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LUSITANO
de
ZURIQUE
[ JULHO-AGOSTO 2022 | Edição Nº. 290&291 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]
Juniores A
do Centro Lusitano de Zurique
promovidos
Páginas 6, 7
Einsiedeln
indignação e protesto
da comunidade
portuguesa na Suíça.
Página 5
NOVO SURTO DA COVID PODE
INFECTAR NESTE VERÃO MAIS
DE 15% DA POPULAÇÃO SUÍÇA
PÁG. 40
ÚLTIMA PÁGINA
EDIÇÃO
editorial
Comunidade
Desporto
Breves
Protejamo-nos, cuidemo-nos
e sejamos responsáveis!
Pág. 3
Santos Populares - Centro
Lusitano de Zurique volta a
celebrar a tradição. Pág. 4
Vários artigos. Notícias e
opinião sobre desporto.
Pág.. 11, 12, 30,31, 54 e 55
Notícias breves sobre a Suíça.
Pág. 40
LUSITANO
de
ZURIQUE
EQUIPA EDITORIAL
Director: Armindo Alves
Jornalista CC15 A
Director-adjunto: Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
Email: lusitanozurique@gmail.com
EDITORIAL
Sejamos
responsáveis
COLABORADORES
Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,
Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina
F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça
Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim
Galante, Jorge Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo,
Maria dos Santos, Maria José Praça, Nelson Lima,
Nelson Mateus, Paulo Marques, Pedro Nogueira.
EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO
Joana Araújo
Jornalista CC 11 A
Email: joanaaraujo@protonmail.ch
PUBLICIDADE
Tel.: 079 222 09 14
Email: pub.lusitano@gmail.com
IMPRESSÃO
Diário do Minho - Braga
Tiragem: 3000 exemplares
Periodicidade: Mensal
Distribuição gratuita
ARQUIVO DIGITAL:
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NOTA IMPORTANTE:
Os artigos assinados reflectem tão-somente
a opinião dos seus autores e não vinculam
necessariamente a direcção desta revista.
Apoio
Por discordância, esta publicação
não adopta, nem respeita as normas
do novo inútil Acordo Ortográfico.
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Armindo Alves
Director
Jornalista CC15 A
O Lusitano de Zurique
Deseja-vos
Boas Férias!
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Tel.: 079 222 09 14
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RANCHO FOLCLÓRICO
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O mês de Julho e Agosto
para muitos de nós, é
sinónimo de um novo recomeço,
onde regressamos
com toda a energia e de
coração cheio!
Chegou o tempo das férias,
uma época esperada durante
todo o ano. Época de
alegria, de visitar a família,
locais de culto, tempo de
sair da rotina, conhecer novos
lugares, novas culturas
e tradições. Tempo de carregar
baterias e de usufruir
da nossa gastronomia e de
aliviar a nossa mente.
Todos aqueles que viajam
de carro, façam-no com
prudência. Verifiquem o
estado geral da viatura e
não arrisquem, não tentem
resistir e ultrapassar os vossos
limites, pois o cansaço
é o principal inimigo.
Como alertamos no editorial
de há um ano, continuamos
a pensar que temos
de continuar a levar o
RESTAURANTE (reservas)
Tel.: 044 241 52 15
Covid a sério, mas sem ter
medo dele. Temos que o
enfrentar com respeito e se
todos continuarem a tomar
as devidas precauções, a
normalidade será uma realidade
a médio prazo.
Acreditem que o vírus,
mesmo com toneladas
de vacinas, muitos alertas
e enorme precaução não
acabou. Sem o habitual
alarido da comunicação
social, que continua entretida
com a novela da
“Ucrânia”, ele continua aí
activo a infectar e a ceifar
vidas. Autoridades suíças
esperam neste Verão um
novo surto do Covid, que
pode infectar cerca de 15%
da população suíça.
A todos os nossos leitores,
patrocinadores, colaboradores
e amigos, desejamos
umas óptimas férias!
Protejamo-nos, cuidemo-nos
e sejamos responsáveis!
PROPRIEDADE
& ADMINISTRAÇÃO
CENTRO LUSITANO
DE ZURIQUE
Risweg, 1
8041 Zurique
Tel.: 044 241 52 15
Email: info@cldz.eu
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Comunidade
Comunidade
Santos Populares
No Centro Lusitano de Zurique
Armindo Alves
O mês Junho é um mês importante para
os portugueses, é quando começa o Verão,
os dias são maiores, as noites são
mais quentes, as férias estão à porta e a
alegria dos Santos Populares invade os
portugueses dentro e fora do país. Um
pouco por todo o mundo, festejam-se os
santos Populares.
O Centro Lusitano já há muitos anos que
festeja esta linda tradição, como sempre o
local da festa torna-se um autêntico arraial
onde podemos mesmo dizer que estamos
em casa, propriamente podemos até dizer
que estamos em Portugal.
A música popular com alguns membros do
nosso Rancho, Manuel Machado e Monteiro
na Concertina, Celeste e Marina na parte
vocal, animaram o local, convidando os presentes
para o bailarico.
O cheiro das sardinhas assadas na brasa,
aliciava os vizinhos e quem passava na rua
a participar na festa, depois o caldo verde e
o vinho tinto a acompanhar, simplesmente
magnifico.
Não é preciso muito para montar o arraial.
Só precisamos da ajuda de São Pedro, para
que a chuva não estrague a festa, devo dizer
que este ano foi muito generoso, houve alegria
e boa disposição.
A sardinha assada na brasa é um prato tradicional
português que se pode comer todo
o ano, mas ganha outro sabor na festa dos
Santos Populares. Uma fatia de pão e uma
sardinha a pingar sobre ele, sabe pela vida!
O Manjerico com um cravo feito em papel
e uma pequena bandeira com uma quadra
não podem faltar na festa dos Santos populares.
Sabe porquê?
O manjerico é a planta oficial desta época do
ano e durante os Santos populares é conhecido
como a “erva dos namorados”. Segundo
a tradição, os rapazes davam um pequeno
vaso de barro com um manjerico às namoradas,
por altura do Santo António, o Santo
casamenteiro.
Naquela altura oferecer um manjerico à namorada
significava um compromisso muito
forte e a oferta tornava-se num pedido de
casamento. A namorada, ao receber o manjerico,
devia tratar dele durante um ano até
o manjerico ser substituído no dia de Santo
António do ano seguinte. A quadra era normalmente
a declaração de amor.
Gostaríamos de agradecer a todos que colaboraram
para que tudo estivesse à altura
e para que a festa tivesse sido bem-sucedida.
Para o ano voltaremos a repetir se Deus
quiser.
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EINSIEDELN
Comunidade
A festa mais portuguesa
da Suíça
Peregrinação a Einsiedeln
um golpe de teatro contra a comunidade católica portuguesa na Suíça.
6
Pedro Nogueira
Depois de três décadas a comunidade
católica portuguesa na Suíça foi
impedida de festejar Fátima no Santuário
de Einsiedeln.
Proibir a comunidade católica portuguesa/brasileira de fazer
a peregrinação de fé à nossa senhora de Fátima, no
Santuário de Einsiedeln no Domingo de Pentecostes, é um
duro golpe e um atentado à fé de todos os católicos de
língua lusófona.
Volkswagen Service
EDITORIAL DIREITO SAÚDE
Für Sie spielen wir
É já em Maio que terá lugar uma
Dever de controlo dos die pais erste sobre Geige
03 das maiores peregrinações religio-
07 menores...
19
Segundo os responsáveis tudo está relacionando com a segurança,
mas que segurança? A qual segurança é que se
referem? Acompanhei o Padre Bártolo durante 15 anos e
nunca vi nenhum problema relacionando com a peregrinação,
somos um povo ordeiro e pacífico, que ama e venesas
na Suíça,
ra a Deus e nossa senhora de Fátima.
Enchemos as nossas Igrejas, contribuímos todos os anos
com milhões de francos para os cofres da igreja Suíça e
mesmo assim vêem-nos como uma ameaça à segurança.
Tal atitude não se justifica como é ridícula. Os responsáveis
por esta decisão ofenderam toda a comunidade católica,
deveriam ter vergonha. Devem-nos um pedido de desculpas,
e se não gostam de nós que tenham a coragem de o
assumirem. Eu pessoalmente vou reflectir se vou continuar
a pagar para ser católico.
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“Sechseläuten”
Tradição que já vem do
século 16, onde os conselheiros
das diversas
confrarias decidiam
que nos meses de
Verão o horário de
saída do trabalho seria
uma hora mais tarde
do que no horário
de Inverno.
A febre amarela é uma doença
de natureza infecciosa, transmitida
pelo mosquito...
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Publireportagem
Ana Maria
CEO do Grupo Convictus/ Remax
Pedro o Nogueira
Lusitano de Zurique - Ana como
aconteceu o teu crescimento como
colaboradora no Grupo?
Ana Maria - O grupo convictus já existe
há mais de vinte anos em Lisboa. Há
11 anos juntei-me à Remax e associado
à Maxifinance, porque permite-nos
chegar a todas as outras geografias,
nomeadamente ao mercado Internacional.
LZ- O mercado Internacional é muito
importante para o vosso Grupo? E
porquê?
AM - Claro que sim, por variadíssimos
factores, olhe desde logo o segmento
estrangeiro tem um poder de compra
muito acima da média nacional,
o mercado internacional não é só
estrangeiros, também são os nossos
emigrantes e no caso em concreto da
Suíça, os nossos clientes não têm que
se preocupar mais, pois tratamos de
toda a documentação, não precisam
de fazer viagens propositadamente a
Portugal porque o nosso serviço é personalizado
e gratuito até à data da escritura,
só precisamos que nos dêem
as coordenadas do que precisam.
LZ - No mercado nacional na área do
imobiliário com que clientes vocês
trabalham mais?
AM - A nossa clientela é sobre tudo
classe média alta, trabalhamos muito
na zona de Lisboa, Cascais e Estoril.
O grosso dos nossos clientes são de
nacionalidade americana e brasileira,
mas abrangemos todo o território
nacional se formos solicitados para intervir
no negócio.
LZ - A vossa presença nas feiras Internacionais
é uma presença assídua?
AM - Gostamos de estar presentes nas
feiras, para além de representarmos a
nossa marca também representamos
o país, na Suíça foi a nossa primeira
vez e ainda é cedo para fazermos um
balanço.
LZ - Para terminarmos a nossa conversa,
projectos?
AM- Queremos continuar a crescer
em quantidade das lojas, temos 10
lojas, mas queremos continuar a crescer,
continuamos a apostar na qualidade
do nosso serviço porque no ADN
do grupo o FOCO é sempre prestar o
melhorar serviço ao cliente.
LZ - Em nome da Revista Lusitano de
Zurique agradecemos à Ana Maria estes
minutos que partilhou connosco
no salão Internacional em Montreux.
Ana Maria Baptista
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Carlos Freitas
Carlos Freitas de 26 anos,
natural de Fafe é um jogador
com mais anos de casa
no Centro Lusitano de Zurique.
Este ano foi um dos
titularíssimos da equipa
sénior masculina do Centro
e foi um dos capitães que
aguentou o barco até à subida
e o regresso à 3.ª Liga.
Jorge Macieira
Lusitano de Zurique - Quem é o Carlos
Freitas e onde começaste a jogar?
Carlos Freitas - Sou o Carlos Freitas,
tenho 26 anos, comecei a jogar com
cerca de 8/9 anos no Sporting Club
de Zurique durante muitos anos com
um conjunto de amigos. Depois estive
1 ou 2 épocas no Red Star e depois
num torneio de futsal do Centro convidaram-me
para vir jogar na equipa
principal do centro, e como bom português
aceitei logo o convite.
LZ - Mereceste a escolha para o lote
de capitães do Centro Lusitano de Zurique.
Como foste eleito para o cargo?
CF - Primeiro penso, que todos têm
que se comportar como capitães e homens,
sabemos que isto é um hobby
fora do trabalho, claro que também
é um orgulho para mim, fazer parte
do lote de capitães é um enorme orgulho.
LZ - Foi uma escolha dos jogadores
ou só do treinador?
CF - Sinceramente não sei se foi só
dos ‘minter´s‘, mas na altura o ‘mister’
Louro veio dizer ser uma decisão dele
de fazer parte do trio.
LZ - E já foste capitão nas camadas
jovens?
CF - Sim, já na altura no Sporting tive
a oportunidade de ser capitão de
equipa e foi uma situação que foi bastante
confortável para mim e soube
lidar com a situação.
LZ - És um jogador da casa, mas tiveste
passagens por outros clubes. Chegaste
a passar por quais equipas, qual
foi o maior motivo para mudares?
CF - Penso que o Centro Lusitano de
Zurique, suponho ser a equipa mais
antiga e uma das casas portuguesas
mais antigas da cidade Zurique, lembro-me
de quando era pequeno de ir
lá com o meu pai e sempre foi uma
casa que longe me fazia sentir perto
de Portugal.
LZ - Que valores transmites aos mais
jovens e a quem chega ao clube?
CF - Eu tento transmitir que não se
pode esquecer que o Centro Lusitano
de Zurique está sempre em primeiro
e depois, nós. Devemos ver que quem
representa este clube, é como estar a
representar a nossa nação na Suíça.
Que assumir o compromisso é sempre
até ao fim e a palavra de Homem
é importante, é o caminho mais fácil
sair, mas após assumir, é dar tudo e
demonstrar a quem está cá há muitos
anos, agora com esta juventude com
idade de subir dos juniores, a equipa
principal é esses valores que quero
transmitir.
LZ - Qual a sensação de ser campeão
pela segunda vez no Centro e pela segunda
subida à 3.ªLiga?
CF - Sinceramente alegra sempre
uma pessoa e um jogador, mas para
um clube como o Centro, a 3.ª Liga é o
mínimo, no meu ver festejar mesmo a
sério seria subir ou lutar no topo para
subir a 2.ª Liga.
LZ - O que podemos esperar para a
próxima época?
CF - Uma 3.ª Liga é sempre diferente
do que uma 4.ª Liga, o nível será claramente
superior e encontraremos
jogadores com maior qualidade. Sabemos
que agora é mais duro e que
teremos que dar mais de nós, teremos
que dar o máximo em cada jogo.
LZ - Uma última mensagem aos nossos
leitores.
CF - Seria óptimo estar em campo e
olhar para fora e ver o apoio da comunidade,
pois, dá sempre outro aspecto
de mais beleza no jogo e obriga-nos
a dar mais de nós por dever ao
adepto que perdeu o seu tempo livre
para nos vir apoiar.
A minha pessoa de contacto na GC24 em português
Nilton de Góis
Gestor de vendas da CG24 Group SA
nilton.gois@cg24.com
044 244 30 28
077 910 10 10
PORTUGUESES
RESIDENTES NO ESTRANGEIRO
NÃO IMPORTA
ONDE ESTÁ.
COM A CAIXA
FICA MAIS PERTO.
Escritório de Representação da CGD - Suíça
Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève
Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465
email: geneve@cgd.pt
AVISO LEGAL: A CONCESSÃO DE CRÉDITO É PROIBIDA CASO CONDUZA A UM ENDIVIDAMENTO EXCESSIVO
(ART.º 3.º DA UWG (LEI RELATIVA À CONCORRÊNCIA DESLEAL)).
UM PRÉ-REQUISITO PARA A CONCESSÃO DE CRÉDITO É UMA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO BEM SUCEDIDA.
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.
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Desporto
Comunidade
Comunidade
Santos Populares
na Tertúlia em Lenzburg
Jorge Macieira
Formação orientada por Mourinho
foi eliminada na passada terça(31.5)
em casa do FC Wald na
meia-final da taça Regional Cup
Senioren 30+, resultado que foi favorável
para a equipa visitada por
três bolas a uma.
Após a equipa dos veteranos ter
terminado as últimas duas participações
nos quartos-de-final, esta
edição terminaram na meia de
final a um pequeno passo da garante
final nos campos de Kloten.
Na primeira fase da taça, passaram
isentos após a desistência
do Team Fehraltorf/Russikona, na
12
Apenas a um passo
da meia-final
ronda seguinte eliminaram o FC
Regensdorf por seis bolas a duas.
Na terceira ronda voltaram a golear
por quatro bolas a uma o SV
Rümlang.
Com o nível de dificuldade a aumentar
na quarta ronda contra
o FC Republika Srpska a equipa
lusa passou pela margem mínima
de um golo, com o resultado a ficar
em 3-4 a sorrir para o Centro.
Já nos quartos-de-final contra o
Team Herrliberg-Küsnacht apos
empate de 1-1, o Centro Lusitano
ganhou por 6-5 em penáltis.
No jogo da meia-final a equipa lusitana
visitou o FC Wald, a equipa
visitada chegou a vantagem através
de um penálti ainda na primeira
parte. Ao iniciar a segunda
parte o Centro chegou ao empate
também por penálti. Mesmo no
fim chegaram ao empate, o FC
Wald voltou a marcar novamente
de penálti conseguindo o 2-1.
O golo decisivo foi apontado quase
ao terminar o jogo através de
um canto à esquerda da equipa
visitada que fechou o placar em
3-1.
O treinador elogiou ainda a formação,
até pelos resultados alcançados
nesta campanha na taça: “Os
veteranos fizeram a melhor participação
na taça desde que estou
à frente da equipa.” apontou.
Maria dos Santos
A data escolhida para sinalizar os nossos tão
queridos Santos Populares, foi o vinte e cinco
de Junho de 2022.
Com cerca de 500 pessoas a usufruir de um
espaço decorado para este evento, a alegria
foi palavra passe para quem se dirigiu à Tertúlia.
Sardinha assada vinda de Viseu fez a delícia
dos presentes, foi o prato principal da nossa
festa. Ao dispor estavam também outros
pratos típicos, como o bacalhau e variadas
sobremesas.
O som e animação musical estiveram ao cuidado
de Miguel Correia Cantor que vive na
província de Luzerna e é natural de Viseu.
Chegou à Suíça no ano 2000.
Foi a sua saudosa avó que lhe passou o gosto
pela música. Há oito anos com uma promissora
carreia a solo, canta com uma energia
sem fim, pôs todos a dançarem enquanto
esperávamos ansiosos pela Banda Augusto
Canário.
O Rancho Terras de Portugal também dançou
pela segunda vez depois de dois anos
em modo „ paragem“ e foi todo um viver de
boas recordações. Rituais que se têm que
adquirir novamente e a palavra que todos
utilizaram foi, que Saudades.
Os Bombos de Amarante, mostraram serem
únicos e realizaram uma demonstração espectacular,
apesar do calor que se fazia sentir
em Lenzburg.
Foi com muita satisfação que vi a presença,
do Rancho de Aarburg, Arbon, Wetzikon e se
estiveram outros, peço desculpa em não os
mencionar, mas não consegui ver todas as
pessoas no meio da vasta multidão. Marcou
presença também o ex-presidente da Casa
do Benfica de Lenzburg.
O momento da entrada em Palco da Banda
Augusto Canário, foi épica. Para além de todos,
estarem com saudades deste ambiente
de festa, este grupo consegue sempre chegar
ao público de uma forma excepcional.
Foi assim que voltamos a reunir a Comunidade
Portuguesa, graças ao nosso Santo António,
S. João e S. Pedro.
Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu
S. Pedro decidiu regar a festa, com
uma trovoada passageira, mas não
foi motivo para a festa terminar. No
interior do G.D.C.P.L., Tertúlia a música
continuou para os que decidiram
ficar. Foi assim que se viveram
momentos dos “Fados à Desgarrada”
deixando todos num ápice satisfeitos.
Esperemos voltar à tão desejada
normalidade e que em conjunto
possamos continuar a ter a Comunidade
unida em prol da nossa tão
vinculada cultura Portuguesa.
13
CRÓNICA
CRÓNICA
Como um
Governo PS
gera um SNS
quase tísico
COSTA GUIMARÃES (*)
Com a saúde não se brinca — diz o
povo na sua centenária sabedoria.
No entanto, os políticos continuam
a divertir-se com ela, a saúde. Desde
que António Costa tomou posse
como primeiro-ministro em 2015,
mais um milhão de portugueses adquiriu
seguros de saúde para engordar
o sector privado.
O PCP e BE acusaram o Governo socialista
de desinvestir no Serviço Nacional
de Saúde (SNS) e de apresentar
soluções sem substância para os problemas,
mas PSD, Chega e IL responsabilizam
os comunistas e bloquistas
pela degradação. Enquanto andamos
neste baile de palavras, quem não
gosta desta dança é o povo que desespera
em algumas regiões do país, por
cuidados de Saúde que a Constituição
da República Portuguesa consagra.
A saúde pública em Portugal é gratuita;
a saúde privada é paga. Hoje todos
sabem que há mais de três milhões de
portugueses a pagar seguros de saúde
(e mais 1,2 milhões com ADSE), quando
o SNS é à borla. De um lado, um
serviço gratuito. Do outro, um serviço
pago com língua de palmo... Por que
é que três milhões de pessoas correm
para o serviço pago? Porque nos últimos
anos o SNS perdeu qualidade e
assemelha-se ao sistema da Justiça —
o outro cancro do país: responde tarde
e mal.
É por estas maleitas do SNS que há
já quem jure a pés juntos que o melhor
aliado dos lautos negócios da
saúde privada é o PS e o seu Governo.
O tempo dirá se não é um exagero. É
um acto de alta traição ao seu criador,
António Arnaut.
Uns apontam para a decadência do
SNS [Serviço Nacional de Saúde] durante
os anos de governação socialista,
mas podem ser contrariados pelos dados
do último relatório do Observatório
Português dos Sistemas de Saúde
(OPSS). “Aumentou significativamente
a despesa mas diminuiu a eficiência
e as horas de trabalho, apesar de ter
aumentado em mais de 30 mil o número
dos prestadores de cuidados de
saúde no SNS nesse período”, destaca
o documento (cf. HYPERLINK “https://www.opssaude.pt/wp-content/
uploads/2022/06/RELATORIOPRIMA-
VERA-2022.pdf”https://www.opssaude.pt/wp-content/uploads/2022/06/
RELATORIOPRIMAVERA-2022.pdf).
De acordo com este “Relatório de Primavera
2022” do Observatório Português
dos Sistemas de Saúde (OPSS),
apresentado no dia 21 de junho, verifica-se
“um aumento constante dos
profissionais a trabalhar no SNS” desde
2016. Importa aqui recordar que
o primeiro Governo liderado por António
Costa, do PS, tomou posse em
novembro de 2015.
“De facto, o aumento foi de mais de
30.000 profissionais entre março 2016
e março 2022”, sublinha-se no referido
documento.
“Este aumento tem sido a principal
fonte de crescimento da despesa do
SNS. Entre 2016 e 2021, as despesas
têm aumentado de 9.130 para 12.386
milhões de euros, sendo que 42% têm
sido causados pelo aumento da despesa
com recursos humanos (1.353
milhões), proporção muito superior
àquela devida à aquisição de medicamentos
e dispositivos (733 milhões,
23%)”, apurou o OPSS.
“Além do aumento dos profissionais,
outras alterações legislativas têm provocado
o aumento da despesa, como
a recuperação dos valores pagos pelas
horas extraordinárias, que tinham sido
cortados durante a Grande Recessão e
o período de austeridade subsequente
(os anos da Troika), a recuperação
salarial depois dos cortes ocorridos no
mesmo período, e o lento descongelamento
das carreiras”, acrescenta. “Por
outro lado, outras medidas têm levado
à necessidade de contratação de
profissionais, como a passagem para
as 35 horas no caso dos enfermeiros,
ou a limitação das horas de urgência
dos médicos com mais de 55 anos”.
Na produtividade ou “eficiência”, o relatório
comprova a “diminuição contínua
da produtividade e aumento
contínuo do custo médio. O aumento
de profissionais não se tem traduzido
numa melhoria proporcional dos serviços
prestados, crescendo em paralelo
os custos dos mesmos.
E A PRODUTIVIDADE?
O aumento do número de horas também
não se traduziu num aumento
proporcional da atividade” (cf. https://
poligrafo.sapo.pt/fact-check/despesa-
-e-numero-de-profissionais-do-sns-aumentaram-desde-2016-mas-produtividade-baixou-sim-indica-relatorio-do-
-opss).
Sabe-se que o aumento substancial
das horas extraordinárias durante este
período passou de 11,2 milhões para
21,9 milhões entre 2016 e 2021, com
um aumento particularmente acentuado
de mais de quatro milhões de
horas em 2021”.
Em 2020 e 2021, a produtividade diminuiu
porque as equipas centraram-se
no tratamento dos doentes Covid-19,
adiando ou cancelando uma série de
actividades previstas, nomeadamente
consultas e cirurgias”.
A segunda explicação é o aumento do
absentismo. Entre 2015 e 2019, a taxa
de absentismo aumentou de 11,2 para
12,4% e, durante a pandemia, chegou
a aumentar mais de 20% (em 2020)”.
A explicação, não independente da
segunda, é a concorrência do sector
privado. (…) Esta concorrência reforçada
do setor privado, e a constante
saída de profissionais do SNS, poderá
ter contribuído para uma excessiva
rotatividade e para a destruição das
equipas”.
QUE FAZER?
Apesar destes números, a opinião dominante
assegura que o
SNS está a ficar tísico. O SNS está mal
desenhado, capturado por interesses e
é ingovernável. Que fazer?
Com a falência iminente do SNS, vai
uma vez mais corrigir-se a falta de planeamento
com dinheiro. Vamos despejar
dinheiro para o sistema para fazer
à pressa o que não se quis fazer de
forma ponderada? É esta a verdadeira
questão?
Precisamos de um serviço de saúde
universal e sem restrições de acesso,
nomeadamente sem barreiras financeiras
que não pode conjugar-se com.
um sistema de saúde sem planeamento
ou controlo e com indicação de gastos
ilimitados.
O Estatuto do Serviço Nacional de Saúde
(SNS), uma das peças que dará seguimento
à Lei de Bases da Saúde, vai
a Conselho de Ministros no início de
julho. E uma das medidas é a criação
de uma direção executiva do serviço à
parte do Ministério da Saúde.
Essa será uma das soluções para melhor
gestão e articulação dos meios do
SNS e afastar políticos dos problemas
de gestão e coordenação de meios,
como aconteceu nas ultimas semanas
com as falhas que levaram ao encerramento
não coordenado de urgências
obstétricas.
O PRR oferece uma parte de resposta
porque tem uma verba de 1,3 mil milhões
de euros, destinados à reforma
dos cuidados de saúde primários, dos
cuidados de saúde mental e do modelo
de governação dos hospitais públicos.
Se há quem defenda alterações nas
ARS ou até a sua extinção, também há
quem lembre que no Porto não existem
problemas de coordenação de
serviços e que ali a reforma nas urgências
já foi feita. Por isso, a solução pode
ser tão simples quanto “copiar” o Porto
(cf. Expresso, 23.06.2022).
Vamos a tempo? Aguardemos pelas
medidas que o Governo anuncia este
mês.
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar
e Director do jornal Correio do
Minho.
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CRÓNICA
As guerras esquecidas:
onde se cheira a pobreza
“Vamos para as ruas às vezes todas as noites. Vamos
para as ruas e tentamos ver onde vivem, trabalham e
dormem. Vamos lá e cheiramos a pobreza. Vemos o lixo
nas ruas, os ratos, os mesmos que mordem os pés das
crianças enquanto elas dormem na zona do mercado”.
O Pe. Jorge Mario Crisafulli, director do Centro Dom Bosco, em Freetown
COSTA GUIMARÃES (*)
Toda a gente se mobilizou para
ajudar os ucranianos, agredidos
em sua casa pela Federação Russa,
desde 24 de Fevereiro. Inúmeras
campanhas se desencadearam,
sob os holofotes das televiões, para
socorrer os milhões de ucranianos
obrigados a fugir das suas casas e
deixando para trás vidas despedaçadas.
Mas existem outras guerras esquecidas
pela comunicação social
e corre-se o risco deste desprezo
acontecer coma Ucrânia, dentro
de alguns meses.
As 10 crises de refugiados “mais
esquecidas” do mundo estão em
África, afirma o Concelho Norueguês
dos Refugiados (NRC) num
relatório publicado no primeiro dia
de Junho, no qual expressa preocupação
com as consequências da
guerra na Ucrânia para o continente
africano.
O NRC, uma organização não-governamental
(ONG), publica uma
lista anual das 10 “crises de refugiados
mais esquecidas” com base
em três critérios: falta de vontade
política da comunidade internacional
para encontrar soluções,
falta de cobertura da imprensa e
falta de financiamento para as necessidades
humanitárias.
A classificação de 2021 “reflete o
fracasso crónico das autoridades
políticas, dos doadores e dos meios
de comunicação no momento de
abordar os conflitos e o sofrimento
humano neste continente”, afirmou
o secretário-geral do NRC,
Jan Egeland, em comunicado.
É o caso do Congo a sofrer uma
luta armada entre tribos do país,
na sequência da intensificação dos
combates entre as FARDC (Forças
Armadas da RD Congo) e os rebeldes
M23, que está a causar tantas
perdas de vidas humanas de ambos
os lados.
Estes conflitos em Rutshuru e Nyiragongo,
na região norte, levaram
mais de 50 mil pessoas a ter de fugir
das suas casas por causa da violência,
a apenas dez quilómetros
da fronteira ugandesa.
Estes episódios são apenas mais
dois de uma lista infindável de
confrontos que a República Democrática
do Congo tem sofrido, com
diferentes graus de intensidade e
em diversas zonas do país, nos últimos
60 anos. E que têm vitimado,
sobretudo, as populações mais
pobres. São sessenta anos de destruição
e morte esquecidos pela
comunidade internacional
O povo congolês, que sofreu demasiado
e cujas lágrimas correm
constantemente devido aos conflitos
de interesses partidários, mobilizava-se
para acolher o Papa Francisco.
O pesadelo da guerra dura há demasiado
tempo, mesmo sabendo
que as armas nunca foram uma
solução eficaz para as queixas,
nem mesmo as políticas.
Milhares de mortos, violações de
direitos humanos, guerra de milícias.
Apesar de graves, os conflitos
que assolaram países como Iêmen,
República Democrática do Congo,
Somália e Sudão do Sul em 2017
permaneceram “esquecidos” pela
opinião pública, e relativamente à
margem do debate na comunidade
internacional.
Mas há muito mais.
No Iémen, por exemplo, a população
está totalmente bloqueada no
território — apesar dos protestos
de organismos internacionais — e o
acesso dos media é muito difícil, e
pouco se sabe sobre o que acontece
no país.
Os números são chocantes: mais
de 233 mil mortos e 2,3 milhões
de crianças em desnutrição aguda.
Falta água potável e atendimento
médico à população.
A Organização das Nações Unidas
(ONU) classifica o Iémen como
a pior situação humanitária do
mundo.
A Somália vive em estado de guerra
e caos desde a década de 1990,
e pouco tem sido feito pela comunidade
internacional para melhorar
a situação do país. Já no Sudão
do Sul, desde o ano passado, um
frágil acordo de paz alcançado
entre os dois lados do conflito é
regularmente desrespeitado, submetendo
sua população à fome e
à insegurança.
No Iémen o conflito arrasta-se desde
2015, deixou pelo menos cinco
mil civis mortos, incluindo 1.120
© Síria - Unicef Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu
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Nos últimos meses, os conflitos entre grupos rebeldes
e forças de segurança deixaram centenas de
mortos no leste do país. Já na província de Kasai, na
região central da RDC, combates entre milícias e forças
de segurança deixaram 3.383 mortos de outubro
de 2016 até junho deste ano, segundo estimativas da
igreja católica.
respondem aos interesses de um clã determinado e
grupos armados.
Além de praticarem ataques terroristas como o que
matou mais de 350 pessoas em outubro, em Mogadíscio,
os jihadistas também impedem o acesso de
grupos humanitários, o que agrava a fome no país,
atingido ainda por uma forte seca.
A situação na RDC também faz com que a ONU mantenha
sua maior e mais cara missão de paz do mundo
no país, com cerca de dezanove mil capacetes
azuis. No começo de dezembro, um ataque matou
pelo menos 14 soldados da missão, perto da fronteira
com Uganda.
Em fevereiro, o governo decretou catástrofe nacional
e a Unicef estimou que 270 mil estavam em estágio
de desnutrição grave. Mais de 950 mil crianças menores
de cinco anos sofrem desnutrição aguda, das
quais 185 mil morreriam se não recebessem tratamento
médico imediato este ano.
© Unicef
crianças, e mais de 8.500 feridos, de acordo com dados
do Alto Comissariado da ONU para os Direitos
Humanos.
De um lado da guerra estão os houthis, rebeldes xiitas
apoiados pelo Irão. Do outro lado, a Arábia Saudita
lidera uma aliança árabe para conter o avanço dos
houthis, e conta com o apoio dos Estados Unidos. Há
também outros actores envolvidos no conflito como
tribos sunitas, a Al-Qaeda e até o Estado Islâmico.
A tensão começou a se acirrar na Primavera Árabe,
em 2011, quando os houthis participaram de protestos
contra o então presidente e se aproveitaram de
um vácuo no poder para expandir seu controlo de
algumas regiões do país.
Em setembro de 2014 os houthis conquistaram a capital,
Sanaa, e o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi
foi forçado a fugir para outra cidade do Iémen e depois
para a Arábia Saudita. Os houthis dissolveram
o Parlamento e formaram um conselho presidencial
para governar.
Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar
uma aliança árabe para conter o avanço dos houthis.
A aliança tem o apoio dos Estados Unidos e faz bombardeamentos
aéreos constantes às áreas dominadas
pelos rebeldes.
Em dezembro de 2017, o ex-presidente Ali Abdullah
Saleh foi morto enquanto tentava deixar a capital
do país, Sanaa. Saleh, que abandonou a presidência
do país em 2012, foi aliado dos houthis durante três
anos na guerra civil. Ele rompera com o grupo poucos
dias antes de morrer.
Segundo a ONU e a Anistia Internacional, uma série
de violações de direitos humanos são perpetradas
no conflito e a situação humanitária deteriora-se rapidamente.
Entre os abusos denunciados pelas organizações
estão o bombardeamento de hospitais,
escolas e áreas residenciais e o recrutamento de
crianças soldados.
Cálculos da ONU estimam que três milhões de pessoas
deixaram as suas casas, sete milhões de pessoas
passam fome e cerca 80% da população precisa de
ajuda humanitária.
Na República Democrática do Congo, a situação de
insegurança e instabilidade política no país tornou-
-se mais exacerbada no final do ano passado, quando
o presidente Joseph Kabila se recusou a deixar o
poder mesmo depois de cumprir dois mandatos – o
previsto pela Constituição – que terminaram em Dezembro
de 2016.
Pelo menos 70 grupos armados atuam na região leste
do país e aproveitam lacunas deixadas pelo governo
para controlar diversas comunidades, de acordo
com a organização americana Council of Foreign Relations.
Visitemos agora o país mais jovem do mundo, independente
desde 2011, que está em guerra civil desde
dezembro de 2013, apesar de um cessão fogo ambíguo
assinado em 23 de dezembro de 2021.
O conflito armado no Sudão do Sul começou quando
o presidente Salva Kiir (de etnia dinka) acusou o ex-vice-presidente
Riak Machar (da tribo rival nuer) de ter
orquestrado um golpe de Estado. Diferentes milícias
se uniram a cada um dos lados, com confrontos marcados
por massacres de caráter étnico.
Apesar de ambas partes terem assinado um acordo
de paz em agosto de 2015, o conflito foi retomado
em julho de 2016, deixando milhares de mortos e milhões
de deslocados.
A fome também é um problema crónico do Sudão
do Sul: seis milhões de habitantes, metade dos habitantes,
dependem de ajuda humanitária para se alimentar
e pelo menos 100 mil passam fome, segundo
a ONU.
Desde o começo dos combates, cerca de 50 mil pessoas
morreram, e o conflito fez com que mais de 1,5
milhão de pessoas fugissem do país, transformando
o Sudão do Sul “na maior crise de refugiados da África”
e “na terceira do mundo” atrás de Síria e Afeganistão,
segundo a Acnur, só suplantadas agora com a
guerra na Ucrânia.
De acordo com a organização Human Rights Watch,
grandes partes de cidades importantes e áreas
essenciais da infraestrutura do país – como clínicas,
hospitais e escolas – foram pilhadas, destruídas e
abandonadas. A organização também aponta para
abusos por parte do governo, incluindo prisões arbitrárias
de políticos, jornalistas e membros da sociedade
civil.
A Somália integra uma lista com dez países onde
ocorrem 75% de todos os ataques terroristas no
mundo, ao lado de Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão,
Filipinas, Turquia, Nigéria, Iémen e Síria.
O país vive em estado de guerra e caos desde 1991,
quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado,
deixando o país sem um governo efectivo e em mãos
de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que
De acordo com o Programa de Desenvolvimento das
Nações Unidas, 35 mil pessoas foram mortas pelo
Boko Haram desde o começo do conflito – em 2009
– apenas na Nigéria, e dois milhões deixaram suas
casas na Nigéria e nos Camarões.
Dados do Unicef também dão conta de que nos três
primeiros meses de 2017, pelo menos 27 crianças foram
usadas pelo grupo para perpetrar ataques suicidas.
Desde 2014, foram 117 crianças. O Boko Haram
também promove diversos atentados suicidas, contra
civis.
Em 2014, os terroristas invadiram uma escola em Chibok,
no estado nigeriano de Borno, e sequestraram
276 meninas que se preparavam para fazer suas provas.
Este caso, sim, teve grande repercussão internacional
à época mas pouco mais (cf. https://www.bbc.
com/portuguese/internacional-60690640).
Um pouco acima da República do Congo, temos a
Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo.
Durante 11 anos viveu uma terrível guerra civil e, depois,
como se isso não tivesse bastado, veio a epidemia
do Ébola. Mas os mais pobres de todos são
as crianças. Nas ruas da capital, Freetown, há quem
tente resgatar raparigas e rapazes que vivem abandonados,
oferecendo-lhes uma vida onde possam
aprender a sorrir.
“Fui viver para a rua. Havia muitas meninas a viver na
rua. Roubavam, prostituíam-se a troco de dinheiro,
mendigavam e faziam muitas outras coisas. Algumas
morreram, outras estão hospitalizadas, outras apanharam
doenças e outras estão na prisão.”
Victoria é apenas uma das muitas raparigas que andam
dia e noite pelas ruas de Freetown, a capital da
Serra Leoa.
Quando as armas se calaram, em 2002, terão perdido
a vida milhares de pessoas. Há quem fale em cerca
de 200 mil. E causou ainda mais de dois milhões de
deslocados.
Depois, veio a epidemia de Ébola, entre 2014 e 2016,
que ceifou a vida cerca de quatro mil pessoas e deixou
mais de doze mil órfãos.
Metade da população deste país tem menos de dois
euros por dia para sobreviver. Mas talvez os mais pobres
de todos os pobres sejam as crianças.
As crianças que foram obrigadas a combater na guer-
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© janeb13
“A guerra na Síria assinala mais um marco vergonhoso”,
disse a directora executiva do UNICEF, Henrietta
Fore, que esteve na Síria na semana passada. “Quando
o conflito entra no seu décimo segundo ano, milhões
de crianças entram na segunda década de vida,
cercadas por guerra, violência, morte e deslocamento.
A necessidade de paz nunca foi tão urgente” (cf. https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/quase-5-milhoes-de-criancas-nasceram-durante-
-guerra-na-siria).
De acordo com dados, de 2014 até
2019:
Mais de nove mil crianças foram mortas ou feridas no
conflito;
Cerca de cinco mil crianças – algumas com apenas 7
anos – foram recrutadas para a luta;
Quase mil instalações médicas e de educação foram
atacadas.
No noroeste da Síria, mais de 960 mil pessoas, incluindo
mais de 575 mil crianças, foram deslocadas desde
1.º de dezembro de 2019.
Os impactos mais extensos de uma década de conflito
incluem:
Duas em cada cinco escolas não podem ser usadas
porque estão destruídas, danificadas, abrigando famílias
deslocadas ou usadas para fins militares;
Mais da metade de todas as unidades de saúde não
está em condições de funcionar;
Mais de 2,8 milhões de crianças estão fora da escola
na Síria e nos países vizinhos;
Mais de dois terços das crianças com deficiência física
ou mental necessitam de serviços especializados indisponíveis
em sua área;
Os preços dos bens básicos aumentaram 20 vezes
desde o início da guerra.
Apenas no ano passado, a UNICEF
conseguiu alcançar:
Quase 750 mil crianças com imunização ou vacinação
de rotina contra o sarampo;
Mais de um milhão de crianças com apoio psicossocial;
Quase três milhões de crianças com educação formal
e não formal;
Mais de 5,3 milhões de pessoas com água potável por
meio de melhorias nos sistemas de abastecimento de
água;
Quase dois milhões de pessoas com instalações de
água, saneamento e higiene e serviços de saneamento.
A UNICEF precisa de 682 milhões de dólares por ano
para manter esses programas que salvam vidas, mas
o financiamento é curto.
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar e
Director do jornal Correio do Minho.
ra, as crianças que vivem agora nas ruas, as crianças
que, para sobreviver, até têm de se prostituir.
O Pe. Jorge Mario Crisafulli conhece o nome de quase
todas elas. Ele é o director do Centro Dom Bosco.
“Encontrámos nas ruas meninas de 9 anos que estavam
a prostituir-se para sobreviver, não porque queiram,
mas porque foram forçadas a fazê-lo.”
As ruas da capital da Serra Leoa são o retrato da pobreza
do país. O Pe. Jorge, argentino, é responsável
por diversos projectos de apoio para estes menores
que vivem nas ruas. Um trabalho que pode fazer a
diferença entre a vida e a morte de dezenas de jovens
e crianças. É a Igreja de mangas arregaçadas, ao
lado dos que mais sofrem, de pessoas concretas, em
necessidade (cf. www.fundacao-ais.pt).
Cheirar a pobreza
Cada uma destas crianças, traz consigo uma história
de dor, de miséria, de sofrimento e de abandono.
Muitos dos jovens que vivem hoje nas ruas da capital
da Serra Leoa foram soldados nos tempos da guerra
civil. “Eu era um rapaz, tinha 9 anos. Vivia com a minha
família. Os rebeldes atacaram a minha aldeia,
levaram-me para as tendas. Fui treinado para lutar
como criança-soldado durante a guerra.”
Saidu é um jovem adulto. Nunca o deixaram ser
criança. Muito cedo na vida, puseram-lhe uma arma
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nas mãos, e não um caderno e um lápis. Mandaram-
-no para o meio do mato para matar e não para a
escola para aprender.
O Pe. Jorge Mario Crisafulli é uma espécie de anjo da
guarda destas crianças tristes.
“Vamos para as ruas às vezes todas as noites. Vamos
para as ruas e tentamos ver onde vivem, trabalham
e dormem. Vamos lá e cheiramos a pobreza. Vemos
o lixo nas ruas, os ratos, os mesmos que mordem os
pés das crianças enquanto elas dormem na zona
do mercado. E isto mexe com o nosso coração”, diz-
-nos. “Não podemos ficar indiferentes…” Nas ruas de
Freetown, a capital da Serra Leoa, há quem, como o
padre Jorge, tente resgatar as raparigas e os rapazes
que vivem abandonados, oferecendo-lhes uma vida
onde possam aprender a sorrir.
(Cf. www.fundacao-ais.pt)
Síria em números que são pessoas
Cerca de 4,8 milhões de crianças nasceram na Síria
desde o início do conflito, inze anos atrás. Um milhão
nasceram como refugiadas nos países vizinhos. Elas
continuam a enfrentar as consequências devastadoras
de uma guerra brutal.
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© slums
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Crónica - “Do Nosso Cantinho para o Vosso Cantão”
Olharam uns para os outros e tardou
que alguém mais afoito, rompesse o
silêncio húmido e abafado e dissesse:
- Uma foto companheiros, ânimo, chegámos
a Timor.
Aragonez Marques (*)
A personagem da história é o segundo a contar de cima à esquerda. Chegou com 138 Kg, conforme é referido na crónica e
regressou a Portugal com menos de 100, cinco anos depois.
PRIMEIRO DIA COMO
IMIGRANTE
Continuo com os tratamentos diários, mas não quero
deixar de colaborar com o Lusitano, muito mais
quando este ano faz três em que estive em Zurique,
no Dia de Portugal onde fui recebido com tanto carinho
por essa comunidade.
Deixo-vos assim mais um extrato de “O Que Foste Lá
Fazer?”, até que consiga vencer este traidor que se
atreveu a ter-me escolhido como inimigo numa luta
de vida e morte. Pouca sorte teve na escolha. Acabarei
com ele!
Aragonez Marques
Se os dragões existissem, diria que um,
enorme, gigante mesmo, boca e narinas
dilatadas, vivia sobre o monte Ramelau
e que àquela hora, sempre a mesma em
que chegava um avião, tentava mandar para trás
quem se atrevia a invadir a sua ilha, com enormes
baforadas de hálito quente.
Esta foi a primeira sensação que Carlos Novais
teve quando baixou as escadas íngremes encostadas
ao avião acabado de chegar ao Aeroporto
Internacional Nicolau Lobato.
Juntou-se ao grupo de colegas que embarcaram
nesta aventura e se iam reunindo na pista.
Saíram sorrisos como abraços em grupo
para a câmara.
Tinham deixado Portugal dia 19 e chegado
a Timor-Leste às 13.45 (hora local)
do dia 23 de Maio.
Engoliram horas.
Noites e dias estavam às avessas como
estavam os corpos e os pensamentos.
Saíram juntos do aeroporto.
Lá fora aguardavam-nos outros colegas
que já viviam essa experiência há mais
tempo.
Para além dos amigos que alguns lá tinham,
Novais tinha o abraço da Maria
e do Alberto, esperavam-nos também
as coordenadoras gerais do projeto, a
Coordenadora Portuguesa e a Timorense
e com elas, os treze coordenadores
das treze escolas, uma por distrito, nesta
teia organizada para reiniciar o acesso
à Língua Portuguesa e que, funcionava
como os tentáculos de um polvo,
cuja cabeça bicéfala estava em Díli.
Cada escola tinha uma carrinha com
motorista e os professores foram distribuídos
por elas e levados para alojamentos
provisórios na capital.
Carlos Novais, um dos quatro homens
que chegaram, foi levado para um hotel,
de onde se via o mar, esse seu mar
que tanto lhe seria companheiro durante
a sua estadia na Ilha.
As colegas, ficaram em casas, uma zona
fechada chamada Vila Verde e que Carlos
Novais não recorda bem.
Recorda-se, isso sim do seu hotel.
Hotel Novo Horizonte, porque os horizontes
podem ser novos, entre o centro
de Díli e a praia da Areia Branca.
Até chegar ali, tinha feito uma curva
nas condições que subiam e baixavam
consoante as escalas.
Partira do seu distrito, Portalegre, às
seis horas da manhã do dia dezanove,
e a partir daí, tinha tocado movimentos
em Lisboa, Madrid, Doha e Bali.
Em Doha sentiu o primeiro rugir da
diferença, com mulheres apenas com
olhos e homens todos de branco.
Em Bali, respirou a Ásia.
Ficou num hotel majestoso e sentiu o
poder do dólar.
Pagou com eles as refeições, onde as
rupias, apesar de muitas para valerem
mais, continuam a ser pobres envergonhadas
de pouco valor.
Uma refeição no hotel andava pelos
quatro dólares.
Carlos Novais comparou mentalmente
com o euro... Mas isto seriam, ora bem,
o quê? Só? Três euros e vinte, menos
de um maço de cigarros? Um hotel de
luxo destes? Não conseguiu deixar de
pensar que a Europa não ia por bom
caminho.
Timor, tem a Austrália como guia e a
Austrália, tem como rainha, a mais antiga
monarquia europeia, consciente
disso, tenta manter laços com os países
vizinhos, mesmo com a sua velha inimiga
Indonésia e agarra-se à CPLP para
manter a sua identidade histórica.
Mas regressemos à primeira noite com
oito horas de diferença de Lisboa, agora,
ou nove, quando Lisboa anda ao
sabor da mudança dos ponteiros, um
passo para o lado, outro para o outro,
numa valsa dançada pela luz.
Carlos Novais, chega ao hotel Novo Horizonte,
dão-lhe um quarto, uma chave
e um código de internet.
Coloca as duas malas e o saco de mão
no chão, tira o portátil, liga-o e começa
a chamar a família.
Tinham-se passado tantas coisas novas
em tão pouco tempo que lhe parecia
ter saído de casa há uma eternidade.
Como sempre, o melhor tinha deixado
lá e não se referia só à família e aos
amigos, trouxe o seu telefone velhinho,
o computador sem autonomia de bateria,
roupa q.b. como o sal, nem a viola,
nada, o que cozinhasse na sua vida
a partir desse momento, seria com os
seus recursos e com os ingredientes de
lá.
Não se preocupou por isso com os vinte
e sete quilos de limite de bagagem, a
dor de cabeça das companheiras.
Ele e só ele estavam ali, nessa primeira
noite, e o computador sem câmara, só
podia escrever, não podia ver ninguém:
- Sou eu !!
-Papá, Papá!
- Então como estão?
- Vimos a tua viagem pela Net, seguimos
a rota do avião.
CRÓNICA
Modernices destes tempos, uma das
que Carlos Novais sabia ter como deficiência.
- Quem está aí?
- Todas!!
E estavam, mulher e filhas, as pequenas
e as maiores que foram apoiar este
momento que também para elas não
deveria estar a ser fácil.
- Não morri, caramba. Só saí de casa
por uns tempos.
Carlos Novais tentava inventar coisas
para lhes dizer, a cabeça estava branca
como as vestes dos homens de Doha.
- Tu estás bem?
- Na maior!!
Nessa altura e enquanto escrevia, chorava,
e ainda bem que o não viam para
evitar o gozo das filhas, “andas muito
chorão” e andava.
Antes de ir, chorava por tudo e por
nada, não era berraria, não pensem, era
assim, comovia-se e pronto.
Comovia-se com tudo, com as palavras
que ouvia, com os livros que lia, sobretudo
se falassem de crianças ou de velhos,
mas reconhecia que ultimamente
a coisa se tinha complicado e já torcia
o beiço, com um filme, com a televisão
e até com as telenovelas que dizia não
ver, mas que espreitava.
- Andas aí?
- Sim, estou.
- Então já viste algum crocodilo?
A mulher de Carlos, culpada com a
amiga Lurdes com quem aprendia receitas
novas, do seu elevado peso que
o fez não ter cinto suficiente no último
voo entre Bali e Timor escreveu:
- Que comeste?
- Coisas do avião.
Carlos, ao olhar para os seus cento e
trinta e oito quilos e lembrando-se do
pormenor de no voo que o deixou em
Díli não ter tido cinto suficiente para o
apertar e proteger, acrescentou:
- Olha amor, estou entregue a mim
mesmo. Estou em Timor-Leste, a dezassete
mil quilómetros de casa onde
aterrei sem cinto de segurança.
Mal sabia Carlos Novais que muitas outras
vezes iria sentir a falta desse cinto.
-Então? Então? Carlos estás aí?
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CRÓNICA
Não tinha ficado sem Net, conforme
lhes foi dito durante as conversas preliminares
com o ministério, foi sem luz
e só três horas depois conseguiu ligar
de novo o computador onde uma fileira
de preocupações estava escrita em
monólogo:
- Carlos estás bem?
- Carlos porque não escreves?
- Passa-se alguma coisa?
Carlos respondeu de imediato:
- Está tudo bem, fiquei sem luz.
Em desabafo em tom depreciativo, a
mulher escreveu:
- Pronto, já estás em Timor…
Carlos esperou um pouco e respondeu:
- O problema não é de Timor, é ainda
de Portugal, onde com os roubos nos
ordenados, os congelamentos de salários
e tudo aquilo que sabes na pele,
não dá hipóteses a que um professor
possa ter um computador em condições,
que não tenha que estar ligado à
luz, por velho e muito uso ao seu serviço,
tenha ainda que sair do país que é
seu… e, caramba!!!
Judite, esposa:
- Não te metas em política Carlos, dá-
-me tanto medo que sejas assim.
Para Carlos Novais, a conversa estava
terminada, não sabia era como o fazer.
Irritava-o a passividade dos portugueses,
os medos, as permissões, a última
greve de professores em que em todo
o agrupamento de escolas a que pertencia,
só ele como um tonto perdeu
24
o dia de trabalho, surpreendido por
todos os colegas que se manifestavam
contra a política desgraçada do governo
se terem perfilado religiosamente
na escola, como cordeiros silenciosos.
A diretora pela manhã telefonou-lhe:
- Olha, as auxiliares fazem greve, não
vai haver aulas, anda que não perdes
o dia.
Não queria acreditar no que ouvia,
montarem-se sobre as pobres auxiliares
educativas que ganhavam quinhentos
euros por mês.
Tinha mesmo que sair, para longe,
nada fazia sentido, o país estava falso,
vivendo de expedientes.
Lembra-se de ter chegado à escola no
outro dia e dizer às colegas:
- A partir de hoje falem comigo de novelas,
do festival da canção, da Bárbara
Guimarães e das nódoas negras, mas
não se atrevam a dizer mal da escola,
do ministro ou do governo, que eu não
discuto mais esse tema convosco.
Decidiu nesse dia colocar mar e terra
sobre ele e o país.
- Olha estão a chamar-nos para jantar.
Não estavam.
- Está bem, quando voltas a falar?
- Não sei, quando puder.
- E como sei quando podes?
- Dou-te um toque de telemóvel. Não
atendas que deve ser caro e vai para o
computador.
- Adeus amor.
- Adeus Papá.
- Papá beijinho para ti.
- Papá compra-me coisinhas.
- PAI, PAI.
- Papá, foi a pequenina que escreveu
PAI, eu ajudo a cuidar das minhas irmãs.
Carlos Novais contou as despedidas:
- Eh! Falta uma.
- Sim, a Nevita, ela também te manda
um beijo. Só vem amanhã.
Carlos Novais desligou o computador,
abriu as malas, tirou uns calções, uma
camisola e roupa interior.
Completamente suado, sentiu a água
fria do chuveiro como bênção.
Limpou-se.
Sentiu-se húmido, incómodo, e deu-se
conta que estava suado outra vez.
Entrou novamente no chuveiro.
Saiu e meteu-se debaixo do ar condicionado.
Foi assim que Carlos Novais apanhou a
primeira constipação na Ásia.
(...)
In O Que Foste lá Fazer?
Aragonez Marques
Autor escreve segundo o
Acordo Ortográfico
Pena de morte no mundo:
o vai-e-vem da decapitação
COSTA GUIMARÃES (*)
O Relatório da Amnistia Internacional
sobre a Pena de Morte no Mundo
aponta uma situação de luz e sombra
em 2021, com um aumento no
número de pessoas que morreram,
embora a frente dos países abolicionistas
cresça.
Em toda a Europa, a pena de morte
foi executada apenas na Bielorrússia
(três execuções), onde uma nova lei
sobre a pena de morte foi aprovada
este ano, para aqueles que cometem
actos de terrorismo, sem que os governantes
em Minsk tenham definido
claramente o que é “terrorismo”.
A bela notícia vem do Cazaquistão,
Papua Nova Guiné e Serra Leoa, onde
a pena de morte foi abolida no início
de 2022. Gana, Malásia e República
Centro-Africana também tomaram
medidas nesse sentido. Nos Estados
Unidos, a Virgínia tornou-se o 23.º Estado
a abolir execuções. Joe Biden
suspendeu execuções até segunda
ordem. Por isso, 2021, nos EUA, foi
o ano que teve o menor número de
execuções (11) desde 1988.
Em 2021, 579 pessoas em 18 países
foram executadas. Isso, em resumo,
é destacado pelo último relatório da
Anistia Internacional sobre a pena
capital apresentado em Berlim: houve
um aumento de 20% de sentenças
de morte – que foram executadas –
face ao ano anterior.
Devido à falta de dados oficiais, é de
supor um número maior devido aos
casos não relatados.
Os campeões da pena de morte são
oIrão (pelo menos 314); Egipto (pelo
menos 83); Arábia Saudita (65) e Síria
(pelo menos 24). Entre as nações
que prevêem a pena de morte, há
também a China, mas, devido à falta
de divulgação de dados oficiais, não
é possível quantificar o número de
execuções ocorridas.
O aumento deve-se, em particular, ao
aumento das execuções por crimes
de tráfico e consumo de drogas no
Irão.
Na Arábia Saudita, o número de execuções
conhecidas duplicou. Apesar
do aumento dos números, a tendência
internacional é de abolição da
pena de morte: um mínimo histórico
de 18 desde o início das estatísticas.
Menos de um quarto dos mortos
eram mulheres.
Existem ainda 55 Estados que mantêm
a pena de morte como sanção
penal.
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar e
Director do jornal Correio do Minho.
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25
Crónica
40.º congresso do PSD
– JUSTIÇA E POLÍTICA – uma reflexão marginal
Carlos Esperança
Luís Montenegro foi hoje entronizado
como novo líder do PSD num
conclave com raras mulheres e numerosos
notáveis da arqueologia
do partido, tendo a bênção de homens
de Belém, Marques Mendes
e Moedas, a ungi-lo.
Sem o brilho e entusiasmo da incerteza
dos congressos onde se
elegia o líder, cumpriu-se a liturgia
do partido que mais líderes gastou,
em menos tempo do que o
País leva em democracia, depois
de lhe ter sido restituída pelos militares
de Abril.
Em 2018, se a memória me não
trai, os ex-líderes parlamentares
sociais-democratas Luís Montenegro
e Hugo Soares foram constituídos
arguidos pelo alegado ‘crime
de recebimento indevido de
vantagem no caso das viagens do
Euro 2016’, tal como vários políticos
do PS que renunciaram aos
cargos governamentais.
Sem simpatia pelos políticos referidos,
não gostei da perseguição,
com bagatelas penais, quando
havia, e há, crimes graves cuja hierarquia
devia ser estabelecida pela
PGR, sem prejuízo da autonomia
dos magistrados a quem cabe a
investigação.
Inquirir um ‘crime’ feito às escâncaras,
com fotografias, horários e
locais de pernoita e repasto conhecidos,
para verem um jogo de futebol
da seleção nacional, na presunção
de que isso os corromperia,
pareceu irrelevante face à aparente
displicência com os casos dos
submarinos, da Tecnoforma ou do
desaparecimento de 3 mil milhões
de euros já depois da ruinosa decisão
da resolução do BES.
26
Aceitar que um deputado ou um
membro do Governo se deixa subornar
publicamente é pior do que
admitir que no BPN, Banif, BES e
BPP não houve subornos ocultos.
Foi chocante saber que Luís Montenegro
e Hugo Soares foram constituídos
arguidos por aceitarem
a boleia para um jogo de futebol
e nada se saber de autarcas com
provas aparentemente irrefutáveis
de faturas falsas, empresas de fachada,
contratos públicos viciados,
tráfico de influências, negócios
simulados, fraudes em subsídios,
manipulação de contas e iniciativas
fictícias cuja denúncia tem surgido
nos media ao longo dos anos.
Não duvido de que a ex-PGR quis
recolher provas, mas causa alarme
nada se saber, quatro anos depois,
já com nova PGR, quando pessoas
maldosas duvidam de quaisquer
investigações, dado o silêncio dos
jornais com acesso a todos os processos.
O País teme que, enquanto se investigaram
idas à bola, à borla, tenha
faltado tempo ou meios para
investigar autarcas ou para reabrir
o processo Tecnoforma, arquivado
pelo MP, como admitiu a anterior
PGR depois de a UE ter exigido a
devolução de 6,7 milhões de euros
da fraude que o gabinete antifraude
da Comissão Europeia garantiu
haver.
Ninguém acredita que para poupar
incómodos a Miguel Relvas,
que concedeu a verba, e ao gestor
Passos Coelho que a recebeu, a
PGR vacilasse. O futuro relicenciado
e o atual catedrático não gozavam
certamente de foro especial.
E não podem, agora, Luís Montenegro
e Hugo Soares manter-se
sob suspeita depois da relevância
que a partir de hoje assumem no
país, respetivamente presidente e
sec.-geral do PSD. Urge divulgar se
os processos estão arquivados ou
em incubação.
É preciso acabar com as suspeições
e evitar o arbítrio da Justiça
na gestão do tempo dos processos.
Quem defende a independência
dos Tribunais, condição
indispensável da democracia, não
tolera que a política seja refém da
Justiça.
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27
Turismo
CRÓNICA
Santiago de Compostela
O melhor caminho é sempre o que o nosso coração escolher…!
Manuel António (*)
Foram longos dias de ansiedade e
preparativos para fazer o “camiño”
de Santiago, e…de repente, já aconteceu,
ficando a sensação de alívio e
“dever” cumprido, mas também de
saudade.
Este caminho, foi para mim, uma espécie
de necessidade, quiçá um “chamamento“
que vinha crescendo, depois
de ter percorrido os caminhos de
Fátima, durante 18 anos e 21 peregrinações.
Foi talvez o facto, de ter assistido à
“morte” da verdadeira essência do devoto
peregrino, que, sem ajuda, e com
muito sacrifício, se metia ao caminho,
com a força e coragem proporcional à
fé que transportava no saco, que carregava
às costas.
Nos dias de hoje as peregrinações a
Fátima, tornaram-se numa “festa”, em
que os participantes “disfarçados” de
peregrinos, carregando consigo somente
o telemóvel, levam a seu lado,
atrás e à frente, todo o apoio necessário
e desnecessário, para testar as
suas capacidades físicas, em vez da
promessa que (muitos) não têm. Tenho
observado e assistido, que o peregrino
de hoje, não se consegue despegar
de preconceitos e atitudes que
dominam e proliferam na Sociedade
atual, demasiado competitiva e egocêntrica,
continuando a “reagrupar-se”
dentro de um grupo de 5 ou 6 dezenas
de pessoas, como se nele não estivessem
ou fizessem parte, partilhando o
caminho com seus pares, familiares
ou amigos, socializando-se com os
restantes, somente quando imposto
ou altamente necessário às suas conveniências.
Quero com isto dizer, que
um grupo 70 ou 80 peregrinos, o qual
se pretende que seja (mesmo) um grupo,
reparo que inevitavelmente, ele se
fragmenta em micro-grupos de 2, 4, 5
ou até 1 pessoa, que durante o trajeto
não se encontram, não falam e não
convivem com os outros elementos exteriores
aos seus grupos, juntando-se
apenas às refeições.
Eu vivi esta (des)evolução e senti a minha
vontade a querer ser proporcionalmente
inversa a essa tendência.
A raiz da minha necessidade espiritual,
não se coaduna com o imposto e os
moldes da atualidade, por isso, senti a
necessidade de ir em busca da “essência”.
Logicamente que essa, já não existe,
no sentido verdadeiro da palavra,
mas pelo menos o mais parecido possível.
Assim, tentei no ano passado, descobrir
e percorrer outros caminhos, que me
fizessem sentir alguma satisfação espiritual,
que não foi totalmente conseguido,
mas que este ano foi plenamente
concretizado com êxito, ficando com
vontade de continuar a senti-la pelo
resto da minha vida.
O “camiño” de Santiago é um caminho
milenar, com uma história e um ymisticismo
relacionados com a religião
Cristã, mais propriamente com a vida e
propósito de um dos mais ativos Apóstolos
de Jesus, conhecido hoje, como
sabemos por Santiago de Compostela.
É um “camiño” que, quem o faz, com
respeito por si, pela religião e pelos outros,
sente bastante. Essa é a sensação
com que se fica, depois de nos cruzarmos
com dezenas de outros peregrinos/
camiñeiros, que a sós ou acompanhados,
nos transmitem. A ilação que fica, é
que o mundo poderia ser bem melhor,
se nos desprendêssemos mais de coisas
vis e supérfluas, das quais não abdicamos
no nosso dia-a-dia, e que afinal
conseguimos viver bem e em paz, com
muito pouco, se a força e a união entre
semelhantes tiver um peso emocional
superior aos bens materiais. Durante
o “camiño” aprendemos a apreciar e a
respeitar raças, costumes, povos, sexos,
tendências e “credos”, que qualquer peregrino
nos possa transmitir, porque o
objetivo é comum, a aura espiritual tem
o mesmo brilho e a convicção, é mesmo
a partilha.
Ali, cada peregrino leva o apoio dentro
da sua mochila, que se sente a cada
passo dado, incutindo por isso, responsabilidade
e concentração sobre o que
nos leva a fazer esse sacrifício, mas ao
mesmo tempo, uma alegria enorme de
liberdade, aventura e convívio.
Porém os tempos atuais, com as suas
tendências, extravagâncias e alterações
de mentalidades, começam a deturpar
e desrespeitar ideologias, e a violar espaços
concebidos por uma vertente
espiritual e cultural, através dos séculos,
como está a começar a acontecer
nestes “camiños” de Santiago, no caso
concreto, Caminho Central Português,
pela via XIX Romana, em que muitas
pessoas, organizadas particularmente
e Associativamente, invadem aqueles
espaços com bicicletas, muitos deles
compostos por veredas, em que só se
pode caminhar em fila. Muitos desses
ciclistas passam a grande velocidade,
vindos por trás e passando a raspar
e (até) tocar nas mochilas, causando
imenso incómodo e transtorno a quem
caminha concentrado, e não tem um
radar, para sentir a aproximação de
uma “máquina” que deveria transitar no
asfalto, e não em caminhos pavimentados
pelos Romanos. Esse tipo de “turismo”
moderno, não se coaduna com os
caminhos e trilhos a que me refiro, concebidos
há séculos para pessoas, que
a pé ou em cima de carroças puxadas
por bestas (burros, cavalos mulas). Não
critico que cada um possa fazer o que
entenda, e que vá onde quiser, como
quiser, logicamente, mas embora esses
ciclistas se considerem igualmente
peregrinos, quem faz o caminho a pé,
vergado ao peso da mochila, que conta
cada segundo, cada quilómetro, para
poder descalçar as botas e meter os pés
em água fresca, repara que são simplesmente
desportistas, que por acaso, em
99% dos casos, não incluem qualquer
mulher nesses “raids” e que só utilizam
as mesmas veredas seculares dos peregrinos,
por vaidade e para terem público.
Esta é a minha opinião, que sei ser muito
contraditória, de quem o faz ou fez
através deste meio de transporte, mas
se não dissesse aquilo que senti durante
o caminho, não seria justo comigo
próprio.
No entanto digo e repito, que quem
quiser sentir o espírito peregrino, encontrar-se
consigo próprio, despir-se de
preconceitos e fazer uma viagem ao seu
interior , deve meter-se ao “camiño”, podendo
fazê-lo igualmente em direção
ao Santuário de Fátima, mas de uma
forma peregrina, em parceria com a sua
mochila e…. sem “romarias”!
(*) autor escreve segundo o Acordo Ortográfico
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29
Desporto
Juniores A
do Centro Lusitano de Zurique promovidos
Jorge Macieira
Os Juniores A do Centro Lusitano
de Zurique sagrou-se,
na tarde do Domingo, 19 de
Julho, campeão regional de
juniores, da época 2021/22,
graças a uma vitória por
duas bolas, numa visita ao
FC Pfäffikon, num final de
campeonato louco, onde as
equipas chegaram empatadas
com os mesmos pontos
à última jornada.
Os jovens lusitanos, que só
dependiam de si à partida
para a jornada, apesar de terem
os mesmos 21 pontos
do adversário, mas desvantagem
sobre o primeiro, que
era os pontos de disciplina–
que é o primeiro critério de
desempate – estiveram praticamente
todo o jogo no comando
da partida, assumido
a vontade de sair vitoriosos.
Após abrir o placar através
do ala esquerdo Gonçalo, assim
chegaram ao intervalo
com a vantagem de um golo.
Logo ao abrir a segunda parte
chegaram à vantagem de
duas bolas a zero, através do
capitão Nelson Alves. Quase
a seguir, os visitados ficaram
reduzidos a 10 jogadores. – e
o jogo ficou absolutamente
frenético – a partir do minuto
80' quando a equipa da casa
reduziu para a margem mínima.
Por essa altura, o Centro Lusitano
de Zurique mantinha-se
em vantagem e quase concretizando
o único resultado
que servia os objectivos lusitanos
que só poderia ser a
vitória.
Com esta vitória e o título
de campeão, passados 28
anos, os Juniores A sobem à
Youth League pela segunda
vez na história.
A equipa já há vários anos
comandada pelo "Mister" Zé
Ricardo, de escalão em escalão
de formação, que esta
época foi apoiado pelos seus
adjuntos Filipe e Tomas. Na
próxima época o ‘mister’ Zé
Ricardo assumirá a equipa
sénior do Centro Lusitano de
Zurique recém-promovida à
3.ª Liga, acompanhado pelo
Riqui, Tomas e Tiago.
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Diário de uma avó e de um neto
Retratos contados...
32
Nélson
Mateus
Alice
Vieira
©: DR
Cheira a Lisboa
V NELSON MATEUS (*)
Querida avó,
Tal como te tinha dito recentemente, inaugurei esta semana
a Exposição “Retratos Contados de Anita Guerreiro”.
É um gosto enorme ser comissário desta exposição, que
conta um pouco (pouquíssimo) do muito (muitíssimo) que
é a vida e obra da menina que nasceu com o nome Bebiana,
no Bairro do Intendente, mas desde cedo começou a
destacar-se no mundo do espectáculo, onde passou a ser
conhecida por Anita Guerreiro, nome pelo qual todos a conhecem.
Conheci-a no restaurante O Faia em 2015.
A longa conversa que tivemos, naquela que foi durante
muitos anos a sua segunda casa, marcou-me para sempre.
Naquele fim de tarde tive logo a certeza que gostaria de
fazer uma Exposição sobre a sua vida e obra. Uma carreira
cheia de tantas coisas tinha que ser partilhada
com todos em forma de Exposição.
É impossível escrever-se a história de Lisboa, sem se
falar do nome de Anita Guerreiro.
A mulher que imortalizou o nome da capital portuguesa
com a canção “Cheira Bem; Cheira a Lisboa”, a atriz, e
cantora, que esgotava todas as sessões das revistas em que
participava no saudoso Parque Mayer, no Coliseu e em outras
salas onde o público ia assistir ao Teatro de Revista.
Anita Guerreiro participou em cerca 35 séries, novelas e
sitcoms nos 3 canais generalistas. Foi madrinha da Marcha
dos Mercados durante mais do que um década. Durante
aproximadamente 25 anos, noite após noite cantou
e encantou todos os que foram ouvi-la ao Faia. A mulher
que, para além da carreia de sucesso que teve, dedicou a
sua vida aos filhos e ao marido.
Hoje vive na Casa do Artista, onde é feliz e muito bem
tratada.
A Exposição vai estar patente, até final de agosto, na
For.Ever Art Gallery, na António Augusto de Aguiar, em
lisboa. Quando vieres a Lisboa faço-te uma visita guiada
à Exposição.
Que recordações tens do Parque Mayer? Vai realizar-
-se um espectáculo em breve para celebrar o seu
centenário.
Bjs
Anita
Guerreiro
V ALICE VIEIRA (*)
Querido neto
Que bela iniciativa a tua, a de homenagear a Anita
Guerreiro.
É importante não esquecermos estas personalidades!
Em criança, nunca falhei uma revista do Parque Mayer.
Como os tios com quem eu vivia adoravam teatro, levavam-me
sempre com eles.
Eu aprendia as cantigas todas que ouvia, um palavrãozito
ou outro—depois cantava tudo em casa, para grande
desgosto das minhas velhas tias que eram senhoras
muito sérias, e que, quando assistiam às revistas, nunca
se riam, para mostrar que não percebiam nada do que
se dizia no palco.
A primeira atriz que me lembro de ver no Parque Mayer
era uma miúda pouco mais velha que eu, chamada Olinda
Dulce. Ela cantava, saltava, dançava—e eu sonhava
ser como ela.
Muitos anos depois, já eu trabalhava no “Diário de Notícias
”, escrevi um texto sobre ela.
E as pessoas ligaram-me e escreveram-me a dizer que
disparate, nunca houve uma atriz com esse nome. Até a
pessoa que mais sabia, com uma data de livros publicados
sobre teatro – sobretudo teatro de
revista- me disse categoricamente que eu estava enganada.
Cultura
Até que, semanas depois de o meu artigo ter saído, recebo
uma carta da Suíça, de uma senhora que me dizia
que eu estava certíssima, a Olinda Dulce era cunhada
dela e tinha ficado feliz por saber que alguém ainda se
lembrava dela!
Depois foi a fase da Beatriz Costa. Lembro-me dela,
muito nova, no fim do espectáculo, afastar um bocadinho
o pano e dizer “adeus, meninos, até amanhã!” Anos
mais tarde entrevistei-a muitas vezes para o ”DN”. E ela
fazia uma coisa extraordinária: mandava-me sempre
um cartão a agradecer.
Ficámos amigas até ao fim da sua vida. Muitas vezes
eu saía do DN e ia ter com ele ao Hotel Tivoli, onde ela
vivia—e ali ficávamos na conversa.
Depois veio o 25 de Abril, e a revista deixou de ter graça.
Em vez dela temos agora os grandes musicais dos meus
queridos amigos Filipe La Féria, e Irmãos Feist
Fica bem!
(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico
(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora
www.retratoscontados.pt
https://bit.ly/3dvDigl
https://bit.ly/3dvi3Li
https://bit.ly/3tyuFXN
info@retratoscontados.pt
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©: DR
33
AGENDA
Cidadania
Informações
MAPS
SEXTA-FEIRA — 1.7.
FESTIVAL LATINO-AMERICANO DE
MÚSICA (01.07-02.07 E 08.07-09.07)
Você gosta de música latino-americana?
Então que venha por ao festival
de música “Caliente!” Durante
dois barbatanas de semana, o “Kasernen-Areal”
será transformado em
um bairro sul-americano cheio de
música, dança e especialidades culinárias
da América do Sul. Apresentações
de dança e concertos convidam
você para a festa. Sexta-feira a partir
das 18:00, sábado a partir das 17:00.
O escritório da MAPS encontra-se
sorteia 6×2 passes diários por fim de
semana. Basta ligar para 044 415 65
89 ou enviar um e-mail para maps@
aoz.ch.
Zeughaushof, Kasernenareal.
Eléctrico 3/14 bis “Sihlpost” oder Autocarro
31 bis “Kanonengasse”.
www.caliente.ch
SÁBADO — 2.7.
EXCURSÃO PARA “ZÜRICHHORN”
O “Zürichhorn” é o lugar ideal para
passar dias ensolarados e noites
amenas de verão. Após uma caminhada
pela beira do lago uo uma
visita ao “Chinagarten”, você pode se
refrescar com um delicioso mergulho
sem lago. Há um parquinho para
as crianças não “Blatterwiese”. As
pessoas trazem seus alimentos para
assar e podem fazer um churrasco
na churrasqueira pública. Horário de
abertura do Chinagarten: diariamente,
das 11:00 às 19:00. Entrada livre.
Zürichhorn.
Eléctrico 2/4 oder Autocarro 33 bis
“Fröhlichstrasse”. Autocarro 912 bis
“Chinagarten”. Schiff bis “Zürichhorn
Casino”.
www.stadt-zuerich.ch
DOMINGO — 3.7.
CONCERTO NO PARQUE
Aproveite o verão sem belo “Parque
im Grüene” e descubra uma
vista fantástica do Lago Zurique e
das montanhas. Lá você encontrará
um restaurante, parquinhos para as
crianças e diversas atividades. Hoje
há um concerto no parque! Os grupos
musicais “PANchos” e “Caribas”
tocam reggae, rock e pop! Concerto:
às 14:00. Seg-dom 08:00-18:30. Entrada
livre.
Parque im Grüene. Alsenstr. 40. Rüschlikon.
Autocarro 165 ab “Bürkliplatz” bis
“Rüschlikon, Parque de mi Grüene”.
www.parkimgruene.ch
SEGUNDA-FEIRA — 4.7.
MUSEU DO RELÓGIO
A Suíça é o país dos relógios! Não
“Uhrenmuseum Beyer” em Zurique
conheça as histórias desta indústria
e aprecie relógios de colecção. Na
primeira segunda-feira do mês há
visitas guiadas em alemão, das 17:30
às 18:30. De seguida, os visitantes
tomam um aperitivo. Seg-sex 14:00-
18:00. Necessário fazer inscrição
para as visitas guiadas. CHF 10.- (CHF
5.- para universitários). Gratuito até
16 anos e para pessoas com status
de refugiado N/S/F/B.
Uhrenmuseum Beyer Zurique. Bahnhofstr.
31.
Eléctrico 2/6/7/8/9/11/13/17 bis “de
Paradeplatz”.
www.beyer-ch.com
TERÇA-FEIRA — 5.7.
JOGOS PARA CRIANÇAS
Toda terça-feira à tarde, crianças a
partir dos 4 anos brincam sem “GZ
Witikon”. Lá elas experimentam fazer
jogos em grupos e de cartas, e
conhecem outras crianças. Os pais
são bem-vindos! 15:30-17:30 Entrada
livre. GZ Witikon. Witikonerstr. 405.
O autocarro 31 bis “Loorenstrasse”.
www.gz-zh.ch
QUARTA-FEIRA — 6.7.
PASSE DAS FÉRIAS ZVV-2022
Com o “ZVV-FerienPass”, jovens entre
6 e 16 anos de idade desfrutam
de cinco semanas de viagem gratuita
pela cidade de Zurique de trem,
Autocarro, Eléctrico, barco e teleférico.
O passe também oferece muitos
vales e descontos: por exemplo,
entrada gratuita em mais de 120
piscinas e 38 museus! CHF 25.-. O
escritório da MAPS sorteia 10 passes
das férias ZVV-2022 (Validade:
16.07.-21.08.). Basta nos fornecer seu
endereço ligando para 044 415 65 89
ou enviando um e-mail para maps@
aoz.ch.
www.zvv.ch
QUINTA-FEIRA — 7.7.
CINEMA AO AR LIVRE (ATÉ 25.08)
Nenhum verão, cinemas ao ar livre
acontecem maiores em muitos lugares!
Todas as quintas-feiras e até o
dia 25.08 você pode assistir a filmes
à beira do lago na Rote Fabrik”. Este
ano, são filmes sobre a temática urbana,
como cidades. Assisten hoje à
noite, por exemplo, ao filme americano
“Kajillionaire”. Em inglês com
legendas em alemão. 21:30. Entrada
livre, contribuição espontânea.
Rote Fabrik. Seestr. 395.
De eléctrico 7 bis “Pós Wollishofen”
oder Autocarro 161/165 bis “Rote Fabrik”.
www.rotefabrik.ch
SEXTA-FEIRA — 8.7.
RIETERPARK
Você conhece o “Rieterpark”? É o
maior parque em Zurique! O parque
foi fundado em 1855 e tem árvores
com mais de 150 anos de idade. Lá
você encontrará dois parques infantis
com parede de escalada, escorregador
e área de lazer. No meio do
parque encontra-se o “Museu Rietberg”
de arte não-européia. Gratuito.
Rieterpark. Gablerstr. 15.
De eléctrico 7 bis “Museu Rietberg”.
www.rietberg.ch
SÁBADO — 9.7.
PARQUE DE CONTO DE FADAS
Não “Bruno Weber Park”, o artista
suíço Bruno Weber deu vida à sua
própria imaginação. Ele criou estátuas
coloridas gigantescas de criaturas
imaginárias. O parque encontra-se
cheio de figuras que lembram
um conto de fadas. Qua/sáb-dom:
11:00-18:00. CHF 12.-. O escritório da
MAPS soretia 5×2 entradas gratuitas.
Basta ligar para 044 415 65 89 uo enviar
um e-mail para maps@aoz.ch.
Bruno-Weber-Parque. Zur Weinrebe 3.
Autocarro 325 bis “Dietikon
Weinberg”.
www.weberpark.ch
DOMINGO — 10.7.
CONCERTO NO “SEEBAD ENGE
Durante os meses de verão, concertos
e eventos culturais acontecem
no “Seebad Enge”. Hoje à noite toca
a banda “The Cavers”. Um bar dispõe
de bebidas e pequenos pratos. 20:15.
Entrada livre, contribuição espontânea.
Seebad Enge. Mythenquai 9.
Tram 5 oder Bus 161/165 bis “Rentenanstalt”.
www.seebadenge.ch
SEGUNDA-FEIRA — 11.7.
AULAS DE DANÇA
Comece sua semana com ritmo! No “Bananenreiferei
Lounge” você aprenderá
danças latino-americanas como salsa e
bachata. Dançarinos profissionais ensinam
os passos de dança. Após a aula, a
pista de dança está aberta para dançar!
19:30. CHF 10.-.
SalsaRica Tanzschule & Club. Pfingstweidstr.
101.
De eléctrico de 4 bis “Toni-Areal”.
www.bananenreiferei.ch
TERÇA-FEIRA — 12.7.
A COLEÇÃO ARQUEOLÓGICA
Você gostaria de descobrir os tesouros
da antiguidade? Então que venha por
visitar uma coleção arqueológica! Este
museu é um dos mais importantes da
Suíça. Ter-sex: 13:00 às 18:00. sáb-dom:
11:00-17:00. Entrada livre.
Universität Zürich Archäologische
Sammlung.
Rämistrasse 73. - www.uzh.ch
QUARTA-FEIRA — 13.7.
EXPOSIÇÃO SOBRE A FLORESTA (ATÉ
17.07)
Por que a floresta é importante para
as pessoas? Na exposição do “Landesmuseum”
você aprenderá tudo sobre a
floresta, através de fotos, filmes e documentos.
Ter/qua e sex-dom 10:00-17:00.
Qui 10:00-19:00. Com KulturLegi CHF
5.- (em vez de CHF 10.-). Gratuito até 16
anos e para pessoas com status de refugiado
N/S/F/B.
Landesmuseum. Museumstr. 2.
S-Bahn (comboio urbano) bis “de
Zurique Hauptbahnhof”, Eléctrico
4/6/11/13/14 oder Autocarro 46 bis “Bahnhofquai/HB”.
www.landesmuseum.ch
SEXTA-FEIRA — 15.7.
VISITA A UM ATELIER DE ARTE
Hermann Haller (1880-1950) é um escultor
suíço, pioneiro da escultura moderna.
Todos os Verões, o seu atelier encontra-se
aberto ao público. Descubra
como suas excepcionais obras e o local
onde ele trabalhou. Sex-dom 12:00h às
18:00h. Entrada livre.
Atelier Hermann Haller. Höschgasse 8a.
Eléctrico 2/4 oder Autocarro 33 bis
“Höschgasse”.
www.museums.ch
SÁBADO — 16.7.
CAMINHADA NOCTURNA
Hoje à noite o “Wildnispark” organização
uma caminhada nocturna. Um guia
conduz os participantes pelo parque
“Sihwald”, para observar animais nocturnos
e lobos e ouvir histórias mágicas.
O jantar no restaurante Langenberg faz
parte do programa. 17:45-23:00. Visita
guiada gratuita, mas como despesas no
restaurante são da responsabilidade de
cada um.
Treffpunkt: Bahnhof Sihlwald.
www.wildnispark.ch
SEGUNDA-FEIRA — 18.7.
EXERCÍCIO FÍSICO GRATUITO (ATÉ
17.08.)
Às segundas e às quartas-feiras, uma
associação “Sportaktiv” organização,
cursos de fitness gratuitos no parque.
Exercícios de força e de resistência
muscular com instrutores profissionais.
Seg 19:00-19:45. Qua 12:15-13:00. Gratuito
e sem necessidade de inscrição.
Quartierpark Schütze.
Eléctrico 4/13/17 bis “Löwenbräu”.
www.sportaktiv.ch
QUARTA-FEIRA — 20.7.
IGREJA DE FRAUMÜNSTER
Um dos mais famosos edifícios de Zurique,
a igreja reformista de Fraumünster
é conhecida principalmente devido aos
seus vitrais, criados pelos artistas Marc
Chagall e Augusto Giacometti. Seg-sáb
10:00 às 18:00. Dom 12:00h às 18:00h.
CHF 5.-. Gratuito para universitários e
crianças com menos de 16 anos.
Kirche Fraumünster.
Eléctrico 2/6/7/8/9/11/13/17 bis “de Paradeplatz”.
www.fraumuenster.ch
QUINTA-FEIRA — 21.7.
FESTIVAL DE VERÃO RUNDFUNK (ATÉ
03.09.)
Desfrute fazer o Festival de Verão da
rádio “Rundfunk.FM” sem pátio interior
fazer “Landesmuseum”! Ao longo de
seis semanas um “Rundfunk Rádio” faz
emissões ao vivo! “DJs” nacionais e estrangeiros
dão-lhe música “Funk” para
dançar. Além disso, há stands de comida
e bebida. Diariamente a partir das
17:00. Participação gratuita.
Landesmuseum. Museumstr. 2.
S-Bahn (comboio urbano) bis “de
Zurique Hauptbahnhof”, Eléctrico
4/6/11/13/14 oder Autocarro 46 bis “Bahnhofquai/HB”.
www.rundfunk.fm
SÁBADO — 23.7.
FEIRA DA LADRA KANZLEI
Procura uma prenda especial? A feira
da ladra no recinto “Kanzleiareal” realiza-se
todos os sábados independentemente
do estado do tempo. Encontra
todo o tipo de artigos usados nos cerca
de trezentos stands. 07:20-16:00. Participação
gratuita.
Kanzleiareal. Kanzleistrasse 56.
Tram 8 oder Bus 32 bis “Helvetiaplatz”.
www.flohmarktkanzlei.ch
DOMINGO — 24.7.
NOITE DE KARAOKE
Apetece-lhe cantar com os seus amigos?
O “Plaza Club” realiza uma noite
de karaoke todas as noites de domingo.
Pode escolher entre 30 000 canções
disponíveis! 19:00-21:00. Entrada livre,
consumo por sua própria conta.
Plaza Klub. Badenerstr. 109.
De eléctrico de 2/3 bis “Bezirksgebäude”.
www.plaza-zurich.ch
QUARTA-FEIRA — 27.7.
ESPECTÁCULO DE COMÉDIA
Esqueça como preocupações e hoje
à noite assisten à comédia “em inglês
Open Mic Comédia”. Comediantes de
língua inglesa fazem piadas, estaremos
perante o público. Necessário fazer inscrição.
20:00. CHF 10.-.
Auer & Co. Sihlquai 131.
Eléctrico 4/13/17 oder Barramento de
32 bis “Limmatplatz”.
www.comedykiss.ch.
QUINTA-FEIRA — 28.7.
ARTE CONTEMPORÂNEA
O “Migros Museum für Gegenwartskunst”
apresenta arte moderna internacional.
Até 08.09., visite a exposição
“Pode amnésia nunca beijar-nos na
boca”, cujos artistas abordam temas
como violência, migração forçada e o
desaparecimento de culturas locais.
Entrada gratuita todas as quintas-feiras
das 17:00 às 20:00. Entrada gratuita
sempre para pessoas com estatuto de
refugiado N/S/F/B.
Migros-Museu für Gegenwartskunst.
Limmatstr. 270.
Eléctrico 4/8/11/13/15/17 oder Autocarro
33/72/83 bis “de Escher-Wyss-Platz”.
www.migrosmuseum.ch
SÁBADO — 30.7.
“PERCURSO DAS BORBOLETAS
Sabia que na cidade de Zurique vivem
67 variedades de borboletas? Em
alguns dos caminhos pode observar
como borboletas. Há cartazes com informações
sobre borboletas e pássaros.
Pode encontrar facilmente borboletas
usando uns binóculos! Mais informações
em: www.nvvhoengg.ch. Gratuito.
www.nvvhoengg.ch
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Espectáculo
Esteves
apresentou ao vivo ‘O Alpinista’, um
álbum introspectivo, sentimental e
nostálgico
Joaquim Galante
O cantautor Esteves, mais conhecido no meio musical
por ser o vocalista e letrista da banda pop/rock Trêsporcento
apresentou, ao vivo no B.leza, o seu mais recente
álbum de inéditos, o seu segundo depois de ‘Esteves’
(2019), ‘O Alpinista’ um álbum introspectivo, sentimental
e nostálgico, a começar logo pela sua edição em vinil,
que nos transporta a outros tempos, a outras épocas.
Acompanhado em palco por diversos músicos e amigos,
com destaque para Flak (ex guitarrista dos Rádio Macau)
e João Gil (You Can’t Win Charlie Brown), Esteves numa
onda musical distinta da sua anterior banda, ele que
abraçou o folk, trocando a guitarra eléctrica pela acústica,
embarcando numa viagem a solo, encantou com a
sua voz suave e melancólica, num casamento perfeito de
sonoridades proporcionadas pela excelente acústica do
violoncelo e do contrabaixo, dos teclados e da bateria.
Em ambiente intimista e informal, rodeado de amigos e
familiares, pudemos assistir a um concerto de altíssima
qualidade proporcionado por um cantor que está preparado
para outros voos, para outros palcos.
Aliás, na sequência do excelente trabalho efectuado na
banda Trêsporcento, depois já a solo, com o seu primeiro
álbum ‘Esteves’ e na evolução para este segundo trabalho
discográfico, é de esperar um Esteves ainda mais
desinibido e confiante em futuros trabalhos.
Em palco: Esteves (voz e guitarra acústica) – João Gil (teclas)
– David Santos (contrabaixo) – João Sousa (bateria)
– Sara Abreu (violoncelo) Convidados: JP Mendes (vozes)
– Flak (guitarra eléctrica)
Alinhamento (a bold os temas do novo álbum): O Alpinista
– Santiago – Floresta – (JP Mendes) Esconde-te –
de
Mim (JP Mendes) – Que o Mar Leve (JP Mendes) – Caminho
Plano – A Garça – A Despedida (Flak) – Fiji (Flak) – Ter Onde
Ficar – Grande Salto / Comboio Encore: Os Velhinhos
(João Gil) – Floresta (todos em palco)
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Espectáculo
Alcione
a Raínha do Samba, encheu o
Coliseu de Lisboa
Joaquim Galante
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Dois anos depois o Grupo Chiado trouxe novamente a Portugal a diva do samba, Alcione. A
maranhense, natural de S. Luis, onde a linha do equador atravessa o Brasil, encantou uma sala
repleta de fãs que não deixaram de marcar presença para mais uma vez abraçar uma cantora
que atravessa gerações.
Voz inconfundível, por onde os anos parecem não ter passado, recorde-se que a cantora já
conta com 74 anos de idade, está a iniciar a digressão ‘Alcione – 50 anos de carreira’ para comemorar
uma já tão longa, meritória e profícua carreira, Alcione uma vez mais mostrou o porquê
de ser considerada uma das melhores vozes do Brasil.
Num concerto onde não faltaram os êxitos ‘Estranha Loucura’, ‘Nem Morta’, ‘Não Deixe o Samba
Morrer’, entre outros, Alcione levou a plateia ao delírio que, apesar do extenso alinhamento,
ainda a obrigaram a um bis de ‘Nem Morta’ para terminar o espectáculo.
A comprovar a imensa legião de fãs que tem um carinho especial pela artista, são eles que a
reconhecem como a Rainha do Samba.
Alinhamento: Primo Jazz – Retalhos de Cetim – Além da Cama – Estranha Loucura – Faz Uma
Loucura – Sufoco – Foi Deus – Regresso – O Que Eu Faço Amanhã – Mulher Ideal – A Loba – Umbi
Umbi – Meu Ébano – Entidade – Você – Você Me Vira a Cabeça – Garoto Maroto – Gostoso Veneno
– Lusitano Mangueira de Zurique – Invasão - JULHO/AGOSTO Ne – Não 2022 | Deixe www.cldz.eu o Samba Morrer Encore: Nem Morta (bis)
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Crónica
Lembro-me que, no dia 10 de junho,
dia da Feira da Aldeia, nos terrenos
circundantes da minha casa, o restolho
ainda alto, tinha que ser pisado,
pois era aí que se instalavam as barracas
com todo o tipo de negócios,
desde a venda de gado, à venda de
louças, doçarias, não faltando o torrão
branco, as gemas de ovos e o sempre
apreciado brinhol, as bebidas, quando
ainda não havia coca-cola e o pirolito
era rei, para além das diversões como
o circo, o carrocel, as meias luas e o
poço da morte.
Eram tempos em que o povo, apesar
de ser mal pago, no seu trabalho, tinha
trabalho. Só quem se desse à preguiça
ficava em casa. As condições de
uma vida de pobres não era sinónimo
de tristeza. As pessoas procuravam
a sua sobrevivência com inteligência
e aproveitando o pouco que tinham,
dando-lhe valor.
https://youtu.be/L-8gDjZTLkQ
Todo esse viver ficará para sempre
gravado nas canções cantadas logo
ao amanhecer, quando saíam para as
ceifas, às 4 da madrugada, para pegarem
ao trabalho, enquanto o sol lhes
permitisse, porque as temperaturas
assim o exigem, ainda hoje. Isso não
mudou, embora os trabalhadores tenham
horários diferentes.
https://youtu.be/MS2heYv6XP4
Crónica
A situação nos campos do Alentejo
mudou, radicalmente, nos últimos
anos. Os campos de cultivo de cereais
foram ocupados por olivais, na
sua maioria, explorados por empresários
estrangeiros. É certo que Portugal
está na vanguarda, no fabrico de
azeite, criando lugar de prestígio nos
mercados, mas passou a depender do
estrangeiro na compra de cereais.
Se esta terrível guerra continuar, sem
se imaginar, por quanto tempo e a
Rússia impedir a exportação de milhões
de toneladas de cereais da Ucrânia,
ou se os roubar, como se consta
que o está fazendo, o mundo enfrentará
uma grave crise de fome e os povos
mais pobres serão os mais afetados.
Será que todas as mudanças nos levam
ao verdeiro progresso e bem-estar
de todos?
QUANDO O ALENTEJO FOI
CELEIRO DE PORTUGAL
Graça Foles Amiguinho
Mais doiradas do que o sol,
carregadas de amor e pão,
dizem adeus à terra seca.
Levam consigo a saudade
do meu carinho e afeição.
Os tempos mudam e com eles se mudam
as vontades, os interesses e até
os costumes vão ficando arrumados
em gavetas fechadas, mas que, de vez
em quando, nos lembramos de abrir,
talvez para arejarem e nos trazerem
à memória, recordações dos tempos
que vivemos, do que vimos à nossa
volta, do sentir da nossa gente.
Com a situação dramática que todos
os dias chega aos nossos ouvidos e aos
nossos olhos, vamo-nos apercebendo
de realidades que até agora passavam
despercebidas e não tinham grande
impacto no nosso dia-a-dia.
A Guerra da Ucrânia tem-nos alertado
para os perigos que ameaçam o mundo,
sendo a fome, talvez, a maior desgraça
que poderá matar muito mais
seres humanos do que uma guerra.
Sabemos que a Ucrânia é um dos
grandes produtores de cereais que alimentam
o mundo. Ao serem impedidas
as exportações, pelo invasor, toda
a humanidade poderá sentir a falta de
trigo, milho, girassol e seus derivados,
sendo possivelmente, as regiões mais
pobres do mundo, a sofrerem o maior
impacto e a enfrentarem o drama da
morte, por falta de alimentos.
Perante tais notícias, o meu pensamento
foi buscar à tal gaveta das memórias,
as recordações do tempo em
que os campos da minha Aldeia eram
semeados de trigo, centeio e cevada,
que nesta altura do ano já estavam
ceifados e guardados nos grandes silos,
construídos junto à estação de
caminho-de-ferro, para esses cereais
seguirem para as moagens e se transformarem
em farinhas.
Espigas e Papoilas
Rubro, do mais rubro sangue,
na face sedutora da ceifeira,
lábios sedentos de beijos,
morena, de pele trigueira.
Na seara por colher, ainda,
há espigas e papoilas.
Ouvem-se lindas cantigas,
nas vozes frescas das moçoilas.
Alentejo é assim,
terra de sol e de pão,
que guardo dentro de mim!
De tão longe, o meu abraço
se estende para ti,
meu amado Alentejo, onde nasci!
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O rumor de
que o Papa
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está de
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Luís Osório
1. O Papa Francisco dividiu as águas
na Igreja Católica.
Para uns, onde me incluo, simbolizou
um novo começo para uma Igreja tão
desfasada da realidade.
Para outros, representa um perigo.
Francisco é para as correntes mais
conservadoras e elitistas um perigoso
profano, alguém que contamina os alicerces
e o poder da Igreja com ideias
de espuma.
Os que amam Francisco temem pela
sua morte.
Não por qualquer tese conspirativa,
mas pelo receio de um retrocesso, de
um voltar tudo atrás, da possibilidade
de todos os avanços se desmoronarem
com um novo Papa.
Os que detestam Francisco desejam a
sua morte.
Não por alguma tese conspirativa, mas
pela pressa de voltar a tomar as rédeas
do jogo, de recolocar a Igreja no lugar
onde quase sempre esteve, o lugar dos
poderosos, da hierarquização, do fechamento
e do combate contra a degenerescência.
Os progressistas acreditam que Francisco
foi a luz que salvou a Igreja das
trevas.
Os conservadores radicais acreditam
que Francisco foi o pior que poderia
ter acontecido à Igreja.
O Vaticano transformou-se num antro
de conspiração e conspiradores.
Um lugar onde se contam espingardas,
juram lealdades e prometem-se
ajustes de contas
2. Francisco está a morrer.
Diz-se isso em surdina.
Diz-se como se fosse um código secreto,
um alerta.
Um rumor de ovelhas inquietas com o
futuro.
Os que gostam de Francisco “morrerão”
com ele se o próximo Papa sair
das fileiras dos esperançosos da velha
ordem.
Os que detestam Francisco sabem que
perderão o comboio da história se o
próximo Papa for um acólito de Jorge
Bergoglio.
3. Não sabemos se existe fundamento
nos rumores de morte ou abdicação.
Sabemos que o seu joelho o impede
de andar.
E nesse sofrimento Francisco voltou
a comover-me nas últimas duas semanas.
Não por ter feito alguma coisa
divina, mas por ter ido ao encontro
do que sempre disse em relação a si
próprio.
“Eu sou apenas um homem”, afirmou-
-o ao longo da sua vida.
Conto-lhe três histórias, as duas primeiras
são públicas e aconteceram
nestes últimos dias, a terceira foi-me
contada pelo Cardeal José Tolentino.
4. Na primeira história, Francisco foi
de cadeira de rodas falar com um
grupo de estudantes que o aguardava
numa sala do Vaticano. Diz quem
esteve que a comoção foi grande pela
humildade do Papa que pediu a todos
os miúdos que o desculpassem por
não se poder levantar.
Na segunda história, uma criança ucraniana
com pouco mais de dez anos,
perguntou-lhe se o Papa poderia salvar
todas as crianças que estão a sofrer
na Ucrânia”. Francisco respondeu-lhe
sem responder, saíram-lhe palavras,
mas a sua verdadeira resposta foi pelo
que os seus olhos gritaram.
A terceira história aconteceu num
retiro em Roma coordenado por Tolentino
de Mendonça, ainda longe de
imaginar que seria cardeal. No retiro
participou o Papa. No final de uma das
sessões, estava o sacerdote português
a preparar-se para sair, quando o Papa
lhe perguntou assim: “Sr. Padre Tolentino,
acha que me pode conceder uns
minutos?”. Tolentino atrapalhou-se:
“Santo Padre, eu é que tenho de lhe
pedir”.
Três pequenas histórias de humildade,
mas não é de humildade que quero
falar.
Três pequenas histórias de simplicidade,
mas também não é por aqui.
Três pequenas histórias que provam, e
é isto que vos queria dizer, o quanto
ele se assume como um simples homem.
Frágil no seu corpo e condição,
frágil na impotência por não conseguir
responder à pergunta do menino
ucraniano, mas sem dúvida, poderoso
como Jesus quando, já crucificado,
perguntou ao Pai a razão de o ter
abandonado.
É por isso, por essa humanidade tão
radical, que gosto e admiro Francisco.
Se soubesse rezar este seria o momento
para começar.
Por que sabem, existe um rumor.
E nesta floresta não são os lobos que
devemos temer.
Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu
© DR
43
Crónica
Saúde
Exércitos da União Europeia?
Para quê?
Carlos Matos Gomes
A guerra na Ucrânia demonstrou que
a União Europeia não tem interesses
estratégicos próprios a nível global,
que é um anexo dos EUA! Sendo assim
para que servem os seus exércitos?
Como forças auxiliares? Como
forças de segurança interna? Guardas
fronteiriços na nova cortina de
ferro, a Leste e nas velhas, no Médio
Oriente e Magreb? E qual a posição
de Portugal?
Antes de alguém, ou de alguma entidade
se lançar numa empresa é (devia
ser) obrigatório definir os seus objetivos,
o que pretende e depois reunir
os meios para os atingir. A União
Europeia não tem objetivos definidos
enquanto ator político mundial, para
quê os meios, ou mais meios?
Se a União Europeia tinha, ou teve
pretensões a ser uma grande potência,
com uma estratégia própria, global,
deveria ter-se dotado de uma capacidade
militar credível (já sabemos
que não quer ser e que a NATO — os
EUA — não deixa). Para ser uma grande
potência teria de dispor de um
arsenal nuclear credível, com lançadores
terrestres, aéreos, navais e espaciais.
Onde os iria colocar? Ao lado
dos americanos? Seguiria o caminho
de De Gaulle construir uma force de
frappe nuclear e apontada a todas as
direções? Está fora de questão nos
dias de hoje, de submissão.
Se a União Europeia abdicou, ou nunca
esteve nos seus horizontes ser uma
superpotência global (e não pode ser)
e pretende ser apenas o que os EUA
talvez admitisse que fosse: uma média
potência com limitada autonomia,
bastaria constituir forças convencionais
de projeção credíveis para defender
o seu território e marcar posição
em regiões do planeta onde tenha
interesses, caso de zonas produtoras
de matérias primas essenciais, energia,
metais e produtos alimentares,
e que não conflituassem com as das
superpotências. A estratégia destas
assenta no controlo dos estreitos que
dominam as grandes rotas marítimas
(a estratégia de Afonso de Albuquerque).
A liberdade de ação nos marres
é assegurada por dois grandes tipos
de vasos de guerra, porta-aviões e
submarinos nucleares. A União Europeia
dispõe de 4 porta-aviões, sendo
dois deles de pequeno porte, os EUA
têm 11, com mais 2 do Reino Unido.
Quanto a submarinos nucleares, os
Estados Unidos têm 72, com mais 11
do reino Unido, a União Europeia tem
10. A Rússia dispõe de 45. Em termos
político-militares quanto a tentativas
de autonomia da UE registe-se o fracasso
da UEO.
Percebe-se através desta ausência
da força que permite o domínio das
grandes rotas de comércio que a UE
não conta, não existe nas zonas quentes
de conflito planetário, atualmente
o Medio Oriente e o Indo-pacífico.
Para os EUA, a NATO é uma bandeira
atrás do qual se alinham as suas
forças (incluindo as da Austrália e da
Nova Zelândia quando é conveniente!),
para Rússia, a União Europeia e a
NATO é um parapeito a partir do qual
os europeus lhes atiram pedras por
conta dos americanos e para a China
a UE é um bom cliente.
Um Exército para atirar pedras à Rússia!
Qualquer aumento de despesas
militares dos estados da UE no atual
quadro de subordinação aos EUA traduz-se
em pagar para servir os interesses
de um pai rufia que manda os
filhos apedrejar a casa dos vizinhos.
Traduz-se em comprar armamento
para o colocar ao serviço dos EUA.
Uma materialização do relato de Solnado
na sua “ida à guerra”, em que o
recruta descobre que tem de ser ele a
comprar as balas. Os líderes europeus
colocaram-nos nessa posição de pobres
e tristes figuras de tragicomédia.
Quanto a Portugal, como pequeno
país, deve estar integrado num sistema
militar coletivo que o ponha a
salvo de um ataque de uma pequena
potência vizinha — em particular para
salvaguardar a soberania sobre a sua
zona marítima — o que certamente
não agradará às pequenas potências
do norte de África (Marrocos e Mauritânia),
onde pescamos, e, menos ainda,
no futuro, às grandes potências
com tecnologia e meios para a exploração
dos fundos marítimos, quando
eles se revelarem necessários. Portugal
deve ter uma força de dissuasão
interna e de participação em ações
internacionais perante ameaças reais
e não fantasiosas e à medida das conveniências
dos vendedores de armamento
e de segurança! Assumindo
algum radicalismo, há dois ministros
dispensáveis no governo português, o
dos Negócios Estrangeiros e o da Defesa.
Uma secretaria na presidência
do Conselho de Ministro dava conta
dos recados que orientam as ações
externas portuguesas.
Como nota final, não deixa de ser
irónico que um dos Estados mais inseguros
do mundo, os EUA, seja o
paladino dos negócios de guerra em
nome da segurança!
Autor escreve segundo o
acordo ortográfico
Espanha:
Congresso dos Deputados
aprova lei da canábis medicinal
Laura Ramos
O Congresso dos Deputados de Espanha aprovou
esta semana a regulamentação da canábis medicinal.
O relatório que foi a votação na subcomissão
teve os votos a favor das Unidas Podemos, PSOE, Cs,
PNV e PDeCat, a abstenção da ERC e Bildu e os votos
contra do PP e Vox. A Agência Espanhola de Medicamentos
tem agora seis meses para enquadrar as
recomendações nos regulamentos actuais, com os
quais a canábis terapêutica começará a ser distribuída
em Espanha, até o final do ano.
Carola Perez, presidente do Observatório Espanhol
de Canábis Medicinal disse ao Cannareporter estar
“exausta, mas feliz” com este primeiro passo na regulamentação.
“Lutámos até ao último minuto para
incluir o máximo de indicações terapêuticas possível.
O modelo pode ser melhorado, claro. Não iremos
descansar enquanto toda a gente não tiver o devido
acesso a esta planta”, confessou.
À semelhança de Portugal, a canábis medicinal em
Espanha foi aprovada para determinados tipos de
patologias, como dor oncológica, neuropatia, epilepsia,
esclerose múltipla ou endometriose, sempre com
prescrição médica e dispensa em farmácia.
© Daniel Prado
Se for aprovada na próxima semana pela Comissão
de Saúde do Congresso e posteriormente ratificada
pelo governo espanhol, a regulamentação abrirá
também a possibilidade de alargar a utilização da
canábis a outras indicações terapêuticas, quando os
estudos fornecerem indicações consistentes.
Estima-se que existam pelo menos 300 mil pessoas
que poderiam obter benefícios da utilização
de canábis medicinal na Espanha. Mais de 80% dos
espanhóis é a favor do uso terapêutico da canábis,
de acordo com o Centro de Investigação Sociológica,
um órgão oficial do governo.
Em Setembro de 2021, o Ministério da Saúde Espanhol
já tinha autorizado a comercialização do primeiro
medicamento à base de canabidiol (CBD) no país,
o Epidiolex, da GW Pharmaceuticals, para tratamento
de crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut
(SLG) e à síndrome de Dravet (SD).
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Saúde
Luís Figo lança a sua
marca de produtos
de CBD
Foto: Instagram de Luís Figo @lf.cbd
Laura Ramos
Já não é notícia que o CBD (canabidiol) ajuda
na recuperação de lesões desportivas e que
muitos atletas são embaixadores ou lançaram
as suas próprias marcas de canábis. Em
Portugal, a primeira estrela a ter uma marca
de CBD própria é o ex-futebolista Luís Figo,
que lançou a LF CBD, depois de ter experimentado
os benefícios deste canabinóide. “Os produtos
naturais à base de CBD ajudaram-me a
obter óptimos resultados durante momentos
difíceis de dor e lesões longas. Os efeitos positivos
advindos do uso desses produtos foram
incríveis. Melhoraram a minha auto-confiança
e os meus níveis de ansiedade!”
Um pouco por todo o mundo, são vários os
atletas que têm afirmado-se como utilizadores
de produtos derivados da canábis. Luís
Figo, antigo capitão da selecção portuguesa
afirmou ter utilizado produtos derivados
da canábis durante a sua carreira desportiva
tendo obtido destes resultados positivos. Luis
Figo estreia-se assim no mercado da canábis
com a LF CBD, demonstrando sobretudo que
os atletas do desporto rei estão atentos à realidade
e benefícios da canábis. Em fevereiro de
2021, o jogador britânico, David Beckham investiu
também numa empresa de cosméticos
com CBD.
Na página de Luis Figo, o ex-jogador deixa uma
nota pessoal aos visitantes, “depois de testar
todos os produtos, gostaria de convidá-lo a verificar
o link na minha bio e experimentá-los”,
pode ler-se no Instagram de Luís Figo! “Feito
em
Saúde
ENTREVISTA
Paulo Correia:
“Foi com a erva que deixei o
álcool e as outras drogas”
Laura Ramos
Paulo Correia talvez represente aquelas pessoas que não
tiveram igualdade de oportunidades na vida, logo desde
a infância. O segundo mais novo de sete irmãos, cresceu
num bairro social em Espinho, numa família com poucos
recursos e um pai alcoólico, que lhe batia praticamente
todos os dias. Quando Paulo tinha 10 anos, o pai morreu,
aos 43, vítima de alcoolismo e tabagismo. Sem grandes
alternativas, e sem vontade de ir à escola, começou a
trabalhar e aos 13 anos já era empregado da Soares da
Costa, uma das maiores construtoras do país. E aí começou
a sua vida errática, que passou pelo álcool, pelas
drogas, o HIV e dois acidentes que lhe conferiram 80%
de incapacidade aos 25 anos e dor crónica permanente.
Aos 46 anos, depois de um passado de dependências e
dois acidentes que o deixaram com sequelas graves para
o resto da vida, Paulo Correia encontrou na canábis não só
a porta de saída para o álcool e a heroína como também
o alívio para as dores que o atormentam diariamente. A
canábis ajuda-o também a reduzir o stress, abre-lhe o apetite,
distrai-o e devolve-lhe alguma vontade de rir, amenizando
um pouco o seu sofrimento constante.
Fomos a Espinho falar com o Paulo, para perceber melhor
a sua história e como a canábis o tem ajudado ao longo da
vida
Como é que começaram os seus problemas de saúde?
Os meus problemas de saúde começaram quando me
meti nas drogas e troquei seringas com o meu irmão e
com várias pessoas. Já me tinham mandado repetir umas
análises em 95 ou 94 e eu não liguei; depois fui internado
no Hospital de Aveiro e de lá mandaram-me para outro
hospital, onde me disseram que estava com HIV. A minha
mãe perguntou ao médico se havia algum problema de eu
utilizar as toalhas ou assim, mas não, só objectos cortantes
(para fazer a barba e isso) e com o HIV podia estar à vontade,
que não havia problema nenhum.
Onde é que nasceu e cresceu?
A minha mãe veio em 74 de Angola e não tinha residência,
eu nasci em 75 no Porto, mas vim logo para Espinho,
onde cresci e sempre vivi. A minha mãe tinha um estabelecimento
e vivemos ali no bairro há 13, 14 ou 15 anos, já não
sei. Não, há 17… foi desde que as bombas estão lá, não sei.
Qual era a profissão dos seus pais?
O meu pai trabalhava na Câmara, no alcatrão. E faleceu
devido a isso, a inalar fumos e tudo, ele fumava muito e
também bebia, muito… faleceu cedo, com 43 anos.
Que idade tinha quando o seu pai morreu?
Ia fazer onze anos.
Como é que foi a sua infância?
A minha infância não foi nada boa… Tive um padrasto,
também… Não me dava bem com ele… Depois uma pessoa
começa a reflectir e até era uma boa pessoa, percebe?
A minha mãe viveu mais anos com o meu padrasto do
que com o meu pai.
Quantos irmãos tem?
Éramos sete. Um já faleceu de HIV. Eu estava num hospital
e ele estava noutro.
Eram sete irmãos, a viver na mesma casa, não é?
Sim. Duas raparigas e cinco rapazes.
Até que idade é que o seu pai viveu com a sua mãe? Ou
separaram-se quando ainda era bebé?
Não, o meu pai nunca se separou, faleceu e a minha mãe
depois é que se juntou.
Como era a sua vida em família?
O meu pai bebia muito e nós não podíamos brincar… levávamos
porrada. Ele nem nos dava um rebuçado, nada…
Eu, em criança, nunca tive um brinquedo. Os brinquedos
que recebia eram da Câmara, porque ele trabalhava na
Câmara, e naquela altura eles ofereciam brinquedos no
Natal. Se estragássemos os brinquedos ainda levávamos
porrada.
O seu pai bebia todos os dias?
Sim.
E a sua mãe, protegia-vos?
Sempre. Até à data de hoje, não tenho nada a dizer da
minha mãe, ajuda-me em tudo. Tudo o que eu precisar,
a minha mãe ajuda. E ela sabe que eu fumo. Às vezes
chama-me drogado, mas não é… no fundo, ela sabe que é
para o meu bem.
O Paulo foi à escola?
Sim, fiz a 4ª classe. Ainda andei no Ciclo, mas faltava mais
vezes do que ia à escola.
Não gostava de ir à escola?
Não, queria trabalhar. Queria ter o meu dinheiro, mas o
dinheiro, ao fim e ao cabo, não era para mim, não é? Entregava-o
à minha mãe, com doze anos ou quê, mas depois,
quando tinha quinze, já comecei a ficar com muito
dinheiro para mim.
“O meu pai bebia muito e nós não podíamos brincar…
levávamos porrada. Eu, em criança, nunca tive um
brinquedo.”
Com que idade é que começou a trabalhar?
Com doze anos. Era estofador de automóveis no Manuel
Cavadas, aqui na Rua 20. E depois fui para a Soares da
Costa, como aprendiz de serralheiro, quando tinha treze
anos. Dos treze até aos 16, 17 anos, porque depois vim
embora, e foi quando me comecei a meter nas drogas
pesadas. Andei nas obras e nunca houve nenhum patrão
que me mandasse embora por eu ser malandro, simplesmente
vim embora da Soares da Costa porque prometi
porrada a um encarregado (coisa que não devia ter feito,
por causa de umas luvas), mas nunca houve ninguém que
me mandasse embora por ser malandro.
Paulo começou a trabalhar na construção civil aos 13
anos
Então, o seu trabalho corria bem…
Sim, sim, eu com 13, 14 anos, já tirava cento e tal contos.
Só de prémio tirava vinte e tal contos, tanto como o ordenado,
e depois eram horas extra que eu fazia, trabalhava,
por exemplo, das sete da manhã à meia-noite, duas da
manhã, três da manhã…
Tinha contrato de trabalho?
Na Soares da Costa tinha contrato.
Com 13 anos? E não era considerado trabalho infantil?
Não deveria estar na escola…?
Não sei… Eles meteram-me.
De que maneira é que consome a canábis? É sempre
fumada?
É fumada. Não tenho um vaporizador, nunca tentei, mas
hei-de comprar um vaporizador para tentar, para ver… Dizem
que se sentem melhor os terpenos, tudo… Vou tentar
comprar um vaporizador.
Tem dinheiro para isso?
Não tenho, mas vou ter de arranjar.
E vai poupando, também?
Sim.
Quanto é que recebe por mês?
Recebo de pensão 275,30€, não dá para nada. Se for comprar
um maço de tabaco todos os dias, lá vão os 275€.
Mas fuma um maço de tabaco por dia?
Não… Misturo na erva.
Então só fuma canábis…
Praticamente. E tenho lá um vaporizador de óleo de CBD.
A Segurança Social tem-me ajudado com a medicação.
Eu levo lá os recibos e ela manda-me o dinheiro.
A sua mãe ajuda?
Ajuda, ela ajuda. Mas a minha mãe vai fazer 79 anos… para
arrumar a casa… a minha irmã vai lá, só que havia de ajudar
lá a fazer uma limpeza. A casa está assim cheia de pó,
percebe? É um bocado lixado.
E ela importa-se que o Paulo tenha lá as plantas?
Não, então, quando me roubaram ela também ficou lixada…
no barraco… Ela quando viu como eu fiquei, ai Jesus,
eu andei uns meses em que não podia ver o gajo, o meu
vizinho, não o podia ver… Quando for para cima, vou-lhe
mostrar o meu barraco. Arrombaram-me só a porta do
meu barraco, a de fora não arrombaram. E eu gostava
muito que isto fosse legal, mesmo para fins recreativos,
uma pessoa vai ali à loja, aqui na Rua 19 e o que é que
vendem lá? Erva de CBD. Relaxa, mas não tem aquele THC
que uma pessoa está habituada a fumar. Drogas… no meu
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Paulo vive com a mãe em Espinho
bairro, aquilo parece o Aleixo. E por baixo do meu prédio
é sempre a “pedrar” pessoas, percebe?
Há muito tráfico de droga no seu bairro?
Claro que há. Heroína, coca… e é pessoal que não consome,
está só é a ganhar dinheiro.
E ofereceram-lhe heroína quando o Paulo queria comprar
canábis?
Isso, foi.
Que idade é que tinha?
Tinha aí quê… eu comecei a fumar canábis também… comecei
a beber cedo e depois também fumei. Houve lá
uma pessoa no meu trabalho que me apresentou um
charro e eu fumei e gostei… “Oh, por que não?”… Experimentei
e gostei. E depois meti-me no álcool, não é? Mas
não bebia muito. Bebia! Bebia, bebia muito. Sempre bebi
muito. Depois é que me meti nas drogas… na heroína. Eu
trabalhei nas pontes, ali no Lindoso e em Ferreira do Zêzere,
e a minha mãe tinha garrafas de whisky lá na loja
para vender e eu já roubava garrafas de whisky quando
trabalhava na Soares da Costa, nas pontes. E aqueles
alentejanos, aquele pessoal trazia garrafões de vinho e
era cada “muleta”, ai Jesus… Eles lá bebiam cerveja às 10
da manhã e eu comecei a beber também, comia sandes
de ovo também… naquela altura eram outros tempos. A
sande de ovo sabia bem.
Então, na Construção Civil, acha que há muito consumo
de álcool e drogas?
Principalmente álcool, há. E mesmo nas praias, ainda há
um bocado vi, não há polícia. Se é proibido, na via pública,
consumir álcool… Ainda há um bocado vi pessoal ir
ao Pingo Doce buscar cerveja e ir para a praia. Havia de
haver fiscalização na praia, porque na praia não se pode
consumir álcool, acho eu, não sei…
“A minha mãe uma vez disse-me para me meter no
álcool, que saía mais barato. Mas, no fundo, ela sabe
que o álcool não é nada bom…”
O álcool pode consumir-se em todo o lado… é comum,
não é? É aceite.
O álcool é a droga mais acessível que há para uma pessoa.
Muita gente diz que não, mas é a droga mais barata
que há. A minha mãe uma vez disse-me para me meter
no álcool, que saía mais barato. Mas, no fundo, ela sabe
que o álcool não é nada bom…
Mas e a heroína, então, como é que aconteceu? Já bebia
álcool, com que idade é que começou a consumir
heroína?
Aí com 16, 17 anos… Fumada. Mas isso foi logo de repente,
fumei e comecei logo a injectar. Tinha um irmão meu,
também… Ele estava no Porto, não estava comigo, depois
é que veio cá para casa da minha mãe e eu partilhei agulhas
com ele… e ele já devia estar infectado… foi aí. E não
foi só com ele, foi com mais pessoas que eu partilhei seringas.
Naquela altura, não havia essas carrinhas de troca
de seringas, nem nada, uma pessoa tinha de ir à farmácia
e como estava a ressacar, uma pessoa queria era desenrascar-se.
Eu até com água do rio “mandei”.
Mas entretanto, aí pelo meio, houve um acidente e ficou
com um problema na perna, não foi?
Sim, tive um acidente, que foi quando trabalhava em Ferreira
do Zêzere, na ponte. Vinha eu e o meu oficial. Eu
vinha a dormir, decerto… O meu oficial, não sei se adormeceu,
espetou-se contra um poste do meu lado e eu
estive em estado de coma durante duas semanas. Estive
num hospital em Coimbra e depois é que fui transferido
para Espinho para ser operado à perna.
Foi uma recuperação longa?
Não foi muito longa, era novo e recuperei bem. Só que
agora meto aqui a mão e parece que sinto uma dor aqui.
Tenho espasticidade, devido à fractura da coluna.
E como foi esse outro acidente?
A coluna foi quando deixei as drogas pesadas… meti-me
no álcool, para não consumir drogas andava sempre bêbedo.
Adormeci em cima de um muro, caí e fui para o
hospital. Mandaram-me para casa com a coluna fracturada,
fui para o Hospital de Espinho, de Espinho fui para o
Hospital de São Sebastião, do São Sebastião mandaram-
-me para Espinho, de Espinho mandaram-me para casa
embrulhado num lençol e eu tinha a coluna fracturada
e disse à minha mãe que
não queria ficar em casa,
que queria ir para o hospital
e fui para o Monte da
Virgem e só ao fim de duas
semanas é que me mandaram
fazer uma ressonância
magnética. Acusou dois
elos na cervical “ralados”
e tive que ser operado no
São Sebastião. E estive lá
um tempo, com os ferros a
esticar a medula, para depois
ser operado.
Quantos anos tinha?
Tinha 25.
E aos 25 anos ficou com sequelas
para sempre…
Sim, colei dois elos na cervical.
Paralisa-me o lado
direito todo. Não tenho
massa muscular no lado
direito, nem consigo abrir
bem a mão. Ando a fazer
fisioterapia e não a consigo
levantar, não tem força.
E espasticidade?
Sim, muita, na perna.
Como é que depois criou esta relação com a canábis?
Porque eu cheguei a certo ponto e virei-me para mim: “Se
continuar no álcool, vou morrer. Se fumar umas ganzas,
ando bem e só me faz bem”. Alivia-me o stress, as dores,
abre-me o apetite e sinto-me muito bem.
E como é que conseguiu deixar o álcool e a heroína?
Foi com a erva. Com o haxixe também. Mas foi com a erva
que eu deixei o álcool e as outras drogas. Ia comprar ao
bairro, porque não tinha plantado, mas agora já tenho,
para mim, para meu consumo, e já não preciso de gastar
dinheiro. É dinheiro que meto ao bolso.
O que gostava de dizer a quem tem a responsabilidade
de legalizar? O Paulo não tem dinheiro para comprar…
Não tenho 150€ para dar por 15 gramas. Onde? Nunca
na vida…
Onde é que costuma arranjar a sua canábis?
A minha canábis? Sou eu que planto, uns pézitos para
mim.
Sabe que isso é ilegal…
É ilegal, mas tenho que plantar, não tenho culpa de ser
ilegal… Tenho é que olhar pela minha vida!
E se lhe aparecer a polícia à porta?
Oh, só me vai é dar prejuízo! Vai-me levar tudo e vou chegar
ao juiz e ele vai-me mandar para casa… Eu não tenho
problemas com isso, nunca tive, não sou traficante, é para
meu consumo.
E também pelo seu direito à saúde…
É pelo meu direito e é para me tratar…
O Paulo percebeu que
a canábis lhe faz bem?
Sim, sim, e muito…
E quando falou nisso
à sua médica, o que é
que ela lhe disse?
“Ó Paulo, se vem aqui
por causa da canábis,
dou-lhe já alta!” E eu fiquei
assim… parei. Sou
obrigado a ficar dependente
dos comprimidos.
Vieram-me as lágrimas
aos olhos. Fiquei pasmado.
Acha que ela não teve
empatia pelo seu sofrimento
ou acha que ela
ainda não tem informação
para perceber que
a canábis seria o melhor
para si?
Sim, eu acho que ela
não deve ter informação
ainda, os médicos ainda
não têm muita informação…
mesmo com a minha
médica de família,
ela teve uma reunião
com os outros médicos
sobre a canábis e disse “Ó Paulo, vou mandá-lo para uma
consulta da dor, eles é que tratam disso.” E quando fui à
consulta da dor a médica disse “Se veio aqui só por causa
da canábis, vou-lhe dar alta. Há mais medicamentos para
tentar, além do Tramadol e o Paracetamol, vamos tentar
e depois vê-se.”
E como se deu com esses medicamentos?
Mal. Vómitos… Eu ia para o café e parecia que estava todo
tolo, todo drogado, não me sentia nada bem. Mesmo no
estômago, figadeira, tudo, não me sentia bem. Dores de
cabeça, muitas. Não preciso do Tramadol… as dores que
eu tinha são as dores que eu tenho, tomando Tramadol
ou não, são as mesmas. Com a canábis consigo estar mais
distraído, não pensar tanto, alivia-me a dor e consigo rir-
-me mais, não sofro tanto.
Tem outro estado de espírito?
Sim, sim, tenho outro estado de espírito, não tem nada
a ver com o Tramadol. Quem diz o Tramadol diz o Diaze-
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pam, esses medicamentos que eu ando a tomar.
Quais são os medicamentos que está a tomar?
Não sei o nome dos medicamentos todos, sei que estou a
tomar o anti-retroviral do HIV, que isso não tem nada a ver,
tomo o Diazepam, Pregabalina, uns para a espasticidade,
um protector para a barriga e agora também a Amoxicilina,
porque eu apanhei um resfriado, mas já me sinto muito
melhor.
As plantas que tem em casa, sabe o que cultiva? O Paulo
escolhe as suas variedades?
Sim, umas com os níveis de THC altos, mas tem também
1% de CBD, CBN, CBG, tem terpenos… é erva boa.
E não utiliza químicos?
Não, uso só os fertilizantes, mas depois no fim lavo a terra,
nas duas últimas semanas, só com água.
Assim sabe o que está a
consumir, não é?
Sim, claro, é uma coisa que
eu planto e sei o que estou
a consumir. Não há cá nada
com bicho, com pesticidas…
Não meto nenhum pesticida.
O insecticida que faço é
com Super-Pop e vinagre. E
resulta.
No seu bairro há muito tráfico?
Sim, bastante. Se quiser
comprar heroína ou coca é
à porta.
E não lhe oferecem?
Não oferecem, porque eu
também não quero.
Eles já sabem?
Claro. Vêem-me sempre a
fumar, sabem que eu não
quero.
E agora aos 46 anos, que objectivos
é que tem?
Vou ver se tiro a carta, para
ver se compro um carro, porque não vou andar toda a vida
de bicicleta. Ando de bicicleta, é raro caminhar, ando mais
de bicicleta.
O que é que gostava de fazer no futuro, além de tirar a
carta?
Gostava de ter um trabalho, para me entreter, assim com
o computador, um trabalho informático. Consigo mexer
num computador, sei enviar e-mails, até tirei um curso do
Office, tive aulas de Powerpoint, Excel, isso tudo, sei criar
um documento, sei criar uma pasta, sei mexer em muita
coisa num computador. Deram-me 79% de incapacidade.
Eles disseram 80% e o médico disse que “79%, para o que
é, serve”. Na altura, era para ver se baixava a renda da casa,
e além disso, ao tirar o atestado multi-usos, fiquei sem subsídio
de férias e de Natal, porque eu recebia uma pensão
com esses subsídios. Agora passou a pensão de inclusão e
não tenho direito. É mais um bocadinho, pouco, mas não
tenho direito aos subsídios. E além disso, foi-me indeferido
um complemento para dependência a 100% (eram mais
52
400€), só por eu estar a viver com a minha mãe, porque a
minha mãe é obrigada a sustentar-me… Não me deram. Tinha
que estar a viver sozinho para me darem esse dinheiro.
Perdeu esse direito porque vive com a sua mãe?
Sim, ainda tenho lá os papéis em casa.
E se vivesse sozinho já lhe davam o dinheiro?
Davam. Ou se a minha mãe só ganhasse uma reforma aí
de 200€, só que ela tem uma pensão do meu pai… Eles
fizeram a conta e dá mais do que o limiar de não-sei-quê,
da pobreza, qualquer coisa assim…
“Eu podia ter uma vida, não é? Mas não tenho. Também
é do HIV, toda a vida pensei nisso…”
E como é que se sente a viver quase no limiar da pobreza?
Sinto-me mal, sinto-me triste, não tenho alegria na vida. E
a minha mãe estar a sustentar-me,
a minha mãe tem 79
anos, é um bocado complicado
estar a viver às custas
da mãe.
Dá-se bem com a sua mãe?
Dou-me bem, mas chateio-a
muito… mas dou-me bem.
Sinto muito que tenha tido
pouca sorte…
Eu com 25 anos fiquei assim.
Estou assim há 21
anos… nunca mais fiz nada.
Não tenho interesse na vida.
Só faço a medicação para
andar aqui, mas não tenho
interesses… Se eu tivesse um
trabalhito para me entreter,
ganhar o meu dinheiro, até
dar algum dinheiro à minha
mãe e não estar ali dependente
dela, percebe? Isso
custa…
O Paulo, já por várias vezes,
disse que não tinha razões
para viver… Sente-se assim
muitas vezes?
Sim, porque eu não procuro uma mulher, porque também
não tenho trabalho, não tenho nada… Também, quem é
a mulher que está para sustentar assim um homem? Eu
podia ter uma vida, não é? Mas não tenho. Também é do
HIV que eu tenho, toda a vida pensei nisso também, não
sei. Pouco interesse tenho.
Mas tem de arranjar… vai arranjando, no dia-a-dia, não
é? Vai fazendo a fisioterapia…
Sim, faço a minha fisioterapia, ando de bicicleta, gosto de
ir ver o mar… se não estiver lá ninguém, melhor… no mar, se
estiver sozinho, melhor.
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HUMOR Quem não sabe rir, não sabe viver”
Autoridade
Um policia vai a uma propriedade
e diz ao dono, um velho
agricultor:
– “Preciso inspecionar sua
propriedade. Há uma denúncia
de plantação de canábis.”
O agricultor diz: – “Ok, mas
não vá àquele campo ali.” E
aponta para uma determinada
área.
O Polícia diz indignado: – “O
senhor sabe que tenho o poder
da autoridade comigo?” E
tira do bolso um crachá mostrando
ao agricultor: – “Este
crachá dá-me a autoridade de
ir onde quero…. e entrar em
qualquer propriedade. Não
preciso pedir ou responder a
nenhuma pergunta. Está claro?
Fiz-me entender?”
O agricultor, muito educado
pede desculpa e volta para o
que estava a fazer.
Poucos minutos depois, ouve
uma gritaria e vê o agente de
autoridade a correr apavorado
para salvar e sua própria
DA SUÍÇA PARA PORTUGAL
PORTUGAL SEMPRE
NO NOSSO CORAÇÃO
Vantagens do SERVIÇO
DE TRANSFERÊNCIAS:
Simples
Online ou por correio, os seus recursos ficam disponíveis
com rapidez na conta do Banco Santander Totta.
Próximo
O seu Banco sempre perto de si. Na Suíça ou em Portugal.
Justo
Câmbio favorável. Agora com despesas reduzidas.
Online
Acesso fácil via e-banking.
Através do Site da Postfinance ou do seu Banco na Suíça utilize
a opção: “ordem de pagamento com o boletim vermelho”.
Preencher todos os campos conforme o vale de correio vermelho
fornecido pelos escritórios de representação.
Não esquecer:
conta do Banco Santander Totta (30-175563-2)
vida perseguido pelo Marcelo,
o maior touro da quinta.
A cada passo o touro vai chegando
mais perto do agente,
que parece que será apanhado
antes de conseguir alcançar
um lugar seguro.
O agricultor larga as ferramentas,
corre para a cerca
e grita com toda a força dos
seus pulmões:
O crachá, mostra-lhe o crachá!
Não discuta com
burros
O burro disse ao tigre:
- A erva é azul “.
O tigre respondeu:
- Não, a erva é verde “.
A discussão aqueceu, e os
dois decidiram submetê-lo a
uma arbitragem, e para isso
concorreram perante o leão,
o Rei da Selva.
Já antes de chegar à clareira
da floresta, onde o leão estava
sentado no seu trono, o burro
Novo endereço
começou a gritar:
- Sua Alteza, é verdade que a
erva é azul?”.
O leão respondeu:
- Certo, a erva é azul “.
O burro apressou-se e continuou:
- O tigre discorda de mim e
contradiz-me e isso incomoda,
por favor, castigue-o “.
O rei então declarou:
- O tigre será punido com 5
anos de silêncio “.
O burro pulou alegremente e
seguiu seu caminho, contente
e repetindo:
- A erva é azul “...
O tigre aceitou sua punição,
mas antes perguntou ao leão:
- Vossa Majestade, por que
me castigou?, afinal a erva é
verde “.
O leão respondeu:
- Na verdade, a erva é verde “.
O tigre perguntou:
- Então, por que você me
pune?”.
O leão respondeu:
- Isso não tem nada a ver
com a pergunta de se a erva
é azul ou verde. O castigo
acontece porque não é possível
que uma criatura corajosa
e inteligente como você perca
tempo discutindo com um
burro, e ainda por cima, venha-me
incomodar com essa
pergunta “.
A pior perda de tempo é discutir
com o tolo e fã que não
se importa com a verdade ou
realidade, mas apenas com a
vitória de suas crenças e ilusões.
Jamais perca tempo em discussões
que não fazem sentido...
Há pessoas que por muitas
evidências e provas que lhes
apresentamos, não estão na
capacidade de compreender,
e outras estão cegas pelo ego,
ódio e ressentimento, e a única
coisa que desejam, é ter razão,
mesmo que não tenham.
Quando a ignorância grita, a
inteligência cala. A sua paz e
tranquilidade valem mais.
Correio
Utilizando o Impresso (Vale de correio vermelho)
Boletim/Vale vermelho requisitado através dos escritórios
de representação de Genebra ou Zurique e entregue com
a Ordem de Pagamento ao seu Banco na Suíça
(preferencialmente no PostFinance) para concretizar
o pagamento.
Boletim vermelho
(fornecido pelos escritórios de representação
de Genebra ou Zurique)
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(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
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(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)
Envio por correio para o seu banco suíço
ou Postfinance
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do beneficiário realizando-se a transferência para débito em conta. Interdita
a utilização de numerários (cash).
A utilização do ST (Serviço Transferências) apesar de permitir custos reduzidos não
dispensa a consulta do preçário em santandertotta.pt, com as condições de cada
entidade bancária na Suíça e em Portugal.
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Desporto
A demagogia do
Vasco Mendonça!
Falar e criticar é muito fácil, difícil é liderar e tomar opções.
João Paulo Santos
Não custa nada ao Vasco Mendonça
defender, num dia, uma coisa e, noutro
dia, o seu contrário, numa manifesta
falta de coerência.
Num dia, o Vasco Mendonça achava
que o melhor era mandar o Darwin
para a equipa B, noutro dia, já defende
que o mesmo não deveria ter sido
vendido.
Ora bem, se o Vasco Mendonça fosse
Presidente do SLB
ou treinador da
equipa principal,
teria mandado,
de forma leviana
e irresponsável,
o Darwin para a
equipa B.
Se isso tivesse sucedido,
importa
reflectir sobre as
consequências
que daí teriam resultado.
Certamente, nessa
situação, o jogador
em questão,
um jovem, na altura, de apenas 21
anos de idade, poderia ficar desmotivado
e nunca mais conseguir atingir
o patamar de excelência que atingiu
no SLB e que levou ao despertar do
interesse de grandes clubes europeus
na sua contratação e que culminou
na sua transferência para o Liverpool,
num possível valor total de 100 milhões
de euros.
Veja-se o que sucedeu com o Raúl de
Tomás, em que não foi dado tempo
para que o jogador pudesse mostrar
todas as suas potencialidades e as
críticas constantes que lhe foram dirigidas
fizeram com que o jogador não
conseguisse aguentar a pressão.
Mas o seu regresso a Espanha permitiu
demonstrar todas as suas potencialidades,
ao ponto de se falar na sua
transferência para o Real Madrid ou
para a Premier League.
O facto de não se ter enviado o Darwin
para a equipa B, como preconizava o
Vasco Mendonça, permitiu que o jogador
uruguaio ganhasse confiança,
evoluísse, mostrasse todas as suas potencialidades
e “explodisse” no SLB,
despertando a cobiça de grandes colossos
do futebol europeu.
Mas o impaciente do Vasco Mendonça,
relativamente à performance desportiva
do Darwin, que queria resultados
imediatos, não tendo qualquer tolerância
e paciência com o jogador, é o
mesmo que, agora, defende que o SLB
deveria ter paciência na sua venda.
Desde logo, importa salientar que, se
o SLB teve uma proposta global de
compra de 100 milhões de euros do
Liverpool e uma proposta superior do
Manchester United, foi porque criou
todas as condições para que o Darwin
evoluísse e chegasse ao referido patamar
de excelência, em vez de seguir o
conselho do Vasco Mendonça de enviar
o jogador para a equipa B.
Portanto, pelo Vasco Mendonça, a “galinha”
nunca teria tido um ovo de ouro,
mas como o SLB não seguiu o seu conselho
e conseguiu produzir um ovo de
ouro, eis que, agora, é criticado por ter
vendido o ovo de ouro por aquele que
nunca teria criado as condições para a
sua produção.
O Vasco Mendonça, para além de incoerente,
é insensato e um verdadeiro
sofista.
Na verdade, no seu silogismo falacioso,
como parte de premissas falsas,
chega a uma falsa conclusão.
Provavelmente,
por exemplo,
o último
classificado
da Liga Espanhola
terá
uma receita
de direitos televisivos
superior
à do SLB.
Na verdade,
esquece-se
que a grandeza
do SLB
está limitada
pela pequena
dimensão do
mercado nacional.
Então numa Liga Inglesa ou numa Liga
Alemã, nem se fala.
Se o SLB estivesse num pais com um
mercado maior, tudo seria diferente.
Nessa situação, o SLB teria muito mais
facilidades em segurar os melhores jogadores.
Mas o Vasco Mendonça que explique
como se motiva um jogador a ficar
mais um ano no SLB, quando o interessado
em contratá-lo é o Liverpool,
da Premier League, que tem altíssimas
hipóteses de conquistar todos as provas,
nacionais e europeias, que disputa.
A Premier League é uma liga inferior à
Liga Portuguesa?
O Liverpool é um clube inferior ao SLB?
A notoriedade e projecção de um jogador
é maior na Liga Portuguesa do que
na Liga Inglesa?
Só por estes factores, a motivação do
Darwin é muito maior, sendo jogador
do Liverpool e jogando na Premier Legue,
do que jogando no SLB e na Liga
Portuguesa.
Mas se a estes factores associarmos
outros, nomeadamente, o facto de a
Liga Portuguesa ser uma liga da farsa,
em Portugal as entidades políticas,
judiciais e desportivas estarem reféns
do crime organizado e a comunicação
social em geral atacar, diariamente, o
SLB, os seus dirigentes, treinadores e
jogadores, ainda mais motivação tem
Darwin para trocar o SLB pelo Liverpool.
E a cereja no cimo do bolo, da motivação,
é o ordenado de cerca de 8
milhões de euros limpos anuais que
Darwin vai auferir no Liverpool, cerca
de 4 vezes mais do que auferia no SLB.
Face ao exposto, o Vasco Mendonça
que apresente um argumento, só um
argumento, para Darwin não trocar o
SLB pelo Liverpool.
Na minha opinião, deixando de lado a
minha paixão de Benfiquista, não há
um único.
O facto de Domingos Soares de Oliveira
ter dito que o SLB não era obrigado
a vender o Darwin, isso não significa
que possa recusar uma proposta de
100 milhões, mantendo no plantel um
jogador desmotivado.
Não há contradição nenhuma.
Por não precisar de vender, por não estar
com a corda na garganta, é que o
SLB não vendeu o Darwin ao desbarato,
como fez o FCP em relação ao Luiz
Díaz, um jogador extraordinário, que
foi vendido a preço de saldo.
O futebol, como se costuma dizer, é
momento.
Por todas as razões acima enunciadas
e mais algumas, o SLB não poderia recusar
a oferta, no momento, de 100
milhões de euros do Liverpool.
Se o fizesse, correria sérios riscos de
ficar com um jogador desmotivado,
cujo rendimento desportivo e, consequentemente,
económico, poderia
descer drasticamente, ao ponto de
nunca mais ser apresentada uma proposta
idêntica.
E, nessa situação, o SLB perderia desportiva
e financeiramente.
Já para não falar no caso de uma lesão
grave, como a que teve, por exemplo, o
Lucas Veríssimo.
Nessa situação, nunca mais seriam
oferecidos 100 milhões, porque haveria
sempre o receio de o jogador nunca
mais recuperar a 100% e nunca mais
voltar a ser o mesmo.
Um clube lidera-se com ponderação,
com sensatez, com bom senso, com racionalidade
e com tomadas de decisão
na prática e não com leviandade, com
insensatez, com falta de bom senso,
com emotividade e com “bitates” nos
jornais ou no Twitter.
Por fim, o SLB não ganha nada há 3 anos
por factores internos e externos.
Os factores internos, como numa família,
devem ser analisados, escalpelizados
e discutidos internamente, nas Assembleias
Gerais, e os factores externos é
que devem ser analisados, escalpelizados
e discutidos na praça pública.
O Vasco Mendonça que não queira tratar
factores internos na praça pública e
que reserve os jornais e o Twitter para os
factores externos, porque já nos basta
os Aníbeis Pintos desta vida e a comunicação
social em geral para atacar o SLB!
Carrega BENFICA!
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Juniores
Julho + Agosto 2018 37
Passatempo
CULTURA
Para
colorir
Sopa de Letras
V PAULO FREIXINHO
Por: Paulo Freixinho
Procure as 18 palavras relacionadas
com o Calor. Há
quatro palavras na diagonal.
Ardência
Bafo
Brasa
Calidez
Calma
Caloraça
Canícula
Estio
Insolação
Mormaço
Queimor
Quentura
Rechina
Soalheira
Solama
Torreira
Tropical
Verão
Memorial do Convento
- José Saramago
Romance em tom de crónica histórica. José Saramago é escritor da nova geração
do romance em Portugal. Dedica-se, além do romance, ao conto e ao teatro,
tendo suas primeiras produções datadas de 1966. Memorial do Convento é de
1982 e representa uma investida no campo da narrativa histórica. O volume percorre
um período de aproximadamente 30 anos na História de Portugal à época da
Inquisição. O cenário é rico, registando não só o fato histórico, mas reconstituindo
a vivência popular, numa viagem a diferentes povoados ao redor de Lisboa. O rei D.
João V necessitava de herdeiros e o ventre de D. Maria Ana não os concebia. Fez
ele, então, uma promessa de levantar um convento em Mafra, para que a concepção
ocorresse. Em paralelo, segue-se o registo da vida do povo, através do enfoque
do soldado que perdeu a mão esquerda na guerra contra os espanhóis. Baltasar
Sete-Sóis, em um espectáculo da Inquisição, conheceu Blimunda, mulher de poderes
mágicos, que enxergava dentro das pessoas, e cuja mãe, por ter poderes semelhantes,
havia sido desterrada para Angola. Desafiando os rigores da religião, ambos se “casam”
através de um ritual de sangue. Baltasar torna-se ajudante do Padre Bartolomeu Lourenço,
que, sob a protecção do rei, concebia uma máquina de voar, (a passarola). Sob
o signo da máquina de voar unem-se ideais: os cultos, representados pelo padre Bartolomeu
de Gusmão e pelo músico Scarlatti, e os populares, ancorados em Blimunda
e Baltasar. Padre Bartolomeu viaja, enlouquece e morre. Blimunda, após o sumiço de
Baltasar, passa a procurá-lo, encontrando-o nove anos depois em circunstâncias trágicas.
A narrativa segue directo, sem interrupções, vigorosa e rica. Saramago procura
dar à linguagem o tom das crónicas históricas, reveste o vocabulário de termos ricos e
realiza malabarismos sintácticos...
COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO
Quem é Paulo Freixinho?
Sou autor de Palavras Cruzadas desde
1990.
Comecei por ser desenhador gráfico,
na revista Play, mas os dicionários mudaram
a minha vida e, em 1990, editei
a minha primeira revista de passatempos.
Simultaneamente, comecei a colaborar
com a Agência Feriaque (colaboração
que resultou em milhares de
passatempos).
Presentemente, divido o meu tempo
entre as publicações para as quais crio
Palavras Cruzadas (Público, JN, Selecções,
etc.), as minhas plataformas online
e o Clube de Palavras Cruzadas dirigido
a escolas e bibliotecas.
Aos 40 anos tornei-me Leitor e desde
então que me dedico ao prazer de ler
os grandes autores lusófonos, anotando
palavras durante a leitura para usar
posteriormente nas minhas Palavras
Cruzadas. Aos 45 voltei à música. Sou
baixista da banda Bon Sauvage, banda
que já gravou dois discos.
Tenho uma palavra preferida: Xurdir,
que significa fazer pela vida.
Sou adepto das Redes Sociais e plataformas
digitais onde saúdo os meus leitores
com amplexos e ósculos.
Boas
Férias!
Joana Araújo (*)
Saber
não ocupa lugar...
Cultura geral
SOBRE O
CORPO
HUMANO
—
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
MUSCULAR DESPORTIVO
MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT
KLASSISCHE SPORT UND RELAX MASSAGEN
Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen
Natel 078 754 18 31
— Número de ossos: 206
— Número de músculos: 639
— Número de rins: 2
— Número de dentes de leite: 20
— Número de costelas: 24 (12 par)
— Número da câmara cardíaca: 4
— Artéria maior: Aorta
— Pressão arterial normal: 120/80
Mmhg
— Ph de sangue: 7.4
— Número de vértebras na coluna: 33
— Número de vértebras no pescoço: 7
— Número de ossos no ouvido médio: 6
— Número de ossos no rosto: 14
— Número de ossos no crânio: 22
— Número de ossos no peito: 25
— Número de ossos nos braços: 6
— Número de músculos no braço
humano: 72
— Número de bombas no coração: 2
— Maior Órgão: Pele
— Glândula maior: fígado
— maior célula: óvulo feminino
— Célula menor: Espermatozóide
— Osso menor: Estribo do ouvido
médio
— Primeiro órgão transplantado: Rim
— Comprimento médio do intestino
delgado: 7m
— Comprimento médio do intestino
grosso: 1,5 m
— Peso médio do recém-nascido: 3 kg
— Taxa de pulso em um minuto: 72
vezes.
— Temperatura corporal normal: 37 C°
(98,4 f°)
— Volume médio de sangue: 4 a 5
LITROS
— LAPSO DE VIDA Glóbulos vermelhos:
120 dias
— LAPSO DE VIDA Glóbulos brancos: 10
a 15 dias
— Período de gravidez: 280 dias (40
semana)
— Número de ossos em pé humano: 33
— Número de ossos em cada pulso: 8
— Número de ossos na mão: 27
— Maior glândula endócrina: tiróide
— Maior Órgão Linfático: Baço
— Osso maior e mais forte: Fémur
— Músculo menor: Stapedius (ouvido
médio)
— Número do cromossoma: 46 (23 par)
— Número de ossos recém-nascidos:
300
— Viscosidade sanguínea: 4,5 a 5,5
— Grupo de sangue doador universal: O
— Grupo de sangue receptor universal:
AB
Maior glóbulo branco: Macacocito
— Menor glóbulo branco: linfócito
— Ao aumento da contagem de
glóbulos vermelhos é chamado de:
Policitemia
— Banco de sangue no corpo é: Baço
— Rio da vida se chama: Sangue
— Colesterol sanguíneo normal: 100
mg/dl
— Parte fluida do sangue é: Plasma
— O Congo é o país onde os homens
têm o tamanho médio do órgão
genital com 18 cm. A Coreia do Norte
possui os menores tamanhos, apenas
9,7 cm. No Mundo apenas 3% dos
homens possuem pénis acima de 20
cm.
O corpo humano é uma máquina
perfeitamente projectada que nos
permite desfrutar desta aventura
chamada vida. Cuidemos dela. Não a
prejudiquemos com vícios e excessos.
Boas férias!
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POESIA
Espaço
Carmindo
de Carvalho
O pouco que me
preenche
Por vezes é demais
Por vezes basta
E tantas vezes é tão
pouco.
Toca a andar...
Sete colinas de terra
Sete colinas de fado
Vestem-me ventos do Tejo
E pregões do céu estrelado
Sete degraus p’ra subir
E mais sete p’ra descer
Sete notas de uma pauta
Sete teclas a gemer
Sete luas, sete sóis
LETRAS
Religiões
Euclides
Cavaco
E na incerteza do espaço
Vence a momentânea
vontade do querer
Ou não querer
De cada momento.
E eu rendo-me
E enrolo-me
No aconchego
Do teu abraço...
19, 6, 2022
Há certas religiões
Espalhadas pela Terra
Que arrastam muitas nações
P’ra sedição e p’ra guerra.
Algumas são fanatismo
Seus actos bradam aos Céus
Apoiam o terrorismo
Matam em nome de Deus.
Religião em essência
Deve ser culto sagrado
Sem actos de violência
Livremente praticado.
Com fé devota seguir
Só os bons ensinamentos
E em tempo algum agredir
Do próximo os sentimentos.
O contido fundamento
De qualquer religião
É lograr p’lo seguimento
No além a redenção.
Na terra a mais genuína
E que mais sentido faz
É a que tem por doutrina
Dilatar no mundo a paz !...
Maria José Praça
Sete barcos, sete ruas
Sete punhados de terra
Sete dores, sete faluas
Sete ventos apagados
Sete ondas , sete faróis
Sete destinos cruzados
Sete raios, sete sóis
Sete martírios de mágoas
Sete bem aventuranças
Sete fogueiras com asas
Sete sombras, sete danças
Sete rasgos, sete esquinas
Sete saltos , sete voltas
Sete timbres d’ alfazema
Sete cestas com amoras
Sete janelas perdidas
Sete miragens sem cais
Sete cartazes sem vida
Sete caminhos fatais
“Sete e sete são catorze
Com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados
e não caso com nenhum”...
Maria José Praça
meu andar “ )
“Tango”...
João Luís Dias
( “Pedras do
Pode ser mera metáfora.
Porque a vida é uma dança de ritmos e compassos,
de passos lentos ou corridos;
porque a vida é um relógio de ponteiros, certos
ou incertos...
E só assim tem horas
para todos os momentos.
E só assim tem sentido.
E só assim é vida.
LUSOFOBIA
Isabel A. Ferreira (*)
Embora a LUSOFOBIA dos brasileiros incultos, a quem esquerdistas,
também incultos, fizeram uma lavagem cerebral,
não seja um fenómeno novo (já era assim quando eu
por lá andei, faz uns quarenta anos), ele está a aumentar
em Portugal, a um ritmo bastante acelerado, nas redes
sociais, no YouTube, no Google, enfim, em todos os lugares
onde os deixam bolçar essa LUSOFOBIA que os sufoca,
com uma intenção unicamente política.
E isto acontece por um só motivo: inacção, incompetência
e uma rastejante subserviência dos governantes
portugueses e dos que ao redor deles GRAVITAM, aos milhões,
que eles consideram irmãos.
Para saberem do que estou a falar, e se não ouviram, ouçam
os discursos dos constitucionalistas Jorge Miranda
e Marcelo Rebelo de Sousa que, por acaso, também
é o presidente da nossa triste República DOS Bananas, na
celebração do “10 de Junho”, em Braga. A BAJULICE foi de
tal modo evidente que saltou barreiras e soltou os bandos.
É óbvio que me refiro unicamente aos brasileiros incultos,
que incultos esquerdistas adestraram, para andarem por
aqui e por ali a bolçar o fel contra Portugal e os Portugueses,
que lhes revolve as estranhas, há demasiado tempo.
Como já lá diziam os nossos antepassados: quem não se
sente, não é filho de boa gente – ou seja, quem não reage
numa situação em que é apatanhado, ou não tem honra,
ou não tem princípios – venho EU, como sempre o fiz
no Brasil e o tenho feito no meu País, lavar a honra de Portugal
e dos Portugueses, que me apoiam, uma vez que
não temos POLÍTICOS, com os frutos da horta no devido
sítio, que ponham fim a esta pouca-vergonha, gerada por
uma LUSOFOBIA PATOLÓGICA, que apouca o Brasil e os
Brasileiros Cultos, os quais, por serem em muito menor número
do que os brasileiros incultos, a voz deles não se faz
ouvir.
Aqui deixo uma pequena amostra dessa LUSOFO-
BIA (mais os sorrisinhos idiotas nos comentários) que, desde
ontem, no Facebook, anda a atacar o NOVO MOVIMEN-
TO CONTRA O AO90. (https://bit.ly/3A5Plg7) Entretanto,
o Grupo já limpou todo esse lixo. Esta amostra foi o que
consegui captar a tempo.
Ajuízem por vós próprios, mas não me venham falar em racismo
ou xenofobia da minha parte, porque isso não é
para aqui chamado, e pertencerá à estupidez. Isto só tem
a ver com HONRA. Sabem o que isso é?
Pelas caras dos cárinha estamos diante de catraios. Mas
os catraios são os paus-mandados dos políticos que estão
por detrás disto. Não se esqueçam disso! E por serem
catraios têm de ser reeducados.
(*) https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/
LÍNGUA PORTUGUESA
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61
Horóscopo
Publicidade
Horário
Seg. a Sexta. — 08h00 às 20h00
Sábado — 08h00 às 19h00
Carneiro
Para atingir os seus objectivos profissionais,
seja paciente e não deixe de adquirir
conhecimentos. Terá a chance de fazer
amigos e também retomar os estudos.
Reforce a intimidade com a sua alma gémea.
Poderá se interessar por pessoa de
prestígio.
Leão
Há possibilidade de mudança no seu emprego:
use intuição com a criatividade para
se sair bem. Cuidar da fé vai tranquilizar o
seu astral. Na conquista, o seu charme vai
arrasar, mas enterre primeiro o passado.
União cheia de cumplicidade.
Virgem
Sagitário
Poderá desenvolver um jeito mais ágil de
trabalhar e até ensinar os colegas. Espere
sorte para lidar com o público! Bom momento
para marcar exames de saúde e
focar nos assuntos familiares. No amor,
tudo azul! Paixão do passado deverá reaparecer.
Touro
Ao lidar com documentos no seu serviço,
procure redobrar a atenção. Se estiver
sem emprego, peça força aos amigos. Boa
fase para revisar as suas contas. Na união,
clima de aconchego. Caso esteja só, talvez
se encante por pessoa proibida.
Gémeos
Espere pela sorte caso trabalhe com vendas
ou clientes em geral. Nas horas livres,
a dica é descansar em casa. Use o seu poder
de comunicação na conquista! Poderá
fazer planos com a sua cara-metade. Na
intimidade, fale das suas fantasias sexuais.
Caranguejo
Os seus conselhos profissionais serão
úteis para os colegas e, até mesmo, parentes.
Talvez tenha chegado a hora de se
livrar de amizades tóxicas. Boa fase para
planear viagem. Conversar com quem ama
vai harmonizar o seu romance.
Ao tomar decisões no seu trabalho, aja
com tacto e não se deixe influenciar por
laços de amizade. Há promessa de sorte
em assunto judicial. Vigiar o seu amor poderápiorar
a relação, então, controle-se!
Na cama, os desejos pegam fogo!
Balança
Saberá tomar decisões rápidas e encontrar
jeitos novos de cumprir tarefas no seu
emprego. Algo feito em casa talvez gere
lucros. Disfrute a companhia dos amigos.
Na paixão, poderá se aproximar de pessoa
inteligente. Romance estimulante!
Escorpião
Se você procura emprego, tente algo noutra
outra cidade ou relacionado a público.
Poderá fechar um bom acordo. Bom convívio
com o pessoal de casa. Um amigo
vai precisar dos seus conselhos. Na vida a
dois, aproveite a energia da paixão!
Capricórnio
Se pensar em soluções para os problemas
no serviço, é melhor testar antes. Fique
longe de fofocas. Poderá aproveitar a
companhia de crianças da família. Sinal de
tensão na sua união: procure se acalmar!
Talvez conheça alguém numa festa.
Aquário
Para crescer na carreira, estude e se aconselhe
com gente mais experiente. O seu
jeito tranquilo vai inspirar quem estiver à
sua volta. Um segredo deverá chegar até
si. A dois, convém respeitar as diferenças
em nome da paz conjugal.
Peixes
O seu temperamento criativo vai contar
pontos no seu emprego. Só não perca o
foco nem o bom humor. Que tal reservar
mais tempo para ficar com a sua família?
Promessa de muito carinho na relação
afectiva. Desejos acesos entre os lençóis!
120 vagas de
estacionamento grátis
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o mundo numa só casa!
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Açores
Lisboa
O Lusitano de Zurique
Deseja-vos
Boas Férias!
Porto
Braga
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Breves da Suíça
ÚLTIMA
Fonte: Swissinfo
Genebra e Zurique sobem no ranking
das “cidades mais habitáveis do
mundo”
Zurique e Genebra são a terceira e sexta
melhores cidades do mundo para se
viver, respectivamente, de acordo com
o The Economist.
Polícia alemã evita atentado em
“grande cidade suíça”
As autoridades alemãs dizem ter evitado
um ataque a bomba na Suíça após
prender dois suíços suspeitos de tentarem
comprar explosivos.
Toblerone não será mais fabricado
exclusivamente na Suíça
O chocolate em forma de triângulo
também será fabricado na Eslováquia
a partir do final de 2023.
Túnel ferroviário alpino e trens suburbanos
ganham impulso.
O governo planeia uma actualização
da rede ferroviária, incluindo um túnel
alpino adicional no Oeste da Suíça.
Especialistas rebaixam previsões de
crescimento económico suíço.
O Instituto Económico Suíço KOF revisou
para baixo suas previsões para este
ano, mas permanece optimista.
Suíços preferem segurança à liberdade.
Nove em cada dez cidadãos suíços disseram
no início do ano que se sentem
seguros e que seu optimismo sobre o
futuro aumentou.
Estudo revela impacto económico de
legislação suíça sobre a maconha.
A cannabis gera uma facturação anual
de cerca de CHF 1 biliões (US$ 1,03
biliões) na Suíça, de acordo com um
novo estudo.
Novo surto da Covid pode infectar
mais de um milhão de suíços neste
Verão.
Cerca de 15% da população suíça poderia
ser infecta neste Verão com novas
sub-variantes Ómicron, adverte ex
chefe da força-tarefa Covid-19.
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Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu