem de library, biblioteca.


DIRETÓRIO

/lib/modules

/misc

/mnt

/proc

DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS

módulos externos do kernel usados para inicializar o sistema...

arquivos variados (misc de miscelânea).

ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de

mount, montagem.

sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.

/root diretório pessoal do root. Equivalente a pasta raiz da unidade de inicialização C:

/sbin

arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).

/tmp arquivos temporários.

/usr

/usr/bin

/usr/sbin

/usr/lib

/usr/local

/usr/man

/usr/info

Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuários

de sistemas UNIX.

executáveis para todos os usuários.

executáveis de administração do sistema.

bibliotecas dos executáveis encontrados no /usr/bin.

arquivos de programas instalados localmente.

manuais.

informações.

/usr/X11R6

Arquivos do X Window System e seus aplicativos.

/var

/var/lib

/var/log

Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).

Bibliotecas.

Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas,

relatórios diversos, entre outros tipos de logs.

Tabela – diretórios Linux

Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux, para treinamento. Acesse https://bellard.org/

jslinux/ para conhecer algumas opções.

Comandos Linux

Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela

a seguir:

NOME DESCRIÇÃO AÇÃO

cp copy – copiar Copiam os arquivos listados.

ls list – listar Lista os arquivos e diretório do local atual.

mv move – mover Pode mover ou renomear um arquivo ou diretório.

rm remove – remover Apagar arquivos.

vi view – visualizar Permite visualizar e editar um arquivo.

Tabela – comandos Linux, exemplos básicos

A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,

quando temos o item Linux no conteúdo programático.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

271


COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO

cat

Concatenar, juntar ou mostrar. Exibir

o conteúdo de arquivos ou direcioná-lo

para outro.

cat arq1.txt >> arq2.txt

cat arq1.txt arq2.txt >> arq3.txt

cat arq1.txt

O arq1.txt será concatenado

com arq2.txt

Os arq1.txt e arq2.txt serão

unidos em arq3.txt

Exibirá arq1.txt

cd Mudar diretório. cd /home

cp Copiar arquivos e diretórios. cp teste.txt /home

Muda para o diretório /

home.

Copia o arquivo teste.txt

para o diretório /home.

cut

Lê o conteúdo de um ou mais arquivos

e tem como saída uma coluna

vertical.

cut arq1.txt

O comando cut pode ser

usado para mostrar apenas

seções específicas de um

arquivo de texto ou da saída

de outros comandos.

diff

Comparar e mostrar as diferenças

entre arquivos e diretórios.

diff arq1.txt arq2.txt

Mostra a diferença entre os

dois arquivos.

exit Sair do usuário atual. exit Sair do usuário atual.

grep

Seleciona uma linha de texto que

contenha o texto pesquisado.

cat arq1.txt | grep Nishimura

Exibe o arq1.txt (comando

cat no modo type), com

destaque para as linhas

que contenham Nishimura.

id Informa o usuário atual. id Informa o usuário atual.

ifconfig

Permite listar e configurar as interfaces

de rede (placas de rede)

conectadas no computador.

ifconfig -a

Listar todas as interfaces

(all)

No Windows, o comando é

ipconfig.

init

Desligar ou reiniciar o computador.

init 0

init 6

Desligar

Reiniciar

ln Criar links de arquivos. ln texto.txt

ls Listar arquivos e diretórios. ls

Cria um atalho para o arquivo

texto.txt.

Lista os arquivos e diretórios

existentes no diretório

atual.

kill Eliminar um processo em execução. kill 998 Eliminar o processo 998.

mkdir Criar diretório. mkdir /home/novo

Cria o diretório novo, dentro

do diretório /home.

mv

Mover e renomear arquivos e

diretórios.

mv texto.txt /home

mv texto.txt novo.txt

Move o arquivo texto.txt

para o diretório /home.

Renomeia o arquivo texto.

txt para novo.txt.

passwd Mudar a senha do usuário. passwd Mudar a senha.

ps

Listam os processos em execução,

e com o número poderá eliminar ele

com o comando kill.

ps

Listar os processos em

execução.

pwd Exibe o diretório atual. pwd Mostra onde estou.

rm Deletar arquivos. rm teste.txt Apaga o arquivo teste.txt

rmdir Remover diretórios. rmdir novo

sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt

Remove o diretório novo

que está no local atual.

Ordena o conteúdo do arquivo

arq1.txt

272


COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO

sudo

Executar comandos como superusuário.

Válido por 10 min.

sudo ps

Executa o comando ps

como superusuário

shutdown

Desligar ou reiniciar o computador.

shutdown -r +10

shutdown -h +5

Reinicia em 10 minutos

Desliga em 5 minutos

tail

Exibir as últimas linhas de um

arquivo.

tail arq1.txt

Exibe as 10 últimas linhas

de arq1.txt

tar Empacotar arquivos. tar teste1.txt

Cria um arquivo que

contém os outros, sem

compactar.

touch

Criar e modificar data do arquivo.

Se o arquivo não existe, ele é criado

vazio, com a data atual.

touch teste.txt

Criar o arquivo vazio teste.

txt com a data atual.

useradd

Cria um novo usuário ou atualiza as

informações padrão de um usuário

no sistema Linux.

useradd fernando

Criar o usuário fernando,

com os arquivos definidos

em /etc/skel

vi Visualizar um arquivo no editor vi teste.txt

Entra em modo de visualização

e edição do arquivo

teste.txt

Tabela – comandos Linux

Todos os sistemas operacionais possuem recursos

para a realização das mesmas tarefas. Não é correto

afirmar que um sistema é melhor que outro, sendo

que eles são equivalentes em funcionalidades.

Prompt de Comandos (Windows) e Console de

Comandos (Linux)

A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres,

sempre existiu nos computadores. Mas entre o

Windows e Linux existem diferenças, tanto operacionais

como de comandos.

Confira um comparativo de comandos entre o

Linux e o Windows.

Voltar ao diretório

anterior

Diretório

pessoal

cd –

cd ~

Copiar arquivos cp copy

Mover arquivos mv move

Renomear mv ren

Listar arquivos ls dir

Apagar arquivos rm del

Ajuda

Data e Hora

Espaço em

disco

Processos em

execução

Finalizar

processo

Qual o diretório

atual?

man, help ou

info

date, cal ou

hwclock

df

ps

kill

pwd

/?

date e time

dir

cd

Subir um nível cd .. cd..

Diretório raiz cd / cd \

Apagar

diretórios

rm

deltree

Criar diretórios mkdir md

Alterar atributos

Alterar

permissões

Alterar proprietário

(dono)

Alterar grupo

Comparar arquivos

e pastas

Empacotar

arquivos

chmod

chown

chgrp

diff

tar

attrib

comp

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

273


Compactar

arquivos

gzip

compact

O Linux é um sistema operacional que possui código

aberto. Ele é formado pelo núcleo (kernel), shell (interpretador

de comandos) e terminal (linha de comandos).

Quando comandos são digitados no terminal,

eles são processados e executados pelo shell (interface

do núcleo com a interface do usuário). É o shell que

procura no núcleo do Linux as instruções que foram

solicitadas na linha de comandos. Resposta: Errado.

274

Alterar a senha

Concatenar, juntar

e mostrar

Mostrar,

visualizar

Pausa na exibição

de páginas

Interfaces de

rede

Caminho dos

pacotes

Listar todas as

conexões

passwd

cat

vi

more ou less

ifconfig

tracert

type

more

ipconfig

route

netstat arp -a

Apagar a tela clear Cls

Concatenar

comandos

Direcionar a

entrada para

um comando

Direcionar a

saída de um

comando

Localizar ocorrências

dentro

do arquivo

Exibir as últimas

linhas do

arquivo

Diretório raiz

Opção de um

comando

| |

< <

> >

grep

tail

/ (barra normal)

- (sinal de

menos)

\ (barra

invertida)

/ (barra normal)

Tabela – comparação de comandos Linux com comandos Windows

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O kernel do sistema operacional

Linux tem a função de interpretar os comandos

executados em um terminal.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O Linux é um sistema

operacional em que cada usuário consegue ter apenas

um processo ativo por vez, processo esse que é iniciado

automaticamente quando o sistema é carregado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Linux é um sistema operacional multiusuário e

multitarefas, como o Windows. Cada usuário, entre

os vários usuários cadastrados e habilitados no

sistema, poderá executar vários processos. Os processos

poderão ser carregados na inicialização do

sistema, ou iniciados depois que o sistema estiver

em execução. Resposta: Errado.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Após verificar que o diretório

/var/bo no Linux está sem espaço para novos

arquivos, Pedro resolveu mover todos os arquivos e

subdiretórios existentes nesse diretório para o diretório

/etc/backup/bo localizado em outro disco, também no

ambiente Linux.

Nessa situação, a partir do diretório raiz do sistema operacional,

o comando correto que Pedro deve usar para

executar essa tarefa é mv -Rf /var/bo > /etc/backup/bo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O comando mv é usado para mover ou renomear itens

no Linux. A questão enumera as ações que o usuário

Pedro deve realizar para mover todos os arquivos e subdiretórios

do diretório atual (/var/bo) para outro diretório

(/etc/backup/bo), que está localizado em outro disco.

A linha de comando sugerida foi mv -Rf /var/bo > /

etc/backup/bo

No Linux, o símbolo > é usado como direcionador de

saída de comandos. Ou seja, o resultado que seria

exibido na tela pelo comando mv, foi direcionada

para um arquivo, um local.

Removendo o símbolo, temos: mv -Rf /var/bo /etc/

backup/bo

O comando mv é usado para mover itens, quando

especificamos origem e destino. No enunciado informa

que o diretório /etc/backup/bo está em outra

unidade de disco, mas não vemos esta informação

na linha de comandos. Uma unidade de disco é identificada

por um nome, como hd0 (hard disk 0), ou

cd1 (compact disc 1), ou usb0 (unidade removível

conectada na porta USB número 0).

O comando deve informar a unidade de disco do destino

mv -Rf /var/bo /dev/usb1/etc/backup/bo

E as opções -Rf informadas no comando, são para trabalhar

de forma recursiva (R – considerar o diretório

atual e todos os diretórios abaixo) e sem confirmações

(f – force, sem pedir confirmação, sobrescreve

itens com mesmo nome). Resposta: Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) No sistema operacional

Linux, é possível utilizar duas extensões para nomear

os arquivos. Assim, nesse sistema, um arquivo poderia

ser nomeado, por exemplo, como contrato_BNB.tar.

gz.

( ) CERTO ( ) ERRADO


No Linux, as extensões de arquivos são opcionais. Os

arquivos podem não ter extensões, ter uma, duas, ou

várias extensões. Como o sistema operacional Linux

analisa o conteúdo do arquivo para decidir o que será

realizado (abrir, executar, editar, etc), as extensões

são usadas para organização, sem utilidade específica

para o sistema. O nome contrato_BNB.tar.gz contém

as extensões TAR (arquivos empacotados) e GZ

(arquivos compactados). Para renomear um arquivo

no Linux, use o comando mv, que é usado para mover

ou renomear itens. Resposta: Certo.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Há uma diversidade grande

de distribuições do sistema Linux, cada uma delas

com estrutura de diretórios e kernel diferentes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O sistema operacional Linux possui um kernel

(núcleo) comum para todas as distribuições. Distribuições

são pacotes de programas e interfaces (shell

e terminais de comandos) que podem variar, serem

personalizados, ampliados, reduzidos, mas que mantém

o mesmo núcleo comum que caracteriza ela

como sendo uma versão do Linux. Resposta: Errado.

NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS

EMBARCADOS/MÓVEIS: ANDROID E IOS

Os sistemas operacionais embarcados ganharam

destaque após a popularização dos celulares, smartphones

e tablets.

No início, os celulares possuíam um sistema operacional

dedicado, que não era atualizável e acompanhava o

aparelho até o final de sua vida útil. As empresas fabricantes

de celulares desenvolviam algumas aplicações genéricas

e entregavam no aparelho o conjunto de ferramentas

básicas como agenda telefônica e alguns jogos simples.

Com a era dos smartphones, iniciada com sistemas

operacionais da Microsoft (Windows Mobile), aparelhos

iPhone da Apple (com sistema iOs) e aparelhos

HTC com sistema Google Android, tudo mudou em

relação aos sistemas dos celulares.

Se antes eram sistemas embarcados legados (abandonados),

agora são sistemas móveis com atualizações

regulares de seus recursos. O crescimento da velocidade

e a expansão do acesso à Internet contribuíram

para esta evolução.

A Apple lançou uma loja de aplicativos, onde os

desenvolvedores poderiam oferecer aplicações e os

usuários poderiam realizar o download e instalação

em seus aparelhos. Os sistemas operacionais embarcados

deixariam de ser sistemas legados e se tornariam

sistemas móveis altamente personalizáveis.

Mantendo os princípios de funcionamento dos sistemas

operacionais Windows e Linux, ou seja, oferecer uma

plataforma para instalação de aplicações e interface para

o usuário interagir com o hardware, as características dos

sistemas móveis foram introduzidas nos sistemas ‘fixos’,

como a loja de aplicativos Microsoft Store, para Windows.

Após esta breve contextualização, vamos conhecer

os sistemas Google Android e Apple iOs.

Importante!

Este é um tópico novo em concursos públicos,

que tem questionado sobre a estrutura e características

dos sistemas embarcados ou móveis.

Com a aplicação de outras provas de concursos

com este item, a tendência é que sejam questionadas

funcionalidades práticas dos aparelhos.

Sistema operacional Android

Baseado no núcleo Linux e desenvolvido pela empresa

de tecnologia Google, a interface de usuário é baseada

na manipulação direta. É um sistema voltado para dispositivos

com tela sensível ao toque, como tablets e smartphones,

porém pode ser encontrado em alguns aparelhos

portáteis do tipo netbook, como o Chromebook (que utiliza

o Chrome OS, uma variação do Android).

A loja de aplicativos é a Google Play, que antes era

conhecida como Android Market. É um serviço de distribuição

digital de aplicativos, jogos, filmes, programas

de televisão, livros e músicas, operado pela Google.

Versões do Android

Os nomes das versões Android se tornaram uma

tradição. No início (2008), o Android 1.0 – Astro, foi

lançada junto ao aparelho HTC Dream.

Existiu a intenção de nomear as versões com

nomes de robôs e androides, e o próximo seria chamado

de Bender (Futurama – Fox Channel), mas a emissora

não autorizou o uso.

As diferentes versões de Android têm desde a versão

1.5, nomes de sobremesas ou bolos (em inglês) e

seguem uma lógica de ordem alfabética:

1.5: Cupcake

1.6: Donut

2.0 - 2.1: Eclair

2.2: FroYo (Frozen Yogurt)

2.3: Gingerbread

3.0 - 3.2: Honeycomb

4.0: Ice Cream Sandwich

4.1 - 4.2 - 4.3: Jelly Bean

4.4: KitKat (autorizado pela Nestlé, mudou o foco

do sistema para o usuário, explorando a experiência

do usuário (User Experience) com elementos e fatores

que gerassem uma avaliação positiva).

5.0(5.0.1 e 5.0.2) – Lollipop

6.0 (6.0.1)– Marshmallow

7.0 (7.1, 7.1.1 e 7.1.2) – Nougat

8.0 (8.1) – Oreo (utilizando uma nova arquitetura

de software)

9.0 – Pie

10 – Android 10 ou versão Q (recursos de biometria

e imagens aprimorados)

11 – Android 11 ou versão R (última versão, lançada

em fevereiro 2020)

Características do Android

Quando o usuário adquire um aparelho com o sistema

operacional Android, ele precisará fazer login em uma

conta Google para acesso aos recursos do dispositivo. A

conta de usuário poderá ter correio eletrônico gratuito,

dados de aplicações, financeiros, localização, navegação,

privacidade, segurança, entre outras informações.

Possui código fonte aberto, disponível para ser baixado,

estudado, modificado e distribuído. É um sistema

operacional muito popular e flexível, tanto quanto os sistemas

embarcados Arduíno em aparelhos de automação.

O Android utiliza Java, mas contém vários módulos

desenvolvidos em HTML5. O desenvolvedor de

aplicativos Android pode usar o JME para desenvolvimento

de recursos, que serão publicados e distribuídos

na Google Play (loja de app’s). Ao contrário da

Apple, os desenvolvedores podem distribuir seu app

em outros locais fora da loja oficial, criando um problema

de segurança para os usuários.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

275


276

Os usuários podem, mas não devem, fazer download

de aplicativos para Android a partir de qualquer fonte,

porém o recomendado é que se utilize a loja virtual oficial.

Apps baixados fora das lojas oficiais podem conter

malwares (como spywares, cavalos de Troia, adwares,

etc.) que comprometerão a privacidade do usuário.

Uma das principais características (e vantagens)

do Android é o acesso imediato aos recursos da Google,

como Google Cloud Print (para imprimir remotamente),

Google Fotos (para armazenamento de cópia

das imagens e vídeos do aparelho), Google Drive

(armazenamento de dados na nuvem), entre outros.

As configurações e preferências são armazenados na

Conta Google, podendo ser compartilhadas em outros

dispositivos que estejam conectados na mesma conta.

O Google Assistente é o assistente virtual para o sistema,

que permite realizar tarefas com comandos de voz.

Sistema operacional iOs

O iOS é um sistema operacional desenvolvido pela

Apple que pode ser encontrado no iPhone, iPad e iPod Touch

da empresa, considerando que os notebooks da empresa

utilizando o MacOS e os relógios inteligentes o watchOS.

iOS o “i” vem da expressão “internet”, enquanto o

OS significa “Operating System”, (“sistema operacional”,

em português).

Diferentemente do Android, seu núcleo é fechado,

apesar de ter sido desenvolvido a partir do Linux e

todos os controles são disponibilizados pela Apple.

A loja de aplicativos Apple Store (ou apenas App

Store) disponibiliza aplicações que foram verificadas

pela empresa antes de serem publicadas. Assim, é

considerada mais segura, por ter camadas extras de

validação antes da distribuição.

Versões do iOs

As versões de iOs são numeradas. Iniciou na versão

1 com o lançamento do iPhone, e na versão 2

introduziu o conceito da App Store.

A cada nova versão foram introduzidos novos recursos,

e na versão 7 ocorreu uma mudança na interface,

central de controle e introdução do recurso AirDrop (para

compartilhamento de arquivos entre aparelhos da Apple).

Com o lançamento de novos aparelhos iPhone, novos

sistemas operacionais iOs foram disponibilizados, com

possibilidade de atualização de alguns modelos anteriores.

Atualmente, estamos com o aparelho iPhone 12 à

venda e o sistema iOs versão 14 disponível.

Ao contrário do Android que é personalizável de

muitas formas, inclusive com relação às atualizações

do sistema, o iOs pode ser considerado um sistema

muito mais fechado, com poucas personalizações e

atualizações mandatórias (que devem ser instaladas).

A principal característica do iOs não está na sua

interface ou em seus recursos acessíveis pelo usuário,

mas naquilo que existe por trás de tudo: as camadas iOs.

Camadas iOs

São quatro camadas, semelhante a outros sistemas

operacionais, porém com nomes bem diferentes. Vou

usar aqui o diagrama usado no Linux, e poderá perceber

que essencialmente são os mesmos recursos,

porém com novos nomes.

Core OS (núcleo)

Core Services

(Foundation)

Media

Cocoa Touch (UIKit)

Camadas do sistema iOs

Camada Core OS – como o kernel/núcleo, encapsula

o ambiente e interfaces de baixo nível, e as aplicações

não têm acesso por questões de segurança.

Camada Core Services (Foundation) – fundação, ou

base do sistema. Esta camada contém os recursos que

serão usados pelos aplicativos nativos do sistema iOs,

como Safari, Casa, Saúde, Traduzir e iTunes.

Camada Media – camada de mídia, que faz a renderização

(transformação) de gráficos, áudio e vídeo.

Nesta camada estão os recursos de manipulação dos

conteúdos da interface.

Camada Cocoa Touch (UIKit – User Interface Kit)

– interface com o usuário, como multitarefa, notificações

e acessibilidade.

Sistemas operacionais embarcados ou móveis

Os sistemas operacionais possuem características

específicas no âmbito de plataforma. Um aplicativo

desenvolvido para o sistema Android será executado

no aparelho que possui esta plataforma, e o mesmo

ocorrerá com sistemas desenvolvidos em iOs. Se

o usuário acessar a plataforma de aplicativos (Google

Play ou Apple Store), encontrará aplicativos específicos

para o seu sistema operacional, que às vezes não possui

correspondente na outra plataforma. Se o usuário precisa

de uma aplicação iOs no Android, caso não exista,

não poderá fazer a emulação de forma plena.

O Android tem sua própria JVM que se chama Dalvik

(até Android 4.0) e ART (Android RunTime) na versão

5 e superiores. A máquina virtual Dalvik permite

a execução de códigos originalmente desenvolvidos

em Java dentro da plataforma Android. O XCode é o

ambiente de desenvolvimento nativo do sistema iOS,

que não utiliza máquina virtual.

A arquitetura do iOS é composta por camadas:

Cocoa Touch, Media, Core Services e Core OS. Os programas

desenvolvidos para iOS, utilizam a linguagem

Swift e Object C (obsoleta).

Nos sistemas operacionais da Apple, estão incluídos

métodos para o gerenciamento de itens armazenados

no iCloud. O iCloud é a nuvem da Apple, que

armazena em uma conta cloud (nuvem), arquivos,

fotos e configurações de um aparelho com iOS. Arquivos

e diretórios existentes na nuvem serão sincronizados

e poderão ser acessados por usuários do iOs, tanto

no iPhone, iPad como no iMac e PCs.

O serviço iCloud está associado a equipamentos

Apple (iPad, iMac, entre outros), e possuem limitação

de espaço. Existem opções gratuitas de armazenamento

no iCloud, até outras pagas com mais espaço,

mas nenhuma opção ilimitada.


O smartphone que executa Android possui um

sistema embarcado associado a um login de contas

Google. O aplicativo instalado no aparelho não precisa

utilizar a conta Google, que geralmente é usada

apenas para acesso do usuário ao dispositivo e sincronização

de configurações. O aplicativo, caso possua

esta funcionalidade, poderá capturar e enviar arquivos

armazenados na memória interna, no cartão SD

(memória expandida) e nuvem (Google Drive), independentemente

das permissões de contas Google.

Os aplicativos geralmente são disponibilizados com

manifestos. Os manifestos são informações sobre o

desenvolvimento deles, que seguindo a ideia da licença

GNU GPL (Linux) da origem do Android, informa as

características do aplicativo, os recursos atualizados, e

as transações que ele executa no aparelho do usuário.

IOS

ANDROID

2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Mesmo controlando o

login e a senha do usuário via contas Google, um aplicativo

pode capturar e enviar arquivos armazenados

no cartão SD do celular que utiliza o sistema Android.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O smartphone que executa Android possui um sistema

embarcado associado a um login de contas Google. O

aplicativo instalado no aparelho não precisa utilizar

a conta Google, que geralmente é usada apenas para

acesso do usuário ao dispositivo e sincronização de

configurações. O aplicativo, caso possua esta funcionalidade,

poderá capturar e enviar arquivos armazenados

na memória interna, no cartão SD (memória

expandida) e nuvem (Google Drive), independentemente

das permissões de contas Google. Resposta: Certo.

Hardware

Tempo de

bateria

Exclusivo para os

dispositivos da

marca.

Desde o iPhone

8, os carregadores

são de alta

potência.

Motorola, LG,

Samsung, Xiaomi,

entre outras.

Desde 2014, possui

gerenciadores

de bateria.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O Android disponibiliza

um banco de dados público local, orientado a objetos,

para o armazenamento de dados estruturados, o

que possibilita o gerenciamento das aplicações e dos

dados de forma rápida e segura.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Atualizações

Desenvolvimento

Integração

com outros

dispositivos

Os novos aparelhos

já estão

com o iOs 14, e

os recentes são

atualizados.

Um aplicativo

para iPhone

utiliza-se da linguagem

Swift e

Objective-C.

Total entre aparelhos

da Apple.

A maioria dos

aparelhos usa a

versão 7 (Nougat),

sendo a versão

9 (Pie) a mais

recente.

Um aplicativo

Android deve ser

desenvolvido em

linguagens específicas:

Kotlin e Java.

Baixa e complexa.

O banco de dados para o armazenamento de dados

estruturados não é público, pois caso fosse, seria

inseguro. Os provedores de conteúdo oferecem

armazenamento público e armazenamento restrito,

sendo uma opção segura, associada a login de

contas. Outro erro na assertiva é o banco de dados

ser orientado a objetos, sendo que o Android utiliza

base de dados SQLite. Resposta: Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Quando a Internet está

disponível, os aplicativos executados em segundo plano

podem efetuar requisições, que utilizam muita carga

da bateria e podem ocasionar erros nos aplicativos,

por isso, na versão 8.0 do sistema, os manifestos não

podem ocorrer para transmissões implícitas.

Segurança

Aplicativos

fechados.

Aplicativos

personalizáveis.

Tabela comparativa de alguns itens do sistema iOs (Apple) e Android

(Google)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) No desenvolvimento de

aplicativos para o iOS em que se faça a sincronização

de dados entre dispositivos, pode ser usada a classe

FileManager, do framework Foundation, a qual tem

métodos para gerenciar itens armazenados no iCloud.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Nos sistemas operacionais da Apple, estão incluídos

métodos para o gerenciamento de itens armazenados

no iCloud. O iCloud é a nuvem da Apple, que armazena

em uma conta cloud (nuvem), arquivos, fotos e

configurações de um aparelho com iOS. Arquivos e

diretórios existentes na nuvem serão sincronizados

e poderão ser acessados por usuários do iOs, tanto

no iPhone, iPad como no iMac e PCs. Resposta: Certo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os manifestos são as configurações de desenvolvimento

do aplicativo e as instruções para a sua execução.

Alguns aplicativos são executados por todo

o tempo, desde o momento que ele for iniciado. A

finalização explícita do aplicativo não garante que

ele tenha sido realmente desativado, pois poderão

ter transações descritas no manifesto que necessitem

de acesso em segundo plano.

Ou seja, mesmo que o aplicativo seja finalizado,

ele poderá continuar em execução consumindo

recursos do aparelho, caso tenha sido declarado no

manifesto e o usuário autorizado nas permissões de

acesso quando ele foi instalado. Resposta: Correto.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Ainda que o usuário de

dispositivo Android instale apps de lojas não oficiais

do Google, o dispositivo não será afetado por trojans,

devido a sua arquitetura baseada em Unix, que são

códigos que abrem portas de manipulação remota do

celular.

( ) CERTO ( ) ERRADO

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

277


278

O download de aplicativo para o aparelho deverá ser

realizado preferencialmente através da loja de aplicativos

oficial (Google Play e Apple Store). Quando a

instalação é realizada através de outras distribuições

de aplicativos, eles poderão conter trojans (cavalos de

Troia) que executarão atividades maliciosas enquanto

o app estiver sendo executado. Resposta: Errado.

TECNOLOGIAS DE VIRTUALIZAÇÃO DE

PLATAFORMAS: EMULADORES, MÁQUINAS

VIRTUAIS, PARAVIRTUALIZAÇÃO

Neste tópico, vamos conhecer as estratégias que os

sistemas operacionais utilizam para ‘enganar’ o hardware

ou o software.

Cada sistema operacional é desenvolvido seguindo

uma arquitetura que o faz executar com uma determinada

combinação específica de hardware. É muito

comum observar em notebooks o selo Windows, indicando

que aquele hardware foi testado e é compatível

com o sistema operacional da Microsoft. Apesar de

existirem muitos fabricantes de processadores (CPU),

o sistema operacional Windows só poderá rodar em

determinados modelos. Apesar de existirem muitos

fabricantes de memórias, o sistema operacional Windows

só poderá rodar com determinados modelos.

Se o usuário precisa utilizar outro sistema operacional,

ele deverá utilizar algum recurso que permita

alternar entre as suas necessidades.

A primeira opção é o particionamento do disco

rígido do dispositivo computacional e a instalação

de um sistema operacional em cada partição. Em um

computador com Windows, o Linux poderá ser instalado.

O gerenciador de boot ou inicialização permitirá

que no momento que ele for ligado, o usuário escolha

um ou outro sistema para utilização.

Obviamente este método não permite a execução

simultânea dos sistemas, e caso o usuário precise trocar

de sistema, precisará fechar todas as suas aplicações

e reiniciar o computador.

As opções que conheceremos agora são os emuladores,

virtualização e paravirtualização de sistemas.

A primeira forma de uso são os emuladores.

Eles são o oposto da máquina real. Eles simulam

um sistema que talvez nem exista mais. Implementam

todas as instruções realizadas pela máquina real em

um ambiente abstrato de software. Os emuladores de

games arcade, são um exemplo de como eles podem

ser executados em uma plataforma atual de software,

apesar de terem sido desenvolvidos e escritos para

uma plataforma que não existe mais.

Eles enganam, fazendo com que todas as operações

da máquina real sejam implementadas em um software.

Interpreta um código que foi desenvolvido para outra

plataforma. Os emuladores são restritos aos códigos que

forem escritos, logo sua aplicação é um pouco restrita.

Os emuladores de terminal Linux, que podem ser

usados para estudos e treinamento, são opções on-line

que demonstram o uso e especialmente as limitações

deste tipo de utilização. O usuário que acessa o emulador

on-line Linux tem acesso apenas aos comandos

que foram previamente programados nele. Se o usuário

tentar executar comandos que o emulador não

conhece, não obterá resultado algum.

Outra forma é a virtualização.

As máquinas virtuais (VM – Virtual Machine),

criam uma camada para compatibilizar diferentes plataformas.

Esta camada é chamada de virtualização. Este

recurso é muito popular, devido às suas características

de implementação e utilização por qualquer usuário

com um pouco de conhecimento técnico de informática.

São softwares que podem ser utilizados para fazer os

recursos parecerem diferentes do que realmente são. Será

uma duplicata eficiente e isolada de uma máquina real.

A IBM define uma máquina virtual como uma

cópia totalmente protegida e isolada de um sistema

físico. Na década de 60, era uma abstração de software

que enxerga um sistema físico (máquina real).

Como a máquina virtual é separada por sandbox

(caixa de areia, um espaço isolado que acessa de forma

controlada os recursos disponíveis) do restante do

sistema, o software dentro dela não pode adulterar o

computador host ou hospedeiro. As máquinas virtuais

também podem ser usadas para outras finalidades,

como a virtualização de servidores.

VMWare, Virtual Box, Microsoft Azure e Hyper-V

são alguns exemplos de máquinas virtuais disponíveis

atualmente.

Quando elas são executadas, o usuário tem acesso

a ambos os sistemas simultaneamente. Portanto, ao

contrário do uso de múltiplos boots, o usuário poderá

acessar dados dos dois sistemas ao mesmo tempo.

Poderá acessar seus arquivos no Windows do computador,

e os arquivos do Linux que estiver sendo executado

em uma máquina virtual.

Ao executar máquinas virtuais, é possível definir

a quantidade de recursos que serão ofertados para as

aplicações, como memória e processadores. E servidores

Microsoft Hyper-V, por exemplo, podemos disponibilizar

até 4 processadores para uma máquina

virtual Linux.

Os gerenciadores de virtualização procuram organizar

o que será disponibilizado, e como será disponibilizado.

Quando o hypervisors (gerenciadores de

virtualização) executam diretamente o hardware, são

conhecidos como nativos, ou baremetal. Quando o

hypervisors é uma aplicação como a máquina Virtual

Java (JVM), que está executando no hardware para

construir outro hardware virtualizado, dizemos que

é do tipo hosted (hospedado).

A paravirtualização é a máquina virtual de uma

máquina virtual.

Algumas vezes, a camada de virtualização não é

suficiente para a execução de uma aplicação especializada.

Em um sistema Windows, podemos virtualizar

uma máquina Linux e ainda continuar executando

emuladores na camada do Windows.

A paravirtualização acaba combinando os recursos

de virtualização e emulação, para que todos os

recursos estejam disponíveis.

Em uma máquina virtual, todos os recursos estarão

sob controle controlado da virtualização aplicada.

Em um emulador, todos os recursos estarão sob controle

controlado da emulação aplicada.

Na paravirtualização, além do controle aplicado

pela virtualização ou emulação, os recursos originais da

máquina real continuarão disponíveis, evitando assim

o processamento dedicado para um recurso, sendo que

outros poderão ser executados também pelo usuário.


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Na virtualização, o armazenamento

de dados é feito em servidores remotos

com grande redundância, aumentando, assim, a disponibilidade

de recursos de armazenamento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O armazenamento de dados é realizado no servidor

local, que está operando a virtualização. O servidor

remoto poderia ser usado para virtualização

no caso de plataforma Windows Azure na nuvem

Microsoft. A redundância de dados, que geralmente

é implementada por sistemas RAID, tende a diminuir

a capacidade de armazenamento dos discos

empregados. Resposta: Errado.

2. (CEBRASPE-CESPE – 2010) A virtualização permite que

um único computador hospede múltiplas máquinas virtuais,

cada uma com o próprio sistema operacional. A

vantagem dessa abordagem é que a falha em uma das

máquinas virtuais não gera falha automática nas outras.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A virtualização permite que um único computador

hospede múltiplas máquinas virtuais. Cada máquina

virtual poderá executar um sistema operacional

diferente e todos estariam compartilhando os recursos

de modo protegido. A vantagem dessa abordagem

é que a falha em uma das máquinas virtuais

não gera falha automática nas outras. Como as

máquinas virtuais são executadas em modo protegido

(sandbox), o que acontece em uma não interfere

na outra. Resposta: Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2010) A ferramenta de virtualização

Hyper-V da Microsoft permite a execução de

servidores virtualizados com o sistema operacional

convidado Red Hat Linux, disponibilizando até oito

processadores virtuais para esse sistema operacional.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Hyper-V suporta até 4 processadores para cada sistema

operacional. A capacidade de suporte para até

quatro processadores múltiplos no ambiente de uma

máquina virtual possibilita o aproveitamento total

dos aplicativos multi-threaded. Resposta: Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Na paravirtualização, a

máquina virtual simula o hardware e possibilita que o

sistema convidado (guest) seja executado de maneira

isolada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A virtualização (máquina virtual) é a técnica onde é

simulada o hardware (igual ou inferior ao existente no

hospedeiro) e o sistema é executado de maneira isolada.

Na paravirtualização uma máquina virtual será

criada sobre a outra máquina virtual, possibilitando a

execução protegida e isolada. Resposta: Errado.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Para que a ferramenta de

virtualização se comunique diretamente com o hardware,

pode ser utilizado um hypervisor nativo, também

conhecido como baremetal.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os gerenciadores de virtualização procuram organizar

o que será disponibilizado, e como será disponibilizado.

Quando o hypervisors (gerenciadores de

virtualização) executam diretamente o hardware,

são conhecidos como nativos ou baremetal. Quando

o hypervisors é uma aplicação como a máquina

Virtual Java (JVM), que está executando no hardware

para construir outro hardware virtualizado, dizemos

que é do tipo hosted (hospedado). Resposta: Correto.

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS

E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E

CORREIO ELETRÔNICO

O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma

forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo

que o usuário não esteja on-line, a mensagem será

armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo

disponível até ela ser acessada novamente.

O correio eletrônico (popularmente conhecido

como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi

um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,

e se mantém usual até os dias de hoje.

vDica

O Mozilla Thunderbird é um cliente

de e-mail gratuito com código aberto

que poderá ser usado em diferentes

plataformas.

O eM Client é um cliente de e-mail gratuito

para uso pessoal no ambiente

Windows e Mac. Facilmente configurável.

Tem a versão Pro, para clientes

corporativos.

O Microsoft Outlook, integrante do pacote

Microsoft Office, é um cliente de

e-mail que permite a integração de várias

contas em uma caixa de entrada

combinada.

O Microsoft Outlook Express foi o cliente

de e-mail padrão das antigas versões

do Windows. Ainda aparece listado nos

editais de concursos, porém não pode

ser utilizado nas versões atuais do sistema

operacional.

Webmail. Quando o usuário utiliza um

navegador de Internet qualquer para

acessar sua caixa de mensagens no

servidor de e-mails, ele está acessando

pela modalidade webmail.

Apesar de existirem diversas opções para composição,

envio e recebimento de mensagens eletrônicas,

as bancas preferem as questões sobre

o cliente de e-mail Microsoft Outlook, integrante

do pacote Microsoft Office.

O Microsoft Outlook possui recursos que permitem

o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização

das mensagens em pastas, sinalizadores,

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

279


acompanhamento e também recursos relacionados a

reuniões e compromissos.

Os eventos adicionados ao calendário podem ser

enviados na forma de notificação por e-mail para os

participantes.

O Outlook possui o programa para instalação no

computador do usuário e a versão on-line. Essa versão

pode ser gratuita (Outlook.com, antigo Hotmail) ou

corporativa (Outlook Web Access – OWA, integrante

do Microsoft Office 365).

Usuário

@

Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor

de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador

de Internet

Formas de acesso ao correio eletrônico

Podemos usar um programa instalado em nosso

dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador

de Internet para acessarmos as mensagens recebidas.

A escolha por uma ou por outra opção vai além

da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem

suas características e protocolos. Confira.

FORMA DE

ACESSO

Cliente de E-mail

Webmail

CARACTERÍSTICAS

Protocolo SMTP para enviar mensagens

e POP3 para receber. As

mensagens são transferidas do servidor

para o cliente e são apagadas

da caixa de mensagens remota.

Protocolo IMAP4 para enviar e para

receber mensagens. As mensagens

são copiadas do servidor para a janela

do navegador e são mantidas

na caixa de mensagens remota.

em concursos públicos o que vale é a configuração

padrão, apresentada neste material.

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protocolo

para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo

cliente de e-mail para enviar para o servidor de mensagens,

e entre os servidores de mensagens do remetente

e do destinatário.

POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o

Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de

e-mail para receber as mensagens do servidor remoto,

removendo-as da caixa de entrada remota.

IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)

é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é

usado pelo navegador de Internet (sobre os protocolos

HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail,

transferindo cópias das mensagens para a janela do

navegador e mantendo as originais na caixa de mensagens

do servidor remoto.

Enviar – SMTP

Servidor Exchange

Receber – POP3

Enviar e Receber

SMTP

Servidor Gmail

Enviar e Receber

IMAP4

Remetente Cliente

Destinatário

Webmail

Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook

(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo

(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,

e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder

os e-mails recebidos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Um usuário enviou um e-mail por

meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração

padrão, cujos campos estavam como mostrados a

seguir.

Usuário

Servidor de e-mails

Receber – POP3

Servidor de e-mails

Receber IMAP4

Usuário

De: usuario@avare.gov.br

Para: superior@avare.gov.br

Cc: novo@avare.gov.br

Cco: protocolo@avare.gov.br

Assunto: cadastrar estagiario@avare.gov.br

Considerando que a mensagem foi enviada e recebida

com sucesso, de acordo com os campos mostrados, a

quantidade de contas de e-mail que receberam a mensagem

foi:

280

Cliente de e-mail

Navegador de Internet

Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para

o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando

o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de

Internet e mantida no servidor de e-mails.

Os protocolos de e-mails são usados para a troca

de mensagens entre os envolvidos na comunicação.

O usuário pode personalizar a sua configuração, mas

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

O correio eletrônico permite a troca de mensagens e

arquivos entre os usuários cadastrados.

Os campos do e-mail permitem identificar cada um

dos envolvidos na comunicação, além do título da

mensagem, conteúdo e anexos.


O campo DE é para identificar o remetente da

mensagem.

O campo PARA identifica o destinatário principal da

mensagem.

O campo CC identifica o destinatário com cópia da

mensagem.

O campo CCO é para o destinatário com cópia oculta,

que receberá a mensagem, mas não terá o seu

endereço exibido para os outros destinatários.

O campo ASSUNTO é usado para identificar o título

da mensagem, e caso um endereço seja inserido

nele, não será considerado como um destinatário da

mensagem (na questão, o estagiario@avare.gov.br)

A mensagem foi enviada para três destinatários.

Para: superior@avare.gov.br, Cc: novo@avare.gov.

br e Cco: protocolo@avare.gov.br. Resposta: Letra C.

2. (VUNESP – 2019) Um usuário do serviço de correio

eletrônico de uma empresa deseja que as mensagens

recebidas em sua conta sejam mantidas no servidor

mesmo depois de ter sido realizada a primeira leitura

dessas mensagens. Para tanto, ele deverá configurar

o programa de correio eletrônico para utilizar o

protocolo

permite inserir um conteúdo no final da mensagem

que estiver sendo redigida. Resposta: Letra A.

4. (VUNESP – 2019) Observe a seguir os campos de um

e-mail sendo preparado por meio do MS-Outlook 2010,

em sua configuração padrão.

a) 7

b) 6

c) 5

d) 4

e) 3

O usuário da conta6@ins.gov.br, ao receber o e-mail,

observa que ele também foi enviado para quantos

outros destinatários?

a) http

b) IMAP

c) POP

d) SMTP

e) V25

Diferenças entre o acesso por um cliente de e-mail e

pelo webmail? Existem e são simples.

• O cliente de e-mail permite múltiplas conexões

simultâneas, enquanto o webmail é individual.

• O cliente de e-mail (na configuração padrão, usando

SMTP e POP3) copia as mensagens que estão no

servidor de e-mail para o computador local, removendo

a mensagem do servidor.

• O cliente de e-mail (se usar IMAP4) copia as mensagens

que estão no servidor de e-mail para o computador

local, mas mantém as mensagens originais no servidor.

• O webmail (usando IMAP4) acessa as mensagens

no servidor usando um navegador de Internet, mas

não remove estas mensagens.

• O webmail não necessita de nenhum aplicativo

específico (cliente de e-mail), bastando apenas um

navegador de Internet (Internet Explorer, Mozilla

Firefox, Google Chrome, Opera, Apple Safari, entre

outros).

• Na transferência IMAP4 operando via navegador

web pelo protocolo HTTP, acontece a sobreposição

dos protocolos, porque todos são da camada 7 do

modelo OSI. Resposta: Letra B.

3. (VUNESP – 2019) Um atendente deseja enviar, por

meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração

padrão, um e-mail contendo um relatório escrito no

MS-Word 2010.

O relatório deverá ser inserido no e-mail por meio do

recurso de

a) anexo.

b) Cco.

c) Agenda.

d) Cc.

e) Assinatura.

Anexos são arquivos enviados com a mensagem

de e-mail. Os campos CC e CCO são para endereçamento

de destinatários do e-mail. O item Assinatura

O usuário conta6@ins.gov.br está no campo CCO.

Logo, ele recebe o e-mail e o seu endereço não é

mostrado para os demais destinatários da mesma

mensagem.

Quem está no campo CCO consegue ver...

remetente (campo DE) – conta1@ins.gov.br

destinatários principais (campo PARA) - conta2@

ins.gov.br; conta3@ins.gov.br; conta4@ins.gov.br

destinatário em cópia (campo CC) – conta5@ins.

gov.br

Mas não consegue ver quem também estiver no

campo CCO (conta7@ins.gov.br)

Portanto, ele consegue ver outros 4 destinatários no

e-mail. Resposta: Letra D.

USO DO CORREIO ELETRÔNICO

Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o

usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço

de e-mail. O formato do endereço foi definido inicialmente

pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atualizada

na RFC5322.

Dica

RFC é Request for Comments, um documento

de texto colaborativo que descreve os padrões

de cada protocolo, linguagem e serviço para ser

usado nas redes de computadores.

De forma semelhante ao endereço URL para recursos

armazenados em servidores, o correio eletrônico

também possui o seu formato.

Existem bancas organizadoras que consideram o

formato reduzido usuário@provedor no enunciado

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

281


282

das questões, ao invés do formato detalhado usuário@provedor.domínio.país.

Ambos estão corretos.

CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL –

USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS

COMPONENTE

usuário

@

Nome do

domínio

Categoria do

domínio

Dica

país

CARACTERÍSTICAS

Antes do símbolo de @, identifica

um único usuário no serviço de

e-mail.

Significa AT (lê-se ‘em’ ou ‘no’), e separa

a parte esquerda que identifica

o usuário, da parte à sua direita,

que identifica o provedor do serviço

de mensagens eletrônicas.

Imediatamente após o símbolo de

@, identifica a empresa ou provedor

que armazena o serviço de e-mail

(o servidor de e-mail executa softwares

como o Microsoft Exchange

Server, por exemplo).

Identifica o tipo de provedor, por

exemplo, COM (comercial), .EDU

(educacional), REC (entretenimento),

GOV (governo), ORG (organização

não-governamental), etc., de

acordo com as definições de Domínios

de Primeiro Nível (DPN) na

Internet.

Informação que poderá ser omitida,

quando o serviço está registrado

nos Estados Unidos. O país é informado

por duas letras, como: BR,

Brasil, AR, Argentina, JP, Japão, CN,

China, CO, Colômbia, etc.

Quando o símbolo @ é usado no início, antes

do nome do usuário, identifica uma conta em

rede social. Para o endereço URL do Instagram

https://www.instagram.com/novaconcursos/, o

nome do usuário é @novaconcursos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Para o envio de mensagens de correio

eletrônico, é um endereço válido:

a) cicrano.com.br

b) www.xpto.com.br

c) foo.p@mail..combr

d) fulano@xpto.com

e) beltrano@mail@com

O endereço de e-mail é formado por nome do usuário,

o símbolo de arroba e a identificação do serviço.

Se o símbolo de arroba aparecer antes do nome do

usuário, então é a identificação de um usuário de

rede social, como @novaconcursos.

A letra A é um endereço URL, um site na Internet. A

letra B também é um endereço de site na Internet. A

letra C e a letra E estão com formatação incorreta.

Resposta: Letra D.

2. (VUNESP – 2018) O sistema de e-mail da Internet

utiliza um formato de endereço padrão definido pelo

consórcio que gerencia a Internet. Dentre os endereços

citados, o que segue o padrão de formato para um

endereço de e-mail é:

a) email.gmail.com@

b) meu_email@mail.com

c) google.mail.com

d) @meu_email.com

e) www.gmail.com

A alternativa B meu_email@mail.com é um endereço

que segue este padrão.

a) email.gmail.com@ - o símbolo de arroba no final,

não tem função.

c) google.mail.com - endereço de um subdomínio

(google) do site mail.com

d) @meu_email.com - o símbolo de arroba no início,

indica um usuário de rede social.

e) www.gmail.com - endereço URL de um site que

oferece acesso ao webmail da Google. Resposta:

Letra B.

3. (VUNESP – 2019) Correio Eletrônico ou E-Mail é um

dos serviços disponíveis na Internet que permite o

envio e o recebimento de mensagens. Para utilizar

esse serviço, um usuário necessita estar cadastrado

em um servidor e ter um endereço eletrônico.

Assinale a alternativa que contém um endereço eletrônico

com formato válido.

a) adalto$empresa.com.br

b) bruna#escola.edu.mx

c) celso&município.gov.br

d) denis@provedor.com.br

e) emília@provedor@com.br

O formato do endereço de e-mail é usuário@

provedor

O endereço denis@provedor.com.br é um endereço

válido, segundo o padrão definido pelo documento

RFC (Request for Comments) sobre correio eletrônico.

Resposta: Letra D.

4. (VUNESP – 2018) Um usuário preparou a seguinte

mensagem de correio eletrônico, e clicou no ícone

indicado pela seta, com a intenção de enviá-la.

Sem título - Mensagem (HTML)

adalberto@empre.com.br

Boa Tarde. Segue em anexo o arquivo solicitado.

No entanto, a mensagem nunca foi enviada. A mensagem

não foi enviada porque

a) o campo Para não contém nenhum destinatário.

b) a mensagem não tem um assunto preenchido.

c) o usuário clicou no botão Salvar, em vez de clicar no

botão Enviar.


d) o corpo da mensagem menciona que há um arquivo

em anexo, porém nada foi anexado na mensagem.

e) o formato do endereço de email está errado, sendo

que o correto é @adalberto.empresa.com.br.

Ao clicar no botão Salvar, a mensagem foi gravada

na pasta Rascunho, e não foi enviada.

Um e-mail pode ser redigido sem endereços de destinatários

no campo PARA ou no campo CCO. Para

enviar uma mensagem, é necessário que tenha pelo

menos um destinatário, no campo PARA, ou CC, ou

CCO. Resposta: Letra C.

5. (VUNESP – 2020) Têm-se os seguintes parâmetros de

uma mensagem de correio eletrônico a ser enviada no

Microsoft Outlook 2010, em sua configuração original.

CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL

CAMPO

FROM (De)

TO (Para)

CARACTERÍSTICAS

Identifica o usuário que está enviando

a mensagem eletrônica, o

remetente. É preenchido automaticamente

pelo sistema.

Identifica o (primeiro) destinatário

da mensagem. Poderão ser especificados

vários endereços de

destinatários neste campo, e serão

separados por vírgula ou ponto-e-

-vírgula (segundo o serviço). Todos

que receberem a mensagem, conhecerão

os outros destinatários informados

neste campo.

De:

Para:

Cc:

Cco:

Anexo:

Paulo

Nilton

Antonio

Gabriela

Arquivo1.pdf

Assunto Ata de reunião

Assinale a alternativa que indica qual(is) usuário(s)

receberá(ão) o anexo Arquivo1.pdf, considerando que

não haverá falhas no envio e no recebimento.

a) Nilton e Antonio, apenas.

b) Gabriela, apenas.

c) Nilton, Antonio e Gabriela, apenas.

d) Paulo, Nilton e Antonio, apenas.

e) Paulo, Nilton, Antonio e Gabriela.

Um arquivo anexo enviado por e-mail, será entregue

para todos os destinatários. Os destinatários são

informados nos campos PARA, CC e CCO. Resposta:

Letra C.

Preparo e Envio de Mensagens

Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá

preencher os campos disponíveis para destinatário(s),

título da mensagem, entre outros.

Para enviar a mensagem, é preciso que exista

um destinatário informado em um dos campos de

destinatários.

Se um destinatário informado não existir no servidor

de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.

Se a caixa de entrada do destinatário não puder receber

mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se

o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,

a mensagem tentará ser entregue depois.

Dica

O e-mail pode ser enviado para vários destinatários,

porém o remetente é somente um endereço,

o endereço do usuário que envio a mensagem de

correio eletrônico.

CC

(com cópia ou

cópia carbono)

BCC

(CCO – com

cópia oculta ou

cópia carbono

oculta)

SUBJECT

(assunto)

ATTACH

(anexo)

Mensagem

Identifica os destinatários da mensagem

que receberão uma cópia do

e-mail. CC é o acrônimo de Carbon

Copy (cópia carbono).

Todos que receberem a mensagem,

conhecerão os outros destinatários

informados neste campo.

Identifica os destinatários da mensagem

que receberão uma cópia

do e-mail. BCC é o acrônimo de

Blind Carbon Copy (cópia carbono

oculta). Todos que receberem a

mensagem não conhecerão os destinatários

informados neste campo.

Identifica o conteúdo ou título da

mensagem. É um campo opcional.

Anexar Arquivo: Identifica o(s) arquivo(s)

que estão sendo enviados

junto com a mensagem. Existem

restrições quanto ao tamanho do

anexo e tipo (executáveis são bloqueados

pelos webmails). Não são

enviadas pastas.

O conteúdo da mensagem de e-mail,

poderá ter uma assinatura associada

inserida no final.

As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou

salvas, estarão em pastas do servidor de correio eletrônico,

nominadas como ‘caixas de mensagens’.

A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens

recebidas, lidas e não lidas.

A pasta Itens Enviados contém as mensagens efetivamente

enviadas.

A pasta Itens Excluídos contém as mensagens

apagadas.

A pasta Rascunho contém as mensagens salvas e

não enviadas.

A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que

o usuário enviou, mas que ainda não foram transferidas

para o servidor de e-mails. Semelhante ao que

ocorre quando enviamos uma mensagem no app

WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.

A mensagem permanece com um ícone de relógio,

enquanto não for enviada.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conheça estes elementos na criação de uma nova

mensagem de e-mail.

283


284

Dica

Quando estamos conectados em uma conexão

de Internet do tipo banda larga, a velocidade de

acesso é tão rápida que nem vemos a mensagem

passar pela Caixa de Saída. Porém, ao clicar

em Enviar, a mensagem vai primeiro para a Caixa

de Saída, e depois de enviada, é armazenada na

pasta de Itens Enviados.

Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são

direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo.

Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não

solicitados, que geralmente são enviados para um grande

número de pessoas. Quando o conteúdo é exclusivamente

comercial, esse tipo de mensagem é chamado de

UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail – e-mail

comercial não solicitado). Estas mensagens são marcadas

pelo filtro AntiSpam, e procuram identificar

mensagens enviadas para muitos destinatários ou com

conteúdo publicitário irrelevante para o usuário.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Considerando o uso do aplicativo

Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão,

um usuário deseja enviar uma mensagem de correio

eletrônico para 30 destinatários, mas quer evitar que

qualquer um desses destinatários possa clicar em

Responder para todos e, com isso, enviar respostas

dessa mensagem original para qualquer um dos 30

destinatários originais. Para isso, esse usuário inicial

precisa colocar todos os 30 destinatários

a) no campo Cc, apenas.

b) no campo Cco, apenas.

c) no campo Para, apenas, e escrever no campo Assunto

a palavra Oculto.

d) nos campos Para e Cco, ao mesmo tempo.

e) nos campos Cc e Cco, ao mesmo tempo.

Quando desejamos enviar uma mensagem de correio

eletrônico para 30 destinatários, mas queremos

evitar que qualquer um desses destinatários possa

clicar em Responder para todos e, com isso, enviar

respostas dessa mensagem original para qualquer

um dos 30 destinatários originais, precisamos colocar

todos os 30 destinatários no campo CCO.

Quem está no campo CCO não aparece para os

demais destinatários.

Quando temos um destinatário no campo CCO e ele

escolhe “Responder para todos”, sua resposta será

enviada para o remetente, para quem estiver no

campo PARA e no campo CC, e acabará aparecendo

para os outros destinatários do e-mail.

Se temos mais de um endereço no campo CCO, ao escolher

“Responder para todos”, sua resposta será enviada

somente para o remetente. Resposta: Letra B.

2. (VUNESP – 2020) Um usuário, ao preparar um e-mail e

não enviá-lo imediatamente, pode, para não perder o trabalho

feito, salvar o e-mail para envio posteriormente.

O recurso que permite salvar um e-mail ainda não

enviado é

a) Favorito.

b) Lembrete.

c) Acompanhamento.

d) Rascunho.

e) Marcas.

O correio eletrônico é a forma mais antiga de troca

de mensagens entre usuários de redes e surgiu

antes da Internet. O software Microsoft Outlook é

um cliente de e-mail do pacote Microsoft Office, que

permite acesso às mensagens armazenadas no servidor

de e-mails.

Quando o usuário inicia a composição de uma nova

mensagem, ele poderá:

- Enviar - transferindo a mensagem para a Caixa de

Saída, e posteriormente para o servidor de e-mails.

- Descartar - apagar a mensagem, sem enviar.

- Salvar - gravar a mensagem na pasta Rascunho.

A pasta Rascunho é para guardar as mensagens que

foram salvas pelo usuário e ainda não foram enviadas.

O usuário poderá abrir as mensagens armazenadas

nesta pasta, continuar a edição, e enviar

posteriormente. Resposta: Letra D.

3. (VUNESP – 2020) Usando o Microsoft Outlook 2010,

em sua configuração original, um usuário redigiu

uma mensagem de correio eletrônico e a salvou. Por

padrão, a mensagem foi armazenada na pasta Rascunhos.

No dia seguinte, o usuário abriu essa mensagem

e, pronto para enviá-la, com todos os campos obrigatórios

preenchidos, clicou no botão Enviar.

Considerando que a operação ocorreu sem erros, a

mensagem ___________ na pasta Rascunhos e ________

na pasta ____________.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente,

as lacunas do enunciado.

a) permanece … foi copiada … Itens enviados

b) não existe mais … foi gravada … Caixa de Saída

c) permanece … não existe … Itens enviados

d) permanece … não existe … Caixa de Saída

e) não existe mais … foi gravada … Itens enviados

Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração

original, um usuário redigiu uma mensagem

de correio eletrônico e a salvou. Por padrão, a mensagem

foi armazenada na pasta Rascunhos. No dia

seguinte, o usuário abriu essa mensagem e, pronto

para enviá-la, com todos os campos obrigatórios

preenchidos, clicou no botão Enviar. Considerando

que a operação ocorreu sem erros, a mensagem não

existe mais na pasta Rascunhos e foi gravada na

pasta Itens Enviados.

Ao salvar uma mensagem, ela é gravada na pasta

de Rascunhos. Assim o usuário poderá continuar a

sua edição.

Ao clicar em Enviar, a mensagem será armazenada

na Caixa de Saída. A Caixa de Saída armazena os

itens que serão enviados para o servidor de e-mails.

A cópia que estava na pasta de Rascunhos será apagada.

Após o envio efetivo para o servidor de e-mails,

a mensagem será transferida da Caixa de Saída para

a pasta de Itens Enviados. Resposta: Letra E.

4. (VUNESP – 2020) Um assistente social, cuja conta de

e-mail é assistentesocial@avare.gov.br, utilizando o

MS-Outlook 2010, em sua configuração padrão, recebeu

um e-mail cujos campos estavam definidos, como

mostrado a seguir.


De: usuario@avare.gov.br

Para: assistentesocial@avare.gov.br; tecnico@avare.gov.br

Cc: analista@avare.gov.br

Assunto: indicar_impresa@avare.gov.br

Ao clicar em Responder, seu e-mail será enviado apenas

para

a) assistentesocial@avare.gov.br

b) tecnico@avare.gov.br

c) usuario@avare.gov.br

d) assistentesocial@avare.gov.br e tecnico@avare.gov.br

e) assistentesocial@avare.gov.br, tecnico@avare.gov.br

e usuario@avare.gov.br

Para enviar muitos arquivos como anexo, é possível

compactar os arquivos em uma pasta compactada. A

pasta compactada é um recurso do sistema operacional

Windows, para criação de um arquivo com extensão

ZIP, que pode conter arquivos e pastas. Ao compactar

arquivos, o tamanho de cada item costuma reduzir, e

o arquivo ZIP, compatível com o sistema operacional

Windows, poderá ser anexado de uma vez, sem precisar

repetir o procedimento arquivo por arquivo.

Além da opção Anexar Arquivo, o cliente de e-mail

oferece o recurso Anexar Item. Com o Anexar Item, o

usuário poderá adicionar outra mensagem de e-mail

que recebeu, cartões de visita, anexar contatos, compromissos

do calendário de reuniões, etc.

O correio eletrônico permite a troca de mensagens e

arquivos entre os usuários cadastrados no servidor

de e-mails.

O assistente social que possui a conta de e-mail

assistentesocial@avare.gov.br é um destinatário da

mensagem enviada pelo usuario@avare.gov.br

Se o assistentesocial@avare.gov.br, ou tecnico@avare.

gov.br, ou analista@avare.gov.br escolherem a opção

Responder, a mensagem de resposta será enviada apenas

para o remetente usuario@avare.gov.br

O endereço de e-mail indicar_imprensa@avare.gov.

br não é um destinatário válido, pois está inserido

no campo Assunto, que é o título da mensagem. Resposta:

Letra C.

5. (VUNESP – 2020) Ao receber uma mensagem de

correio eletrônico, João notou que seu e-mail (joao@

empresa.com) e o de Maria (maria@empresa.com)

estavam listados no campo “Para”, e o de seu gerente

(gerente@empresa.com) estava listado no campo

“CC” (com cópia).

Tal constatação indica que:

a) somente gerente@empresa.com pode responder a

mensagem.

b) joao@empresa.com, maria@empresa.com e gerente@empresa.com

podem responder a mensagem.

c) somente joao@empresa.com e maria@empresa.com

podem responder a mensagem.

d) somente joao@empresa.com pode responder a

mensagem.

e) somente maria@empresa.com e gerente@empresa.

com podem responder a mensagem.

Todos os destinatários da mensagem poderão responder

ao remetente, independente de qual campo

esteja o seu endereço de e-mail na mensagem

original. Quem está no campo PARA ou no campo

CC, visualiza outros destinatários da mensagem e

poderá “Responder” (para o remetente), Responder

a Todos (para o remetente e para os outros destinatários

visíveis) ou Encaminhar (para outros destinatários,

com os anexos, se houver). Resposta: Letra B.

Anexação de Arquivos.

Os anexos são arquivos enviados com as mensagens

de correio eletrônico. Vale lembrar que não é

possível enviar uma pasta de arquivos.

Cada serviço de e-mail possui um limite para o

tamanho máximo dos anexos. Quando o usuário precisar

transferir arquivos muito grandes, pode utilizar

algum serviço de armazenamento de dados na

nuvem, como o Google Drive, o Microsoft OneDrive, ou

o WeTransfer (site para envio de arquivos com tamanho

de até 2 GB).

Anexar Anexar Assinatura

Arquivo Item ▾

Cartão de visita

Calendário...

Item do Outlook

Atribuir

Política

Figura 6. Anexar Item permite a inserção de elementos do correio

eletrônico.

Anexar arquivos significa que o arquivo será

enviado junto com a mensagem de e-mail. O correio

eletrônico pode ter o conteúdo da mensagem formatado

(padrão HTML) ou texto sem formatação.

No e-mail enviado como texto sem formatação,

não é possível inserir imagens ou elementos gráficos

no corpo da mensagem. Para enviar imagens em uma

mensagem que está como texto sem formatação, apenas

se anexar o arquivo da imagem no e-mail.

Quando o e-mail é enviado como texto formatado

(HTML), uma imagem poderá ser enviada como anexo

ou inserida dentro do corpo do e-mail.

Outras operações com o correio eletrônico

O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as

mensagens recebidas como as mensagens enviadas.

Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confirmação

de leitura. A mensagem recebida poderá ser

impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensagens

de um remetente.

Confira a seguir as operações ‘extras’ para o uso do

correio eletrônico com mais habilidade e profissionalismo,

facilitando a organização do usuário.

Ação e características

• Marcar como não lida: Uma mensagem lida poderá

ser marcada como mensagem não lida.

• Alta prioridade: Quando marca a mensagem

como Alta Prioridade, o destinatário verá um ponto

de exclamação vermelho no destaque do título.

• Baixa prioridade: Quando o remetente marca a

mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário

verá uma seta azul apontando para Baixo no destaque

do título.

• Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou

navegador de Internet prepara a mensagem para

ser impressa, sem as pastas e opções da visualização

do e-mail.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

285


286

• Ver código fonte da mensagem: As mensagens

possuem um cabeçalho com informações técnicas

sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas.

• Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em

alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as

próximas mensagens recebidas do mesmo remetente

serão excluídas imediatamente ao serem

armazenadas na Caixa de Entrada.

• Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensagem

para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio

eletrônico para fazer o mesmo com as próximas

mensagens recebidas daquele remetente.

• Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a

mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o

serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem

estar enviando links maliciosos que tentam capturar

dados dos usuários.

• Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails

do destinatário envia uma confirmação de entrega,

informando que a mensagem foi entregue na

Caixa de Entrada dele com sucesso.

• Confirmação de Leitura: O destinatário pode

confirmar ou não a leitura da mensagem que foi

enviada para ele.

Dica

A Confirmação de Entrega e a Confirmação de

Leitura são opções do correio eletrônico que são

muito usadas em ambientes corporativos, para

oficializar a comunicação entre os usuários.

A confirmação de entrega é independente da confirmação

de leitura. Quando o remetente está elaborando

uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar

as duas opções simultaneamente. Se as duas opções

forem marcadas, o remetente poderá receber duas

confirmações para a mensagem que enviou, sendo

uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do

próprio destinatário.

Enviar e-mail

com confirmação

de entrega

Servidor Exchange

Remetente Cliente

O servidor confirma a

entrega do e-mail na caixa

de entreda do destinatário

Recebendo a

confirmação de entrega

Servidor Gmail

Destinatário

Webmail

Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de

Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails

do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na

Caixa de Entrada do e-mail do destinatário.

Enviar e-mail

com confirmação

de leitura

Servidor Exchange

Remetente

Cliente

Enviar e-mail

O destinatário

confirma a leitura

da mensagem

Recebendo a

confirmação de leitura

Servidor Gmail

Destinatário

Webmail

Figura 8. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de

Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do

conteúdo do e-mail.

Dica

Ao “Responder”, a resposta será enviada para o

remetente do e-mail.

Ao “Encaminhar”, a resposta será enviada para

outros destinatários, com os anexos.

Ao “Responder para todos”, a resposta será

enviada para o remetente do e-mail e para outros

destinatários visíveis do e-mail.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2020) Um usuário do MS-Outlook 2010,

em sua configuração padrão, cuja conta é usuario2@

ufu.br, recebeu um e-mail, enviado com sucesso, em

que os campos na mensagem do remetente foram

preenchidos da seguinte forma:

De: usuario1@ufu.br

Para: usuario2@ufu.br

Cc: usuario3@ufu.br

Cco: usuario4@ufu.br

Assunto: usuario1@ufu.br

Quando esse usuário clicar em Responder a todos, o

e-mail será enviado apenas para

a) usuario1@ufu.br.

b) usuario1@ufu.br e usuario3@ufu.br.

c) usuario3@ufu.br e usuario4@ufu.br.

d) usuario1@ufu.br, usuario2@ufu.br e usuario3@ufu.br.

e) usuario1@ufu.br, usuario3@ufu.br e usuario4@ufu.br.

A resposta criada pelo “Responder para todos”

escolhida pelo usuário2, será enviada para usuário1

(remetente) e usuário3 (campo CC, com cópia).

Usuário4 não receberá a resposta, porque ele está

no campo CCO (com cópia oculta) e seu endereço

não será mostrado para os outros destinatários

da mensagem. O usuário5 está listado no campo

Assunto, que é o título da mensagem, e não faz parte

dos destinatários do e-mail. Resposta: Letra B.

2. (VUNESP – 2020) Ao tentar enviar um e-mail com

um documento do Microsoft Word em anexo para 5

funcionários simultaneamente, um usuário notou que

excedeu o tamanho máximo de anexo permitido de 10

MB. Para ser capaz de enviar esse e-mail, é necessário,

portanto,

a) converter o documento do Microsoft Word em imagens

Bitmap.

b) incluir o e-mail do remetente como destinatário.

c) adicionar o e-mail dos destinatários ao campo “CCO”

(cópia oculta).

d) reduzir o tamanho do arquivo anexo.

e) diminuir o número de destinatários do e-mail.

Se o tamanho do anexo supera o limite permitido

para envio, o usuário deverá reduzir o tamanho

dele. Para reduzir, uma forma é transformar em

arquivo ZIP, através da opção disponível no menu


de contexto do Windows Explorer, Enviar para...,

Pasta Compactada.

Outra alternativa, que não figura nas opções da questão,

é enviar através de um serviço de armazenamento

de dados na nuvem, como o Google Drive, Microsoft

OneDrive ou WeTransfer. Resposta: Letra D.

3. (VUNESP – 2020) Considere os seguintes ícones

extraídos do software de envio e recebimento de

e-mails da Microsoft, o MS-Outlook.

O arquivo existe no computador do remetente

(Rafael), e nos computadores dos destinatários

(Viviane e Tiago). Ao enviar um arquivo anexo em

uma mensagem de correio eletrônico, além da cópia

local que foi anexada, cada um dos destinatários

receberá uma cópia do arquivo, estando no campo

PARA ou CC, assim como no CCO. Resposta: Letra B.

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA

E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E

DERIVADOS

Observe que o título de cada ícone foi intencionalmente

omitido. O ícone de clip, destacado na imagem,

representa a funcionalidade de

a) incluir.

b) agrupar.

c) assinatura.

d) anexar item.

e) anexar arquivo.

O ícone

permite adicionar um arquivo para ser

enviado com a mensagem de e-mail. O ícone

é para anexar um item, como outra mensagem de

e-mail, um contato, um compromisso do calendário

ou reunião. O ícone é para adicionar uma assinatura

na mensagem, no final do corpo do e-mail.

Resposta: Letra E.

4. (VUNESP – 2020) O secretário de uma escola deseja

enviar para o diretor da instituição, via e-mail, por meio

do MS-Outlook 2010, em sua configuração padrão,

uma mensagem contendo alguns relatórios escritos

no MS-Word 2010 e gravados em seu computador.

Para incluir os arquivos na mensagem de e-mail em

preparação, o secretário deve usar

O QUE É SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO?

Uma pergunta curta, mas que tem muitas informações

relacionadas para elaboração de uma resposta

completa. As informações para responder esta pergunta

você encontrará nos tópicos deste material.

As redes de computadores se tornaram cada vez

mais interligadas e complexas. Elas integram atualmente

muitos dispositivos, que talvez você não conheça,

mas que estão ali promovendo a troca de dados

entre o seu equipamento e o servidor remoto que está

acessando. E claro, os criminosos virtuais podem acessar

redes de qualquer lugar do mundo.

Os profissionais de Segurança da Informação

procuram proteger os dados armazenados e trafegados

entre os dispositivos por meio de equipamentos,

programas e técnicas direcionadas. Treinamento dos

usuários também é importante, considerando que ele

é o elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segurança

da Informação.

a) o campo de destino Para.

b) a funcionalidade de Cópia Oculta.

c) o campo Cc.

d) os rascunhos.

e) o recurso de anexos.

Ao enviar arquivos por e-mail, eles devem ser adicionados

na mensagem, através da opção de Anexos.

Resposta: Letra E.

5. (VUNESP – 2019) Rafael tem em seu computador um

arquivo chamado contrato.pdf, e o anexou em uma

mensagem de correio eletrônico do Microsoft Outlook

2010, em sua configuração original, que foi enviada

para Viviane, com cópia oculta para Tiago, e recebida

em seus respectivos computadores, também com o

Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão.

Assinale a alternativa que indica em quais computadores

existe o arquivo contrato.pdf.

a) Computadores de Rafael e Viviane, apenas.

b) Computadores de Rafael, Viviane e Tiago.

c) Computadores de Viviane e Tiago, apenas.

d) Computador de Rafael, apenas.

e) Computador de Viviane, apenas.

Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada

por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário

final.

Entre o servidor remoto e o usuário final, as informações

solicitadas passarão por vários dispositivos de

conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,

bridges, gateways) antes de serem apresentadas no

dispositivo do usuário.

Dica

Paradigma cliente-servidor. Nós somos clientes

e acessamos informações em servidores remotos.

As redes de computadores, em concursos

públicos, são abordadas seguindo este paradigma.

Usamos cliente web (browser ou navegador)

para acessar um servidor web. Usamos cliente de

e-mail para acessar um servidor de e-mail. Usamos

um cliente FTP para acessar um servidor FTP.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

287


Dica

Figura 2. O tráfego de dados em uma conexão é um ativo

interessante para invasores, vírus de computadores e softwares

maliciosos.

Invasores tentarão acessar a conexão e capturar

os dados trafegados, vírus de computador procuram

infectar os arquivos e causar danos aos sistemas,

softwares maliciosos podem infectar dispositivos e

sequestrar arquivos.

Apesar de existirem soluções integradas e avançadas

para os problemas de Segurança da Informação,

que até usamos em nossos dispositivos,

nos concursos públicos são questionadas as

definições oficiais e as configurações padrão

dos programas.

NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)

As redes privadas virtuais, popularmente identificadas

pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network),

são criadas pelas empresas e usuários para

estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.

Antes de estudarmos elas, vamos conhecer alguns dos

conceitos básicos das redes de computadores, de acordo

com as suas características de uso e nível de segurança.

REDE

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

LAN

Local Area Network é uma denominação

relacionada ao alcance de uma

rede, restrita a um prédio ou pequena

região.

288

Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma

conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas

e recebidas.

O usuário deverá utilizar um protocolo seguro

para acessar os dados, manter o seu dispositivo atualizado

e protegido, utilizar uma senha forte de acordo

com as políticas de segurança e práticas recomendadas,

entre outras ações.

O usuário deve utilizar conexões seguras (como

as VPN’s – Virtual Private Network) para acesso aos

Serviços remotos (Computação na Nuvem); proteger-

-se das ameaças e ataques à Segurança da Informação

utilizando medidas de proteção em seu dispositivo

(como antivírus, firewall e anti-spyware).

Iniciaremos os estudos de Segurança da Informação

com o tópico VPN. Elas são muito importantes

para a comunicação segura, e foi destaque no ano

de 2020 por causa do trabalho remoto (home office).

Empresas e usuários que não utilizavam uma conexão

remota segura, precisaram se adaptar aos novos

tempos. Em concursos, a tendência é que aumente a

frequência de questões, pois se tornou um tema popular

devido à pandemia.

A seguir, conheceremos como é a Computação na

Nuvem. Suas características, os tipos de nuvem, os

serviços oferecidos e as vantagens e desvantagens.

Lembrando que este foi um tópico importante nos

concursos da Polícia Federal e Polícia Rodoviária

Federal, em provas de todos os cargos.

Vírus de computador e softwares maliciosos.

Quem nunca foi vítima, não é mesmo? O terceiro tópico

de Segurança da Informação abordará os ataques

e ameaças, com destaque para os principais e mais

comuns em provas de concursos. Assim como Computação

na nuvem, o tópico “noções de vírus, worms e

pragas virtuais” também é muito questionado em concursos

públicos.

Finalizando o conteúdo de Segurança da Informação,

estudaremos os mecanismos de proteção e defesa

contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos

de proteção, mas em concursos públicos são questionados

os “aplicativos para segurança (antivírus, firewall,

anti-spyware etc)”.

Intranet

Extranet

Internet

É uma rede local (pelo seu alcance é

uma LAN), interna de uma organização,

segura, com acesso restrito aos usuários

cadastrados no servidor da rede.

É o acesso remoto seguro, por meio

de um ambiente inseguro, à intranet

da organização.

Rede mundial de computadores, de

acesso público e considerada insegura.

A Internet é comumente representada

por uma nuvem.

Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente

Dica

inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).

Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é

uma Intranet.

Por que usar uma VPN? Porque é importante e

necessário.

A Internet é a rede mundial de computadores, que

conecta diversos dispositivos entre si, utilizando uma

estrutura pública e insegura, oferecida pelos governos

e operadoras de telefonia. O acesso à Internet é oferecido

para todos, e usuários mal intencionados poderiam

interceptar a comunicação de outros usuários, monitorando

o tráfego de dados e roubando informações.

Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o risco

na transmissão é muito pequeno. Lembrando que nada

será 100% seguro em Informática, independentemente

da quantidade de sistemas e proteções implementadas.


Figura 5. Usuários mal intencionados procuram ‘escutar’ uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do

usuário ou empresa.

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus

colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como: a Área de Trabalho Remota

(Windows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn

etc).

Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o

receptor, por meio de um ambiente vulnerável.

Os protocolos são padrões de comunicação e os protocolos seguros procuram encapsular os dados transmitidos

para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo se torne impossível, uma vez que os dados se

tornam criptografados.

Figura 6. Usuários mal intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN

VPN de acesso remoto (VPN client to site)

VPN site a site

CARACTERÍSTICA

Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente.

A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet.

Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões.

Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, um operando

como cliente VPN e o outro operando como servidor VPN. É o modelo mais usado no

âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna de uma filial com a

rede interna de uma matriz.

Serão várias conexões (filial) acessando um servidor remoto que aceita várias conexões

(matriz).

Também conhecida como VPN LAN to LAN.

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o cliente,

de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o cliente acessa

as informações e solicita serviços.

Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segurança

e proteção poderão ser implementados utilizando-se de chaves e certificados digitais para garantia da

transferência segura dos dados.

Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas.

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?

GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não

SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim

TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim

SSH

Secure Shell

Orientar o servidor para criação de uma conexão

segura com o cliente

Sim

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

IPsec

IP Security Protocol

Extensão do protocolo IP para suprir a falta de

segurança de informações que trafegam em uma

rede pública

Sim

289


PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?

Telnet

Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,

baseada em texto interativo (comandos), usando

uma conexão de terminal virtual.

Não

L2TP

Layer 2 Tunnelling Protocol

Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Encaminhamento

da Camada 2) e PPTP (Protocolo

de Tunelamento Ponto-a-Ponto).

Não

PPTP

Point-to-Point Tunneling Protocol

O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza

um túnel GRE. Algumas questões o apresentam

com a sigla PPP.

Sim

OpenVPN

VPN de Código aberto

Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site

a site (site to site), usando um protocolo personalizado

baseado no TLS e SSL.

Sim

Dica

Protocolos seguros costumam mostrar a letra S

na sua sigla, como em HTTPS.

Um protocolo seguro procura estabelecer uma

conexão segura entre os dispositivos, possibilitando

a troca de informações. Antes do envio de dados, a

conexão segura será negociada entre os dispositivos

e aprovada após a confirmação do certificado digital.

Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a

integridade das conexões.

Importante!

A conexão remota poderá ser uma simples conexão

direta entre os dispositivos (ponto a ponto,

túnel de conexão, sem criptografia dos dados

trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos

com segurança (utilizando protocolos seguros

para criptografar o conteúdo trafegado no

túnel de conexão).

Programas

Conhecendo as definições de uma VPN e os protocolos

que podem ser utilizados, vem uma dúvida:

quais são os programas que usamos para transformar

o nosso dispositivo em um cliente VPN? Depende.

Cada dispositivo tem um sistema operacional, e de

acordo com a origem (cliente) e o destino (servidor),

existem programas mais adequados para cada cenário.

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar

a rede interna de uma organização (no modelo

VPN client to site), implementa segurança aos dados

trafegados na forma de criptografia, para garantir a

autenticidade e a integridade das conexões.

Onde a VPN será ‘iniciada’?

Nas redes de computadores, o firewall é um item

especialmente importante em relação à segurança da

informação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite

ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão

deseja enviar e receber dados, precisa ter a porta

correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no

cliente como no servidor.

Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada

(e configurada) no firewall (mais comum), em

frente ao firewall (para autenticar o que está chegando),

atrás do firewall (para autenticar o que chegou),

paralelamente ao firewall (para acompanhar o envio

e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada

do firewall (na conexão VPN site to site, para atender a

vários dispositivos da rede).

No Windows 10, a definição da VPN poderá ser

realizada por meio da Central de Ações (atalho de

teclado Windows + A) ou em Configurações, Rede e

Internet, VPN.

Importante!

O acesso Home Office é um tipo de conexão

externa que deverá utilizar uma VPN para proteger

os dados trafegados, com o uso de criptografia,

implementada por protocolos seguros.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

ORIGEM

(CLIENTE)

Windows

DESTINO

(SERVIDOR)

Windows

EXEMPLO DE

PROGRAMA

PARA VPN

Área de Trabalho

Remota

1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Uma SSL VPN provê

acesso de rede virtual privada por meio das funções

de criptografia SSL embutidas em navegadores web

padrão, sem exigir a instalação de software cliente

específico na estação de trabalho do usuário final.

290

Windows Linux PuTTy

Linux Windows OpenVPN

Linux Linux Network-Manager.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Para estabelecer uma conexão segura usando VPN,

poderá ser usado o SSL ou o IPsec. SSL (Secure

Sockets Layer) é um protocolo seguro que oferece


uma camada adicional de segurança, usado para

estabelecer uma VPN (rede privada virtual), que ao

contrário do IPsec (extensão do protocolo IP), não

precisa de software específico no computador do

usuário. Resposta: Certo.

2. (CEBRASPE-CESPE – 2019) VPN (virtual private network)

é uma tecnologia de segurança de redes de computadores

que pode ser usada para permitir o acesso

remoto de um usuário à intranet de uma empresa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Uma rede privada virtual, conhecida também como

VPN (virtual private network), pode ser usada para

conectar um dispositivo a outro dispositivo, um

dispositivo a um site (local), ou uma rede local com

outra rede local. A conexão segura permite o acesso

de um usuário à rede interna da empresa, iniciando

o acesso em sua residência, por exemplo. Resposta:

Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2019) As empresas utilizam

redes privativas virtuais VPN (virtual private networks)

com o objetivo de criar intranets e extranets de maneira

mais segura e confiável, sem a necessidade do uso

de firewalls ou criptografia de dados.

monitorar a conexão. Uma VPN é amplamente utilizada

pelas empresas para a proteção dos dados trafegados

em uma conexão privada através de uma

rede pública. Resposta: Errado.

NOÇÕES DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM

Computação em nuvem (em inglês, cloud computing)

refere-se ao processamento de dados remotos. O

usuário envia informações inseridas em seu dispositivo

local, os programas na nuvem executam as operações

solicitadas e devolvem para o periférico de saída

do dispositivo local do usuário os resultados obtidos.

A expressão “nuvem” é usada para designar a Internet,

mas na prática poderá estar referenciando um processamento

remoto dentro da rede interna da empresa. Existem

nuvens privadas, públicas, híbridas e comunitárias.

A computação em nuvem é a evolução do princípio

da computação em grade. Na computação em grade,

grande quantidade de clusters computacionais (servidores

conectados entre si dentro de uma infraestrutura

compartilhada), aliado a disseminação da conexão

de banda larga, facilitaram a adoção da Computação

nas Nuvens por diferentes empresas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

As redes virtuais permitem a conexão segura entre

redes locais das empresas (intranets), constituindo

um extranet (acesso remoto seguro). As redes virtuais

utilizarão criptografia de dados para proteção

do conteúdo trafegado e os dispositivos utilizarão

um firewall para impedir acesso não autorizado

através das portas de conexão TCP. Resposta:

Errado.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A utilização de VPN (do

inglês virtual private network) sob o protocolo GRE (do

inglês generic capsulating rotation) tem, entre outros,

o objetivo de interligar redes remotas de forma segura,

a exemplo do que ocorre na interligação entre filiais e

matrizes de uma empresa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Quando uma rede virtual privada é estabelecida,

protocolos como o SSL ou extensões como o IPsec,

serão usados para garantir a segurança, criptografando

as informações enviadas pela VPN. O protocolo

GRE (Generic Routing Encapsulation) cria uma

conexão ponto-a-ponto privada entre roteadores

remotos, entretanto ele não criptografa as informações

que são enviadas pelo túnel, necessitando utilizar

o protocolo IPsec para garantir a integridade

das informações. Resposta: Errado.

5. (INSTITUTO QUADRIX – 2018) A VPN, por ser considerada

como o tipo de rede mais seguro, não permite

criar conexões privadas com a rede pública.

( ) CERTO ( ) ERRADO

VPN é uma rede privada virtual, que permite acesso

seguro de usuários através de uma rede pública

(Internet), transmitindo os dados de forma criptografada,

para impedir o monitoramento do conteúdo

por usuários mal intencionados que tentem

Figura 8. Os diferentes dispositivos acessarão os recursos

disponibilizados na nuvem (Internet)

Computação na Nuvem pode ser vista como a evolução

e convergência das tecnologias de virtualização

e das arquiteturas (como os clusters computacionais)

orientadas a serviços.

Atualmente a Computação nas Nuvens é o ponto

de partida para o desenvolvimento de soluções computacionais

que necessitem de rapidez, flexibilidade

e acesso facilitado, oferecendo instantaneamente, a

nível global, uma solução para problemas do dia-a-dia.

Quem nunca pediu uma refeição por um aplicativo,

ou um meio de transporte? O sistema de processamento

dos pedidos, distribuição das demandas,

localização dos prestadores de serviços e controle

fiscal das vendas... Tudo foi realizado na nuvem, em

servidores que estão distribuídos ao redor do mundo,

conectados em tempo real para o atendimento das

demandas.

A computação na nuvem oferecerá tudo como um

serviço. Armazenamento de dados, plataforma para

execução de aplicações, infraestrutura para o desenvolvimento

de sistemas, espaço para testes de aplicativos

etc. Webware, ou software baseado na Internet, é a

denominação para estes programas que operam como

serviços na rede.

Dica

Tudo que é oferecido pela nuvem é um Serviço,

escalável e personalizável.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

291


Armazenamento em nuvem é uma opção de armazenamento

remoto que usa o espaço em um provedor

de data center e é acessível de qualquer computador

com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft One-

Drive, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de serviços

de armazenamento em nuvem.

Tecnologias de serviços na nuvem

Como é possível observar, a computação nas

nuvens é uma forma de disponibilização de recursos

equivalente à computação local, mas remotamente.

Na tabela a seguir, vamos comparar estes dois formatos

e suas responsabilidades.

COMPUTAÇÃO

LOCAL

COMPUTAÇÃO

NAS NUVENS

Existem várias opções que poderão ser contratadas

como serviços, sendo as principais em concursos

públicos: IaaS, PaaS e SaaS.

• Infrastructure as a Service (IaaS) fornece recursos

de computação virtualizados pela Internet. O provedor

hospeda o hardware, o software, os servidores

e os componentes de armazenamento.

• Platform as a Service (PaaS) proporciona acesso

às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento

usados para entregar os aplicativos.

• Software as a Service (SaaS) permite aos usuários

ter acesso a bancos de dados e software de aplicativo.

Os provedores de nuvem gerenciam a

infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos

servidores do provedor de nuvem.

Dica

Entrada de

Dados

Processamento

de Dados

Saída de Dados

Programas

(softwares)

Serviços

(backup)

Serviços (desfragmentador)

Teclado, mouse,

scanner, monitor

touch screen.

Processador do

computador.

Monitor, impressora,

placa de modem,

placa de rede, USB,

HD etc.

Instalados no

computador.

Responsabilidade

do usuário.

Responsabilidade

do sistema operacional

local.

Enviado para um serviço

na rede.

Computadores remotos,

distribuídos

na rede.

Disponibilizado um

link para download,

visualização ou

compartilhamento.

Disponíveis na

Internet.

Responsabilidade da

empresa.

Responsabilidade da

empresa.

Novas definições são criadas por empresas,

com propósitos de marketing. Em concursos

públicos, as definições mais questionadas são

SaaS, PaaS e IaaS.

Antivírus

Firewall

Responsabilidade

do usuário.

Responsabilidade

do usuário.

Responsabilidade da

empresa.

Responsabilidade da

empresa.

292

Um sistema de computação legado, ou dedicado, é

aquele que a empresa é responsável por todos os itens

do projeto, desde o fornecimento de energia para a

operação dos servidores adquiridos por ela, até a disponibilização

das aplicações que licenças foram compradas

para utilização.

Na computação em nuvem, é possível contratar de

uma operadora de nuvem, datacenters, rede de dados,

armazenamento, servidores e sistemas de virtualização.

Esta é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).

Desenvolvedores podem contratar de uma operadora

de nuvem, datacenters, rede de dados, armazenamento,

servidores, sistemas de virtualização, sistema

operacional, banco de dados e segurança digital. Esta

é uma Plataforma como um Serviço (PaaS).

Usuários podem contratar de uma operadora de

nuvem tudo, desde os datacenters até as aplicações.

Este é um Software como um Serviço.

Figura 9. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido

pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas

de um acesso à rede.

Permissões de

acesso

Gerenciamento

da estrutura

Responsabilidade

do usuário.

Responsabilidade

do usuário.

Benefícios dos serviços na nuvem

Oferecido pela empresa,

definido pelo

usuário.

Responsabilidade da

empresa.

Ao contratar Infraestrutura como um Serviço

(IaaS), o usuário obtém economia de custo (não há

necessidade de comprar e manter hardwares), tempo

de colocação no mercado (poderá iniciar suas operações

imediatamente, sem esperar pela instalação de

um datacenter na empresa), disponibilidade em tempo

integral e escalabilidade sob demanda (expansão

ou contração da empresa de acordo com o dia-a-dia

da operação).

Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o

usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada

ao hardware que não precisa ser adquirido),

desenvolvimento simplificado de aplicativos (ambientes

de desenvolvimento para diferentes plataformas),

colaboração (on-line com outros desenvolvedores)

e ambiente integrado (para teste, implementação e

gerenciamento).

Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia

de gastos (menor custo das licenças de softwares),

compartilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida),

portabilidade (na troca de dispositivos pessoais,

o acesso ao serviço não será impactado com novas

instalações e configurações) e independência do sistema

operacional (a troca de dados será realizada pelo

protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas

operacionais).


Elasticidade rápida, onde os recursos são provisionados

dinamicamente, atendendo as necessidades

pontuais da operação do cliente (uma loja virtual

pode aumentar a quantidade de acessos simultâneos

ao site apenas na Black Friday, por exemplo). Esta é a

sua característica mais marcante.

Desvantagens da computação em nuvem

Figura 10. Os provedores, desenvolvedores e usuários finais,

fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem.

Os softwares são desenvolvidos na Plataforma

(PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraestrutura

(IaaS), para serem utilizados pelos usuários

finais como um serviço (SaaS).

Na tabela a seguir vamos associar os itens da computação

local com os itens da computação na nuvem,

para entender que na Nuvem temos uma adaptação

do nosso computador de casa.

Quanto mais aplicações forem acessadas na

nuvem, mais velocidade de transferência de dados

será necessária. Portanto, a principal desvantagem da

nuvem é inerente ao propósito dela mesma.

Tempo de inatividade é outra desvantagem. Quando

todos os sistemas estão em uma plataforma, se

ela ficar indisponível, a empresa e os usuários não

terão acesso a nada. Felizmente isto tem mudado, e

atualmente as empresas fornecedoras de serviços na

nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso

disponível) acima de 99,9999%.

Dificuldade de migração, e esta é a principal desvantagem.

Quanto mais utilizamos uma determinada

empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente

dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados,

ela poderá ser dificultada ou até impossibilitada. Para

minimizar esta desvantagem, a replicação de servidores

é uma alternativa, quando os dados são replicados

entre um servidor local e um servidor na nuvem.

SOFTWARE

COMPUTAÇÃO

LOCAL

Microsoft Office

(instalado)

COMPUTAÇÃO

NA NUVEM

Microsoft Office

(on-line)

PLATAFORMA

Win-

Microsoft

dows 10

Microsoft Windows

Azure

INFRAESTRUTURA

Hardware e

energia elétrica

do usuário

Vantagens da computação em nuvem

Hardware e

energia elétrica

da empresa

provedora

O usuário não precisará se preocupar com atualizações

de softwares e hardware, que serão realizadas

pela empresa contratada. Elas serão automáticas e

disponibilizadas em tempo real para todos.

O compartilhamento de informações será facilitado,

bastando que outros usuários tenham acesso

à Internet para que possam acessar os dados

compartilhados.

Os serviços serão disponibilizados 24 horas, 7 dias

por semana, com sistemas de redundância e recuperação

de falhas sob responsabilidade da empresa

contratada.

Diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura

física da rede local, bastando para o usuário

o fornecimento de energia elétrica e conexão de rede

para acesso aos serviços remotos.

Por ter menos equipamentos na infraestrutura

local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e

espaço físico serão reduzidos. Indiretamente contribui

para preservação e uso racional dos recursos

naturais.

Flexibilidade no uso e na contratação de serviços.

O usuário poderá contratar um pacote básico de serviços

e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar

parâmetros do contrato alterando de forma dinâmica

os limites de utilização.

Figura 11. Diferentes apresentações para a nuvem

As principais características da computação em

nuvem

On Demand Self Service, ou auto atendimento

sob demanda, significa que o usuário pode usar os

serviços, aumentar ou diminuir as capacidades computacionais

alocadas como: o tempo de servidor e

armazenamento de rede, sem a intervenção humana

com o provedor de serviços. O limite de crédito

do seu cartão de crédito virtual é um exemplo desta

característica.

Ubiquitous Network Access, ou amplo acesso à

rede, significa que os serviços são acessíveis a partir

de qualquer plataforma. O usuário poderá acessar

um sistema desenvolvido para Windows, armazenado

em um servidor Linux, a partir de seu smartphone

Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem

são assim.

Resource Pooling, ou pool de recursos, significa

que os serviços são armazenados em servidores distribuídos

globalmente e seus recursos virtuais são

dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo cliente

conforme sua demanda. É o modelo multi-inquilino

(multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos

clientes sem detrimento da oferta para os clientes

atuais. Um usuário em São Paulo poderá contratar

e acessar um serviço ofertado por uma empresa em

Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma

cidade na Índia.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

293


294

Rapid Elasticy, ou elasticidade rápida, significa que

a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocorrerá

com agilidade, provisionando e liberando elasticamente

as demandas solicitadas pelo usuário. Ao

contratar um armazenamento de dados na nuvem, o

espaço disponível para uso será imediatamente ajustado

após a confirmação do pagamento.

Measured Service, ou serviços mensuráveis, significa

que todos os serviços são controlados e monitorados

automaticamente pela nuvem, de maneira

transparente para o usuário, sem a necessidade de

conhecimento técnico sobre a sua operação.

Transparência para o usuário, pois ele não precisa

conhecer onde estão alocados os recursos computacionais

contratados e acessa apenas a interface para

acesso, tornando tudo transparente.

Tipos de nuvem

Podemos classificar as nuvens de acordo com a

infraestrutura ou seus usuários em: Privada, Pública,

Híbrida ou Comunidade (comunitária).

No modelo de nuvem privada, a infraestrutura

é proprietária ou alugada por uma única organização

para ser operada exclusivamente por ela mesma.

Poderá ser local ou remota, e a empresa aplica políticas

de acesso aos serviços (para os usuários cadastrados

e autorizados).

A definição de nuvem pública indica que a

infraestrutura pertence a uma organização que vende

serviços para o público em geral e poderá ser acessada

por qualquer usuário que conheça a localização do

serviço, não sendo admitidas técnicas de restrição de

acesso ou autenticação.

No formato de nuvem híbrida, que tem como

característica a infraestrutura ser composta por pelo

menos duas nuvens, que preservam as características

originais do seu modelo e estão interligadas por uma

tecnologia que possibilite a portabilidade de informações

e de aplicações, é o tipo mais comum encontrado

no mercado.

Na nuvem comunidade (comunitária), a infraestrutura

é compartilhada por diversas organizações

que normalmente possuem interesses comuns, como

requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibilidade

e/ou compatibilidade.

Figura 12. De acordo com a natureza do acesso e dos interesses

envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida

ou Comunitária.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2019) A computação em nuvem

do tipo Software as a Service (SaaS) possibilita que

o usuário acesse aplicativos e serviços de qualquer

local usando um computador conectado à Internet.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os softwares disponibilizados na nuvem como um

serviço (SaaS), estão armazenados em servidores

remotos conectados à Internet. Os usuários que

necessite acessar eles poderão fazer de qualquer

local usando qualquer dispositivo conectado à

Internet, como os computadores. Devido à característica

Ubiquitous Network Access, ou amplo acesso

à rede, a nuvem poderá ser acessada por qualquer

sistema operacional instalado no computador do

usuário. Resposta: Certo.

2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Na computação em

nuvem, elasticidade é a capacidade de um sistema de

se adaptar a uma variação na carga de trabalho quase

instantaneamente e de forma automática.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A computação na nuvem tem a Elasticidade como

uma de suas características. É a capacidade de provisionar

mais ou menos recursos no momento em

que for necessário, com agilidade na implementação.

Os provedores de serviço na nuvem alocam

recursos para atendimento da demanda, tudo em

tempo real. Resposta: Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Julgue o próximo item, a

respeito de arquitetura em nuvem e virtualização.

A seguinte situação hipotética caracteriza um software

como serviço: uma empresa disponibiliza acesso

via Internet para um editor de textos, por meio de

navegador web; os usuários pagam pelo uso e não

possuem controle sobre a infraestrutura de nuvem

que provê o editor de textos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Software como um Serviço (SaaS) é disponibilizado

para o usuário final e é a camada mais conhecida da

nuvem. Nessa camada estão as aplicações acessadas

pelo usuário final, como editor de textos on-line

(Word Online, do pacote Microsoft Office 365) executado

na aba ou guia do seu navegador de Internet

preferido. Resposta: Certo.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Os gestores de determinado

órgão público decidiram adotar a computação

em nuvem como solução para algumas dificuldades

de gerenciamento dos recursos de tecnologia da informação.

Assim, para cada contexto, análises devem

ser realizadas a fim de compatibilizar os recursos de

gerenciamento e segurança com os modelos técnicos

de contratação.

Considerando essas informações, julgue o seguinte

item.

Se, para enviar e receber e-mails sem precisar gerenciar

recursos adicionais voltados ao software de

e-mail e sem precisar manter os servidores e sistemas

operacionais nos quais o software de e-mail estiver

sendo executado, os gestores optarem por um serviço

de e-mail em nuvem embasado em webmail, eles

deverão contratar, para esse serviço, um modelo de

computação em nuvem do tipo plataforma como um

serviço (PaaS).

( ) CERTO ( ) ERRADO

A infraestrutura como um serviço (IaaS) provê a

parte física que dá suporte para a operação, como

o hardware e o fornecimento de energia. A plataforma

como um serviço (PaaS) provê o ambiente para


o desenvolvimento e testes de soluções de software.

O Software como um Serviço (SaaS) é a interface

que será acessada pelo usuário, como o serviço de

e-mail em nuvem embasado em webmail. O erro da

questão está na última linha, pois o modelo de computação

em nuvem que deve ser contratado é SaaS

ao invés de PaaS. Resposta: Errado.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Julgue o próximo item

a respeito de redes de computadores e de cloud

computing.

Conceitualmente, a computação em nuvem pode ser

implementada por meio da LAN (local area network)

interna de uma organização.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A computação em nuvem, conceitualmente, é implementada

na Internet, para acesso via Internet. Uma

LAN (Local Area Network) é uma rede local interna

da organização, que poderá ter sua própria nuvem

de serviços internos (Nuvem Privada), mas que não

atende aos conceitos da Computação em Nuvem.

Conceitualmente, a nuvem está distribuída em uma

área abrangente (todo o mundo), com acesso via

Internet para os Softwares como um Serviço (SaaS).

No enunciado da questão, a definição de LAN restringiu

a operação somente a um sistema legado.

O correto deveria ser WAN (Wide Area Network).

Resposta: Errado.

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS

Ameaças e riscos de segurança estão presentes

no mundo virtual. Assim como existem pessoas boas

e más no mundo real, existem usuários com boas ou

más intenções no mundo virtual.

Os criminosos virtuais são genericamente denominados

como hackers, porém o termo mais adequado

seria cracker. Um hacker é um usuário que possui

muitos conhecimentos sobre tecnologia, e podem ser

nomeados como White Hat (hacker ético que usa suas

habilidades com propósitos éticos e legais), Gray Hat

(cometem crimes, mas sem ganho pessoal, geralmente

para exposição de falhas nos sistemas) e Black Hat

(violam a segurança dos sistemas para obtenção de

ganhos pessoais).

Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes,

todo usuário está sujeito aos riscos inerentes

ao uso dos recursos computacionais.

São riscos de segurança digital:

• Ameaças – vulnerabilidades que existem e podem

ser exploradas por usuários.

• Falhas – vulnerabilidades existentes nos sistemas,

sejam propositais ou acidentais.

• Ataques – ação que procura denegrir ou suspender

a operação de sistemas.

Devido à crescente integração entre as redes de

comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos

(IoT – Internet das Coisas) e criminosos

com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de

informações se tornaram particularmente difíceis de

se proteger. Profissionais altamente qualificados são

formados e contratados pelas empresas com a única

função de proteger os sistemas informatizados.

Em concursos públicos, as ameaças e os ataques

são os itens mais questionados.

Dica

Você conhece a Cartilha de Segurança CERT?

Disponível gratuitamente na Internet, ela é a

fonte oficial de informações sobre ameaças,

ataques, defesas e segurança digital. Disponível

em: <https://cartilha.cert.br/>. Acesso em: 13

nov. 2020.

Ameaças

As ameaças são identificadas como aquelas que

possuem potencial para comprometer a oferta ou

existência dos ativos computacionais, tais como:

informações, processos e sistemas.

Um ransomware, software que sequestra dados

utilizando-se de criptografia, e solicita o pagamento

de resgate para a liberação das informações sequestradas,

é um exemplo de ameaça. Observe que a

ameaça existe, entretanto, se não ocorrer uma ação

deliberada para execução ou se medidas de proteção

forem implementadas, a ameaça deixa de existir e

não se torna um ataque.

As ameaças à segurança da informação podem ser

classificadas como:

• Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão

ou tecnologia, sem a devida atualização ou

upgrade.

• Humanas: intencionais ou acidentais, que exploram

vulnerabilidades nos sistemas.

• Naturais: não intencionais, relacionadas ao

ambiente, como as catástrofes naturais.

As empresas precisam fazer uma avaliação das

ameaças que possam causar danos ao ambiente computacional

dela mesma (Gerenciamento de Risco),

implementar sistemas de autenticação (Controlar o

Acesso), definir os requisitos de senha forte (Política

de Segurança), manter um inventário e realizar o

rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de

Recursos), além de utilizar sistemas de backup e restauração

de dados (Gerenciamento de Continuidade

de Negócios).

Falhas

As falhas de segurança nos sistemas de informação

poderão ser propositais ou involuntárias.

Se o programador insere no código do sistema uma

falha, que produza danos ou permita o acesso sem

autenticação, temos um exemplo de falha proposital.

Se uma falha for descoberta após a implantação do

sistema, sem que tenha sido uma falha proposital, e

seja explorada por invasores, temos um exemplo de

falha involuntária, inerente ao sistema.

Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas

empresas que desenvolveram o sistema por meio da

distribuição de notificações e correções de segurança.

O Windows Update, serviço da Microsoft para atualização

do Windows, distribui mensalmente os patches

(pacotes) de correções de falhas de segurança.

Ataques

Sem dúvida, o que tem mais destaque, tanto em

concursos como no mundo real, são os ataques. Coordenados

ou isolados, os ataques procuram romper as

barreiras de segurança definidas na Política de Segurança,

com o objetivo de anular o sistema ou capturar

dados.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

295


Os ataques podem ser classificados como:

• Baixa complexidade: exploram falhas de segurança

de forma isolada e são facilmente identificados

e anulados.

• Média complexidade: combinam duas ou mais

ferramentas e técnicas, para obter acesso aos

dados, sendo de média complexidade para a solução,

gerando impactos na operação dos sistemas,

como a indisponibilidade.

• Alta complexidade: refinados e avançados, os

ataques combinam o acesso às falhas do sistema,

novos códigos maliciosos desconhecidos, distribuição

do ataque com redes zumbis, tornando difícil

a resolução do problema.

Dica

Ameaças existem e podem afetar ou não os sistemas

computacionais.

Falhas existem e podem ser exploradas ou não

pelos invasores.

Ataques são realizados todo o tempo contra

todos os tipos de sistemas.

Vírus de computador

O vírus de computador é a ameaça digital mais

popular. Todos já ouviram falar dele e ele tem uma

definição fácil de ser compreendida. Tem este nome

por se assemelhar a um vírus orgânico ou biológico.

O vírus biológico é um organismo que possui um

código viral que infecta uma célula de outro organismo.

Quando a célula infectada é acionada, o código viral é

duplicado e se propaga para outras células saudáveis

do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo,

menor será o seu desempenho e recursos vitais serão

consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte.

O vírus de computador é um código malicioso que

infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo

é executado, o código do vírus é duplicado e se propaga

para outros arquivos do computador. Quanto mais

vírus existirem no dispositivo, menor será o seu desempenho

e recursos computacionais serão consumidos,

podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica.

Dica

Os vírus de computador infectam arquivos e se

propagam para outros arquivos.

O vírus de computador poderá entrar no dispositivo

do usuário por meio de um arquivo anexado em

uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos

existentes em uma mídia removível como o pen drive,

recebidos por alguma rede social, baixados de sites na

Internet, entre outras formas de contaminação.

VÍRUS DE

COMPUTADOR

Vírus de boot

Vírus de script

Vírus de macro

CARACTERÍSTICAS

Infectam o setor de boot

do disco de inicialização.

Cada vez que o sistema

é iniciado, o vírus é

executado.

Armazenados em sites na

Internet, são carregados

e executados quando o

usuário acessa a página

usando um navegador de

Internet.

As macros são desenvolvidas

em linguagem

Visual Basic for Applications

(VBA) nos arquivos

do Office, para a automatização

de tarefas. Quando

desenvolvido com propósitos

maliciosos, é um vírus

de macro.

296

Vírus do tipo mutante

Vírus time bomb

Vírus ‘mutantes’ ou ‘polimórficos’,

a cada nova

multiplicação, o novo vírus

mantém traços do original,

mas é diferente do

original.

São programados para

agir em uma determinada

data, causando algum

tipo de dano no dia previamente

agendado.


Vírus stealth

Vírus Nimda

Um vírus stealth é um

código malicioso muito

complexo, que se esconde

depois de infectar um

computador. Ele mantém

cópias dos arquivos que

foram infectados para si,

e quando um software antivírus

realiza a detecção,

o vírus stealth apresenta

o arquivo original, enganando

o mecanismo de

proteção.

O vírus Nimda explora as

falhas de segurança do

sistema operacional. Ele

se propaga pelo correio

eletrônico, e também pela

web, em diretórios compartilhados,

pelas falhas

de servidor Microsoft IIS

e nas trocas de arquivos.

Os worms não precisam ser executados pelo usuário

como os vírus de computador e a sua propagação

será rápida, caso não existam barreiras de proteção

que os impeçam.

Todos os sistemas operacionais estão vulneráveis

aos vírus de computador. Quando um vírus de computador

é desenvolvido por um hacker, ele procura fazer

para um software que tenha uma grande quantidade

de usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances

de sucesso.

O Windows tem muitos usuários e a maioria deles

não tem preocupações com segurança. A maioria dos

vírus de computadores são desenvolvidos para atacarem

sistemas Windows.

O Linux tem poucos usuários (se comparado ao

Windows) e a maioria deles possuem muito conhecimento

sobre Informática, tornando a ação de vírus no

Linux uma ocorrência rara.

O Android, software operacional dos smartphones

populares, é uma variação do sistema Linux original,

e apesar de possuir esta origem nobre, é alvo de

milhares de vírus por causa dos seus usuários, que na

maioria das vezes não tem rotinas de proteção e segurança

de seus aparelhos.

Um vírus de computador poderá ser recebido por

e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado

em arquivos, através do uso de mídias removíveis

infectadas, nas redes sociais e por mensagens

instantâneas.

Um vírus necessita ser executado para que entre

em ação, pois ele tem um hospedeiro definido e um

alvo estabelecido.

Se propaga inserindo cópias de si em outros

arquivos.

E altera ou remove arquivos do dispositivo, para

propagação e auto proteção (não ser detectado pelo

antivírus).

Worms

O worm é um verme, que explora de forma independente

as vulnerabilidades nas redes de dispositivos.

Geralmente eles deixam a comunicação na rede

lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem

cópias de seu código malicioso.

Um verme biológico parasita um organismo consumindo

seus recursos, deixando o corpo debilitado.

Um verme tecnológico parasita um dispositivo consumindo

seus recursos de memória e conexão de rede,

deixando o aparelho e a rede de dados lentos.

Dica

Os worms infectam dispositivos e se propagam

para outros dispositivos de forma autônoma,

sem interferência do usuário.

Os worms podem ser recebidos automaticamente

pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de

outro código malicioso. Assim como vírus, ele poderá

ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet,

compartilhado em arquivos, por meio do uso de

mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por

mensagens instantâneas.

Ele é auto executável, e procura explorar as vulnerabilidades

dos dispositivos.

Envia cópias de si mesmo para outros dispositivos

e usuários conectados.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

297


Por ser auto executável, costuma consumir grande

quantidade de recursos computacionais, promove

a instalação de outros códigos maliciosos e inicia

ataques na Internet, tentando alcançar outras redes

remotas.

Pragas Virtuais

• Cavalo de Troia ou Trojan: É um código malicioso

que realiza operações mal-intencionadas, enquanto

realiza uma operação desejada pelo usuário,

como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo.

Ele é enviado com o conteúdo desejado e ao ser

executado, desativa as proteções do dispositivo para

que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. O

nome está relacionado com a história do presente

dado pelos gregos para os troianos, que era um cavalo

de madeira, com soldados em seu interior. Após

entrar nas fortificações de Troia, os gregos desativaram

as defesas e permitiram o acesso do seu exército.

Dica

Existem muitas pragas virtuais, que genericamente

são chamadas de Malwares (software

malicioso), por apresentarem características

semelhantes: oferecem alguma vantagem para

o usuário, mas realizam ações danosas que acabarão

prejudicando-o.

A banca organizadora CESPE/Cebraspe considera

o trojan ou cavalo de Troia como um tipo de vírus de

computador nos enunciados de suas questões.

• Spyware: é um programa malicioso que procura

monitorar as atividades do sistema e enviar

os dados capturados durante a espionagem para

terceiros. Existem software espiões considerados

legítimos (instalados com consentimento do usuário)

e maliciosos (que executa ações prejudiciais à

privacidade do usuário).

Os softwares espiões podem ser especializados na

captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques

efetuados (screenlogger) ou para apresentação de propagandas

alinhadas com os hábitos do usuário (adware).

Eles geralmente são instalados por outros programas

maliciosos para aumentar a quantidade de dados

capturados.

• Bot: é um programa malicioso que mantém contato

com o invasor, permitindo que comandos sejam

executados remotamente. O dispositivo controlado

por um bot poderá integrar uma rede de dispositivos

zumbis, a chamada botnet.

Quando o invasor deseja atacar sites para provocar

Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão

distribuídos nos dispositivos do usuário para que

façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da

identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão

continuar sua propagação através do envio de cópias

para outros contatos do usuário afetado.

• Backdoor: é um código malicioso semelhante ao

bot, mas que além de executar comandos recebidos

do invasor, ainda realiza ações para desativação

de proteções e aberturas de portas de conexão.

O invasor, ciente das portas TCP que estão disponíveis,

consegue acesso ao dispositivo para a instalação

de outros códigos maliciosos e roubo de informações.

Assim como os spywares, existem backdoors legítimos

(adicionados pelo desenvolvedor do software

para funcionalidades administrativas) e ilegítimos

(para operarem independente do consentimento do

usuário).

298

• Rootkit: é um código malicioso especializado em

esconder e assegurar a presença de outros códigos

maliciosos para o invasor acessar o sistema. Estas

pragas virtuais podem ser incorporadas em outras

pragas, para que o código que camufla a presença,

seja executado escondendo os rastros do software

malicioso.


Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não se recupera dos dados apagados, sendo necessário uma

cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.

Dica

Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit são as pragas digitais mais questionadas em concursos

públicos.

Confira na tabela a seguir outras pragas digitais que ameaçam a Segurança da Informação e a privacidade dos

usuários de sistemas computacionais.

CÓDIGO MALICIOSO

Bomba lógica

Ransomware

Scareware

Phishing

Pharming

Negação de Serviço

Sniffing

Spoofing

Man-In-The-Midle

Man-In-The-Mobile

Ataque de dia zero

Defacement

HiJacker

CARACTERÍSTICAS

Gatilho para a execução de outros códigos maliciosos que permanece inativa até que um evento

acionador seja executado.

Sequestrador de dados que criptografa pastas, arquivos e discos inteiros, solicitando o pagamento

de resgate para liberação.

Simulam janelas do sistema operacional, induzindo o usuário para acionar um comando, fazendo

a operação continuar normalmente. O comando iniciará a instalação de códigos maliciosos.

Fraude que engana o usuário, induzindo a informar seus dados pessoais em páginas de captura

de dados falsas.

Ataque aos servidores de DNS para alteração das tabelas de sites, direcionando a navegação

para sites falsos.

Ataques na rede que simulam tráfego acima do normal com pacotes de dados formatados

incorretamente, fazendo o servidor remoto se ocupar com os pedidos e erros, negando acesso

para outros usuários.

Código que analisa ou modifica o tráfego de dados na rede, em busca de informações relevantes

como login e senha. Enquanto o spyware não modifica o conteúdo, o sniffing pode alterar.

Falsificando dados de identificação, seja do remetente de um e-mail (e-mail Spoofing), do endereço

IP, dos serviços ARP e DNS. Desta forma, é escondida a real identidade do atacante.

Intercepta as comunicações da rede para roubar os dados que trafegam na conexão.

Intercepta as comunicações do aparelho móvel, para roubar os dados que trafegam na conexão

do aparelho smartphone.

Enquanto uma falha não é corrigida pelo desenvolvedor do software, invasores podem explorar

a vulnerabilidade identificada antes da implantação da proteção.

Modificam páginas na Internet, alterando a sua apresentação (face) para os usuários visitantes.

Sequestrador de navegador que pode desde alterar a página inicial do browser, até mudanças

do mecanismo de pesquisas e direcionamento para servidores DNS falsos.

Uma das ações mais comuns que procuram comprometer

a segurança da informação é o ataque

Phishing.

O usuário recebe uma mensagem (e-mail, ou rede

social, ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em

um link malicioso. O link acessa uma página que pode

ser semelhante ao site original, induzindo o usuário

a fornecer dados pessoais como login e senha. Em

ataques mais elaborados, as páginas capturam dados

bancários e de cartões de crédito. O objetivo é simples:

roubar dinheiro das contas do usuário.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

299


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Uma das partes de um

vírus de computador é o mecanismo de infecção, que

determina quando a carga útil do vírus será ativada no

dispositivo infectado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Outra ação mais elaborada tecnicamente, é o

Pharming.

O invasor ataca um servidor DNS, modifica as

tabelas que direcionam o tráfego de dados, e o usuário

acessa uma página falsa. Da mesma forma que o

Phishing, este ataque procura capturar dados bancários

do usuário e roubar o seu dinheiro.

Os vírus de computadores infectam arquivos, anexando

o seu código malicioso (carga útil) em outros

arquivos. Quando o arquivo infectado é executado,

o código é copiado para outros arquivos no dispositivo,

aumentando a infecção. O vírus de computador

não infecta o dispositivo como um worm (verme).

Resposta: Errado.

2. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Situação hipotética: Ao

processar um código executável malicioso que havia

recebido como anexo de um e-mail, Mateus percebeu

que um malware havia infectado seu aparelho e que,

automaticamente, havia sido enviada uma mensagem

idêntica, com um anexo malicioso idêntico, a todos

os contatos de sua lista de endereços, a partir do seu

aparelho.

Assertiva: Essa situação é um exemplo clássico de

infecção de vírus de computador.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os vírus de computadores infectam arquivos e só

se propagam para outros arquivos quando o hospedeiro

(arquivo infectado) é executado. Na situação

hipotética apresentada na questão, o usuário

Mateus recebeu o código malicioso por uma mensagem

de correio eletrônico, que enviou cópias do

anexo malicioso para todos os contatos de sua lista

de endereços. Um vírus de computador poderá ser

recebido por e-mail, transferido de sites na Internet,

compartilhado em arquivos, através do uso de

mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e

por mensagens instantâneas. Resposta: Certo.

3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A infecção de um sistema

por códigos maliciosos pode ocorrer por meio da

execução de arquivos infectados obtidos de anexos

de mensagens eletrônicas, de mídias removíveis, de

páginas web comprometidas, de redes sociais ou diretamente

de outros equipamentos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Os códigos maliciosos são desenvolvidos com objetivos

variados, porém com a intenção de comprometer

arquivos e sistemas através da propagação

pelas redes de computadores. Um sistema poderá

ser comprometido com códigos maliciosos através

de anexos contaminados em mensagens eletrônicas,

arquivos infectados de mídias removíveis, páginas

web com códigos maliciosos, códigos e arquivos

recebidos por redes sociais ou conexão direta com

aparelhos contaminados ocorrerem. Resposta:

Certo.

4. (CEBRASPE-CESPE – 2019) No acesso a uma página

web que contenha o código de um vírus de script, pode

ocorrer a execução automática desse vírus, conforme

as configurações do navegador.

300

( ) CERTO ( ) ERRADO


Os vírus de script são códigos maliciosos inseridos

em páginas de Internet. Quando o usuário acessa

a página com um navegador de Internet padrão,

o código da página será transferido para seu dispositivo.

O código será carregado na memória e

executado, por fazer parte da página web que o

navegador precisa exibir. Mas o vírus de script executa

automaticamente? Na verdade, não. Ele foi

acionado quando o usuário acessou a página com

código malicioso. O navegador de Internet poderá

bloquear a execução automática de scripts das páginas,

questionando se deverá executar ou descartar

os comandos de script. Resposta: Certo.

5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Formatos comuns de

arquivos, como, por exemplo, .docx ou .xlsx, são utilizados

como vetor de infecção por ransomware, um

tipo de software malicioso que encripta os dados do

usuário e solicita resgate.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Um ataque ransomware criptografa os dados do

usuário e pede um resgate. A forma mais eficaz

de recuperação do controle é a restauração de

um backup do computador. Arquivos produzidos

pelo pacote Microsoft Office, como DOCX do Word

e XLSX do Excel, podem conter código malicioso

embutido, que será executado quando o arquivo for

aberto pelo usuário. Resposta: Certo.

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,

FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes

ameaças e ataques que podem comprometer a segurança

da informação, expondo a privacidade do

usuário.

Para todas elas, existem mecanismos de proteção.

Softwares ou hardwares que detectam e removem os

códigos maliciosos, ou impedem a sua propagação.

Independentemente da quantidade de sistemas de

proteção, o comportamento do usuário poderá levar

à uma infecção por códigos maliciosos, pois a maioria

deles necessita de acesso ao dispositivo do usuário

mediante autorização, dada pelo próprio usuário.

A autorização de acesso poderá estar camuflada

em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, ou em

mensagens falsas apresentadas em sites, como o ataque

de Phishing. Portanto, a navegação segura começa

com a atitude do usuário na rede.

Antivírus

Os vírus de computadores, como conhecemos no

tópico anterior, infecta um arquivo e se propaga para

outros arquivos quando o hospedeiro é executado.

O código que infecta o arquivo é chamado de assinatura

do vírus.

Os programas antivírus são desenvolvidos para

detectarem a assinatura do vírus existente nos arquivos

do computador. O antivírus precisa estar atualizado,

com as últimas definições da base de assinaturas

de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códigos

maliciosos.

Quando o antivírus encontra um código malicioso

em algum arquivo, que tenha correspondência com a

base de assinaturas de vírus, ele poderá:

• Remover o vírus que infecta o arquivo.

• Criptografar o arquivo infectado e manter na pasta

Quarentena, isolado.

• Excluir o arquivo infectado.

O antivírus poderá proteger o dispositivo através

de três métodos de detecção: assinatura dos vírus

conhecidos, verificação heurística e comportamento

do código malicioso quando é executado.

O que fazer quando o código malicioso do vírus

não está na base de assinaturas? A base de assinaturas

é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as

informações conhecidas dos vírus detectados. Entretanto,

muitos novos vírus são criados diariamente.

Para detecção destes novos códigos maliciosos, os programas

oferecem a Análise Heurística.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

301


Análise heurística

O software antivírus poderá analisar os arquivos

do dispositivo através de outros parâmetros, além da

base de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar

novos códigos maliciosos que ainda não foram

identificados.

Se o código enviado para análise for comprovadamente

um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na

base de vírus conhecidos, e na próxima atualização

do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o

novo código recém descoberto.

O sistema operacional disponibiliza um firewall

pré-configurado com regras úteis para a maioria dos

usuários. A maioria das portas comuns estão liberadas

e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.

Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.

O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, portanto

ele permite que códigos maliciosos como os

vírus de computadores infectem o computador, quando

chegam como anexos de uma mensagem de e-mail.

O usuário deve executar um antivírus e antispyware

nos anexos antes de executá-los.

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, e mensagens

com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o

usuário.

302

Windows Defender

Em concursos públicos, as soluções de antivírus de

terceiros raramente são questionadas. Avast, AVG, Avira

e Kaspersky são alguns exemplos. Usamos no nosso

dia a dia, mas em provas de concursos as bancas trabalham

com as configurações padrões dos programas.

O Windows 10 possui uma solução integrada de

proteção, que é o Windows Defender. Na época do

Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o

programa Microsoft Security Essentials como antivírus

padrão do sistema operacional.

A seguir, foi desenvolvida a solução Windows

Defender, para detecção e remoção de outros códigos

maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. E

o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de

conexões para impedir ataques oriundos das redes

conectadas.

No Windows 10, o Windows Defender faz a detecção

de vírus de computador, códigos maliciosos e

opera o firewall do sistema operacional, impedindo

ataques e invasões.

Firewall

O firewall é um filtro de conexões e poderá ser um

software, instalado em cada dispositivo, ou um hardware,

instalado na conexão da rede, protegendo todos

os dispositivos da rede interna.

O firewall impede um ataque, seja de um hacker,

de um vírus, de um worm, ou qualquer outra praga

digital que procure acessar a rede ou o computador

por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteúdo

liberado, como e-mails e páginas web, não serão

bloqueados pelo firewall.

Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede

os ataques provenientes da rede.

O firewall não é um antivírus e não é um antispyware.

Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas

portas TCP do dispositivo.

O uso do firewall não dispensa o uso de outras

ferramentas de segurança como o antivírus e o

antispyware.

Importante!

O firewall não é um antivírus, mas ele impede um

ataque de vírus. Ele impedirá por ser um ataque,

não por ser um vírus.


Antispyware

Da mesma forma que existe a solução antivírus

contra vírus de computadores, existe uma solução

que procura detectar, impedir a propagação e remover

os códigos maliciosos que não necessitam de um

hospedeiro.

Genericamente, malware é um software malicioso.

Genericamente, spyware é um software espião. Quando

os softwares maliciosos ganharam destaque e relevância

para os usuários dos sistemas operacionais, os

spywares se destacavam, e comercialmente se tornou

interessante nomear a solução como antispyware.

Na prática, um antispyware ou um antimalware,

detecta e remove vários tipos de pragas digitais.

Se o ataque chega disfarçado, medidas de prevenção

devem ser adotadas, como nunca fornecer informações

confidenciais ou secretas por e-mail, resistir à

tentação de cliques em links das mensagens, observar

os downloads automáticos ou não iniciados, e dentro

das políticas de segurança para os funcionários, destacar

que não se deve submeter à pressão de pessoas

desconhecidas.

Quando os ataques procuram atingir um servidor

da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),

DDos (ataque distribuído de negação de serviços)

ou spoofing (fraude de identidade), uma das formas

de proteção é o bloqueio de pacotes externos não

convencionais.

Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel

e sofre um ataque, deve aumentar o nível de proteção

do aparelho e as senhas precisam ser redefinidas o

mais breve possível.

E por fim, os ataques contra aplicativos poderão

ser minimizados ou anulados se o usuário manter

os programas atualizados em seu dispositivo, aplicando

as correções de segurança tão logo elas sejam

disponibilizadas.

Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no

dispositivo do usuário.

Para proteção, o usuário deverá:

• Manter o firewall ativado.

• Manter o antivírus atualizado e ativado.

• Manter o antispyware atualizado e ativado.

• Manter os programas atualizados com as correções

de segurança.

• Usar uma senha forte para acesso aos sistemas, e

optar pela autenticação em dois fatores quando

disponível.

Importante!

Quando o usuário é envolvido na perpetração de

ataques digitais, ele é considerado o elo mais

fraco da corrente de segurança da informação,

por estar sujeito a enganos e trapaças dos atacantes.

Engenharia Social é o conjunto de técnicas

e atividades que procuram estabelecer

confiança mediante dados falsos, ameaças ou

dissimulação.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Entre as categorias de

antivírus disponíveis gratuitamente, a mais confiável e

eficiente é o scareware, pois os antivírus dessa categoria

fazem uma varredura nos arquivos e são capazes

de remover 99% dos vírus existentes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Figura 17. Para proteção, firewall ativado, antivírus atualizado e

ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares

instaladas e uso de senha forte.

UTM

Unified Threat Management (UTM) ou “Gerenciamento

Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes

que integram diferentes mecanismos de proteção

em apenas um programa.

Ele realiza em tempo real a filtragem de códigos

acessados, otimiza o tráfego de dados nas conexões,

controla a execução das aplicações, protege o dispositivo

com um firewall, estabelece uma conexão VPN

segura para navegação e entrega relatórios de fácil

compreensão para o usuário.

Defesa contra ataques

Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navegador

de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing

atendem aos requisitos de proteção.

Scareware é um software malicioso que faz com que

os usuários de computadores acessem sites infestados

por malware. Também conhecido como software

de engano, software de verificação desonesto ou

fraudware, o scareware pode vir na forma de caixas

suspensas ou pop-ups durante a navegação na

Internet. Não é um antivírus, mas um código malicioso.

Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Um firewall implementa

uma política de controle de comportamento para

determinar que tipos de serviços de Internet podem

ser acessados na rede.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O firewall é um filtro de conexões, que permite ou

bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador. O

firewall não analisa o conteúdo do tráfego, logo ele

não pode implementar uma política de controle de

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

303


comportamento que selecione os tipos de serviços que poderão ser acessados. Esta tarefa poderia ser implementada

através de um servidor proxy. O servidor proxy analisa os pedidos de acesso dos clientes para os serviços

remotos, registra, transfere o conteúdo para o cache (quando autorizado) ou bloqueia o acesso. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Marta utiliza uma estação de trabalho que executa o sistema operacional Windows 10 e

está conectada à rede local da empresa em que ela trabalha. Ela acessa usualmente os sítios da intranet da empresa

e também sítios da Internet pública. Após navegar por vários sítios, Marta verificou o histórico de navegação e identificou

que um dos sítios acessados com sucesso por meio do protocolo HTTP tinha o endereço 172.20.1.1.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O sistema operacional utilizado na estação de trabalho de Marta inclui nativamente a plataforma Windows Defender,

composta por ferramentas antivírus e de firewall pessoal, entre outras.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O firewall é um filtro de conexões, que permite ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador. O Windows

10 possui o Windows Defender, um software nativo do sistema operacional da Microsoft que é composto por

ferramentas de antivírus, antispyware e firewall pessoal. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) O firewall é um equipamento de segurança de redes que impede a passagem de vírus,

worms ou cookies oriundos da Internet e com potencial de infectar os computadores da intranet.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O firewall é um filtro de conexões, que permite ou bloqueia o tráfego nas portas TCP do computador, impedindo o

ataque de vírus e worms, protegendo o dispositivo das ações danosas provenientes da rede conectada. O firewall

não analisa o conteúdo do tráfego, logo um vírus de computador poderá entrar no dispositivo caso tenha sido

enviado como anexo em um e-mail. Os cookies são arquivos de texto enviados pelo servidor web para o nosso

navegador de Internet, com informações sobre as preferências do usuário. Um arquivo de texto não pode armazenar

código malicioso executável. Resposta: Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Para a melhoria de desempenho, vários produtos de segurança (firewall e antispyware,

por exemplo) podem ser substituídos por um sistema de gerenciamento unificado de ameaça (UTM – unified threat

management).

( ) CERTO ( ) ERRADO

O sistema de gerenciamento unificado de ameaças procura substituir as soluções individuais de segurança oferecidas

em vários produtos por um produto completo. Um produto do tipo UTM oferecerá firewall, antivírus,

controle de acesso às redes, VPN, filtro de conteúdo, relatórios de acesso, balanceamento de carga dos links de

Internet, entre outras soluções. Resposta: Certo.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Com relação a informática e processo digital, julgue o item que se segue.

O acesso aos arquivos e diretórios no ambiente Windows é possível tanto por meio do utilitário Windows Explorer

quanto pela opção Abrir Arquivo que é disponibilizada nas ferramentas de editores de textos e planilhas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CESPE-CEBRASPE –2019) Com relação a sistemas operacionais e ferramentas de edição de texto e planilhas, julgue

o item a seguir.

Programas e arquivos que estejam abertos e em uso no ambiente Windows podem ser acessados pelo Painel de controle,

que é uma barra horizontal localizada na parte inferior da tela.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser

julgada, a respeito de sistemas operacionais, intranet e Internet.

Depois de fazer login em uma estação de trabalho com Windows 10, o usuário de nome delegado verificou que estava

sem acesso de escrita na pasta c:\temp\bo. Uma das possíveis causas seria o fato de o referido usuário não ser o

dono da pasta e(ou) não ter acesso específico a ela. Nessa situação, o administrador da máquina pode eliminar essa

restrição por meio do comando chown +w delegado c:\temp\bo, executado no power shell do sistema operacional,

que aceita tanto comandos DOS quanto alguns comandos Linux.

304

( ) CERTO ( ) ERRADO


4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item, relativo à versão mais atual do navegador Mozilla Firefox, à organização e

ao gerenciamento de arquivos e programas, e a vírus, worms e pragas virtuais.

Para liberar espaço em disco, o Windows 10 permite que arquivos temporários sejam excluídos pelo usuário.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

( ) CERTO ( ) ERRADO

Considerando a imagem precedente, que ilustra parte da janela de edição de um documento no LibreOffice Writer 5.3,

assinale a opção que apresenta procedimento correto para inserir uma nova linha na tabela, com duas colunas, a qual

terá a função de cabeçalho da tabela.

a) Posicionar o cursor do mouse imediatamente antes da palavra Arquitetura e pressionar a tecla .

b) Selecionar a primeira linha da tabela e pressionar a tecla .

c) Selecionar a primeira linha da tabela e pressionar as teclas + .

d) Clicar com o botão direito do mouse sobre a palavra Arquitetura; no menu disponibilizado, escolher opção que permite

inserir linhas acima.

e) Selecionar toda a tabela e pressionar a tecla .

6. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

Na figura precedente, que ilustra parte da janela de edição de uma planilha no LibreOffice Calc 5.3, para que seja apurada

a relação CANDIDATO/VAGA, deve-se

a) inserir a fórmula =G8/F8 nas células de H8 a H13.

b) inserir a fórmula =F8+:F13/F8 nas células de H8 a H13.

c) digitar a fórmula =SOMA(F8:F13)/G8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo

o canto inferior direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse.

d) digitar a fórmula =G8/F8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo o canto inferior

direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse.

e) digitar a fórmula =$ G$ 8/$ F$ 8 na célula H8; teclar D ; selecionar a célula H8; com o mouse, arrastar para baixo o

canto inferior direito da borda realçada da célula até a célula H13; liberar o botão do mouse.

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

305


7. (CESPE-CEBRASPE – 2018)

306

Na situação da figura precedente, que ilustra parte da

janela de edição de uma apresentação no LibreOffice

Impress 5.3, ao clicar com o mouse no botão e, em

seguida, clicar em qualquer parte na área em branco

do eslaide atual, o usuário insere, nesse eslaide,

a) uma caixa de texto.

b) uma figura.

c) uma tabela.

d) um link.

e) um gráfico.

8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Uma rede de computadores

apresenta as seguintes características: utiliza protocolo

TCP/IP, é embasada no modelo web, oferece serviços

de email, transferência de arquivos e acesso a páginas

HTTP a um conjunto restrito de usuários internos de uma

empresa, para troca de informações corporativas.

As características dessa rede de computadores são

típicas de

a) rede de correio eletrônico.

b) extranet.

c) Internet.

d) intranet.

e) World Wide Web (WWW).

9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de protocolos

que dão suporte ao funcionamento da Internet, de intranets

e de correio eletrônico, julgue o item subsecutivo.

O uso de correio eletrônico na Internet não depende do

DNS, já que a caixa postal é universal na nuvem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No Outlook 2010, a ferramenta

que permite ao usuário realizar importações de

contatos de arquivos do tipo CSV é conhecida como

a) Favoritos.

b) Arquivos de Dados do Outlook.

c) Assistente para importação e exportação.

d) Caixa de Entrada.

e) Pasta de Pesquisa.

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Entre os vários tipos de

programas utilizados para realizar ataques a computadores,

aquele capaz de se propagar automaticamente

pelas redes, enviando cópias de si mesmo entre computadores,

é conhecido como

a) botnet.

b) spyware.

c) backdoor.

d) trojan.

e) worm.

12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A seguir são apresentadas

três situações hipotéticas.

I. Um usuário, após sequestro de seus dados, recebeu

a informação de que, para reavê-los, seria necessário

realizar um pagamento ao sequestrador.

II. Um usuário recebeu informação, por meio do setor de

segurança da informação do seu órgão, de que seu

computador, sem seu conhecimento, havia sido usado

em um ataque a uma rede de outro órgão.

III. Em um dado momento do dia, um usuário notou que

sua máquina estava consumindo mais recursos de

memória do que o habitual e, ao executar no computador

um programa de proteção, obteve a seguinte mensagem:

“arquivo xpto infectado com o worm xyz”.

Com referência a essas situações hipotéticas e à

segurança da informação, julgue o item subsequente.

O ataque descrito na situação I é o ransomware, que,

geralmente usando criptografia, torna inacessíveis os

dados armazenados em um equipamento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca de redes de computadores

e segurança, julgue o item que se segue.

Uma das partes de um vírus de computador é o mecanismo

de infecção, que determina quando a carga útil

do vírus será ativada no dispositivo infectado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à segurança

de computadores, julgue o item subsecutivo.

Cavalos de Troia são exemplos de vírus contidos

em programas aparentemente inofensivos e sua

ação danosa é mascarada pelas funcionalidades do

hospedeiro.

( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item, relativo

à versão mais atual do navegador Mozilla Firefox, à

organização e ao gerenciamento de arquivos e programas,

e a vírus, worms e pragas virtuais.


Spywares são programas instalados em computadores

pessoais, capazes de identificar e remover determinados

vírus, como, por exemplo, Hoax e Trojan.

9 GABARITO

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 CERTO

2 ERRADO

3 ERRADO

4 CERTO

5 D

6 D

7 A

8 D

9 ERRADO

10 C

11 E

12 CERTO

13 ERRADO

14 CERTO

15 ERRADO

ANOTAÇÕES

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

307


308

ANOTAÇÕES


Vamos estudar, agora, as principais datas abordadas

em concursos públicos:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS:

SEGURIDADE SOCIAL

SEGURIDADE SOCIAL

Adentraremos no estudo de conhecimentos específicos

para o cargo técnico do Seguro Social tendo em

vista os aspectos que permeiam a Seguridade Social.

Todos os itens do edital foram atualizados, planejados

e reorganizados, didaticamente, a fim de facilitar a

assimilação dos conteúdos.

ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL

Estudar a evolução histórica da seguridade social

nos leva a compreender a importância da proteção

social, senso ela um direito de luta. Garantir a proteção

social é garantir igualdade social.

No que tange a questão previdenciária, eventos

na vida, como a doença, a idade avançada, a prisão, a

maternidade, o desemprego, a invalidez, entre outros,

refletem, diretamente, na capacidade laborativa do

indivíduo. Eles alteram, principalmente, a sua vida

financeira, devendo o Estado intervir e impor regras

para a garantia da subsistência destas pessoas.

Na nossa legislação, percebemos um Estado que

visa a proteção da população, ofertando serviços de

saúde gratuitamente (através, por exemplo, do SUS),

benefícios assistenciais para a população necessitada

(como o Bolsa-Família, os Auxílios Emergenciais em

momentos de crise, entre outros), assegurando a dignidade

humana e as garantias fundamentais previstas

em nossa carta magna.

Porém, nem sempre essa foi a realidade em nosso

país ou, ainda, no mundo. Estamos em processo

de evolução, pois, por muito tempo, não se falava

em Estado de direitos, muito menos em garantia de

proteção social. Um sistema de Seguridade Social,

englobando as políticas de Saúde, Assistência Social

e Previdência Social, de forma articulada, como o que

temos hoje, é algo recente na história brasileira, tendo

surgido com a Constituição Federal de 1988.

Para se chegar a isso, um longo caminho foi percorrido.

Estudaremos, adiante, sobre essa questão histórica

do Brasil, em ordem cronológica, para facilitar

a sua compreensão.

O início de tudo

Com o surgimento de uma nova nação, surgem novas

demandas sociais. O Brasil é um país que sofre grande

desigualdade social ainda hoje e isso é reflexo de toda

uma construção histórica, na qual quem possuía riquezas

tinha direitos, aos demais, restavam os deveres.

Perceba que, em um primeiro momento, não nos

preocupamos com os Direitos do Trabalhador, porque,

como o país utilizava mão de obra escrava até o

ano de 1888, não havia necessidade.

Com o fim da escravidão, não ocorreu, todavia, o

fim da exploração da mão de obra. Posteriormente, os

imigrantes é que foram explorados.

• O Brasil é “descoberto”, oficialmente, em 1500 e,

nos anos seguintes, povoado e estruturado. Em

1543, surgem as primeiras manifestações da Seguridade

Social, com a criação da primeira Santa

Casa de Misericórdia, por Brás Cubas, que fundou

a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos,

na atual cidade de Santos, sendo o primeiro hospital

e instituição de assistência em nosso país.

• No ano 1808, criou-se o Montepio para a guarda

pessoal de Dom João VI e a Mongeral, em 1835, que

era o Montepio Geral da Economia dos Servidores

do Estado.

Os montepios eram formas de seguros e estavam

organizados em um sistema de previdência privada

mutualista, ou seja, os indivíduos associavam-se e

contribuíam para um fundo comum, o qual realizava

a cobertura de algumas situações, como morte e

invalidez.

• Em 1824, tivemos a Constituição do Império, prevendo

socorros públicos.

• Em 1891, o termo aposentadoria passou a constar,

pela primeira vez, em Norma Constitucional, que

previa que “a aposentadoria só poderá ser dada

aos funcionários públicos em caso de invalidez no

serviço da Nação”.

• Em 1919, tem-se a criação da Organização Internacional

do Trabalho – OIT, que traz reflexos para

o país, com o início da legislação acidentária e a

criação do Seguro Acidente de Trabalho.

Marco inicial da Previdência Social

A partir da década de 1920, teve início uma construção

efetiva de proteção previdenciária e também

trabalhista. Em 1923, é publicada a Lei Eloy Chaves

(Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro), conhecida

dessa forma pelo nome do autor da proposta, o

Deputado Eloy Chaves, a qual determinou a criação

das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os

empregados das empresas ferroviárias.

Essa Lei é considerada o marco da Previdência

Social no Brasil, pois dela derivaram outras leis que

ampliaram a proteção previdenciária para empregados

de outros setores e não só o ferroviário.

O sistema previa uma CAP para cada empresa.

Eram as empresas que organizavam e geriam suas

CAP’s com a participação dos seus empregados. Essa

forma de administração colegiada manteve-se até hoje.

Dica

A Lei Eloy Chaves é o marco inicial, mas, caso

a questão mencione essa Lei como a primeira a

tratar de Previdência, está errado, pois tivemos

iniciativas anteriores.

Após a Lei Eloy Chaves até os dias atuais

A partir da década de 30, tivemos grande expansão

dos direitos trabalhistas e previdenciários. Abordaremos,

a seguir, os principais eventos dessa época

até os dias atuais:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

309


310

• Década de 1930: foram criados diversos Institutos

de Aposentadorias e Pensões (IAP), unificando

as CAP (que eram por empresa) em um Instituto

o qual abrangia toda a categoria Profissional. Em

1933, houve a criação do Instituto de Aposentadorias

e Pensões dos Marítimos (IAPM) e, na sequência,

tivemos o Instituto dos Comerciários, dos

Bancários e assim por diante. Tais Institutos eram

autarquias públicas em âmbito nacional.

• Em 1934, é promulgada uma nova Constituição

Federal, que criou o Custeio Tripartite, determinando

a obrigatoriedade do custeio por parte do Estado.

Este sistema vigora até os dias atuais, devendo contribuir

o Estado, o empregador e os trabalhadores.

• Em 1946, novamente, temos uma Constituição,

após um governo autoritário que restringiu muitos

direitos fundamentais e uma grande guerra mundial.

Ela surge em um contexto de ampliação de

direitos, trazendo a expressão Previdência Social,

que cobriria eventos, como morte, invalidez, velhice,

doença e maternidade.

• Em 1960, é publicada a Lei nº 3.807, de 26 de agosto,

chamada de Lei Orgânica da Previdência Social

(LOPS), a qual promoveu a unificação legislativa

das contribuições e dos critérios de concessão dos

benefícios por aqueles diversos IAP´s.

Na sequência, no ano de 1966, com a publicação

do Decreto-Lei nº 72, de 21 de novembro é que ocorre

a unificação administrativa daqueles diversos Institutos

– IAP´s, dando origem ao Instituto Nacional de

Previdência Social (INPS), que antecede ao atual Instituto

Nacional do Seguro Social (INSS), entrando em

vigência no início de 1967.

• Em 1965, foi publicada a Emenda Constitucional nº

11, a qual previu o princípio da preexistência do

custeio.

• Em 1963, iniciou-se a proteção do trabalhador

rural (de uma forma muito mais assistencial) com

a criação do FUNRURAL – Fundo de Assistência

ao Trabalhador Rural por meio da Lei nº 4.214

de 1963. Além disso, houve, também, a criação do

Salário-Família.

• Em 1972, o empregado doméstico tornou-se segurado

obrigatório da Previdência.

• No ano de 1977, surge o Sinpas (Sistema Nacional

de Previdência e Assistência Social), criado e composto

por seis órgãos:

• Inamps (responsável pela prestação de assistência

médica);

• Iapas (responsável pela administração previdenciária,

tendo, como encargo, fiscalizar e

cobrar contribuições previdenciárias);

• INPS (responsável pelos benefícios previdenciários);

• LBA (responsável pela assistência social);

• Funabem (responsável pela assistência ao menor);

• Dataprev (processamento de dados).

Dica

Para não se esquecer dos órgãos, lembre-se da

mnemônica DIFICIL:

Dataprev

IAPAS

FUNABEM

INPS

CEME

INAMPS

LBA

• Em 1988, é promulgada a atual Constituição Federal

(CF), na qual surge a Seguridade Social, prevista

nos arts. 194 a 204, compreendendo um conjunto

integrado de prestação de serviços de Saúde, de

Previdência Social e de Assistência Social.

• Em 1990, é publicada a Lei nº 8.029, de 12 de abril,

que determinou a criação do Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS), resultado da fusão do Instituto

Nacional de Previdência Social (INPS) e do Instituto

de Administração Financeira da Previdência Social

(IAPAS). O INSS tinha, naquele momento, as atribuições

administrativas relacionadas à arrecadação

das contribuições sociais previdenciárias e a analisar

e conceder os benefícios devidos aos beneficiários

do sistema. Na sequência, foi publicada a Lei

nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, sobre a Saúde.

• No ano de 1991, foram publicadas as Leis que tratam

da Previdência. A Lei nº 8.212, de 24 de julho,

organiza a Seguridade Social e cria o seu Plano

de Custeio, enquanto que a Lei nº 8.213, de 24 de

julho, criou o Plano de Benefícios do Regime Geral

de Previdência Social (RGPS).

• No ano de 1993, é publicada a Lei nº 8.742, de 07 de

dezembro de 1993, que regulamenta a Assistência

Social.

• Em 1998, é publicada a Emenda Constitucional de

nº 20, de 15 de dezembro, a qual produziu grandes

mudanças no Regime Geral de Previdência Social

(RGPS) e nos Regimes Próprios de Previdência Social

(RPPS).

Quanto ao RGPS, temos como principais alterações:

• Término da aposentadoria por tempo de serviço,

criando, no seu lugar, a aposentadoria por

tempo de contribuição, que foi regulamentada

no Decreto nº 3.048 de 1999;

• Suspensão da aposentadoria com tempo de contribuição

reduzido para professores de ensino

superior, a qual, a partir desse momento, continua

vigente somente para Educação Infantil,

Fundamental e Ensino Médio;

• Inclusão dos aposentados na gestão da Seguridade

Social, passando a ser a gestão quadripartite;

• Determinação de que o Salário-família e o Auxílio

Reclusão são para beneficiários de baixa renda;

• Determinação de obrigatoriedade de observância,

pela Previdência Social, de critérios que

preservem o equilíbrio financeiro e atuarial;

• No ano de 1999, foi publicado o Decreto nº 3.048,

em 6 de maio, o atual Regulamento da Previdência

Social, que reúne as normas sobre o custeio da Seguridade

Social e benefícios previdenciários do Regime

Geral de Previdência Social. Esse é um dispositivo

ainda vigente e muito importante para o seu estudo.

• Em 2005, foi criada a Secretaria da Receita Previdenciária,

vinculada ao Ministério da Previdência Social

pela Lei nº 11.098, de 13 de janeiro, a qual passou a

exercer as funções de arrecadação, fiscalização, lançamento

e normatização das contribuições previdenciárias,

competência até então do INSS.

• Em 2007, a função arrecadatória, antes pertencente

à Secretaria da Receita Previdenciária, do

Ministério da Previdência Social, passa, definitivamente,

para a competência da Secretaria da Receita

Federal do Brasil, do Ministério de Estado da

Fazenda por meio da Lei nº 11.457/07. Agora, todas


as contribuições sociais destinadas à Seguridade

Social, em âmbito federal (art. 11, da Lei nº 8.212,

de 1991), são arrecadadas, fiscalizadas, lançadas e

normatizadas pela SRFB.

• Em 2015, tivemos uma pequena reforma na Previdência

Social que modificou, principalmente, os

benefícios devidos aos dependentes (pensão por

morte e, por consequência, o auxílio-reclusão) com

a publicação da Lei nº 13.135 de 17 de junho de

2015.

• Em 2019, é publicada a EC nº 103/2019, trazendo

uma Reforma Previdenciária que foi amplamente

discutida.

Seus principais reflexos no RGPS foram:

• A extinção da aposentadoria por tempo de contribuição;

• A previsão da redução de valores na acumulação

de aposentadoria com pensão;

• A alteração nas regras para concessão de aposentadoria

dos trabalhadores urbanos, mantendo

regras para os rurais;

• Alterou alíquotas para contribuição dos segurados

do RGPS.

( ) Vedou a filiação ao regime geral de previdência social,

na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante

de regime próprio de previdência.

( ) Instituiu o abono permanência para o servidor que

completado as exigências para aposentadoria voluntária

opte por permanecer em atividade.

a) 1, 3, 2, 1, 2

b) 1, 2, 3, 1, 2

c) 2, 1, 3, 1, 3

d) 2, 2, 1, 2, 3

e) 1, 3, 2, 3, 1

I. Foi na EC 20 que surge a aposentadoria por tempo

de contribuição, extinguindo a por tempo de serviço.

II. O parágrafo primeiro do artigo 201 da CF, que

prevê aposentadoria especial, foi acrescentado pela

EC 47, com efeitos retroativos à data da vigência da

EC 41 de 2003. III. A EC 41 de 2003 trouxe alterações

no RPPS, prevendo a possibilidade de contribuição

sobre benefícios concedidos aos servidores filiados

ao RPPS. IV. Vedação determinada pela EC 20 de

1998. V. A previsão do abono vem com a EC 41 de

2003. Resposta: Letra: A.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) A respeito do surgimento e

da evolução da seguridade social, julgue o item a seguir.

No Brasil, iniciou-se o regime próprio de previdência

dos servidores públicos com o advento da Lei Eloy

Chaves, em 1923, que determinou a criação das caixas

de aposentadorias e pensões para os ferroviários.

( ) CERTO ( )ERRADO

Os que mais se aproximam hoje do que era a Lei

Eloy Chaves são os regimes de previdência complementar,

pois as caixas não eram geridas pelo poder

público e, sim, pelas empresas. Resposta: Errado.

2. (ESAF – 2012) Associe as mudanças realizadas na

previdência social às respectivas emendas constitucionais

das reformas previdenciárias. Ao final assinale

a opção correspondente.

1. Emenda Constitucional n. 20/1998.

2. Emenda Constitucional n. 41/2003.

3. Emenda Constitucional n. 47/2005.

( ) O tempo de serviço passou a ser denominado tempo

de contribuição, sendo de 35 (trinta e cinco) anos de

contribuição, se homem, e 30 (trinta anos) de contribuição,

se mulher.

( ) Vedou a adoção de requisitos e critérios diferenciados

para a concessão de aposentadoria aos beneficiários

do regime geral de previdência social, ressalvados

os casos de atividades exercidas sob condições especiais,

nos termos definidos em lei complementar.

( ) Instituiu a contribuição sobre os proventos de aposentadorias

e pensões concedidas pelo regime próprio

de previdência do servidores públicos que superem o

limite máximo estabelecido para os benefícios do regime

geral de previdência social.

CONCEITUAÇÃO

A Seguridade Social surge, em 1988, com a promulgação

da nossa atual Constituição, integrando as ações

de Previdência, Assistência e Saúde.

No capítulo sobre a Ordem Social, está prevista a

Seguridade Social, conforme art. 194:

Art. 194 A seguridade social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos Poderes

Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência

social.

Conforme Fábio Zambitte Ibrahim,

“[...] a seguridade social pode ser conceituada como

a rede protetiva formada pelo Estado e por particulares,

com contribuições de todos, incluindo parte

dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer

ações para o sustento de pessoas carentes,

trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando

a manutenção de um padrão mínimo de

vida digna.”

A seguridade trata de uma rede protetiva para as

pessoas em momentos de maior vulnerabilidade e,

consequentemente, desamparadas financeiramente.

Este conjunto de ações prevê uma ampla proteção

social, de forma geral, prestada gratuitamente. Cada

uma das políticas é destinada à prestação de serviços

ou benefícios (que são prestações pecuniárias) para as

pessoas que delas necessitarem.

A Saúde será prestada a todos e de forma gratuita.

Já a Assistência é prestada àqueles que se encontram

em situação de miserabilidade. A Previdência, aos trabalhadores

em geral e seus dependentes, sendo a única,

entre as três políticas, de natureza contributiva, ou

seja, para ter acesso aos benefícios e aos serviços da Previdência

Social, é necessário contribuir anteriormente.

Portanto, lembre-se:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

311


312

SEGURIDADE

SOCIAL

Saúde

Assitência

Social

Previdência

Social

AS POLÍTICAS DA SEGURIDADE SOCIAL:

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

Saúde

Não

contributiva

Todas as

pessoas

Não

contributiva

Pessoas

Necessitadas

Contributiva

Segurados e

Dependentes

Sobre o tema, temos a previsão constitucional do

citado art. 196 até art. 200.

A Saúde é um “direito de todos e dever do Estado”. Sua

política tem, como principais objetivos, medidas destinadas

à redução do risco de doenças e de outros agravos e

de ações e serviços destinados à promoção, proteção e

recuperação da saúde, devendo a sua execução ser feita

diretamente pelo poder público ou através de terceiros e,

também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Dica

Art. 196 A saúde é direito de todos e dever do

Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas

que visem à redução do risco de doença e

de outros agravos e ao acesso universal e igualitário

às ações e serviços para sua promoção, proteção

e recuperação.

Art. 197 São de relevância pública as ações e serviços

de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,

nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização

e controle, devendo sua execução ser feita

diretamente ou através de terceiros e, também, por

pessoa física ou jurídica de direito privado.

A Saúde é a única política que, efetivamente,

consegue atender a todas as pessoas.

As ações e os serviços de saúde pública estão previstos

na Lei nº 8.080/1990 e são organizados na forma

de um Sistema Único de Saúde (SUS), com base nas

seguintes diretrizes:

Art. 198 (CF/88) [...]

I - descentralização, com direção única em cada

esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

assistenciais;

III - participação da comunidade.

Toda a população tem direito de acesso total às políticas

de saúde, independentemente de contribuição prévia.

A Constituição também prevê, no art. 199 e parágrafos

seguintes, que a assistência à saúde é livre à

iniciativa privada, o que possibilita os inúmeros planos

de saúde e clínicas particulares, possibilitando,

também, a participação complementar ao SUS das

instituições privadas, mediante contrato de direito

público ou convênio, tendo preferência as entidades

filantrópicas e as sem fins lucrativos.

É vedada a destinação de recursos públicos para

auxílios ou subvenções às instituições privadas com

fins lucrativos e a participação direta ou indireta de

empresas ou capitais estrangeiros na assistência à

saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

A Constituição estabelece que a lei irá determinar

sobre as condições e os requisitos que facilitem

a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas

para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem

como a coleta, o processamento e a transfusão de

sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de

comercialização.

Por fim, cabe citar o art. 200 da CF, que trata de

outras atribuições:

Art. 200 Ao sistema único de saúde compete, além

de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e

substâncias de interesse para a saúde e participar

da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,

hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,

bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na

área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução

das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento

científico e tecnológico e a inovação;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido

o controle de seu teor nutricional, bem como

bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção,

transporte, guarda e utilização de substâncias

e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele

compreendido o do trabalho.

Assistência Social

A Assistência Social é a política da Seguridade Social

destinada aos necessitados, aqueles que se encontram

em estado de miserabilidade, conforme critérios da Lei.

Para o atendimento dessas pessoas (e sua família)

são previstos benefícios e serviços que visam a garantia

de condições mínimas de subsistência.

A Assistência Social, está prevista nos arts. 203 e

204 da CF.

Cabe, também, citar que uma importante fundamentação

se encontra na Lei nº 8.742/1993, conhecida como

Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que disciplina

diversos benefícios e serviços da Assistência Social.

Assim como ocorre na saúde, o direito às prestações

assistenciais também independe de contribuição

prévia, basta comprovar a necessidade.

As diversas prestações, pecuniárias ou não, estão

organizadas em um Sistema Único de Assistência

Social (SUAS).

A assistência social tem por objetivos fixados na

Constituição:


Dica

Art. 203 [...]

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras

de deficiência e a promoção de sua integração

à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício

mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso

que comprovem não possuir meios de prover à própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família.

A garantia constitucional de um salário mínimo

para o deficiente e idoso, conhecido como BPC-

-LOAS, é operacionalizado e concedido pelo INSS

– Instituto Nacional do Seguro Social, o que não

torna este um benefício previdenciário.

Previdência Social

A Previdência Social é um seguro social (de natureza

compulsória) que prevê benefícios e serviços para beneficiários

(denominados de segurados e dependentes).

Quando alguns beneficiários necessitam de amparo

por doença, invalidez, idade avançada, morte,

entre outros eventos que prejudicam a “busca por

subsistência”, serão concedidos benefícios e serviços,

conforme disciplinado em lei.

A previdência social, de acordo com o art. 201 da

CF, será organizada sob a forma de regime geral,

de caráter contributivo e de filiação obrigatória,

observados critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial, atendendo:

Art. 201 [...]

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária

ou permanente para o trabalho e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego

involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes

dos segurados de baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher,

ao cônjuge ou companheiro e dependentes.

O desemprego involuntário é previsto como coberto

pela Previdência na CF, mas não existe nenhum

benefício no RGPS (Regime Geral de Previdência

Social).

A legislação ordinária prevê benefícios e serviços

que assegurem a cobertura dos eventos citados (previstos

no art. 201 da CF), trazendo essa proteção social,

mediante contribuição prévia.

Assim como um seguro de vida, casa ou carro, a

Previdência, como seguro social, exige que haja contribuição

anterior ao evento para ter direitos aos

benefícios e serviços.

A filiação é obrigatória. Não é uma escolha estar

filiado ou não ao sistema previdenciário, é uma obrigação

por lei. Assim, quem trabalha e se enquadra no

conceito de segurado, deverá contribuir para o Sistema

Previdenciário.

O equilíbrio financeiro e atuarial é considerado um

princípio, dada a importância de manter esse equilíbrio

financeiro. Tal princípio justifica que os aportes

financeiros para a Previdência devem ser suficientes

para a cobertura dos benefícios e serviços.

O art. 201 da CF trata da organização do Regime

Geral de Previdência Social (RGPS).

Cabe citar os dispositivos constitucionais (muitas

vezes, abordados em prova pela literalidade da redação).

Vejamos:

§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios

diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada,

nos termos de lei complementar, a possibilidade

de previsão de idade e tempo de contribuição

distintos da regra geral para concessão de aposentadoria

exclusivamente em favor dos segurados:

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação

biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional

e interdisciplinar;

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva

exposição a agentes químicos, físicos e biológicos

prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,

vedada a caracterização por categoria profissional

ou ocupação.

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de

contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado

terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados

para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados,

na forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios

para preservar-lhes, em caráter permanente, o

valor real, conforme critérios definidos em lei.

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência

social, na qualidade de segurado facultativo,

de pessoa participante de regime próprio de

previdência.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas

terá por base o valor dos proventos do

mês de dezembro de cada ano.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral

de previdência social, nos termos da lei, obedecidas

as seguintes condições:

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e

62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado

tempo mínimo de contribuição;

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta

e cinco) anos de idade, se mulher, para os

trabalhadores rurais e para os que exerçam suas

atividades em regime de economia familiar, nestes

incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador

artesanal.

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso

I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o

professor que comprove tempo de efetivo exercício

das funções de magistério na educação infantil

e no ensino fundamental e médio fixado em lei

complementar.

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a

contagem recíproca do tempo de contribuição entre

o Regime Geral de Previdência Social e os regimes

próprios de previdência social, e destes entre si,

observada a compensação financeira, de acordo

com os critérios estabelecidos em lei.

§ 9º-A O tempo de serviço militar exercido nas atividades

de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo

de contribuição ao Regime Geral de Previdência

Social ou a regime próprio de previdência social

terão contagem recíproca para fins de inativação

militar ou aposentadoria, e a compensação financeira

será devida entre as receitas de contribuição

referentes aos militares e as receitas de contribuição

aos demais regimes.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

313


314

§ 10 Lei complementar poderá disciplinar a cobertura

de benefícios não programados, inclusive os

decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida

concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência

Social e pelo setor privado.

título, serão incorporados ao salário para efeito de

contribuição previdenciária e conseqüente repercussão

em benefícios, nos casos e na forma da lei.

§ 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão

previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para

atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive

os que se encontram em situação de informalidade,

e àqueles sem renda própria que se dediquem

exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito

de sua residência, desde que pertencentes a famílias

de baixa renda.

§ 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que

trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo

§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição

fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários

e de contagem recíproca.

§ 15 Lei complementar estabelecerá vedações,

regras e condições para a acumulação de benefícios

previdenciários.

§ 16 Os empregados dos consórcios públicos, das

empresas públicas, das sociedades de economia

mista e das suas subsidiárias serão aposentados

compulsoriamente, observado o cumprimento do

tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade

máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40,

na forma estabelecida em lei.

Todos os dispositivos citados serão exemplificados

e trabalhados ao longo do seu estudo, mas é de suma

importância conhecer a redação constitucional.

Um ponto importante: na ordem social, fica disciplinado

o Regime Geral de Previdência Social, mas,

quando tratamos de Previdência Social de forma

ampla, falamos em Regimes Previdenciários Públicos.

Os regimes próprios, destinados apenas aos servidores

públicos que ocupam cargos de provimento

efetivo na Administração Pública direta e indireta na

União, Estados, Distrito Federal e Municípios, estão

disciplinados na Constituição, no art. 40, o qual trata-

-se da Administração Pública.

Quem trabalha em nosso país, seja na Administração

Pública ou na iniciativa privada, estará vinculado

a um dos regimes previdenciários públicos.

Assim, podemos diferenciar os regimes:

REGIME

RGPS

Regimes

Próprios

ADMINISTRAÇÃO

INSS

Administração

Pública

FILIADOS/

SEGURADOS

Trabalhadores

em geral, especial

iniciativa privada

Servidores públicos

ocupantes de cargo

provimento efetivo.

No art. 202 da CF, está disciplina a Previdência

Complementar, que é de caráter facultativo, prevendo

uma complementação de renda do trabalhador, ou

seja, não exime os segurados da obrigatoriedade de

contribuição previdenciária.

Os regimes complementares exigem cotização, ou

seja, investimento de valores por um determinado

período, que serão realizados por administradores,

para fazer jus aos benefícios do sistema.

Caso os sistemas complementares necessitem de

recursos, o Poder Público não poderá aportar. Porém,

caso o RGPS esteja em déficit, a União deverá prover

recursos para que este cumpra com suas obrigações.

Cabe, agora, a leitura deste artigo:

Art. 202 O regime de previdência privada, de caráter

complementar e organizado de forma autônoma

em relação ao regime geral de previdência

social, será facultativo, baseado na constituição de

reservas que garantam o benefício contratado, e

regulado por lei complementar.

§ 1º A lei complementar de que trata este artigo

assegurará ao participante de planos de benefícios

de entidades de previdência privada o pleno acesso

às informações relativas à gestão de seus respectivos

planos.

§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios

e as condições contratuais previstas nos estatutos,

regulamentos e planos de benefícios das entidades

de previdência privada não integram o contrato de

trabalho dos participantes, assim como, à exceção

dos benefícios concedidos, não integram a remuneração

dos participantes, nos termos da lei.

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de

previdência privada pela União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,

empresas públicas, sociedades de economia mista

e outras entidades públicas, salvo na qualidade de

patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma,

sua contribuição normal poderá exceder a do

segurado.

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre

a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,

inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de

economia mista e empresas controladas direta ou

indiretamente, enquanto patrocinadores de planos

de benefícios previdenciários, e as entidades de previdência

complementar.

§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á,

no que couber, às empresas privadas

permissionárias ou concessionárias de prestação

de serviços públicos, quando patrocinadoras de

planos de benefícios em entidades de previdência

complementar.

§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos

para a designação dos membros das diretorias das

entidades fechadas de previdência complementar

instituídas pelos patrocinadores de que trata o §

4º e disciplinará a inserção dos participantes nos

colegiados e instâncias de decisão em que seus

interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Princípio é aquilo que fundamenta algo, a essência

de determinada coisa.

A Seguridade Social possui princípios pelos quais

as ações deverão ser norteadas, tanto de forma expressa

(no caso dos princípios previstos no art. 194 da CF)

como implícitos, conforme aqueles que são previstos

no decorrer do texto constitucional.

Iniciaremos, agora, o estudo dos princípios

expressos.

São 7 os princípios previstos na CF, estabelecidos

no parágrafo único do art. 194:


Art. 194 [...]

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos

termos da lei, organizar a seguridade social, com

base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e

serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se,

em rubricas contábeis específicas para

cada área, as receitas e as despesas vinculadas a

ações de saúde, previdência e assistência social,

preservado o caráter contributivo da previdência

social;

VII - caráter democrático e descentralizado da

administração, mediante gestão quadripartite,

com participação dos trabalhadores, dos empregadores,

dos aposentados e do Governo nos órgãos

colegiados.

Cabe uma breve explicação sobre cada um destes

princípios:

• Universalidade da Cobertura e do Atendimento:

determina que as ações deverão atender a todas

as pessoas (atendimento) e a todos os eventos que

merecem atenção, por colocar a pessoa em extrema

necessidade (cobertura).

Na saúde, visualizamos de forma plena a universalidade

de atendimento, pois todos têm direito a ela. Já

na Previdência essa universalidade é mitigada, já que

se exige a contribuição prévia.

contribuirão mais. Um exemplo disso é o fato de as

empresas contribuírem mais que os empregados.

Diversidade da base de financiamento, identificando-se,

em rubricas contábeis específicas para

cada área, as receitas e as despesas vinculadas a

ações de saúde, previdência e assistência social, preservado

o caráter contributivo da previdência social:

as fontes de recursos devem ser variadas, para não pôr

em risco a gestão do Sistema. O art. 195, da CF, proclama

que a Seguridade será financiada por toda a sociedade

e possibilita que novas fontes de custeio sejam criadas.

Ainda, determina quais os valores destinados. A parte

final deixa claro a necessidade de justificar as contas de

cada uma das políticas da Seguridade Social.

Caráter democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação

dos trabalhadores, dos empregadores, dos

aposentados e do Governo nos órgãos colegiados: é

a denominada gestão quadripartite do Sistema com

participação do Governo, empresas, trabalhadores e

aposentados em órgãos colegiados.

Além dos princípios expressos, no decorrer da

Constituição, existem os denominados princípios

implícitos. São de igual importância, mas não estão

denominados de forma expressa como princípio.

Vejamos quais são eles:

Tríplice Custeio: A Seguridade será financiada

pelo Governo, trabalhadores e empregadores, sem

prejuízo da contribuição indireta de toda a sociedade.

Importante!

O custeio é tripartite e a gestão é quadripartite.

As bancas gostam de confundir!

• Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e

Serviços às populações urbanas e rurais: não

existem diferenças entre aqueles que vivem no

campo ou na cidade. Uniformidade exige que as

mesmas contingências devam ser cobertas e a

equivalência determina que, no aspecto pecuniário

ou na qualidade dos serviços prestados, deve

existir equivalência. Atente-se, pois equivalência

não quer dizer igualdade, uma vez que podemos

ter critérios de concessão diferentes, como a aposentadoria

para o trabalhador rural.

• Seletividade e Distributividade na Prestação

dos Benefícios: sabemos que os recursos financeiros

são limitados, portanto esse princípio clama

que as maiores urgências (tendo, por base, as possibilidades

econômicas financeiras do país) devem

ser atendidas.

Quer um exemplo? A vacinação. Não sendo possível

disponibilizar para todos (o que seria o contexto

ideal e atenderia ao princípio da universalidade),

serão contemplados, ao menos, aqueles que se enquadram

no grupo de risco.

Irredutibilidade no Valor dos Benefícios: garante

a irredutibilidade do valor dos benefícios. Atente-se,

pois os benefícios da Seguridade Social devem

garantir a irredutibilidade nominal, ou seja, o valor

inicialmente concedido. Além disso, os benefícios da

Previdência Social devem ser reais, devendo, os reajustes,

preservar o poder aquisitivo.

Equidade na Forma de Participação do Custeio:

as contribuições devem ser instituídas conforme

a capacidade econômica do contribuinte. Assim

sendo, aqueles que possuem maior poder econômico

Contrapartida ou Preexistência do Custeio com

relação aos serviços e aos benefícios: nenhum benefício

poderá ser criado, majorado ou estendido sem a

fonte total de custeio prévio.

Anterioridade Nonagesimal ou Noventena: As

contribuições sociais poderão ser exigidas somente

após o prazo de 90 dias da data da publicação da Lei

que as houver instituído, majorados ou modificado.

Atente-se, pois não se aplica a noventena em mudanças

de data para recolhimento de contribuição social.

Solidariedade: a Seguridade é movida por esse

princípio. No caput do art. 195 da CF está expresso

que toda a sociedade contribui para a Seguridade. Um

exemplo prático é o fato de o sujeito, já aposentado,

mas continua trabalhando, ter que contribuir para a

Previdência. Mesmo não fazendo jus à nova aposentadoria,

a conduta tem, por fundamento, tal princípio.

Progressividade das contribuições sociais: As

contribuições sociais das empresas poderão ter alíquotas

diferenciadas em razão da atividade econômica,

da utilização intensiva de mão de obra, do porte da

empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho,

sendo, também, autorizada a adoção de bases

de cálculo diferenciadas apenas para contribuições

sobre receita/faturamento e lucro, no caso das alíneas

“b” e “c” do inciso I do caput.

PRINCÍPIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Tenha atenção para não confundir os princípios da

seguridade e da previdência, que são semelhantes em

alguns pontos.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

315


316

São princípios da Previdência Social, de acordo

com a Lei nº 8.2013/91:

Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes

princípios e objetivos:

I - universalidade de participação nos planos

previdenciários;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e

serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios;

IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição

corrigidos monetariamente;

V - irredutibilidade do valor dos benefícios de

forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;

VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos

do salário-de-contribuição ou do rendimento

do trabalho do segurado não inferior

ao do salário mínimo;

VII - previdência complementar facultativa, custeada

por contribuição adicional;

VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão

administrativa, com a participação do governo

e da comunidade, em especial de trabalhadores em

atividade, empregadores e aposentados.

Parágrafo único. A participação referida no inciso

VIII deste artigo será efetivada a nível federal, estadual

e municipal.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Julgue o item seguinte,

relativos à seguridade social e ao regime geral de previdência

social.

A saúde e a assistência social integram a seguridade

social e são prestadas, independentemente de contribuição,

nos casos legais; já a previdência social apresenta

caráter contributivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A Previdência é contributiva, diferenciando-se das

políticas de assistência e saúde que serão prestadas

independente de contribuição prévia. Resposta: Certo.

2. (FCC – 2013) Compete ao Poder Público, nos termos

da lei, organizar a seguridade social, com base nos

seguintes objetivos:

a) irredutibilidade da base de financiamento e caráter

democrático e centralizado da administração, mediante

gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores,

dos empregadores, dos aposentados e do

Governo nos órgãos colegiados.

b) uniformidade da base de financiamento e caráter

democrático e centralizado da administração, mediante

gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores,

dos empregadores, dos aposentados e do

Governo nos órgãos colegiados.

c) diversidade da base de financiamento e caráter

democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e

do Governo nos órgãos colegiados.

d) equidade da base de financiamento e caráter democrático

e descentralizado da administração, mediante gestão

tripartite, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores e do Governo nos órgãos colegiados.

e) seletividade da base de financiamento e caráter

democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e

do Governo nos órgãos colegiados.

Questão recorrente nos concursos, versando sobre

os princípios ou objetivos da Seguridade Social. A

alternativa que contempla aqueles previstos no

artigo 194 da CF é a letra “C”. Vamos analisar cada

alternativa:

A) Incorreta: o primeiro erro da alternativa está em

dizer que é princípio a irredutibilidade da base de

financiamento, sendo que o correto é diversidade.

Além disso, conforme o inciso VII do art. 194 da CF,

a Seguridade terá, como princípio, o caráter democrático

e descentralizado e, não, centralizado, como

afirma a alternativa.

B) Incorreta, pois não é uniformidade da base

de financiamento e, sim, diversidade da base de

financiamento.

C) Correta: a alternativa traz, na íntegra, o texto do

inciso VII do Art. 194 da CF.

D) Incorreta: a seguridade social tem um custeio tripartite,

por isso não se pode falar em equidade da

base de financiamento, que seria a igualdade, mas,

sim, em diversidade, pois temos mais de uma base

de financiamento para esse sistema.

E) Incorreta: como já visto nas outras alternativas,

o correto é a diversidade da base de financiamento.

Resposta: Letra C.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA

Conteúdo

Antes de avançarmos no estudo do Direito Previdenciário,

é importante conceituar e, também, entender

algumas regras gerais sobre legislação, com fundamento

na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro.

Quando se pensa em Previdência, é impossível não

relacionar o termo com as situações de um idoso que

se aposenta, ou de uma pessoa doente que precisa de

auxílio. Pensar em Previdência é pensar no amparo

do trabalhador e de seus dependentes que estão passando

por uma fase na qual não existe forma de buscar

sustento pelo trabalho, seja por idade avançada,

doença, morte e outros.

Quando falamos sobre a legislação previdenciária,

falamos do conjunto de normas que disciplinam as

regras de proteção a essas pessoas. O estudo do Regime

Geral de Previdência Social tem, como principais

normas:

• a Constituição Federal;

• a Lei nº 8.212/91 – Plano de Custeio da Seguridade

Social;

• a Lei nº 8.213/91 – Plano de Benefícios da Previdência

Social;

• o Decreto 3.048/99 – Regulamento da Previdência

Social.


A partir deste breve conceito, abordaremos a

Autonomia, as Fontes, a Hierarquia, a Interpretação,

a Aplicação e a Integração da norma, que se tratam de

regras gerais aplicadas ao direito.

Autonomia

O Direito Previdenciário é um ramo do Direito

Público, o que significa que predominam regras de

direito público sobre o particular.

Exemplificando: em um contrato de compra e

venda de um imóvel entre duas pessoas físicas, existe

a liberdade de negociar (dentro dos limites que a

lei impõe), podendo ajustar valores, entrega, entre

outros detalhes. Já quando se trata da aposentadoria,

no RGPS, não existe a possibilidade de negociação: a

pessoa deverá enquadrar-se nas regras impostas para

todos pela lei e o servidor deverá conceder benefícios,

caso a pessoa preencha os requisitos.

O Direito Previdenciário é um ramo dotado de

autonomia, o que significa, de forma didática, que este

possui um conjunto de regras e definições que permitem

sua plena aplicação sem necessidade de recorrer

a outros ramos do Direito.

1

2

3

4

Fontes

Como bem explica Kertzman (2020), fonte do direito

é “todo fato social gerador de normas jurídicas previdenciárias.

Dividem-se em materiais e formais.”

Fonte material são fatos sociais que implicam em

produção de leis para regulamentação ou atualização

do direito. Cito exemplos: com a população vivendo

cada vez mais (ou seja, com expectativa de vida

aumentando), é necessário pensar em Reforma Previdenciária,

tornando a previdência autossustentável.

Em uma época remota, era impensável a legalização

de casamento de casais do mesmo sexo, porém,

hoje, isso é uma realidade e a legislação previdenciária

deve acompanhar essas evoluções, prevendo, nas

normas, a possibilidade de pensão e, até mesmo, de

concessão de salário maternidade para estes casais.

A sociedade está em constante movimento e a

legislação deverá acompanhar.

Já as fontes formais são a lei, as normas já regulamentadas,

escritas, que regem o Direito Previdenciário.

Doutrinariamente, dividem-se as fontes formais em:

• Fontes Estatais e Não Estatais: as primeiras derivam

da lei em sentido amplo e as segundas correspondem

à Doutrina (produção científica de estudioso

do Direito) e aos costumes (ações reiteradas que

parecem ser parte do ordenamento jurídico);

• Fontes Primárias e Secundárias: as primárias

(como, por exemplo: Lei em sentido amplo, Medida

Provisória etc.) são as normas que originam

o Direito e as secundárias (como, por exemplo:

decretos, pareceres, instrução normativa etc.)

regulamentam o Ordenamento Jurídico.

Hierarquia

A hierarquia nada mais é que a superioridade de

uma norma sobre a outra. Aqui, temos a famosa Pirâmide

de Kelsen:

1 - Normas Constitucionais (CF e Emendas Constitucionais);

2 - Leis: Complementares, Ordinárias, Delegadas;

Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções

do Senado;

3 - Decretos Regulamentares, Instruções Normativas

ministeriais, circulares, orientações, portarias;

4 - Normas Infralegais.

Desta forma, se uma norma inferior for conflitante

com a superior, aplica-se a norma superior. Já quando

existe conflito de normas de mesma hierarquia, aplicam-se

as seguintes regras:

• Norma específica sobre a geral;

• In dubio pro misero: se existem dúvidas, aplica-se

a lei que beneficia a parte mais fraca da relação.

Na relação previdenciária, o beneficiário é a parte

mais fraca com relação a Previdência.

Quanto à competência para legislar, a CF determina

que esta é ação privativa da União, nos termos de

seu art. 22, inciso XXIII, bem como, sobre o Regime

Geral de Previdência Social (RGPS). Porém, a União

poderá, através de Lei Complementar, autorizar os

Estados a legislarem sobre a Seguridade.

No entanto, é competência comum dos entes

federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)

legislar sobre matérias relativas à saúde e à

assistência social (art. 23, II, da CF).

Será de competência concorrente, cabendo à

União estabelecer normas gerais e, aos Estados Membros,

Distrito Federal e Municípios, caberá estabelecer

normas suplementares com relação à Previdência

Social (art. 24, XII, parágrafo segundo, da CF).

APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS,

INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E

INTERPRETAÇÃO

Aplicar a norma nada mais é que a técnica de aplicar

a lei prevista para o fato concreto.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

317


318

Se o sujeito possui 65 anos de idade e 25 anos de

contribuição e solicita aposentadoria na Previdência,

cabe ao INSS analisar se este preenche os requisitos

que a lei prevê. Em caso positivo e existindo previsão

para tal solicitação, conceder-se-á o benefício.

A problemática ocorre quando a lei é omissa, ou

seja, o legislador não conseguiu prever todas as situações

que poderiam surgir na sociedade que está em

constante modificação, não restando clareza para a

aplicação ao caso concreto.

Neste ponto é que entra nosso próximo tópico:

Integração da Norma.

Integração da Norma

Quando a lei é omissa quanto ao fato concreto,

utiliza-se a integração da norma, que está prevista no

art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB):

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o

caso de acordo com a analogia, os costumes e os

princípios gerais de direito.

Vamos entender melhor esses institutos:

• Analogia: aplicar, no caso concreto, a norma já

existente para caso distinto, mas semelhante.

Ela se divide em:

• Legal: aplicação da norma jurídica próxima;

• Jurídica: aplicação de um conjunto de normas

jurídicas semelhantes.

Por exemplo: imagine um divórcio entre um casal

que possui um cachorro. Ambos querem o cachorro,

pois o animal é como um filho para eles. Como não

é possível vender o cão e dividir o dinheiro, frente a

todo apego emocional, o juiz pode aplicar as regras

sobre a guarda de filhos, determinando com quem

fica, dias e horários de visitas etc.

• Costumes: é a prática constante e geral de um ato

com a certeza de ser norma jurídica. Temos, como

exemplo, o cheque pré-datado, que não é previsto

legalmente, mas seu uso é respeitado e, inclusive,

tal prática é amparada pela Jurisprudência (que

compreende o entendimento dos nossos Tribunais

sobre determinada matéria frente à legislação).

• Princípios gerais de direito: estão na norma de

forma implícita, orientando o Direito, como por

exemplo, a boa-fé.

A equidade é um ideal de justiça, não previsto

expressamente na LINDB, tratado como um meio de

auxiliar na missão de integrar a norma.

Vigência

Para uma lei ser aplicada, ela precisa ser válida no

momento em que se concretiza o ato.

Em geral, as normas são vigentes por tempo indeterminado,

até que outra norma venha revogar. As

normas também poderão sofrer alterações (algo muito

constante no Direito Previdenciário)

Antes de adentrarmos ao tema, veremos, a seguir,

o embasamento legal da LINDB:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a

vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois

de oficialmente publicada.

§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade

da lei brasileira, quando admitida, se inicia três

meses depois de oficialmente publicada.

§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova

publicação de seu texto, destinada a correção, o

prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores

começará a correr da nova publicação.

§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se

lei nova.

Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a

lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente

o declare, quando seja com ela incompatível

ou quando regule inteiramente a matéria de que

tratava a lei anterior.

§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou

especiais a par das já existentes, não revoga nem

modifica a lei anterior.

§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada

não se restaura por ter a lei revogadora perdido a

vigência.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando

que não a conhece.

Quando uma lei é publicada, ela passa a ter vigência,

sendo aplicada em um determinado território (espaço)

e, em regra, por tempo indeterminado (tempo).

O início da vigência poderá ser de imediato ou

após um prazo definido na própria lei. Ao final da lei,

quando publicada, sempre aparece o momento que a

lei entra em vigor. Vamos a alguns exemplos:

• Código Civil, previsão do art. 2.044:

Art. 2.044 Este Código entrará em vigor 1 (um) ano

após a sua publicação.

• Lei do Macarrão (sim, existe o dia oficial do macarrão,

estipulado em lei):

Conforme a Lei nº 13.050, de 8 de dezembro de

2014, art. 2º:

Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Perceba que, quanto maior o impacto da lei no dia

a dia das pessoas, maior será o tempo da denominada

“vacatio legis”. E o que seria isso?

No exemplo dado, vimos que o Código Civil entraria

em vigor depois de um ano da sua publicação. Esse um

ano é denominado vacatio legis. No período que aguardamos

a lei entrar em vigência, as regras previstas não

podem ser aplicadas, sendo aplicada lei anterior, se

houver.

A Lei de Introdução às normas do direito brasileiro

(Decreto – Lei nº4.657, de 1942) prevê que se uma

lei for publicada sem a informação da data que entra

em vigor, essa lei entrará em vigência após 45 dias da

data da publicação (art. 1º da LINDB).

Dica

Quando a lei instituir ou modificar de contribuição

social, a vacatio legis mínima é de 90 dias.


Finalmente, sobre a vigência da lei, é importante

frisar que a Lei Nova respeita:

O CNPS é presidido pelo Ministro da Previdência

Social e tem como membros:

• Ato Jurídico perfeito: aquele consumado, segundo

a lei vigente, ao tempo em que se efetuou.

• Direito Adquirido: é aquele que se incorpora,

definitivamente, ao patrimônio, à personalidade

da pessoa, muito falado no direito previdenciário,

pois, se a pessoa preenche os requisitos legais para

a aposentadoria, este direito não será prejudicado

com lei nova.

• Coisa Julgada: é a decisão judicial contra a qual

não cabem mais recursos, tornando-se definitiva.

Interpretação

Interpretar significa compreender o alcance da lei,

atribuindo-lhe um significado, um sentido.

A doutrina prevê as seguintes formas de interpretação:

• Gramatical ou literal: leva-se em conta o sentido

literal expresso na norma.

• Histórico ou evolutivo: leva-se em conta o contexto

cultural, social e político da época na qual a

lei foi criada.

• Lógico: o intérprete busca encontrar a melhor

maneira de aplicar a norma no caso concreto.

• Teleológico: busca aplicar as normas de direito,

levando-se em conta sua finalidade, a qual, no

Direito Previdenciário, compreende a questão

social.

• Sistemático: é a utilização de todos os meios de

interpretação.

6 Representantes do

Governo

CNPS

9 Representantes da

Sociedade Civil

Para a representação da sociedade civil, teremos,

totalizando os nove membros: 3 representantes dos

aposentados e pensionistas; 3 dos trabalhadores em

atividade; e 3 dos empregadores.

Art. 295 [...]

§ 1º Os membros do Conselho Nacional de Previdência

Social e seus respectivos suplentes serão

nomeados pelo Presidente da República, tendo os

representantes titulares da sociedade civil mandato

de dois anos, podendo ser reconduzidos, de

imediato, uma única vez.

§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade,

dos aposentados, dos empregadores e seus

respectivos suplentes serão indicados pelas centrais

sindicais e confederações nacionais.

As reuniões ordinárias serão mensais, não podendo

adiar, por mais de quinze dias, se houver requerimento

nesse sentido da maioria dos conselheiros.

As competências e obrigações do CNPS estão previstas

no art. 296 do Decreto 3.048/99):

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Órgãos Colegiados da Previdência Social

No art. 194, inciso VII do parágrafo único da CF,

está prevista a gestão quadripartite, com a participação

dos empregadores, trabalhadores, aposentados e

do Estado, em órgãos colegiados.

Para que essa participação social seja efetivada,

temos os denominados órgãos colegiados no âmbito

da Previdência Social, quais sejam:

• Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS);

• Conselhos de Previdência Social (CPS);

• Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).

No âmbito da Saúde e da Assistência também

temos o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS).

Para o nosso estudo, é importante falarmos das

funções e da organização dos conselhos no âmbito da

Previdência Social. A seguir, veremos cada um deles.

Conselho Nacional de Previdência Social

De acordo com o art. 295, este é um órgão superior

de deliberação colegiada e tem, como finalidade, a deliberação

sobre a política de Previdência Social e sobre a

gestão do sistema previdenciário, em âmbito nacional.

Art. 296 Compete ao Conselho Nacional de Previdência

Social:

I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões

de políticas aplicáveis à previdência social;

II - participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente,

a gestão previdenciária;

III - apreciar e aprovar os planos e programas da

previdência social;

IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias

da previdência social, antes de sua consolidação na

proposta orçamentária da seguridade social;

V - acompanhar e apreciar, mediante relatórios

gerenciais por ele definidos, a execução dos planos,

programas e orçamentos no âmbito da previdência

social;

VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente

à previdência social;

VII - apreciar a prestação de contas anual a ser

remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo,

se for necessário, contratar auditoria externa;

VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio,

acima dos quais será exigida a anuência prévia

do Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto

Nacional do Seguro Social para formalização de

desistência ou transigência judiciais, conforme o

disposto no art. 353;

IX - elaborar e aprovar seu regimento interno;

X - aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento

dos benefícios por intermédio da rede bancária

ou por outras formas; e

XI - acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação

e manutenção do Cadastro Nacional de Informações

Sociais.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

319


320

Conselho da Previdência Social

Com a finalidade de criar unidades descentralizadas

do CNPS, surgiu os CPS no âmbito das gerências

executivas, as quais são responsáveis pela gestão de

diversas agências da Previdência Social, previstos no

art. 296-A do Decreto 3.048/99:

4 Representantes do

Governo

CPS

6 Representantes da

Sociedade Civil

Dos 6 representantes da sociedade civil, teremos 2

dos empregadores, 2 dos empregados e 2 dos aposentados

e pensionistas.

O presidente do Conselho é o Gerente Executivo e

ele designará os conselheiros.

O Governo será presentado (art. 296-A, § 2º):

I - nas cidades onde houver mais de uma

Gerência-Executiva:

a) pelo Gerente-Executivo da Gerência-Executiva

b) outros Gerentes-Executivos; ou

c) servidores da Divisão ou do Serviço Benefícios

ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal

Especializada junto ao INSS de Gerência-Executiva

sediadas na cidade, ou de representante da Secretaria

da Receita Federal do Brasil, ou de representante

da DATAPREV.

II - nas cidades onde houver apenas uma Gerência

Executiva:

a) pelo Gerente-Executivo;

b) servidores da Divisão ou do Serviço de Benefícios

ou de Atendimento ou da Procuradoria Federal

Especializada junto ao INSS da Gerência-Executiva,

ou de representante da Secretaria da Receita Federal

do Brasil, ou de representante da DATAPREV.

As reuniões serão mensais ou bimensais e abertas

ao público.

§ 4º Os representantes dos trabalhadores, dos aposentados

e dos empregadores serão indicados pelas

respectivas entidades sindicais ou associações

representativas.

As funções dos conselheiros dos CPS não serão

remuneradas e seu exercício será considerado serviço

público relevante, não sendo arcados, pela Previdência,

eventuais custos de deslocamento.

Os CPS têm caráter consultivo e de assessoramento,

competindo, ao CNPS, regular seus procedimentos

para funcionamento, competências, critérios de seleção

dos membros, prazo dos mandatos e estipular

resoluções e regimento do CPS.

Por fim, cabe citar o art. 297 ao 302 do Decreto

3.048/99:

Art. 297 Compete aos órgãos governamentais:

I - prestar toda e qualquer informação necessária

ao adequado cumprimento das competências do

Conselho Nacional de Previdência Social, fornecendo

inclusive estudos técnicos; e

II - encaminhar ao Conselho Nacional de Previdência

Social, com antecedência mínima de dois meses

do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta

orçamentária da previdência social, devidamente

detalhada.

Art. 298 As resoluções tomadas pelo Conselho

Nacional de Previdência Social deverão ser publicadas

no Diário Oficial da União.

Art. 299 As reuniões do Conselho Nacional de Previdência

Social serão iniciadas com a presença da

maioria absoluta de seus membros, sendo exigida

para deliberação a maioria simples de votos.

Art. 300 As ausências ao trabalho dos representantes

dos trabalhadores em atividade, decorrentes

das atividades do Conselho Nacional de Previdência

Social, serão abonadas, computando-se como

jornada efetivamente trabalhada para todos os fins

e efeitos legais.

Art. 301 Aos membros do Conselho Nacional de

Previdência Social, enquanto representantes dos

trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é

assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação

até um ano após o término do mandato de

representação, somente podendo ser demitidos por

motivo de falta grave, regularmente comprovada

mediante processo judicial.

Art. 302 Compete ao Ministério da Previdência e

Assistência Social proporcionar ao Conselho Nacional

de Previdência Social os meios necessários ao

exercício de suas competências, para o que contará

com uma Secretaria Executiva do Conselho Nacional

de Previdência Social.

Conselho de Recursos da Previdência Social

Este é um órgão de controle jurisdicional das decisões

do INSS nos processos administrativos, vinculado

ao Ministério da Economia.

São órgãos do CRPS:

CRPS

Juntas de Recursos

Câmaras de Julgamento

Conselho Pleno

Art. 303 [...]

§ 2º O CRPS é presidido por representante do Governo,

com notório conhecimento da legislação previdenciária,

nomeado pelo Ministro de Estado da

Previdência Social, cabendo-lhe dirigir os serviços

administrativos do órgão.

Quanto às juntas de recursos e às câmaras de julgamento,

estas serão presididas por representante do

Governo Federal, sendo integradas por quatro conselheiros

em cada turma, nomeados pelo Ministro de

Estado da Economia, com a seguinte composição:

De acordo com o inc. I do § 4º, para os órgãos com

competência para processar e julgar as contestações

ou os recursos referentes a decisões do INSS em processos

de interesse dos beneficiários, contestações

sobre o FAP proferidas pelo INSS, relacionadas à comprovação

de atividade rural de segurado especial e

aos vínculos e remunerações dos segurados, para fins


de cálculo do salário de benefício, comprovação de

filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo

de contribuição e relação de emprego:

a) dois representantes do Governo federal;

b) um representante das empresas; e

c) um representante dos trabalhadores.

Já de acordo com o inc. II do § 4º, para os órgãos

com competência para processar e julgar os recursos

de que tratam sobre compensação financeira entre os

regimes previdenciários públicos e infrações/irregularidades

com relação a Regimes Próprios:

a) dois representantes do Governo federal;

b) um representante dos entes federativos; e

c) um representante dos servidores públicos.

§ 5º O mandato dos conselheiros do CRPS é de três

anos, permitida a recondução, cumpridos os seguintes

requisitos:

I - os representantes do Governo federal serão escolhidos

entre servidores federais, preferencialmente

do Ministério da Economia ou do INSS, ou de outro

órgão da administração pública federal, estadual,

municipal ou distrital, com graduação em Direito,

os quais prestarão serviços exclusivos ao CRPS,

sem prejuízo dos direitos e das vantagens percebidos

no cargo de origem;

II - os representantes das empresas e dos trabalhadores

serão escolhidos entre os indicados em lista

tríplice pelas entidades de classe ou sindicais das

respectivas jurisdições, com graduação em Direito,

e serão enquadrados como segurados obrigatórios

do RGPS na condição de contribuintes individuais;

III - os representantes dos entes federativos e dos

servidores públicos serão escolhidos entre os indicados

em lista tríplice pelo Conselho Nacional dos

Regimes Próprios de Previdência Social, observadas

as respectivas representações, com graduação

em Direito, e manterão a qualidade de segurados

do regime próprio a que estejam vinculados; e

IV - os representantes não poderão incidir em situações

que caracterizem conflito de interesses, nos

termos do disposto no art. 10 da Lei nº 12.813, de

16 de maio de 2013.

Assim, cada órgão, dentro do CRPS, tem por missão:

• Conselho Pleno: uniformizar a jurisprudência

previdenciária;

• Juntas de Recursos: julgar em primeira instância:

Art. 305 [...]

I - os recursos das decisões proferidas pelo INSS nos

processos de interesse de seus beneficiários;

II - os recursos das decisões proferidas pelo INSS

relacionados à comprovação de atividade rural

de segurado especial, ou às demais informações

relacionadas ao CNIS Sobre os vínculos e as remunerações

dos segurados, para fins de cálculo do

salário-de-benefício, comprovação de filiação ao

Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição

e relação de emprego.

III - os recursos de decisões relacionadas à compensação

financeira de que trata a Lei nº 9.796, de 5

de maio de 1999 (Emissões de CTC para contagem

recíproca de tempo de Contribuição)

IV - as contestações relativas à atribuição do FAP

aos estabelecimentos da empresa; e

V - os recursos relacionados aos processos sobre

irregularidades verificadas em procedimento de

supervisão e de fiscalização nos regimes próprios

de previdência social e aos processos sobre apuração

de responsabilidade por infração às disposições

da Lei nº 9.717, de 1998 (dispõe sobre a organização

e funcionamento de Regimes Próprios).

• Câmaras de Julgamento: Julgar recursos segunda

instância.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com relação ao RGPS,

julgue o item que se segue.

O RGPS constitui um gênero do qual são espécies a

previdência dos servidores públicos, a dos trabalhadores

empregados da iniciativa privada e a dos trabalhadores

autônomos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Regime Geral de Previdência Social trata somente

do sistema de previdência que se estende a todos

os trabalhadores da iniciativa privada e aos trabalhadores

autônomos; os regimes de previdência dos

servidores públicos estão dispostos em outras leis.

Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com relação ao conteúdo

e à autonomia da legislação previdenciária, julgue

o item abaixo.

Lei complementar editada pela União poderá autorizar

os estados e o DF a legislar sobre questões específicas

relacionadas à seguridade social.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Legislar sobre seguridade social é competência privativa

da União, porém o parágrafo único do Art.

22 da CF prevê que, por meio de Lei Complementar,

essa competência poderá ser delegada para os estados.

Veja como é tratado na Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar

sobre:

XXIII - seguridade social;

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar

os Estados a legislar sobre questões específicas das

matérias relacionadas neste artigo. Resposta: Certo.

3. (CESPE-CEBRASPE - 2016) Com base no disposto na

Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios

da previdência social e dá outras providências, julgue

o item seguinte.

Compõem o Conselho Nacional de Previdência Social

representantes do governo federal e da sociedade

civil, a qual é representada por aposentados e pensionistas,

trabalhadores em atividade e empregadores.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é

composto por 6 representantes do Governo e por 9

representantes da sociedade civil, sendo 3 aposentados/pensionistas,

3 trabalhadores em atividade e 3

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

321


322

empregadores, conforme prevê o art. 296 do Decreto

3.048/99. Resposta: Certo.

4. (FCC – 2012) A interpretação da legislação previdenciária

deve observar

a) o costume, quando mais favorável ao segurado.

b) a Jurisprudência do Juizado Especial Federal.

c) a analogia, quando mais favorável ao segurado.

d) os princípios gerais de direito, na omissão legislativa.

e) o princípio do in dúbio pro societate em qualquer

situação.

Dentre as assertivas, está correta a D que trata de

uma forma de integração da norma quando a lei é

omissa. Veja que a questão não tratou das regras

doutrinarias de interpretação, trazendo no comando

a interpretação de forma ampla, cobrando sobre

regras de aplicação e integração da norma. Resposta:

Letra D.

5. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Mateus requereu ao

órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doença

em aposentadoria por invalidez. O INSS indeferiu o

pedido de Mateus por considerar que a doença que o

acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetível

de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos

processos administrativos de competência do INSS,

julgue o item que se segue.

Caso seja interposto recurso contra a decisão que

indeferiu o pedido de Mateus, o órgão regional do INSS

que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo

encaminhar o recurso à instância competente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O INSS pode, sim, reformar sua decisão e não precisará

encaminhar o recurso à instancia competente

quando a reforma for favorável ao segurado. Veja o

que prevê o Decreto 3048/99:

Art. 305 encaminhar, no caso de reforma favorável

ao interessado, a contestação ou o recurso à instância

competente ou de rever o ato para o não prosseguimento

da contestação ou do recurso. Resposta:

Errado.

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA

SOCIAL

BENEFICIÁRIOS DO RGPS

Conceitos Iniciais

Denominamos beneficiários do RGPS – Regime

Geral de Previdência Social – os segurados e seus

dependentes.

Os segurados são aqueles que contribuem para o

Sistema e, em geral, são os trabalhadores. Os dependentes

são aqueles que dependem, economicamente,

do segurado e recebem benefícios na falta daquele.

A lei classifica os segurados em obrigatórios e

facultativos. O primeiro é obrigado, por lei, a estar

filiado ao sistema e, consequentemente, contribuir.

Já o segundo tem a opção de filiar-se ou não ao sistema,

para fazer jus aos benefícios previdenciários.

Essa é uma forma de atingir a universalidade de

atendimento, dando a oportunidade para todos

contribuírem e gozarem de benefícios quando for

necessário.

Desta forma, podemos esquematizar:

Obrigatórios

Segurados

Contribuintes

Fliliação

Compulsória

Facultativos

Quem não se

enquadra como

segurado obrigatório

e não participe de

RPPs

Na categoria de segurados obrigatórios, temos a

seguinte classificação:

• Contribuinte individual;

• Trabalhador Avulso;

• Empregado Doméstico;

• Empregado;

• Segurado Especial.

Dica

A fim de memorizar tal classificação facilmente,

atente-se à mnemônica “CADEE”.

A partir de agora, estudaremos quem são os segurados

e seus dependentes, tendo, com base legal, a Lei

nº 8.213/91 e, principalmente, o artigo 9º do Decreto

nº 3.048/99.

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA:

EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO,

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR

AVULSO E SEGURADO ESPECIAL

• Empregado

Conforme o Decreto nº 3.048/99, em seu art. 9º:

I, a - aquele que presta serviço de natureza urbana

ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob

sua subordinação e mediante remuneração, inclusive

como diretor empregado;

Encontramos esse conceito, também, na CLT – Consolidação

das Leis do Trabalho, a qual trata do empregado

como aquele que trabalha com carteira assinada

e vínculo empregatício.

Por serviço não eventual, entende-se aquele que

está direcionado, direta ou indiretamente, com a atividade

fim (normal) da empresa e a subordinação

liga-se ao poder diretivo do empregador. Ou seja, o


empregado recebe ordens de seu empregador, característica

que o diferencia, por exemplo, do sujeito que

trabalhada de forma autônoma. A remuneração é a

contraprestação pelo trabalho executado.

I, b - aquele que, contratado por empresa de trabalho

temporário, na forma prevista em legislação

específica, por prazo não superior a cento e oitenta

dias, consecutivos ou não, prorrogável por até

noventa dias, presta serviço para atender a necessidade

transitória de substituição de pessoal regular

e permanente ou a acréscimo extraordinário de

serviço de outras empresas;

São aqueles que substituem o pessoal permanente,

trabalham por curto espaço de tempo.

I, c - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado

no Brasil para trabalhar como empregado

no exterior, em sucursal ou agência de empresa

constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e

administração no País;

I, d - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado

no Brasil para trabalhar como empregado

em empresa domiciliada no exterior com maioria

do capital votante pertencente a empresa constituída

sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração

no País e cujo controle efetivo esteja em

caráter permanente sob a titularidade direta ou

indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes

no País ou de entidade de direito público interno;

Esse texto da Lei, expostos nas alíneas “c” e “d”,

que acabamos de ver, causa muita confusão na hora

de resolver questões de prova. Tenha atenção aos pontos

comuns:

I, q - o empregado de organismo oficial internacional

ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,

salvo quando coberto por regime próprio de previdência

social;

Esse segurado pode te levar a confundir com o que

está previsto no art. 9º, V, d, do Decreto nº 3.048/99, o

qual apresenta o segurado como contribuinte individual.

Leia-o com atenção:

d - o brasileiro civil que trabalha no exterior para

organismo oficial internacional do qual o Brasil é

membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,

salvo quando coberto por regime próprio de

previdência social;

A diferença é a palavra UNIÃO. Se o sujeito trabalha

para a União é empregado.

Vamos esquematizar? Siga as etapas ao analisar a

questão, para não confundir o tipo de segurado:

Brasileiro Civil

que trabalha para

Organismos Oficiais

Internacionais de

que o BR é membro

No exterior

No Brasil

Sem amparo

previdenciário

Tem amparo

previdenciário:

excluído do

RGPS

Empregado

Para União:

empregado

Somente

trabalha

(sem ser para

União) e é

contribuinte

individual

• São brasileiros ou estrangeiros;

• Domiciliados e contratados no Brasil;

• Vão trabalhar no exterior.

No primeiro caso, trabalham em sucursal ou agência

de empresa constituída sob as leis brasileiras e

que tenha sede e administração no País. No segundo,

trabalham em empresa domiciliada no exterior, com

a maioria do capital votante pertencente à empresa

constituída sob as leis brasileiras. Ou seja, os segurados

trabalham no exterior, mas mantêm a filiação

com a previdência brasileira.

I, e - aquele que presta serviço no Brasil a missão

diplomática ou a repartição consular de carreira

estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a

membros dessas missões e repartições, excluídos o

não-brasileiro sem residência permanente no Brasil

e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária

do país da respectiva missão diplomática ou

repartição consular;

É a pessoa que trabalha, por exemplo, para o consulado

de um país no território brasileiro, excluídos o não-brasileiro

sem residência permanente no Brasil e o brasileiro

amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva

missão diplomática ou repartição consular.

I, f - o brasileiro civil que trabalha para a União

no exterior, em organismos oficiais internacionais

dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá

domiciliado e contratado, salvo se amparado por

regime próprio de previdência social;

Dica

I, g - o brasileiro civil que presta serviços à União

no exterior, em repartições governamentais brasileiras,

lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar

local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei nº

11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,

em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao

sistema previdenciário local;

I, h - o bolsista e o estagiário que prestam serviços

a empresa, em desacordo com a Lei nº 11.788, de

25 de setembro de 2008;

Se o bolsista/estagiário presta serviços de acordo

com a lei, será segurado facultativo.

I, i - o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou

Município, incluídas suas autarquias e fundações,

ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão

declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Se o segurado ocupa, exclusivamente, cargo em

comissão, ou seja, sem vínculos como servidor na Administração

Pública, será empregado no RGPS. Porém, se

for servidor vinculado ao RPPS, ocupando cargo em

comissão, não será segurado obrigatório ao RGPS.

I, j - o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município,

bem como o das respectivas autarquias e fundações,

ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa

qualidade, não esteja amparado por regime próprio

de previdência social;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

323


324

O ocupante de cargo efetivo somente estará no

RGPS se já não for amparado pelo RPPS. Um exemplo

disso é um servidor efetivo de um pequeno município

que não conte com Regime Próprio Previdenciário.

I, l - o servidor contratado pela União, Estado,

Distrito Federal ou Município, bem como pelas

respectivas autarquias e fundações, por tempo

determinado, para atender a necessidade temporária

de excepcional interesse público, nos termos

do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal;

I, m - o servidor da União, Estado, Distrito Federal

ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,

ocupante de emprego público;

I, o - o escrevente e o auxiliar contratados por titular

de serviços notariais e de registro a partir de 21

de novembro de 1994, bem como aquele que optou

pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade

com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro

de 1994; e

I, p - aquele em exercício de mandato eletivo federal,

estadual, distrital ou municipal, desde que não seja

vinculado a regime próprio de previdência social;

Atente-se às questões que abordam o servidor efetivo

que exerce mandato eletivo, como, por exemplo,

um técnico do INSS eleito deputado ou um delegado

da PF eleito senador. O nosso ordenamento jurídico

permite que ele mantenha a filiação com o regime

próprio quando licenciado para mandato eletivo. São

estas as situações que o excluem, conforme redação

da Lei citada:

I, r - o trabalhador rural contratado por produtor

rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº

5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de

atividades de natureza temporária por prazo não

superior a dois meses dentro do período de um

ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).

Empregado Doméstico

São trabalhadores em âmbito doméstico aqueles

contratados por família ou pessoa física para exercerem

atividades sem fins lucrativos. Veja a redação do

Decreto nº 3.048/99:

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência

social as seguintes pessoas físicas:

II - como empregado doméstico - aquele que presta

serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e

pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial

desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de

dois dias por semana;

São as faxineiras, os caseiros de sitio de lazer, a

babá, a cozinheira, o motorista particular, o cuidador

de idoso, entre outros, os quais trabalham três vezes

na semana, ou seja, mais de dois dias por semana, o

que traz a ideia de um trabalho contínuo.

Contribuinte Individual

O contribuinte é o popular autônomo, profissional

liberal, aquele que trabalha por conta própria e sem

patrão.

Aqui, não se deve ater somente ao conceito popular.

É importante que você conheça quem são os denominados

segurados. Essa categoria foi criada em 1999, unindo

três categorias já existentes: autônomos, empresários

e equiparados a autônomos.

Vamos trabalhar o que o texto do art. 9º, V, do

Decreto:

Art. 9º [...]

V – como contribuinte individual:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora

atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter

permanente ou temporário, em área, contínua

ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais;

ou, quando em área igual ou inferior a quatro

módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista,

com auxílio de empregados ou por intermédio

de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º

e 23 deste artigo;

São os grandes produtores rurais ou, até mesmo,

um pequeno produtor, mas que possui empregados

de forma permanente (empregador rural). Cuidado

para não confundir com segurado especial, que estudaremos

adiante.

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora

atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter

permanente ou temporário, diretamente ou por

intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de

empregados, utilizados a qualquer título, ainda que

de forma não contínua;

b) o ministro de confissão religiosa e o membro de

instituto de vida consagrada, de congregação ou de

ordem religiosa;

São os padres, pastores, freis, entre outros, que

dedicam sua vida à religião.

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para

organismo oficial internacional do qual o Brasil é

membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,

salvo quando coberto por regime próprio de

previdência social;

Tratamos deste segurado quando falamos daqueles

que trabalham para organismos oficiais internacionais,

nos segurados empregados, recorda?

e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho

na empresa:

1. o empresário individual e o titular de empresa

individual de responsabilidade limitada, urbana ou

rural;

2. o diretor não empregado e o membro de conselho

de administração de sociedade anônima;

3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e

4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o

administrador, quanto a este último, quando não for

empregado em sociedade limitada, urbana ou rural;

i) o associado eleito para cargo de direção em

cooperativa, associação ou entidade de qualquer

natureza ou finalidade, bem como o síndico ou

administrador eleito para exercer atividade de direção

condominial, desde que recebam remuneração;

Importante!

Atente-se ao “dirigente sindical”: a Lei prevê que

o dirigente sindical mantém, durante o exercício

do mandato, o mesmo enquadramento no Regime

Geral de Previdência Social (RGPS) de antes

da investidura (art. 11, parágrafo 4º da Lei 8.213

de 1991).


j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural,

em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem

relação de emprego;

l) a pessoa física que exerce, por conta própria,

atividade econômica de natureza urbana, com fins

lucrativos ou não;

m) o aposentado de qualquer regime previdenciário

nomeado magistrado classista temporário da Justiça

do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do

art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único

do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado

magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos

II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição

Federal;

n) o cooperado de cooperativa de produção que,

nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa

mediante remuneração ajustada ao trabalho

executado; e

p) o Micro Empreendedor Individual - MEI

q) o médico participante do Projeto Mais Médicos

para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de

outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura

securitária específica estabelecida por organismo

internacional ou filiação a regime de seguridade

social em seu país de origem, com o qual a República

Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade

social;

r) ro médico em curso de formação no âmbito do

Programa Médicos pelo Brasil que foi instituido

pela Lei 13.958/2019.

Equiparam-se, ainda, aos contribuintes individuais,

de acordo com o Decreto 3.048/99:

§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas

“j” e “l” do inciso V do caput, entre outros:

I - aquele que trabalha como condutor autônomo de

veículo rodoviário, inclusive como taxista ou motorista

de transporte remunerado privado individual

de passageiros, ou como operador de trator, máquina

de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados,

sem vínculo empregatício; (Redação dada pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor

autônomo de veículo rodoviário, em automóvel

cedido em regime de colaboração, nos termos

da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;

III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e

a seu risco, exerce pequena atividade comercial em

via pública ou de porta em porta, como comerciante

ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de

novembro de 1978;

IV - o trabalhador associado a cooperativa que,

nessa qualidade, presta serviços a terceiros;

V - o membro de conselho fiscal de sociedade por

ações;

VI - aquele que presta serviço de natureza não

contínua, por conta própria, a pessoa ou família,

no âmbito residencial desta, em atividade sem fins

lucrativos, até dois dias por semana; (Redação

dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou

registrador, titular de cartório, que detêm a delegação

do exercício da atividade notarial e de registro,

não remunerados pelos cofres públicos, admitidos

a partir de 21 de novembro de 1994;

VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante,

compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros

ou assemelhados;

IX - a pessoa física que edifica obra de construção

civil;

X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932,

de 7 de julho de 1981. (Redação dada pelo Decreto

nº 4.729, de 2003)

XI - o pescador que trabalha em regime de parceria,

meação ou arrendamento, em embarcação de

médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959,

de 2009; (Redação dada pelo Decreto nº 8.424, de

2015)

XII - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei

nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.

XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército

contratado em conformidade com a Lei nº

6.855, de 18 de novembro de 1980; e (Incluído pelo

Decreto nº 3.265, de 1999)

XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade

com a Lei nº 9.615, de 24 de março de

1998. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

XV - o membro de conselho tutelar de que trata

o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

quando remunerado; (Incluído pelo Decreto nº

4.032, de 2001)

XVI - o interventor, o liquidante, o administrador

especial e o diretor fiscal de instituição financeira,

empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

XVII - o transportador autônomo de cargas e o

transportador autônomo de cargas auxiliar, nos

termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro

de 2007; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

XVIII - o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de

14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre

na condição de empregado, prevista no inciso I do

caput, em relação à referida atividade; e (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

XIX - o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22

de outubro de 2015, desde que não se enquadre em

outras categorias de segurado obrigatório do RGPS

em relação à referida atividade. (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020)

Trabalhador Avulso

O Trabalhador avulso tem por características:

• presta serviços de natureza urbana ou rural;

• sindicalizado ou não;

• sem vínculo empregatício;

• intermediação obrigatória de OGMO (Órgão Gestor

de Mão de Obra) ou Sindicato.

É fundamental que você conheça o texto da Lei:

Art. 9º [...]

VI - como trabalhador avulso - aquele que: (Redação

dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza

urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados,

sem vínculo empregatício, com intermediação

obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos

termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho

de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados:

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410,

de 2020).

1. o trabalhador que exerça atividade portuária de

capatazia, estiva, conferência e conserto de carga

e vigilância de embarcação e bloco; (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer

natureza, inclusive carvão e minério; (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

325


326

3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para

carga e descarga de navios); (Incluído pelo Decreto

nº 10.410, de 2020).

4. o amarrador de embarcação; (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

6. o trabalhador na indústria de extração de sal;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

7. o carregador de bagagem em porto; (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

8. o prático de barra em porto; (Incluído pelo Decreto

nº 10.410, de 2020).

9. o guindasteiro; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020).

10. o classificador, o movimentador e o empacotador

de mercadorias em portos; e (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

b) exerça atividade de movimentação de mercadorias

em geral, nos termos do disposto na Lei nº

12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas

ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação

obrigatória do sindicato da categoria, por

meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho,

nas atividades de: (Redação dada pelo Decreto nº

10.410, de 2020).

1. cargas e descargas de mercadorias a granel e

ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento,

ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação,

reordenamento, reparação de carga,

amostragem, arrumação, remoção, classificação,

empilhamento, transporte com empilhadeiras,

paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga

em feiras livres e abastecimento de lenha

em secadores e caldeiras; (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020).

2. operação de equipamentos de carga e descarga; e

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às

operações ou à sua continuidade; (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

§ 7º Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso

VI do caput, entende-se por:

I - capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias

nas instalações dentro do porto, compreendidos

o recebimento, a conferência, o transporte

interno, a abertura de volumes para a conferência

aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entrega

e o carregamento e a descarga de embarcações,

quando efetuados por aparelhamento portuário;

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

II – estiva - a atividade de movimentação de mercadorias

nos conveses ou nos porões das embarcações

principais ou auxiliares, incluindo transbordo,

arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento

e a descarga das mesmas, quando realizados

com equipamentos de bordo;

III - conferência de carga - a contagem de volumes,

anotação de suas características, procedência ou

destino, verificação do estado das mercadorias,

assistência à pesagem, conferência do manifesto e

demais serviços correlatos, nas operações de carregamento

e descarga de embarcações;

IV - conserto de carga - o reparo e a restauração

das embalagens de mercadoria, nas operações de

carregamento e descarga de embarcações, reembalagem,

marcação, remarcação, carimbagem,

etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e

posterior recomposição;

V - vigilância de embarcações - a atividade de fiscalização

da entrada e saída de pessoas a bordo

das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo,

bem como da movimentação de mercadorias nos

portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e

em outros locais da embarcação; e

VI – bloco - a atividade de limpeza e conservação

de embarcações mercantes e de seus tanques,

incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo

de pequena monta e serviços correlatos.

Segurado Especial

A legislação trouxe um regramento diferenciado

para o denominado segurado especial.

Esse tipo de segurado possui forma de contribuição

diferenciada a qual, para ter acesso aos benefícios

previdenciários, basta comprovar a carência exigida

em meses de efetivo exercício de atividade rural.

Para que você compreenda melhor essa diferenciação,

vamos ao exemplo: José planta batata em seu

pequeno sítio. Tem, na propriedade, alguns animais e

uma horta, local onde colhe hortaliças para sua subsistência.

O José depende da batata “crescer”, para

que possa vendê-la e obter uma renda. Seria inviável,

então, exigir que ele contribua todo mês. Neste sentido,

a Lei prevê que ele deve contribuir quando vender

suas batatas, contando os meses trabalhados para

fazer jus aos benefícios previdenciários, pois, enquanto

esperava suas batatas crescerem, trabalhou no seu

cultivo e posterior colheita.

O segurado especial, de acordo com o inc. VII do

art. 9º, é a pessoa física que reside em imóvel rural,

ou em aglomerado urbano ou rural próximo ao imóvel

rural que, individualmente ou em regime de economia

familiar, ainda que com o auxílio eventual de

terceiros, na condição de:

• Produtor;

• Pescador artesanal ou assemelhado;

• Em atividade agropecuária em área contínua ou

não, de até quatro Módulos Fiscais ou seringueiro

ou extrativista vegetal, na coleta e extração, de

modo sustentável, de recursos naturais renováveis,

fazendo dessas atividades o principal meio de vida;

• Não utilize embarcação; ou utilize embarcação de

pequeno porte, nos termos da Lei nº 11.959/2009.

Como produtor, poderá exercer atividades, sendo:

• Proprietário: aquele que é dono e detém os poderes

de usar, gozar, dispor e reaver, conforme previsto

na legislação cível;

• Possuidor: nessa atividade, o produtor não detém

os poderes que o proprietário possui;

• Assentado: aquele que é beneficiário da reforma

agrária;

• Parceiro outorgado: possui contrato com o proprietário,

para partilhar lucros e prejuízos;

• Meeiro: possui contrato com o proprietário, partilhando

rendimentos e custos;

• Usufrutuário: é aquele que não possui a propriedade,

mas tem direito de usar, gozar e perceber os

frutos como se dono fosse;

• Comodatário e Arrendatário: um explora a terra

por empréstimo gratuito (comodatário) e o outro

explora, pagando um aluguel (arrendatário).

Ainda, o cônjuge ou companheiro, bem como

filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a

este equiparado, do segurado produtor e pescador

artesanal que, comprovadamente, tenham participação

ativa nas atividades rurais do grupo familiar (alínea

“c”, VII do art. 9º).


O art. 11, § 1º, da Lei nº 8.213/1991 conceitua como

regime de economia familiar

[...] a atividade em que o trabalho dos membros da

família é indispensável à própria subsistência e ao

desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar

e é exercido em condições de mútua dependência

e colaboração, sem a utilização de empregados

permanentes.

Portanto, para ser segurado especial:

• Produtor: para fins de seguridade especial, o produtor

deverá explorar atividade agropecuária em

área de até 4 módulos fiscais (a extensão é variável

conforme a região do país, você só precisa saber

dos 4 módulos), não possuir empregados permanentes,

realizar as atividades só ou em regime de

economia familiar.

• Pescador ou assemelhado: pesca sem embarcação

ou embarcação pequeno porte

Mesmo não podendo contar com empregados permanentes,

o grupo familiar pode se utilizar de empregados

temporários ou de trabalhadores eventuais, em

épocas de safra ou defeso por no máximo 120 (cento e

vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos

ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em

horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o

período de afastamento em decorrência da percepção de

auxílio-doença” (art. 11, § 7º, da Lei nº 8.213/1991).

O segurado especial sobrevive da pesca ou atividade

agropecuária. A regra é: se este possuir outra fonte

de renda ou outra atividade, estará excluído da condição

de segurado especial.

Porém, o legislador determinou um rol taxativo

de atividades e fontes de renda que são permitidas

ao segurado especial, de acordo com o § 8º do art. 11.

Vejamos:

• Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical

de organização da categoria de trabalhadores

rurais;

• Exercício de mandato de vereador do município

onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente

de cooperativa rural constituída exclusivamente

por segurados especiais;

• Atividade artesanal desenvolvida com matéria-

-prima produzida pelo respectivo grupo familiar,

podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem,

desde que, nesse caso, a renda mensal obtida

na atividade não exceda ao menor benefício de

prestação continuada da Previdência Social;

• Atividade artística, desde que em valor mensal

inferior ao menor benefício de prestação continuada

da Previdência Social;

• Participação do segurado especial em sociedade

empresária ou em sociedade simples, ou a sua atuação

como empresário individual ou como titular

de empresa individual de responsabilidade limitada

de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou

agroturístico, considerada microempresa nos termos

do disposto na Lei Complementar nº 123, de

2006, desde que, mantido o exercício da sua atividade

rural na forma prevista no inciso VII do caput

e no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas

por segurados especiais e sediada no mesmo Município

ou em Município limítrofe àquele em que, ao

menos, um deles desenvolva as suas atividades.

Nos casos em que o segurado especial exercer outra

atividade ou ter outra fonte de renda, salvo situações

previstas na legislação, e, portanto, ficar excluído da

categoria, devem ser observados os seguintes prazos,

de acordo com o § 23 do art. 9º do Dec. nº 3.048/99:

Deixa de satisfazer as

condições de segurado

especial

• Outorga de imóvel rural: através de contrato escrito

de parceria, meação ou comodato de até 50% do

imóvel de até 4 módulos fiscais, que outorgante e

outorgado continuem a exercer a atividade rural;

• Turismo, podendo, inclusive, ser de hospedagem,

na propriedade rural, por um período não superior

a 120 dias ao ano;

• Participação em plano de previdência complementar

que seja instituído por entidade classista que

seja associado e em regime familiar;

• Participar de programa assistencial oficial do

Governo como beneficiário ou fazer parte de grupo

familiar em que algum membro seja beneficiário;

• Beneficiamento ou industrialização artesanal utilizado

pelo grupo familiar na exploração da atividade

(aquele realizado diretamente pelo produtor

rural, como pessoa física que não esteja sujeito ao

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados);

• Associar-se em cooperativa agropecuária ou de

crédito rural;

• Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou

auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor

benefício da Previdência Social;

• Benefício concedido ao segurado qualificado como

segurado especial, independentemente do valor;

• Exercício de atividade remunerada em período

não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados,

no ano civil,

EXCLUSÃO DA

CATEGORIA

DE SEGURADO

ESPECIAL

Primeiro dia

do mês

Primeiro

dia do mês

subsequente

Exceder percentual de

outorga imóvel

Se enquadrar em

outra categoria de

segurado obrigatório

RGPS ou RPPS

Sociedade empresária,

salvo na forma da lei

Exceder limite de

contratação, atividade

remunerada e

hospedagem

Finalmente, a inscrição do segurado especial será

realizada de forma a vinculá-lo ao respectivo grupo

familiar e conterá, além das informações pessoais, a

identificação da propriedade em que desenvolve a

atividade e a que título, se nela reside ou o Município

no qual reside e, quando for o caso, a identificação e

inscrição da pessoa responsável pelo grupo familiar,

conforme determina o art. 17, parágrafo 4º da Lei nº

8.213 de 1991.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

327


328

SEGURADO FACULTATIVO

O segurado facultativo é aquele que não se enquadra

em nenhuma categoria de segurado obrigatório do

RGPS e não está vinculado obrigatoriamente ao RPPS.

Ele contribui, se desejar, com o Sistema Previdenciário,

diferentemente dos segurados obrigatórios, os

quais devem contribuir.

O Decreto nº 3.048/99 traz um rol exemplificativo

daqueles que podem ser considerados segurados

facultativos. Vejamos:

Art. 11 É segurado facultativo o maior de dezesseis

anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência

Social, mediante contribuição, na forma do

art. 199, desde que não esteja exercendo atividade

remunerada que o enquadre como segurado obrigatório

da previdência social.

§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:

I - aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho

doméstico no âmbito de sua residência

II - o síndico de condomínio, quando não

remunerado;

III - o estudante;

IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta

serviço no exterior;

V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório

da previdência social;

VI - o membro de conselho tutelar de que trata o

art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

quando não esteja vinculado a qualquer regime de

previdência social;

VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a

empresa de acordo com a Lei 11.788 de 2008;

VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a

pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,

mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior,

desde que não esteja vinculado a qualquer regime

de previdência social;

IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada

nem esteja vinculado a qualquer regime de

previdência social;

X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior,

salvo se filiado a regime previdenciário de país com

o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e

XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado

ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço,

dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais

empresas, com ou sem intermediação da organização

carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade

artesanal por conta própria.

XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado

a regime próprio de previdência social ou não enquadrado

em uma das hipóteses previstas no art. 9º.

Aquele que participa de regime próprio ficará

proibido de se filiar ao Regime Geral de Previdência

Social, na qualidade de segurado facultativo, salvo na

hipótese de afastamento sem vencimento e desde que

não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo

regime próprio (§ 2º, art. 11).

A filiação, na qualidade de segurado facultativo,

representa ato volitivo, gerando efeito somente a

partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não

podendo retroagir e não permitindo o pagamento de

contribuições relativas a competências anteriores à

data da inscrição, ressalvada a possibilidade de contribuição

trimestral (§ 3º, art. 11).

Significa que, com a falta de obrigatoriedade, não é

possível, por exemplo, recolher competências (meses)

antes da inscrição, a fim de obter benefícios.

DEPENDENTES NO RGPS

Os dependentes farão jus aos benefícios previdenciários,

por estarem ligados aos segurados

economicamente.

Na falta do segurado, em razão de morte ou reclusão,

seus dependentes terão direito à pensão por

morte ou auxílio-reclusão, conforme fato gerador e

cumpridos os requisitos legais.

A Lei traz um rol taxativo, no art. 16, de quem são

os dependentes, dividindo-os em classes:

• Primeira Classe:

• Cônjuge;

• Companheira(o);

• Filho não emancipado, de qualquer condição,

menor de vinte e um anos de idade ou inválido

ou que tenha deficiência intelectual, mental ou

grave;

• aos filhos: tutelado ou enteado, comprovando

dependência econômica.

• Segunda Classe:

• Os pais.

• Terceira Classe:

• Os irmãos não emancipados, de qualquer condição,

menor de vinte e um anos de idade ou

inválido ou que tenha deficiência intelectual,

mental ou grave.

Como visto, existe dependência econômica entre

os dependentes e o segurado, sendo esta:

• Presumida: para os dependentes de primeira classe,

salvo os equiparados a filhos, que devem comprovar

a dependência econômica com o segurado;

• Comprovada: pelos dependentes da segunda e

terceira classe.

Aqueles que vivem uma união estável – os companheiros

(as), devem comprovar essa união, para

terem direito aos benefícios. Importante ressaltar,

aqui, que não existe um tempo mínimo, na Lei, para

caracterizar a união estável.

Atenção para não confundir com períodos contabilizados

para duração de benefício, que são trabalhados

durante o estudo sobre pensão e auxílio-reclusão.

As provas de união estável e de dependência

econômica exigem início de prova material contemporânea

dos fatos (devem existir documentos, como

imposto de renda, certidão de união estável, entre

outros) produzido em período não superior aos vinte

e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento

à prisão do segurado, não admitida a prova

exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de

motivo de força maior ou caso fortuito.

Outro ponto importante é que a existência de uma

classe sempre excluirá as subsequentes. Se existir a

esposa, mesmo que a questão aborde uma mãe dependente,

economicamente, do segurado, somente a esposa

terá direito aos benefícios como dependente.


Se existir dependentes em uma mesma classe,

estes concorrem em igualdade de condições, dividindo

o benefício que tenham direito na forma da Lei.

Quanto à perda da qualidade de dependente, sem

direito aos benefícios previstos como tal, a legislação

prevê:

Art. 17 A perda da qualidade de dependente ocorre:

I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação

judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada

a prestação de alimentos, pela anulação do casamento,

pelo óbito ou por sentença judicial transitada

em julgado;

II - para a companheira ou companheiro, pela cessação

da união estável com o segurado ou segurada,

enquanto não lhe for garantida a prestação de

alimentos;

III - ao completar vinte e um anos de idade, para o

filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou

nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente

a essa idade:

a) casamento;

b) início do exercício de emprego público efetivo;

c) constituição de estabelecimento civil ou comercial

ou pela existência de relação de emprego, desde

que, em função deles, o menor com dezesseis anos

completos tenha economia própria; ou

d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um

deles na falta do outro, por meio de instrumento

público, independentemente de homologação judicial,

ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o

menor tiver dezesseis anos completos; e

IV - para os dependentes em geral:

a) pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual,

mental ou grave; ou

b) pelo falecimento.

Atenção: de acordo com o § 1º do art. 17, o filho, o

irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada

a dependência econômica dos três últimos, se

inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental

ou grave, não perderão a qualidade de dependentes,

desde que a invalidez ou a deficiência intelectual,

mental ou grave tenha ocorrido antes do casamento,

exercício de emprego público, constituição de estabelecimento

civil ou comercial ou pela existência de

relação de emprego ou concessão de emancipação.

Exemplo: Maria casou-se com José quando tinha

17 anos. Aos 18 fica inválida e, ao completar 19, seu

pai falece. Maria não terá direito à pensão por morte

do seu pai, pois, com o casamento, deixou de ser

dependente deste.

Ficará excluído, definitivamente, da condição de

dependente aquele que tiver sido condenado criminalmente,

por sentença transitada em julgado, como

autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou

de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do

segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e

os inimputáveis.

A título de conhecimento, são provas elencadas na

Lei (Decreto nº 3.048/99) como aceitas (rol não taxativo)

para comprovar dependência e vínculo:

Art. 22 [...]

§ 3º Para comprovação do vínculo e da dependência

econômica, conforme o caso, deverão ser apresentados,

no mínimo, dois documentos, observado

o disposto nos § 6º-A e § 8º do art. 16, e poderão ser

aceitos, dentre outros:

I - certidão de nascimento de filho havido em comum;

Dica

II - certidão de casamento religioso;

III - declaração do imposto de renda do segurado,

em que conste o interessado como seu dependente;

IV - disposições testamentárias;

VI - declaração especial feita perante tabelião;

VII - prova de mesmo domicílio;

VIII - prova de encargos domésticos evidentes e

existência de sociedade ou comunhão nos atos da

vida civil;

IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada;

X - conta bancária conjunta;

XI - registro em associação de qualquer natureza,

onde conste o interessado como dependente do

segurado;

XII - anotação constante de ficha ou livro de registro

de empregados;

XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado

como instituidor do seguro e a pessoa interessada

como sua beneficiária;

XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência

médica, da qual conste o segurado como

responsável;

XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo

segurado em nome de dependente;

XVI - declaração de não emancipação do dependente

menor de vinte e um anos; ou

XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção

do fato a comprovar.

§ 4º O fato superveniente que importe em exclusão

ou inclusão de dependente deve ser comunicado ao

Instituto Nacional do Seguro Social, com as provas

cabíveis.

Uma pessoa poderá, ao mesmo tempo, ser segurada

e dependente. Quer um exemplo? Eu sou

empregada em uma empresa, contribuo para o

sistema como empregada e, também, sou casada.

Meu marido é contribuinte individual do RGPS.

Portanto, somos segurados do RGPS e dependentes

um do outro perante a Previdência Social.

TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO RGPS

Estão excluídos do RGPS, ou seja, não podem se

filiar ao sistema.

Facilmente, identifica-se quem está excluído pelas

seguintes características:

• vinculação a um regime próprio de previdência

social, seja a pública brasileira ou até de entidades/

organismos internacionais;

• ser estrangeiro, sem residência permanente no

Brasil, que presta serviços em nosso país, representando

país estrangeiro.

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E

DEPENDENTES

Em resumo, a filiação é o vínculo que surge entre

segurado e Previdência Social e a inscrição é o ato de

formalização (apresentando dados) perante a Previdência

(Art. 20).

A filiação à Previdência Social decorre, automaticamente,

do exercício de atividade remunerada para os

segurados obrigatórios e da inscrição formalizada com

o pagamento da primeira contribuição para o segurado

facultativo (§ 1º, art. 20). Já a filiação do trabalhador

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

329


330

rural contratado por produtor rural, pessoa física, por

prazo de até dois meses no período de um ano, para o

exercício de atividades de natureza temporária, decorre,

automaticamente, de sua inclusão em declaração

prevista em ato do Secretário Especial da Receita Federal

do Brasil do Ministério da Economia por meio de

identificação específica (§ 2º, art. 20).

Todos os segurados, em qualquer categoria, a partir

de 16 anos de idade, pode filiar-se à Previdência

Social e pagar, mensalmente, a contribuição para

assegurar os seus direitos e a proteção à sua família,

salvo na condição de aprendiz, na qual a filiação

poderá ocorrer aos 14 anos de idade.

Dica

Já foi questão de prova, na qual se mencionada

que o segurado poderia se filiar como segurado

facultativo a partir de 14 anos. Tanto a banca

CESPE como a FUNRIO já abordaram desta

forma, pedindo o que estava expresso na Lei nº

8.213/91. A mudança de idade para a filiação

ocorreu, em 1998, com alterações na legislação.

Logo, o texto da lei tornou-se incompatível com

o da CF. Portanto, tenha atenção se a banca solicitar

o que está expresso na Lei.

Todos que exercem mais de uma atividade remunerada,

que se enquadre no Regime Geral de Previdência

Social serão, obrigatoriamente, inscritos em

ambas as atividades.

Determina, quanto a inscrição, o art. 18 do Decreto

3.048/99

Art. 18 Considera-se inscrição de segurado para

os efeitos da previdência social o ato pelo qual o

segurado é cadastrado no RGPS, por meio da comprovação

dos dados pessoais, da seguinte forma:

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

I - empregado - pelo empregador, por meio da formalização

do contrato de trabalho e, a partir da

obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração

Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e

Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº

8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema

que venha a substituí-lo, por meio do registro contratual

eletrônico realizado nesse Sistema; (Redação

dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

II - trabalhador avulso - pelo cadastramento e pelo

registro no órgão gestor de mão de obra, no caso

de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso

de trabalhador não portuário, e a partir da obrigatoriedade

do uso do eSocial, ou do sistema que

venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e

do registro eletrônico realizado nesse Sistema;(Redação

dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

III - empregado doméstico - pelo empregador, por

meio do registro contratual eletrônico realizado no

eSocial;(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de

2020).

IV - contribuinte individual: (Redação dada pelo

Decreto nº 10.410, de 2020).

a) por ato próprio, por meio do cadastramento de

informações para identificação e reconhecimento

da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional

do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresentação

de documento que comprove o exercício

da atividade declarada;(Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica

a quem preste serviço, no caso de cooperados

ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos

no RGPS; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020)

c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal

do Empreendedor; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020)

V - segurado especial - preferencialmente, pelo titular

do grupo familiar que se enquadre em uma das

condições previstas no inciso VII do caput do art. 9º,

hipótese em que o INSS poderá solicitar a apresentação

de documento que comprove o exercício da atividade

declarada, observado o disposto no art. 19-D; e

(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

VI - segurado facultativo - por ato próprio, por meio

do cadastramento de informações pessoais que permitam

a sua identificação, desde que não exerça

atividade que o enquadre na categoria de segurado

obrigatório. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,

de 2020).

No caso do segurado especial, é possível a inscrição

post mortem quando este preencher todos os requisitos

de filiação com o RGPS (pressupostos de filiação).

Art. 19-B Na hipótese de não constarem do CNIS

as informações sobre atividade, vínculo, remunerações

ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a

regularidade das informações existentes, o período

somente será confirmado por meio da apresentação

de documentos contemporâneos dos fatos a

serem comprovados, com menção às datas de início

e de término e, quando se tratar de trabalhador

avulso, à duração do trabalho e à condição em que

tiver sido prestada a atividade.

A legislação vem sendo alterada para melhor analisar

a inscrição do segurado especial e evitar fraudes.

A ideia principal é não realizar análise de documentos

somente quando da solicitação do benefício e, sim,

alimentar o cadastro do INSS com informações sobre

estes segurados, assim como ocorre com os demais.

Vale a leitura de alguns dispositivos referentes a

esta análise, pois pode vir, em sua prova, o texto da Lei.

Vejamos o que está previsto no Decreto nº 3.048/99:

Art. 19-D O Ministério da Economia manterá sistema

de cadastro dos segurados especiais no CNIS,

observado o disposto nos § 7º e § 8º do art. 18, e

poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e

com outros órgãos da administração pública federal,

estadual, distrital e municipal para a manutenção

e a gestão do sistema de cadastro. (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 1º O sistema de que trata o caput preverá a manutenção

e a atualização anual do cadastro e conterá

as informações necessárias à caracterização

da condição de segurado especial. (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 2º A manutenção e a atualização de que trata

o § 1º ocorrerão por meio da apresentação, pelo

segurado especial, de declaração anual ou de documento

equivalente, conforme definido em ato do

Secretário Especial de Previdência e Trabalho do

Ministério da Economia. (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

§ 3º A aplicação do disposto neste artigo não poderá

acarretar ônus para o segurado, sem prejuízo do

disposto no § 4º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020)


§ 4º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão

de benefício, verificará a condição de segurado

especial e, se for o caso, o pagamento da contribuição

previdenciária, nos termos do disposto na Lei

nº 8.212, de 24 de julho de 1991, de modo a considerar,

dentre outras informações, aquelas constantes

do CNIS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 5º A atualização anual de que trata o § 1º será

feita pelo segurado especial até 30 de junho do ano

subsequente. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de

2020)

§ 6º É vedada a atualização anual de que trata o

§ 1º decorrido o prazo de cinco anos, contado da

data a que se refere o § 5º. (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

§ 7º Decorrido o prazo de cinco anos de que trata

o § 6º, o segurado especial somente poderá computar

o período de trabalho rural se efetuados na

época apropriada a comercialização da produção e

o recolhimento da contribuição prevista no art. 25

da Lei nº 8.212, de 1991. (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

§ 8º O INSS utilizará as informações constantes

do cadastro de que trata o caput para fins de comprovação

da condição e do exercício da atividade

rural do segurado especial e do seu grupo familiar.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovação

da condição e do exercício da atividade rural

do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, por

meio das informações constantes do cadastro a

que se refere o caput, observado o disposto no § 18.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 10. Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023,

o segurado especial comprovará o exercício da atividade

rural por meio de autodeclaração ratificada

por entidades públicas credenciadas, nos termos do

disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro

de 2010, e por outros órgãos públicos, observado o

seguinte: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

I - a autodeclaração será feita por meio do preenchimento

de formulários que serão disponibilizados

pelo INSS; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de

2020)

II - a ratificação da autodeclaração será realizada

por meio de informações obtidas das bases de

dados da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo

do Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento e de outras bases de dados a

que o INSS tiver acesso; e (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

III - as informações obtidas por meio de consultas

às bases de dados governamentais que forem consideradas

insuficientes para o reconhecimento do

exercício da atividade rural alegada poderão ser

complementadas por prova documental contemporânea

ao período informado. (Incluído pelo Decreto

nº 10.410, de 2020)

§ 11. Complementarmente à autodeclaração de que

trata o § 10 e ao cadastro de que trata o caput, a

comprovação do exercício de atividade do segurado

especial será feita por meio dos seguintes documentos,

dentre outros: (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

I - contrato de arrendamento, de parceria ou de

comodato rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020)

II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar de que

trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188,

de 2010, ou pelo documento que venha a substituí-

-la; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

III - bloco de notas do produtor rural; (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020)

IV - documentos fiscais de entrada de mercadorias

de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de

1991, emitidos pela empresa adquirente da produção,

com indicação do nome do segurado como

vendedor;(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

V - documentos fiscais relativos a entrega de produção

rural a cooperativa agrícola, entreposto de pescado

ou outros, com indicação do segurado como

vendedor ou consignante; (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

VI - comprovantes de recolhimento de contribuição

à previdência social decorrentes da comercialização

de produção rural; (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

VII - cópia da declaração de imposto sobre a renda,

com indicação de renda proveniente da comercialização

de produção rural; ou (Incluído pelo Decreto

nº 10.410, de 2020)

VIII - licença de ocupação ou permissão outorgada

pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária - Incra. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de

2020)

§ 12. Sempre que o tipo de outorga informado na

autodeclaração de que trata § 10 for de parceiro,

meeiro, arrendatário, comodatário ou de outra

modalidade de outorgado, o documento deverá

identificar e qualificar o outorgante. (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 13. A condição de segurado especial dos índios

será comprovada por meio de certidão fornecida

pela Fundação Nacional do Índio - Funai que:

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

I - conterá a identificação da entidade e de seu emitente,

com a indicação do mandato, se for o caso;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

II - será fornecida em duas vias, em papel timbrado,

com numeração sequencial controlada e ininterrupta;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

III - conterá a identificação, a qualificação pessoal

do beneficiário e a categoria de produtor a que pertença;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

IV - consignará os documentos e as informações

que tenham servido de base para a sua emissão

e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de

registros existentes na própria entidade declarante

ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que

idôneos e acessíveis à previdência social; (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

V - não conterá informação referente a período

anterior ao início da atividade da entidade declarante,

exceto se baseada em documento que constitua

prova material do exercício dessa atividade; e

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

VI - consignará os dados relativos ao período e à

forma de exercício da atividade rural nos termos

estabelecidos pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

§ 14. A homologação a que se refere o § 13 se restringirá

às informações relativas à atividade rural

e deverá atender aos seguintes critérios: (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

I - conterá a identificação do órgão e do emitente

da declaração; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de

2020)

II - conterá a identificação, a qualificação pessoal

do beneficiário e a categoria de produtor a que pertença;

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

III - consignará os documentos e as informações

que tenham servido de base para a sua emissão

e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

331


332

registros existentes na própria entidade declarante

ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que

idôneos e acessíveis à previdência social; e (Incluído

pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

IV - consignará dados relativos ao período e à

forma de exercício da atividade rural nos termos

estabelecidos pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº

10.410, de 2020)

§ 15. Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que

trata o caput poderá ser efetuado, atualizado e corrigido

sem prejuízo do prazo de que trata o § 9º e

das regras permanentes estabelecidas nos § 5º e §

6º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 16. Na hipótese de haver divergência de informações

entre o cadastro de que trata o caput e as

demais bases de dados, para fins de reconhecimento

do direito ao benefício, o INSS poderá exigir a

apresentação dos documentos referidos no § 11.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 17. As informações obtidas e acolhidas pelo INSS

diretamente de bancos de dados disponibilizados

por órgãos do Poder Público serão utilizadas para

validar ou invalidar informação para o cadastramento

do segurado especial e, quando for o caso,

para deixar de reconhecer o segurado nessa condição.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 18. O prazo a que se refere o § 9º será prorrogado

até que cinquenta por cento dos segurados especiais,

apurados conforme quantitativo da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios Contínua,

estejam inseridos no sistema de cadastro dos segurados

especiais de que trata o caput. (Incluído pelo

Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 19. O fim da prorrogação a que se refere o § 18

será definido em ato do Secretário Especial de Previdência

e Trabalho do Ministério da Economia.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

Por fim, a inscrição do dependente do segurado

será promovida quando do requerimento do benefício

a que tiver direito.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a legislação

tributária básica e suas atualizações, julgue o

próximo item.

O pescador artesanal que fizer da pesca profissão

habitual e que residir em imóvel rural poderá contribuir

para a previdência social de forma facultativa, na qualidade

de segurado especial.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O segurado especial está enquadrado entre os segurados

obrigatórios da Previdência, ou seja, tem o

dever de contribuir para a Previdência Social. Portanto,

é incorreto afirmar que ele poderá contribuir

de forma facultativa. Resposta: Errado.

2. (INSTITUTO AOCP – 2015) Em relação ao Instituto

Nacional de Seguridade Social, o segurado obrigatório

é a pessoa física que exerce atividade remunerada

abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social na

qualidade de

a) empregado.

b) trabalhador avulso e empregado doméstico.

c) empregado e contribuinte individual.

d) trabalhador avulso, empregado doméstico e contribuinte

individual.

e) empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico

e contribuinte individual.

São segurados obrigatórios do Regime Geral de

Previdência Social todos os trabalhadores, pessoas

físicas com 16 anos ou mais, que exerçam atividade

remunerada e que não estejam vinculados a regime

próprio. Esses segurados são divididos em categorias,

dentre elas o segurado empregado, o empregado

doméstico, o trabalhador avulso e o segurado

especial, todas previstas no art. 11 da Lei 8.213/91.

Resposta: Letra E.

DISPOSIÇÕES GERAIS DO RGPS PARA

CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS

Os benefícios são pagos aos segurados e dependentes

frente a alguns infortúnios, como doença, morte,

idade avançada, entre outros eventos, previstos em Lei,

que prejudicam o sustento do segurado e sua família.

Além dos benefícios, a previdência presta serviços

também. Portanto, ela prevê prestações aos seus

beneficiários.

O RGPS é operacionalizado pelo INSS – Instituto

Nacional do Seguro Social, autarquia federal criada

com tal finalidade. O INSS é o órgão responsável

por analisar se o beneficiário possui ou não direito a

determinado benefício, avaliar necessidade de manutenção

de benefícios, entre outras atividades que lhe

são designadas.

Em geral, para ter direito aos benefícios previdenciários,

devem ser observados os seguintes requisitos:

• Se possui a qualidade de segurado ou dependente;

• Ocorrência do fato gerador;

• Carência;

• Possibilidade de acumulação dos benefícios (se for

o caso de concessão de um segundo benefício).

Portanto, em uma questão de prova que trabalhe

uma situação hipotética, analise, primeiramente,

esses fatores para responder se o segurado/dependente

possui direito ao benefício.

É essencial o entendimento destes conceitos para o

estudo dos benefícios previdenciários em espécie.

Vamos abordar cada ponto sobre as disposições

gerais.

MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA

QUALIDADE DE SEGURADO

O segurado possui tal qualidade enquanto filiado,

contribuindo para o RGPS. Perceba que se trata de um

seguro, no qual se paga, previamente, para ter direitos.

No entanto, a legislação previdenciária prevê

situações que o segurado poderá ficar sem contribuir

e gozar de benefícios se precisar, o que denominamos

Período de Graça.

Funciona assim: imagine que você tenha um seguro

de vida, o qual exista a possibilidade de você ficar

um ano sem pagá-lo. Mesmo se você morrer, seus

beneficiários receberão o valor estipulado na apólice.

É isso que ocorre no período de graça.


Dica

O período de graça não gera benefícios automaticamente.

É um período que, ocorrendo fato

gerador do benefício, concede-se o benefício

mesmo sem estar contribuindo.

Assim, prevê o art. 13 do Decreto nº 3.048/99:

Art. 13 Mantém a qualidade de segurado, independentemente

de contribuições:

I - sem limite de prazo, o segurado que estiver

em gozo de benefício, exceto na hipótese de

auxílio-acidente;

II - até doze meses após a cessação de benefício

por incapacidade ou das contribuições, observado

o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E; (Redação

dada pelo Decreto nº 10.491, de 2020) 1

III - até doze meses após cessar a segregação, o

segurado acometido de doença de segregação

compulsória;

IV - até doze meses após o livramento, o segurado

detido ou recluso;

V - até três meses após o licenciamento, o segurado

incorporado às Forças Armadas para prestar serviço

militar; e

VI - até seis meses após a cessação das contribuições,

o segurado facultativo.

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte

e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de

cento e vinte contribuições mensais sem interrupção

que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido

de doze meses para o segurado desempregado,

desde que comprovada essa situação por registro

no órgão próprio do Ministério do Trabalho e

Emprego.

§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado

conserva todos os seus direitos perante a previdência

social.

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no

§ 1º ao segurado que se desvincular de regime próprio

de previdência social. (Incluído pelo Decreto nº

3.265, de 1999)

§ 5º A perda da qualidade de segurado não será

considerada para a concessão das aposentadorias

por tempo de contribuição e especial. (Incluído pelo

Decreto nº 4.729, de 2003)

§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por

idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o

número de contribuições mensais exigido para efeito

de carência na data do requerimento do benefício.

(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

§ 7º Para o contribuinte individual, o período de

manutenção da qualidade de segurado inicia-se no

primeiro dia do mês subsequente ao da última contribuição

com valor igual ou superior ao salário-

-mínimo. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 8º O segurado que receber remuneração inferior

ao limite mínimo mensal do salário de contribuição

somente manterá a qualidade de segurado se

efetuar os ajustes de complementação, utilização e

agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o

§ 27-A do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,

de 2020)

1 Atente-se ao que dispõe os artigos citados:

Vamos analisar alguns exemplos?

Exemplo 01

Julia trabalhou como empregada na empresa A de

março de 2012 até março de 2014 e ficou desempregada.

Quanto tempo terá de período de graça?

Por 12 meses (art.13, II), podendo chegar ao total

de 24 meses se, ao final do período de 12 meses, estiver

desempregada (art. 13, § 2º).

Cabe uma breve explicação sobre a situação do

desemprego: a Lei exige comprovação, por registro no

órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego,

mas, na Jurisprudência, admitem-se outras formas

que demonstrem a situação de desemprego.

Exemplo 02

Andressa trabalhou como empregada na empresa

“A” de março de 2000 até março de 2010. Ficando desempregada,

voltou a trabalhar na empresa “B”, em janeiro

de 2011, na qual trabalhou como empregada até janeiro

de 2019. Quanto tempo terá de período de graça?

Por 24 meses (art. 13 § 1º), podendo chegar ao total

de 36 meses se, ao final do período de 12 meses, estiver

desempregada (art. 13, § 2º).

Exemplo 03

Maria contribui, como segurada facultativa, desde

janeiro de 2019 e cessou as contribuições em janeiro

de 2020. Quanto tempo terá de período de graça?

Por 6 meses (art. 13, VI), mantendo a qualidade de

segurada.

Perda da qualidade de segurado

Percebemos, até aqui, de que forma o segurado

mantém tal qualidade. Mas, e quando ocorre a perda

da qualidade de segurado? De acordo com o art. 14

da Lei, ocorrerá, “no dia seguinte ao do vencimento da

contribuição do contribuinte individual, relativa ao mês

imediatamente posterior ao término daqueles prazos.”

Aplicando-se a regra geral (sem períodos de ampliação

previstos nos parágrafos do art. 13 do Decreto nº

3.048/99) assim que cessar a contribuição do segurado

obrigatório. Analisemos o exemplo a seguir:

Maria realizou suas contribuições de modo individual

de janeiro de 2017 até janeiro de 2019. Se ela não voltar

a contribuir, quando perderá a qualidade de segurada?

Pela regra geral (art. 13, II), a segurada terá tal qualidade

mantida de janeiro de 2019 até janeiro de 2020.

Ela deverá, então, voltar a contribuir em fevereiro de

2020. A Lei prevê que a data de vencimento das contribuições

será no dia 15 do mês subsequente à competência

que se refere. Portanto, se Maria não contribuir,

perderá a qualidade de segurada no dia 16/03/2020,

pois deverá pagar a competência em fevereiro (mês

que deve voltar a contribuir) até o dia 15/03/2020.

§ 7º Para o contribuinte individual, o período de manutenção da qualidade de segurado inicia-se no primeiro dia do mês subsequente ao da

última contribuição com valor igual ou superior ao salário-mínimo. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 8º O segurado que receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição somente manterá a qualidade de

segurado se efetuar os ajustes de complementação, utilização e agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216.

(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

333


334

Com a perda da qualidade de segurado, ocorre a

cessação de todos os direitos inerentes a essa condição.

Porém, vale destacar que existem exceções a essa

regra. A Lei prevê que não será considerada a perda

da qualidade de segurado na concessão das aposentadorias

para as quais tenham sido preenchidos todos

os requisitos, segundo a legislação em vigor à época

em que estes requisitos foram atendidos.

Nos casos do benefício de auxílio por incapacidade

temporária e salário-maternidade para segurados contribuintes

individuais, facultativos e segurados especiais,

faz-se necessário um mínimo de novas contribuições

após a perda da qualidade de segurado, a fim de fazer

jus ao benefício. Vamos à redação da Lei nº 8.213/91:

Art. 27-A No caso de perda da qualidade de segurado,

para efeito de carência para a concessão dos

benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá

contar, a partir da nova filiação à Previdência Social,

com metade dos períodos previstos nos incisos I e III

do caput do art. 25 desta Lei. O dependente do segurado

perderá a qualidade de segurado nas situações

previstas no artigo 17 do Decreto 3.048/99.

Este tema será melhor trabalhado no tópico

seguinte, sobre a carência.

Carência

Carência nada mais é que o número mínimo de

contribuições exigidas para que o beneficiário tenha

direito a um benefício. Vejamos o texto do art. 24 da

Lei nº 8.213/91:

Art. 24 Período de carência é o número mínimo de

contribuições mensais indispensáveis para que o

beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a

partir do transcurso do primeiro dia dos meses de

suas competências.

Na sequência, a Lei disciplina quais benefícios possuem

carência e quais serão concedidos independente

de carência. No Decreto nº 3.048/99, encontramos que:

Art. 29 A concessão das prestações pecuniárias do

Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o

disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos

de carência:

I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio

por incapacidade temporária e aposentadoria por

incapacidade permanente;

II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos

de aposentadoria programada, por idade do trabalhador

rural e especial;

III - dez contribuições mensais, no caso de salário-

-maternidade, para as seguradas contribuinte individual,

especial e facultativa, respeitado o disposto

no § 2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.

IV - vinte e quatro contribuições mensais, no caso

de auxílio-reclusão.

Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o

período de carência a que se refere o inciso III será

reduzido em número de contribuições equivalente

ao número de meses em que o parto foi antecipado.

Art. 30 Independe de carência a concessão das

seguintes prestações:

I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente

de qualquer natureza, observado, quanto à

pensão por morte, o disposto no inciso V do caput e

nos § 3º e § 4º do art. 114;

II - salário-maternidade, para as seguradas empregada,

empregada doméstica e trabalhadora avulsa

III - auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria

por incapacidade permanente nos casos de

acidente de qualquer natureza ou causa e de doença

profissional ou do trabalho e nos casos de segurado

que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido

de alguma das doenças ou afecções especificadas

em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da

Economia, atualizada a cada três anos, de acordo

com os critérios de estigma, deformação, mutilação,

deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade

e gravidade que mereçam tratamento

particularizado;

IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença,

auxílio-reclusão ou pensão por morte

aos segurados especiais, desde que comprovem

o exercício de atividade rural no período imediatamente

anterior ao requerimento do benefício,

ainda que de forma descontínua, igual ao número

de meses correspondente à carência do benefício

requerido; e

V - reabilitação profissional.

Agora, analise a tabela, para melhor memorização

dos prazos:

• Exige carência:

• Aposentadorias programadas, por idade e

especial (180);

• Auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria

por incapacidade permanente (12);

• Salário maternidade para contribuinte individual

e facultativa (12);

• Auxílio-Reclusão (24).

• Não exige carência:

• Pensão por morte;

• Auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria

por incapacidade permanente com origem em acidente

de qualquer natureza, doenças profissionais e

do trabalho e isentas legalmente;

• Salário-Família;

• Salário-maternidade para empregadas, empregadas

domésticas e trabalhadoras avulsas.

Art. 30 (Decreto 3.048/99) [...]

§ 1º Entende-se como acidente de qualquer natureza

ou causa aquele de origem traumática e por

exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou

biológicos, que acarrete lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte ou a perda ou a

redução permanente ou temporária da capacidade

laborativa.

§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou

afecções a que se refere o inciso III do caput, independerá

de carência a concessão de auxílio por

incapacidade temporária e de aposentadoria por

incapacidade permanente ao segurado que, após

filiar-se ao RGPS, seja acometido por alguma das

seguintes doenças:

I - tuberculose ativa;

II - hanseníase;

III - alienação mental;

IV - esclerose múltipla;

V - hepatopatia grave;

VI - neoplasia maligna;

VII - cegueira;


VIII - paralisia irreversível e incapacitante;

IX - cardiopatia grave;

X - doença de Parkinson;

XI - espondiloartrose anquilosante;

XII - nefropatia grave;

XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte

deformante);

XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou

XV - contaminação por radiação, com base em conclusão

da medicina especializada.

O período de carência é contato a partir de momentos

diferentes para cada segurado, da seguinte maneira:

• Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador

Avulso: data de filiação no RGPS;

• Empregado doméstico, Contribuinte Individual,

Segurado Especial que contribua, facultativamente

(conforme previsto no art. 200 do Decreto nº

3.048/99), e facultativo: na data do efetivo recolhimento

da primeira contribuição sem atraso;

• Segurado Especial, que não contribua facultativamente:

do efetivo exercício da atividade.

I - aposentadoria com auxílio por incapacidade

temporária;

II - mais de uma aposentadoria;

III - aposentadoria com abono de permanência em

serviço;

IV - salário-maternidade com auxílio por incapacidade

temporária;

V - mais de um auxílio-acidente;

VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge;

VII - mais de uma pensão deixada por companheiro

ou companheira;

VIII - mais de uma pensão deixada por cônjuge e

companheiro ou companheira;

Nessa hipótese, quando a pensão for deixada por

cônjuge e companheiro ou companheira, o pensionista

poderá optar pela pensão mais vantajosa, sendo

vedada a acumulação da mesma.

A legislação não veda, expressamente, o recebimento

de mais de uma pensão deixada pelos pais.

Sendo assim, por falta de previsão legal, não é proibido

fazer jus a mais de uma pensão (desde que cumpridos

os requisitos), quando deixada pelos pais.

Dica

Para o segurado especial, que contribuir somente

sobre comercialização da produção rural

(forma obrigatória pela Lei) a carência será correspondente

ao número de meses efetivamente

trabalhados e os serviços serão concedidos

independentemente de carência.

Na hipótese de perda da qualidade de segurado,

para fins da concessão dos benefícios de auxílio-doença,

de aposentadoria por incapacidade permanente,

de salário maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado

deverá contar, a partir da data da nova filiação

à Previdência Social, com metade dos períodos de

carência previstos na Lei. Portanto, restabelecendo a

qualidade de segurado, devem contar com, no mínimo,

após nova filiação:

Restabelecimento

da Qualidade de

Segurado

Metade da

Carência

Saláriomaternidade

(CI,

segurada especial

e facultativa): 05

contribuições

Acumulação de Benefícios e Riscos Sociais

Auxílio-reclusão:

12 contribuições

Auxílio por

incapacidade e

Aposentadoria

por incapacidade:

06 contribuições

Quando o segurado já recebe um benefício e solicita

outro, é necessário observar se é possível receber

os dois conjuntamente. Sobre isso, veja o que determina

o Decreto nº 3.048/99:

Art. 167 Exceto na hipótese de direito adquirido,

não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes

benefícios do RGPS, inclusive quando decorrentes

de acidente do trabalho:

IX - auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

§ 1º Nas hipóteses de que tratam os incisos VI, VII

e VIII do caput, fica facultado ao dependente optar

pela pensão mais vantajosa, observado o disposto

no art. 167-A.

§ 2º É vedado o recebimento conjunto do seguro-

-desemprego com qualquer benefício de prestação

continuada da previdência social, exceto pensão por

morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-suplementar

ou abono de permanência em serviço.

§ 3º É permitida a acumulação dos benefícios previstos

neste Regulamento com o benefício de que trata

a Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982, que não

poderá ser reduzido em razão de eventual aquisição

de capacidade laborativa ou de redução de incapacidade

para o trabalho ocorrida após a sua concessão.

§ 4º O segurado recluso em regime fechado, durante a

percepção, pelos dependentes, do benefício de auxílio-

-reclusão, não terá o direito aos benefícios de salário-

-maternidade e de aposentadoria reconhecido, exceto

se manifestada a opção pelo benefício mais vantajoso

também pelos dependentes.

Com a Reforma Previdenciária de 2019, muito se

discutiu sobre a possibilidade de acumular pensão

por morte e aposentadoria e pensão do RGPS com a

pensão do RPPS, algo que sempre foi possível. A fim de

manter a possibilidade de acumulação desses benefícios,

foram previstas regras de diminuição do benefício,

conforme uma faixa salarial. Veja o que dispõe o

art. 167-A do Decreto nº 3.048/99:

Art. 167-A Será admitida a acumulação dos seguintes

benefícios: (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

I - de pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro

do RGPS com pensão por morte concedida

por outro regime de previdência social ou com pensões

decorrentes das atividades militares de que tratam

o art. 42 e o art. 142 da Constituição;

II - de pensão por morte deixada por cônjuge ou

companheiro do RGPS com aposentadoria do mesmo

regime e de regime próprio de previdência social

ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades

militares de que tratam o art. 42 e o art. 142

da Constituição;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

335


III - de aposentadoria concedida no âmbito do

RGPS com pensão deixada por cônjuge ou companheiro

de regime próprio de previdência social ou

com proventos de inatividade decorrentes das atividades

militares de que tratam o art. 42 e o art. 142

da Constituição.

§ 1º Nas hipóteses de acumulação previstas no caput,

fica assegurada a percepção do valor integral do

benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um

dos demais benefícios, apurada cumulativamente de

acordo com as seguintes faixas:

I - sessenta por cento do valor que exceder um salário-mínimo,

até o limite de dois salários-mínimos;

II - quarenta por cento do valor que exceder dois salários-mínimos,

até o limite de três salários-mínimos;

III - vinte por cento do valor que exceder três salários-mínimos,

até o limite de quatro salários-mínimos;

e

IV - dez por cento do valor que exceder quatro

salários-mínimos.

§ 2º A aplicação do disposto no § 1º poderá ser

revista a qualquer tempo, a pedido do interessado,

em razão de alteração de algum dos benefícios.

§ 3º Na hipótese de recebimento de pensão desdobrada,

para fins de aplicação do disposto no § 1º, em relação

a esse benefício, será considerado o valor correspondente

ao somatório da cota individual e da parcela da

cota familiar, devido ao pensionista, que será revisto

em razão do fim do desdobramento ou da alteração do

número de dependentes.

§ 4º As restrições previstas neste artigo não se aplicam

caso o direito aos benefícios tenha sido adquirido

até 13 de novembro de 2019.

§ 5º Para fins do disposto neste artigo, no ato de

habilitação ou concessão de benefício sujeito a acumulação,

o INSS deverá:

I - verificar a filiação do segurado ao RGPS ou

a regime próprio de previdência social;

II - solicitar ao segurado que manifeste expressamente

a sua opção pelo benefício que lhe seja mais

vantajoso;

III - quando for o caso, verificar a condição do segurado

ou pensionista, de modo a considerar, dentre

outras, as informações constantes do CNIS.

§ 6º O Ministério da Economia manterá sistema de

cadastro dos segurados do RGPS e dos servidores

vinculados a regimes próprios de previdência social,

e poderá, para tanto, firmar acordo de cooperação

com outros órgãos da administração pública federal,

estadual, distrital ou municipal para a manutenção

e a gestão do referido sistema de cadastro.

§ 7º Até que o sistema de que trata o § 6º seja implementado,

a comprovação de que o aposentado ou o

pensionista cônjuge ou companheira ou companheiro

do RGPS não recebe aposentadoria ou pensão

de outro regime próprio de previdência social será

feita por meio de autodeclaração, a qual o sujeitará

às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis

caso seja constatada a emissão de declaração falsa.

§ 8º Caberá ao aposentado ou pensionista do RGPS

informar ao INSS a obtenção de aposentadoria

ou pensão de cônjuge ou companheira ou companheiro

de outro regime, sob pena de suspensão do

benefício.

Assim, se uma pessoa recebe aposentadoria e pensão

no RGPS, ela adquire, integralmente, o valor do

maior benefício (mais vantajoso) e parte do outro, respeitada

a faixa prevista na Lei.

SALÁRIO DE BENEFÍCIO

Conceito

Quando um beneficiário solicita um determinado

benefício, será necessário calcular o valor devido. A

base de cálculo desse valor inicial (que denominamos

RMI – Renda Mensal Inicial) é o salário de benefício.

De acordo com o art. 31 do Decreto nº 3.048, o salário

de benefício (que é formado pelos salários de contribuição

do segurado) é o valor básico utilizado para

o cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação

continuada, inclusive aqueles regidos por normas

especiais, exceto:

I - o salário-família;

II - a pensão por morte;

III - o salário-maternidade;

IV - o auxílio-reclusão;

V - os demais benefícios previstos em legislação

especial.

O salário de benefício a ser utilizado para o cálculo

dos benefícios, inclusive aqueles previstos em acordo

internacional 2 , consiste no resultado da média

aritmética simples dos salários de contribuição

considerados para a concessão do benefício, atualizados,

monetariamente, correspondentes a cem

por cento do período contributivo, desde a competência

de julho de 1994 ou desde o início da contribuição,

se posterior a essa competência (art. 32).

Isso significa que, um segurado, ao solicitar sua

aposentaria, o cálculo desta será com base nas contribuições

vertidas para o sistema durante toda sua vida

laborativa. Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 01.

José, de 65 anos, deseja aposentar-se no ano de 2021.

Ele possui 25 anos de contribuição a qual foi iniciada

em janeiro de 1995. Para a RMI (Renda Mensal Inicial)

da sua aposentadoria, serão utilizadas todas as contribuições

devidamente recolhidas desde janeiro de 1995.

Exemplo 02

José, de 65 anos, deseja aposentar-se no ano de

2021. Ele possui 30 anos de contribuição a qual foi

iniciada em janeiro de 1993. Para a RMI da sua aposentadoria,

serão utilizadas todas as contribuições

devidamente recolhidas desde julho de 1994.

Utiliza-se a competência julho de 1994, pois foi um

momento histórico, no qual a inflação, em nosso país,

começou a melhorar, principalmente, por causa do

Plano Real.

Art. 32 [...]

§ 22 Considera-se período contributivo:

I - para o empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador

avulso - o conjunto de competências em

que houve ou deveria ter havido contribuição em

razão do exercício de atividade remunerada sujeita

à filiação obrigatória ao RGPS, desde que o salário

de contribuição seja igual ou superior ao limite

mínimo mensal do salário de contribuição.

336

2 O Brasil poderá firmar acordos previdenciários com outros países, permitindo que o segurado que, por exemplo, trabalhou e contribuiu em

previdência estrangeira, traga essas contribuições e tempo para concessão de aposentadoria no Brasil.


II - para os demais segurados, inclusive o facultativo:

o conjunto de meses de efetiva contribuição ao

regime de que trata este Regulamento.

Ao segurado que, no somatório de remunerações

auferidas no período de um mês, receber remuneração

inferior ao limite mínimo mensal do salário de

contribuição será assegurado:

Art. 19-E § 1º [...]

I - complementar a contribuição das competências,

de forma a alcançar o limite mínimo do salário de

contribuição exigido;

II - utilizar o excedente do salário de contribuição

superior ao limite mínimo de uma competência

para completar o salário de contribuição de outra

competência até atingir o limite mínimo; ou

III - agrupar os salários de contribuição inferiores

ao limite mínimo de diferentes competências para

aproveitamento em uma ou mais competências até

que estas atinjam o limite mínimo.

Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver

recebido benefícios por incapacidade, sua duração

será contada, considerando-se como salário de contribuição

o salário de benefício que serviu de base para

o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas

épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo

ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. Já

o auxílio por incapacidade temporária não poderá

exceder a média aritmética simples dos últimos 12

(doze) salários de contribuição, inclusive em caso de

remuneração variável, ou se não alcançado o número

de 12 (doze) salários, a média aritmética simples dos

salários de contribuição existentes (Art. 32, § 6º).

Para fins de cômputo do salário de benefício de

qualquer aposentadoria antecedida de auxílio-acidente,

o valor mensal desse benefício será somado ao

salário de contribuição antes da aplicação da correção

monetária prevista em Lei, não podendo o total

apurado ser superior ao limite máximo do salário de

contribuição (Art. 32 § 8º).

Por falar em máximo do salário de contribuição,

algo fundamental quando tratamos do salário de

benefício é o respeito ao mínimo e máximo do salário

de contribuição.

O valor mínimo (também denominado de Piso Previdenciário)

será, em regra, o valor do salário mínimo

nacional, salvo os mínimos disciplinados por categorias

profissionais estabelecidos em Lei ou acordo/convenções

trabalhistas. Já o valor máximo (denominado

de Teto Previdenciário) é um valor designado por portaria

interministerial, anualmente, como um limite

para contribuições e RMI dos benefícios.

Dica

Mesmo estando disciplinado que os benefícios

e contribuições para o RGPS devem obedecer ao

Piso e ao Teto, existem benefícios que podem

ser concedidos abaixo do Piso ou acima do Teto.

Vejamos:

• Abaixo do Piso

• Auxílio-Acidente;

• Salário-Família.

• Acima do Teto

• Salário-Maternidade;

• Aposentadoria por incapacidade permanente

quando acrescida de 25% por necessidade de

auxílio de terceiro.

Os salários de contribuição utilizados no cálculo do

valor do benefício serão, antes, corrigidos mês a mês,

de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços

ao Consumidor (INPC) apurado pelo IBGE. O valor auferido

pelo segurado, a título de auxílio-acidente, engloba

o valor do salário de benefício para concessão de aposentadoria,

respeitando o teto (Art. 33).

O salário de benefício do segurado especial que

não contribuiu facultativamente consiste no valor de

um salário mínimo (Art. 32, § 21).

Para fins do cálculo das aposentadorias programadas

para as quais seja exigido tempo mínimo de contribuição,

poderão ser excluídas do cálculo da média

dos salários de contribuição utilizado para definição

do salário de benefício as contribuições que resultem

em redução do valor do benefício (Art. 32 § 24).

A exclusão será para aposentadorias programadas,

especial e por idade do trabalhador rural. Já as

aposentadorias transitórias, por idade e por tempo de

contribuição

A legislação, no art. 32, § 27, prevê que fica vedada

a utilização das contribuições excluídas para qualquer

finalidade, inclusive para:

I - o acréscimo do percentual da renda mensal

II - o somatório de pontos das aposentadorias por

tempo de contribuição e especial;

III - o cumprimento de período adicional exigido

para as aposentadorias por tempo de contribuição;

IV - a averbação em outro regime previdenciário;

ou

V - a obtenção dos proventos de inatividade de que

tratam os art. 42 e art. 142 da Constituição (Atividades

Militares).

Fator Previdenciário

Cabe uma breve explicação sobre o fator previdenciário,

pois ele ainda se aplica às aposentadorias

concedidas como direito adquirido – ou seja, a quem

preencheu os requisitos antes da Reforma – e na aposentadoria

em conformidade com a regra de transição

(regra do art. 17 da Emenda Constitucional nº

103/2019). Salvo nessas situações, hoje, já não se aplica

o fator previdenciário.

Instituído pela Lei nº 9.876/1999, foi criado com o

objetivo de estimular aposentadorias tardias e com

um tempo maior de contribuição. Como se sabe, não

surtiu o efeito desejado, pois as pessoas não “tardavam”

seus planos de aposentadoria.

O Fator Previdenciário era uma fórmula aplicada

ao cálculo das aposentadorias por idade e tempo de

contribuição, sendo que, nas aposentadorias por idade

(caso se beneficiasse o segurado), era aplicado de

modo facultativo.

Tal fórmula considera os fatores idade, a expectativa

de sobrevida e o tempo de contribuição previdenciária

do segurado ao se aposentar. Quanto menor a

expectativa de vida (conforme dados do IBGE) e maior

tempo de contribuição, melhor ficaria o benefício.

Caso contrário, o valor seria reduzido.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

337


338

RENDA MENSAL

A Renda Mensal do benefício é o valor que, efetivamente,

será pago ao segurado ou dependentes na

concessão do benefício com base no valor apurado no

salário de benefício.

A renda mensal inicial do benefício será calculada

a partir da aplicação dos percentuais definidos para

cada espécie. No estudo dos benefícios em espécie,

verificaremos o percentual aplicado a cada um deles.

Art. 36 [...]

§ 2º No caso de segurado empregado, inclusive o

doméstico, e de trabalhador avulso que tenham

cumprido todas as condições para a concessão do

benefício pleiteado, mas não possam comprovar o

valor dos seus salários de contribuição no período

básico de cálculo, será considerado, para o cálculo

do benefício referente ao período sem comprovação

do valor do salário de contribuição, o valor

do salário-mínimo e essa renda será recalculada

quando da apresentação de prova dos salários de

contribuição.

De acordo com o art. 39, atente-se que:

• Para fins da aplicação dos percentuais, presume-

-se, como efetivado, o recolhimento correspondente

quando se tratar de segurado empregado,

inclusive, o doméstico e de trabalhador avulso,

pois a responsabilidade de reter e recolher a contribuição

previdenciária é do empregador;

• Para os segurados especiais, inclusive, aqueles com

deficiência, é garantida a concessão, alternativamente,

de aposentadoria por idade do trabalhador

rural ou por incapacidade permanente, de auxílio

por incapacidade temporária, de auxílio-reclusão

ou de pensão por morte, no valor de um salário

mínimo ou, se contribuir, facultativamente, os

benefícios em geral.

REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS

Quando se trata de benefícios previdenciários, fica

assegurado o reajustamento dos benefícios, a fim de

preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real

da data de sua concessão. É isso o que rege o art. 40.

Vejamos:

Art. 40 É assegurado o reajustamento dos benefícios

para preservar-lhes, em caráter permanente, o

valor real da data de sua concessão.

Significa que o que o segurado consegue “comprar”

na data inicial do benefício, deve permanecer

com o passar dos anos, ou seja, deve garantir o poder

aquisitivo do beneficiário.

§ 1º Os valores dos benefícios em manutenção serão

reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste

do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas

respectivas datas de início ou do último reajustamento,

com base no Índice Nacional de Preços ao

Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

[...]

§ 6º Para os benefícios que tenham sido majorados

devido à elevação do salário mínimo, o referido

aumento deverá ser compensado no momento da

aplicação do disposto no § 1o, de acordo com normas

a serem baixadas pelo Ministério da Previdência

Social.

Lembrando que, em regra, nenhum benefício reajustado

poderá exceder o limite máximo do salário

de benefício na data do reajustamento, respeitados

os direitos adquiridos, nem inferior ao valor de um

salário mínimo, de acordo com o art. 42 desse Decreto.

ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES NO REGIME GERAL DE

PREVIDÊNCIA SOCIAL

Quando tratamos de prestações do RGPS, devemos

ter em mente que a Previdência tem, como prestações:

• Benefícios (também denominados prestações

pecuniárias);

• Serviços. Estes são devidos:

Prestações

INSS

Benefícios

Serviços

Segurados: aposentadorias,

auxílio

acidente e por

incapacidade e os

salários

Dependentes:

pensão e auxílio

reclusão

Segurados e

Dependentes

Art. 25 O Regime Geral de Previdência Social compreende

as seguintes prestações, expressas em

benefícios e serviços:

I – Quanto ao segurado:

a) aposentadoria por incapacidade permanente;

b) aposentadoria programada;

c) aposentadoria por idade do trabalhador rural;

d) aposentadoria especial;

e) auxílio por incapacidade temporária;

f) salário-família;

g) salário-maternidade; e

h) auxílio-acidente;

II – Quanto ao dependente:

a) pensão por morte; e

b) auxílio-reclusão; e

III – quanto ao segurado e dependente: reabilitação

profissional.

Cada benefício possui suas particularidades e é

fundamental ao seu estudo conhecer cada espécie de

benefícios, estudadas em capítulo próprio.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FCC – 2014) A qualidade de segurado da Previdência

Social é mantida, independentemente de contribuições,

I. até 6 meses após o licenciamento, o segurado incorporado

às Forças Armadas para prestar serviço militar;


II. sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

III. até 12 meses após a cessação das contribuições,

segurado que deixar de exercer atividade remunerada

abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso

ou licenciado sem remuneração;

IV. até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou

recluso.

Está correto o que consta APENAS em

a) III e IV.

b) I e II.

c) I, II e III.

d) I e IV.

e) II, III e IV.

Conforme Dispõe a Lei 8.213/91, o segurado incorporado

às Forças Armadas mantém a qualidade de

segurado por até 3 meses. Os outros itens da questão

trazem as previsões corretas. Resposta: Letra E.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Hélio, filiado ao RGPS há

mais de dez anos, foi demitido do emprego em fevereiro

de 2018, interrompendo o recolhimento das contribuições

sociais. Nesse caso, Hélio

a) manterá a qualidade de segurado até a readmissão

em novo emprego, desde que esta ocorra no prazo de

quarenta e oito meses.

b) perderá a qualidade de segurado se não voltar a contribuir

para o regime geral de previdência social, ainda que

como facultativo, em até sessenta dias após a demissão.

c) manterá a qualidade de segurado, sem limite de prazo,

se estiver em gozo de benefício previdenciário.

d) perdeu a qualidade de segurado, automaticamente, na

data da demissão, se esta ocorreu por justa causa.

e) manterá a qualidade de segurado por cento e vinte

dias, a partir da homologação da demissão.

• Contribuinte individual e a pessoa física na condição

de proprietário ou dono de obra de construção

civil em relação aos segurados que lhe prestam

serviços. (Exemplo: dentista que contrata uma

secretária é equiparado a empresa, com relação a

esta contratação, ou seja, precisa recolher contribuição

previdenciária como empresa);

• Cooperativa, que podem ser, por exemplo, cooperativas

de produção, obrigadas as recolhimento

de contribuição previdenciária patronal de 20%

sobre a folha salarial;

• Associação ou entidade de qualquer natureza ou

finalidade – as entidades beneficentes de assistência

social que atendam aos requisitos legais têm a

chamada imunidade tributária, ficando desobrigadas

do recolhimento da contribuição previdenciária

patronal;

• Missão diplomática (embaixadas);

• Repartição consular de carreiras estrangeiras

(consulados).

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CEBRASPE-CESPE – 2010) Para fins previdenciários,

a principal diferença entre empresa e empregador

doméstico é que a primeira se caracteriza por exercer

atividade exclusivamente com fins lucrativos, e o

segundo, não.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O trabalho doméstico, na forma da legislação, é

caracterizado essencialmente por atividade no âmbito

residencial, sem fins lucrativos. Resposta: Certo.

Hélio manterá a qualidade de segurado sem limite

de prazo se estiver em gozo de benefício, conforme

prevê a legislação. Resposta: Letra C.

EMPRESA E EMPREGADOR

DOMÉSTICO: CONCEITO

PREVIDENCIÁRIO

As empresas são pessoas jurídicas que exercem

atividade econômica e assumem, como principal diferença

em relação ao empregador doméstico, o risco

dessa atividade.

Empresa: é considerada empresa a firma individual

ou sociedade que assume o risco de atividade

econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou

não, bem como os órgãos e entidades da administração

pública direta, indireta e fundacional. Exemplos:

bancos, empresas de transporte urbano, lojas etc.

Empregador doméstico: é a pessoa ou família que

admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado

doméstico. Exemplo: João admite Maria para

trabalhar em sua residência como babá de seu filho

Miguel. Neste caso, João é empregador doméstico.

São equiparados à empresa, para fins de contribuição

ao Regime Geral de Previdência Social, na forma

de como dispõe o art. 15 da Lei 8.212/91:

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE

SOCIAL

Conforme dispõe o art. 195 da Constituição Federal,

atendendo ao princípio da diversidade na base de

financiamento, a Seguridade Social será financiada,

de forma direta (contribuições destinadas à previdência

social por exemplo) e indireta (contribuições ao

sistema como um todo), com a participação da sociedade

e do estado.

O orçamento da Seguridade Social está assim

dividido:

Receitas da

União

Orçamento da

Seguridade Social

Receitas das

Contribuições

Sociais

Receitas de

outras fontes

A contribuição para custeio do sistema tem natureza

jurídica de tributo; o sujeito ativo é o credor, no

caso, a União (ou melhor: a Receita Federal do Brasil)

e o sujeito passivo é o devedor.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

339


340

De acordo com o parágrafo 2º do art. 43 da Lei

8.212/91, inserido pela Lei 11.941/2009, artigo que trata

das contribuições previdenciárias a serem arrecadadas

na Justiça do Trabalho, considera-se ocorrido o

fato gerador das contribuições sociais na data da prestação

do serviço.

RECEITAS DA UNIÃO

A contribuição da União, na forma de como dispõe

o art. 16 da Lei 8.212/91, será constituída de recursos

adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente

na lei orçamentária anual.

A União é responsável pela cobertura de eventuais

insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando

decorrentes do pagamento de benefícios de prestação

continuada da Previdência Social, na forma da Lei

Orçamentária Anual.

RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS

SEGURADOS, DAS EMPRESAS, DO CLUBE DE

FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR

DOMÉSTICO E DO PRODUTOR RURAL

Contribuições Dos Segurados

As contribuições dos segurados, via de regra,

devem observar dois limites: piso máximo e piso

mínimo.

O piso máximo é definido pelo chamado teto previdenciário,

que limita não só a contribuição para o

sistema, por parte dos segurados, como também os

valores que lhe serão pagos a título de benefício previdenciário,

escapando dessa regra apenas o acréscimo

de 25% na aposentadoria por incapacidade permanente

e o salário maternidade.

Já o piso mínimo será, em regra, de 1 salário mínimo,

a não ser nas categorias específicas de empregados

domésticos e avulsos, para os quais deve ser

observado o piso normativo e para o menor aprendiz,

que também tem remuneração mínima fixada por

legislação específica.

O empregado, empregado doméstico e trabalhador

avulso contribuem mediante a aplicação de uma alíquota

sobre seu salário de contribuição.

Conforme dispõe o art. 28 da Emenda Constitucional

nº 103/19:

até que lei altere as alíquotas da contribuição de

que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, devidas

pelo segurado empregado, inclusive o doméstico,

e pelo trabalhador avulso, estas serão de:

I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e

cinco décimos por cento);

II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00

(dois mil reais), 9% (nove por cento);

III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até

R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e

IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até

o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze

por cento).

§ 1º As alíquotas previstas no caput serão aplicadas

de forma progressiva sobre o salário de contribuição

do segurado, incidindo cada alíquota sobre

a faixa de valores compreendida nos respectivos

limites.

§ 2º Os valores previstos no caput serão reajustados,

a partir da data de entrada em vigor desta

Emenda Constitucional, na mesma data e com o

mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios

do Regime Geral de Previdência Social, ressalvados

aqueles vinculados ao salário-mínimo, aos

quais se aplica a legislação específica.

Para o ano de 2021, a tabela progressiva de contribuições

a ser utilizada para essas categorias de segurados

(Portaria SEPRET-ME 477/21):

SALÁRIO DE

CONTRIBUIÇÃO

ALÍQUOTA DE

CONTRIBUIÇÃO

Até R$1.100,00 7,5%

De R$1.100,01 a

R$2.203,48

De R$2.203,49 a

R$3.305,22

De R$ 3.305,23 até

R$6.433,57 (Limite

Máximo do Salário de

Contribuição – Teto

previdenciário)

9%

12%

14%

Essa tabela é progressiva, de modo que serão utilizadas

as faixas contributivas, observando-se, sempre,

a diferença sobre o que já foi pago.

Exemplo: Para um salário de contribuição de

R$1.300,00 (um mil e trezentos reais):

FAIXA 1 – ATÉ

R$1.100,00

FAIXA 2 – DE

R$1.100,01 A

R$2.203,48

CONTRIBUIÇÃO

7,5% (aplica integral) R$82,50

9% (aplica parcial)

R$1.300,00 –

R$1.100,00 (R$200,00)

R$18,00

R$100,50

Exemplo: Para salário de contribuição de

R$6.433,57 (teto previdenciário):

FAIXA 1 – ATÉ

R$1.100,00

FAIXA 2 – DE

R$1.100,01 A

R$2.203,48

FAIXA 3 – DE

R$2.230,49 A

R$ 3.305,22

FAIXA 4 – DE

R$3.305,23 A

R$6.433,57

(TETO)

CONTRIBUIÇÃO

7,5% (aplica integral) R$82,50

9% (aplica na diferença

de faixa)

R$2.203,48 –

R$1.100,00 =

= R$1.103,48

12% (aplica na diferença

de faixa)

R$3.305,22 –

R$2.203,48 =

R$1.101,74

14% (aplica na diferença

de faixa)

R$6433,57 –

R$3.305,22 =

R$3.128,35

R$99,31

R$132,20

R$437,96

R$751,97


É obrigação do empregador descontar do trabalhador

e depois fazer o pagamento, juntamente com

sua cota previdenciária patronal, de modo que milita

a favor do segurado a presunção de recolhimento.

Ou seja, para prova de tempo de contribuição, basta o

registro em CTPS, já que a obrigação é do empregador

quanto ao pagamento da contribuição.

Assim, o empregado, por exemplo, que tiver comprovação

de que trabalhou com vínculo empregatício

registrado em sua Carteira Profissional, não pode ser

prejudicado em relação ao sistema de previdência,

nas situações em que o empregador não fizer o recolhimento

da contribuição.

É o que determina o parágrafo 5º do art. 33 da Lei

8.212/91, firme no sentido de que:

O desconto de contribuição e de consignação legalmente

autorizadas sempre se presume feito oportuna

e regularmente pela empresa a isso obrigada,

não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir

do recolhimento, ficando diretamente responsável

pela importância que deixou de receber ou arrecadou

em desacordo com o disposto neste Lei.

Esse é, inclusive, o entendimento consolidado pela

Súmula 75 da Turma Nacional de Uniformização de

Jurisprudência (TNU), que entende que a Carteira de

Trabalho, quando não contenha vício que comprometa

sua fidedignidade tem presunção relativa de veracidade

em relação ao vínculo de trabalho anotado.

Os contribuintes individuais, por sua vez, quando

prestam serviços por conta própria, recolhem

mediante a aplicação de alíquota de 20% sobre o respectivo

salário de contribuição.

O salário de contribuição do contribuinte individual

corresponde ao total da remuneração auferida

no mês, limitada ao teto previdenciário. Na hipótese

de prestar serviços à empresa, a obrigação de pagamento

passa a ser desta, que retém da remuneração

11% e repassa ao sistema de Previdência junto com a

cota patronal de 20%.

Nesta situação, que foi introduzida pela Lei

10.666/2003, há presunção de recolhimento, não

podendo o segurado ser prejudicado pela ausência de

pagamento pela empresa.

O contribuinte individual que prestar serviço a

outro contribuinte individual equiparado a empresa,

a produtor rural pessoa física ou à missão diplomática

e repartição consular de carreira estrangeiras

poderá deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da

contribuição patronal do contratante, efetivamente

recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração

que este lhe tenha pago ou creditado, no respectivo

mês, limitada a nove por cento do respectivo

salário-de-contribuição.

O contribuinte individual pode, ainda, nos casos

em que prestar serviços por conta própria, optar pela

contribuição pelo Plano Simplificado de Previdência,

estudado em capítulo próprio.

CONTRIBUINTE

INDIVIDUAL

20% do salário de contribuição,

quando trabalha por conta própria

11% por retenção, quando presta

serviços a empresas (obrigação da

empresa recolher)

Desconto de 45%, quando há contribuição

patronal sem retenção

dos 11%

Opção pelo plano simplificado de

previdência

Como vimos anteriormente, o segurado facultativo

é aquele que, não sendo segurado obrigatório, vincula-se

ao sistema por ato de vontade própria, sendo

certo que não é obrigado a iniciar suas contribuições

e nem mesmo a permanecer contribuindo.

Recolhe pela alíquota de 20% aplicada sobre o salário

de contribuição, que, neste caso, será o valor por

ele escolhido, observados os limites mínimos (salário

mínimo) e máximo (teto previdenciário).

Assim como o contribuinte individual, o segurado

facultativo também poderá optar pela adesão ao plano

simplificado de Previdência, que será estudado em

capítulo próprio.

Por fim, o segurado especial tem tratamento diferenciado

de acordo com a regra constitucional, recolhendo

um percentual sobre a comercialização da sua produção.

A Lei 13.606/18, reduziu o percentual anteriormente

estabelecido (contribuição básica 2% + 0,1% para

custeio dos benefícios por acidente do trabalho) para

1,2 % sobre a comercialização da produção, acrescidos

de 0,1 % para custeio das prestações decorrentes

de acidente do trabalho, totalizando uma contribuição

de 1,3% sobre a produção.

O sujeito passivo será o adquirente pessoa jurídica,

que deve descontar do segurado e recolher até o dia 20

do mês seguinte, assim como a pessoa física não produtor

rural, que adquire a produção para vender no varejo

a consumidor pessoa física (são casos de sub-rogação)

O próprio segurado especial é o sujeito passivo da

obrigação tributária quando comercializa direto no

varejo a consumidor pessoa física, a outro segurado

especial ou a produtor rural pessoa física.

O exercício de atividade remunerada em período

de entressafra ou do defeso (não superior a 120 dias

no ano civil) de mandato de vereador do município

onde desenvolve a atividade rural ou de dirigente

de cooperativa rural constituída exclusivamente por

segurados especiais não provoca a perda da qualidade

de segurado especial (incisos III e V, parágrafo 1º

do artigo 12 da Lei 8.212/91). Nesse caso, embora mantendo

a qualidade de segurado especial, fica obrigado

a recolher as contribuições como empregado.

O segurado especial pode, ainda, optar por recolher

facultativamente, situação que não o desobriga

de sua contribuição obrigatória sobre a comercialização

da sua produção. Isso com a finalidade de aposentar

por tempo de contribuição, levar tempo para outro

regime (contagem recíproca) e ter benefícios calculados

pela média (a regra é 1 salário mínimo quando

não complementa facultativamente).

A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência

(TNU) firmou entendimento, por meio da

Súmula nº 5, no sentido de que o trabalho rural do

menor entre 12 e 14 anos deve ser reconhecido para

fins previdenciários.

Contribuições das empresas

Na forma de como dispõe o inciso I do art. 195 da

Constituição Federal, as empresas contribuem sobre a

folha salarial, inclusive de quem lhe presta serviços sem

vínculo empregatício, receita ou faturamento e lucro.

As contribuições sobre a folha salarial são aquelas

destinadas especificamente ao custeio dos benefícios

previdenciários. São contribuições:

• Contribuição básica de 20%;

• Seguro de acidentes do trabalho;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

341


342

• Contribuição para a aposentadoria especial;

• Contribuição adicional das instituições financeiras.

A contribuição de 20% sobre a folha salarial, também

chamada de contribuição previdenciária patronal

(CPP), está prevista no inciso I do art. 22 da Lei 8.212/91

que define que a mesma incide sobre o total das remunerações

pagas, devidas ou creditadas a qualquer

título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores

avulsos que lhe prestarem serviços, destinadas

a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua

forma, (inclusive as gorjetas), os ganhos habituais sob a

forma de utilidades e os adiantamentos a título de reajuste

salarial, quer pelos serviços prestados, quer pelo

tempo à disposição do trabalhador.

A expressão “rendimento” afasta a noção de salário

do direito do trabalho para efeito de base da contribuição

e inclui na folha salarial aqueles que não são empregados,

mas recebem remuneração da empresa, no caso,

o contribuinte individual (inciso III do art. 22).

A cota previdenciária patronal (contribuição previdenciária)

não está sujeita ao limite teto previdenciário,

que é aplicado apenas à cota do segurado.

O primeiro adicional que é aplicado a esta contribuição

de 20% sobre a folha é aquele destinado ao

financiamento dos benefícios decorrentes de acidente

do trabalho, denominado Risco Ambiental do Trabalho

(RAT) ou Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT).

Incide apenas sobre a contribuição dos empregados

e trabalhadores avulsos nos percentuais de 1%,

2% ou 3% de acordo com o risco de acidentes do trabalho

da atividade preponderante da empresa, respectivamente,

risco leve, médio e grave.

Esse seguro (SAT) será reduzido ou majorado pelo

Fator Acidentário de Prevenção (FAP), calculado todos os

anos com base no desempenho da empresa em relação à

respectiva atividade econômica (multiplicador variável).

O FAP é um multiplicador que varia de 0,5000 a

2,000, ou seja, que pode bonificar ou aumentar o seguro

de acidentes do trabalho, com base na acidentabilidade

real da empresa, levando em conta índices de

custo, frequência e gravidade dos eventos.

As alíquotas do SAT serão acrescidas, ainda, de 6, 9

ou 12%, conforme a atividade exercida pelo segurado

permita a concessão de aposentadoria especial, respectivamente,

após 25, 20 ou 15 anos de exposição a agente

químico, físico ou biológico prejudicial à saúde.

Esse adicional incide apenas sobre a parcela da

folha relativa aos funcionários que efetivamente

exerçam atividade especial.

Por fim, as instituições financeiras recolhem um

adicional de 2,5 %, em razão da sua capacidade contributiva,

devido por bancos comerciais, de investimentos

e de desenvolvimento, caixas econômicas,

sociedades de crédito, financiamento e investimento,

sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras,

distribuidoras de títulos e valores mobiliários,

empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de

crédito, empresas de seguros privados e capitalização,

agentes autônomos de seguros privados e de crédito e

entidades de previdência privada abertas e fechadas.

Do clube de futebol profissional

Há, ainda, a previsão legal da chamada contribuição

substitutiva, para as associações desportivas que

mantêm equipe de futebol profissional.

A Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) é

substituída por contribuição correspondente a 5% da

receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos

de que participem em todo território nacional em qualquer

modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais,

e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento

de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda

e de transmissão de espetáculos esportivos.

Cabe à entidade promotora do evento a responsabilidade

de efetuar o desconto de 5% da receita bruta

e o respectivo recolhimento ao INSS, no prazo de até 2

dias úteis da realização do evento.

Nas situações em que a associação desportiva

receba recursos de empresas ou entidades, a título de

patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,

publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos,

essa empresa fica obrigada a recolher 5% da

receita bruta do evento.

Dica

Os valores antecipados pela empresa a título de

salário família e salário maternidade devem ser

compensados na folha, quando do recolhimento

para a Previdência.

Contribuições do Empregador Doméstico

As contribuições do empregador doméstico estão

regulamentadas pela LC 150/15, que instituiu o simples

doméstico, englobando também verbas de natureza

trabalhista.

Para fins previdenciários, conforme dispõe a Lei

13.202/15, a cota patronal do empregador doméstico é

de 8%, acrescida de 0,8%, para financiamento do seguro

de acidentes do trabalho.

Presentes os elementos da relação de emprego

doméstico, o empregador doméstico não poderá contratar

microempreendedor individual (MEI).

Contribuições Do Produtor Rural

A contribuição do empregador rural pessoa física

e consórcio simplificado de produtores rurais, em

substituição à contribuição sobre a folha e a do segurado

especial, é de 1,2 incidentes sobre a receita bruta

proveniente da comercialização da sua produção,

acrescida de 0,1 para financiamento dos benefícios

por acidente de trabalho.

Após a edição da Lei 13.606/18, o produtor rural

pessoa física poderá optar entre a contribuição substitutiva

(receita bruta da comercialização da produção)

e a contribuição mensal sobre a folha salarial, opção

irretratável feita quando do pagamento da contribuição

sobre a folha de janeiro de cada ano, ou na subsequente

ao início da atividade rural.

O produtor rural pessoa jurídica, por sua vez,

recolherá, a partir da vigência da Lei 13.606/2018, o

percentual de 1,7% de contribuição básica sobre a

comercialização da sua produção, acrescido de 0,1%

para financiamento do acidente de trabalho, totalizando

uma contribuição de 1,8% sobre a comercialização

da produção.

Esse produtor rural pessoa jurídica exerce apenas

a atividade de produção rural, o que o difere da

agroindústria que, além da produção rural, desenvolve

atividade de industrialização da sua produção ou da

própria produção somada a adquirida de terceiros. A


sua contribuição será de 2,6% sobre a comercialização

da produção (2,5% de contribuição básica, acrescida de

0,1% para financiamento do acidente do trabalho).

De qualquer forma, o parágrafo 9º do art. 28 da

Lei 8.212/91 trata de definir quais as parcelas que não

integram o salário de contribuição. São elas:

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Conceito

Salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição

previdenciária dos segurados, inclusive o doméstico,

com exceção do segurado especial (esse recolhe

sobre o resultado da comercialização da produção).

Isso significa dizer que é sobre o salário de contribuição

que será aplicada a alíquota de contribuição

previdenciária, fixada, como já visto, de acordo com a

categoria de segurado.

Quando a admissão, dispensa, afastamento ou falta

ocorrer no curso do mês, o salário de contribuição será

proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.

Se no Período Básico de Cálculo (PBC) o segurado

tiver recebido benefício por incapacidade, sua duração

será contada, considerando-se como salário de

contribuição, no período, o salário de benefício que

serviu de base para o cálculo da renda mensal, registrado

nas mesmas épocas e bases dos benefícios em

geral, não podendo ser inferior a 1 salário mínimo (§

5º do art. 29 da Lei 8.213/91).

A definição de salário de contribuição, portanto,

varia de acordo com a espécie de segurado:

• Segurado empregado e trabalhador avulso: A

remuneração auferida em uma ou mais empresas,

assim entendida a totalidade dos rendimentos

pagos, devidos ou creditados a qualquer título,

durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,

qualquer que seja a sua forma (inclusive as gorjetas),

os ganhos habituais sob a forma de utilidades

e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,

quer pelos serviços efetivamente prestados,

quer pelo tempo à disposição do empregador ou

tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato

ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo

de trabalho ou sentença normativa;

• Segurado empregado doméstico: Remuneração

registrada na Carteira de Trabalho e Previdência

Social;

• Contribuinte individual: Remuneração auferida

em uma ou mais empresas ou pelo exercício de

sua atividade por conta própria durante o mês.

Exemplo: para médico com mais de um trabalho,

é a somatória das rendas;

• Segurado facultativo: Valor por ele declarado;

• Segurado especial: Resultado da comercialização

de sua produção.

Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes

Esse é um tema de extrema importância, pois revela

quais parcelas da remuneração serão consideradas

base de incidência da contribuição previdenciária. A

regra geral pode ser assim definida:

• Integrantes: Retribuição pelos serviços prestados

(artigo 457 da CLT);

• Não integrantes: Natureza de indenização (reparação

de danos causados a uma pessoa) ou ressarcimento

(reembolso de despesas pagas pelo

trabalhador em decorrência da execução de alguma

atividade de interesse da empresa).

a) os benefícios da previdência social, nos termos e

limites legais, salvo o salário-maternidade;

É oportuno referir que o Supremo Tribunal Federal

(STF), no julgamento do RE 576.967 considerou

inconstitucional a incidência de cota previdenciária

patronal sobre o salário maternidade, já que o mesmo

não tem natureza remuneratória;

b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos

pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de

outubro de 1973;

Adicional mensal nunca inferior a 25% do salário

em caso de transferência provisória e ajuda de custo

nunca inferior a 4 meses de trabalho em caso de transferência

permanente;

c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os

programas de alimentação aprovados pelo Ministério

do Trabalho e da Previdência Social, nos termos

da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;

Vale refeição – se pago em pecúnia integra – Súmula

67 TNU, para o STJ não integra em nenhuma hipótese

RESP 1185685/SP;

d) as importâncias recebidas a título de férias

indenizadas e respectivo adicional constitucional,

inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração

de férias de que trata o art. 137 da Consolidação

das Leis do Trabalho-CLT;

A cada ano trabalhado, o empregado adquire

direito a 30 de férias remuneradas, acrescidas de 1/3

da sua remuneração. Nas situações em que o contrato

é rescindido antes do gozo das férias ou quando é

ultrapassado o prazo legal de concessão – sendo pagas

em dobro – a verba é considerada indenizatória e,

portanto, não sofre incidência de contribuição previdenciária.

Oportuno salientar que o Supremo Tribunal

Federal, no julgamento do tema 985, entendeu que

incide contribuição sobre o terço constitucional das

férias gozadas;

e) as importâncias:

1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias

Multa rescisória do FGTS, no percentual de

40%, devida nos casos de rescisão por iniciativa do

empregador;

2. relativas à indenização por tempo de serviço,

anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado

não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço-FGTS;

Sistemática adotada anteriormente à Constituição

Federal de 1988, quando o FGTS era optativo;

3. recebidas a título da indenização de que trata o

art. 479 da CLT

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

343


344

Indenização de 50% da remuneração devida até o

final do contrato por prazo determinado, quando há

rescisão antecipada pelo empregador;

4. recebidas a título da indenização de que trata o

art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973;

Contrato de trabalho/safra;

5. recebidas a título de incentivo à demissão;

Programas de demissão voluntária instituído pelas

empresas com vistas à apresentação do trabalhador

para rescisão contratual, mediante indenização);

6. recebidas a título de abono de férias na forma

dos arts. 143 e 144 da CLT;

Quando o empregador converte 1/3 das férias em

dinheiro;

7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos

expressamente desvinculados do salário;

8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;

9. recebidas a título da indenização de que trata o

art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984.

Indenização do trabalhador dispensado 30 dias

antes da data que antecede a sua correção salarial).

f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na

forma da legislação própria;

Para o STF, mesmo que pago em dinheiro, não integra

– RE 478.410;

g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida

exclusivamente em decorrência de mudança de

local de trabalho do empregado, na forma do art.

470 da CLT;

Caso seja paga em mais de uma parcela, incidirá

contribuição previdenciária sobre todos os valores

pagos;

Importante!

Nova redação do art. 457 da Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT), pela reforma trabalhista

(Lei 13.467/2017): As importâncias, ainda

que habituais, pagas a título de ajuda de custo,

auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em

dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos

não integram a remuneração do empregado,

não se incorporam ao contrato de trabalho e

não constituem base de incidência de qualquer

encargo trabalhista e previdenciário.

h) as diárias para viagens;

Assim como o reembolso de despesas de viagens.

Antes da alteração introduzida na lei previdenciária

pela reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), incidia contribuição

previdenciária sobre as diárias que ultrapassavam

50% da remuneração do trabalhador. Após a

mudança, não incidirá, independentemente do valor;

i) a importância recebida a título de bolsa de complementação

educacional de estagiário, quando

paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro

de 1977;

Faz-se oportuno ressaltar que o estagiário que,

como se vê, não é segurado obrigatório da previdência

social, poderá filiar-se facultativamente ao sistema;

j) a participação nos lucros ou resultados da

empresa, quando paga ou creditada de acordo com

lei específica;

Lei 10.101/2000 – a distribuição não pode ocorrer

em mais de duas vezes no ano civil e em periodicidade

inferior a 1 trimestre civil;

l) o abono do Programa de Integração Social – PIS

e do Programa de Assistência ao Servidor Público

– PASEP;

É um abono pago ao trabalhador de baixa renda

que preencha os requisitos legais, como pelo menos

30 dias de trabalho no ano anterior, limite de até 2

salários mínimos de renda do trabalho e inscrição no

programa há pelo menos 5 anos;

m) os valores correspondentes a transporte, alimentação

e habitação fornecidos pela empresa ao

empregado contratado para trabalhar em localidade

distante da de sua residência, em canteiro de

obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento

e estada, observadas as normas de proteção

estabelecidas pelo Ministério do Trabalho;

Essas verbas não tem natureza remuneratória;

n) a importância paga ao empregado a título de

complementação ao valor do auxílio-doença, desde

que este direito seja extensivo à totalidade dos

empregados da empresa;

Atenção para a necessidade de a parcela ser extensível

a todos os empregados – se for restrita a alguns,

incide contribuição;

o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador

da agroindústria canavieira, de que trata o art.

36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

Parcela extinta;

p) o valor das contribuições efetivamente pago pela

pessoa jurídica relativo a programa de previdência

complementar, aberto ou fechado, desde que disponível

à totalidade de seus empregados e dirigentes,

observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;

Contribuições da empresa para planos de previdência

privada, desde que extensível a todos os

funcionários;

q) o valor relativo à assistência prestada por serviço

médico ou odontológico, próprio da empresa

ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de

despesas com medicamentos, óculos, aparelhos

ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-

-hospitalares e outras similares


Até a reforma trabalhista, Lei 13.467/17, era

necessário que o benefício fosse concedido a todos

os empregados e dirigentes da empresa. A reforma

trabalhista retirou a necessidade de que a cobertura

abranja a totalidade dos empregados;

r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos

e outros acessórios fornecidos ao empregado e

utilizados no local do trabalho para prestação dos

respectivos serviços;

Verba que não tem natureza remuneratória;

s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo

do empregado e o reembolso creche pago em conformidade

com a legislação trabalhista, observado

o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente

comprovadas as despesas realizadas;

Súmula 310 do Superior Tribunal de Justiça (STJ):

O auxílio-creche não integra o salário de contribuição;

t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de

estudo, que vise à educação básica de empregados e

seus dependentes e, desde que vinculada às atividades

desenvolvidas pela empresa, à educação profissional

e tecnológica de empregados, nos termos da

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:

1. não seja utilizado em substituição de parcela

salarial; e

2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de

estudo, considerado individualmente, não ultrapasse

5% (cinco por cento) da remuneração do segurado

a que se destina ou o valor correspondente a

uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do

salário-de-contribuição, o que for maior;

u) a importância recebida a título de bolsa de

aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze

anos de idade, de acordo com o disposto no

art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;

Norma em confronto com a Constituição, já que a

idade mínima para o aprendiz passou a ser de 14 anos

com a EC 20/1998;

v) os valores recebidos em decorrência da cessão de

direitos autorais;

Verba de natureza indenizatória;

x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da

CLT;

Inobservância do prazo para pagamento das verbas

indenizatórias;

y) o valor correspondente ao vale-cultura;

Benefício oferecido pelas empresas participantes

do Programa Cultura do Trabalhador;

z) os prêmios e os abonos

A reforma trabalhista, Lei 13.467/17, prevê que os

abonos, mesmo habituais, não sofrerão incidência de

contribuição previdenciária;

aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em

conformidade com a Lei n o 10.891, de 9 de julho de

2004.

Essas verbas são consideradas indenizatórias.

Exemplos de situações em que há incidência de

contribuição previdenciária:

• Gorjetas (pagas por terceiros/clientes – espontâneas

ou compulsórias);

• Adicionais de periculosidade, insalubridade e

noturno;

• Utilidades habituais (o salário não pode ser pago

apenas em utilidades, 30% devem ser pagos em

dinheiro);

• Décimo terceiro salário (Súmula 688 do STF considerou

a cobrança legítima). Observação: não integra

o cálculo do salário de benefício. Pago quando

do crédito da última parcela ou quando da rescisão

contratual;

• Comissões (regra do art. 457 da CLT) – Súmula 458

do STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a

comissão paga ao corretor de seguros;

• Terço constitucional das férias (novo entendimento

STF – Tema 985);

• Horas extras;

• Salário do aposentado.

Dica

Pelo entendimento do Superior Tribunal de Justiça,

não incide contribuição nas férias indenizadas,

inclusive o valor correspondente a dobra

das férias e aviso prévio indenizado (RESP

1.230.957/RS).

Limites mínimo e máximo

O salário de contribuição deve obedecer a limites

mínimo e máximo. O limite mínimo corresponde ao

piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo

este, ao salário mínimo, tomado no seu valor

mensal, diário ou por hora, de acordo com o contrato

e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Para

o menor aprendiz, o limite mínimo corresponde à

remuneração mínima fixada em lei.

O limite máximo é o teto previdenciário, fixado

por portaria, atualizado todos os anos pelos mesmos

índices que reajustam os benefícios previdenciários

em manutenção.

A Reforma da Previdência (EC 103/19) estabelece,

no § 14 do art. 195 da Constituição Federal, que o segurado

somente terá reconhecida como tempo de contribuição

ao RGPS a competência cuja contribuição seja

igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida

para sua categoria, assegurada a complementação

das contribuições, o agrupamento ou a utilização

do excedente de uma contribuição em outra.

COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA

RECEITA FEDERAL

Na forma como dispõe o art. 2º da Lei 11.457/2007:

cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar,

executar, acompanhar e avaliar as atividades

relativas à tributação, fiscalização, arrecadação,

cobrança e recolhimento das contribuições sociais.

Desse modo, a competência tributária, ou seja,

relativa às contribuições previdenciárias, é da Receita

Federal, cabendo ao INSS, autarquia pública federal,

a gerência e gestão dos benefícios e serviços devidos

pelo sistema.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

345


346

EXERCÍCIOS COMENTADOS:

1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Julgue o próximo item,

relativo ao custeio da seguridade social. A contribuição

do segurado empregado e a do trabalhador

doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de

contribuição, até um teto máximo fixado por lei.

( ) CERTO ( ) ERRADO

A base de incidência da contribuição dos empregados

e empregados domésticos, cuja alíquota é progressiva,

de acordo com o valor da remuneração, é

o salário de contribuição. Resposta: Certo

2. (NOVA CONCURSOS - 2021) A empresa Thera Yz Ltda

é obrigada, por norma coletiva, a complementar os

valores pagos pela Previdência Social a título de auxílio

por incapacidade temporária para os funcionários

do setor de vendas. Nessa situação, não há incidência

de contribuição previdenciária sobre essas verbas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Para que não incida contribuição previdenciária na

complementação do auxílio por incapacidade temporária

(antigo auxílio doença), esse benefício deve

ser extensível a todos os funcionários e não apenas

a um setor específico. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Segundo a legislação

vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária

sobre importância recebida a título de incentivo

a demissão voluntária e abono de férias.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Não incide contribuição previdenciária sobre as

importâncias pagas a título de incentivo a demissão

voluntária. Resposta: Errado

INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO

PREVIDENCIÁRIA

Conforme dispõe o art. 92 da Lei 8.212/91, a infração

a qualquer dispositivo desta lei, para o qual não

exista penalidade expressamente determinada, sujeita

o responsável a multa, fixada conforme a gravidade

da infração, variável entre Cr$100.000,00 (cem mil

cruzeiros) e Cr$10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros),

conforme disposições do regulamento. Os referidos

valores são atualizados anualmente por portarias

do Ministério da Economia.

Isso significa que, para as hipóteses de descumprimento

das obrigações estabelecidas na legislação que

regulamenta o custeio da Previdência, serão estabelecidas

multas quando não houver penalidade já fixada.

Por exemplo: nos casos de pagamento em atraso

de contribuição previdenciária por iniciativa do devedor,

a multa e juros de mora estão fixados no art. 35

da Lei 8.212/91.

O Regulamento (Decreto 3.048/99) estabelece, em

seus arts. 282 a 289, o seguinte:

Art. 282 A seguridade social, por meio de seus

órgãos competentes, promoverá a apreensão de

comprovantes de arrecadação e de pagamento de

benefícios, bem como de quaisquer documentos

pertinentes, inclusive contábeis, mediante lavratura

do competente termo, com a finalidade de apurar

administrativamente a ocorrência dos crimes

previstos em lei.

Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro

Social e a Secretaria da Receita Federal estabelecerão

normas específicas para:

I – apreensão de comprovantes e demais documentos;

II – apuração administrativa da ocorrência de crimes;

III – devolução de comprovantes e demais documentos;

IV – instrução do processo administrativo de apuração;

V – encaminhamento do resultado da apuração referida

no inciso IV à autoridade competente; e

VI – acompanhamento de processo judicial.

Com a Lei 11.457/2007, passa a ser da Secretaria da

Receita Federal do Brasil a competência para planejar,

executar, acompanhar, arrecadar, fiscalizar e cobrar

as contribuições previdenciárias.

Art. 283 Por infração a qualquer dispositivo das

Leis n º 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8

de maio de 2003, para a qual não haja penalidade

expressamente cominada neste Regulamento, fica o

responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17

(seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos)

a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e

dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme

a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto

nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes

valores:

I – a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis

reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações:

a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento

das remunerações pagas, devidas ou creditadas

a todos os segurados a seu serviço, de acordo com

este Regulamento e com os demais padrões e normas

estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro

Social;

b - deixar a empresa de se matricular no Instituto

Nacional do Seguro Social, dentro de trinta dias

contados da data do início de suas atividades,

quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica;

c - deixar a empresa de descontar da remuneração

paga aos segurados a seu serviço importância

proveniente de dívida ou responsabilidade por

eles contraída junto à seguridade social, relativa a

benefícios pagos indevidamente;

d - deixar a empresa de matricular no Instituto

Nacional do Seguro Social obra de construção civil

de sua propriedade ou executada sob sua responsabilidade

no prazo de trinta dias do início das respectivas

atividades;

e - deixar o Titular de Cartório de Registro Civil de

Pessoas Naturais de comunicar ao Instituto Nacional

do Seguro Social, até o dia dez de cada mês, a

ocorrência ou a não-ocorrência de óbitos, no mês

imediatamente anterior, bem como enviar informações

inexatas, conforme o disposto no art. 228;

f - deixar o dirigente dos órgãos municipais competentes

de prestar ao Instituto Nacional do Seguro

Social as informações concernentes aos alvarás,

“habite-se” ou documento equivalente, relativos a

construção civil, na forma do art. 226; e

g - deixar a empresa de efetuar os descontos das contribuições

devidas pelos segurados a seu serviço;


h - deixar a empresa de elaborar e manter atualizado

perfil profissiográfico abrangendo as atividades

desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este,

quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia

autêntica deste documento; e

II – a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e

sessenta e um reais e setenta e três centavos) nas

seguintes infrações:

a - deixar a empresa de lançar mensalmente, em

títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada,

os fatos geradores de todas as contribuições,

o montante das quantias descontadas, as

contribuições da empresa e os totais recolhidos;

b - deixar a empresa de apresentar ao Instituto

Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita

Federal os documentos que contenham as informações

cadastrais, financeiras e contábeis de interesse

dos mesmos, na forma por eles estabelecida, ou os

esclarecimentos necessários à fiscalização;

c - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou

o titular de serventia extrajudicial de exigir documento

comprobatório de inexistência de débito,

quando da contratação com o poder público ou no

recebimento de benefício ou de incentivo fiscal ou

creditício;

d - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o

titular de serventia extrajudicial de exigir o documento

comprobatório de inexistência de débito,

quando da alienação ou oneração, a qualquer título,

de bem imóvel ou direito a ele relativo;

e - deixar o servidor, o serventuário da Justiça

ou o titular de serventia extrajudicial de exigir a

apresentação do documento comprobatório de

inexistência de débito na alienação ou oneração, a

qualquer título, de bem móvel incorporado ao ativo

permanente da empresa, de valor superior a R$

15.904,18 (quinze mil novecentos e quatro reais e

dezoito centavos);

f - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou

o titular de serventia extrajudicial de exigir documento

comprobatório de inexistência de débito no

registro ou arquivamento, no órgão próprio, de

ato relativo a baixa ou redução de capital de firma

individual, redução de capital social, cisão total ou

parcial, transformação ou extinção de entidade ou

sociedade comercial ou civil e transferência de controle

de cotas de sociedades de responsabilidade

limitada;

g - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou

o titular de serventia extrajudicial de exigir documento

comprobatório de inexistência de débito do

proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de

construção civil, quando da averbação de obra no

Registro de Imóveis;

h - deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou

o titular de serventia extrajudicial de exigir documento

comprobatório de inexistência de débito do

incorporador, quando da averbação de obra no

Registro de Imóveis, independentemente do documento

apresentado por ocasião da inscrição do

memorial de incorporação;

i - deixar o dirigente da entidade da administração

pública direta ou indireta de consignar as dotações

necessárias ao pagamento das contribuições devidas

à seguridade social, de modo a assegurar a sua

regular liquidação dentro do exercício;

j - deixar a empresa, o servidor de órgão público

da administração direta e indireta, o segurado da

previdência social, o serventuário da Justiça ou o

titular de serventia extrajudicial, o síndico ou seu

representante, o comissário ou o liquidante de

empresa em liquidação judicial ou extrajudicial, de

exibir os documentos e livros relacionados com as

contribuições previstas neste Regulamento ou apresentá-los

sem atender às formalidades legais exigidas

ou contendo informação diversa da realidade

ou, ainda, com omissão de informação verdadeira;

l - deixar a entidade promotora do espetáculo desportivo

de efetuar o desconto da contribuição prevista

no § 1º do art. 205;

m - deixar a empresa ou entidade de reter e recolher

a contribuição prevista no § 3º do art. 205;

n - deixar a empresa de manter laudo técnico atualizado

com referência aos agentes nocivos existentes

no ambiente de trabalho de seus trabalhadores

ou emitir documento de comprovação de efetiva

exposição em desacordo com o respectivo laudo; e

§ 1º Considera-se dirigente, para os fins do disposto

neste Capítulo, aquele que tem a competência

funcional para decidir a prática ou não do ato

que constitua infração à legislação da seguridade

social.

§ 2º A falta de inscrição do segurado sujeita o responsável

à multa de R$ 1.254,89 (mil, duzentos e

cinquenta e quatro reais e oitenta e nove centavos),

por segurado não inscrito.

§ 3º As demais infrações a dispositivos da legislação,

para as quais não haja penalidade expressamente

cominada, sujeitam o infrator à multa de R$

636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete

centavos).

A obrigação principal da empresa é a de fazer

o pagamento da contribuição, da sua cota e da cota

retida do trabalhador (art. 30 da Lei 8212/91). Mas

existem, ainda, as obrigações acessórias, relativas à

documentação (art. 32 da Lei 8.212/91).

Art. 284 A infração ao disposto no inciso IV do caput

do art. 225 (obrigações acessórias) sujeitará o responsável

às seguintes penalidades administrativas:

I – valor equivalente a um multiplicador sobre o

valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função

do número de segurados, pela não apresentação

da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia

do Tempo de Serviço e Informações à Previdência

Social, independentemente do recolhimento da contribuição,

conforme quadro abaixo:

0 a 5 segurados ½ valor mínimo

6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo

16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo

51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo

101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo

501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo

1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo

acima de 5000 segurados

50 x o valor mínimo

II – cem por cento do valor devido relativo à contribuição

não declarada, limitada aos valores previstos

no inciso I, pela apresentação da Guia de

Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço e Informações à Previdência Social com

dados não correspondentes aos fatos geradores,

seja em relação às bases de cálculo, seja em relação

às informações que alterem o valor das contribuições,

ou do valor que seria devido se não houvesse

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

347


348

isenção ou substituição, quando se tratar de infração

cometida por pessoa jurídica de direito privado

beneficente de assistência social em gozo de

isenção das contribuições previdenciárias ou por

empresa cujas contribuições incidentes sobre os

respectivos fatos geradores tenham sido substituídas

por outras; e

III – cinco por cento do valor mínimo previsto no

caput do art. 283, por campo com informações inexatas,

incompletas ou omissas, limitada aos valores

previstos no inciso I, pela apresentação da Guia

de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo

de Serviço e Informações à Previdência Social com

erro de preenchimento nos dados não relacionados

aos fatos geradores.

§ 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês

seguinte àquele em que o documento deveria ter

sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento

por mês calendário ou fração.

§ 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será

o vigente na data da lavratura do auto-de-infração.

Art. 285 A infração ao disposto no art. 280 sujeita

o responsável à multa de cinqüenta por cento das

quantias que tiverem sido pagas ou creditadas, a

partir da data do evento.

A empresa em débito com o sistema não pode distribuir

bonificação ou dividendo aos acionistas e nem

atribuir cota ou participação nos lucros a sócios e

diretores (art. 280 do Decreto 3.048/99).

Art. 286 A infração ao disposto no art. 336 (Omissão

da empresa – deixa de emitir a cat/comunicação

de acidente do trabalho) sujeita o responsável

à multa variável entre os limites mínimo e máximo

do salário-de-contribuição, por acidente que tenha

deixado de comunicar nesse prazo.

§ 1º Em caso de morte, a comunicação a que se

refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à

autoridade competente.

§ 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor

a cada reincidência.

§ 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na

ocorrência da primeira comunicação feita fora do

prazo estabelecido neste artigo, ou não comunicada,

observado o disposto nos arts. 290 a 292.

Art. 287 Pelo descumprimento das obrigações contidas

nos incisos V e VI do caput do art. 225, e verificado

o disposto no inciso III do caput do art. 266,

será aplicada multa de R$ 99,74 (noventa e nove

reais e setenta e quatro centavos) a R$ 9.974,34

(nove mil, novecentos e setenta e quatro reais e

trinta e quatro centavos), para cada competência

em que tenha havido a irregularidade.

Parágrafo único. O descumprimento das disposições

constantes do art. 227 e dos incisos V e VI do

caput do art. 257, sujeitará a instituição financeira

à multa de:

I – R$ 22.165,20 (vinte e dois mil, cento e sessenta e

cinco reais e vinte centavos), no caso do art. 227; e

II – R$ 110.826,01 (cento e dez mil, oitocentos e vinte

e seis reais e um centavo), no caso dos incisos V e

VI do caput do art. 257.

Art. 288 O descumprimento do disposto nos §§ 19 e

20 do art. 225 sujeitará o infrator à multa de:

I – R$ 173,00 (cento e setenta e três reais) a R$

1.730,00 (um mil setecentos e trinta reais), no caso

do § 19; e

II – R$ 345,00 (trezentos e quarenta e cinco reais)

a R$ 3.450,00 (três mil quatrocentos e cinqüenta

reais), no caso do § 20.

Art. 289 O dirigente de órgão ou entidade da administração

federal, estadual, do Distrito Federal

ou municipal responde pessoalmente pela multa

aplicada por infração a dispositivos deste Regulamento,

sendo obrigatório o respectivo desconto

em folha de pagamento, mediante requisição dos

órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento

que se seguir à requisição.

Parágrafo único. Ao disposto neste artigo não se

aplica a multa de que trata o inciso III do art. 239.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (NOVA CONCURSOS - 2021 – Adaptada) Nos termos

do Regulamento da Previdência Social, no capítulo

destinado a tratar das infrações à legislação, resta

estabelecido que, em eventual omissão da empresa,

na ocorrência de acidente de trabalho, deixando de

emitir a correspondente CAT (Comunicação de Acidente

do Trabalho), a multa deve ser fixada, desde logo, no

patamar máximo, dada a gravidade da situação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Na primeira infração, por ausência de comunicação

ou comunicação fora do prazo, a multa será fixada

no patamar mínimo. Resposta: Errado.

RECURSO DAS DECISÕES

ADMINISTRATIVAS

O processo administrativo é composto por um conjunto

de atos emanados pela autarquia administrativa

a quem o pedido do segurado é submetido e, após

a necessária instrução probatória e recursos próprios,

será proferida a decisão definitiva.

O processo, portanto, é iniciado com o pedido de

benefício, passando pela fase de instrução, com a

apresentação de documentação, exigências, perícia

médica, perícia social, justificação administrativa etc.,

chegando à fase decisória.

Das decisões administrativas proferidas pela autarquia

previdenciária (INSS), que devem ser fundamentadas

sob pena de nulidade, cabem recursos a serem

interpostos perante o CRPS (Conselho de Recursos da

Previdência Social).

FASE INICIAL E

PROBATÓRIA

RECURSO ORDINÁRIO

RECURSO ESPECIAL

1ª instância INSS

2ª instância

3ª instância

Juntas de

Recurso

Câmaras de

Julgamento

O Conselho de Recursos da Previdência Social,

como vimos, compreende: 29 Juntas de Recursos (1ª

instância) e 4 Câmaras de Julgamento (2ª instância),

as quais são responsáveis por julgar recursos, e o Conselho

Pleno – responsável pela uniformização de jurisprudência,

mediante emissão de Enunciados.


A alteração, introduzida pelos Decretos nº 10.410/2020

e nº 10.491/2020 no Regulamento da Previdência Social

(Decreto nº 3.048/99), estabelece que a quantidade de Juntas

e Câmaras de Julgamento será estabelecida no decreto

que aprovar a estrutura do Ministério da Economia, o

que gerará alteração na atual previsão do Conselho de

Recursos.

Conforme prevê o art. 126 da Lei nº 8.213/91,

compete ao Conselho de Recursos da Previdência

Social julgar, entre outras demandas, na forma do

regulamento:

I - recursos das decisões do INSS nos processos de

interesse dos beneficiários;

II - contestações e recursos relativos à atribuição,

pelo Ministério da Economia, do Fator Acidentário

de Prevenção aos estabelecimentos das empresas;

III - recursos das decisões do INSS relacionados à

comprovação de atividade rural de segurado especial

de que tratam os arts. 38-A e 38-B, ou demais

informações relacionadas ao CNIS de que trata o

art. 29-A desta Lei.

IV - recursos de processos relacionados à compensação

financeira de que trata a Lei nº 9.796, de 5 de

maio de 1999, e à supervisão e à fiscalização dos

regimes próprios de previdência social de que trata

a Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998.

Os recursos das decisões proferidas pelo INSS devem

ser interpostos no prazo de 30 (trinta) dias e dirigidos

às Juntas de Recursos do CRPS (recurso ordinário). Das

decisões proferidas pelas juntas, caberá, em determinadas

hipóteses, recurso especial, dirigido às Câmaras

de Julgamento do CRPS também no prazo de 30 (trinta)

dias. Esse prazo é computado da seguinte forma:

• nos casos de contestação do FAP, a partir da data

da publicação na Imprensa das informações para

consulta;

• nos casos de recursos, a partir da ciência da decisão;

• nas contrarrazões, a partir da interposição do recurso.

Os prazos de contrarrazões são de 30 (trinta) dias,

sendo certo que, as razões de indeferimento e demais

elementos que compõem o processo administrativo

previdenciário substituirão as contrarrazões apresentadas

pelo INSS, hipótese em que o processo previdenciário

poderá ser remetido ao CRPS imediatamente

após a interposição de recurso pelo interessado.

O INSS poderá deixar de encaminhar o recurso nas

hipóteses em que reconhecer o direito do segurado e

reformar a sua decisão, inclusive na fase de instrução

do recurso interposto pelo segurado.

A competência do Conselho Pleno é de uniformizar

a jurisprudência administrativa, por meio de

enunciados com efeito vinculante dentro do Conselho

de Recursos da Previdência Social.

Importante!

A propositura de ação que tenha, por objeto idêntico,

pedido sobre o qual versa o processo administrativo

importa renúncia ao direito de recorrer

na esfera administrativa e desistência do recurso

interposto (art. 307 do Decreto 3.048/99)

Os recursos interpostos, tempestivamente, contra

decisões das Juntas de Recursos e das Câmaras de

Julgamento serão recebidos nos efeitos devolutivo e

suspensivo.

O INSS deverá cumprir todas as diligências determinadas

pelo Conselho de Recursos da Previdência

Social, bem como fica submetido a cumprir integralmente

todas as decisões pelo Conselho proferidas.

As contestações do FAP – Fator Acidentário de Prevenção,

apenas podem abranger divergências relativas

aos elementos de composição do cálculo (índices

de custo, frequência, gravidade, massa salarial etc.)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (NOVA CONCURSOS — 2021 - Adaptada) Compete à

Secretaria da Receita Federal do Brasil julgar as contestações

administrativas de FAP (Fator Acidentário

de Prevenção), por tratar-se de verba de natureza tributária,

portanto, ligada ao custeio do sistema de Previdência

Social.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Ainda que o FAP esteja, de fato, associado ao custeio,

pois é aplicado no seguro de acidentes do trabalho, na

forma do art. 126 da Lei nº 8.213/91, a competência

para julgar as contestações é do Conselho de Recursos

da Previdência Social. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Mateus requereu ao

órgão regional do INSS a conversão de auxílio-doença

em aposentadoria por invalidez. O INSS indeferiu o

pedido de Mateus por considerar que a doença que o

acometera era curável, e que, por isso, ele era suscetível

de reabilitação.

Acerca dessa situação hipotética e dos recursos nos

processos administrativos de competência do INSS,

julgue o item que se segue.

Caso seja interposto recurso contra a decisão que

indeferiu o pedido de Mateus, o órgão regional do INSS

que proferiu a decisão não poderá reformá-la, devendo

encaminhar o recurso à instância competente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O INSS poderá reformar sua decisão, favoravelmente

ao segurado, e deixar de encaminhar o recurso.

Resposta: Errado.

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

Do capítulo da Lei 8.213/91 destinado às disposições

gerais e específicas, vamos destacar alguns

dos dispositivos, em razão da relevância dos temas

abordados.

Iniciamos tratando das regras dos arts. 103, 103-A

e 104, que tratam de prescrição e decadência.

A decadência é um prazo que atinge o próprio

direito, de modo que quando se verifica, não há a possibilidade

de propor demanda. Já a prescrição atinge

parcelas e não o direito em si.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

349


350

A lei prescreve, para o segurado, no prazo de 10

anos de decadência de todo e qualquer direito ou ação

para a revisão do ato de concessão do benefício (art.

103 da Lei 8.213/91).

A Lei 13.846/19, alterando este dispositivo, introduziu

outras hipóteses de incidência da decadência,

“a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento

ou cessação de benefício, do ato de deferimento,

indeferimento ou não concessão de revisão de

benefício”.

Todavia, o STF, no julgamento da ADI 6.096, reconheceu

a inconstitucionalidade do art. 24 da Lei

13.846/19, de modo que volta a valer a redação anterior

do art. 103: “É de dez anos o prazo de decadência

de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário

para a revisão do ato de concessão de benefício,

a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento

da primeira prestação ou, quando for o caso, do

dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória

definitiva no âmbito administrativo”.

O prazo tem início:

I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento

da primeira prestação ou da data em que a

prestação deveria ter sido paga com o valor revisto;

ou

II - do dia em que o segurado tomar conhecimento

da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação

do seu pedido de benefício ou da decisão de

deferimento ou indeferimento de revisão de benefício,

no âmbito administrativo.

Para a Previdência é de 10 anos o prazo de decadência

para revisar ou anular atos administrativos,

salvo nos casos de má-fé do segurado.

A prescrição ocorre no período de 5 (cinco anos),

a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda

e qualquer ação para haver prestações vencidas ou

quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência

Social, salvo direito de menores, incapazes e

ausentes, na forma do Código Civil.

LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES

A Lei 8.212/91 trata da organização da Seguridade

Social e da instituição do plano de custeio da Seguridade

Social à luz das regras fixadas pela Constituição

Federal de 1.988.

Boa parte dos dispositivos dessa legislação já foi

abordada ao longo deste material, de modo que trataremos,

aqui, apenas de alguns artigos, os mais relevantes

e ainda não estudados, sendo recomendada, de qualquer

modo, a leitura integral da legislação atualizada.

Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos poderes

públicos e da sociedade, destinado a assegurar o

direito relativo à saúde, à previdência e à assistência

social.

Parágrafo único. A Seguridade Social obedecerá

aos seguintes princípios e diretrizes:

a) universalidade da cobertura e do atendimento;

b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços

às populações urbanas e rurais;

c) seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios e serviços;

d) irredutibilidade do valor dos benefícios;

e) eqüidade na forma de participação no custeio;

f) diversidade da base de financiamento;

g) caráter democrático e descentralizado da gestão

administrativa com a participação da comunidade,

em especial de trabalhadores, empresários e

aposentados.

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas

que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário

às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação.

Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância

pública e sua organização obedecerá aos

seguintes princípios e diretrizes:

a) acesso universal e igualitário;

b) provimento das ações e serviços através de rede

regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema

único;

c) descentralização, com direção única em cada

esfera de governo;

d) atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas;

e) participação da comunidade na gestão, fiscalização

e acompanhamento das ações e serviços de

saúde;

f) participação da iniciativa privada na assistência

à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais.

Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar

aos seus beneficiários meios indispensáveis

de manutenção, por motivo de incapacidade, idade

avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário,

encargos de família e reclusão ou morte

daqueles de quem dependiam economicamente.

Parágrafo único. A organização da Previdência

Social obedecerá aos seguintes princípios e

diretrizes:

a) universalidade de participação nos planos previdenciários,

mediante contribuição;

b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos

do salário-de-contribuição ou do rendimento

do trabalho do segurado, não inferior ao do salário

mínimo;

c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição,

corrigidos monetariamente;

d) preservação do valor real dos benefícios;

e) previdência complementar facultativa, custeada

por contribuição adicional.

Art. 4º A Assistência Social é a política social que

provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas

em proteção à família, à maternidade, à

infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora

de deficiência, independentemente de contribuição

à Seguridade Social.

Parágrafo único. A organização da Assistência

Social obedecerá às seguintes diretrizes:

a) descentralização político-administrativa;

b) participação da população na formulação e controle

das ações em todos os níveis.

Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência

Social e Assistência Social, conforme o disposto no

Capítulo II do Título VIII da Constituição Federal,

serão organizadas em Sistema Nacional de Seguridade

Social, na forma desta Lei.

Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou plurianuais

da Seguridade Social serão elaboradas por

Comissão integrada por 3 (três) representantes,

sendo 1 (um) da área da saúde, 1 (um) da área da

previdência social e 1 (um) da área de assistência

social.


Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência

Social são objeto de leis específicas, que regulamentarão

sua organização e funcionamento.

Os primeiros dispositivos tratam dos princípios,

da organização e da composição da Seguridade Social,

que, à luz do disposto no art. 194 da Constituição Federal,

engloba a saúde (sistema não contributivo e universal),

a assistência social (sistema não contributivo/

prestação do Estado a quem, efetivamente, necessita)

e previdência social (sistema contributivo de filiação

obrigatória).

Art. 10 A Seguridade Social será financiada por toda

sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do

art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante

recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Municípios e de contribuições sociais

O financiamento da Seguridade Social é feito, conforme

previsto no art. 195 da Constituição Federal, por

toda a sociedade em razão do seu caráter solidário.

Art. 14 É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze)

anos de idade que se filiar ao Regime Geral

de Previdência Social, mediante contribuição, na

forma do art. 21, desde que não incluído nas disposições

do art. 12.

Importante!

Esta regra não foi recepcionada pela Emenda

20/98, de modo que a idade mínima de filiação

como segurado facultativo, por conta da hierarquia

legislativa, é de 16 (dezesseis) anos.

§ 14 Para efeito de interpretação do § 13 deste

artigo:

I - os critérios informadores dos valores despendidos

pelas entidades religiosas e instituições de

ensino vocacional aos ministros de confissão religiosa,

membros de vida consagrada, de congregação

ou de ordem religiosa não são taxativos e sim

exemplificativos;

II - os valores despendidos, ainda que pagos de

forma e montante diferenciados, em pecúnia ou

a título de ajuda de custo de moradia, transporte,

formação educacional, vinculados exclusivamente

à atividade religiosa não configuram remuneração

direta ou indireta.

§ 15 Na contratação de serviços de transporte

rodoviário de carga ou de passageiro, de serviços

prestados com a utilização de trator, máquina de

terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, a

base de cálculo da contribuição da empresa corresponde

a 20% (vinte por cento) do valor da nota fiscal,

fatura ou recibo, quando esses serviços forem

prestados por condutor autônomo de veículo rodoviário,

auxiliar de condutor autônomo de veículo

rodoviário, bem como por operador de máquinas.

Importante previsão a respeito do ministro de confissão

religiosa e membro de instituto de vida consagrada

é a de que não recolhem contribuições sobre valores

que são recebidos apenas para sua subsistência.

Há, ainda, a definição de que, no transporte, o salário

de contribuição será fixado em 20% do frete. Ou seja, a

contribuição de 20%, que é a cota do contribuinte individual,

incidirá sobre 20% (vinte por cento) do frete.

SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE

PROGNÓSTICOS

Art. 16 A contribuição da União é constituída de

recursos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados

obrigatoriamente na lei orçamentária anual.

Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura

de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade

Social, quando decorrentes do pagamento de

benefícios de prestação continuada da Previdência

Social, na forma da Lei Orçamentária Anual.

Art. 17 Para pagamento dos encargos previdenciários

da União, poderão contribuir os recursos da

Seguridade Social referidos na alínea “d” do parágrafo

único do art. 11 desta Lei, na forma da Lei

Orçamentária anual, assegurada a destinação de

recursos para as ações desta Lei de Saúde e Assistência

Social

A União, na forma da regra constitucional, deve

inserir, em seu orçamento anual, os recursos que

serão destinados ao custeio da Seguridade Social.

Importante previsão é a que diz respeito à cobertura

de eventuais insuficiências de recursos nas áreas

de saúde, assistência e previdência social.

Art. 22 § 13. Não se considera como remuneração

direta ou indireta, para os efeitos desta Lei, os

valores despendidos pelas entidades religiosas e

instituições de ensino vocacional com ministro de

confissão religiosa, membros de instituto de vida

consagrada, de congregação ou de ordem religiosa

em face do seu mister religioso ou para sua subsistência

desde que fornecidos em condições que independam

da natureza e da quantidade do trabalho

executado.

Art. 26 Constitui receita da Seguridade Social a

contribuição social sobre a receita de concursos de

prognósticos a que se refere o inciso III do caput do

art. 195 da Constituição Federal.

§ 4º O produto da arrecadação da contribuição será

destinado ao financiamento da Seguridade Social.

§ 5º A base de cálculo da contribuição equivale à

receita auferida nos concursos de prognósticos,

sorteios e loterias.

§ 6º A alíquota da contribuição corresponde ao

percentual vinculado à Seguridade Social em cada

modalidade lotérica, conforme previsto em lei.

Art. 27 Constituem outras receitas da Seguridade

Social:

I - as multas, a atualização monetária e os juros

moratórios;

II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação,

fiscalização e cobrança prestados a

terceiros;

III - as receitas provenientes de prestação de outros

serviços e de fornecimento ou arrendamento de

bens;

IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e

financeiras;

V - as doações, legados, subvenções e outras receitas

eventuais;

VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e

aplicados na forma do parágrafo único do art. 243

da Constituição Federal;

VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões

dos bens apreendidos pelo Departamento da

Receita Federal;

VIII - outras receitas previstas em legislação específica.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

351


352

Parágrafo único. As companhias seguradoras que

mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais

causados por veículos automotores de vias terrestres,

de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de

1974, deverão repassar à Seguridade Social 50%

(cinqüenta por cento) do valor total do prêmio recolhido

e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS,

para custeio da assistência médico-hospitalar dos

segurados vitimados em acidentes de trânsito.

§ 11 Considera-se remuneração do contribuinte individual

que trabalha como condutor autônomo de

veículo rodoviário, como auxiliar de condutor autônomo

de veículo rodoviário, em automóvel cedido em

regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094,

de 30 de agosto de 1974, como operador de trator,

máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados,

o montante correspondente a 20% (vinte por

cento) do valor bruto do frete, carreto, transporte de

passageiros ou do serviço prestado, observado o limite

máximo a que se refere o § 5º.

Art. 30 A arrecadação e o recolhimento das contribuições

ou de outras importâncias devidas à Seguridade

Social obedecem às seguintes normas:

I - a empresa é obrigada a:

a - arrecadar as contribuições dos segurados empregados

e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as

da respectiva remuneração;

b - recolher os valores arrecadados na forma da alínea

a deste inciso, a contribuição a que se refere o

inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as contribuições

a seu cargo incidentes sobre as remunerações

pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título,

aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e

contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20

(vinte) do mês subsequente ao da competência;

c - recolher as contribuições de que tratam os incisos

I e II do art. 23, na forma e prazos definidos pela

legislação tributária federal vigente;

II - os segurados contribuinte individual e facultativo

estão obrigados a recolher sua contribuição por

iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte

ao da competência;

III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária

ou a cooperativa são obrigadas a recolher a

contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte)

do mês subsequente ao da operação de venda ou

consignação da produção, independentemente de

essas operações terem sido realizadas diretamente

com o produtor ou com intermediário pessoa física,

na forma estabelecida em regulamento;

IV - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária

ou a cooperativa ficam sub-rogadas nas

obrigações da pessoa física de que trata a alínea

“a” do inciso V do art. 12 e do segurado especial

pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta

Lei, independentemente de as operações de venda

ou consignação terem sido realizadas diretamente

com o produtor ou com intermediário pessoa física,

exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma

estabelecida em regulamento;

V - o empregador doméstico é obrigado a arrecadar

e a recolher a contribuição do segurado empregado

a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo, até

o dia 7 do mês seguinte ao da competência;

VI - o proprietário, o incorporador definido na Lei

nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da

obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer

que seja a forma de contratação da construção,

reforma ou acréscimo, são solidários com o

construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento

das obrigações para com a Seguridade

Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o

executor ou contratante da obra e admitida a retenção

de importância a este devida para garantia do

cumprimento dessas obrigações, não se aplicando,

em qualquer hipótese, o benefício de ordem;

VII - exclui-se da responsabilidade solidária perante

a Seguridade Social o adquirente de prédio ou

unidade imobiliária que realizar a operação com

empresa de comercialização ou incorporador de

imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis

com o construtor;

VIII - nenhuma contribuição à Seguridade Social é

devida se a construção residencial unifamiliar, destinada

ao uso próprio, de tipo econômico, for executada

sem mão-de-obra assalariada, observadas as

exigências do regulamento;

IX - as empresas que integram grupo econômico de

qualquer natureza respondem entre si, solidariamente,

pelas obrigações decorrentes desta Lei;

X - a pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso

V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a

recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta

Lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo,

caso comercializem a sua produção:

a - no exterior;

b - diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa

física;

c - à pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso

V do art. 12;

d) ao segurado especial;

XI - aplica-se o disposto nos incisos III e IV deste

artigo à pessoa física não produtor rural que adquire

produção para venda no varejo a consumidor

pessoa física.

XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput deste

artigo, o produtor rural pessoa física e o segurado

especial são obrigados a recolher, diretamente, a contribuição

incidente sobre a receita bruta proveniente:

a - da comercialização de artigos de artesanato elaborados

com matéria-prima produzida pelo respectivo

grupo familiar;

b - de comercialização de artesanato ou do exercício

de atividade artística, observado o disposto nos

incisos VII e VIII do § 10 do art. 12 desta Lei; e

c - de serviços prestados, de equipamentos utilizados

e de produtos comercializados no imóvel rural,

desde que em atividades turística e de entretenimento

desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive

hospedagem, alimentação, recepção, recreação e

atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação

e serviços especiais;

XIII – o segurado especial é obrigado a arrecadar

a contribuição de trabalhadores a seu serviço e a

recolhê-la no prazo referido na alínea b do inciso I

do caput deste artigo.

§ 2 Se não houver expediente bancário nas datas

indicadas:

I - no inciso II do caput, o recolhimento deverá ser

efetuado até o dia útil imediatamente posterior; e

II - na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e

XIII do caput, até o dia útil imediatamente anterior.

§ 3º Aplica-se à entidade sindical e à empresa de

origem o disposto nas alíneas «a» e «b» do inciso I,

relativamente à remuneração do segurado referido

no § 5º do art. 12.

§ 4º Na hipótese de o contribuinte individual

prestar serviço a uma ou mais empresas, poderá

deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e

cinco por cento da contribuição da empresa, efetivamente

recolhida ou declarada, incidente sobre a

remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado,

limitada a dedução a nove por cento do respectivo

salário-de-contribuição.


§ 5º Aplica-se o disposto no § 4º ao cooperado que

prestar serviço a empresa por intermédio de cooperativa

de trabalho.

§ 7º A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora

ou consignatária da produção fica obrigada a

fornecer ao segurado especial cópia do documento

fiscal de entrada da mercadoria, para fins de comprovação

da operação e da respectiva contribuição

previdenciária.

§ 8 o Quando o grupo familiar a que o segurado especial

estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por

qualquer motivo, receita proveniente de comercialização

de produção deverá comunicar a ocorrência

à Previdência Social, na forma do regulamento.

§ 9º Quando o segurado especial tiver comercializado

sua produção do ano anterior exclusivamente

com empresa adquirente, consignatária ou cooperativa,

tal fato deverá ser comunicado à Previdência

Social pelo respectivo grupo familiar.

A contribuição sobre a receita de concursos de

prognósticos (jogos, apostas, loterias) está prevista na

Constituição Federal, em seu art. 195, inciso III, e é regulamentada

por legislação específica (Lei nº 13.756/2018).

Art. 31 A empresa contratante de serviços executados

mediante cessão de mão de obra, inclusive em

regime de trabalho temporário, deverá reter 11%

(onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou

fatura de prestação de serviços e recolher, em nome

da empresa cedente da mão de obra, a importância

retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao

da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou

até o dia útil imediatamente anterior se não houver

expediente bancário naquele dia, observado o disposto

no § 5º do art. 33 desta Lei.

§ 1º O valor retido de que trata o caput deste artigo,

que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de

prestação de serviços, poderá ser compensado por

qualquer estabelecimento da empresa cedente da

mão de obra, por ocasião do recolhimento das contribuições

destinadas à Seguridade Social devidas

sobre a folha de pagamento dos seus segurados.

§ 2º Na impossibilidade de haver compensação

integral na forma do parágrafo anterior, o saldo

remanescente será objeto de restituição.

§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão

de mão-de-obra a colocação à disposição do contratante,

em suas dependências ou nas de terceiros,

de segurados que realizem serviços contínuos,

relacionados ou não com a atividade-fim da empresa,

quaisquer que sejam a natureza e a forma de

contratação.

§ 4º Enquadram-se na situação prevista no parágrafo

anterior, além de outros estabelecidos em

regulamento, os seguintes serviços:

I - limpeza, conservação e zeladoria;

II - vigilância e segurança;

III - empreitada de mão-de-obra;

IV - contratação de trabalho temporário na forma

da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974.

§ 5º O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas

de pagamento distintas para cada contratante.

§ 6º Em se tratando de retenção e recolhimento realizados

na forma do caput deste artigo, em nome

de consórcio, de que tratam os arts. 278 e 279 da

Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, aplica-se

o disposto em todo este artigo, observada a participação

de cada uma das empresas consorciadas, na

forma do respectivo ato constitutivo

A empresa contratante de serviços executados

mediante a cessão de mão de obra, inclusive em regime

de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze

por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de

prestação de serviços e recolher, em nome da cedente

da mão de obra, a importância retida até o dia 20 do

mês subsequente ao da emissão da nota ou fatura, ou

até o dia imediatamente anterior, se não houver expediente

bancário naquele dia.

Esta contribuição será acrescida de 4, 3 ou 2% para

os casos em que os serviços permitam a concessão de

aposentadoria especial.

Importante!

• O STF entendeu ser constitucional esta retenção

na nota fiscal na contração de empresas de

cessão de mão de obra.

• Súmula 425 do STJ: “A retenção da contribuição

para a seguridade social pelo tomador do

serviço não se aplica às empresas optantes pelo

simples”.

É uma arrecadação via substituição previdenciária,

o que permite a compensação ou restituição.

Art. 43 Nas ações trabalhistas de que resultar o

pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição

previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade,

determinará o imediato recolhimento

das importâncias devidas à Seguridade Social.

§ 1º Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados

em que não figurarem, discriminadamente,

as parcelas legais relativas às contribuições

sociais, estas incidirão sobre o valor total apurado

em liquidação de sentença ou sobre o valor do acordo

homologado.

§ 2º Considera-se ocorrido o fato gerador das contribuições

sociais na data da prestação do serviço.

§ 3º As contribuições sociais serão apuradas mês

a mês, com referência ao período da prestação de

serviços, mediante a aplicação de alíquotas, limites

máximos do salário-de-contribuição e acréscimos

legais moratórios vigentes relativamente a

cada uma das competências abrangidas, devendo o

recolhimento ser efetuado no mesmo prazo em que

devam ser pagos os créditos encontrados em liquidação

de sentença ou em acordo homologado, sendo

que nesse último caso o recolhimento será feito

em tantas parcelas quantas as previstas no acordo,

nas mesmas datas em que sejam exigíveis e proporcionalmente

a cada uma delas.

§ 4º No caso de reconhecimento judicial da prestação

de serviços em condições que permitam a aposentadoria

especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou

25 (vinte e cinco) anos de contribuição, serão devidos

os acréscimos de contribuição de que trata o §

6ºdo art. 57 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

§ 5º Na hipótese de acordo celebrado após ter sido

proferida decisão de mérito, a contribuição será

calculada com base no valor do acordo.

§ 6º Aplica-se o disposto neste artigo aos valores

devidos ou pagos nas Comissões de Conciliação

Prévia de que trata a Lei nº 9.958, de 12 de janeiro

de 2000.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

353


354

A Justiça do trabalho tem competência para executar

as contribuições previdenciárias decorrentes das

sentenças que proferir.

Art. 47 É exigida Certidão Negativa de Débito-CND,

fornecida pelo órgão competente, nos seguintes

casos:

I - da empresa:

a) na contratação com o Poder Público e no recebimento

de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício

concedido por ele;

b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de

bem imóvel ou direito a ele relativo;

c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de

bem móvel de valor superior a Cr$ 2.500.000,00

(dois milhões e quinhentos mil cruzeiros) incorporado

ao ativo permanente da empresa;

d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio,

de ato relativo a baixa ou redução de capital de firma

individual, redução de capital social, cisão total

ou parcial, transformação ou extinção de entidade

ou sociedade comercial ou civil e transferência de

controle de cotas de sociedades de responsabilidade

limitada;

II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, de

obra de construção civil, quando de sua averbação

no registro de imóveis, salvo no caso do inciso VIII

do art. 30.

§ 1º A prova de inexistência de débito deve ser

exigida da empresa em relação a todas as suas

dependências, estabelecimentos e obras de construção

civil, independentemente do local onde se

encontrem, ressalvado aos órgãos competentes o

direito de cobrança de qualquer débito apurado

posteriormente.

§ 2º A prova de inexistência de débito, quando exigível

ao incorporador, independe da apresentada

no registro de imóveis por ocasião da inscrição do

memorial de incorporação.

§ 3º Fica dispensada a transcrição, em instrumento

público ou particular, do inteiro teor do documento

comprobatório de inexistência de débito, bastando

a referência ao seu número de série e data da emissão,

bem como a guarda do documento comprobatório

à disposição dos órgãos competentes.

§ 4º O documento comprobatório de inexistência de

débito poderá ser apresentado por cópia autenticada,

dispensada a indicação de sua finalidade, exceto

no caso do inciso II deste artigo.

§ 5º O prazo de validade da Certidão Negativa de

Débito - CND é de sessenta dias, contados da sua

emissão, podendo ser ampliado por regulamento

para até cento e oitenta dias.

§ 6º Independe de prova de inexistência de débito:

a) a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou

contrato que constitua retificação, ratificação ou

efetivação de outro anterior para o qual já foi feita

a prova;

b) a constituição de garantia para concessão de

crédito rural, em qualquer de suas modalidades,

por instituição de crédito pública ou privada, desde

que o contribuinte referido no art. 25, não seja responsável

direto pelo recolhimento de contribuições

sobre a sua produção para a Seguridade Social;

c) a averbação prevista no inciso II deste artigo,

relativa a imóvel cuja construção tenha sido concluída

antes de 22 de novembro de 1966.

d) o recebimento pelos Municípios de transferência

de recursos destinados a ações de assistência

social, educação, saúde e em caso de calamidade

pública.

e) a verbação da construção civil localizada em

área objeto de regularização fundiária de interesse

social, na forma da Lei nº 11.977, de 7 de julho de

2009.

§ 7º O condômino adquirente de unidades imobiliárias

de obra de construção civil não incorporada na

forma da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964,

poderá obter documento comprobatório de inexistência

de débito, desde que comprove o pagamento

das contribuições relativas à sua unidade, conforme

dispuser o regulamento.

Art. 48 A prática de ato com inobservância do disposto

no artigo anterior, ou o seu registro, acarretará

a responsabilidade solidária dos contratantes

e do oficial que lavrar ou registrar o instrumento,

sendo o ato nulo para todos os efeitos.

§ 1º Os órgãos competentes podem intervir em instrumento

que depender de prova de inexistência de

débito, a fim de autorizar sua lavratura, desde que

o débito seja pago no ato ou o seu pagamento fique

assegurado mediante confissão de dívida fiscal com

o oferecimento de garantias reais suficientes, na

forma estabelecida em regulamento.

§ 2º Em se tratando de alienação de bens do ativo

de empresa em regime de liquidação extrajudicial,

visando à obtenção de recursos necessários ao

pagamento dos credores, independentemente do

pagamento ou da confissão de dívida fiscal, o Instituto

Nacional do Seguro Social-INSS poderá autorizar

a lavratura do respectivo instrumento, desde

que o valor do crédito previdenciário conste, regularmente,

do quadro geral de credores, observada a

ordem de preferência legal.

§ 3º O servidor, o serventuário da Justiça, o titular

de serventia extrajudicial e a autoridade ou órgão

que infringirem o disposto no artigo anterior incorrerão

em multa aplicada na forma estabelecida no

art. 92, sem prejuízo da responsabilidade administrativa

e penal cabível.

A CND (Certidão Negativa de Débito) é documento

essencial para que a empresa aliene ou onere bens,

especialmente, para que possa contratar com o poder

público, participar de licitações e receber ou beneficiar-se

de incentivos fiscais.

Durante o período de pandemia, a exigência da

CND foi flexibilizada.

Art. 68 O Titular do Cartório de Registro Civil de

Pessoas Naturais remeterá ao INSS, em até 1 (um)

dia útil, pelo Sistema Nacional de Informações de

Registro Civil (Sirc) ou por outro meio que venha

a substituí-lo, a relação dos nascimentos, dos natimortos,

dos casamentos, dos óbitos, das averbações,

das anotações e das retificações registradas

na serventia.

§ 1º Para os Municípios que não dispõem de provedor

de conexão à internet ou de qualquer meio

de acesso à internet, fica autorizada a remessa da

relação em até 5 (cinco) dias úteis.

§ 2º Para os registros de nascimento e de natimorto,

constarão das informações, obrigatoriamente, a

inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o

sexo, a data e o local de nascimento do registrado,

bem como o nome completo, o sexo, a data e o local

de nascimento e a inscrição no CPF da filiação.

§ 3º Para os registros de casamento e de óbito,

constarão das informações, obrigatoriamente, a

inscrição no CPF, o sexo, a data e o local de nascimento

do registrado, bem como, acaso disponíveis,

os seguintes dados:


I - número do cadastro perante o Programa de Integração

Social (PIS) ou o Programa de Formação do

Patrimônio do Servidor Público (Pasep);

II - Número de Identificação do Trabalhador (NIT);

III - número de benefício previdenciário ou assistencial,

se a pessoa falecida for titular de qualquer

benefício pago pelo INSS;

IV - número de registro da Carteira de Identidade e

respectivo órgão emissor;

V - número do título de eleitor;

VI - número e série da Carteira de Trabalho e Previdência

Social (CTPS).

§ 4º No caso de não haver sido registrado nenhum

nascimento, natimorto, casamento, óbito ou averbações,

anotações e retificações no mês, deverá o

Titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas

Naturais comunicar este fato ao INSS até o 5º

(quinto) dia útil do mês subsequente.

§ 5º O descumprimento de qualquer obrigação

imposta neste artigo e o fornecimento de informação

inexata sujeitarão o Titular do Cartório de

Registro Civil de Pessoas Naturais, além de outras

penalidades previstas, à penalidade prevista no art.

92 desta Lei e à ação regressiva proposta pelo INSS,

em razão dos danos sofridos.

Art. 69 O INSS manterá programa permanente de

revisão da concessão e da manutenção dos benefícios

por ele administrados, a fim de apurar irregularidades

ou erros materiais.

§ 1º Na hipótese de haver indícios de irregularidade

ou erros materiais na concessão, na manutenção

ou na revisão do benefício, o INSS notificará o beneficiário,

o seu representante legal ou o seu procurador

para apresentar defesa, provas ou documentos

dos quais dispuser, no prazo de:

I - 30 (trinta) dias, no caso de trabalhador urbano;

II - 60 (sessenta) dias, no caso de trabalhador rural

individual e avulso, agricultor familiar ou segurado

especial.

§ 2º A notificação a que se refere o § 1º deste artigo

será feita:

I - preferencialmente por rede bancária ou por meio

eletrônico, conforme previsto em regulamento;

II - por via postal, por carta simples, considerado o

endereço constante do cadastro do benefício, hipótese

em que o aviso de recebimento será considerado

prova suficiente da notificação;

III - pessoalmente, quando entregue ao interessado

em mãos; ou

IV - por edital, nos casos de retorno com a não localização

do segurado, referente à comunicação indicada

no inciso II deste parágrafo.

§ 3º A defesa poderá ser apresentada pelo canal de

atendimento eletrônico do INSS ou na Agência da

Previdência Social do domicílio do beneficiário, na

forma do regulamento.

§ 4º O benefício será suspenso nas seguintes hipóteses:

I - não apresentação da defesa no prazo estabelecido

no § 1º deste artigo;

II - defesa considerada insuficiente ou improcedente

pelo INSS.

§ 5º O INSS deverá notificar o beneficiário quanto

à suspensão do benefício de que trata o § 4º deste

artigo e conceder-lhe prazo de 30 (trinta) dias para

interposição de recurso.

§ 6º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias após a

suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, sem

que o beneficiário, o seu representante legal ou o

seu procurador apresente recurso administrativo

aos canais de atendimento do INSS ou a outros

canais autorizados, o benefício será cessado.

§ 7º Para fins do disposto no caput deste artigo,

o INSS poderá realizar recenseamento para atualização

do cadastro dos beneficiários, abrangidos

os benefícios administrados pelo INSS, observado o

disposto nos incisos III, IV e V do § 8º deste artigo.

§ 8º Aqueles que receberem benefícios realizarão

anualmente a comprovação de vida nas instituições

financeiras, por meio de atendimento eletrônico

com uso de biometria ou por qualquer meio

definido pelo INSS que assegure a identificação do

beneficiário, observadas as seguintes disposições:

I - a prova de vida e a renovação de senha serão efetuadas

por aquele que receber o benefício, mediante

identificação por funcionário da instituição, quando

realizada nas instituições financeiras;

II - o representante legal ou o procurador do beneficiário,

legalmente cadastrado no INSS, poderá

realizar a prova de vida no INSS ou na instituição

financeira responsável pelo pagamento;

III - a prova de vida de segurados com idade igual

ou superior a 60 (sessenta) anos será disciplinada

em ato do Presidente do INSS;

IV - o INSS disporá de meios, incluída a realização

de pesquisa externa, que garantam a identificação e

o processo de prova de vida para pessoas com dificuldades

de locomoção e idosos acima de 80 (oitenta)

anos que recebam benefícios; e

V - o INSS poderá bloquear o pagamento do benefício

encaminhado às instituições financeiras até

que o beneficiário atenda à convocação, permitida

a liberação do pagamento automaticamente pela

instituição financeira.

§ 9º O recurso de que trata o § 5º deste artigo não

terá efeito suspensivo.

§ 10 Apurada irregularidade recorrente ou fragilidade

nos procedimentos, reconhecida na forma

prevista no caput deste artigo ou pelos órgãos de

controle, os procedimentos de análise e concessão

de benefícios serão revistos, de modo a reduzir o

risco de fraude e concessão irregular.

§ 11 Para fins do disposto no § 8º deste artigo, preservados

a integridade dos dados e o sigilo eventualmente

existente, o INSS:

I - terá acesso a todos os dados biométricos mantidos

e administrados pelos órgãos públicos federais; e

II - poderá ter, por meio de convênio, acesso aos

dados biométricos:

a) da Justiça Eleitoral; e

b) de outros entes federativos.

O convênio entre o INSS e os Cartórios de Registro

de Pessoas Naturais é ferramenta extremamente eficaz

para evitar que sejam perpetradas fraudes contra o sistema

e, consequentemente, recebimento indevido de

benefícios e prejuízo ao equilíbrio atuarial financeiro.

Outra importante ferramenta é a manutenção de

programa contínuo de apuração de irregularidades, com

acesso a informações de outros órgãos públicos, mas

sempre mantendo inabalado o direito ao contraditório e

à ampla defesa, que são, constitucionalmente, assegurados

aos beneficiários do sistema de Previdência.

Art. 85-A Os tratados, convenções e outros acordos

internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo

internacional e o Brasil sejam partes, e que

versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados

como lei especial

Regra importante, pois, na hierarquia, os tratados

internacionais são interpretados como lei especial e,

portanto, sobrepõem-se a outros diplomas legislativos.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

355


356

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Tendo em vista

que grande parte do custeio do RGPS decorre de contribuições

de empresas e trabalhadores, calculadas em

razão da remuneração ou do salário de contribuição, é

correto afirmar que a contribuição do empregado ao

RGPS incide sobre o seu salário de contribuição.

( )CERTO ( )ERRADO

Regra do art. 21 da Lei 8.212/91. Resposta: Certo.

2. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Assinale certo

ou errado no que se refere ao financiamento da seguridade

social.

Em obediência ao princípio da isonomia, a CF veda

a diferenciação entre alíquotas ou bases de cálculo

de contribuição social devida por empresas de

ramos distintos.

( )CERTO ( )ERRADO

Permite a diferenciação em razão do porte da

empresa, atividade econômica desenvolvida, condição

estrutural do mercado e utilização intensiva de

mão-de-obra. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Não obstante

a determinação constitucional de que a seguridade

social seja financiada por toda a sociedade, a União é

a responsável pela cobertura de eventuais insuficiências

financeiras decorrentes do pagamento de benefícios

de prestação continuada da previdência social.

( )CERTO ( )ERRADO

Regra do artigo 16, parágrafo único da Lei 8.212/91.

Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) As contribuições

sociais destinadas ao financiamento da seguridade

social não podem ser exigidas no mesmo exercício

financeiro em que tiver sido publicada a lei que as instituir,

visto que a elas se aplica o princípio da anterioridade

constitucionalmente previsto para os tributos em geral.

( )CERTO ( )ERRADO

Regra da anterioridade nonagesimal, prevista no

art. 195, § 6º da Constituição Federal. Resposta:

Errado.

5. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) As aposentadorias

e o auxílio-doença concedidos pelo RGPS integram

o salário de contribuição.

( )CERTO ( )ERRADO

Os benefícios previdenciários não sofrem incidência

de contribuição previdenciária. Resposta: ERRADO.

6. (CESPE-CEBRASPE — 2015 - Adaptada) Caso opte pela

exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por

tempo de contribuição, é dado ao segurado empregado,

ao contribuinte individual e ao facultativo a opção de

reduzir pela metade a alíquota de contribuição incidente

sobre o seu salário de contribuição.

( )CERTO ( )ERRADO

O empregado não pode optar pelo Plano Simplificado

de Previdência. Resposta: Errado.

LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES

A Lei nº 8.213/91 dispõe sobre o plano de benefícios

da Previdência Social, define quem são os sujeitos

da relação previdenciária, quais requisitos específicos

de cada benefício, cálculo dos benefícios, acumulação,

descontos e outras regras.

Os dispositivos mais importantes dessa legislação já

foram abordados ao longo deste material, de modo que

trataremos, aqui, apenas de alguns artigos, mais relevantes

e ainda não estudados, sendo recomendada, de qualquer

modo, a leitura integral da legislação atualizada.

Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência

Social–CNPS, órgão superior de deliberação

colegiada, que terá como membros:

I - seis representantes do Governo Federal;

II - nove representantes da sociedade civil, sendo:

a) três representantes dos aposentados e pensionistas;

b) três representantes dos trabalhadores em

atividade;

c) três representantes dos empregadores.

§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes

serão nomeados pelo Presidente da República,

tendo os representantes titulares da sociedade civil

mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos,

de imediato, uma única vez.

§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade,

dos aposentados, dos empregadores e seus

respectivos suplentes serão indicados pelas centrais

sindicais e confederações nacionais.

§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez

por mês, por convocação de seu Presidente, não

podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze)

dias se houver requerimento nesse sentido da

maioria dos conselheiros.

§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária

por seu Presidente ou a requerimento de um terço

de seus membros, conforme dispuser o regimento

interno do CNPS.

§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes

dos trabalhadores em atividade, decorrentes das

atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se

como jornada efetivamente trabalhada

para todos os fins e efeitos legais.

§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes

dos trabalhadores em atividade, titulares e

suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego,

da nomeação até um ano após o término do

mandato de representação, somente podendo ser

demitidos por motivo de falta grave, regularmente

comprovada através de processo judicial.

§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência

Social proporcionar ao CNPS os meios

necessários ao exercício de suas competências,

para o que contará com uma Secretaria-Executiva

do Conselho Nacional de Previdência Social.

§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta)

dias a contar da publicação desta Lei.


Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência

Social–CNPS:

I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões

de políticas aplicáveis à Previdência Social;

II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente

a gestão previdenciária;

III - apreciar e aprovar os planos e programas da

Previdência Social;

IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias

da Previdência Social, antes de sua consolidação na

proposta orçamentária da Seguridade Social;

V - acompanhar e apreciar, através de relatórios

gerenciais por ele definidos, a execução dos planos,

programas e orçamentos no âmbito da Previdência

Social;

VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente

à Previdência Social;

VII - apreciar a prestação de contas anual a ser

remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo,

se for necessário, contratar auditoria externa;

VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio,

acima dos quais será exigida a anuência prévia do

Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para

formalização de desistência ou transigência judiciais,

conforme o disposto no art. 132;

IX - elaborar e aprovar seu regimento interno.

Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS

deverão ser publicadas no Diário Oficial da União.

Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:

I - prestar toda e qualquer informação necessária

ao adequado cumprimento das competências do

CNPS, fornecendo inclusive estudos técnicos;

II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima

de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso

Nacional, a proposta orçamentária da Previdência

Social, devidamente detalhada.

Este dispositivo trata da composição do Conselho

Nacional de Previdência Social, pautado pela gestão

quadripartite prevista no art. 194 da Constituição

Federal, bem como de suas atribuições, com destaque

para a estabilidade no emprego dos membros da

sociedade convocados.

Art. 16 § 5º As provas de união estável e de dependência

econômica exigem início de prova material

contemporânea dos fatos, produzido em período

não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior

à data do óbito ou do recolhimento à prisão do

segurado, não admitida a prova exclusivamente

testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de

força maior ou caso fortuito, conforme disposto no

regulamento.

§ 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do

art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º deste

artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de prova

material que comprove união estável por pelo

menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.

§ 7º Será excluído definitivamente da condição de

dependente quem tiver sido condenado criminalmente

por sentença com trânsito em julgado, como

autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou

de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do

segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e

os inimputáveis.

O art. 16 da Lei nº 8.213/91, já estudado no capítulo

reservado aos dependentes do segurado da Previdência

Social, sofreu alteração pela Lei nº 13846/19, passando

a exigir prova contemporânea da união estável

e da dependência econômica, produzida em período

não superior a 24 (vinte e quatro meses), afastando

a possibilidade de produção de prova exclusivamente

testemunhal, como admitia a jurisprudência.

Exige, ainda, a prova dos 2 (dois) anos de casamento

ou união estável, para fins de estabelecer o prazo de

duração da pensão por morte.

Afasta, por fim, o condenado criminalmente da

condição de dependente para fins previdenciários.

Art. 19 Acidente do trabalho é o que ocorre pelo

exercício do trabalho a serviço de empresa ou de

empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho

dos segurados referidos no inciso VII do art. 11

desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte ou a perda ou

redução, permanente ou temporária, da capacidade

para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das

medidas coletivas e individuais de proteção e segurança

da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa,

deixar a empresa de cumprir as normas de segurança

e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas

sobre os riscos da operação a executar

e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência

Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas

de classe acompanharão o fiel cumprimento

do disposto nos parágrafos anteriores,

conforme dispuser o Regulamento.

Art. 20 Consideram-se acidente do trabalho, nos

termos do artigo anterior, as seguintes entidades

mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida

ou desencadeada pelo exercício do trabalho

peculiar a determinada atividade e constante da

respectiva relação elaborada pelo Ministério do

Trabalho e da Previdência Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida

ou desencadeada em função de condições especiais

em que o trabalho é realizado e com ele se

relacione diretamente, constante da relação mencionada

no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do

trabalho:

a - a doença degenerativa;

b - a inerente a grupo etário;

c - a que não produza incapacidade laborativa;

d - a doença endêmica adquirida por segurado

habitante de região em que ela se desenvolva, salvo

comprovação de que é resultante de exposição

ou contato direto determinado pela natureza do

trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a

doença não incluída na relação prevista nos incisos

I e II deste artigo resultou das condições especiais

em que o trabalho é executado e com ele se relaciona

diretamente, a Previdência Social deve considerá-la

acidente do trabalho.

Art. 21 Equiparam-se também ao acidente do trabalho,

para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não

tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente

para a morte do segurado, para redução ou

perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido

lesão que exija atenção médica para a sua

recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no

horário do trabalho, em conseqüência de:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

357


358

a - ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado

por terceiro ou companheiro de trabalho;

b - ofensa física intencional, inclusive de terceiro,

por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c - ato de imprudência, de negligência ou de imperícia

de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d - ato de pessoa privada do uso da razão;

e - desabamento, inundação, incêndio e outros casos

fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental

do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora

do local e horário de trabalho:

a - na execução de ordem ou na realização de serviço

sob a autoridade da empresa;

b - na prestação espontânea de qualquer serviço à

empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar

proveito;

c - em viagem a serviço da empresa, inclusive para

estudo quando financiada por esta dentro de seus

planos para melhor capacitação da mão-de-obra,

independentemente do meio de locomoção utilizado,

inclusive veículo de propriedade do segurado;

d - no percurso da residência para o local de trabalho

ou deste para aquela, qualquer que seja o meio

de locomoção, inclusive veículo de propriedade do

segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso,

ou por ocasião da satisfação de outras necessidades

fisiológicas, no local do trabalho ou durante

este, o empregado é considerado no exercício do

trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação

de acidente do trabalho a lesão que, resultante de

acidente de outra origem, se associe ou se superponha

às conseqüências do anterior.

Art. 21-A A perícia médica do Instituto Nacional

do Seguro Social (INSS) considerará caracterizada

a natureza acidentária da incapacidade quando

constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico

entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação

entre a atividade da empresa ou do empregado

doméstico e a entidade mórbida motivadora da

incapacidade elencada na Classificação Internacional

de Doenças (CID), em conformidade com o que

dispuser o regulamento.

§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar

o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência

do nexo de que trata o caput deste artigo.

§ 2º A empresa ou o empregador doméstico poderão

requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico,

de cuja decisão caberá recurso, com

efeito suspensivo, da empresa, do empregador

doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos

da Previdência Social.

Art. 22 A empresa ou o empregador doméstico deverão

comunicar o acidente do trabalho à Previdência

Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência

e, em caso de morte, de imediato, à autoridade

competente, sob pena de multa variável entre o limite

mínimo e o limite máximo do salário de contribuição,

sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada

e cobrada pela Previdência Social.

§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão

cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem

como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa,

podem formalizá-la o próprio acidentado, seus

dependentes, a entidade sindical competente, o

médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública,

não prevalecendo nestes casos o prazo previsto

neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime

a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento

do disposto neste artigo

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de

classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência

Social, das multas previstas neste artigo.

§ 5 o A multa de que trata este artigo não se aplica

na hipótese do caput do art. 21-A.

Art. 23 Considera-se como dia do acidente, no caso

de doença profissional ou do trabalho, a data do início

da incapacidade laborativa para o exercício da

atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória,

ou o dia em que for realizado o diagnóstico,

valendo para este efeito o que ocorrer primeiro”.

A Lei nº 8.213/91, nos arts. 19 a 23, trata especificamente

dos acidentes de trabalho, os quais têm proteção

especial.

Apenas têm direito aos benefícios acidentários os

segurados empregado, trabalhador avulso, segurado

especial e empregado doméstico por força da Emenda

Constitucional nº 72/2013 e Lei Complementar 150/2015.

Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, o acidente

de trabalho é conceituado como: aquele que

ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa

ou de empregador doméstico, ou pelo exercício

do trabalho do segurado especial, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional, que cause a morte

ou perda ou redução, permanente ou temporária, da

capacidade para o trabalho.

Tem, como consequência, a lesão corporal (que deixa

sintomas externos – exemplo: amputação traumática

em máquina) ou perturbação funcional (desordem

orgânica que é imperceptível – exemplo: lombalgia de

quem trabalha carregando e descarregando caminhão).

Consideram-se acidente do trabalho a doença profissional

e a doença do trabalho.

As doenças profissionais, também denominadas

tecnopatias, estão conceituadas no art. 20, I, da Lei

nº 8.213/91 (listas A e B do Anexo II do Dec. 3048/99).

Tratam-se daquelas produzidas ou desencadeadas pelo

exercício do trabalho peculiar à determinada atividade

e não pelo ambiente de trabalho), ou seja, hipóteses em

que há nexo presumido (Presunção Legal), como exemplos,

as doenças LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e

DORT em montadores e a faringite em professores.

Já as doenças do trabalho, mesopatias, são aquelas

adquiridas ou desencadeadas em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele

se relacione diretamente (art. 20, II, da Lei 8.213/91 e

Decreto 3.048/99 (Listas A e B). Como exemplo, cito a

silicose e a asbestose.

Em caso excepcional, constatando-se que a doença

não incluída na citada relação resultou das condições

especiais em que o trabalho é executado e com ele se

relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la

acidente do trabalho (art. 20, § 2º).

Não são consideradas acidente de trabalho:

doenças degenerativas; as inerentes ao grupo etário;

aquelas que não produzam incapacidade e doenças

endêmicas, adquiridas por segurado habitante de

região em que ela se desenvolva, salvo comprovação

de que é resultante de exposição ou contato direto

determinado pela natureza do trabalho.

Considera-se como dia do acidente, no caso de

doença profissional ou do trabalho, a data do início da

incapacidade laborativa para o exercício da atividade

habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou, ainda,

o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo,

para este efeito, o que ocorrer primeiro.


Para os benefícios devidos em razão do acidente

de trabalho (auxílio-acidente, auxílio-doença, aposentadoria

por invalidez e pensão por morte), a Lei não

exige o cumprimento do requisito carência (número

mínimo de contribuições).

almoço, vai ao Banco pagar uma conta. Durante esse

tempo, o Banco é assaltado e o funcionário feito refém.

Uma das formas de caracterizar o acidente de

trabalho está prevista no art. 21-A da Lei nº 8.213/91.

Vejamos:

• Equiparam-se ao acidente do trabalho (artigo 21 –

ampla proteção):

I- Acidente que, embora não tenha sido causa única,

tenha contribuído diretamente para a morte, redução

ou perda da capacidade de trabalho, ou produzido

lesão que exija atenção médica. Por exemplo:

a) diabetes (o trabalhador se corta e falece em

decorrência de uma hemorragia); b) segurado sofre

infarto durante assalto às dependências da empresa;

e c) acidentado, hospitalizado após acidente

de trabalho, falece em decorrência de infecção

hospitalar.

II- Acidente sofrido no local e horário de trabalho

em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado

por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro,

por motivo de disputa relacionada ao trabalho,

como, por exemplo, em razão de disputa por divisão

das tarefas, um funcionário é agredido fisicamente

por um colega;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia

de terceiro ou de companheiro de trabalho,

como, por exemplo, um funcionário que fecha uma

estufa a qual deveria permanecer aberta e causa

uma explosão;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos

fortuitos ou decorrentes de força maior;

III- doença proveniente de contaminação acidental

do empregado no exercício de sua atividade;

IV- acidente sofrido pelo empregado ainda que fora

do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço

sob a autoridade da empresa. Por exemplo:

o chefe determina que o funcionário saia no meio

do expediente para buscar o seu almoço e, durante

esse percurso, o funcionário machuca a perna em

buraco na rua;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à

empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar

proveito. Por exemplo: José, que trabalha na padaria

do Sr. Joaquim, em seu dia de folga, compra

farinha em promoção, sem que o Sr. Joaquim saiba,

objetivando aumentar o lucro da padaria, mas, no

trajeto, sofre acidente;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para

estudo, quando financiada por esta dentro de seus

planos para melhor capacitação da mão de obra,

independentemente do meio de locomoção utilizado,

podendo ser, por exemplo, o veículo de propriedade

do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho

ou deste para aquela, qualquer que seja o meio

de locomoção, inclusive veículo de propriedade

do segurado (observar nexo cronológico, topográfico

e intenção – pequenos desvios de trajeto não

descaracterizam)

Nos períodos destinados à refeição ou descanso,

ou por ocasião da satisfação de outras necessidades

fisiológicas, no local de trabalho, ou durante este, o

empregado é considerado no exercício do trabalho.

Por exemplo: o empregado, durante o seu horário de

A perícia médica do INSS considerará caracterizada

a natureza acidentária da incapacidade quando

constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico

entre o trabalho e o agravo, decorrente da

relação entre a atividade da empresa e a entidade

mórbida motivadora da incapacidade elencada na

Classificação Internacional de Doenças – CID, em

conformidade com o que dispuser o regulamento.

O NTEP (nexo técnico epidemiológico) é, na verdade,

um casamento entre o CNAE (Classificação Nacional

de Atividades Econômicas) da empresa e o CID

(Classificação Internacional de Doenças), baseado em

levantamento estatístico realizado pela Previdência,

conforme lista C, do Anexo II, do Decreto 3048/99.

Conforme disposto no § 2º do art. 21-A da Lei

8.213/91, a empresa poderá requerer a não aplicação

do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá

recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado,

ao Conselho de Recursos da Previdência Social,

no prazo de 15 dias. Por exemplo: categorias F-10 a F-19

(transtornos mentais devido ao uso de álcool ou drogas)

– (CNAE) 4921 (transporte urbano) – 2543 (fabricação

de ferramenta) – 9420 (organização sindical).

A CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho)

deve ser expedida até o 1º dia útil seguinte ao da

ocorrência do acidente e imediatamente em caso

de morte pela empresa, sob pena de multa variável

entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de

contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,

aplicada e cobrada pela Previdência Social.

Receberão cópia fiel desta comunicação o acidentado

ou seus dependentes, bem como o Sindicato a que corresponda

a sua categoria (art. 22).

Na falta de comunicação por parte da empresa,

podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes,

a entidade sindical competente, o médico que

o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo,

neste caso, o prazo previsto neste artigo.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE — 2013) É permitido que o segurado

do RGPS receba conjuntamente os benefícios

de aposentadoria por tempo de contribuição e auxílio-doença

acidentário, desde que estes decorram de

diferentes contingências.

( ) CERTO ( ) ERRADO

É expressamente vedado o recebimento conjunto de

aposentadoria com auxílio-doença, conforme art.

124, I, da Lei nº 8.213/91. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE — 2013) O auxílio-acidente, que

visa ressarcir o segurado em virtude de acidente que

lhe provoque a redução da capacidade laborativa, é o

único benefício de natureza indenizatória previsto na

legislação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

359


360

O auxílio-acidente é benefício indenizatório e, portanto,

pode ser acumulado com o salário e pode ter

valor inferior a um salário mínimo. Resposta: Certo.

3. (CESPE-CEBRASPE — 2013) A legislação previdenciária

veda a concessão do auxílio-acidente quando o

segurado, mesmo sendo vítima de acidente de qualquer

natureza, apresentar danos funcionais ou redução

da capacidade funcional sem repercussão na

capacidade laborativa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O auxílio acidente exige incapacidade parcial e permanente

para o trabalho. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2013) A concessão do auxílio-acidente,

restrita ao segurado empregado, ao trabalhador

avulso e ao segurado especial, depende da

ocorrência de acidente de qualquer natureza, com produção

de sequela definitiva e efetiva redução da capacidade

de trabalho do segurado em decorrência dessa

sequela.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O empregado doméstico, por força da Lei Complementar

150/2015 e EC 72/2013, também faz jus às

prestações acidentárias. Resposta: Errado.

DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES

O Decreto nº 3.048/99 é o Regulamento da Previdência

Social, que traz toda a regra regulamentar das

Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91. Recentemente, sofreu

alterações pelos Decretos nº 10.410/20 e nº 10.491/20,

de modo que pudesse ser adaptado a algumas alterações

legislativas, especialmente aquelas advindas da

Reforma da Previdência (EC 103/19).

A leitura desse diploma legal é de suma importância

para o estudante, já que, em muitos momentos, as

Leis 8212/91 e 8213/91 estarão em desacordo com a

Reforma (EC 103/19), o que não ocorre, via de regra,

com o Decreto, pois foi adaptado às mudanças.

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência

social as seguintes pessoas físicas:

I - como empregado:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou

rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua

subordinação e mediante remuneração, inclusive

como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho

temporário, na forma prevista em legislação específica,

por prazo não superior a cento e oitenta dias,

consecutivos ou não, prorrogável por até noventa

dias, presta serviço para atender a necessidade

transitória de substituição de pessoal regular e permanente

ou a acréscimo extraordinário de serviço

de outras empresas;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado

no Brasil para trabalhar como empregado

no exterior, em sucursal ou agência de empresa

constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e

administração no País;

d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado

no Brasil para trabalhar como empregado

em empresa domiciliada no exterior com maioria

do capital votante pertencente a empresa constituída

sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração

no País e cujo controle efetivo esteja em

caráter permanente sob a titularidade direta ou

indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes

no País ou de entidade de direito público interno;

e) aquele que presta serviço no Brasil a missão

diplomática ou a repartição consular de carreira

estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a

membros dessas missões e repartições, excluídos o

não-brasileiro sem residência permanente no Brasil

e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária

do país da respectiva missão diplomática ou

repartição consular;

f) o brasileiro civil que trabalha para a União no

exterior, em organismos oficiais internacionais dos

quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá

domiciliado e contratado, salvo se amparado por

regime próprio de previdência social;

g) o brasileiro civil que presta serviços à União no

exterior, em repartições governamentais brasileiras,

lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar

local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei n o

11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que,

em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao

sistema previdenciário local;

h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a

empresa, em desacordo com a Lei n o 11.788, de 25

de setembro de 2008;

i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou

Município, incluídas suas autarquias e fundações,

ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão

declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município,

bem como o das respectivas autarquias e fundações,

ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa

qualidade, não esteja amparado por regime próprio

de previdência social;

l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito

Federal ou Município, bem como pelas respectivas

autarquias e fundações, por tempo determinado,

para atender a necessidade temporária de excepcional

interesse público, nos termos do inciso IX do

art. 37 da Constituição Federal;

m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou

Município, incluídas suas autarquias e fundações,

ocupante de emprego público;

o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular

de serviços notariais e de registro a partir de 21

de novembro de 1994, bem como aquele que optou

pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade

com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro

de 1994; e

p) aquele em exercício de mandato eletivo federal,

estadual, distrital ou municipal, desde que não seja

vinculado a regime próprio de previdência social;

q) o empregado de organismo oficial internacional

ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo

quando coberto por regime próprio de previdência

social;

r) o trabalhador rural contratado por produtor

rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº

5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de

atividades de natureza temporária por prazo não

superior a dois meses dentro do período de um ano;

s) aquele contratado como trabalhador intermitente

para a prestação de serviços, com subordinação,

de forma não contínua, com alternância de períodos

de prestação de serviços e de inatividade, em


conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da

Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo

Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;

II - como empregado doméstico - aquele que presta

serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e

pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial

desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de

dois dias por semana;

V - como contribuinte individual:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora

atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter

permanente ou temporário, em área, contínua

ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais;

ou, quando em área igual ou inferior a quatro

módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista,

com auxílio de empregados ou por intermédio

de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º

e 23 deste artigo;

b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora

atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter

permanente ou temporário, diretamente ou por

intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de

empregados, utilizados a qualquer título, ainda que

de forma não contínua;

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de

instituto de vida consagrada, de congregação ou de

ordem religiosa;

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para

organismo oficial internacional do qual o Brasil é

membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,

salvo quando coberto por regime próprio de

previdência social;

e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho

na empresa:

1. o empresário individual e o titular de empresa

individual de responsabilidade limitada, urbana ou

rural;

2. o diretor não empregado e o membro de conselho

de administração de sociedade anônima;

3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e

4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e

o administrador, quanto a este último, quando não

for empregado em sociedade limitada, urbana ou

rural;

i) o associado eleito para cargo de direção em

cooperativa, associação ou entidade de qualquer

natureza ou finalidade, bem como o síndico ou

administrador eleito para exercer atividade de direção

condominial, desde que recebam remuneração;

j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural,

em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem

relação de emprego;

l) a pessoa física que exerce, por conta própria,

atividade econômica de natureza urbana, com fins

lucrativos ou não;

m) o aposentado de qualquer regime previdenciário

nomeado magistrado classista temporário da Justiça

do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do

art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único

do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado

magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos

II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição

Federal;

n) o cooperado de cooperativa de produção que,

nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa

mediante remuneração ajustada ao trabalho

executado; e

p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que

tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar n o

123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento

dos impostos e contribuições abrangidos

pelo Simples Nacional em valores fixos mensais;

q) o médico participante do Projeto Mais Médicos

para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de

outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura

securitária específica estabelecida por organismo

internacional ou filiação a regime de seguridade

social em seu país de origem, com o qual a República

Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade

social;

r) o médico em curso de formação no âmbito do

Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei

nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019;

VI - como trabalhador avulso - aquele que:

a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza

urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados,

sem vínculo empregatício, com intermediação

obrigatória do órgão gestor de mão de obra,

nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de

junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim

considerados:

1. o trabalhador que exerça atividade portuária de

capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e

vigilância de embarcação e bloco;

2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer

natureza, inclusive carvão e minério;

3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para

carga e descarga de navios);

4. o amarrador de embarcação;

5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;

6. o trabalhador na indústria de extração de sal;

7. o carregador de bagagem em porto;

8. o prático de barra em porto;

9. o guindasteiro; e

10. o classificador, o movimentador e o empacotador

de mercadorias em portos; e

b) exerça atividade de movimentação de mercadorias

em geral, nos termos do disposto na Lei nº

12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas

ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação

obrigatória do sindicato da categoria, por

meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho,

nas atividades de:

1. cargas e descargas de mercadorias a granel e

ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento,

ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação,

reordenamento, reparação de carga,

amostragem, arrumação, remoção, classificação,

empilhamento, transporte com empilhadeiras,

paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga

em feiras livres e abastecimento de lenha em

secadores e caldeiras;

2. operação de equipamentos de carga e descarga; e

3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às

operações ou à sua continuidade;

VII - como segurado especial: a pessoa física residente

no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou

rural próximo que, individualmente ou em regime

de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual

de terceiros, na condição de:

a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário,

possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,

comodatário ou arrendatário rurais, que

explore atividade:

1. agropecuária em área contínua ou não de até

quatro módulos fiscais; ou

2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta

e extração, de modo sustentável, de recursos naturais

renováveis, e faça dessas atividades o principal

meio de vida;

b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que

faça da pesca profissão habitual ou principal meio

de vida; e

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

361


362

c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior

de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do

segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste

inciso, que, comprovadamente, tenham participação

ativa nas atividades rurais ou pesqueiras artesanais,

respectivamente, do grupo familiar.

§ 1º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência

Social que voltar a exercer atividade abrangida

por este regime é segurado obrigatório em relação

a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de

que trata este Regulamento.

§ 2º Considera-se diretor empregado aquele que, participando

ou não do risco econômico do empreendimento,

seja contratado ou promovido para cargo

de direção das sociedades anônimas, mantendo as

características inerentes à relação de emprego.

§ 3º Considera-se diretor não empregado aquele

que, participando ou não do risco econômico do

empreendimento, seja eleito, por assembléia geral

dos acionistas, para cargo de direção das sociedades

anônimas, não mantendo as características

inerentes à relação de emprego.

§ 4º Entende-se por serviço prestado em caráter

não eventual aquele relacionado direta ou indiretamente

com as atividades normais da empresa.

§ 5º Entende-se como regime de economia familiar a

atividade em que o trabalho dos membros da família é

indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento

socioeconômico do núcleo familiar e é exercido

em condições de mútua dependência e colaboração,

sem a utilização de empregados permanentes.

§ 6º Entende-se como auxílio eventual de terceiros

o que é exercido ocasionalmente, em condições de

mútua colaboração, não existindo subordinação

nem remuneração.

§ 7º Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso

VI do caput, entende-se por:

I - capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias

nas instalações dentro do porto, compreendidos

o recebimento, a conferência, o transporte

interno, a abertura de volumes para a conferência

aduaneira, a manipulação, a arrumação e a entrega

e o carregamento e a descarga de embarcações,

quando efetuados por aparelhamento portuário;

II – estiva - a atividade de movimentação de mercadorias

nos conveses ou nos porões das embarcações

principais ou auxiliares, incluindo transbordo,

arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento

e a descarga das mesmas, quando realizados

com equipamentos de bordo;

III - conferência de carga - a contagem de volumes,

anotação de suas características, procedência ou

destino, verificação do estado das mercadorias,

assistência à pesagem, conferência do manifesto e

demais serviços correlatos, nas operações de carregamento

e descarga de embarcações;

IV - conserto de carga - o reparo e a restauração

das embalagens de mercadoria, nas operações de

carregamento e descarga de embarcações, reembalagem,

marcação, remarcação, carimbagem,

etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e

posterior recomposição;

V - vigilância de embarcações - a atividade de fiscalização

da entrada e saída de pessoas a bordo

das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo,

bem como da movimentação de mercadorias nos

portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e

em outros locais da embarcação; e

VI – bloco - a atividade de limpeza e conservação

de embarcações mercantes e de seus tanques,

incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo

de pequena monta e serviços correlatos.

§ 8º Não é segurado especial o membro de grupo

familiar que possuir outra fonte de rendimento,

exceto se decorrente de:

I - benefício de pensão por morte, auxílio-acidente

ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do

menor benefício da previdência social;

I-A - benefício concedido ao segurado qualificado

como segurado especial, independentemente do

valor;

II - benefício previdenciário pela participação em

plano de previdência complementar instituído nos

termos do inciso III do § 18 deste artigo;

III - exercício de atividade remunerada em período

não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados,

no ano civil, observado o disposto no § 22;

IV - exercício de mandato eletivo de dirigente sindical

de organização da categoria de trabalhadores

rurais;

V - exercício de mandato de vereador do município

onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente

de cooperativa rural constituída exclusivamente

por segurados especiais, observado o disposto no

§ 22 deste artigo;

VI - parceria ou meação outorgada na forma e condições

estabelecidas no inciso I do § 18 deste artigo;

VII - atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima

produzida pelo respectivo grupo familiar,

podendo ser utilizada matéria-prima de outra

origem, desde que, nesse caso, a renda mensal obtida

na atividade não exceda ao menor benefício de

prestação continuada da previdência social; e

VIII - atividade artística, desde que em valor mensal

inferior ao menor benefício de prestação continuada

da previdência social.

§ 9º Para os fins previstos nas alíneas “a” e “b” do

inciso V do caput, entende-se que a pessoa física,

proprietária ou não, explora atividade através de

prepostos quando, na condição de parceiro outorgante,

desenvolve atividade agropecuária, pesqueira

ou de extração de minerais por intermédio de

parceiros ou meeiros.

§ 10. O dirigente sindical mantém, durante o exercício

do mandato, o mesmo enquadramento no

Regime Geral de Previdência Social de antes da

investidura no cargo.

§ 11.O magistrado da Justiça Eleitoral, nomeado

na forma do inciso II do art. 119 ou III do § 1º do

art. 120 da Constituição Federal, mantém o mesmo

enquadramento no Regime Geral de Previdência

Social de antes da investidura no cargo.

§ 12. O exercício de atividade remunerada sujeita a

filiação obrigatória ao Regime Geral de Previdência

Social.

§ 13. Aquele que exerce concomitantemente mais de

uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente

filiado no referido Regime em relação

a cada uma dessas atividades, observado o disposto

no inciso III do caput do art. 214.

§ 14. Considera-se pescador artesanal aquele que,

individualmente ou em regime de economia familiar,

faz da pesca sua profissão habitual ou meio

principal de vida, desde que:

I - não utilize embarcação; ou

II - utilize embarcação de pequeno porte, nos termos

da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009.

§ 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador

artesanal aquele que realiza atividade de apoio à

pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção

e de reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos

em embarcações de pequeno porte ou atuando

no processamento do produto da pesca artesanal.


§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas

“j” e “l” do inciso V do caput, entre outros:

I - aquele que trabalha como condutor autônomo

de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou

motorista de transporte remunerado privado individual

de passageiros, ou como operador de trator,

máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados,

sem vínculo empregatício;

II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor

autônomo de veículo rodoviário, em automóvel

cedido em regime de colaboração, nos termos

da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;

III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e

a seu risco, exerce pequena atividade comercial em

via pública ou de porta em porta, como comerciante

ambulante, nos termos da

IV - o trabalhador associado a cooperativa que, nessa

qualidade, presta serviços a terceiros;

V - o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;

VI - aquele que presta serviço de natureza não contínua,

por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito

residencial desta, em atividade sem fins lucrativos,

até dois dias por semana;

VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou

registrador, titular de cartório, que detêm a delegação

do exercício da atividade notarial e de registro,

não remunerados pelos cofres públicos, admitidos

a partir de 21 de novembro de 1994;

VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante,

compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros

ou assemelhados;

IX - a pessoa física que edifica obra de construção

civil;

X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de

7 de julho de 1981.

XI - o pescador que trabalha em regime de parceria,

meação ou arrendamento, em embarcação de

médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959,

de 2009;

XII - o incorporador de que trata o

XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército

contratado em conformidade com a Lei nº

6.855, de 18 de novembro de 1980; e

XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade

com a Lei nº 9.615, de 24 de março de

1998.

XV - o membro de conselho tutelar de que trata

o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

quando remunerado;

XVI - o interventor, o liquidante, o administrador

especial e o diretor fiscal de instituição financeira,

empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;

XVII - o transportador autônomo de cargas e o

transportador autônomo de cargas auxiliar, nos

termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro

de 2007;

XVIII - o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de

14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre

na condição de empregado, prevista no inciso I do

caput, em relação à referida atividade; e

XIX - o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22

de outubro de 2015, desde que não se enquadre em

outras categorias de segurado obrigatório do RGPS

em relação à referida atividade.

§ 16. Aplica-se o disposto na alínea “i” do inciso I

do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado,

de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal,

sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que

em regime especial, e fundações.

§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado

especial:

I - a outorga, por meio de contrato escrito de parceria,

meação ou comodato, de até cinqüenta por

cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou

descontínua, não seja superior a quatro módulos

fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem

a exercer a respectiva atividade, individualmente

ou em regime de economia familiar;

II - a exploração da atividade turística da propriedade

rural, inclusive com hospedagem, por não

mais de cento e vinte dias ao ano;

III - a participação em plano de previdência complementar

instituído por entidade classista a que seja

associado, em razão da condição de trabalhador

rural ou de produtor rural em regime de economia

familiar;

IV - a participação como beneficiário ou integrante

de grupo familiar que tem algum componente que

seja beneficiário de programa assistencial oficial de

governo;

V - a utilização pelo próprio grupo familiar de processo

de beneficiamento ou industrialização artesanal,

na exploração da atividade, de acordo com o

disposto no § 25; e

VI - a associação a cooperativa agropecuária ou de

crédito rural;

VII - a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados

- IPI sobre o produto das atividades

desenvolvidas nos termos do disposto no inciso VIII;

VIII - a participação do segurado especial em sociedade

empresária ou em sociedade simples ou a sua

atuação como empresário individual ou como titular

de empresa individual de responsabilidade limitada

de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial

ou agroturístico, considerada microempresa nos

termos do disposto na Lei Complementar nº 123, de

2006, desde que, mantido o exercício da sua atividade

rural na forma prevista no inciso VII do caput e

no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas por

segurados especiais e sediada no mesmo Município

ou em Município limítrofe àquele em que ao menos

um deles desenvolva as suas atividades.

§ 19. Os segurados de que trata o art. 199-A terão

identificação específica nos registros da Previdência

Social.

§ 20. Para os fins deste artigo, considera-se que o

segurado especial reside em aglomerado urbano

ou rural próximo ao imóvel rural onde desenvolve

a atividade quando resida no mesmo município

de situação do imóvel onde desenvolve a atividade

rural, ou em município contíguo ao em que desenvolve

a atividade rural.

§ 21. O grupo familiar poderá utilizar-se de empregado

contratado por prazo determinado, inclusive

daquele referido na alínea “r” do inciso I do caput, ou

de trabalhador de que trata a alínea “j” do inciso V

do caput, à razão de, no máximo, cento e vinte pessoas

por dia no mesmo ano civil, em períodos corridos

ou intercalados, ou, ainda, por tempo equivalente

em horas de trabalho, à razão de oito horas por dia

e quarenta e quatro horas por semana, hipóteses em

que períodos de afastamento em decorrência de percepção

de auxílio por incapacidade temporária não

serão computados.

§ 22. O disposto nos incisos III e V do § 8º e no inciso

VIII do § 18 não dispensará o recolhimento da contribuição

devida em relação ao exercício das atividades

de que tratam os referidos incisos.

§ 23. O segurado especial fica excluído dessa categoria:

I - a contar do primeiro dia do mês em que:

a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas

no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do

disposto no art. 13, ou exceder qualquer dos limites

estabelecidos no inciso I do § 18 deste artigo;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

363


364

b) se enquadrar em qualquer outra categoria de

segurado obrigatório do Regulamento da Previdência

Social, exceto nas hipóteses previstas nos incisos

III, V, VII e VIII do § 8º e no inciso VIII do § 18,

sem prejuízo do disposto no art. 13;

c) se tornar segurado obrigatório de outro regime

previdenciário; ou

d) na hipótese de descumprimento do disposto no

inciso VIII do § 18:

1. participar de sociedade empresária ou de sociedade

simples; ou

2. atuar como empresário individual ou como titular

de empresa individual de responsabilidade limitada;

ou

II - a contar do primeiro dia do mês subseqüente

ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que

pertence exceder o limite de:

a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21

deste artigo;

b) dias em atividade remunerada estabelecidos no

inciso III do § 8º deste artigo; e

c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do

§ 18 deste artigo.

§ 24. Aplica-se o disposto na alínea “a” do inciso V

do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro

do produtor que participe da atividade rural por

este explorada.

§ 25. Considera-se processo de beneficiamento ou

industrialização artesanal aquele realizado diretamente

pelo próprio produtor rural pessoa física,

observado o disposto no § 5º do art. 200, desde que

não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre

Produtos Industrializados - IPI.

§ 26. É considerado MEI o empresário individual a

que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de

janeiro de 2002 - Código Civil, que tenha auferido

receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$

36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples

Nacional e que não esteja impedido de optar

pela sistemática de recolhimento mencionada na

alínea “p” do inciso V do caput.

§ 26. É considerado microempreendedor individual

- MEI o empresário individual a que se refere o art.

966 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil, ou o

empreendedor que exerça as atividades de industrialização,

comercialização e prestação de serviços

no âmbito rural, que tenha auferido receita

bruta no ano-calendário imediatamente anterior

até o limite estabelecido no art. 18-A da Lei Complementar

nº 123, de 2006, que tenha optado pelo

Simples Nacional e não esteja impedido de optar

pela sistemática de recolhimento a que se refere a

alínea “p” do inciso V do caput.

§ 27. O vínculo empregatício mantido entre cônjuges

ou companheiros não impede o reconhecimento

da qualidade de segurado do empregado, excluído o

doméstico, observado o disposto no art. 19-B.

Art. 11 É segurado facultativo o maior de dezesseis

anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência

Social, mediante contribuição, na forma do

art. 199, desde que não esteja exercendo atividade

remunerada que o enquadre como segurado obrigatório

da previdência social.

§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros:

I - aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho

doméstico no âmbito de sua residência;

II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;

III - o estudante;

IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta

serviço no exterior;

V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório

da previdência social;

VI - o membro de conselho tutelar de que trata

o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,

quando não esteja vinculado a qualquer regime de

previdência social;

VII - o estagiário que preste serviços a empresa nos

termos do disposto na Lei nº 11.788, de 2008;

VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a

pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,

mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior,

desde que não esteja vinculado a qualquer regime

de previdência social;

IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada

nem esteja vinculado a qualquer regime de

previdência social;

X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior;

XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado

ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço,

dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais

empresas, com ou sem intermediação da organização

carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade

artesanal por conta própria.

XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado

a regime próprio de previdência social ou não enquadrado

em uma das hipóteses previstas no art. 9º.

§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência

Social, na qualidade de segurado facultativo,

de pessoa participante de regime próprio

de previdência social, salvo na hipótese de afastamento

sem vencimento e desde que não permitida,

nesta condição, contribuição ao respectivo regime

próprio.

§ 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo

representa ato volitivo, gerando efeito somente a

partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não

podendo retroagir e não permitindo o pagamento

de contribuições relativas a competências anteriores

à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.

§ 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente

poderá recolher contribuições em atraso quando

não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado,

conforme o disposto no inciso VI do art. 13.

§ 5º O segurado poderá contribuir facultativamente

durante os períodos de afastamento ou de inatividade,

desde que não receba remuneração nesses

períodos e não exerça outra atividade que o vincule

ao RGPS ou a regime próprio de previdência social.

Apesar de termos abordado o tema relativo aos

segurados obrigatórios e facultativos no Regime Geral

de Previdência Social, a leitura e releitura desses dispositivos

é ferramenta valiosa na preparação para a prova.

A temática foi e será objeto de muitas questões em

concurso e sua relevância é sentida pelo fato de que as

disposições sobre os segurados se repetem nas Leis nº

8.212/91, nº 8213/91 e Decreto nº 3048/99.

No Decreto nº 3048, destaca-se a figura do trabalhador

avulso, tratado de forma genérica nas legislações,

mas com toda regulamentação no Decreto. As

definições das atividades desempenhadas são sempre

ligadas ao labor rural quando a intermediação se dá

pelo Sindicato ou ao trabalho portuário, intermediado

pelo Órgão Gestor de Mão de Obra.

Há referência expressa à figura do trabalhador

intermitente, que presta serviços alternados, com

remuneração e subordinação, modalidade trazida

pela Reforma Trabalhista e que caracteriza a filiação

obrigatória na condição de empregado.

Ressaltada está a impossibilidade do segurado

obrigatório, seja em regime geral ou regime próprio,

vincular-se ao RGPS na condição de segurado

facultativo.


A vinculação obrigatória ao RGPS daquele que é

servidor público, nas situações em que o ente federativo

não disponha de Regime Próprio de Previdência.

A definição, para fins do segurado especial, do

que é “auxílio eventual de terceiros”, que não pode

ser atividade remunerada, dentre tantas disposições

importantes.

Art. 13 § 7º Para o contribuinte individual, o período de

manutenção da qualidade de segurado inicia-se no primeiro

dia do mês subsequente ao da última contribuição

com valor igual ou superior ao salário-mínimo.

§ 8º O segurado que receber remuneração inferior

ao limite mínimo mensal do salário de contribuição

somente manterá a qualidade de segurado se

efetuar os ajustes de complementação, utilização e

agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e

o § 27-A do art. 216.

Art. 17 A perda da qualidade de dependente ocorre:

I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação

judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada

a prestação de alimentos, pela anulação do casamento,

pelo óbito ou por sentença judicial transitada

em julgado;

II - para a companheira ou companheiro, pela cessação

da união estável com o segurado ou segurada,

enquanto não lhe for garantida a prestação de

alimentos;

III - ao completar vinte e um anos de idade, para o

filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou

nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente

a essa idade:

a) casamento;

b) início do exercício de emprego público efetivo;

c) constituição de estabelecimento civil ou comercial

ou pela existência de relação de emprego, desde

que, em função deles, o menor com dezesseis anos

completos tenha economia própria; ou

d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um

deles na falta do outro, por meio de instrumento

público, independentemente de homologação judicial,

ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o

menor tiver dezesseis anos completos; e

IV - para os dependentes em geral:

a) pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual,

mental ou grave; ou

b) pelo falecimento.

§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado,

desde que comprovada a dependência econômica

dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência

intelectual, mental ou grave, não perderão

a qualidade de dependentes desde que a invalidez

ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha

ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no

inciso III do caput.

§ 2º Para fins do disposto no § 1º, a data de início

da invalidez ou da deficiência intelectual, mental

ou grave será estabelecida pela Perícia Médica

Federal.

Destaque, nesse dispositivo, para as situações em

que filho, equiparados e irmãos perdem a condição de

dependentes para fins previdenciários, ou seja, quando

completam 21 (vinte e um) anos de idade, quando

casam, quando ingressam no serviço público, quando

constituem empresa e quando emancipam.

Art. 18 Considera-se inscrição de segurado para os

efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado

é cadastrado no RGPS, por meio da comprovação

dos dados pessoais, da seguinte forma:

I - empregado - pelo empregador, por meio da formalização

do contrato de trabalho e, a partir da

obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração

Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e

Trabalhistas – eSocial, instituído pelo Decreto nº

8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema

que venha a substituí-lo, por meio do registro contratual

eletrônico realizado nesse Sistema;

II - trabalhador avulso - pelo cadastramento e pelo

registro no órgão gestor de mão de obra, no caso

de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso

de trabalhador não portuário, e a partir da obrigatoriedade

do uso do eSocial, ou do sistema que

venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e

do registro eletrônico realizado nesse Sistema;

III - empregado doméstico - pelo empregador, por

meio do registro contratual eletrônico realizado no

eSocial;

IV - contribuinte individual:

a) por ato próprio, por meio do cadastramento de

informações para identificação e reconhecimento

da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional

do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresentação

de documento que comprove o exercício da

atividade declarada;

b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica

a quem preste serviço, no caso de cooperados

ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos

no RGPS; e

c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal

do Empreendedor;

V - segurado especial - preferencialmente, pelo titular

do grupo familiar que se enquadre em uma das

condições previstas no inciso VII do caput do art.

9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar a apresentação

de documento que comprove o exercício

da atividade declarada, observado o disposto no

art. 19-D; e

VI - segurado facultativo - por ato próprio, por meio

do cadastramento de informações pessoais que permitam

a sua identificação, desde que não exerça

atividade que o enquadre na categoria de segurado

obrigatório.

§ 2ºA inscrição do segurado em qualquer categoria

mencionada neste artigo exige a idade mínima de

dezesseis anos.

§ 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente,

mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime

Geral de Previdência Social será obrigatoriamente

inscrito em relação a cada uma delas.

§ 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite-

-se a inscrição post mortem do segurado especial.

§ 5º-A Na hipótese prevista no § 5º, caso não seja

comprovada a condição de segurado especial, poderá

ser atribuído Número de Inscrição do Trabalhador

- NIT especificamente para fins de requerimento

do benefício previdenciário.

§ 5º-B Não será admitida a inscrição post mortem

de segurado contribuinte individual e nem de segurado

facultativo.

§ 6º A comprovação dos dados pessoais e de outros

elementos necessários e úteis à caracterização do

segurado poderá ser exigida pelo INSS, a qualquer

tempo, para fins de atualização cadastral, inclusive

para a concessão de benefício.

§ 7º A inscrição do segurado especial será feita de

forma a vinculá-lo ao seu grupo familiar e conterá,

além das informações pessoais:

I - a identificação da propriedade em que é desenvolvida

a atividade e a informação de a que título

ela é ocupada;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

365


366

II - a informação sobre a residência ou não do segurado

na propriedade em que é desenvolvida a atividade,

e, em caso negativo, sobre o Município onde

reside; e

III - quando for o caso, a identificação e a inscrição

da pessoa responsável pelo grupo familiar.

§ 8º O segurado especial integrante de grupo familiar

que não seja proprietário do imóvel rural ou da

embarcação em que desenvolve sua atividade deve

informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o

nome e o CPF do parceiro ou meeiro outorgante,

arrendador, comodante ou assemelhado.

§ 9º A identificação do trabalhador no Cadastro

Nacional de Informações Sociais - CNIS poderá ser

feita:

I - pelo NIT, único, pessoal e intransferível, independentemente

de alterações de categoria profissional;

ou

II - pelo Cadastro de Pessoas Físicas - CPF.

§ 10. Ao segurado cadastrado no Programa de

Integração Social - PIS, no Programa de Formação

do Patrimônio do Servidor Público - Pasep ou no

Número de Identificação Social - NIS não caberá

novo cadastramento.

A inscrição, como já vimos anteriormente, é a

materialização da filiação. Ato formal pelo qual a vinculação

ao sistema de previdência se concretiza. Essa

materialização se dá de acordo com as características

do vínculo estabelecido por cada uma das categorias

de segurados.

Art. 19 Os dados constantes do Cadastro Nacional

de Informações Sociais – CNIS relativos a vínculos,

remunerações e contribuições valem como prova

de filiação à previdência social, tempo de contribuição

e salários-de-contribuição.

§ 1º O segurado poderá solicitar, a qualquer tempo,

a inclusão, a exclusão, a ratificação ou a retificação

de suas informações constantes do CNIS, com

a apresentação de documentos comprobatórios

dos dados divergentes, conforme critérios definidos

pelo INSS, independentemente de requerimento de

benefício, exceto na hipótese prevista no art. 142,

observado o disposto nos art. 19-B e art. 19-C.

§ 2º Informações inseridas extemporaneamente

no CNIS, independentemente de serem inéditas ou

retificadoras de dados anteriormente informados,

somente serão aceitas se corroboradas por documentos

que comprovem a sua regularidade, na forma

prevista no art. 19-B.

§ 3º Respeitadas as definições vigentes sobre a procedência

e origem das informações, considera-se

extemporânea a inserção de dados:

I – relativos à data de início de vínculo empregatício,

após o último dia do quinto mês subsequente ao

mês da data da admissão do segurado;

II – relativos à remuneração de trabalhador avulso

ou contribuinte individual que preste serviços a

empresa ou equiparado, após o último dia do quinto

mês subsequente ao mês da data da prestação de

serviço pelo segurado; ou

III – relativos à contribuição, sempre que o recolhimento

tiver sido feito sem observância ao disposto

em lei.

§ 4º A extemporaneidade de que trata o § 3º poderá

ser desconsiderada depois de decorrido o prazo de

um ano, contado da data de inserção das informações

relativas a vínculos e remunerações, conforme

critérios definidos pelo INSS.

§ 5º Ato do Secretário Especial de Previdência e

Trabalho do Ministério da Economia poderá reduzir

ou ampliar os prazos previstos nos § 3º e § 4º.

§ 6º O INSS poderá definir critérios para a apuração

das informações constantes da Guia de Recolhimento

do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

e Informações à Previdência Social – GFIP, ou do

instrumento que venha a substituí-la, que ainda

não tiver sido processada e para o recebimento de

informações relativas a situações cuja regularidade

dependa do cumprimento de critério estabelecido

em lei.

§ 7º Para os fins de que trata os §§ 2º a 6º, o INSS e

a DATAPREV adotarão as providências necessárias

para que as informações constantes do CNIS sujeitas

à comprovação sejam identificadas e destacadas

dos demais registros.

§ 8º Para o exercício de suas competências, o INSS

terá acesso às informações do segurado relativas

aos períodos em que tenha sido registrada deficiência

leve, moderada ou grave, identificada em

decorrência de avaliação biopsicossocial realizada

por equipe multiprofissional e interdisciplinar, para

fins de reconhecimento e manutenção de direitos.

§ 9º Constarão do CNIS as informações dos segurados

e beneficiários dos regimes próprios de previdência

social para fins de verificação das situações

previstas neste Regulamento que impactem no

reconhecimento de direitos e na concessão e no

pagamento de benefícios pelo RGPS.

§ 10. O empregado com contrato de trabalho intermitente

terá identificação específica em instrumento

de prestação de informações à previdência social,

de forma a permitir a identificação dos períodos de

prestação serviços e dos períodos de inatividade.

§ 11. A partir da obrigatoriedade do uso do eSocial,

ou do sistema que venha a substituí-lo, será observado,

para o segurado:

I – empregado e empregado doméstico – os registros

eletrônicos gerados pelo eSocial equivalerão às anotações

relativas ao contrato de trabalho, definidas

pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada

pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, que serão incorporados

ao CNIS e à Carteira de Trabalho Digital;

II – trabalhador avulso – os registros eletrônicos

gerados pelo eSocial substituirão as informações

relativas ao registro e às remunerações do trabalhador

avulso portuário previstas no inciso II do

caput do art. 32 e no § 2º do art. 33 da Lei nº 12.815,

de 2013, e aquelas relativas ao trabalhador avulso

não portuário previstas no art. 4º da Lei nº 12.023,

de 2009, que serão incorporados ao CNIS;

III – contribuinte individual que preste serviços conforme

o disposto no § 20 do art. 216 – os registros

eletrônicos gerados pelo eSocial substituirão as

informações prestadas sobre os valores da remuneração

na forma prevista no § 21 do art. 216, que

serão incorporados ao CNIS; e

IV – contribuinte individual que preste serviços a

empresa ou equiparado a partir de abril de 2003,

conforme o disposto no art. 4º da Lei nº 10.666, de 8

de maio de 2003 – os registros eletrônicos gerados

pelo eSocial substituirão as informações prestadas

sobre os valores da remuneração e do desconto feito

a título de contribuição previdenciária, conforme

previsto no inciso XII do caput do art. 216, que

serão incorporados ao CNIS.

§ 12. Os recolhimentos efetuados na época apropriada

constantes do CNIS serão reconhecidos automaticamente,

observados a contribuição mínima mensal e o disposto

no art. 19-E, dispensada a comprovação do exercício da

atividade.


O CNIS é o documento que compreende o histórico

da ligação do segurado com o sistema de Previdência.

Dele constam todas as informações relativas aos vínculos,

salários de contribuição, períodos de contribuição,

categoria na qual a contribuição foi realizada e

datas das contribuições. É a partir desse documento –

que pode ser retificado pelo segurado – que o sistema

identificará o direito aos benefícios previdenciários.

Art. 19-A Para fins de benefícios de que trata este

Regulamento, os períodos de vínculos que corresponderem

a serviços prestados na condição de

servidor estatutário somente serão considerados

mediante apresentação de Certidão de Tempo de

Contribuição fornecida pelo órgão público competente,

salvo se o órgão de vinculação do servidor

não tiver instituído regime próprio de previdência

social.

Para o servidor estatutário, deve ser emitida a

CTC (Certidão de Tempo de Contribuição) para que o

período em referência produza efeitos junto ao Regime

Geral de Previdência Social – INSS.

Vale ressaltar, como visto anteriormente, que é

sempre admitida a contagem recíproca entre regimes

diversos de Previdência, com a necessária compensação

financeira.

Art. 19-B Na hipótese de não constarem do CNIS

as informações sobre atividade, vínculo, remunerações

ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a

regularidade das informações existentes, o período

somente será confirmado por meio da apresentação

de documentos contemporâneos dos fatos a

serem comprovados, com menção às datas de início

e de término e, quando se tratar de trabalhador

avulso, à duração do trabalho e à condição em que

tiver sido prestada a atividade.

§ 1º Além dos dados constantes do CNIS a que se

refere o art. 19, observada a forma de filiação do trabalhador

ao RGPS, os seguintes documentos serão

considerados para fins de comprovação do tempo

de contribuição de que trata o caput, desde que contemporâneos

aos fatos a serem comprovados:

I - carteira profissional ou Carteira de Trabalho e

Previdência Social;

II - contrato individual de trabalho;

III - contrato de trabalho por pequeno prazo, na

forma prevista no § 3º do art. 14-A da Lei nº 5.889,

de 1973;

IV - carteira de férias;

V - carteira sanitária;

VI - caderneta de matrícula;

VII - caderneta de contribuição dos extintos institutos

de aposentadoria e pensões;

VIII - caderneta de inscrição pessoal visada:

a) pela Capitania dos Portos;

b) pela Superintendência do Desenvolvimento da

Pesca; ou

c) pelo Departamento Nacional de Obras Contra as

Secas;

IX - declaração da Secretaria Especial da Receita

Federal do Brasil do Ministério da Economia;

X - certidão de inscrição em órgão de fiscalização

profissional, acompanhada de documento que prove

o exercício da atividade;

XI - contrato social, acompanhado de seu distrato,

e, quando for o caso, ata de assembleia geral e

registro de empresário;

XII - certificado de sindicato ou órgão gestor de

mão de obra que agrupe trabalhadores avulsos;

XIII - extrato de recolhimento do FGTS; e

XIV - recibos de pagamento.

§ 2º Os documentos necessários à atualização do

CNIS e à análise de requerimentos de benefícios e

serviços poderão ser apresentados em cópias simples,

em meio físico ou eletrônico, dispensada a sua

autenticação, exceto nas hipóteses em que haja

previsão legal expressa e de dúvida fundada quanto

à autenticidade ou à integridade do documento,

ressalvada a possibilidade de o INSS exigir, a qualquer

tempo, os documentos originais para fins do

disposto no art. 179, situação em que o responsável

pela apresentação das cópias ficará sujeito às sanções

administrativas, civis e penais aplicáveis.

§ 3º Caso os documentos apresentados não sejam

suficientes para a comprovação de atividade, vínculo

ou remunerações, estes poderão ser corroborados

por pesquisa, na forma prevista no § 5º, ou

justificação administrativa, conforme o caso.

§ 4º Na falta de documento contemporâneo, podem

ser aceitos declaração do empregador ou de seu

preposto, atestado de empresa ainda existente ou

certificado ou certidão de entidade oficial dos quais

constem os dados previstos no caput, desde que

extraídos de registros existentes, que serão confirmados

pelo INSS na forma prevista no § 5º, exceto

se fornecidas por órgão público.

§ 5º A empresa disponibilizará a servidor designado

por dirigente do INSS as informações e os

registros de que dispuser, relativamente a segurado

a seu serviço e previamente identificado, para fins

de instrução ou revisão de processo de reconhecimento

de direitos e outorga de benefícios do RGPS

e para inclusão, exclusão, ratificação ou retificação

das informações constantes do CNIS, conforme critérios

definidos pelo INSS, independentemente de

requerimento de benefício.

§ 6º Somente serão exigidos certidões ou documentos

expedidos por órgãos públicos quando não for

possível a sua obtenção diretamente do órgão ou da

entidade responsável pela base de dados oficial.

§ 7º Serão realizados exclusivamente pela Secretaria

Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério

da Economia os acertos de:

I - inclusão de recolhimento, alterações de valor

autenticado ou data de pagamento da Guia da

Previdência Social ou do documento que venha a

substituí-la;

II - transferência de contribuição com identificador

de pessoa jurídica ou equiparada para o CNIS; e

III - inclusão da contribuição liquidada por meio de

parcelamento

Esse dispositivo traz a relação da documentação

que deve ser apresentada pelo segurado, na hipótese

de necessitar retificar o CNIS, seja para inclusão/

exclusão de vínculo, alteração de categoria, correção

em datas etc.

Art. 19-C Considera-se tempo de contribuição o

tempo correspondente aos períodos para os quais

tenha havido contribuição obrigatória ou facultativa

ao RGPS, dentre outros, o período:

I - de contribuição efetuada por segurado que tenha

deixado de exercer atividade remunerada que o

enquadrasse como segurado obrigatório da previdência

social;

II - em que a segurada tenha recebido salário-maternidade;

III - de licença remunerada, desde que tenha havido

desconto de contribuições;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

367


368

V - em que o segurado tenha sido colocado em disponibilidade

remunerada pela empresa, desde que

tenha havido desconto de contribuições;

V - de atividade patronal ou autônoma, exercida

anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, de 26 de

agosto de 1960, desde que tenha sido indenizado

conforme o disposto no art. 122;

VI - de atividade na condição de empregador rural,

desde que tenha havido contribuição na forma prevista

na Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975,

e indenização do período anterior, conforme o disposto

no art. 122;

VII - de exercício de mandato eletivo federal, estadual,

distrital ou municipal, desde que tenha havido

contribuição na época apropriada e este não tenha

sido contado para fins de aposentadoria por outro

regime de previdência social;

VIII - de licença, afastamento ou inatividade sem

remuneração do segurado empregado, inclusive o

doméstico e o intermitente, desde que tenha havido

contribuição na forma prevista no § 5º do art. 11; e

IX - em que o segurado contribuinte individual e o segurado

facultativo tenham contribuído na forma prevista

no art. 199-A, observado o disposto em seu § 2º.

§ 1º Será computado o tempo intercalado de recebimento

de benefício por incapacidade, na forma do disposto

no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de

julho de 1991, exceto para efeito de carência.

§ 2º As competências em que o salário de contribuição

mensal tenha sido igual ou superior ao limite

mínimo serão computadas integralmente como

tempo de contribuição, independentemente da

quantidade de dias trabalhados.

§ 3º Na hipótese de o débito ser objeto de parcelamento,

o período correspondente ao parcelamento

somente será computado para fins de concessão de

benefício no RGPS e de emissão de certidão de tempo

de contribuição para fins de contagem recíproca após

a comprovação da quitação dos valores devidos.

Este art. 19-C, § 1º do Decreto 3048/99, trata do

período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença

ou aposentadoria por invalidez, entre

períodos de atividade, que contará como tempo de

contribuição mas não como carência, entendimento

que contraria a jurisprudência sobre o tema (STJ REsp

nº 1.414.439/RS)

Outra importante alteração diz respeito à contagem

do tempo de contribuição depois da reforma da

Previdência. Até a Reforma, o tempo de contribuição

era contado de data a data, em dias. Por exemplo:

de 21/03/2020 a 31/03/2020 = 10 dias de tempo de

contribuição.

Pela nova sistemática, o tempo será computado

por mês, desde que a contribuição supere o mínimo

legal. No mesmo exemplo, se a contribuição relativa a

esse período de 10 dias superar o limite mínimo, ele

terá 1 mês de tempo de contribuição. Se não superar,

nenhum dia de contribuição será computado.

Art. 19-D O Ministério da Economia manterá sistema

de cadastro dos segurados especiais no CNIS,

observado o disposto nos § 7º e § 8º do art. 18, e

poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e

com outros órgãos da administração pública federal,

estadual, distrital e municipal para a manutenção

e a gestão do sistema de cadastro.

§ 1º O sistema de que trata o caput preverá a manutenção

e a atualização anual do cadastro e conterá

as informações necessárias à caracterização da

condição de segurado especial.

§ 2º A manutenção e a atualização de que trata o §

1º ocorrerão por meio da apresentação, pelo segurado

especial, de declaração anual ou de documento

equivalente, conforme definido em ato do Secretário

Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da

Economia.

§ 3º A aplicação do disposto neste artigo não poderá

acarretar ônus para o segurado, sem prejuízo do

disposto no § 4º.

§ 4º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão

de benefício, verificará a condição de segurado

especial e, se for o caso, o pagamento da contribuição

previdenciária, nos termos do disposto na Lei

nº 8.212, de 24 de julho de 1991, de modo a considerar,

dentre outras informações, aquelas constantes

do CNIS.

§ 5º A atualização anual de que trata o § 1º será

feita pelo segurado especial até 30 de junho do ano

subsequente.

§ 6º É vedada a atualização anual de que trata o §

1º decorrido o prazo de cinco anos, contado da data

a que se refere o § 5º.

§ 7º Decorrido o prazo de cinco anos de que trata o

§ 6º, o segurado especial somente poderá computar

o período de trabalho rural se efetuados na época

apropriada a comercialização da produção e o

recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da

Lei nº 8.212, de 1991.

§ 8º O INSS utilizará as informações constantes do

cadastro de que trata o caput para fins de comprovação

da condição e do exercício da atividade rural

do segurado especial e do seu grupo familiar.

§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovação

da condição e do exercício da atividade rural

do segurado especial ocorrerá, exclusivamente, por

meio das informações constantes do cadastro a que

se refere o caput, observado o disposto no § 18.

§ 10. Para o período anterior a 1º de janeiro de

2023, o segurado especial comprovará o exercício

da atividade rural por meio de autodeclaração ratificada

por entidades públicas credenciadas, nos termos

do disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11

de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos,

observado o seguinte:

I - a autodeclaração será feita por meio do preenchimento

de formulários que serão disponibilizados

pelo INSS;

II - a ratificação da autodeclaração será realizada

por meio de informações obtidas das bases de

dados da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo

do Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento e de outras bases de dados a que o

INSS tiver acesso; e

III - as informações obtidas por meio de consultas

às bases de dados governamentais que forem consideradas

insuficientes para o reconhecimento do

exercício da atividade rural alegada poderão ser

complementadas por prova documental contemporânea

ao período informado.

§ 11. Complementarmente à autodeclaração de que

trata o § 10 e ao cadastro de que trata o caput, a

comprovação do exercício de atividade do segurado

especial será feita por meio dos seguintes documentos,

dentre outros:

I - contrato de arrendamento, de parceria ou de

comodato rural;

II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar de

que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº

12.188, de 2010, ou pelo documento que venha a

substituí-la;

III - bloco de notas do produtor rural;


IV - documentos fiscais de entrada de mercadorias

de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991,

emitidos pela empresa adquirente da produção, com

indicação do nome do segurado como vendedor;

V - documentos fiscais relativos a entrega de produção

rural a cooperativa agrícola, entreposto de pescado

ou outros, com indicação do segurado como

vendedor ou consignante;

VI - comprovantes de recolhimento de contribuição

à previdência social decorrentes da comercialização

de produção rural;

VII - cópia da declaração de imposto sobre a renda,

com indicação de renda proveniente da comercialização

de produção rural; ou

VIII - licença de ocupação ou permissão outorgada

pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária – Incra.

§ 12. Sempre que o tipo de outorga informado na

autodeclaração de que trata § 10 for de parceiro,

meeiro, arrendatário, comodatário ou de outra

modalidade de outorgado, o documento deverá

identificar e qualificar o outorgante.

§ 13. A condição de segurado especial dos índios

será comprovada por meio de certidão fornecida

pela Fundação Nacional do Índio - Funai que:

I - conterá a identificação da entidade e de seu emitente,

com a indicação do mandato, se for o caso;

II - será fornecida em duas vias, em papel timbrado,

com numeração sequencial controlada e

ininterrupta;

III - conterá a identificação, a qualificação pessoal

do beneficiário e a categoria de produtor a que

pertença;

IV - consignará os documentos e as informações

que tenham servido de base para a sua emissão

e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de

registros existentes na própria entidade declarante

ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que

idôneos e acessíveis à previdência social;

V - não conterá informação referente a período

anterior ao início da atividade da entidade declarante,

exceto se baseada em documento que constitua

prova material do exercício dessa atividade; e

I - consignará os dados relativos ao período e à forma

de exercício da atividade rural nos termos estabelecidos

pelo INSS.

§ 14. A homologação a que se refere o § 13 se restringirá

às informações relativas à atividade rural

e deverá atender aos seguintes critérios:

I - conterá a identificação do órgão e do emitente

da declaração;

I - conterá a identificação, a qualificação pessoal

do beneficiário e a categoria de produtor a que

pertença;

III - consignará os documentos e as informações

que tenham servido de base para a sua emissão

e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de

registros existentes na própria entidade declarante

ou em outro órgão, entidade ou empresa, desde que

idôneos e acessíveis à previdência social; e

IV - consignará dados relativos ao período e à forma

de exercício da atividade rural nos termos estabelecidos

pelo INSS.

§ 15. Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que

trata o caput poderá ser efetuado, atualizado e corrigido

sem prejuízo do prazo de que trata o § 9º e

das regras permanentes estabelecidas nos § 5º e § 6º.

§ 16. Na hipótese de haver divergência de informações

entre o cadastro de que trata o caput e as demais

bases de dados, para fins de reconhecimento do direito

ao benefício, o INSS poderá exigir a apresentação

dos documentos referidos no § 11.

§ 17. As informações obtidas e acolhidas pelo INSS

diretamente de bancos de dados disponibilizados por

órgãos do Poder Público serão utilizadas para validar

ou invalidar informação para o cadastramento

do segurado especial e, quando for o caso, para deixar

de reconhecer o segurado nessa condição.

§ 18. O prazo a que se refere o § 9º será prorrogado até

que cinquenta por cento dos segurados especiais, apurados

conforme quantitativo da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios Contínua, estejam inseridos no

sistema de cadastro dos segurados especiais de que

trata o caput.

§ 19. O fim da prorrogação a que se refere o § 18 será

definido em ato do Secretário Especial de Previdência

e Trabalho do Ministério da Economia.

O INSS utilizará as informações constantes no

Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)

sobre os vínculos e as remunerações dos segurados,

para fins de cálculo do salário-de-benefício, comprovação

de filiação ao Regime Geral de Previdência

Social, tempo de contribuição e relação de emprego

também para o segurado especial. Este banco de

dados, todavia, será implementado aos poucos, tendo

em vista a dificuldade que é própria da categoria dos

segurados especiais.

Art. 19-E A partir de 13 de novembro de 2019, para

fins de aquisição e manutenção da qualidade de

segurado, de carência, de tempo de contribuição e

de cálculo do salário de benefício exigidos para o

reconhecimento do direito aos benefícios do RGPS

e para fins de contagem recíproca, somente serão

consideradas as competências cujo salário de contribuição

seja igual ou superior ao limite mínimo

mensal do salário de contribuição.

§ 1º Para fins do disposto no caput, ao segurado

que, no somatório de remunerações auferidas no

período de um mês, receber remuneração inferior

ao limite mínimo mensal do salário de contribuição

será assegurado:

I - complementar a contribuição das competências,

de forma a alcançar o limite mínimo do salário de

contribuição exigido;

II - utilizar o excedente do salário de contribuição

superior ao limite mínimo de uma competência

para completar o salário de contribuição de outra

competência até atingir o limite mínimo; ou

III - agrupar os salários de contribuição inferiores

ao limite mínimo de diferentes competências para

aproveitamento em uma ou mais competências até

que estas atinjam o limite mínimo.

§ 2º Os ajustes de complementação, utilização e

agrupamento previstos no § 1º poderão ser efetivados,

a qualquer tempo, por iniciativa do segurado,

hipótese em que se tornarão irreversíveis e irrenunciáveis

após processados.

§ 3º A complementação de que trata o inciso I do

§ 1º poderá ser recolhida até o dia quinze do mês

subsequente ao da prestação do serviço e, a partir

dessa data, com os acréscimos previstos no art. 35

da Lei nº 8.212, de 1991.

§ 4º Os ajustes de que tratam os incisos II e III do

§ 1º serão efetuados na forma indicada ou autorizada

pelo segurado, desde que utilizadas as competências

do mesmo ano civil definido no art. 181-E,

em conformidade com o disposto nos § 27-A ao §

27-D do art. 216.

§ 5º A efetivação do ajuste previsto no inciso III

do § 1º não impede o recolhimento da contribuição

referente à competência que tenha o salário

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

369


370

de contribuição transferido, em todo ou em parte,

para agrupamento com outra competência a fim

de atingir o limite mínimo mensal do salário de

contribuição.

§ 6º Para complementação ou recolhimento da competência

que tenha o salário de contribuição transferido, em

todo ou em parte, na forma prevista no § 5º, será observado

o disposto no § 3º.

§ 7º Na hipótese de falecimento do segurado, os ajustes

previstos no § 1º poderão ser solicitados por seus

dependentes para fins de reconhecimento de direito

para benefício a eles devidos até o dia quinze do mês

de janeiro subsequente ao do ano civil correspondente,

observado o disposto no § 4º.

Art. 19-F A obrigação do INSS de promover a instrução

de requerimentos e a comprovação de requisitos

legais para o reconhecimento de direitos não

afasta a obrigação de o interessado ou o seu representante

juntar ao requerimento toda a documentação

útil à comprovação do direito, principalmente

em relação aos fatos que não constem da base de

dados da previdência social.

A Reforma da Previdência Social, Emenda Constitucional

nº 103/19, atribuiu nova redação ao § 14 do

art. 195 da Constituição Federal, que passou a vigorar

com a seguinte redação:

O segurado somente terá reconhecida como tempo

de contribuição ao Regime Geral de Previdência

Social a competência cuja contribuição seja igual

ou superior à contribuição mínima mensal exigida

para sua categoria, assegurado o agrupamento de

contribuições.

A consequência extraída da norma, para os segurados

do Regime Geral (INSS), é no sentido de que a

vedação ao cômputo das contribuições, cujo salário

de contribuição não atinge o mínimo legal, que antes

afetava apenas o contribuinte individual e o segurado

facultativo, passou a atingir todas as categorias

de segurados. Isso significa dizer que, para qualquer

categoria contributiva, as competências, cuja contribuição

não atingir o mínimo legal, não serão computadas,

à luz da regra constitucional, como tempo de

contribuição.

O Decreto nº 10.410/20, que altera o Regulamento

da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), em seu

art. 19-E, estabelece, por sua vez, que as contribuições

abaixo do mínimo não serão computadas paras fins

de tempo de contribuição, carência e qualidade de

segurado em seu artigo 19-E.

Ao tratar da qualidade de segurado – condição assegurada

quando se está vertendo contribuições para o

sistema ou, ainda, quando preenchidos os requisitos

do “período de graça” (art. 15 da Lei nº 8.213/91), o

art. 13 do Decreto nº 10.410/2020, em seu § 8º, deixa

assente que

O segurado que receber remuneração inferior ao

limite mínimo mensal do salário de contribuição

somente manterá a qualidade de segurado se efetuar

os ajustes de complementação, utilização e

agrupamento a que se referem o § 1º do art. 19-E e

o § 27-A do art. 216.

Afastar a qualidade de segurado quando as contribuições

estão abaixo do mínimo legal afeta, diretamente,

o direito à percepção de benefícios por incapacidade

e pensão por morte, especialmente em tempos de suspensão

do contrato de trabalho e redução da jornada

(Lei nº 14.020/20) ou, ainda, no caso do trabalho

intermitente.

Do mesmo modo, o art. 26 do referido Decreto,

estabelece, no que diz respeito à carência, que se trata

de período de

[...] tempo correspondente ao número mínimo de

contribuições mensais indispensáveis para que o

beneficiário faça jus ao benefício” para o qual apenas

serão “consideradas as competências cujo salário

de contribuição seja igual ou superior ao seu

limite mínimo mensal.

Extrai-se, da referida norma, que as contribuições

abaixo do mínimo não serão computadas, também,

para fins de carência, requisito que, por exemplo, foi

mantido na aposentadoria programada pós reforma

da Previdência Social.

Ainda no art. 19-E, § 1º, é estabelecido, como solução,

que

[...] ao segurado que, no somatório de remunerações

auferidas no período de um mês, receber

remuneração inferior ao limite mínimo mensal do

salário de contribuição será assegurado:

I - complementar a contribuição das competências,

de forma a alcançar o limite mínimo do salário

de contribuição exigido;

II - utilizar o excedente do salário de contribuição

superior ao limite mínimo de uma competência

para completar o salário de contribuição de outra

competência até atingir o limite mínimo; ou

III - agrupar os salários de contribuição inferiores

ao limite mínimo de diferentes competências

para aproveitamento em uma ou mais competências

até que estas atinjam o limite mínimo.

O referido dispositivo, em seu § 2º, permite que

esses ajustes de complementação, utilização do excedente

e agrupamento sejam efetivados a qualquer

tempo por iniciativa do segurado, hipótese em que se

tornarão irreversíveis e irrenunciáveis após processados

pelo sistema.

A complementação poderá ser recolhida até o dia

quinze do mês subsequente ao da prestação do serviço

e, a partir dessa data, com os acréscimos de multa

de mora e juros de mora, previstos no art. 35 da Lei nº

8.212, de 1991.

Já a utilização do excedente e os agrupamentos

serão efetuados na forma indicada ou autorizada pelo

segurado, desde que utilizadas as competências do

mesmo ano civil, definido no art. 181-E, em conformidade

com o disposto nos § 27-A ao § 27-D do art. 216,

ambos do Decreto nº 10.410/20.

O agrupamento não impede o recolhimento da

contribuição referente à competência que tenha o

salário de contribuição transferido, em todo ou em

parte, para agrupamento com outra competência, a

fim de atingir o limite mínimo mensal do salário de

contribuição.

É oportuno referir que, independentemente da

categoria contributiva do segurado, a norma o indica

como sujeito passivo da obrigação tributária principal

de pagamento.

Admite-se, na hipótese de falecimento do segurado,

que a complementação, a utilização do excedente ou o

agrupamento sejam solicitados por seus dependentes,


para fins de reconhecimento de direito para benefício

a eles devidos, desde que até o dia quinze do mês de

janeiro subsequente ao do ano civil correspondente.

A regularização das contribuições post mortem

não se confunde com a inscrição post mortem, que

segue vedada pelo nosso ordenamento jurídico (Decreto

nº 3048/99 com redação do Decreto nº 10.410/20 –

artigo 18, § 5º B e art. 17, § 7º da Lei nº 8.213/91).

Avançaremos na norma, em razão de já termos

tratado dos dispositivos ao longo do material.

Passemos a contagem recíproca, que é, como

vimos, a possibilidade de levar tempo de um regime

de previdência a outro, com compensação financeira

entre os sistemas.

Art. 125 Para efeito de contagem recíproca, hipótese

em que os diferentes sistemas de previdência

social ou proteção social se compensarão financeiramente,

fica assegurado:

I - o cômputo do tempo de contribuição na administração

pública e de serviço militar exercido nas atividades

de que tratam os art. 42, art. 142 e art. 143

da Constituição, para fins de concessão de benefícios

previstos no RGPS, inclusive de aposentadoria

em decorrência de tratado, convenção ou acordo

internacional; e

II - para fins de emissão de certidão de tempo de

contribuição, pelo INSS, para utilização no serviço

público ou para inativação militar, o cômputo do

tempo de contribuição na atividade privada, rural e

urbana, observado o disposto nos § 4º e § 4º-A deste

artigo, no art. 123, no § 13 do art. 216 e nos § 8º e §

8º-A do art. 239.

§ 1º Para os fins deste artigo, é vedada:

I - conversão do tempo de contribuição exercido em

atividade sujeita à condições especiais, nos termos

do disposto no art. 66;

II - conversão do tempo cumprido pelo segurado

com deficiência, reconhecida na forma do art. 70-D,

em tempo de contribuição comum; e

III - a contagem de qualquer tempo de serviço

fictício.

§ 2º Admite-se a aplicação da contagem recíproca

de tempo de contribuição no âmbito dos tratados,

convenções ou acordos internacionais de previdência

social.

§ 3º É permitida a emissão de certidão de tempo de

contribuição para períodos de contribuição posteriores

à data da aposentadoria no RGPS, observado

o disposto no art. 19-E.

§ 4º Para efeito de contagem recíproca, o período em

que os segurados contribuinte individual e facultativo

tiverem contribuído na forma prevista no art.

199-A só será computado se forem complementadas

as contribuições na forma prevista no § 2º do referido

artigo.

§ 4º-A Para efeito de contagem recíproca, a partir

de 14 de novembro de 2019, somente serão consideradas

as competências cujos salários de contribuição

tenham valor igual ou superior ao limite

mínimo mensal do salário de contribuição para o

RGPS, observado o disposto no art. 19-E.

§ 5º A certidão referente ao tempo de contribuição

com deficiência deverá identificar os períodos com

deficiência e seus graus.

Art. 126 O segurado terá direito de computar, para

fins de concessão dos benefícios do Regime Geral

de Previdência Social, o tempo de contribuição na

administração pública federal direta, autárquica e

fundacional”.

Parágrafo único. Poderá ser contado o tempo de

contribuição na administração pública direta,

autárquica e fundacional dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, desde que estes assegurem

aos seus servidores, mediante legislação

própria, a contagem de tempo de contribuição em

atividade vinculada ao Regime Geral de Previdência

Social.

Art. 127 O tempo de contribuição de que trata este

Capítulo será contado de acordo com a legislação

pertinente, observadas as seguintes normas:

I - não será admitida a contagem em dobro ou em

outras condições especiais;

II - é vedada a contagem de tempo de contribuição

no serviço público com o de contribuição na atividade

privada, quando concomitantes;

III - não será contado por um regime o tempo de

contribuição utilizado para concessão de aposentadoria

por outro regime;

IV - o tempo de contribuição anterior ou posterior

à obrigatoriedade de filiação à previdência social

só será contado por meio de indenização da contribuição

correspondente ao período respectivo, com

acréscimo de juros moratórios de cinco décimos

por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa

de dez por cento, observado o disposto nos § 8º e

§ 8º-A do art. 239;

V - é vedada a emissão de certidão de tempo de

contribuição com o registro exclusivo de tempo de

serviço sem a comprovação de contribuição efetiva,

exceto para segurado empregado, empregado

doméstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de

abril de 2003, para o contribuinte individual que

preste serviço a empresa obrigada a arrecadar a

contribuição a seu cargo, observado o disposto no

art. 5º da Lei nº 10.666, de 2003;

VI - para ex-servidor público, a certidão de tempo

de contribuição somente poderá ser emitida por

regime próprio de previdência social;

VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de

contribuição do RGPS por regime próprio de previdência

social sem a emissão da certidão de tempo de

contribuição correspondente, ainda que o tempo de

contribuição referente ao RGPS tenha sido prestado

pelo servidor público ao próprio ente instituidor;

VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regime

próprio de previdência social quando o tempo

averbado tiver gerado a concessão de vantagens

remuneratórias ao servidor público em atividade; e

IX - para fins de elegibilidade às aposentadorias

especiais referidas no § 4º do art. 40 e no § 1º do art.

201 da Constituição, os períodos reconhecidos pelo

regime previdenciário de origem como de tempo

especial sem conversão em tempo comum deverão

estar incluídos nos períodos de contribuição compreendidos

na certidão de tempo de contribuição e

discriminados de data a data.

Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput

não se aplica ao tempo de serviço anterior à edição

da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro

de 1998, que tenha sido equiparado por lei a tempo

de contribuição.

Art. 128 A certidão de tempo de contribuição

anterior ou posterior à filiação obrigatória à previdência

social somente será expedida mediante a

observância do disposto nos arts. 122 e 124.

§ 1° A certidão de tempo de contribuição, para

fins de averbação do tempo em outros regimes de

previdência, somente será expedida pelo Instituto

Nacional do Seguro Social após a comprovação da

quitação de todos os valores devidos, inclusive de

eventuais parcelamentos de débito.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

371


372

§ 3º A certidão de tempo de contribuição referente a

período de atividade rural anterior à competência

novembro de 1991 somente será emitida por meio

da comprovação do recolhimento das contribuições

correspondentes ou da indenização, na forma

prevista nos § 13 e § 14 do art. 216, observado o

disposto nos § 8º e § 8º-A do art. 239.

Art. 129 O segurado em gozo de auxílio-acidente,

auxílio-suplementar ou abono de permanência em

serviço terá o benefício encerrado na data da emissão

da certidão de tempo de contribuição.

Art. 130. O tempo de contribuição para regime próprio

de previdência social ou para Regime Geral de

Previdência Social deve ser provado com certidão

fornecida:

I - pela unidade gestora do regime próprio de previdência

social ou pelo setor competente da administração

federal, estadual, do Distrito Federal e

municipal, suas autarquias e fundações, desde que

devidamente homologada pela unidade gestora do

regime próprio, relativamente ao tempo de contribuição

para o respectivo regime próprio de previdência

social; ou

II - pelo setor competente do Instituto Nacional do

Seguro Social, relativamente ao tempo de contribuição

para o Regime Geral de Previdência Social.

§ 1º O setor competente do INSS promoverá o levantamento

do tempo de contribuição ao RGPS, com

base na documentação apresentada, observado o

disposto no art. 19.

§ 2º O setor competente do órgão federal, estadual,

do Distrito Federal ou municipal deverá promover

o levantamento do tempo de contribuição para o

respectivo regime próprio de previdência social à

vista dos assentamentos funcionais.

§ 3º Após as providências de que tratam os §§ 1º e

2º, e observado, quando for o caso, o disposto no

§ 9º, os setores competentes deverão emitir certidão

de tempo de contribuição, sem rasuras, constando,

obrigatoriamente:

I - órgão expedidor;

II - nome do servidor, seu número de matrícula, RG,

CPF, sexo, data de nascimento, filiação, número do

PIS ou PASEP, e, quando for o caso, cargo efetivo,

lotação, data de admissão e data de exoneração ou

demissão;

III - período de contribuição, de data a data, compreendido

na certidão;

IV - fonte de informação;

V - discriminação da freqüência durante o período

abrangido pela certidão, indicadas as várias alterações,

tais como faltas, licenças, suspensões e outras

ocorrências;

VI - soma do tempo líquido;

VII - declaração expressa do servidor responsável

pela certidão, indicando o tempo líquido de efetiva

contribuição em dias, ou anos, meses e dias;

VIII - assinatura do responsável pela certidão e do

dirigente do órgão expedidor e, no caso de ser emitida

por outro órgão da administração do ente federativo,

homologação da unidade gestora do regime

próprio de previdência social;

IX - indicação da lei que assegure, aos servidores do

Estado, do Distrito Federal ou do Município, aposentadorias

por invalidez, idade, tempo de contribuição e

compulsória, e pensão por morte, com aproveitamento

de tempo de contribuição prestado em atividade

vinculada ao Regime Geral de Previdência Social.

§ 4 A certidão de tempo de contribuição deverá ser

expedida em duas vias, das quais a primeira será

fornecida ao interessado, mediante recibo passado

na segunda via, implicando sua concordância

quanto ao tempo certificado.

§ 7º Quando solicitado pelo segurado que exerce cargos

constitucionalmente acumuláveis, é permitida a

emissão de certidão única com destinação do tempo de

contribuição para, no máximo, dois órgãos distintos.

§ 8º Na situação do parágrafo anterior, a certidão

de tempo de contribuição deverá ser expedida em

três vias, das quais a primeira e a segunda serão

fornecidas ao interessado, mediante recibo passado

na terceira via, implicando sua concordância quanto

ao tempo certificado.

§ 9º A certidão só poderá ser fornecida para os períodos

de efetiva contribuição para o Regime Geral de

Previdência Social, devendo ser excluídos aqueles

para os quais não tenha havido contribuição, salvo

se recolhida na forma dos §§ 7º a 14 do art. 216.

§ 10. Poderá ser emitida, por solicitação do segurado,

certidão de tempo de contribuição para período

fracionado.

§ 11. Na hipótese do parágrafo anterior, a certidão

conterá informação de todo o tempo de contribuição

ao Regime Geral de Previdência Social e a indicação

dos períodos a serem aproveitados no regime

próprio de previdência social.

§ 12. É vedada a contagem de tempo de contribuição

de atividade privada com a do serviço público

ou de mais de uma atividade no serviço público,

quando concomitantes, ressalvados os casos de

acumulação de cargos ou empregos públicos admitidos

pela Constituição.

§ 13. Em hipótese alguma será expedida certidão

de tempo de contribuição para período que já tiver

sido utilizado para a concessão de aposentadoria,

em qualquer regime de previdência social.

§ 14. A certidão de que trata o § 3 o deverá vir acompanhada

de relação dos valores das remunerações,

por competência, que serão utilizados para fins de

cálculo dos proventos da aposentadoria.

§ 15. O tempo de serviço considerado para efeito

de aposentadoria e cumprido até 15 de dezembro

de 1998 será contado como tempo de contribuição.

§ 16. Caberá revisão da certidão de tempo de contribuição,

inclusive de ofício, quando constatado erro

material, vedada à destinação da certidão a órgão

diverso daquele a que se destinava originariamente.

Art. 131 Concedido o benefício, caberá:

I - ao Instituto Nacional do Seguro Social comunicar

o fato ao órgão público emitente da certidão,

para as anotações nos registros funcionais e/ou na

segunda via da certidão de tempo de contribuição;

II - ao órgão público comunicar o fato ao Instituto

Nacional do Seguro Social, para efetuar os registros

cabíveis.

Art. 132 O tempo de contribuição na administração

pública federal, estadual, distrital ou municipal de

que trata este Capítulo será considerado para efeito

do percentual de acréscimo previsto no inciso I

do caput do art. 44, no art. 53, no § 1º do art. 54, no

art. 67, no inciso II do caput do art. 70-J, no § 3º do

art. 188-H, no § 4º do art. 188-I, no § 3º do art. 188-J,

no § 4º do art. 188-M, no § 3º do art. 188-N e no §

3º do art. 188-P.

Art. 133 O tempo de contribuição certificado na forma

deste Capítulo produz, no Instituto Nacional do

Seguro Social e nos órgãos ou autarquias federais,

estaduais, do Distrito Federal ou municipais, todos os

efeitos previstos na respectiva legislação pertinente.

Art. 134 As aposentadorias e demais benefícios

resultantes da contagem de tempo de contribuição

na forma deste Capítulo serão concedidos e pagos

pelo regime a que o interessado pertencer ao requerê-los

e o seu valor será calculado na forma da

legislação pertinente.


É assegurada a contagem recíproca de tempo de

contribuição na administração pública e na atividade

privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos

regimes de Previdência Social se compensarão financeiramente,

conforme dispõe o art. 201, § 9º da Constituição

Federal.

Isso significa que, a qualquer tempo, é possível

levar tempo de contribuição de um regime para outro,

desde que os sistemas se compensem financeiramente.

É o caso, por exemplo, de quem ingressa na carreira

pública como servidor efetivo, vinculado a regime

próprio de previdência e já possuía tempo recolhido

ao INSS, que pode ser levado.

A contagem recíproca dá-se mediante a expedição

de certidão (CTC – Certidão de Tempo de Contribuição),

que não pode trazer qualquer tempo fictício,

tempo convertido (especial ou deficiente) ou tempo

em que não houve recolhimento previdenciário.

O servidor público precisa desvincular-se do órgão

para o qual irá requerer a emissão de Certidão de Tempo

de Contribuição, que só é concedida a ex-servidor.

Art. 153-A A concessão de aposentadoria requerida

a partir de 14 de novembro de 2019 com utilização de

tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego

ou função pública acarretará o rompimento do vínculo

que gerou o referido tempo de contribuição.

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,

após a consolidação da aposentadoria, nos termos

do disposto no art. 181-B, o INSS notificará a empresa

responsável sobre a aposentadoria do segurado

e constarão da notificação as datas de concessão e

de início do benefício.

Essa é uma relevante e impactante alteração, trazida

pela Reforma da Previdência e já inserida no

Regulamento, que diz respeito ao efeito de cessação

do vínculo do empregado ou servidor público, quando

da concessão de aposentadoria no RGPS que tenha utilizado

tempo de contribuição decorrente do vínculo.

Por exemplo, se um empregado público de uma Prefeitura

utilizasse tempo do vínculo para fins de aposentadoria,

teria seu contrato encerrado.

Art. 167-A Será admitida a acumulação dos seguintes

benefícios:

I - de pensão por morte deixada por cônjuge ou

companheiro do RGPS com pensão por morte concedida

por outro regime de previdência social ou

com pensões decorrentes das atividades militares

de que tratam o art. 42 e o art. 142 da Constituição;

II - de pensão por morte deixada por cônjuge ou

companheiro do RGPS com aposentadoria do

mesmo regime e de regime próprio de previdência

social ou com proventos de inatividade decorrentes

das atividades militares de que tratam o art. 42 e o

art. 142 da Constituição; ou

III - de aposentadoria concedida no âmbito do

RGPS com pensão deixada por cônjuge ou companheiro

de regime próprio de previdência social ou

com proventos de inatividade decorrentes das atividades

militares de que tratam o art. 42 e o art. 142

da Constituição.

§ 1º Nas hipóteses de acumulação previstas no

caput, fica assegurada a percepção do valor integral

do benefício mais vantajoso e de uma parte de

cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente

de acordo com as seguintes faixas:

I - sessenta por cento do valor que exceder um salário-mínimo,

até o limite de dois salários-mínimos;

II - quarenta por cento do valor que exceder dois salários-mínimos,

até o limite de três salários-mínimos;

III - vinte por cento do valor que exceder três salários-mínimos,

até o limite de quatro salários-mínimos;

e

IV - dez por cento do valor que exceder quatro

salários-mínimos.

§ 2º A aplicação do disposto no § 1º poderá ser

revista a qualquer tempo, a pedido do interessado,

em razão de alteração de algum dos benefícios.

§ 3º Na hipótese de recebimento de pensão desdobrada,

para fins de aplicação do disposto no § 1º, em

relação a esse benefício, será considerado o valor

correspondente ao somatório da cota individual e

da parcela da cota familiar, devido ao pensionista,

que será revisto em razão do fim do desdobramento

ou da alteração do número de dependentes.

§ 4º As restrições previstas neste artigo não se aplicam

caso o direito aos benefícios tenha sido adquirido

até 13 de novembro de 2019.

§ 5º Para fins do disposto neste artigo, no ato de

habilitação ou concessão de benefício sujeito a acumulação,

o INSS deverá:

I - verificar a filiação do segurado ao RGPS ou

a regime próprio de previdência social;

II - solicitar ao segurado que manifeste expressamente

a sua opção pelo benefício que lhe seja mais

vantajoso; e

III - quando for o caso, verificar a condição do segurado

ou pensionista, de modo a considerar, dentre

outras, as informações constantes do CNIS.

§ 6º O Ministério da Economia manterá sistema

de cadastro dos segurados do RGPS e dos servidores

vinculados a regimes próprios de previdência

social, e poderá, para tanto, firmar acordo de

cooperação com outros órgãos da administração

pública federal, estadual, distrital ou municipal

para a manutenção e a gestão do referido sistema

de cadastro.

§ 7º Até que o sistema de que trata o § 6º seja implementado,

a comprovação de que o aposentado ou

o pensionista cônjuge ou companheira ou companheiro

do RGPS não recebe aposentadoria ou pensão

de outro regime próprio de previdência social

será feita por meio de autodeclaração, a qual o

sujeitará às sanções administrativas, civis e penais

aplicáveis caso seja constatada a emissão de declaração

falsa.

§ 8º Caberá ao aposentado ou pensionista do RGPS

informar ao INSS a obtenção de aposentadoria

ou pensão de cônjuge ou companheira ou companheiro

de outro regime, sob pena de suspensão do

benefício.

Além das hipóteses de impossibilidade de acumulação

de benefícios previdenciários, previstas no art.

124 da Lei nº 8.213/91 e estudadas em capítulo próprio,

a Reforma da Previdência traz outra vedação,

envolvendo pensão, concedida em razão do óbito de

cônjuge ou companheiro:-

• pensão por morte RGPS + pensão por morte RPPS

ou Militar;

• pensão por morte RGPS + aposentadoria RGPS ou

RPPS;

• aposentadoria RGPS + pensão por morte RPPS ou

proventos de inatividade.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

373


374

Nesses casos, não há impossibilidade de acumulação,

porém há restrição com relação aos valores. O cônjuge

ou companheiro recebe integralmente o melhor

benefício e um percentual do segundo, de acordo com

as faixas, aplicadas pelo valor do benefício.

Art. 173 O segurado em gozo de aposentadoria que

voltar a exercer atividade abrangida pelo RGPS,

observados o disposto no art. 168 e, nos casos de

aposentadoria especial, o disposto no parágrafo

único do art. 69, fará jus:

I - ao salário-família e à reabilitação profissional,

quando empregado, inclusive o doméstico, ou trabalhador

avulso; e

II - ao salário-maternidade.

As contribuições do aposentado para o sistema são

obrigatórias, todavia tem direito, apenas, ao salário

família e reabilitação profissional se é empregado,

empregado doméstico ou trabalhador avulso e, ao

salário maternidade, este último, sem restrição da

categoria de segurado.

Art. 176-A O requerimento de benefícios e de serviços

administrados pelo INSS será formulado por meio

de canais de atendimento eletrônico, observados os

procedimentos previstos em ato do INSS.

§ 1º O requerimento formulado será processado em

meio eletrônico em todas as fases do processo administrativo,

ressalvados os atos que exijam a presença do

requerente.

§ 2º Excepcionalmente, caso o requerente não disponha

de meios adequados para apresentação da solicitação

pelos canais de atendimento eletrônico, o requerimento e

o agendamento de serviços poderão ser feitos presencialmente

nas Agências da Previdência Social.

Art. 176-B O INSS poderá firmar acordo de cooperação

técnica com entes públicos e demais entidades

para fins de geração e recebimento de requerimentos

de benefícios.

Art. 176-C O requerente poderá, enquanto não proferida

a decisão do INSS e por meio de manifestação

escrita, desistir do requerimento formulado, nos termos

do disposto no art. 51 da Lei nº 9.784, de 1999.

§ 1º Havendo vários interessados, a desistência a

que se refere o caput atinge somente quem a tenha

formulado.

§ 2º A desistência do requerimento não impede o

INSS de analisar a matéria objeto do requerimento

para fins de uniformização de entendimento, de

forma geral e abstrata, ou para efeito de apuração

de irregularidade.

Art. 176-D Se, na data de entrada do requerimento

do benefício, o segurado não satisfizer os requisitos

para o reconhecimento do direito, mas implementá-los

em momento posterior, antes da decisão do

INSS, o requerimento poderá ser reafirmado para a

data em que satisfizer os requisitos, que será fixada

como início do benefício, exigindo-se, para tanto,

a concordância formal do interessado, admitida a

sua manifestação de vontade por meio eletrônico.

Art. 176-E Caberá ao INSS conceder o benefício

mais vantajoso ao requerente ou benefício diverso

do requerido, desde que os elementos constantes do

processo administrativo assegurem o reconhecimento

desse direito.

Parágrafo único. Na hipótese de direito à concessão

de benefício diverso do requerido, caberá ao

INSS notificar o segurado para que este manifeste

expressamente a sua opção pelo benefício, observado

o disposto no art. 176-D.

Todo sistema operacional de requerimento de

benefícios, recursos, acesso a dados e cadastro faz-se

de forma eletrônica, por meio do portal “meu inss”,

mediante cadastro de senha pessoal do segurado.

O INSS é obrigado a conceder ao segurado o melhor

benefício, ainda que seja diverso do que requerido,

com notificação prévia do segurado para aceite.

Art. 181-B As aposentadorias concedidas pela previdência

social são irreversíveis e irrenunciáveis.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica à concessão

de aposentadoria por incapacidade permanente.

§ 2º O segurado poderá desistir do seu pedido de

aposentadoria desde que manifeste essa intenção e

requeira o arquivamento definitivo do pedido antes

da ocorrência de um dos seguintes atos:

I - recebimento do primeiro pagamento do benefício;

ou

II - efetivação do saque do FGTS ou do PIS.

§ 3º O disposto no caput não impede a cessação dos

benefícios não acumuláveis por força de disposição

legal ou constitucional.

As aposentadorias concedidas pelo INSS, à exceção

da por incapacidade permanente, são irreversíveis e

irrenunciáveis após o recebimento, pelo segurado, da

primeira parcela, ou da utilização para fins de saque

de FGTS ou PIS.

Art. 202-A As alíquotas a que se refere o caput do

art. 202 serão reduzidas em até cinquenta por cento

ou aumentadas em até cem por cento em razão do

desempenho da empresa, individualizada pelo seu

CNPJ em relação à sua atividade econômica, aferido

pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP.

§ 1º O FAP consiste em multiplicador variável em

um intervalo contínuo de cinco décimos a dois inteiros

aplicado à respectiva alíquota, considerado o

critério de truncamento na quarta casa decimal.

§ 2º Para fins da redução ou da majoração a que

se refere o caput, o desempenho da empresa, individualizada

pelo seu CNPJ será discriminado em relação

à sua atividade econômica, a partir da criação

de índice composto pelos índices de gravidade, de

frequência e de custo que pondera os respectivos

percentis.

§ 4 o Os índices de freqüência, gravidade e custo serão

calculados segundo metodologia aprovada pelo

Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se

em conta:

I - para o índice de frequência, os registros de acidentes

ou benefícios de natureza acidentária;

II - para o índice de gravidade, as hipóteses de auxílio

por incapacidade temporária, auxílio-acidente,

aposentadoria por incapacidade permanente, pensão

por morte e morte de natureza acidentária, aos

quais são atribuídos pesos diferentes em razão da

gravidade da ocorrência, da seguinte forma:

a) pensão por morte e morte de natureza acidentária

- peso de cinquenta por cento;

b) aposentadoria por incapacidade permanente -

peso de trinta por cento; e

c) auxílio por incapacidade temporária e auxílio-acidente

- peso de dez por cento para cada;

III - para o índice de custo, os valores dos benefícios

de natureza acidentária pagos ou devidos pela previdência

social.

§ 5º O Ministério da Economia publicará, anualmente,

no Diário Oficial da União, portaria para disponibilizar

consulta ao FAP e aos róis dos percentis


de frequência, gravidade e custo por subclasse da

Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

§ 6º O FAP produzirá efeitos tributários a partir do

primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de sua

divulgação.

§ 7º Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados

os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até

completar o período de dois anos, a partir do qual

os dados do ano inicial serão substituídos pelos

novos dados anuais incorporados.

§ 8º O FAP será calculado a partir de 1º de janeiro

do ano seguinte àquele ano em que o estabelecimento

completar dois anos de sua constituição.

§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional

de Previdência indicará a sistemática de cálculo e

a forma de aplicação de índices e critérios acessórios

à composição do índice composto do FAP.

Art. 203 A fim de estimular investimentos destinados

a diminuir os riscos ambientais no trabalho,

o Ministério da Previdência e Assistência Social

poderá alterar o enquadramento de empresa que

demonstre a melhoria das condições do trabalho,

com redução dos agravos à saúde do trabalhador,

obtida através de investimentos em prevenção e em

sistemas gerenciais de risco.

§ 1º A alteração do enquadramento estará condicionada

à inexistência de débitos em relação às

contribuições devidas ao Instituto Nacional do

Seguro Social e aos demais requisitos estabelecidos

pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.

§ 2º O Instituto Nacional do Seguro Social, com

base principalmente na comunicação prevista no

art. 336, implementará sistema de controle e acompanhamento

de acidentes do trabalho.

§ 3º Verificado o descumprimento por parte da

empresa dos requisitos fixados pelo Ministério da

Previdência e Assistência Social, para fins de enquadramento

de que trata o artigo anterior, o Instituto

Nacional do Seguro Social procederá à notificação

dos valores devidos.

O FAP, Fator Acidentário de Prevenção, é aquele

multiplicador, num intervalo de quatro casas decimais,

entre 0,500 (meio) e 2,000 (dois inteiros), aplicado

sobre o Seguro de Acidentes de Trabalho – SAT.

O art. 202-A, regulamenta o critério de cálculo dos

índices de custo, frequência e gravidade, bem como a

disponibilização, anual, dos dados, pelo Ministério da

Economia.

Art. 220 O proprietário, o incorporador definido na

Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra ou condômino

da unidade imobiliária cuja contratação da construção,

reforma ou acréscimo não envolva cessão

de mão-de-obra, são solidários com o construtor,

e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento

das obrigações para com a seguridade

social, ressalvado o seu direito regressivo contra o

executor ou contratante da obra e admitida a retenção

de importância a este devida para garantia do

cumprimento dessas obrigações, não se aplicando,

em qualquer hipótese, o benefício de ordem.

§1º Não se considera cessão de mão-de-obra, para

os fins deste artigo, a contratação de construção

civil em que a empresa construtora assuma a responsabilidade

direta e total pela obra ou repasse o

contrato integralmente.

§ 2º O executor da obra deverá elaborar, distintamente

para cada estabelecimento ou obra de

construção civil da empresa contratante, folha de

pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência

Social e Guia da Previdência Social, cujas

cópias deverão ser exigidas pela empresa contratante

quando da quitação da nota fiscal ou fatura,

juntamente com o comprovante de entrega daquela

Guia.

§ 3º A responsabilidade solidária de que trata o

caput será elidida:

I - pela comprovação, na forma do parágrafo anterior,

do recolhimento das contribuições incidentes

sobre a remuneração dos segurados, incluída em

nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços

executados, quando corroborada por escrituração

contábil; e

II - pela comprovação do recolhimento das contribuições

incidentes sobre a remuneração dos segurados,

aferidas indiretamente nos termos, forma

e percentuais previstos pelo Instituto Nacional do

Seguro Social.

III - pela comprovação do recolhimento da retenção

permitida no caput deste artigo, efetivada nos termos

do art. 219.

§ 4º Considera-se construtor, para os efeitos deste

Regulamento, a pessoa física ou jurídica que executa

obra sob sua responsabilidade, no todo ou em

parte.

Art. 221 Exclui-se da responsabilidade solidária

perante a seguridade social o adquirente de prédio

ou unidade imobiliária que realize a operação com

empresa de comercialização ou com incorporador

de imóveis definido na Lei nº 4.591, de 1964, ficando

estes solidariamente responsáveis com o construtor,

na forma prevista no art. 220.

Art. 221-A O instituto da responsabilidade solidária

não se aplica à administração pública direta,

autárquica e fundacional, quando contratante

de serviços, inclusive de obra de construção civil,

reforma ou acréscimo, independentemente da forma

de contratação.

Parágrafo único. A administração pública contratante

de serviços, inclusive de construção civil

executados por meio de cessão de mão de obra ou

empreitada parcial, efetuará a retenção prevista no

art. 219.

Art. 222 As empresas que integram grupo econômico

de qualquer natureza, bem como os produtores

rurais integrantes do consórcio simplificado de que

trata o art. 200-A, respondem entre si, solidariamente,

pelas obrigações decorrentes do disposto

neste Regulamento.

Art. 222-A As empresas integrantes de consórcio

constituído nos termos do disposto nos art. 278 e

art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,

respondem pelas contribuições devidas, em relação

às operações praticadas pelo consórcio, na proporção

de sua participação no empreendimento.

§ 1º O consórcio que realizar a contratação, em

nome próprio, de pessoas jurídicas e físicas, com ou

sem vínculo empregatício, poderá efetuar a retenção

das contribuições e cumprir as respectivas obrigações

acessórias, hipótese em que as empresas

consorciadas serão solidariamente responsáveis.

§ 2º Na hipótese de a retenção das contribuições ou

o cumprimento das obrigações acessórias relativas

ao consórcio ser realizado por sua empresa líder,

as empresas consorciadas também serão solidariamente

responsáveis.

§ 3º O disposto neste artigo abrange as contribuições

destinadas a outras entidades e fundos, além

da multa por atraso no cumprimento das obrigações

acessórias.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

375


376

Art. 223 O operador portuário e o órgão gestor

de mão-de-obra são solidariamente responsáveis

pelo pagamento das contribuições previdenciárias

e demais obrigações, inclusive acessórias, devidas

à seguridade social, arrecadadas pelo Instituto

Nacional do Seguro Social, relativamente à requisição

de mão-de-obra de trabalhador avulso, vedada

a invocação do benefício de ordem.

Aqui, estão tratados os casos de solidariedade, no

que diz respeito às contribuições previdenciárias. A responsabilidade

solidária se dá nas situações em que mais

de uma figura serão sujeitos passivo da obrigação tributária

de pagamento em razão da natureza do vínculo.

Isto se dá, especialmente, na construção civil, com

exceção daquela relação em que o adquirente o faz

por intermediação de empresa, como na aquisição de

imóvel na planta.

A solidariedade admite retenção, benefício de

ordem e ação de regresso.

Art. 225 A empresa é também obrigada a:

I - preparar folha de pagamento da remuneração

paga, devida ou creditada a todos os segurados

a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento,

uma via da respectiva folha e recibos de

pagamentos;

II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua

contabilidade, de forma discriminada, os fatos

geradores de todas as contribuições, o montante

das quantias descontadas, as contribuições da

empresa e os totais recolhidos;

III - prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social

e à Secretaria da Receita Federal todas as informações

cadastrais, financeiras e contábeis de interesse

dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem

como os esclarecimentos necessários à fiscalização;

IV - informar mensalmente ao Instituto Nacional do

Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento

do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

e Informações à Previdência Social, na forma por

ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos

geradores de contribuição previdenciária e outras

informações de interesse daquele Instituto;

VI - afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente

à competência anterior, durante o período

de um mês, no quadro de horário de que trata o

art. 74 da Consolidação das Leis do Trabalho.

VII - informar, anualmente, à Secretaria da Receita

Federal do Brasil, na forma por ela estabelecida, o

nome, o número de inscrição na previdência social

e o endereço completo dos segurados de que trata

o inciso III do § 15 do art. 9º, por ela utilizados no

período, a qualquer título, para distribuição ou

comercialização de seus produtos, sejam eles de

fabricação própria ou de terceiros, sempre que se

tratar de empresa que realize vendas diretas.

VIII - comunicar, mensalmente, os empregados a

respeito dos valores descontados de sua contribuição

previdenciária e, quando for o caso, dos valores

da contribuição do empregador incidentes sobre a

remuneração do mês de competência por meio de

contracheque, recibo de pagamento ou documento

equivalente.

§ 1º As informações prestadas na Guia de Recolhimento

do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

e Informações à Previdência Social servirão como

base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo

Instituto Nacional do Seguro Social, comporão a

base de dados para fins de cálculo e concessão dos

benefícios previdenciários, bem como constituir-se-

-ão em termo de confissão de dívida, na hipótese do

não-recolhimento.

§ 2º A entrega da Guia de Recolhimento do Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à

Previdência Social deverá ser efetuada na rede bancária,

conforme estabelecido pelo Ministério da Previdência

e Assistência Social, até o dia sete do mês

seguinte àquele a que se referirem as informações.

§3º A Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia

do Tempo de Serviço e Informações à Previdência

Social é exigida relativamente a fatos geradores

ocorridos a partir de janeiro de 1999.

§ 4º O preenchimento, as informações prestadas

e a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência

Social são de inteira responsabilidade da

empresa.

§ 5º A empresa manterá arquivados os documentos

comprobatórios do cumprimento das obrigações de

que trata este artigo e os documentos comprobatórios

do pagamento de benefícios previdenciários

reembolsados até que ocorra a prescrição relativa

aos créditos decorrentes das operações a que os

documentos se refiram, observados o disposto no

§ 22 e nas normas estabelecidas pela Secretaria

Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério

da Economia e pelo Conselho Curador do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço.

§ 6º O Instituto Nacional do Seguro Social e a Caixa

Econômica Federal estabelecerão normas para

disciplinar a entrega da Guia de Recolhimento do

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações

à Previdência Social, nos casos de rescisão

contratual.

§ 8º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber,

aos demais contribuintes e ao adquirente, consignatário

ou cooperativa, sub-rogados na forma

deste Regulamento.

§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I

do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva

por estabelecimento da empresa, por obra de

construção civil e por tomador de serviços, com a

correspondente totalização, deverá:

I - discriminar o nome dos segurados, indicando

cargo, função ou serviço prestado;

II - agrupar os segurados por categoria, assim

entendido: segurado empregado, trabalhador avulso,

contribuinte individual;

III - destacar o nome das seguradas em gozo de

salário-maternidade;

IV - destacar as parcelas integrantes e não integrantes

da remuneração e os descontos legais; e

V - indicar o número de quotas de salário-família

atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador

avulso.

§ 10. No que se refere ao trabalhador portuário

avulso, o órgão gestor de mão-de-obra elaborará a

folha de pagamento por navio, mantendo-a disponível

para uso da fiscalização do Instituto Nacional

do Seguro Social, indicando o operador portuário

e os trabalhadores que participaram da operação,

detalhando, com relação aos últimos:

I - os correspondentes números de registro ou

cadastro no órgão gestor de mão-de-obra;

II - o cargo, função ou serviço prestado;

III - os turnos em que trabalharam; e

IV - as remunerações pagas, devidas ou creditadas

a cada um dos trabalhadores e a correspondente

totalização.

§ 11. No que se refere ao parágrafo anterior,

o órgão gestor de mão-de-obra consolidará as

folhas de pagamento relativas às operações concluídas

no mês anterior por operador portuário e

por trabalhador portuário avulso, indicando, com


relação a estes, os respectivos números de registro

ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as

importâncias pagas e os valores das contribuições

previdenciárias retidas.

§ 12. Para efeito de observância do limite máximo

da contribuição do segurado trabalhador avulso,

de que trata o art. 198, o órgão gestor de mão-de-obra

manterá resumo mensal e acumulado, por trabalhador

portuário avulso, dos valores totais das

férias, do décimo terceiro salário e das contribuições

previdenciárias retidas.

§ 13. Os lançamentos de que trata o inciso II do

caput, devidamente escriturados nos livros Diário e

Razão, serão exigidos pela fiscalização após noventa

dias contados da ocorrência dos fatos geradores

das contribuições, devendo, obrigatoriamente:

I - atender ao princípio contábil do regime de competência;

e

II - registrar, em contas individualizadas, todos os

fatos geradores de contribuições previdenciárias de

forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas

integrantes e não integrantes do salário-de-contribuição,

bem como as contribuições descontadas

do segurado, as da empresa e os totais recolhidos,

por estabelecimento da empresa, por obra de construção

civil e por tomador de serviços.

§ 14. A empresa deverá manter à disposição da

fiscalização os códigos ou abreviaturas que identifiquem

as respectivas rubricas utilizadas na

elaboração da folha de pagamento, bem como os

utilizados na escrituração contábil.

§ 15. A exigência prevista no inciso II do caput não

desobriga a empresa do cumprimento das demais

normas legais e regulamentares referentes à escrituração

contábil.

§ 16. São desobrigadas de apresentação de escrituração

contábil:

I - o pequeno comerciante, nas condições estabelecidas

pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de março de 1969,

e seu Regulamento;

II - a pessoa jurídica tributada com base no lucro

presumido, de acordo com a legislação tributária

federal, desde que mantenha a escrituração do

Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário; e

III - a pessoa jurídica que optar pela inscrição no

Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuições das Microempresas e Empresas de

Pequeno Porte, desde que mantenha escrituração

do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.

§ 17. A empresa, agência ou sucursal estabelecida

no exterior deverá apresentar os documentos

comprobatórios do cumprimento das obrigações

referidas neste artigo à sua congênere no Brasil,

observada a solidariedade de que trata o art. 222.

§ 18. Para o cumprimento do disposto no inciso V

do caput serão observadas as seguintes situações:

I - caso a empresa possua mais de um estabelecimento

localizado em base geográfica diversa, a

cópia da Guia da Previdência Social será encaminhada

ao sindicato representativo da categoria

profissional mais numerosa entre os empregados

de cada estabelecimento;

II - a empresa que recolher suas contribuições em

mais de uma Guia da Previdência Social encaminhará

cópia de todas as guias;

III - a remessa poderá ser efetuada por qualquer

meio que garanta a reprodução integral do documento,

cabendo à empresa manter, em seus arquivos,

prova do recebimento pelo sindicato; e

IV - cabe à empresa a comprovação, perante a fiscalização

do Instituto Nacional do Seguro Social, do

cumprimento de sua obrigação frente ao sindicato.

§ 19. O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando

exigido pela fiscalização do Instituto Nacional

do Seguro Social, exibir as listas de escalação diária

dos trabalhadores portuários avulsos, por operador

portuário e por navio.

§ 20. Caberá exclusivamente ao órgão gestor de

mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão dos

dados lançados nas listas diárias referidas no parágrafo

anterior.

§ 21. Fica dispensado do cumprimento do disposto

nos incisos V e VI do caput o contribuinte individual,

em relação a segurado que lhe presta serviço.

§ 22. A empresa que utiliza sistema de processamento

eletrônico de dados para o registro de negócios

e atividades econômicas, escrituração de livros

ou produção de documentos de natureza contábil,

fiscal, trabalhista e previdenciária fica obrigada

a arquivar e conservar, devidamente certificados,

os sistemas e os arquivos, em meio eletrônico ou

assemelhado, durante o prazo decadencial de que

trata o art. 348, os quais ficarão à disposição da

fiscalização.

§ 23. A cooperativa de trabalho e a pessoa jurídica

são obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto

Nacional do Seguro Social dos seus cooperados e

contratados, respectivamente, como contribuintes

individuais, se ainda não inscritos.

§ 24. A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora

ou consignatária da produção fica obrigada

a fornecer ao segurado especial cópia do documento

fiscal de entrada da mercadoria, onde conste,

além do registro da operação realizada, o valor da

respectiva contribuição previdenciária.

§ 25. A contribuição do empregador de que trata o

inciso VIII do caput compreende aquela destinada

ao seguro de acidentes do trabalho e ao financiamento

da aposentadoria especial, sem prejuízo de

outras contribuições incidentes sobre a remuneração

do empregado.

Art. 226 O Município, por intermédio do órgão

competente, fornecerá ao Instituto Nacional do

Seguro Social, para fins de fiscalização, mensalmente,

relação de todos os alvarás para construção

civil e documentos de “habite-se” concedidos,

de acordo com critérios estabelecidos pelo referido

Instituto.

§ 1º A relação a que se refere o caput será encaminhada

ao INSS até o dia dez do mês seguinte àquele

a que se referirem os documentos.

§ 2º O encaminhamento da relação fora do prazo

ou a sua falta e a apresentação com incorreções ou

omissões sujeitará o dirigente do órgão municipal

à penalidade prevista na alínea “f” do inciso I do

art. 283.

A obrigação tributária principal da empresa é a de

pagamento das contribuições. A Lei estabelece, ainda,

as obrigações acessórias, atreladas à documentação e às

informações a serem prestadas para fins de fiscalização.

Art. 337 O acidente do trabalho será caracterizado

tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por

meio da identificação do nexo entre o trabalho e o

agravo.

§ 1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do

Seguro Social reconhecerá o direito do segurado à

habilitação do benefício acidentário.

§ 2º Será considerado agravamento do acidente

aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob a

responsabilidade da reabilitação profissional.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

377


378

§ 3º Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho

e o agravo quando se verificar nexo técnico

epidemiológico entre a atividade da empresa e a

entidade mórbida motivadora da incapacidade,

elencada na Classificação Internacional de Doenças

- CID em conformidade com o disposto na Lista

C do Anexo II deste Regulamento.

§ 4º Para os fins deste artigo, considera-se agravo

a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio,

disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda

ou crônica, de natureza clínica ou subclínica,

inclusive morte, independentemente do tempo de

latência.

§ 5º Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a incapacidade

para o trabalho e o nexo entre o trabalho

e o agravo, na forma prevista no § 3º, serão devidas

as prestações acidentárias a que o beneficiário tiver

direito.

§ 6º A Perícia Médica Federal deixará de aplicar o

disposto no § 3º quando demonstrada a inexistência

de nexo entre o trabalho e o agravo, sem prejuízo

do disposto no § 7º e no § 12.

§ 7º A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação

do nexo técnico epidemiológico ao caso concreto

mediante a demonstração de inexistência de

correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.

§ 8ºO requerimento de que trata o § 7º poderá ser

apresentado no prazo de quinze dias da data para a

entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP

que registre a movimentação do trabalhador, sob

pena de não conhecimento da alegação em instância

administrativa.

§ 9º Caracterizada a impossibilidade de atendimento

ao disposto no § 8º, motivada pelo não conhecimento

tempestivo do diagnóstico do agravo, o

requerimento de que trata o § 7º poderá ser apresentado

no prazo de quinze dias, contado da data

em que a empresa tomar ciência da decisão a que

se refere o § 5º.

§ 10. Juntamente com o requerimento de que tratam

os §§ 8º e 9º, a empresa formulará as alegações

que entender necessárias e apresentará as provas

que possuir demonstrando a inexistência de nexo

entre o trabalho e o agravo.

§ 11. A documentação probatória poderá trazer,

entre outros meios de prova, evidências técnicas circunstanciadas

e tempestivas à exposição do segurado,

podendo ser produzidas no âmbito de programas

de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam

responsável técnico legalmente habilitado.

§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a contestação

da empresa para que este, querendo, possa

impugná-la, obedecendo, quanto à produção de

provas, ao disposto no § 10, sempre que a instrução

do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento

de inexistência do nexo entre o trabalho e o

agravo.

§ 13. Da decisão do requerimento de que trata o §

7º cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte

da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao

Conselho de Recursos da Previdência Social, nos

termos dos arts. 305 a 310.

Art. 338 A empresa é responsável pela adoção e

uso de medidas coletivas e individuais de proteção

à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos

ocupacionais por ela gerados.

§ 1º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas

sobre os riscos da operação a executar

e do produto a manipular.

§ 2º A Perícia Médica Federal terá acesso aos

ambientes de trabalho e a outros locais onde se

encontrem os documentos referentes ao controle

médico de saúde ocupacional e aqueles que digam

respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais

para verificar a eficácia das medidas

adotadas pela empresa para a prevenção e o controle

das doenças ocupacionais.

§ 3º O INSS auditará a regularidade e a conformidade

das demonstrações ambientais, incluindo-se

as de monitoramento biológico, e dos controles

internos da empresa relativos ao gerenciamento

dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a

veracidade das informações prestadas pela empresa

e constantes do CNIS, bem como o cumprimento

das obrigações relativas ao acidente de trabalho.

§ 4º Sempre que a Perícia Médica Federal constatar

o descumprimento do disposto neste artigo, esta

comunicará formalmente aos demais órgãos interessados,

inclusive para fins de aplicação e cobrança

da multa devida.

Art. 339 O Ministério do Trabalho e Emprego fiscalizará

e os sindicatos e entidades representativas

de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto

nos arts. 338 e 343.

Art. 340 Por intermédio dos estabelecimentos de

ensino, sindicatos, associações de classe, Fundação

Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina

do Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão

promovidas regularmente instrução e formação

com vistas a incrementar costumes e atitudes prevencionistas

em matéria de acidentes, especialmente

daquele referido no art. 336.

Art. 341 O INSS ajuizará ação regressiva contra os

responsáveis nas hipóteses de:

I - negligência quanto às normas-padrão de segurança

e higiene do trabalho indicadas para proteção

individual e coletiva; e

II - violência doméstica e familiar contra a mulher,

nos termos do disposto na Lei nº 11.340, de 7 de

agosto de 2006.

§ 1º Os órgãos de fiscalização das relações de trabalho

encaminharão à Procuradoria-Geral Federal os

relatórios de análise de acidentes do trabalho com

indícios de negligência quanto às normas-padrão de

segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção

individual e coletiva.

§ 2º O pagamento de prestações pela previdência

social em decorrência das hipóteses previstas nos

incisos I e II do caput não exclui a responsabilidade

civil da empresa, na hipótese de que trata o inciso I

do caput, ou do responsável pela violência doméstica

e familiar, na hipótese de que trata o inciso II

do caput.

Art. 342 O pagamento pela previdência social das

prestações decorrentes do acidente a que se refere

o art. 336 não exclui a responsabilidade civil da

empresa, do empregador doméstico ou de terceiros.

Art. 343 Constitui contravenção penal, punível com

multa, deixar a empresa de cumprir as normas de

segurança e saúde do trabalho.

O Nexo Técnico Epidemiológico (NTPE) será caracterizado

pela perícia médica federal, com base na

relação entre o CID da doença e o CNAE da empresa.

Da decisão, cabe contestação no prazo de 15 (quinze)

dias, contados da data para entrega da GFIP.

A contestação não tem efeito suspensivo, que apenas

é aplicado ao recurso interposto da decisão que

julga a contestação.

A empresa tem a obrigação de manter saudável

o ambiente de trabalho, adotando todas as medidas

protetivas, sendo certo que a perícia médica federal

terá acesso à documentação e ao local de trabalho.


EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Assinale a opção correspondente

a ocorrência que implica a perda, pelo

contribuinte, da condição de segurado especial da previdência

social. Parte superior do formulário

a) participar de plano de previdência complementar

b) explorar atividade turística na propriedade rural em

caráter permanente

c) ser beneficiário de programa assistencial oficial de

governo

d) outorgar a outrem até um terço da área do imóvel rural

de sua propriedade

A exploração turística é possível, apenas, por 120

(cento e vinte) dias no ano civil. Resposta: Letra B.

2. (ADAPTADA) Arthur, com 14 anos de idade, foi contratado

pela empresa Beta S/A para trabalhar como

aprendiz. Ele estuda na parte da manhã e na parte

tarde cumpre seu horário de trabalho. Neste caso, a

empresa Beta S/A deve recolher as contribuições relativas

ao vínculo, já que Arthur é segurado obrigatório

do RGPS na condição de empregado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O menor aprendiz é segurado obrigatório como

empregado. Resposta: Certo.

3. (FCC — 2012 - Adaptada) No caso de opção pela

exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por

tempo de contribuição, o segurado facultativo pertencente

à família de baixa renda, que não possuir renda

própria e que se dedique exclusivamente ao trabalho

doméstico no âmbito de sua residência, terá alíquota

de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal

do salário de contribuição de 11% (onze por cento).

( ) CERTO ( ) ERRADO

Nesta situação, a alíquota de contribuição é de 5%.

Resposta: Errado.

4. (CESPE-CEBRASPE — 2007) Célia é aposentada pelo

regime geral de previdência social e retornou à atividade

na qualidade de empregada, razão pela qual passou

a sujeitar-se novamente às contribuições previdenciárias.

Nessa situação, apesar de voltar a contribuir, Célia

não terá direito a nova aposentadoria, mas terá direito

ao salário-maternidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

O segurado aposentado que permanece ou retorna

ao mercado de trabalho é segurado obrigatório da

previdência social, devendo contribuir. Todavia, tem

direito apenas a salário família, reabilitação profissional

e salário maternidade. Resposta: Certo.

LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS)

A construção do direito de Assistência Social é algo

extremamente recente em nosso país. A assistência

social constitui uma política pública, consagrada pela

Constituição Federal de 1998, formando, junto com a

saúde e a previdência social, a Seguridade Social.

Vemos, na história, diversas ações assistenciais,

mas, nos contornos atuais, a assistência social surgiu,

de fato, após a CF de 1988. Após a publicação da nossa

atual constituição, no ano de 1993, tivemos a publicação

da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS – Lei

nº 8.742), estabelecendo normas e critérios para organizar

a assistência em nosso país.

Primeiro, cabe estudar a assistência a partir da

Constituição Federal de 1988. Vejamos:

Art. 203 A assistência social será prestada a quem

dela necessitar, independentemente de contribuição

à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de

trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras

de deficiência e a promoção de sua integração

à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício

mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso

que comprovem não possuir meios de prover à

própria manutenção ou de tê-la provida por sua

família, conforme dispuser a lei.

Art. 204 As ações governamentais na área da

assistência social serão realizadas com recursos do

orçamento da seguridade social, previstos no art.

195, além de outras fontes, e organizadas com base

nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo

a coordenação e as normas gerais à esfera federal

e a coordenação e a execução dos respectivos programas

às esferas estadual e municipal, bem como a

entidades beneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações

representativas, na formulação das políticas

e no controle das ações em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito

Federal vincular a programa de apoio à inclusão

e promoção social até cinco décimos por cento

de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação

desses recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;

II - serviço da dívida;

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada

diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

Perceba que a CF enumera a cobertura da assistência

social e estabelece as diretrizes no art. 204. Resumindo,

a Assistência Social:

• Não exige contribuição prévia (não contributiva);

• Direciona ações de iniciativa social e pública;

• Atende aos necessitados, provendo o mínimo social

e suas necessidades básicas.

Definições e Objetivos

A Lei orgânica da assistência social, dispõe sobre a

organização da assistência social e traz relevante texto

no artigo primeiro. Vejamos:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e

dever do Estado, é Política de Seguridade Social não

contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada

através de um conjunto integrado de ações de

iniciativa pública e da sociedade, para garantir

o atendimento às necessidades básicas.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

379


380

Aqueles que necessitam, que se encontram em

situação de vulnerabilidade e risco social, devem ser

acolhidos pelo Estado, através das medidas previstas

nas ações da assistência social.

A assistência social é um direito do cidadão e dever

do Estado, tendo em vista que a Constituição Federal

resguarda a prestação de serviços assistenciais a toda

e qualquer pessoa que dela necessitar.

O termo “não contributiva” reflete que a concessão

dos benefícios, previstos na assistência social,

diferentemente da previdência social, independe de

recolhimento de contribuições.

Entende-se por “mínimos sociais” as necessidades

mínimas que o indivíduo necessita para manter sua

subsistência com o mínimo de dignidade.

O art. 2º da LOAS estabelece os objetivos que devem

ser alcançados pela assistência social. Vejamos:

Art. 2º A assistência social tem por objetivos:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à

redução de danos e à prevenção da incidência de

riscos, especialmente:

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice;

b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;

d) a habilitação e reabilitação das pessoas com

deficiência e a promoção de sua integração à vida

comunitária; e

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício

mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que

comprovem não possuir meios de prover a própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família;

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar

territorialmente a capacidade protetiva das

famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de

ameaças, de vitimizações e danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno

acesso aos direitos no conjunto das provisões

socioassistenciais.

Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza,

a assistência social realiza-se de forma integrada

às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais

e provimento de condições para atender contingências

sociais e promovendo a universalização dos

direitos sociais.

A Assistência Social concede diversos benefícios e

coordena programas de inclusão social.

Na integração de políticas setoriais, cabe ressaltar

que o Governo utiliza do CadÚnico – Cadastro Único

para Programas Sociais do Governo Federal – como

instrumento para a integração de todos os programas

sociais promovidos por ele.

De acordo com o art. 3º, para a promoção da assistência

social em nosso país, temos entidades e organizações

de assistência social sem fins lucrativos que,

isoladas ou cumulativamente, prestam atendimento

e assessoramento aos beneficiários da assistência e

atuam na defesa e garantia de direitos.

Tais entidades são aquelas que, de forma continuada,

permanente e planejada, prestam serviços, executam

programas ou projetos e concedem benefícios de

prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias

e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou

risco social e pessoal (§ 1º, art. 3º). Já as entidades de

assessoramento são aquelas que, de forma continuada,

permanente e planejada, prestam serviços e executam

programas ou projetos voltados, prioritariamente,

para o fortalecimento dos movimentos sociais e das

organizações de usuários, formação e capacitação de

lideranças, dirigidos ao público da política de assistência

social, sempre respeitando as deliberações do CNAS

– Conselho Nacional da Assistência Social. (§ 2º, art. 3º).

São entidades de defesa e garantia de direitos aquelas

que, de forma continuada, permanente e planejada,

prestam serviços e executam programas e projetos voltados,

prioritariamente, para a defesa e efetivação dos

direitos socioassistenciais, construção de novos direitos,

promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades

sociais, articulação com órgãos públicos de defesa

de direitos, dirigidos ao público da política de assistência

social, respeitadas as deliberações do CNAS (§ 3º, art. 3º).

Princípio e Diretrizes da Assistência Social

O art. 4º da LOAS determina quais são os princípios

da Assistência Social. Vejamos:

Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes

princípios:

I - supremacia do atendimento às necessidades

sociais sobre as exigências de rentabilidade

econômica;

II - universalização dos direitos sociais, a fim de

tornar o destinatário da ação assistencial alcançável

pelas demais políticas públicas;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia

e ao seu direito a benefícios e serviços de

qualidade, bem como à convivência familiar e

comunitária, vedando-se qualquer comprovação

vexatória de necessidade;

IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento,

sem discriminação de qualquer natureza,

garantindo-se equivalência às populações urbanas

e rurais;

V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,

programas e projetos assistenciais, bem como dos

recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios

para sua concessão.

A organização da assistência social tem, como diretrizes,

de acordo com o art. 5º da LOAS, a:

Dica

I - descentralização político-administrativa para

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e

comando único das ações em cada esfera de governo;

II - participação da população, por meio de organizações

representativas, na formulação das políticas

e no controle das ações em todos os níveis;

III - primazia da responsabilidade do Estado na

condução da política de assistência social em cada

esfera de governo.

Para a prova, atente-se em diferenciar os princípios

das diretrizes. Tal diferenciação pode ser

alvo de pegadinha do examinador. Vejamos:

Princípios = genéricos (respeito, igualdade, universalização,

supremacia) + 1 concreto (divulgação

das prestações);

Diretrizes = concretos (descentralização, responsabilidade

do Estado, participação da população).


Organização e Gestão

Quanto à organização e gestão, primeiramente,

cabe ressaltar que todas as ações na área da assistência

social estão subordinadas e coordenadas pelo

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a

Fome sendo a assistência social organizada sob forma

descentralizada e participativa denominada de SUAS

– Sistema Único de Assistência Social, com os seguintes

objetivos:

I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento

e a cooperação técnica entre os entes federativos

que, de modo articulado, operam a proteção

social não contributiva;

II - integrar a rede pública e privada de serviços,

programas, projetos e benefícios de assistência

social, na forma do art. 6 o -C;

III - estabelecer as responsabilidades dos entes

federativos na organização, regulação, manutenção

e expansão das ações de assistência social;

IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades

regionais e municipais;

V - implementar a gestão do trabalho e a educação

permanente na assistência social;

VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e

benefícios;

VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a

garantia de direitos.

As ações oferecidas pelo SUAS visam à proteção à

família, à maternidade, à infância, à adolescência e à

velhice e, como base de organização, o território, sendo

o referido Sistema integrado pelos entes federativos,

pelos respectivos conselhos de assistência social

e pelas entidades e organizações de assistência social

abrangidas pela lei. (§§ 1º e 2º, art. 6º).

Cabe à instância coordenadora da Política Nacional

de Assistência Social normatizar e padronizar o

emprego e a divulgação da identidade visual do SUAS

e tal identidade deverá prevalecer na identificação de

unidades públicas estatais, entidades e organizações

de assistência social, serviços, programas, projetos e

benefícios vinculados ao Suas. (§§ 3º e 4º, art. 6º).

Importante!

Art. 6º, § 3º A instância coordenadora da Política

Nacional de Assistência Social é o Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Além disso, organiza-se em dois grupos de proteção:

• Proteção Social Básica;

• Proteção Social especial.

Art. 6 o A A assistência social organiza-se pelos seguintes

tipos de proteção:

I - proteção social básica: conjunto de serviços,

programas, projetos e benefícios da assistência

social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade

e risco social por meio do desenvolvimento de

potencialidades e aquisições e do fortalecimento de

vínculos familiares e comunitários;

II - proteção social especial: conjunto de serviços,

programas e projetos que tem por objetivo contribuir

para a reconstrução de vínculos familiares e

comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento

das potencialidades e aquisições e a proteção de

famílias e indivíduos para o enfrentamento das

situações de violação de direitos.

Atente-se às palavras chaves:

Proteção

Proteção social

básica

Proteção

social especial

Prevenção

Reconstrução

A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos

de proteção da assistência social que identifica

e previne as situações de risco e vulnerabilidade

social e seus agravos no território, vinculada ao SUAS

(art. 6-A, parágrafo único). É destinada a apoiar as atividades

de planejamento, supervisão e execução dos

serviços socioassistenciais.

As proteções básicas e especiais são ofertadas pelo

Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e

Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência

Social), respectivamente, que são unidades públicas

estatais instituídas no âmbito do SUAS, os quais

possuem interface com as demais políticas públicas e

articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas,

projetos e benefícios da assistência social, além

de entidades sem fins lucrativos.

A legislação estrutura o Cras e Creas no art. 6º-C.

Vejamos:

§ 1º O Cras é a unidade pública municipal, de

base territorial, localizada em áreas com maiores

índices de vulnerabilidade e risco social, destinada

à articulação dos serviços socioassistenciais no seu

território de abrangência e à prestação de serviços,

programas e projetos socioassistenciais de proteção

social básica às famílias.

§ 2º O Creas é a unidade pública de abrangência

e gestão municipal, estadual ou regional,

destinada à prestação de serviços a indivíduos e

famílias que se encontram em situação de risco pessoal

ou social, por violação de direitos ou contingência,

que demandam intervenções especializadas

da proteção social especial.

Veja o que dispõe a legislação:

Art. 6 o D As instalações dos Cras e dos Creas devem

ser compatíveis com os serviços neles ofertados,

com espaços para trabalhos em grupo e ambientes

específicos para recepção e atendimento reservado

das famílias e indivíduos, assegurada a acessibilidade

às pessoas idosas e com deficiência.

Art. 6 o E Os recursos do cofinanciamento do Suas,

destinados à execução das ações continuadas de assistência

social, poderão ser aplicados no pagamento dos

profissionais que integrarem as equipes de referência,

responsáveis pela organização e oferta daquelas

ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério

do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e

aprovado pelo CNAS.

Parágrafo único. A formação das equipes de referência

deverá considerar o número de famílias e

indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de

atendimento e as aquisições que devem ser garantidas

aos usuários, conforme deliberações do CNAS.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

381


382

Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito

das entidades e organizações de assistência social,

observarão as normas expedidas pelo Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS), de que trata

o art. 17 desta lei.

Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, observados os princípios e diretrizes estabelecidos

nesta lei, fixarão suas respectivas Políticas

de Assistência Social.

Art. 9º O funcionamento das entidades e organizações

de assistência social depende de prévia

inscrição no respectivo Conselho Municipal de

Assistência Social, ou no Conselho de Assistência

Social do Distrito Federal, conforme o caso.

§ 1º A regulamentação desta lei definirá os critérios

de inscrição e funcionamento das entidades com

atuação em mais de um município no mesmo Estado,

ou em mais de um Estado ou Distrito Federal.

§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência

Social e ao Conselho de Assistência Social do Distrito

Federal a fiscalização das entidades referidas

no caput na forma prevista em lei ou regulamento.

§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009)

§ 4º As entidades e organizações de assistência

social podem, para defesa de seus direitos referentes

à inscrição e ao funcionamento, recorrer aos

Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e do

Distrito Federal.

A LOAS prevê que a União, os Estados, os Municípios

e o Distrito Federal podem celebrar convênios

com entidades e organizações de assistência social,

em conformidade com os Planos aprovados pelos respectivos

Conselhos. (art. 10).

Art. 11 As ações das três esferas de governo na área

de assistência social realizam-se de forma articulada,

cabendo a coordenação e as normas gerais à

esfera federal e a coordenação e execução dos programas,

em suas respectivas esferas, aos Estados,

ao Distrito Federal e aos Municípios.

Analisaremos, a seguir, o que compete à cada ente.

• Compete à União:

Art. 12 [...]

I - responder pela concessão e manutenção dos

benefícios de prestação continuada definidos no

art. 203 da Constituição Federal;

II - cofinanciar, por meio de transferência automática,

o aprimoramento da gestão, os serviços, os

programas e os projetos de assistência social em

âmbito nacional;

III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios, às ações assistenciais de

caráter de emergência.

IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política

de assistência social e assessorar Estados, Distrito

Federal e Municípios para seu desenvolvimento.

Ainda, a União apoiará, financeiramente, o aprimoramento

à gestão descentralizada dos serviços,

programas, projetos e benefícios de assistência social,

por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD)

do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), para

a utilização, no âmbito dos Estados, dos Municípios e

do Distrito Federal, destinado, sem prejuízo de outras

ações a serem definidas (art. 12-A).

Art. 12-A [...]

§ 4º Para fins de fortalecimento dos Conselhos de

Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito

Federal, percentual dos recursos transferidos

deverá ser gasto com atividades de apoio técnico

e operacional àqueles colegiados, na forma fixada

pelo Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome, sendo vedada a utilização dos

recursos para pagamento de pessoal efetivo e de

gratificações de qualquer natureza a servidor

público estadual, municipal ou do Distrito Federal.

• Compete aos Estados:

Art. 13 [...]

I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a

título de participação no custeio do pagamento dos

benefícios eventuais, mediante critérios estabelecidos

pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social;

II - cofinanciar, por meio de transferência automática,

o aprimoramento da gestão, os serviços, os

programas e os projetos de assistência social em

âmbito regional ou local;

III - atender, em conjunto com os Municípios, às

ações assistenciais de caráter de emergência;

IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as

associações e consórcios municipais na prestação

de serviços de assistência social;

V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ou

ausência de demanda municipal justifiquem uma

rede regional de serviços, desconcentrada, no âmbito

do respectivo Estado.

VI - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social e assessorar os Municípios

para seu desenvolvimento.

• Compete ao Distrito Federal:

Art. 14 [...]

I - destinar recursos financeiros para custeio do

pagamento dos benefícios eventuais, mediante critérios

estabelecidos pelos Conselhos de Assistência

Social do Distrito Federal;

II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e

funeral;

III - executar os projetos de enfrentamento da

pobreza, incluindo a parceria com organizações da

sociedade civil;

IV - atender às ações assistenciais de caráter de

emergência;

V - prestar os serviços socieassistenciais.

VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de assistência

social em âmbito local;

VII - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social em seu âmbito.

• Compete aos Municípios:

Art. 15 [...]

I - destinar recursos financeiros para custeio do

pagamento dos benefícios eventuais, mediante critérios

estabelecidos pelos Conselhos Municipais de

Assistência Social;

II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e

funeral;

III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,

incluindo a parceria com organizações da sociedade

civil;

IV - atender às ações assistenciais de caráter de

emergência;


V - prestar os serviços socioassistenciais

VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os

serviços, os programas e os projetos de assistência

social em âmbito local;

VII - realizar o monitoramento e a avaliação da

política de assistência social em seu âmbito

INSTÂNCIAS DELIBERATIVAS DO SUAS

O SUAS possui instâncias deliberativas, composta

de membros do Governo e da sociedade civil, de

caráter permanente, atendendo ao princípio constitucional

da gestão administrativa através de órgãos

colegiados (art. 194 da CF).

São instâncias do SUAS (art. 16):

• Conselho Nacional de Assistência Social;

• os Conselhos Estaduais de Assistência Social;

• Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;

• os Conselhos Municipais de Assistência Social.

Art. 16 [...]

Parágrafo único: Os Conselhos de Assistência Social

estão vinculados ao órgão gestor de assistência

social, que deve prover a infraestrutura necessária

ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais,

humanos e financeiros, inclusive com despesas

referentes a passagens e diárias de conselheiros

representantes do governo ou da sociedade civil,

quando estiverem no exercício de suas atribuições.

De acordo com o art. 17, o CNAS é o órgão superior

de deliberação, vinculado à estrutura do órgão da

Administração Pública Federal responsável pela coordenação

da Política Nacional de Assistência Social,

cujos membros, nomeados pelo Presidente da República,

têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma

única recondução por igual período, composto por 18

membros e suplentes, cujos nomes são indicados ao

órgão da Administração Pública Federal responsável

pela coordenação da Política Nacional de Assistência

Social, de acordo com os critérios seguintes:

I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo

1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos

Municípios;

II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre

representantes dos usuários ou de organizações

de usuários, das entidades e organizações de assistência

social e dos trabalhadores do setor, escolhidos

em foro próprio sob fiscalização do Ministério

Público Federal.

O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS)

é presidido por um de seus integrantes, eleito dentre

seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida

uma única recondução por igual período. O Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS) contará com

uma Secretaria Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada

em ato do Poder Executivo (§§ 2º e 3º, art. 17).

Os Conselhos Estaduais de Assistência Social, de

Assistência Social do Distrito Federal e Conselhos

Municipais de Assistência Social possuem competência

para acompanhar a execução da política de assistência

social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária,

em consonância com as diretrizes das conferências

nacionais, estaduais, distrital e municipais, de acordo

com seu âmbito de atuação e deverão ser instituídos,

respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e

pelos Municípios, mediante lei específica (§ 4º, art. 17).

• Compete ao CNAS:

Art. 18 Compete ao Conselho Nacional de Assistência

Social:

I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social;

II - normatizar as ações e regular a prestação de

serviços de natureza pública e privada no campo

da assistência social;

III - acompanhar e fiscalizar o processo de certificação

das entidades e organizações de assistência

social no Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome;

IV - apreciar relatório anual que conterá a relação

de entidades e organizações de assistência social

certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para

conhecimento dos Conselhos de Assistência Social

dos Estados, Municípios e do Distrito Federal;

V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado

e participativo de assistência social;

VI - a partir da realização da II Conferência Nacional

de Assistência Social em 1997, convocar ordinariamente

a cada quatro anos a Conferência

Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição

de avaliar a situação da assistência social

e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do

sistema;

VIII - apreciar e aprovar a proposta orçamentária

da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão

da Administração Pública Federal responsável pela

coordenação da Política Nacional de Assistência

Social;

IX - aprovar critérios de transferência de recursos

para os Estados, Municípios e Distrito Federal,

considerando, para tanto, indicadores que

informem sua regionalização mais eqüitativa, tais

como: população, renda per capita, mortalidade

infantil e concentração de renda, além de disciplinar

os procedimentos de repasse de recursos para

as entidades e organizações de assistência social,

sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes

Orçamentárias;

X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos,

bem como os ganhos sociais e o desempenho dos

programas e projetos aprovados;

XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os

programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional

de Assistência Social (FNAS);

XII - indicar o representante do Conselho Nacional

de Assistência Social (CNAS) junto ao Conselho

Nacional da Seguridade Social;

XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;

XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as

suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacional

de Assistência Social (FNAS) e os respectivos

pareceres emitidos.

Analisaremos, finalmente, o art. 19 da LOAS. Veja

a seguir:

Art. 19 Compete ao órgão da Administração Pública

Federal responsável pela coordenação da Política

Nacional de Assistência Social:

I - coordenar e articular as ações no campo da

assistência social;

II - propor ao Conselho Nacional de Assistência Social

(CNAS) a Política Nacional de Assistência Social, suas

normas gerais, bem como os critérios de prioridade e

de elegibilidade, além de padrões de qualidade na prestação

de benefícios, serviços, programas e projetos;

III - prover recursos para o pagamento dos benefícios

de prestação continuada definidos nesta lei;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

383


384

IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamentária

da assistência social, em conjunto com as

demais da Seguridade Social;

V - propor os critérios de transferência dos recursos

de que trata esta lei;

VI - proceder à transferência dos recursos destinados

à assistência social, na forma prevista nesta lei;

VII - encaminhar à apreciação do Conselho Nacional

de Assistência Social (CNAS) relatórios trimestrais

e anuais de atividades e de realização

financeira dos recursos;

VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados,

ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades e

organizações de assistência social;

IX - formular política para a qualificação sistemática

e continuada de recursos humanos no campo da

assistência social;

X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar

as análises de necessidades e formulação

de proposições para a área;

XI - coordenar e manter atualizado o sistema de

cadastro de entidades e organizações de assistência

social, em articulação com os Estados, os Municípios

e o Distrito Federal;

XII - articular-se com os órgãos responsáveis pelas

políticas de saúde e previdência social, bem como

com os demais responsáveis pelas políticas sócio-econômicas

setoriais, visando à elevação do patamar

mínimo de atendimento às necessidades básicas;

XIII - expedir os atos normativos necessários à

gestão do Fundo Nacional de Assistência Social

(FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas

pelo Conselho Nacional de Assistência Social

(CNAS);

XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional

de Assistência Social (CNAS) os programas anuais

e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo

Nacional de Assistência Social (FNAS).

Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive

a dispensação de medicamentos e produtos

de interesse para a saúde, às famílias e indivíduos

em situações de vulnerabilidade ou risco social e

pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente

da apresentação de documentos que

comprovem domicílio ou inscrição no cadastro no

Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com

a diretriz de articulação das ações de assistência

social e de saúde a que se refere o inciso XII deste

artigo.

DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS

PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL

A Assistência Social prevê benefícios, os quais compreendem

prestações pecuniárias relativas aos serviços,

programas e projetos na área da assistência social.

Abordaremos, a seguir, o que está previsto na LOAS

sobre cada área.

Do Benefício de Prestação Continuada

O BPC LOAS – Benefício de Prestação Continuada,

também conhecido por “aposentadoria que não precisa

contribuir”, é, talvez, o mais importante dentre os quais

iremos estudar, pois ele é operacionalizado pelo INSS.

É costumeiro confundir esse benefício com o

benefício previdenciário, mas, como você bem sabe,

nenhum benefício previdenciário é concedido sem

contribuição prévia. Atente-se a isso!

Analisaremos o benefício juntamente com o que prevê

o Decreto nº 6.214/2007 que regulamenta o Benefício

de Prestação Continuada, previsto no artigo 20 da LOAS.

O Benefício de Prestação Continuada integra a proteção

social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência

Social - SUAS, instituído pelo Ministério do Desenvolvimento

Social e Agrário em consonância com o estabelecido pela

Política Nacional de Assistência Social - PNAS.

O Benefício de Prestação Continuada da Assistência

Social (BPC-LOAS) é devido aos idosos e às pessoas

com deficiência para que tenham condições mínimas

de uma vida digna.

Assim, é considerado pela Lei, de acordo com o art. 20:

IDOSO

65 anos ou mais

Comprovem não possuir

meios de prover

a própria manutenção

nem de tê-la provida

por sua família

Importante!

DEFICIENTE

Impedimento de longo prazo

de natureza física, mental, intelectual

ou sensorial, que pode

obstruir sua participação plena

e efetiva na sociedade em igualdade

de condições com as demais

pessoas.

Comprovem não possuir meios

de prover a própria manutenção

nem de tê-la provida por

sua família.

Impedimento de longo prazo =

efeitos pelo prazo mínimo de 2

anos.

Para o Estatuto do Idoso, a idade que se considera

idoso é 60 anos e, para o LOAS, 65 anos. Não

confunda!

De acordo com o § 3º, inciso I, do art. 20 da LOAS,

para que o idoso ou deficiênte faça jus ao benefício,

deverá comprovar renda mensal familiar per capita

inferior a ¼ do salário mínimo vigente, demonstrando

não possuir meios de manter-se.

A renda mensal bruta familiar é a soma dos rendimentos

brutos auferidos mensalmente pelos membros

da família composta por salários, proventos, pensões,

pensões alimentícias, benefícios de previdência

pública ou privada, seguro-desemprego, comissões,

pro-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado,

rendimentos do mercado informal ou autônomo,

rendimentos auferidos do patrimônio, Renda

Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada,

salvo as seguintes verbas:

• Benefícios e auxílios assistenciais de natureza

eventual e temporária;

• Valores oriundos de programas sociais de transferência

de renda;

• Bolsas de estágio supervisionado;

• Pensão especial de natureza indenizatória e benefícios

de assistência médica;

• Rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem

regulamentadas em ato conjunto do Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS;

• Rendimentos decorrentes de contrato de aprendizagem.


Para cálculo da renda familiar, é considerado o

número de pessoas que vivem na mesma casa, composto

por:

• Requerente;

• Cônjuge, companheiro(a);

• Filhos e enteados solteiros e menores tutelados;

• Pais e, na ausência destes, a madrasta ou o padrasto;

• Irmãos solteiros.

O benefício assistencial pode ser pago a mais de

um membro da família desde que comprovadas todas

a condições exigidas (§ 15, art. 20).

O benefício de prestação continuada ou o benefício

previdenciário no valor de até 1 (um) salário mínimo

concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos

de idade ou pessoa com deficiência não será computado,

para fins de concessão do benefício de prestação

continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência

da mesma família no cálculo da renda (§ 14, art. 20).

Ainda, não poderá receber o benefício conjutamente

com qualquer outro no âmbito da seguridade

social ou de outro regime (aposentadoria, pensão por

morte), salvo os da assistência médica e da pensão

especial de natureza indenizatória.

Caso o beneficiário seja acolhido em instituições

de longa permanências, como, por exemplo, em casas

de repouso, o benefício continuará sendo pago.

O benefício assistencial é intransferível e, portanto,

não gera pensão aos dependentes. Também não

gera abono anual ao beneficiário.

Se cessar o benefício, por não preencher mais requisitos,

não impedirá uma nova concessão se for necessário.

A avaliação da deficiência e o grau de impedimento

no casos dos deficientes será pela perícia do INSS.

Além disso, a renda da pessoa com deficiência, que

trabalhar na condição de aprendiz, não será considerada

para fins do cálculo da renda per capita familiar.

O BPC – LOAS será revisto a cada dois anos, cessando

no momento que forem superadas as condições de

miserabilidade, quando não existir mais a necessidade

de manter este benefício, ou em caso de morte do beneficiário,

sendo, também, cancelado se constar qualquer

irregularidade na concessão ou utilização do benefício.

Com relação aos deficientes, a Lei dita que “o

desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras

ou educacionais e a realização de atividades não remuneradas

de habilitação e reabilitação, entre outras, não

constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício

da pessoa com deficiência”.

Para as pessoas com deficiência, a cessação do benefício

não impede nova concessão do benefício, desde

que atendidos os requisitos definidos em regulamento.

O art. 21-A da LOAS determina que o BPC será suspenso

pelo órgão concedente quando a pessoa com

deficiência exercer atividade remunerada, inclusive

na condição de microempreendedor individual,

extinta esta situação (atividade empreendedora ou a

relação trabalhista) e, quando for o caso, encerrado

o prazo de pagamento do seguro-desemprego e, não

tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer

benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade

do pagamento do benefício suspenso, sem

necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação

da deficiência e do grau de incapacidade para

esse fim, respeitado o período de revisão de dois anos.

A contratação de pessoa com deficiência como

aprendiz não acarreta a suspensão do benefício de

prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento

concomitante da remuneração e do benefício,

conforme a LOAS (§ 2º, art. 21-A).

São requisitos para a concessão, a manutenção e a

revisão do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas

Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas

Sociais do Governo Federal – Cadastro Único, conforme

dispõe o § 12 do art.20.

Por fim, de acordo com o art. 20-A, em razão do

estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto

Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência

de saúde pública de importância internacional

decorrente do coronavírus (Covid-19), o critério de

aferição da renda familiar mensal per capita poderá

ser ampliado para até 1/2 (meio) salário mínimo.

Dos Benefícios Eventuais

Art. 22 Entendem-se por benefícios eventuais as

provisões suplementares e provisórias que integram

organicamente as garantias do Suas e são

prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de

nascimento, morte, situações de vulnerabilidade

temporária e de calamidade pública.

São benefícios eventuais as provisões suplementares

e provisórias que integram organicamente as

garantias do SUAS e são prestadas aos cidadãos e às

famílias em virtude de 3 :

• Nascimento: para atender às necessidades do bebê

que vai nascer; apoiar a mãe nos casos em que o

bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento

e apoiar a família em caso de morte da mãe;

• Morte: para atender às necessidades urgentes da

família após a morte de um de seus provedores ou

membros; atender às despesas de urna funerária,

velório e sepultamento, desde que não haja, no

município, outro benefício que garanta o atendimento

a essas despesas;

• Vulnerabilidade Temporária: para o enfrentamento

de situações de riscos, perdas e danos à integridade

da pessoa e/ou de sua família e outras situações

sociais que comprometam a sobrevivência;

• Calamidade Pública: para garantir os meios necessários

à sobrevivência da família e do indivíduo, com

o objetivo de assegurar a dignidade e a reconstrução

da autonomia das pessoas e famílias atingidas.

A concessão e o valor dos benefícios, de acordo com

o § 1º do art. 22, serão definidos pelos Estados, Distrito

Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis orçamentárias

anuais, com base em critérios e prazos definidos

pelos respectivos Conselhos de Assistência Social.

§ 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representações

de Estados e Municípios dele participantes, poderá

propor, na medida das disponibilidades orçamentárias

das 3 (três) esferas de governo, a instituição

de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte

e cinco por cento) do salário-mínimo para cada

criança de até 6 (seis) anos de idade.

3 Conceitos disponíveis em: http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/beneficios-assistenciais/beneficios-eventuais.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

385


386

Por fim, de acordo com o § 3º, os benefícios eventuais

subsidiários não poderão ser cumulados com

aqueles instituídos pelas Leis nº 10.954, de 29 de

setembro de 2004 (Auxílio Emergencial Financeiro,

destinado a socorrer e a assistir famílias com renda

mensal média de até 2 (dois) salários mínimos, atingidas

por desastres, no Distrito Federal e nos Municípios

em estado de calamidade pública ou em situação de

emergência reconhecidos pelo Governo Federal) e nº

10.458, de 14 de maio de 2002 (Programa Bolsa-Renda

para atendimento dos agricultores e familiares atingidos

pelos efeitos da estiagem).

Dos Serviços

Art. 23 Entendem-se por serviços socioassistenciais

as atividades continuadas que visem à melhoria de

vida da população e cujas ações, voltadas para as

necessidades básicas, observem os objetivos, princípios

e diretrizes estabelecidos nesta lei.

De acordo com o § 2º deste artigo, na organização

dos serviços da assistência social serão criados programas

de amparo, entre outros:

• Às crianças e adolescentes em situação de risco

pessoal e social, cumprindo com a CF e o ECA;

• Às pessoas que vivem em situação de rua.

Dos Programas de Assistência Social

De acordo com o art. 24, os programas de assistência

social compreendem ações integradas e complementares

com objetivos, tempo e área de abrangência

definidos para qualificar, incentivar e melhorar os

benefícios e os serviços assistenciais, definidos pelos

respectivos Conselhos de Assistência Social, com prioridade

para a inserção profissional e social.

Os programas voltados para o idoso e a integração da

pessoa com deficiência serão devidamente articulados

com o benefício de prestação continuada (§ 2º, art. 24).

No art. 24-A e 24- B da LOAS, fica instituído Programas,

visando a proteção da Família. Vejamos:

Art. 24-A Fica instituído o Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a

proteção social básica e consiste na oferta de ações e

serviços socioassistenciais de prestação continuada,

nos Cras, por meio do trabalho social com famílias

em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo

de prevenir o rompimento dos vínculos familiares

e a violência no âmbito de suas relações, garantindo

o direito à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes

e os procedimentos do Paif.

Art. 24-B Fica instituído o Serviço de Proteção e

Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos

(Paefi), que integra a proteção social especial e consiste

no apoio, orientação e acompanhamento a

famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação

de direitos, articulando os serviços socioassistenciais

com as diversas políticas públicas e com

órgãos do sistema de garantia de direitos.

Parágrafo único. Regulamento definirá as diretrizes

e os procedimentos do Paefi.

Também é previsto, no art. 24-C, o Peti (Programa

de Erradicação do Trabalho Infantil), visando, como o

próprio nome diz, a erradicação do trabalho infantil.

Vejamos:

Art. 24-C Fica instituído o Programa de Erradicação

do Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial,

integrante da Política Nacional de Assistência Social,

que, no âmbito do Suas, compreende transferências

de renda, trabalho social com famílias e oferta de serviços

socioeducativos para crianças e adolescentes

que se encontrem em situação de trabalho.

§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido

de forma articulada pelos entes federados,

com a participação da sociedade civil, e tem como

objetivo contribuir para a retirada de crianças e

adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis)

anos em situação de trabalho, ressalvada a condição

de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos.

§ 2º As crianças e os adolescentes em situação de

trabalho deverão ser identificados e ter os seus

dados inseridos no Cadastro Único para Programas

Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a devida

identificação das situações de trabalho infantil.

Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza

Conforme preveem os arts. 25 e 26 da Lei Orgânica

da Assistência Social, os projetos de enfrentamento da

pobreza compreendem a instituição de investimento

econômico-social nos grupos populares, buscando

subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas

que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de

gestão para a melhoria das condições gerais de subsistência,

a elevação do padrão da qualidade de vida,

a preservação do meio-ambiente e sua organização

social, através de mecanismos de articulação com as

diferentes áreas do Governo e em sistema de cooperação

entre organismos governamentais, não governamentais

e da sociedade civil.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (FCC – 2013) Nos termos da Lei Orgânica da Assistência

Social - Lei nº 8.742/93, é correto afirmar que

a) é competência estadual a prestação dos serviços

assistenciais cujos custos ou ausência de demanda

municipal justifiquem uma rede regional de serviços,

desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado.

b) a promoção da integração ao mercado de trabalho

não se constitui em objetivo da assistência social por

falta de previsão legal.

c) é da competência concorrente dos Estados e dos

Municípios responder pela concessão e manutenção

dos benefícios de prestação continuada definidos no

art. 203 da Constituição Federal.

d) o benefício de prestação continuada é a garantia de

02 (dois) salários mínimos mensais à pessoa com

deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais

que comprovem não possuir meios de prover a própria

manutenção nem de tê-la provida por sua família.

e) a organização da assistência social tem como base

a diretriz da centralização político-administrativa e o

comando único das ações apenas pelos municípios,

onde estarão inseridas as políticas sociais próximas

da população carente.

Questão com “texto de lei”, ou seja, a questão é

resolvida por meio do conhecimento sobre o texto

da lei. Analisemos as alternativas: a) Certa: cópia do

artigo 13, V da LOAS – Lei Orgânica da Assistência


Social. b) Errada: é um dos objetivos previstos no

artigo 2º da LOAS. c) Errada: de acordo com o artigo

12 da LOAS, é competência da União, sendo este

benefício operacionalizado pelo INSS – Instituto

Nacional do Seguro Social. d) Errada: é apenas um

salário mínimo e para idosos com 65 anos ou mais,

conforme determina o artigo 20 da LOAS. e) Errada:

o artigo 5º da LOAS determina a descentralização

e, não, a centralização político-administrativa, conforme

exposto na questão. Resposta: Letra A.

3. (CESPE-CEBRASPE —2019) A respeito de princípios

constitucionais relativos à seguridade social, julgue o

item a seguir.

O princípio da diversidade da base de financiamento é

imprescindível para a manutenção da saúde financeira

e atuarial do sistema de seguridade social, uma vez

que reduz o risco de desequilíbrio do orçamento direto

e indireto desse sistema.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (FCC – 2014) Fernanda, pessoa com deficiência de

acordo com a legislação competente, necessita que o

Estado promova a sua reabilitação e integração à vida

comunitária. Dessa forma, será a ela prestada a assistência

social

a) desde que tenha sido primeiramente concedido o

auxílio-doença.

b) independentemente de contribuição à seguridade social.

c) desde que tenha sido primeiramente concedida a aposentadoria

por invalidez.

d) desde que tenha sido respeitada a carência de 12

(doze) contribuições mensais.

e) desde que tenha sido respeitada a carência de 180

(cento e oitenta) contribuições mensais.

A assistência social é política da seguridade social,

devida aos necessitados e não exige contribuição

das pessoas que fazem jus aos benefícios por ela

prestados. Veja o que prevê a Constituição Federal:

“Art. 203. A assistência social será prestada a quem

dela necessitar, independentemente de contribuição

à seguridade social”. Ainda, a Constituição Federal

garante um salário mínimo às pessoas com deficiência

que não possuem meios de prover a própria

manutenção, conforme prevê o inciso V do Art. 203:

“a garantia de um salário mínimo de benefício mensal

à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que

comprovem não possuir meios de prover à própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família,

conforme dispuser a lei”. Resposta: Letra B.

HORA DE PRATICAR!

1. (CESPE-CEBRASPE —2018) Acerca da Lei n.º

8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade social, julgue

o item a seguir.

Os princípios e diretrizes da seguridade social incluem

a participação da iniciativa privada na assistência à

área da saúde, desde que obedecidos os preceitos

constitucionais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Com referência à organização

e ao custeio da seguridade social, julgue o item

subsequente.

O sistema de seguridade social compreende um conjunto

de ações de iniciativa exclusiva dos poderes

públicos, que se destinam à garantia de saúde, previdência

e assistência à sociedade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE-CEBRASPE — 2019) À luz da Constituição

Federal de 1988 e das leis da seguridade social, julgue

o item a seguir.

A seguridade social é financiada por toda a sociedade

mediante, entre outros recursos, as contribuições

sociais de empregadores e empregados e as receitas

de concursos de prognósticos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A respeito do RGPS, assinale

a opção correta.

a) O RGPS não prevê proteção ao trabalhador em situação

de desemprego involuntário.

b) O referido regime é de filiação facultativa.

c) O valor do benefício não tem vinculação com o salário

mínimo.

d) O RGPS tem caráter contributivo.

e) Exige-se o cumprimento de carência para concessão

de qualquer um dos benefícios.

6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em relação à organização,

à origem e ao custeio do sistema de seguridade

social, julgue o item a seguir.

A seguridade social nos moldes como é atualmente

conhecida é fruto da evolução legislativa quanto à

garantia dos direitos sociais no Brasil e foi introduzida

no ordenamento jurídico pátrio pela Constituição

Federal de 1988.

( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Tendo como referência a

doutrina e a jurisprudência a respeito da organização

e dos princípios do sistema de seguridade social brasileiro,

julgue o item a seguir.

O princípio do direito adquirido não se aplica à seara

previdenciária, pois, conforme o entendimento do

Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido a

regime jurídico.

( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Acerca do custeio da

seguridade social, julgue o próximo item.

O salário-de- contribuição de segurado empregado

deverá corresponder à integralidade de uma remuneração

auferida durante o mês de trabalho.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Marcos, servidor público

efetivo desde 1.º/6/1990, trabalhou como empregado

celetista em empresa privada entre 10/01/1991 e

31/05/1995.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL

387


Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar

que Marcos

a) é segurado do regime geral de previdência social.

b) terá acréscimo no seu tempo de contribuição se averbar,

junto ao tempo de contribuição no serviço público,

o período em que trabalhou para a empresa privada.

c) terá direito a receber proventos integrais caso cumpra

integralmente os requisitos de regra de transição

advinda de emenda constitucional.

d) não terá direito a proventos integrais porque ingressou

no serviço público em data posterior à promulgação

de emenda constitucional que extinguiu essa

possibilidade.

e) não poderá acumular aposentadoria do RGPS com

benefício do regime próprio, caso venha a cumprir os

requisitos de ambos, isoladamente.

10. (CESPE-CEBRASPE — – 2018) Considerando a legislação

nacional sobre doença e acidente de trabalho

no contexto da seguridade social, julgue o item

subsecutivo.

Litígios relativos a acidentes de trabalho serão apreciados

em âmbito judicial segundo o rito sumaríssimo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com a Política

Nacional de Promoção da Saúde (PNaPS), julgue o

item que se segue.

Os objetivos específicos da PNaPS incluem favorecer

a promoção de ambientes mais seguros e saudáveis

bem como a preservação do meio ambiente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com a Política

Nacional de Promoção da Saúde (PNaPS), julgue o

item que se segue.

A promoção da saúde é uma estratégia de articulação

transversal.

15. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Sobre a atuação do assistente

social na política de saúde, julgue o item que se segue.

A alta a pedido do usuário é atribuição do assistente

social, já que esse procedimento, na maioria das vezes,

é motivado por determinantes sociais.

9 GABARITO

ANOTAÇÕES

( ) CERTO ( ) ERRADO

1 CERTO

2 ERRADO

3 CERTO

4 CERTO

5 D

6 CERTO

7 ERRADO

8 ERRADO

9 C

10 CERTO

11 CERTO

12 CERTO

13 ERRADO

14 ERRADO

15 ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO

13. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Acerca dos direitos

sociais da pessoa com neoplasia maligna (câncer),

julgue o item subsequente.

É exigido o pagamento mínimo de doze contribuições

na qualidade de segurado para que a pessoa com câncer

possa requerer a aposentadoria por invalidez, cuja

concessão depende de a incapacidade para o trabalho

ser considerada definitiva pela perícia médica do

INSS.

( ) CERTO ( ) ERRADO

14. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Sobre a atuação do

assistente social na política de saúde, julgue o item

que se segue.

A montagem de processo e o preenchimento de formulários

para a viabilização de Tratamento Fora do

Domicílio e de medicação de alto custo são atribuições

privativas do assistente social nos serviços de

saúde.

388

( ) CERTO ( ) ERRADO

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