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DIGITAL-Julho-Agosto 2022

Edição dupla de Julho e Agosto

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LUSITANO

de

ZURIQUE

[ JULHO-AGOSTO 2022 | Edição Nº. 290&291 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]

Juniores A

do Centro Lusitano de Zurique

promovidos

Páginas 6, 7

Einsiedeln

indignação e protesto

da comunidade

portuguesa na Suíça.

Página 5

NOVO SURTO DA COVID PODE

INFECTAR NESTE VERÃO MAIS

DE 15% DA POPULAÇÃO SUÍÇA

PÁG. 40

ÚLTIMA PÁGINA

EDIÇÃO

editorial

Comunidade

Desporto

Breves

Protejamo-nos, cuidemo-nos

e sejamos responsáveis!

Pág. 3

Santos Populares - Centro

Lusitano de Zurique volta a

celebrar a tradição. Pág. 4

Vários artigos. Notícias e

opinião sobre desporto.

Pág.. 11, 12, 30,31, 54 e 55

Notícias breves sobre a Suíça.

Pág. 40


LUSITANO

de

ZURIQUE

EQUIPA EDITORIAL

Director: Armindo Alves

Jornalista CC15 A

Director-adjunto: Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: lusitanozurique@gmail.com

EDITORIAL

Sejamos

responsáveis

COLABORADORES

Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,

Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina

F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça

Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim

Galante, Jorge Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo,

Maria dos Santos, Maria José Praça, Nelson Lima,

Nelson Mateus, Paulo Marques, Pedro Nogueira.

EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO

Joana Araújo

Jornalista CC 11 A

Email: joanaaraujo@protonmail.ch

PUBLICIDADE

Tel.: 079 222 09 14

Email: pub.lusitano@gmail.com

IMPRESSÃO

Diário do Minho - Braga

Tiragem: 3000 exemplares

Periodicidade: Mensal

Distribuição gratuita

ARQUIVO DIGITAL:

https://tinyurl.com/gavetao

NOTA IMPORTANTE:

Os artigos assinados reflectem tão-somente

a opinião dos seus autores e não vinculam

necessariamente a direcção desta revista.

Apoio

Por discordância, esta publicação

não adopta, nem respeita as normas

do novo inútil Acordo Ortográfico.

Vendemos

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Armindo Alves

Director

Jornalista CC15 A

O Lusitano de Zurique

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Boas Férias!

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O mês de Julho e Agosto

para muitos de nós, é

sinónimo de um novo recomeço,

onde regressamos

com toda a energia e de

coração cheio!

Chegou o tempo das férias,

uma época esperada durante

todo o ano. Época de

alegria, de visitar a família,

locais de culto, tempo de

sair da rotina, conhecer novos

lugares, novas culturas

e tradições. Tempo de carregar

baterias e de usufruir

da nossa gastronomia e de

aliviar a nossa mente.

Todos aqueles que viajam

de carro, façam-no com

prudência. Verifiquem o

estado geral da viatura e

não arrisquem, não tentem

resistir e ultrapassar os vossos

limites, pois o cansaço

é o principal inimigo.

Como alertamos no editorial

de há um ano, continuamos

a pensar que temos

de continuar a levar o

RESTAURANTE (reservas)

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Covid a sério, mas sem ter

medo dele. Temos que o

enfrentar com respeito e se

todos continuarem a tomar

as devidas precauções, a

normalidade será uma realidade

a médio prazo.

Acreditem que o vírus,

mesmo com toneladas

de vacinas, muitos alertas

e enorme precaução não

acabou. Sem o habitual

alarido da comunicação

social, que continua entretida

com a novela da

“Ucrânia”, ele continua aí

activo a infectar e a ceifar

vidas. Autoridades suíças

esperam neste Verão um

novo surto do Covid, que

pode infectar cerca de 15%

da população suíça.

A todos os nossos leitores,

patrocinadores, colaboradores

e amigos, desejamos

umas óptimas férias!

Protejamo-nos, cuidemo-nos

e sejamos responsáveis!

PROPRIEDADE

& ADMINISTRAÇÃO

CENTRO LUSITANO

DE ZURIQUE

Risweg, 1

8041 Zurique

Tel.: 044 241 52 15

Email: info@cldz.eu

2

Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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Comunidade

Comunidade

Santos Populares

No Centro Lusitano de Zurique

Armindo Alves

O mês Junho é um mês importante para

os portugueses, é quando começa o Verão,

os dias são maiores, as noites são

mais quentes, as férias estão à porta e a

alegria dos Santos Populares invade os

portugueses dentro e fora do país. Um

pouco por todo o mundo, festejam-se os

santos Populares.

O Centro Lusitano já há muitos anos que

festeja esta linda tradição, como sempre o

local da festa torna-se um autêntico arraial

onde podemos mesmo dizer que estamos

em casa, propriamente podemos até dizer

que estamos em Portugal.

A música popular com alguns membros do

nosso Rancho, Manuel Machado e Monteiro

na Concertina, Celeste e Marina na parte

vocal, animaram o local, convidando os presentes

para o bailarico.

O cheiro das sardinhas assadas na brasa,

aliciava os vizinhos e quem passava na rua

a participar na festa, depois o caldo verde e

o vinho tinto a acompanhar, simplesmente

magnifico.

Não é preciso muito para montar o arraial.

Só precisamos da ajuda de São Pedro, para

que a chuva não estrague a festa, devo dizer

que este ano foi muito generoso, houve alegria

e boa disposição.

A sardinha assada na brasa é um prato tradicional

português que se pode comer todo

o ano, mas ganha outro sabor na festa dos

Santos Populares. Uma fatia de pão e uma

sardinha a pingar sobre ele, sabe pela vida!

O Manjerico com um cravo feito em papel

e uma pequena bandeira com uma quadra

não podem faltar na festa dos Santos populares.

Sabe porquê?

O manjerico é a planta oficial desta época do

ano e durante os Santos populares é conhecido

como a “erva dos namorados”. Segundo

a tradição, os rapazes davam um pequeno

vaso de barro com um manjerico às namoradas,

por altura do Santo António, o Santo

casamenteiro.

Naquela altura oferecer um manjerico à namorada

significava um compromisso muito

forte e a oferta tornava-se num pedido de

casamento. A namorada, ao receber o manjerico,

devia tratar dele durante um ano até

o manjerico ser substituído no dia de Santo

António do ano seguinte. A quadra era normalmente

a declaração de amor.

Gostaríamos de agradecer a todos que colaboraram

para que tudo estivesse à altura

e para que a festa tivesse sido bem-sucedida.

Para o ano voltaremos a repetir se Deus

quiser.

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Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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EINSIEDELN

Comunidade

A festa mais portuguesa

da Suíça

Peregrinação a Einsiedeln

um golpe de teatro contra a comunidade católica portuguesa na Suíça.

6

Pedro Nogueira

Depois de três décadas a comunidade

católica portuguesa na Suíça foi

impedida de festejar Fátima no Santuário

de Einsiedeln.

Proibir a comunidade católica portuguesa/brasileira de fazer

a peregrinação de fé à nossa senhora de Fátima, no

Santuário de Einsiedeln no Domingo de Pentecostes, é um

duro golpe e um atentado à fé de todos os católicos de

língua lusófona.

Volkswagen Service

EDITORIAL DIREITO SAÚDE

Für Sie spielen wir

É já em Maio que terá lugar uma

Dever de controlo dos die pais erste sobre Geige

03 das maiores peregrinações religio-

07 menores...

19

Segundo os responsáveis tudo está relacionando com a segurança,

mas que segurança? A qual segurança é que se

referem? Acompanhei o Padre Bártolo durante 15 anos e

nunca vi nenhum problema relacionando com a peregrinação,

somos um povo ordeiro e pacífico, que ama e venesas

na Suíça,

ra a Deus e nossa senhora de Fátima.

Enchemos as nossas Igrejas, contribuímos todos os anos

com milhões de francos para os cofres da igreja Suíça e

mesmo assim vêem-nos como uma ameaça à segurança.

Tal atitude não se justifica como é ridícula. Os responsáveis

por esta decisão ofenderam toda a comunidade católica,

deveriam ter vergonha. Devem-nos um pedido de desculpas,

e se não gostam de nós que tenham a coragem de o

assumirem. Eu pessoalmente vou reflectir se vou continuar

a pagar para ser católico.

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“Sechseläuten”

Tradição que já vem do

século 16, onde os conselheiros

das diversas

confrarias decidiam

que nos meses de

Verão o horário de

saída do trabalho seria

uma hora mais tarde

do que no horário

de Inverno.

A febre amarela é uma doença

de natureza infecciosa, transmitida

pelo mosquito...

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Publireportagem

Ana Maria

CEO do Grupo Convictus/ Remax

Pedro o Nogueira

Lusitano de Zurique - Ana como

aconteceu o teu crescimento como

colaboradora no Grupo?

Ana Maria - O grupo convictus já existe

há mais de vinte anos em Lisboa. Há

11 anos juntei-me à Remax e associado

à Maxifinance, porque permite-nos

chegar a todas as outras geografias,

nomeadamente ao mercado Internacional.

LZ- O mercado Internacional é muito

importante para o vosso Grupo? E

porquê?

AM - Claro que sim, por variadíssimos

factores, olhe desde logo o segmento

estrangeiro tem um poder de compra

muito acima da média nacional,

o mercado internacional não é só

estrangeiros, também são os nossos

emigrantes e no caso em concreto da

Suíça, os nossos clientes não têm que

se preocupar mais, pois tratamos de

toda a documentação, não precisam

de fazer viagens propositadamente a

Portugal porque o nosso serviço é personalizado

e gratuito até à data da escritura,

só precisamos que nos dêem

as coordenadas do que precisam.

LZ - No mercado nacional na área do

imobiliário com que clientes vocês

trabalham mais?

AM - A nossa clientela é sobre tudo

classe média alta, trabalhamos muito

na zona de Lisboa, Cascais e Estoril.

O grosso dos nossos clientes são de

nacionalidade americana e brasileira,

mas abrangemos todo o território

nacional se formos solicitados para intervir

no negócio.

LZ - A vossa presença nas feiras Internacionais

é uma presença assídua?

AM - Gostamos de estar presentes nas

feiras, para além de representarmos a

nossa marca também representamos

o país, na Suíça foi a nossa primeira

vez e ainda é cedo para fazermos um

balanço.

LZ - Para terminarmos a nossa conversa,

projectos?

AM- Queremos continuar a crescer

em quantidade das lojas, temos 10

lojas, mas queremos continuar a crescer,

continuamos a apostar na qualidade

do nosso serviço porque no ADN

do grupo o FOCO é sempre prestar o

melhorar serviço ao cliente.

LZ - Em nome da Revista Lusitano de

Zurique agradecemos à Ana Maria estes

minutos que partilhou connosco

no salão Internacional em Montreux.

Ana Maria Baptista

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Carlos Freitas

Carlos Freitas de 26 anos,

natural de Fafe é um jogador

com mais anos de casa

no Centro Lusitano de Zurique.

Este ano foi um dos

titularíssimos da equipa

sénior masculina do Centro

e foi um dos capitães que

aguentou o barco até à subida

e o regresso à 3.ª Liga.

Jorge Macieira

Lusitano de Zurique - Quem é o Carlos

Freitas e onde começaste a jogar?

Carlos Freitas - Sou o Carlos Freitas,

tenho 26 anos, comecei a jogar com

cerca de 8/9 anos no Sporting Club

de Zurique durante muitos anos com

um conjunto de amigos. Depois estive

1 ou 2 épocas no Red Star e depois

num torneio de futsal do Centro convidaram-me

para vir jogar na equipa

principal do centro, e como bom português

aceitei logo o convite.

LZ - Mereceste a escolha para o lote

de capitães do Centro Lusitano de Zurique.

Como foste eleito para o cargo?

CF - Primeiro penso, que todos têm

que se comportar como capitães e homens,

sabemos que isto é um hobby

fora do trabalho, claro que também

é um orgulho para mim, fazer parte

do lote de capitães é um enorme orgulho.

LZ - Foi uma escolha dos jogadores

ou só do treinador?

CF - Sinceramente não sei se foi só

dos ‘minter´s‘, mas na altura o ‘mister’

Louro veio dizer ser uma decisão dele

de fazer parte do trio.

LZ - E já foste capitão nas camadas

jovens?

CF - Sim, já na altura no Sporting tive

a oportunidade de ser capitão de

equipa e foi uma situação que foi bastante

confortável para mim e soube

lidar com a situação.

LZ - És um jogador da casa, mas tiveste

passagens por outros clubes. Chegaste

a passar por quais equipas, qual

foi o maior motivo para mudares?

CF - Penso que o Centro Lusitano de

Zurique, suponho ser a equipa mais

antiga e uma das casas portuguesas

mais antigas da cidade Zurique, lembro-me

de quando era pequeno de ir

lá com o meu pai e sempre foi uma

casa que longe me fazia sentir perto

de Portugal.

LZ - Que valores transmites aos mais

jovens e a quem chega ao clube?

CF - Eu tento transmitir que não se

pode esquecer que o Centro Lusitano

de Zurique está sempre em primeiro

e depois, nós. Devemos ver que quem

representa este clube, é como estar a

representar a nossa nação na Suíça.

Que assumir o compromisso é sempre

até ao fim e a palavra de Homem

é importante, é o caminho mais fácil

sair, mas após assumir, é dar tudo e

demonstrar a quem está cá há muitos

anos, agora com esta juventude com

idade de subir dos juniores, a equipa

principal é esses valores que quero

transmitir.

LZ - Qual a sensação de ser campeão

pela segunda vez no Centro e pela segunda

subida à 3.ªLiga?

CF - Sinceramente alegra sempre

uma pessoa e um jogador, mas para

um clube como o Centro, a 3.ª Liga é o

mínimo, no meu ver festejar mesmo a

sério seria subir ou lutar no topo para

subir a 2.ª Liga.

LZ - O que podemos esperar para a

próxima época?

CF - Uma 3.ª Liga é sempre diferente

do que uma 4.ª Liga, o nível será claramente

superior e encontraremos

jogadores com maior qualidade. Sabemos

que agora é mais duro e que

teremos que dar mais de nós, teremos

que dar o máximo em cada jogo.

LZ - Uma última mensagem aos nossos

leitores.

CF - Seria óptimo estar em campo e

olhar para fora e ver o apoio da comunidade,

pois, dá sempre outro aspecto

de mais beleza no jogo e obriga-nos

a dar mais de nós por dever ao

adepto que perdeu o seu tempo livre

para nos vir apoiar.

A minha pessoa de contacto na GC24 em português

Nilton de Góis

Gestor de vendas da CG24 Group SA

nilton.gois@cg24.com

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Escritório de Representação da CGD - Suíça

Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève

Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465

email: geneve@cgd.pt

AVISO LEGAL: A CONCESSÃO DE CRÉDITO É PROIBIDA CASO CONDUZA A UM ENDIVIDAMENTO EXCESSIVO

(ART.º 3.º DA UWG (LEI RELATIVA À CONCORRÊNCIA DESLEAL)).

UM PRÉ-REQUISITO PARA A CONCESSÃO DE CRÉDITO É UMA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO BEM SUCEDIDA.

A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.

10

Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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Desporto

Comunidade

Comunidade

Santos Populares

na Tertúlia em Lenzburg

Jorge Macieira

Formação orientada por Mourinho

foi eliminada na passada terça(31.5)

em casa do FC Wald na

meia-final da taça Regional Cup

Senioren 30+, resultado que foi favorável

para a equipa visitada por

três bolas a uma.

Após a equipa dos veteranos ter

terminado as últimas duas participações

nos quartos-de-final, esta

edição terminaram na meia de

final a um pequeno passo da garante

final nos campos de Kloten.

Na primeira fase da taça, passaram

isentos após a desistência

do Team Fehraltorf/Russikona, na

12

Apenas a um passo

da meia-final

ronda seguinte eliminaram o FC

Regensdorf por seis bolas a duas.

Na terceira ronda voltaram a golear

por quatro bolas a uma o SV

Rümlang.

Com o nível de dificuldade a aumentar

na quarta ronda contra

o FC Republika Srpska a equipa

lusa passou pela margem mínima

de um golo, com o resultado a ficar

em 3-4 a sorrir para o Centro.

Já nos quartos-de-final contra o

Team Herrliberg-Küsnacht apos

empate de 1-1, o Centro Lusitano

ganhou por 6-5 em penáltis.

No jogo da meia-final a equipa lusitana

visitou o FC Wald, a equipa

visitada chegou a vantagem através

de um penálti ainda na primeira

parte. Ao iniciar a segunda

parte o Centro chegou ao empate

também por penálti. Mesmo no

fim chegaram ao empate, o FC

Wald voltou a marcar novamente

de penálti conseguindo o 2-1.

O golo decisivo foi apontado quase

ao terminar o jogo através de

um canto à esquerda da equipa

visitada que fechou o placar em

3-1.

O treinador elogiou ainda a formação,

até pelos resultados alcançados

nesta campanha na taça: “Os

veteranos fizeram a melhor participação

na taça desde que estou

à frente da equipa.” apontou.

Maria dos Santos

A data escolhida para sinalizar os nossos tão

queridos Santos Populares, foi o vinte e cinco

de Junho de 2022.

Com cerca de 500 pessoas a usufruir de um

espaço decorado para este evento, a alegria

foi palavra passe para quem se dirigiu à Tertúlia.

Sardinha assada vinda de Viseu fez a delícia

dos presentes, foi o prato principal da nossa

festa. Ao dispor estavam também outros

pratos típicos, como o bacalhau e variadas

sobremesas.

O som e animação musical estiveram ao cuidado

de Miguel Correia Cantor que vive na

província de Luzerna e é natural de Viseu.

Chegou à Suíça no ano 2000.

Foi a sua saudosa avó que lhe passou o gosto

pela música. Há oito anos com uma promissora

carreia a solo, canta com uma energia

sem fim, pôs todos a dançarem enquanto

esperávamos ansiosos pela Banda Augusto

Canário.

O Rancho Terras de Portugal também dançou

pela segunda vez depois de dois anos

em modo „ paragem“ e foi todo um viver de

boas recordações. Rituais que se têm que

adquirir novamente e a palavra que todos

utilizaram foi, que Saudades.

Os Bombos de Amarante, mostraram serem

únicos e realizaram uma demonstração espectacular,

apesar do calor que se fazia sentir

em Lenzburg.

Foi com muita satisfação que vi a presença,

do Rancho de Aarburg, Arbon, Wetzikon e se

estiveram outros, peço desculpa em não os

mencionar, mas não consegui ver todas as

pessoas no meio da vasta multidão. Marcou

presença também o ex-presidente da Casa

do Benfica de Lenzburg.

O momento da entrada em Palco da Banda

Augusto Canário, foi épica. Para além de todos,

estarem com saudades deste ambiente

de festa, este grupo consegue sempre chegar

ao público de uma forma excepcional.

Foi assim que voltamos a reunir a Comunidade

Portuguesa, graças ao nosso Santo António,

S. João e S. Pedro.

Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

S. Pedro decidiu regar a festa, com

uma trovoada passageira, mas não

foi motivo para a festa terminar. No

interior do G.D.C.P.L., Tertúlia a música

continuou para os que decidiram

ficar. Foi assim que se viveram

momentos dos “Fados à Desgarrada”

deixando todos num ápice satisfeitos.

Esperemos voltar à tão desejada

normalidade e que em conjunto

possamos continuar a ter a Comunidade

unida em prol da nossa tão

vinculada cultura Portuguesa.

13



CRÓNICA

CRÓNICA

Como um

Governo PS

gera um SNS

quase tísico

COSTA GUIMARÃES (*)

Com a saúde não se brinca — diz o

povo na sua centenária sabedoria.

No entanto, os políticos continuam

a divertir-se com ela, a saúde. Desde

que António Costa tomou posse

como primeiro-ministro em 2015,

mais um milhão de portugueses adquiriu

seguros de saúde para engordar

o sector privado.

O PCP e BE acusaram o Governo socialista

de desinvestir no Serviço Nacional

de Saúde (SNS) e de apresentar

soluções sem substância para os problemas,

mas PSD, Chega e IL responsabilizam

os comunistas e bloquistas

pela degradação. Enquanto andamos

neste baile de palavras, quem não

gosta desta dança é o povo que desespera

em algumas regiões do país, por

cuidados de Saúde que a Constituição

da República Portuguesa consagra.

A saúde pública em Portugal é gratuita;

a saúde privada é paga. Hoje todos

sabem que há mais de três milhões de

portugueses a pagar seguros de saúde

(e mais 1,2 milhões com ADSE), quando

o SNS é à borla. De um lado, um

serviço gratuito. Do outro, um serviço

pago com língua de palmo... Por que

é que três milhões de pessoas correm

para o serviço pago? Porque nos últimos

anos o SNS perdeu qualidade e

assemelha-se ao sistema da Justiça —

o outro cancro do país: responde tarde

e mal.

É por estas maleitas do SNS que há

já quem jure a pés juntos que o melhor

aliado dos lautos negócios da

saúde privada é o PS e o seu Governo.

O tempo dirá se não é um exagero. É

um acto de alta traição ao seu criador,

António Arnaut.

Uns apontam para a decadência do

SNS [Serviço Nacional de Saúde] durante

os anos de governação socialista,

mas podem ser contrariados pelos dados

do último relatório do Observatório

Português dos Sistemas de Saúde

(OPSS). “Aumentou significativamente

a despesa mas diminuiu a eficiência

e as horas de trabalho, apesar de ter

aumentado em mais de 30 mil o número

dos prestadores de cuidados de

saúde no SNS nesse período”, destaca

o documento (cf. HYPERLINK “https://www.opssaude.pt/wp-content/

uploads/2022/06/RELATORIOPRIMA-

VERA-2022.pdf”https://www.opssaude.pt/wp-content/uploads/2022/06/

RELATORIOPRIMAVERA-2022.pdf).

De acordo com este “Relatório de Primavera

2022” do Observatório Português

dos Sistemas de Saúde (OPSS),

apresentado no dia 21 de junho, verifica-se

“um aumento constante dos

profissionais a trabalhar no SNS” desde

2016. Importa aqui recordar que

o primeiro Governo liderado por António

Costa, do PS, tomou posse em

novembro de 2015.

“De facto, o aumento foi de mais de

30.000 profissionais entre março 2016

e março 2022”, sublinha-se no referido

documento.

“Este aumento tem sido a principal

fonte de crescimento da despesa do

SNS. Entre 2016 e 2021, as despesas

têm aumentado de 9.130 para 12.386

milhões de euros, sendo que 42% têm

sido causados pelo aumento da despesa

com recursos humanos (1.353

milhões), proporção muito superior

àquela devida à aquisição de medicamentos

e dispositivos (733 milhões,

23%)”, apurou o OPSS.

“Além do aumento dos profissionais,

outras alterações legislativas têm provocado

o aumento da despesa, como

a recuperação dos valores pagos pelas

horas extraordinárias, que tinham sido

cortados durante a Grande Recessão e

o período de austeridade subsequente

(os anos da Troika), a recuperação

salarial depois dos cortes ocorridos no

mesmo período, e o lento descongelamento

das carreiras”, acrescenta. “Por

outro lado, outras medidas têm levado

à necessidade de contratação de

profissionais, como a passagem para

as 35 horas no caso dos enfermeiros,

ou a limitação das horas de urgência

dos médicos com mais de 55 anos”.

Na produtividade ou “eficiência”, o relatório

comprova a “diminuição contínua

da produtividade e aumento

contínuo do custo médio. O aumento

de profissionais não se tem traduzido

numa melhoria proporcional dos serviços

prestados, crescendo em paralelo

os custos dos mesmos.

E A PRODUTIVIDADE?

O aumento do número de horas também

não se traduziu num aumento

proporcional da atividade” (cf. https://

poligrafo.sapo.pt/fact-check/despesa-

-e-numero-de-profissionais-do-sns-aumentaram-desde-2016-mas-produtividade-baixou-sim-indica-relatorio-do-

-opss).

Sabe-se que o aumento substancial

das horas extraordinárias durante este

período passou de 11,2 milhões para

21,9 milhões entre 2016 e 2021, com

um aumento particularmente acentuado

de mais de quatro milhões de

horas em 2021”.

Em 2020 e 2021, a produtividade diminuiu

porque as equipas centraram-se

no tratamento dos doentes Covid-19,

adiando ou cancelando uma série de

actividades previstas, nomeadamente

consultas e cirurgias”.

A segunda explicação é o aumento do

absentismo. Entre 2015 e 2019, a taxa

de absentismo aumentou de 11,2 para

12,4% e, durante a pandemia, chegou

a aumentar mais de 20% (em 2020)”.

A explicação, não independente da

segunda, é a concorrência do sector

privado. (…) Esta concorrência reforçada

do setor privado, e a constante

saída de profissionais do SNS, poderá

ter contribuído para uma excessiva

rotatividade e para a destruição das

equipas”.

QUE FAZER?

Apesar destes números, a opinião dominante

assegura que o

SNS está a ficar tísico. O SNS está mal

desenhado, capturado por interesses e

é ingovernável. Que fazer?

Com a falência iminente do SNS, vai

uma vez mais corrigir-se a falta de planeamento

com dinheiro. Vamos despejar

dinheiro para o sistema para fazer

à pressa o que não se quis fazer de

forma ponderada? É esta a verdadeira

questão?

Precisamos de um serviço de saúde

universal e sem restrições de acesso,

nomeadamente sem barreiras financeiras

que não pode conjugar-se com.

um sistema de saúde sem planeamento

ou controlo e com indicação de gastos

ilimitados.

O Estatuto do Serviço Nacional de Saúde

(SNS), uma das peças que dará seguimento

à Lei de Bases da Saúde, vai

a Conselho de Ministros no início de

julho. E uma das medidas é a criação

de uma direção executiva do serviço à

parte do Ministério da Saúde.

Essa será uma das soluções para melhor

gestão e articulação dos meios do

SNS e afastar políticos dos problemas

de gestão e coordenação de meios,

como aconteceu nas ultimas semanas

com as falhas que levaram ao encerramento

não coordenado de urgências

obstétricas.

O PRR oferece uma parte de resposta

porque tem uma verba de 1,3 mil milhões

de euros, destinados à reforma

dos cuidados de saúde primários, dos

cuidados de saúde mental e do modelo

de governação dos hospitais públicos.

Se há quem defenda alterações nas

ARS ou até a sua extinção, também há

quem lembre que no Porto não existem

problemas de coordenação de

serviços e que ali a reforma nas urgências

já foi feita. Por isso, a solução pode

ser tão simples quanto “copiar” o Porto

(cf. Expresso, 23.06.2022).

Vamos a tempo? Aguardemos pelas

medidas que o Governo anuncia este

mês.

(*) António Costa Guimarães, é

Jornalista, foi Capelão Militar

e Director do jornal Correio do

Minho.

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CRÓNICA

As guerras esquecidas:

onde se cheira a pobreza

“Vamos para as ruas às vezes todas as noites. Vamos

para as ruas e tentamos ver onde vivem, trabalham e

dormem. Vamos lá e cheiramos a pobreza. Vemos o lixo

nas ruas, os ratos, os mesmos que mordem os pés das

crianças enquanto elas dormem na zona do mercado”.

O Pe. Jorge Mario Crisafulli, director do Centro Dom Bosco, em Freetown

COSTA GUIMARÃES (*)

Toda a gente se mobilizou para

ajudar os ucranianos, agredidos

em sua casa pela Federação Russa,

desde 24 de Fevereiro. Inúmeras

campanhas se desencadearam,

sob os holofotes das televiões, para

socorrer os milhões de ucranianos

obrigados a fugir das suas casas e

deixando para trás vidas despedaçadas.

Mas existem outras guerras esquecidas

pela comunicação social

e corre-se o risco deste desprezo

acontecer coma Ucrânia, dentro

de alguns meses.

As 10 crises de refugiados “mais

esquecidas” do mundo estão em

África, afirma o Concelho Norueguês

dos Refugiados (NRC) num

relatório publicado no primeiro dia

de Junho, no qual expressa preocupação

com as consequências da

guerra na Ucrânia para o continente

africano.

O NRC, uma organização não-governamental

(ONG), publica uma

lista anual das 10 “crises de refugiados

mais esquecidas” com base

em três critérios: falta de vontade

política da comunidade internacional

para encontrar soluções,

falta de cobertura da imprensa e

falta de financiamento para as necessidades

humanitárias.

A classificação de 2021 “reflete o

fracasso crónico das autoridades

políticas, dos doadores e dos meios

de comunicação no momento de

abordar os conflitos e o sofrimento

humano neste continente”, afirmou

o secretário-geral do NRC,

Jan Egeland, em comunicado.

É o caso do Congo a sofrer uma

luta armada entre tribos do país,

na sequência da intensificação dos

combates entre as FARDC (Forças

Armadas da RD Congo) e os rebeldes

M23, que está a causar tantas

perdas de vidas humanas de ambos

os lados.

Estes conflitos em Rutshuru e Nyiragongo,

na região norte, levaram

mais de 50 mil pessoas a ter de fugir

das suas casas por causa da violência,

a apenas dez quilómetros

da fronteira ugandesa.

Estes episódios são apenas mais

dois de uma lista infindável de

confrontos que a República Democrática

do Congo tem sofrido, com

diferentes graus de intensidade e

em diversas zonas do país, nos últimos

60 anos. E que têm vitimado,

sobretudo, as populações mais

pobres. São sessenta anos de destruição

e morte esquecidos pela

comunidade internacional

O povo congolês, que sofreu demasiado

e cujas lágrimas correm

constantemente devido aos conflitos

de interesses partidários, mobilizava-se

para acolher o Papa Francisco.

O pesadelo da guerra dura há demasiado

tempo, mesmo sabendo

que as armas nunca foram uma

solução eficaz para as queixas,

nem mesmo as políticas.

Milhares de mortos, violações de

direitos humanos, guerra de milícias.

Apesar de graves, os conflitos

que assolaram países como Iêmen,

República Democrática do Congo,

Somália e Sudão do Sul em 2017

permaneceram “esquecidos” pela

opinião pública, e relativamente à

margem do debate na comunidade

internacional.

Mas há muito mais.

No Iémen, por exemplo, a população

está totalmente bloqueada no

território — apesar dos protestos

de organismos internacionais — e o

acesso dos media é muito difícil, e

pouco se sabe sobre o que acontece

no país.

Os números são chocantes: mais

de 233 mil mortos e 2,3 milhões

de crianças em desnutrição aguda.

Falta água potável e atendimento

médico à população.

A Organização das Nações Unidas

(ONU) classifica o Iémen como

a pior situação humanitária do

mundo.

A Somália vive em estado de guerra

e caos desde a década de 1990,

e pouco tem sido feito pela comunidade

internacional para melhorar

a situação do país. Já no Sudão

do Sul, desde o ano passado, um

frágil acordo de paz alcançado

entre os dois lados do conflito é

regularmente desrespeitado, submetendo

sua população à fome e

à insegurança.

No Iémen o conflito arrasta-se desde

2015, deixou pelo menos cinco

mil civis mortos, incluindo 1.120

© Síria - Unicef Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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Nos últimos meses, os conflitos entre grupos rebeldes

e forças de segurança deixaram centenas de

mortos no leste do país. Já na província de Kasai, na

região central da RDC, combates entre milícias e forças

de segurança deixaram 3.383 mortos de outubro

de 2016 até junho deste ano, segundo estimativas da

igreja católica.

respondem aos interesses de um clã determinado e

grupos armados.

Além de praticarem ataques terroristas como o que

matou mais de 350 pessoas em outubro, em Mogadíscio,

os jihadistas também impedem o acesso de

grupos humanitários, o que agrava a fome no país,

atingido ainda por uma forte seca.

A situação na RDC também faz com que a ONU mantenha

sua maior e mais cara missão de paz do mundo

no país, com cerca de dezanove mil capacetes

azuis. No começo de dezembro, um ataque matou

pelo menos 14 soldados da missão, perto da fronteira

com Uganda.

Em fevereiro, o governo decretou catástrofe nacional

e a Unicef estimou que 270 mil estavam em estágio

de desnutrição grave. Mais de 950 mil crianças menores

de cinco anos sofrem desnutrição aguda, das

quais 185 mil morreriam se não recebessem tratamento

médico imediato este ano.

© Unicef

crianças, e mais de 8.500 feridos, de acordo com dados

do Alto Comissariado da ONU para os Direitos

Humanos.

De um lado da guerra estão os houthis, rebeldes xiitas

apoiados pelo Irão. Do outro lado, a Arábia Saudita

lidera uma aliança árabe para conter o avanço dos

houthis, e conta com o apoio dos Estados Unidos. Há

também outros actores envolvidos no conflito como

tribos sunitas, a Al-Qaeda e até o Estado Islâmico.

A tensão começou a se acirrar na Primavera Árabe,

em 2011, quando os houthis participaram de protestos

contra o então presidente e se aproveitaram de

um vácuo no poder para expandir seu controlo de

algumas regiões do país.

Em setembro de 2014 os houthis conquistaram a capital,

Sanaa, e o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi

foi forçado a fugir para outra cidade do Iémen e depois

para a Arábia Saudita. Os houthis dissolveram

o Parlamento e formaram um conselho presidencial

para governar.

Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar

uma aliança árabe para conter o avanço dos houthis.

A aliança tem o apoio dos Estados Unidos e faz bombardeamentos

aéreos constantes às áreas dominadas

pelos rebeldes.

Em dezembro de 2017, o ex-presidente Ali Abdullah

Saleh foi morto enquanto tentava deixar a capital

do país, Sanaa. Saleh, que abandonou a presidência

do país em 2012, foi aliado dos houthis durante três

anos na guerra civil. Ele rompera com o grupo poucos

dias antes de morrer.

Segundo a ONU e a Anistia Internacional, uma série

de violações de direitos humanos são perpetradas

no conflito e a situação humanitária deteriora-se rapidamente.

Entre os abusos denunciados pelas organizações

estão o bombardeamento de hospitais,

escolas e áreas residenciais e o recrutamento de

crianças soldados.

Cálculos da ONU estimam que três milhões de pessoas

deixaram as suas casas, sete milhões de pessoas

passam fome e cerca 80% da população precisa de

ajuda humanitária.

Na República Democrática do Congo, a situação de

insegurança e instabilidade política no país tornou-

-se mais exacerbada no final do ano passado, quando

o presidente Joseph Kabila se recusou a deixar o

poder mesmo depois de cumprir dois mandatos – o

previsto pela Constituição – que terminaram em Dezembro

de 2016.

Pelo menos 70 grupos armados atuam na região leste

do país e aproveitam lacunas deixadas pelo governo

para controlar diversas comunidades, de acordo

com a organização americana Council of Foreign Relations.

Visitemos agora o país mais jovem do mundo, independente

desde 2011, que está em guerra civil desde

dezembro de 2013, apesar de um cessão fogo ambíguo

assinado em 23 de dezembro de 2021.

O conflito armado no Sudão do Sul começou quando

o presidente Salva Kiir (de etnia dinka) acusou o ex-vice-presidente

Riak Machar (da tribo rival nuer) de ter

orquestrado um golpe de Estado. Diferentes milícias

se uniram a cada um dos lados, com confrontos marcados

por massacres de caráter étnico.

Apesar de ambas partes terem assinado um acordo

de paz em agosto de 2015, o conflito foi retomado

em julho de 2016, deixando milhares de mortos e milhões

de deslocados.

A fome também é um problema crónico do Sudão

do Sul: seis milhões de habitantes, metade dos habitantes,

dependem de ajuda humanitária para se alimentar

e pelo menos 100 mil passam fome, segundo

a ONU.

Desde o começo dos combates, cerca de 50 mil pessoas

morreram, e o conflito fez com que mais de 1,5

milhão de pessoas fugissem do país, transformando

o Sudão do Sul “na maior crise de refugiados da África”

e “na terceira do mundo” atrás de Síria e Afeganistão,

segundo a Acnur, só suplantadas agora com a

guerra na Ucrânia.

De acordo com a organização Human Rights Watch,

grandes partes de cidades importantes e áreas

essenciais da infraestrutura do país – como clínicas,

hospitais e escolas – foram pilhadas, destruídas e

abandonadas. A organização também aponta para

abusos por parte do governo, incluindo prisões arbitrárias

de políticos, jornalistas e membros da sociedade

civil.

A Somália integra uma lista com dez países onde

ocorrem 75% de todos os ataques terroristas no

mundo, ao lado de Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão,

Filipinas, Turquia, Nigéria, Iémen e Síria.

O país vive em estado de guerra e caos desde 1991,

quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado,

deixando o país sem um governo efectivo e em mãos

de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que

De acordo com o Programa de Desenvolvimento das

Nações Unidas, 35 mil pessoas foram mortas pelo

Boko Haram desde o começo do conflito – em 2009

– apenas na Nigéria, e dois milhões deixaram suas

casas na Nigéria e nos Camarões.

Dados do Unicef também dão conta de que nos três

primeiros meses de 2017, pelo menos 27 crianças foram

usadas pelo grupo para perpetrar ataques suicidas.

Desde 2014, foram 117 crianças. O Boko Haram

também promove diversos atentados suicidas, contra

civis.

Em 2014, os terroristas invadiram uma escola em Chibok,

no estado nigeriano de Borno, e sequestraram

276 meninas que se preparavam para fazer suas provas.

Este caso, sim, teve grande repercussão internacional

à época mas pouco mais (cf. https://www.bbc.

com/portuguese/internacional-60690640).

Um pouco acima da República do Congo, temos a

Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo.

Durante 11 anos viveu uma terrível guerra civil e, depois,

como se isso não tivesse bastado, veio a epidemia

do Ébola. Mas os mais pobres de todos são

as crianças. Nas ruas da capital, Freetown, há quem

tente resgatar raparigas e rapazes que vivem abandonados,

oferecendo-lhes uma vida onde possam

aprender a sorrir.

“Fui viver para a rua. Havia muitas meninas a viver na

rua. Roubavam, prostituíam-se a troco de dinheiro,

mendigavam e faziam muitas outras coisas. Algumas

morreram, outras estão hospitalizadas, outras apanharam

doenças e outras estão na prisão.”

Victoria é apenas uma das muitas raparigas que andam

dia e noite pelas ruas de Freetown, a capital da

Serra Leoa.

Quando as armas se calaram, em 2002, terão perdido

a vida milhares de pessoas. Há quem fale em cerca

de 200 mil. E causou ainda mais de dois milhões de

deslocados.

Depois, veio a epidemia de Ébola, entre 2014 e 2016,

que ceifou a vida cerca de quatro mil pessoas e deixou

mais de doze mil órfãos.

Metade da população deste país tem menos de dois

euros por dia para sobreviver. Mas talvez os mais pobres

de todos os pobres sejam as crianças.

As crianças que foram obrigadas a combater na guer-

18

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© janeb13

“A guerra na Síria assinala mais um marco vergonhoso”,

disse a directora executiva do UNICEF, Henrietta

Fore, que esteve na Síria na semana passada. “Quando

o conflito entra no seu décimo segundo ano, milhões

de crianças entram na segunda década de vida,

cercadas por guerra, violência, morte e deslocamento.

A necessidade de paz nunca foi tão urgente” (cf. https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/quase-5-milhoes-de-criancas-nasceram-durante-

-guerra-na-siria).

De acordo com dados, de 2014 até

2019:

Mais de nove mil crianças foram mortas ou feridas no

conflito;

Cerca de cinco mil crianças – algumas com apenas 7

anos – foram recrutadas para a luta;

Quase mil instalações médicas e de educação foram

atacadas.

No noroeste da Síria, mais de 960 mil pessoas, incluindo

mais de 575 mil crianças, foram deslocadas desde

1.º de dezembro de 2019.

Os impactos mais extensos de uma década de conflito

incluem:

Duas em cada cinco escolas não podem ser usadas

porque estão destruídas, danificadas, abrigando famílias

deslocadas ou usadas para fins militares;

Mais da metade de todas as unidades de saúde não

está em condições de funcionar;

Mais de 2,8 milhões de crianças estão fora da escola

na Síria e nos países vizinhos;

Mais de dois terços das crianças com deficiência física

ou mental necessitam de serviços especializados indisponíveis

em sua área;

Os preços dos bens básicos aumentaram 20 vezes

desde o início da guerra.

Apenas no ano passado, a UNICEF

conseguiu alcançar:

Quase 750 mil crianças com imunização ou vacinação

de rotina contra o sarampo;

Mais de um milhão de crianças com apoio psicossocial;

Quase três milhões de crianças com educação formal

e não formal;

Mais de 5,3 milhões de pessoas com água potável por

meio de melhorias nos sistemas de abastecimento de

água;

Quase dois milhões de pessoas com instalações de

água, saneamento e higiene e serviços de saneamento.

A UNICEF precisa de 682 milhões de dólares por ano

para manter esses programas que salvam vidas, mas

o financiamento é curto.

(*) António Costa Guimarães, é

Jornalista, foi Capelão Militar e

Director do jornal Correio do Minho.

ra, as crianças que vivem agora nas ruas, as crianças

que, para sobreviver, até têm de se prostituir.

O Pe. Jorge Mario Crisafulli conhece o nome de quase

todas elas. Ele é o director do Centro Dom Bosco.

“Encontrámos nas ruas meninas de 9 anos que estavam

a prostituir-se para sobreviver, não porque queiram,

mas porque foram forçadas a fazê-lo.”

As ruas da capital da Serra Leoa são o retrato da pobreza

do país. O Pe. Jorge, argentino, é responsável

por diversos projectos de apoio para estes menores

que vivem nas ruas. Um trabalho que pode fazer a

diferença entre a vida e a morte de dezenas de jovens

e crianças. É a Igreja de mangas arregaçadas, ao

lado dos que mais sofrem, de pessoas concretas, em

necessidade (cf. www.fundacao-ais.pt).

Cheirar a pobreza

Cada uma destas crianças, traz consigo uma história

de dor, de miséria, de sofrimento e de abandono.

Muitos dos jovens que vivem hoje nas ruas da capital

da Serra Leoa foram soldados nos tempos da guerra

civil. “Eu era um rapaz, tinha 9 anos. Vivia com a minha

família. Os rebeldes atacaram a minha aldeia,

levaram-me para as tendas. Fui treinado para lutar

como criança-soldado durante a guerra.”

Saidu é um jovem adulto. Nunca o deixaram ser

criança. Muito cedo na vida, puseram-lhe uma arma

20

nas mãos, e não um caderno e um lápis. Mandaram-

-no para o meio do mato para matar e não para a

escola para aprender.

O Pe. Jorge Mario Crisafulli é uma espécie de anjo da

guarda destas crianças tristes.

“Vamos para as ruas às vezes todas as noites. Vamos

para as ruas e tentamos ver onde vivem, trabalham

e dormem. Vamos lá e cheiramos a pobreza. Vemos

o lixo nas ruas, os ratos, os mesmos que mordem os

pés das crianças enquanto elas dormem na zona

do mercado. E isto mexe com o nosso coração”, diz-

-nos. “Não podemos ficar indiferentes…” Nas ruas de

Freetown, a capital da Serra Leoa, há quem, como o

padre Jorge, tente resgatar as raparigas e os rapazes

que vivem abandonados, oferecendo-lhes uma vida

onde possam aprender a sorrir.

(Cf. www.fundacao-ais.pt)

Síria em números que são pessoas

Cerca de 4,8 milhões de crianças nasceram na Síria

desde o início do conflito, inze anos atrás. Um milhão

nasceram como refugiadas nos países vizinhos. Elas

continuam a enfrentar as consequências devastadoras

de uma guerra brutal.

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© slums

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Crónica - “Do Nosso Cantinho para o Vosso Cantão”

Olharam uns para os outros e tardou

que alguém mais afoito, rompesse o

silêncio húmido e abafado e dissesse:

- Uma foto companheiros, ânimo, chegámos

a Timor.

Aragonez Marques (*)

A personagem da história é o segundo a contar de cima à esquerda. Chegou com 138 Kg, conforme é referido na crónica e

regressou a Portugal com menos de 100, cinco anos depois.

PRIMEIRO DIA COMO

IMIGRANTE

Continuo com os tratamentos diários, mas não quero

deixar de colaborar com o Lusitano, muito mais

quando este ano faz três em que estive em Zurique,

no Dia de Portugal onde fui recebido com tanto carinho

por essa comunidade.

Deixo-vos assim mais um extrato de “O Que Foste Lá

Fazer?”, até que consiga vencer este traidor que se

atreveu a ter-me escolhido como inimigo numa luta

de vida e morte. Pouca sorte teve na escolha. Acabarei

com ele!

Aragonez Marques

Se os dragões existissem, diria que um,

enorme, gigante mesmo, boca e narinas

dilatadas, vivia sobre o monte Ramelau

e que àquela hora, sempre a mesma em

que chegava um avião, tentava mandar para trás

quem se atrevia a invadir a sua ilha, com enormes

baforadas de hálito quente.

Esta foi a primeira sensação que Carlos Novais

teve quando baixou as escadas íngremes encostadas

ao avião acabado de chegar ao Aeroporto

Internacional Nicolau Lobato.

Juntou-se ao grupo de colegas que embarcaram

nesta aventura e se iam reunindo na pista.

Saíram sorrisos como abraços em grupo

para a câmara.

Tinham deixado Portugal dia 19 e chegado

a Timor-Leste às 13.45 (hora local)

do dia 23 de Maio.

Engoliram horas.

Noites e dias estavam às avessas como

estavam os corpos e os pensamentos.

Saíram juntos do aeroporto.

Lá fora aguardavam-nos outros colegas

que já viviam essa experiência há mais

tempo.

Para além dos amigos que alguns lá tinham,

Novais tinha o abraço da Maria

e do Alberto, esperavam-nos também

as coordenadoras gerais do projeto, a

Coordenadora Portuguesa e a Timorense

e com elas, os treze coordenadores

das treze escolas, uma por distrito, nesta

teia organizada para reiniciar o acesso

à Língua Portuguesa e que, funcionava

como os tentáculos de um polvo,

cuja cabeça bicéfala estava em Díli.

Cada escola tinha uma carrinha com

motorista e os professores foram distribuídos

por elas e levados para alojamentos

provisórios na capital.

Carlos Novais, um dos quatro homens

que chegaram, foi levado para um hotel,

de onde se via o mar, esse seu mar

que tanto lhe seria companheiro durante

a sua estadia na Ilha.

As colegas, ficaram em casas, uma zona

fechada chamada Vila Verde e que Carlos

Novais não recorda bem.

Recorda-se, isso sim do seu hotel.

Hotel Novo Horizonte, porque os horizontes

podem ser novos, entre o centro

de Díli e a praia da Areia Branca.

Até chegar ali, tinha feito uma curva

nas condições que subiam e baixavam

consoante as escalas.

Partira do seu distrito, Portalegre, às

seis horas da manhã do dia dezanove,

e a partir daí, tinha tocado movimentos

em Lisboa, Madrid, Doha e Bali.

Em Doha sentiu o primeiro rugir da

diferença, com mulheres apenas com

olhos e homens todos de branco.

Em Bali, respirou a Ásia.

Ficou num hotel majestoso e sentiu o

poder do dólar.

Pagou com eles as refeições, onde as

rupias, apesar de muitas para valerem

mais, continuam a ser pobres envergonhadas

de pouco valor.

Uma refeição no hotel andava pelos

quatro dólares.

Carlos Novais comparou mentalmente

com o euro... Mas isto seriam, ora bem,

o quê? Só? Três euros e vinte, menos

de um maço de cigarros? Um hotel de

luxo destes? Não conseguiu deixar de

pensar que a Europa não ia por bom

caminho.

Timor, tem a Austrália como guia e a

Austrália, tem como rainha, a mais antiga

monarquia europeia, consciente

disso, tenta manter laços com os países

vizinhos, mesmo com a sua velha inimiga

Indonésia e agarra-se à CPLP para

manter a sua identidade histórica.

Mas regressemos à primeira noite com

oito horas de diferença de Lisboa, agora,

ou nove, quando Lisboa anda ao

sabor da mudança dos ponteiros, um

passo para o lado, outro para o outro,

numa valsa dançada pela luz.

Carlos Novais, chega ao hotel Novo Horizonte,

dão-lhe um quarto, uma chave

e um código de internet.

Coloca as duas malas e o saco de mão

no chão, tira o portátil, liga-o e começa

a chamar a família.

Tinham-se passado tantas coisas novas

em tão pouco tempo que lhe parecia

ter saído de casa há uma eternidade.

Como sempre, o melhor tinha deixado

lá e não se referia só à família e aos

amigos, trouxe o seu telefone velhinho,

o computador sem autonomia de bateria,

roupa q.b. como o sal, nem a viola,

nada, o que cozinhasse na sua vida

a partir desse momento, seria com os

seus recursos e com os ingredientes de

lá.

Não se preocupou por isso com os vinte

e sete quilos de limite de bagagem, a

dor de cabeça das companheiras.

Ele e só ele estavam ali, nessa primeira

noite, e o computador sem câmara, só

podia escrever, não podia ver ninguém:

- Sou eu !!

-Papá, Papá!

- Então como estão?

- Vimos a tua viagem pela Net, seguimos

a rota do avião.

CRÓNICA

Modernices destes tempos, uma das

que Carlos Novais sabia ter como deficiência.

- Quem está aí?

- Todas!!

E estavam, mulher e filhas, as pequenas

e as maiores que foram apoiar este

momento que também para elas não

deveria estar a ser fácil.

- Não morri, caramba. Só saí de casa

por uns tempos.

Carlos Novais tentava inventar coisas

para lhes dizer, a cabeça estava branca

como as vestes dos homens de Doha.

- Tu estás bem?

- Na maior!!

Nessa altura e enquanto escrevia, chorava,

e ainda bem que o não viam para

evitar o gozo das filhas, “andas muito

chorão” e andava.

Antes de ir, chorava por tudo e por

nada, não era berraria, não pensem, era

assim, comovia-se e pronto.

Comovia-se com tudo, com as palavras

que ouvia, com os livros que lia, sobretudo

se falassem de crianças ou de velhos,

mas reconhecia que ultimamente

a coisa se tinha complicado e já torcia

o beiço, com um filme, com a televisão

e até com as telenovelas que dizia não

ver, mas que espreitava.

- Andas aí?

- Sim, estou.

- Então já viste algum crocodilo?

A mulher de Carlos, culpada com a

amiga Lurdes com quem aprendia receitas

novas, do seu elevado peso que

o fez não ter cinto suficiente no último

voo entre Bali e Timor escreveu:

- Que comeste?

- Coisas do avião.

Carlos, ao olhar para os seus cento e

trinta e oito quilos e lembrando-se do

pormenor de no voo que o deixou em

Díli não ter tido cinto suficiente para o

apertar e proteger, acrescentou:

- Olha amor, estou entregue a mim

mesmo. Estou em Timor-Leste, a dezassete

mil quilómetros de casa onde

aterrei sem cinto de segurança.

Mal sabia Carlos Novais que muitas outras

vezes iria sentir a falta desse cinto.

-Então? Então? Carlos estás aí?

22

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23



CRÓNICA

Não tinha ficado sem Net, conforme

lhes foi dito durante as conversas preliminares

com o ministério, foi sem luz

e só três horas depois conseguiu ligar

de novo o computador onde uma fileira

de preocupações estava escrita em

monólogo:

- Carlos estás bem?

- Carlos porque não escreves?

- Passa-se alguma coisa?

Carlos respondeu de imediato:

- Está tudo bem, fiquei sem luz.

Em desabafo em tom depreciativo, a

mulher escreveu:

- Pronto, já estás em Timor…

Carlos esperou um pouco e respondeu:

- O problema não é de Timor, é ainda

de Portugal, onde com os roubos nos

ordenados, os congelamentos de salários

e tudo aquilo que sabes na pele,

não dá hipóteses a que um professor

possa ter um computador em condições,

que não tenha que estar ligado à

luz, por velho e muito uso ao seu serviço,

tenha ainda que sair do país que é

seu… e, caramba!!!

Judite, esposa:

- Não te metas em política Carlos, dá-

-me tanto medo que sejas assim.

Para Carlos Novais, a conversa estava

terminada, não sabia era como o fazer.

Irritava-o a passividade dos portugueses,

os medos, as permissões, a última

greve de professores em que em todo

o agrupamento de escolas a que pertencia,

só ele como um tonto perdeu

24

o dia de trabalho, surpreendido por

todos os colegas que se manifestavam

contra a política desgraçada do governo

se terem perfilado religiosamente

na escola, como cordeiros silenciosos.

A diretora pela manhã telefonou-lhe:

- Olha, as auxiliares fazem greve, não

vai haver aulas, anda que não perdes

o dia.

Não queria acreditar no que ouvia,

montarem-se sobre as pobres auxiliares

educativas que ganhavam quinhentos

euros por mês.

Tinha mesmo que sair, para longe,

nada fazia sentido, o país estava falso,

vivendo de expedientes.

Lembra-se de ter chegado à escola no

outro dia e dizer às colegas:

- A partir de hoje falem comigo de novelas,

do festival da canção, da Bárbara

Guimarães e das nódoas negras, mas

não se atrevam a dizer mal da escola,

do ministro ou do governo, que eu não

discuto mais esse tema convosco.

Decidiu nesse dia colocar mar e terra

sobre ele e o país.

- Olha estão a chamar-nos para jantar.

Não estavam.

- Está bem, quando voltas a falar?

- Não sei, quando puder.

- E como sei quando podes?

- Dou-te um toque de telemóvel. Não

atendas que deve ser caro e vai para o

computador.

- Adeus amor.

- Adeus Papá.

- Papá beijinho para ti.

- Papá compra-me coisinhas.

- PAI, PAI.

- Papá, foi a pequenina que escreveu

PAI, eu ajudo a cuidar das minhas irmãs.

Carlos Novais contou as despedidas:

- Eh! Falta uma.

- Sim, a Nevita, ela também te manda

um beijo. Só vem amanhã.

Carlos Novais desligou o computador,

abriu as malas, tirou uns calções, uma

camisola e roupa interior.

Completamente suado, sentiu a água

fria do chuveiro como bênção.

Limpou-se.

Sentiu-se húmido, incómodo, e deu-se

conta que estava suado outra vez.

Entrou novamente no chuveiro.

Saiu e meteu-se debaixo do ar condicionado.

Foi assim que Carlos Novais apanhou a

primeira constipação na Ásia.

(...)

In O Que Foste lá Fazer?

Aragonez Marques

Autor escreve segundo o

Acordo Ortográfico

Pena de morte no mundo:

o vai-e-vem da decapitação

COSTA GUIMARÃES (*)

O Relatório da Amnistia Internacional

sobre a Pena de Morte no Mundo

aponta uma situação de luz e sombra

em 2021, com um aumento no

número de pessoas que morreram,

embora a frente dos países abolicionistas

cresça.

Em toda a Europa, a pena de morte

foi executada apenas na Bielorrússia

(três execuções), onde uma nova lei

sobre a pena de morte foi aprovada

este ano, para aqueles que cometem

actos de terrorismo, sem que os governantes

em Minsk tenham definido

claramente o que é “terrorismo”.

A bela notícia vem do Cazaquistão,

Papua Nova Guiné e Serra Leoa, onde

a pena de morte foi abolida no início

de 2022. Gana, Malásia e República

Centro-Africana também tomaram

medidas nesse sentido. Nos Estados

Unidos, a Virgínia tornou-se o 23.º Estado

a abolir execuções. Joe Biden

suspendeu execuções até segunda

ordem. Por isso, 2021, nos EUA, foi

o ano que teve o menor número de

execuções (11) desde 1988.

Em 2021, 579 pessoas em 18 países

foram executadas. Isso, em resumo,

é destacado pelo último relatório da

Anistia Internacional sobre a pena

capital apresentado em Berlim: houve

um aumento de 20% de sentenças

de morte – que foram executadas –

face ao ano anterior.

Devido à falta de dados oficiais, é de

supor um número maior devido aos

casos não relatados.

Os campeões da pena de morte são

oIrão (pelo menos 314); Egipto (pelo

menos 83); Arábia Saudita (65) e Síria

(pelo menos 24). Entre as nações

que prevêem a pena de morte, há

também a China, mas, devido à falta

de divulgação de dados oficiais, não

é possível quantificar o número de

execuções ocorridas.

O aumento deve-se, em particular, ao

aumento das execuções por crimes

de tráfico e consumo de drogas no

Irão.

Na Arábia Saudita, o número de execuções

conhecidas duplicou. Apesar

do aumento dos números, a tendência

internacional é de abolição da

pena de morte: um mínimo histórico

de 18 desde o início das estatísticas.

Menos de um quarto dos mortos

eram mulheres.

Existem ainda 55 Estados que mantêm

a pena de morte como sanção

penal.

(*) António Costa Guimarães, é

Jornalista, foi Capelão Militar e

Director do jornal Correio do Minho.

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25



Crónica

40.º congresso do PSD

– JUSTIÇA E POLÍTICA – uma reflexão marginal

Carlos Esperança

Luís Montenegro foi hoje entronizado

como novo líder do PSD num

conclave com raras mulheres e numerosos

notáveis da arqueologia

do partido, tendo a bênção de homens

de Belém, Marques Mendes

e Moedas, a ungi-lo.

Sem o brilho e entusiasmo da incerteza

dos congressos onde se

elegia o líder, cumpriu-se a liturgia

do partido que mais líderes gastou,

em menos tempo do que o

País leva em democracia, depois

de lhe ter sido restituída pelos militares

de Abril.

Em 2018, se a memória me não

trai, os ex-líderes parlamentares

sociais-democratas Luís Montenegro

e Hugo Soares foram constituídos

arguidos pelo alegado ‘crime

de recebimento indevido de

vantagem no caso das viagens do

Euro 2016’, tal como vários políticos

do PS que renunciaram aos

cargos governamentais.

Sem simpatia pelos políticos referidos,

não gostei da perseguição,

com bagatelas penais, quando

havia, e há, crimes graves cuja hierarquia

devia ser estabelecida pela

PGR, sem prejuízo da autonomia

dos magistrados a quem cabe a

investigação.

Inquirir um ‘crime’ feito às escâncaras,

com fotografias, horários e

locais de pernoita e repasto conhecidos,

para verem um jogo de futebol

da seleção nacional, na presunção

de que isso os corromperia,

pareceu irrelevante face à aparente

displicência com os casos dos

submarinos, da Tecnoforma ou do

desaparecimento de 3 mil milhões

de euros já depois da ruinosa decisão

da resolução do BES.

26

Aceitar que um deputado ou um

membro do Governo se deixa subornar

publicamente é pior do que

admitir que no BPN, Banif, BES e

BPP não houve subornos ocultos.

Foi chocante saber que Luís Montenegro

e Hugo Soares foram constituídos

arguidos por aceitarem

a boleia para um jogo de futebol

e nada se saber de autarcas com

provas aparentemente irrefutáveis

de faturas falsas, empresas de fachada,

contratos públicos viciados,

tráfico de influências, negócios

simulados, fraudes em subsídios,

manipulação de contas e iniciativas

fictícias cuja denúncia tem surgido

nos media ao longo dos anos.

Não duvido de que a ex-PGR quis

recolher provas, mas causa alarme

nada se saber, quatro anos depois,

já com nova PGR, quando pessoas

maldosas duvidam de quaisquer

investigações, dado o silêncio dos

jornais com acesso a todos os processos.

O País teme que, enquanto se investigaram

idas à bola, à borla, tenha

faltado tempo ou meios para

investigar autarcas ou para reabrir

o processo Tecnoforma, arquivado

pelo MP, como admitiu a anterior

PGR depois de a UE ter exigido a

devolução de 6,7 milhões de euros

da fraude que o gabinete antifraude

da Comissão Europeia garantiu

haver.

Ninguém acredita que para poupar

incómodos a Miguel Relvas,

que concedeu a verba, e ao gestor

Passos Coelho que a recebeu, a

PGR vacilasse. O futuro relicenciado

e o atual catedrático não gozavam

certamente de foro especial.

E não podem, agora, Luís Montenegro

e Hugo Soares manter-se

sob suspeita depois da relevância

que a partir de hoje assumem no

país, respetivamente presidente e

sec.-geral do PSD. Urge divulgar se

os processos estão arquivados ou

em incubação.

É preciso acabar com as suspeições

e evitar o arbítrio da Justiça

na gestão do tempo dos processos.

Quem defende a independência

dos Tribunais, condição

indispensável da democracia, não

tolera que a política seja refém da

Justiça.

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Turismo

CRÓNICA

Santiago de Compostela

O melhor caminho é sempre o que o nosso coração escolher…!

Manuel António (*)

Foram longos dias de ansiedade e

preparativos para fazer o “camiño”

de Santiago, e…de repente, já aconteceu,

ficando a sensação de alívio e

“dever” cumprido, mas também de

saudade.

Este caminho, foi para mim, uma espécie

de necessidade, quiçá um “chamamento“

que vinha crescendo, depois

de ter percorrido os caminhos de

Fátima, durante 18 anos e 21 peregrinações.

Foi talvez o facto, de ter assistido à

“morte” da verdadeira essência do devoto

peregrino, que, sem ajuda, e com

muito sacrifício, se metia ao caminho,

com a força e coragem proporcional à

fé que transportava no saco, que carregava

às costas.

Nos dias de hoje as peregrinações a

Fátima, tornaram-se numa “festa”, em

que os participantes “disfarçados” de

peregrinos, carregando consigo somente

o telemóvel, levam a seu lado,

atrás e à frente, todo o apoio necessário

e desnecessário, para testar as

suas capacidades físicas, em vez da

promessa que (muitos) não têm. Tenho

observado e assistido, que o peregrino

de hoje, não se consegue despegar

de preconceitos e atitudes que

dominam e proliferam na Sociedade

atual, demasiado competitiva e egocêntrica,

continuando a “reagrupar-se”

dentro de um grupo de 5 ou 6 dezenas

de pessoas, como se nele não estivessem

ou fizessem parte, partilhando o

caminho com seus pares, familiares

ou amigos, socializando-se com os

restantes, somente quando imposto

ou altamente necessário às suas conveniências.

Quero com isto dizer, que

um grupo 70 ou 80 peregrinos, o qual

se pretende que seja (mesmo) um grupo,

reparo que inevitavelmente, ele se

fragmenta em micro-grupos de 2, 4, 5

ou até 1 pessoa, que durante o trajeto

não se encontram, não falam e não

convivem com os outros elementos exteriores

aos seus grupos, juntando-se

apenas às refeições.

Eu vivi esta (des)evolução e senti a minha

vontade a querer ser proporcionalmente

inversa a essa tendência.

A raiz da minha necessidade espiritual,

não se coaduna com o imposto e os

moldes da atualidade, por isso, senti a

necessidade de ir em busca da “essência”.

Logicamente que essa, já não existe,

no sentido verdadeiro da palavra,

mas pelo menos o mais parecido possível.

Assim, tentei no ano passado, descobrir

e percorrer outros caminhos, que me

fizessem sentir alguma satisfação espiritual,

que não foi totalmente conseguido,

mas que este ano foi plenamente

concretizado com êxito, ficando com

vontade de continuar a senti-la pelo

resto da minha vida.

O “camiño” de Santiago é um caminho

milenar, com uma história e um ymisticismo

relacionados com a religião

Cristã, mais propriamente com a vida e

propósito de um dos mais ativos Apóstolos

de Jesus, conhecido hoje, como

sabemos por Santiago de Compostela.

É um “camiño” que, quem o faz, com

respeito por si, pela religião e pelos outros,

sente bastante. Essa é a sensação

com que se fica, depois de nos cruzarmos

com dezenas de outros peregrinos/

camiñeiros, que a sós ou acompanhados,

nos transmitem. A ilação que fica, é

que o mundo poderia ser bem melhor,

se nos desprendêssemos mais de coisas

vis e supérfluas, das quais não abdicamos

no nosso dia-a-dia, e que afinal

conseguimos viver bem e em paz, com

muito pouco, se a força e a união entre

semelhantes tiver um peso emocional

superior aos bens materiais. Durante

o “camiño” aprendemos a apreciar e a

respeitar raças, costumes, povos, sexos,

tendências e “credos”, que qualquer peregrino

nos possa transmitir, porque o

objetivo é comum, a aura espiritual tem

o mesmo brilho e a convicção, é mesmo

a partilha.

Ali, cada peregrino leva o apoio dentro

da sua mochila, que se sente a cada

passo dado, incutindo por isso, responsabilidade

e concentração sobre o que

nos leva a fazer esse sacrifício, mas ao

mesmo tempo, uma alegria enorme de

liberdade, aventura e convívio.

Porém os tempos atuais, com as suas

tendências, extravagâncias e alterações

de mentalidades, começam a deturpar

e desrespeitar ideologias, e a violar espaços

concebidos por uma vertente

espiritual e cultural, através dos séculos,

como está a começar a acontecer

nestes “camiños” de Santiago, no caso

concreto, Caminho Central Português,

pela via XIX Romana, em que muitas

pessoas, organizadas particularmente

e Associativamente, invadem aqueles

espaços com bicicletas, muitos deles

compostos por veredas, em que só se

pode caminhar em fila. Muitos desses

ciclistas passam a grande velocidade,

vindos por trás e passando a raspar

e (até) tocar nas mochilas, causando

imenso incómodo e transtorno a quem

caminha concentrado, e não tem um

radar, para sentir a aproximação de

uma “máquina” que deveria transitar no

asfalto, e não em caminhos pavimentados

pelos Romanos. Esse tipo de “turismo”

moderno, não se coaduna com os

caminhos e trilhos a que me refiro, concebidos

há séculos para pessoas, que

a pé ou em cima de carroças puxadas

por bestas (burros, cavalos mulas). Não

critico que cada um possa fazer o que

entenda, e que vá onde quiser, como

quiser, logicamente, mas embora esses

ciclistas se considerem igualmente

peregrinos, quem faz o caminho a pé,

vergado ao peso da mochila, que conta

cada segundo, cada quilómetro, para

poder descalçar as botas e meter os pés

em água fresca, repara que são simplesmente

desportistas, que por acaso, em

99% dos casos, não incluem qualquer

mulher nesses “raids” e que só utilizam

as mesmas veredas seculares dos peregrinos,

por vaidade e para terem público.

Esta é a minha opinião, que sei ser muito

contraditória, de quem o faz ou fez

através deste meio de transporte, mas

se não dissesse aquilo que senti durante

o caminho, não seria justo comigo

próprio.

No entanto digo e repito, que quem

quiser sentir o espírito peregrino, encontrar-se

consigo próprio, despir-se de

preconceitos e fazer uma viagem ao seu

interior , deve meter-se ao “camiño”, podendo

fazê-lo igualmente em direção

ao Santuário de Fátima, mas de uma

forma peregrina, em parceria com a sua

mochila e…. sem “romarias”!

(*) autor escreve segundo o Acordo Ortográfico

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Desporto

Juniores A

do Centro Lusitano de Zurique promovidos

Jorge Macieira

Os Juniores A do Centro Lusitano

de Zurique sagrou-se,

na tarde do Domingo, 19 de

Julho, campeão regional de

juniores, da época 2021/22,

graças a uma vitória por

duas bolas, numa visita ao

FC Pfäffikon, num final de

campeonato louco, onde as

equipas chegaram empatadas

com os mesmos pontos

à última jornada.

Os jovens lusitanos, que só

dependiam de si à partida

para a jornada, apesar de terem

os mesmos 21 pontos

do adversário, mas desvantagem

sobre o primeiro, que

era os pontos de disciplina–

que é o primeiro critério de

desempate – estiveram praticamente

todo o jogo no comando

da partida, assumido

a vontade de sair vitoriosos.

Após abrir o placar através

do ala esquerdo Gonçalo, assim

chegaram ao intervalo

com a vantagem de um golo.

Logo ao abrir a segunda parte

chegaram à vantagem de

duas bolas a zero, através do

capitão Nelson Alves. Quase

a seguir, os visitados ficaram

reduzidos a 10 jogadores. – e

o jogo ficou absolutamente

frenético – a partir do minuto

80' quando a equipa da casa

reduziu para a margem mínima.

Por essa altura, o Centro Lusitano

de Zurique mantinha-se

em vantagem e quase concretizando

o único resultado

que servia os objectivos lusitanos

que só poderia ser a

vitória.

Com esta vitória e o título

de campeão, passados 28

anos, os Juniores A sobem à

Youth League pela segunda

vez na história.

A equipa já há vários anos

comandada pelo "Mister" Zé

Ricardo, de escalão em escalão

de formação, que esta

época foi apoiado pelos seus

adjuntos Filipe e Tomas. Na

próxima época o ‘mister’ Zé

Ricardo assumirá a equipa

sénior do Centro Lusitano de

Zurique recém-promovida à

3.ª Liga, acompanhado pelo

Riqui, Tomas e Tiago.

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Diário de uma avó e de um neto

Retratos contados...

32

Nélson

Mateus

Alice

Vieira

©: DR

Cheira a Lisboa

V NELSON MATEUS (*)

Querida avó,

Tal como te tinha dito recentemente, inaugurei esta semana

a Exposição “Retratos Contados de Anita Guerreiro”.

É um gosto enorme ser comissário desta exposição, que

conta um pouco (pouquíssimo) do muito (muitíssimo) que

é a vida e obra da menina que nasceu com o nome Bebiana,

no Bairro do Intendente, mas desde cedo começou a

destacar-se no mundo do espectáculo, onde passou a ser

conhecida por Anita Guerreiro, nome pelo qual todos a conhecem.

Conheci-a no restaurante O Faia em 2015.

A longa conversa que tivemos, naquela que foi durante

muitos anos a sua segunda casa, marcou-me para sempre.

Naquele fim de tarde tive logo a certeza que gostaria de

fazer uma Exposição sobre a sua vida e obra. Uma carreira

cheia de tantas coisas tinha que ser partilhada

com todos em forma de Exposição.

É impossível escrever-se a história de Lisboa, sem se

falar do nome de Anita Guerreiro.

A mulher que imortalizou o nome da capital portuguesa

com a canção “Cheira Bem; Cheira a Lisboa”, a atriz, e

cantora, que esgotava todas as sessões das revistas em que

participava no saudoso Parque Mayer, no Coliseu e em outras

salas onde o público ia assistir ao Teatro de Revista.

Anita Guerreiro participou em cerca 35 séries, novelas e

sitcoms nos 3 canais generalistas. Foi madrinha da Marcha

dos Mercados durante mais do que um década. Durante

aproximadamente 25 anos, noite após noite cantou

e encantou todos os que foram ouvi-la ao Faia. A mulher

que, para além da carreia de sucesso que teve, dedicou a

sua vida aos filhos e ao marido.

Hoje vive na Casa do Artista, onde é feliz e muito bem

tratada.

A Exposição vai estar patente, até final de agosto, na

For.Ever Art Gallery, na António Augusto de Aguiar, em

lisboa. Quando vieres a Lisboa faço-te uma visita guiada

à Exposição.

Que recordações tens do Parque Mayer? Vai realizar-

-se um espectáculo em breve para celebrar o seu

centenário.

Bjs

Anita

Guerreiro

V ALICE VIEIRA (*)

Querido neto

Que bela iniciativa a tua, a de homenagear a Anita

Guerreiro.

É importante não esquecermos estas personalidades!

Em criança, nunca falhei uma revista do Parque Mayer.

Como os tios com quem eu vivia adoravam teatro, levavam-me

sempre com eles.

Eu aprendia as cantigas todas que ouvia, um palavrãozito

ou outro—depois cantava tudo em casa, para grande

desgosto das minhas velhas tias que eram senhoras

muito sérias, e que, quando assistiam às revistas, nunca

se riam, para mostrar que não percebiam nada do que

se dizia no palco.

A primeira atriz que me lembro de ver no Parque Mayer

era uma miúda pouco mais velha que eu, chamada Olinda

Dulce. Ela cantava, saltava, dançava—e eu sonhava

ser como ela.

Muitos anos depois, já eu trabalhava no “Diário de Notícias

”, escrevi um texto sobre ela.

E as pessoas ligaram-me e escreveram-me a dizer que

disparate, nunca houve uma atriz com esse nome. Até a

pessoa que mais sabia, com uma data de livros publicados

sobre teatro – sobretudo teatro de

revista- me disse categoricamente que eu estava enganada.

Cultura

Até que, semanas depois de o meu artigo ter saído, recebo

uma carta da Suíça, de uma senhora que me dizia

que eu estava certíssima, a Olinda Dulce era cunhada

dela e tinha ficado feliz por saber que alguém ainda se

lembrava dela!

Depois foi a fase da Beatriz Costa. Lembro-me dela,

muito nova, no fim do espectáculo, afastar um bocadinho

o pano e dizer “adeus, meninos, até amanhã!” Anos

mais tarde entrevistei-a muitas vezes para o ”DN”. E ela

fazia uma coisa extraordinária: mandava-me sempre

um cartão a agradecer.

Ficámos amigas até ao fim da sua vida. Muitas vezes

eu saía do DN e ia ter com ele ao Hotel Tivoli, onde ela

vivia—e ali ficávamos na conversa.

Depois veio o 25 de Abril, e a revista deixou de ter graça.

Em vez dela temos agora os grandes musicais dos meus

queridos amigos Filipe La Féria, e Irmãos Feist

Fica bem!

(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico

(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora

www.retratoscontados.pt

https://bit.ly/3dvDigl

https://bit.ly/3dvi3Li

https://bit.ly/3tyuFXN

info@retratoscontados.pt

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©: DR

33



AGENDA

Cidadania

Informações

MAPS

SEXTA-FEIRA — 1.7.

FESTIVAL LATINO-AMERICANO DE

MÚSICA (01.07-02.07 E 08.07-09.07)

Você gosta de música latino-americana?

Então que venha por ao festival

de música “Caliente!” Durante

dois barbatanas de semana, o “Kasernen-Areal”

será transformado em

um bairro sul-americano cheio de

música, dança e especialidades culinárias

da América do Sul. Apresentações

de dança e concertos convidam

você para a festa. Sexta-feira a partir

das 18:00, sábado a partir das 17:00.

O escritório da MAPS encontra-se

sorteia 6×2 passes diários por fim de

semana. Basta ligar para 044 415 65

89 ou enviar um e-mail para maps@

aoz.ch.

Zeughaushof, Kasernenareal.

Eléctrico 3/14 bis “Sihlpost” oder Autocarro

31 bis “Kanonengasse”.

www.caliente.ch

SÁBADO — 2.7.

EXCURSÃO PARA “ZÜRICHHORN”

O “Zürichhorn” é o lugar ideal para

passar dias ensolarados e noites

amenas de verão. Após uma caminhada

pela beira do lago uo uma

visita ao “Chinagarten”, você pode se

refrescar com um delicioso mergulho

sem lago. Há um parquinho para

as crianças não “Blatterwiese”. As

pessoas trazem seus alimentos para

assar e podem fazer um churrasco

na churrasqueira pública. Horário de

abertura do Chinagarten: diariamente,

das 11:00 às 19:00. Entrada livre.

Zürichhorn.

Eléctrico 2/4 oder Autocarro 33 bis

“Fröhlichstrasse”. Autocarro 912 bis

“Chinagarten”. Schiff bis “Zürichhorn

Casino”.

www.stadt-zuerich.ch

DOMINGO — 3.7.

CONCERTO NO PARQUE

Aproveite o verão sem belo “Parque

im Grüene” e descubra uma

vista fantástica do Lago Zurique e

das montanhas. Lá você encontrará

um restaurante, parquinhos para as

crianças e diversas atividades. Hoje

há um concerto no parque! Os grupos

musicais “PANchos” e “Caribas”

tocam reggae, rock e pop! Concerto:

às 14:00. Seg-dom 08:00-18:30. Entrada

livre.

Parque im Grüene. Alsenstr. 40. Rüschlikon.

Autocarro 165 ab “Bürkliplatz” bis

“Rüschlikon, Parque de mi Grüene”.

www.parkimgruene.ch

SEGUNDA-FEIRA — 4.7.

MUSEU DO RELÓGIO

A Suíça é o país dos relógios! Não

“Uhrenmuseum Beyer” em Zurique

conheça as histórias desta indústria

e aprecie relógios de colecção. Na

primeira segunda-feira do mês há

visitas guiadas em alemão, das 17:30

às 18:30. De seguida, os visitantes

tomam um aperitivo. Seg-sex 14:00-

18:00. Necessário fazer inscrição

para as visitas guiadas. CHF 10.- (CHF

5.- para universitários). Gratuito até

16 anos e para pessoas com status

de refugiado N/S/F/B.

Uhrenmuseum Beyer Zurique. Bahnhofstr.

31.

Eléctrico 2/6/7/8/9/11/13/17 bis “de

Paradeplatz”.

www.beyer-ch.com

TERÇA-FEIRA — 5.7.

JOGOS PARA CRIANÇAS

Toda terça-feira à tarde, crianças a

partir dos 4 anos brincam sem “GZ

Witikon”. Lá elas experimentam fazer

jogos em grupos e de cartas, e

conhecem outras crianças. Os pais

são bem-vindos! 15:30-17:30 Entrada

livre. GZ Witikon. Witikonerstr. 405.

O autocarro 31 bis “Loorenstrasse”.

www.gz-zh.ch

QUARTA-FEIRA — 6.7.

PASSE DAS FÉRIAS ZVV-2022

Com o “ZVV-FerienPass”, jovens entre

6 e 16 anos de idade desfrutam

de cinco semanas de viagem gratuita

pela cidade de Zurique de trem,

Autocarro, Eléctrico, barco e teleférico.

O passe também oferece muitos

vales e descontos: por exemplo,

entrada gratuita em mais de 120

piscinas e 38 museus! CHF 25.-. O

escritório da MAPS sorteia 10 passes

das férias ZVV-2022 (Validade:

16.07.-21.08.). Basta nos fornecer seu

endereço ligando para 044 415 65 89

ou enviando um e-mail para maps@

aoz.ch.

www.zvv.ch

QUINTA-FEIRA — 7.7.

CINEMA AO AR LIVRE (ATÉ 25.08)

Nenhum verão, cinemas ao ar livre

acontecem maiores em muitos lugares!

Todas as quintas-feiras e até o

dia 25.08 você pode assistir a filmes

à beira do lago na Rote Fabrik”. Este

ano, são filmes sobre a temática urbana,

como cidades. Assisten hoje à

noite, por exemplo, ao filme americano

“Kajillionaire”. Em inglês com

legendas em alemão. 21:30. Entrada

livre, contribuição espontânea.

Rote Fabrik. Seestr. 395.

De eléctrico 7 bis “Pós Wollishofen”

oder Autocarro 161/165 bis “Rote Fabrik”.

www.rotefabrik.ch

SEXTA-FEIRA — 8.7.

RIETERPARK

Você conhece o “Rieterpark”? É o

maior parque em Zurique! O parque

foi fundado em 1855 e tem árvores

com mais de 150 anos de idade. Lá

você encontrará dois parques infantis

com parede de escalada, escorregador

e área de lazer. No meio do

parque encontra-se o “Museu Rietberg”

de arte não-européia. Gratuito.

Rieterpark. Gablerstr. 15.

De eléctrico 7 bis “Museu Rietberg”.

www.rietberg.ch

SÁBADO — 9.7.

PARQUE DE CONTO DE FADAS

Não “Bruno Weber Park”, o artista

suíço Bruno Weber deu vida à sua

própria imaginação. Ele criou estátuas

coloridas gigantescas de criaturas

imaginárias. O parque encontra-se

cheio de figuras que lembram

um conto de fadas. Qua/sáb-dom:

11:00-18:00. CHF 12.-. O escritório da

MAPS soretia 5×2 entradas gratuitas.

Basta ligar para 044 415 65 89 uo enviar

um e-mail para maps@aoz.ch.

Bruno-Weber-Parque. Zur Weinrebe 3.

Autocarro 325 bis “Dietikon

Weinberg”.

www.weberpark.ch

DOMINGO — 10.7.

CONCERTO NO “SEEBAD ENGE

Durante os meses de verão, concertos

e eventos culturais acontecem

no “Seebad Enge”. Hoje à noite toca

a banda “The Cavers”. Um bar dispõe

de bebidas e pequenos pratos. 20:15.

Entrada livre, contribuição espontânea.

Seebad Enge. Mythenquai 9.

Tram 5 oder Bus 161/165 bis “Rentenanstalt”.

www.seebadenge.ch

SEGUNDA-FEIRA — 11.7.

AULAS DE DANÇA

Comece sua semana com ritmo! No “Bananenreiferei

Lounge” você aprenderá

danças latino-americanas como salsa e

bachata. Dançarinos profissionais ensinam

os passos de dança. Após a aula, a

pista de dança está aberta para dançar!

19:30. CHF 10.-.

SalsaRica Tanzschule & Club. Pfingstweidstr.

101.

De eléctrico de 4 bis “Toni-Areal”.

www.bananenreiferei.ch

TERÇA-FEIRA — 12.7.

A COLEÇÃO ARQUEOLÓGICA

Você gostaria de descobrir os tesouros

da antiguidade? Então que venha por

visitar uma coleção arqueológica! Este

museu é um dos mais importantes da

Suíça. Ter-sex: 13:00 às 18:00. sáb-dom:

11:00-17:00. Entrada livre.

Universität Zürich Archäologische

Sammlung.

Rämistrasse 73. - www.uzh.ch

QUARTA-FEIRA — 13.7.

EXPOSIÇÃO SOBRE A FLORESTA (ATÉ

17.07)

Por que a floresta é importante para

as pessoas? Na exposição do “Landesmuseum”

você aprenderá tudo sobre a

floresta, através de fotos, filmes e documentos.

Ter/qua e sex-dom 10:00-17:00.

Qui 10:00-19:00. Com KulturLegi CHF

5.- (em vez de CHF 10.-). Gratuito até 16

anos e para pessoas com status de refugiado

N/S/F/B.

Landesmuseum. Museumstr. 2.

S-Bahn (comboio urbano) bis “de

Zurique Hauptbahnhof”, Eléctrico

4/6/11/13/14 oder Autocarro 46 bis “Bahnhofquai/HB”.

www.landesmuseum.ch

SEXTA-FEIRA — 15.7.

VISITA A UM ATELIER DE ARTE

Hermann Haller (1880-1950) é um escultor

suíço, pioneiro da escultura moderna.

Todos os Verões, o seu atelier encontra-se

aberto ao público. Descubra

como suas excepcionais obras e o local

onde ele trabalhou. Sex-dom 12:00h às

18:00h. Entrada livre.

Atelier Hermann Haller. Höschgasse 8a.

Eléctrico 2/4 oder Autocarro 33 bis

“Höschgasse”.

www.museums.ch

SÁBADO — 16.7.

CAMINHADA NOCTURNA

Hoje à noite o “Wildnispark” organização

uma caminhada nocturna. Um guia

conduz os participantes pelo parque

“Sihwald”, para observar animais nocturnos

e lobos e ouvir histórias mágicas.

O jantar no restaurante Langenberg faz

parte do programa. 17:45-23:00. Visita

guiada gratuita, mas como despesas no

restaurante são da responsabilidade de

cada um.

Treffpunkt: Bahnhof Sihlwald.

www.wildnispark.ch

SEGUNDA-FEIRA — 18.7.

EXERCÍCIO FÍSICO GRATUITO (ATÉ

17.08.)

Às segundas e às quartas-feiras, uma

associação “Sportaktiv” organização,

cursos de fitness gratuitos no parque.

Exercícios de força e de resistência

muscular com instrutores profissionais.

Seg 19:00-19:45. Qua 12:15-13:00. Gratuito

e sem necessidade de inscrição.

Quartierpark Schütze.

Eléctrico 4/13/17 bis “Löwenbräu”.

www.sportaktiv.ch

QUARTA-FEIRA — 20.7.

IGREJA DE FRAUMÜNSTER

Um dos mais famosos edifícios de Zurique,

a igreja reformista de Fraumünster

é conhecida principalmente devido aos

seus vitrais, criados pelos artistas Marc

Chagall e Augusto Giacometti. Seg-sáb

10:00 às 18:00. Dom 12:00h às 18:00h.

CHF 5.-. Gratuito para universitários e

crianças com menos de 16 anos.

Kirche Fraumünster.

Eléctrico 2/6/7/8/9/11/13/17 bis “de Paradeplatz”.

www.fraumuenster.ch

QUINTA-FEIRA — 21.7.

FESTIVAL DE VERÃO RUNDFUNK (ATÉ

03.09.)

Desfrute fazer o Festival de Verão da

rádio “Rundfunk.FM” sem pátio interior

fazer “Landesmuseum”! Ao longo de

seis semanas um “Rundfunk Rádio” faz

emissões ao vivo! “DJs” nacionais e estrangeiros

dão-lhe música “Funk” para

dançar. Além disso, há stands de comida

e bebida. Diariamente a partir das

17:00. Participação gratuita.

Landesmuseum. Museumstr. 2.

S-Bahn (comboio urbano) bis “de

Zurique Hauptbahnhof”, Eléctrico

4/6/11/13/14 oder Autocarro 46 bis “Bahnhofquai/HB”.

www.rundfunk.fm

SÁBADO — 23.7.

FEIRA DA LADRA KANZLEI

Procura uma prenda especial? A feira

da ladra no recinto “Kanzleiareal” realiza-se

todos os sábados independentemente

do estado do tempo. Encontra

todo o tipo de artigos usados nos cerca

de trezentos stands. 07:20-16:00. Participação

gratuita.

Kanzleiareal. Kanzleistrasse 56.

Tram 8 oder Bus 32 bis “Helvetiaplatz”.

www.flohmarktkanzlei.ch

DOMINGO — 24.7.

NOITE DE KARAOKE

Apetece-lhe cantar com os seus amigos?

O “Plaza Club” realiza uma noite

de karaoke todas as noites de domingo.

Pode escolher entre 30 000 canções

disponíveis! 19:00-21:00. Entrada livre,

consumo por sua própria conta.

Plaza Klub. Badenerstr. 109.

De eléctrico de 2/3 bis “Bezirksgebäude”.

www.plaza-zurich.ch

QUARTA-FEIRA — 27.7.

ESPECTÁCULO DE COMÉDIA

Esqueça como preocupações e hoje

à noite assisten à comédia “em inglês

Open Mic Comédia”. Comediantes de

língua inglesa fazem piadas, estaremos

perante o público. Necessário fazer inscrição.

20:00. CHF 10.-.

Auer & Co. Sihlquai 131.

Eléctrico 4/13/17 oder Barramento de

32 bis “Limmatplatz”.

www.comedykiss.ch.

QUINTA-FEIRA — 28.7.

ARTE CONTEMPORÂNEA

O “Migros Museum für Gegenwartskunst”

apresenta arte moderna internacional.

Até 08.09., visite a exposição

“Pode amnésia nunca beijar-nos na

boca”, cujos artistas abordam temas

como violência, migração forçada e o

desaparecimento de culturas locais.

Entrada gratuita todas as quintas-feiras

das 17:00 às 20:00. Entrada gratuita

sempre para pessoas com estatuto de

refugiado N/S/F/B.

Migros-Museu für Gegenwartskunst.

Limmatstr. 270.

Eléctrico 4/8/11/13/15/17 oder Autocarro

33/72/83 bis “de Escher-Wyss-Platz”.

www.migrosmuseum.ch

SÁBADO — 30.7.

“PERCURSO DAS BORBOLETAS

Sabia que na cidade de Zurique vivem

67 variedades de borboletas? Em

alguns dos caminhos pode observar

como borboletas. Há cartazes com informações

sobre borboletas e pássaros.

Pode encontrar facilmente borboletas

usando uns binóculos! Mais informações

em: www.nvvhoengg.ch. Gratuito.

www.nvvhoengg.ch

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Espectáculo

Esteves

apresentou ao vivo ‘O Alpinista’, um

álbum introspectivo, sentimental e

nostálgico

Joaquim Galante

O cantautor Esteves, mais conhecido no meio musical

por ser o vocalista e letrista da banda pop/rock Trêsporcento

apresentou, ao vivo no B.leza, o seu mais recente

álbum de inéditos, o seu segundo depois de ‘Esteves’

(2019), ‘O Alpinista’ um álbum introspectivo, sentimental

e nostálgico, a começar logo pela sua edição em vinil,

que nos transporta a outros tempos, a outras épocas.

Acompanhado em palco por diversos músicos e amigos,

com destaque para Flak (ex guitarrista dos Rádio Macau)

e João Gil (You Can’t Win Charlie Brown), Esteves numa

onda musical distinta da sua anterior banda, ele que

abraçou o folk, trocando a guitarra eléctrica pela acústica,

embarcando numa viagem a solo, encantou com a

sua voz suave e melancólica, num casamento perfeito de

sonoridades proporcionadas pela excelente acústica do

violoncelo e do contrabaixo, dos teclados e da bateria.

Em ambiente intimista e informal, rodeado de amigos e

familiares, pudemos assistir a um concerto de altíssima

qualidade proporcionado por um cantor que está preparado

para outros voos, para outros palcos.

Aliás, na sequência do excelente trabalho efectuado na

banda Trêsporcento, depois já a solo, com o seu primeiro

álbum ‘Esteves’ e na evolução para este segundo trabalho

discográfico, é de esperar um Esteves ainda mais

desinibido e confiante em futuros trabalhos.

Em palco: Esteves (voz e guitarra acústica) – João Gil (teclas)

– David Santos (contrabaixo) – João Sousa (bateria)

– Sara Abreu (violoncelo) Convidados: JP Mendes (vozes)

– Flak (guitarra eléctrica)

Alinhamento (a bold os temas do novo álbum): O Alpinista

– Santiago – Floresta – (JP Mendes) Esconde-te –

de

Mim (JP Mendes) – Que o Mar Leve (JP Mendes) – Caminho

Plano – A Garça – A Despedida (Flak) – Fiji (Flak) – Ter Onde

Ficar – Grande Salto / Comboio Encore: Os Velhinhos

(João Gil) – Floresta (todos em palco)

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Espectáculo

Alcione

a Raínha do Samba, encheu o

Coliseu de Lisboa

Joaquim Galante

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Dois anos depois o Grupo Chiado trouxe novamente a Portugal a diva do samba, Alcione. A

maranhense, natural de S. Luis, onde a linha do equador atravessa o Brasil, encantou uma sala

repleta de fãs que não deixaram de marcar presença para mais uma vez abraçar uma cantora

que atravessa gerações.

Voz inconfundível, por onde os anos parecem não ter passado, recorde-se que a cantora já

conta com 74 anos de idade, está a iniciar a digressão ‘Alcione – 50 anos de carreira’ para comemorar

uma já tão longa, meritória e profícua carreira, Alcione uma vez mais mostrou o porquê

de ser considerada uma das melhores vozes do Brasil.

Num concerto onde não faltaram os êxitos ‘Estranha Loucura’, ‘Nem Morta’, ‘Não Deixe o Samba

Morrer’, entre outros, Alcione levou a plateia ao delírio que, apesar do extenso alinhamento,

ainda a obrigaram a um bis de ‘Nem Morta’ para terminar o espectáculo.

A comprovar a imensa legião de fãs que tem um carinho especial pela artista, são eles que a

reconhecem como a Rainha do Samba.

Alinhamento: Primo Jazz – Retalhos de Cetim – Além da Cama – Estranha Loucura – Faz Uma

Loucura – Sufoco – Foi Deus – Regresso – O Que Eu Faço Amanhã – Mulher Ideal – A Loba – Umbi

Umbi – Meu Ébano – Entidade – Você – Você Me Vira a Cabeça – Garoto Maroto – Gostoso Veneno

– Lusitano Mangueira de Zurique – Invasão - JULHO/AGOSTO Ne – Não 2022 | Deixe www.cldz.eu o Samba Morrer Encore: Nem Morta (bis)

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Crónica

Lembro-me que, no dia 10 de junho,

dia da Feira da Aldeia, nos terrenos

circundantes da minha casa, o restolho

ainda alto, tinha que ser pisado,

pois era aí que se instalavam as barracas

com todo o tipo de negócios,

desde a venda de gado, à venda de

louças, doçarias, não faltando o torrão

branco, as gemas de ovos e o sempre

apreciado brinhol, as bebidas, quando

ainda não havia coca-cola e o pirolito

era rei, para além das diversões como

o circo, o carrocel, as meias luas e o

poço da morte.

Eram tempos em que o povo, apesar

de ser mal pago, no seu trabalho, tinha

trabalho. Só quem se desse à preguiça

ficava em casa. As condições de

uma vida de pobres não era sinónimo

de tristeza. As pessoas procuravam

a sua sobrevivência com inteligência

e aproveitando o pouco que tinham,

dando-lhe valor.

https://youtu.be/L-8gDjZTLkQ

Todo esse viver ficará para sempre

gravado nas canções cantadas logo

ao amanhecer, quando saíam para as

ceifas, às 4 da madrugada, para pegarem

ao trabalho, enquanto o sol lhes

permitisse, porque as temperaturas

assim o exigem, ainda hoje. Isso não

mudou, embora os trabalhadores tenham

horários diferentes.

https://youtu.be/MS2heYv6XP4

Crónica

A situação nos campos do Alentejo

mudou, radicalmente, nos últimos

anos. Os campos de cultivo de cereais

foram ocupados por olivais, na

sua maioria, explorados por empresários

estrangeiros. É certo que Portugal

está na vanguarda, no fabrico de

azeite, criando lugar de prestígio nos

mercados, mas passou a depender do

estrangeiro na compra de cereais.

Se esta terrível guerra continuar, sem

se imaginar, por quanto tempo e a

Rússia impedir a exportação de milhões

de toneladas de cereais da Ucrânia,

ou se os roubar, como se consta

que o está fazendo, o mundo enfrentará

uma grave crise de fome e os povos

mais pobres serão os mais afetados.

Será que todas as mudanças nos levam

ao verdeiro progresso e bem-estar

de todos?

QUANDO O ALENTEJO FOI

CELEIRO DE PORTUGAL

Graça Foles Amiguinho

Mais doiradas do que o sol,

carregadas de amor e pão,

dizem adeus à terra seca.

Levam consigo a saudade

do meu carinho e afeição.

Os tempos mudam e com eles se mudam

as vontades, os interesses e até

os costumes vão ficando arrumados

em gavetas fechadas, mas que, de vez

em quando, nos lembramos de abrir,

talvez para arejarem e nos trazerem

à memória, recordações dos tempos

que vivemos, do que vimos à nossa

volta, do sentir da nossa gente.

Com a situação dramática que todos

os dias chega aos nossos ouvidos e aos

nossos olhos, vamo-nos apercebendo

de realidades que até agora passavam

despercebidas e não tinham grande

impacto no nosso dia-a-dia.

A Guerra da Ucrânia tem-nos alertado

para os perigos que ameaçam o mundo,

sendo a fome, talvez, a maior desgraça

que poderá matar muito mais

seres humanos do que uma guerra.

Sabemos que a Ucrânia é um dos

grandes produtores de cereais que alimentam

o mundo. Ao serem impedidas

as exportações, pelo invasor, toda

a humanidade poderá sentir a falta de

trigo, milho, girassol e seus derivados,

sendo possivelmente, as regiões mais

pobres do mundo, a sofrerem o maior

impacto e a enfrentarem o drama da

morte, por falta de alimentos.

Perante tais notícias, o meu pensamento

foi buscar à tal gaveta das memórias,

as recordações do tempo em

que os campos da minha Aldeia eram

semeados de trigo, centeio e cevada,

que nesta altura do ano já estavam

ceifados e guardados nos grandes silos,

construídos junto à estação de

caminho-de-ferro, para esses cereais

seguirem para as moagens e se transformarem

em farinhas.

Espigas e Papoilas

Rubro, do mais rubro sangue,

na face sedutora da ceifeira,

lábios sedentos de beijos,

morena, de pele trigueira.

Na seara por colher, ainda,

há espigas e papoilas.

Ouvem-se lindas cantigas,

nas vozes frescas das moçoilas.

Alentejo é assim,

terra de sol e de pão,

que guardo dentro de mim!

De tão longe, o meu abraço

se estende para ti,

meu amado Alentejo, onde nasci!

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CRÓNICA

O rumor de

que o Papa

Francisco

está de

partida

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Luís Osório

1. O Papa Francisco dividiu as águas

na Igreja Católica.

Para uns, onde me incluo, simbolizou

um novo começo para uma Igreja tão

desfasada da realidade.

Para outros, representa um perigo.

Francisco é para as correntes mais

conservadoras e elitistas um perigoso

profano, alguém que contamina os alicerces

e o poder da Igreja com ideias

de espuma.

Os que amam Francisco temem pela

sua morte.

Não por qualquer tese conspirativa,

mas pelo receio de um retrocesso, de

um voltar tudo atrás, da possibilidade

de todos os avanços se desmoronarem

com um novo Papa.

Os que detestam Francisco desejam a

sua morte.

Não por alguma tese conspirativa, mas

pela pressa de voltar a tomar as rédeas

do jogo, de recolocar a Igreja no lugar

onde quase sempre esteve, o lugar dos

poderosos, da hierarquização, do fechamento

e do combate contra a degenerescência.

Os progressistas acreditam que Francisco

foi a luz que salvou a Igreja das

trevas.

Os conservadores radicais acreditam

que Francisco foi o pior que poderia

ter acontecido à Igreja.

O Vaticano transformou-se num antro

de conspiração e conspiradores.

Um lugar onde se contam espingardas,

juram lealdades e prometem-se

ajustes de contas

2. Francisco está a morrer.

Diz-se isso em surdina.

Diz-se como se fosse um código secreto,

um alerta.

Um rumor de ovelhas inquietas com o

futuro.

Os que gostam de Francisco “morrerão”

com ele se o próximo Papa sair

das fileiras dos esperançosos da velha

ordem.

Os que detestam Francisco sabem que

perderão o comboio da história se o

próximo Papa for um acólito de Jorge

Bergoglio.

3. Não sabemos se existe fundamento

nos rumores de morte ou abdicação.

Sabemos que o seu joelho o impede

de andar.

E nesse sofrimento Francisco voltou

a comover-me nas últimas duas semanas.

Não por ter feito alguma coisa

divina, mas por ter ido ao encontro

do que sempre disse em relação a si

próprio.

“Eu sou apenas um homem”, afirmou-

-o ao longo da sua vida.

Conto-lhe três histórias, as duas primeiras

são públicas e aconteceram

nestes últimos dias, a terceira foi-me

contada pelo Cardeal José Tolentino.

4. Na primeira história, Francisco foi

de cadeira de rodas falar com um

grupo de estudantes que o aguardava

numa sala do Vaticano. Diz quem

esteve que a comoção foi grande pela

humildade do Papa que pediu a todos

os miúdos que o desculpassem por

não se poder levantar.

Na segunda história, uma criança ucraniana

com pouco mais de dez anos,

perguntou-lhe se o Papa poderia salvar

todas as crianças que estão a sofrer

na Ucrânia”. Francisco respondeu-lhe

sem responder, saíram-lhe palavras,

mas a sua verdadeira resposta foi pelo

que os seus olhos gritaram.

A terceira história aconteceu num

retiro em Roma coordenado por Tolentino

de Mendonça, ainda longe de

imaginar que seria cardeal. No retiro

participou o Papa. No final de uma das

sessões, estava o sacerdote português

a preparar-se para sair, quando o Papa

lhe perguntou assim: “Sr. Padre Tolentino,

acha que me pode conceder uns

minutos?”. Tolentino atrapalhou-se:

“Santo Padre, eu é que tenho de lhe

pedir”.

Três pequenas histórias de humildade,

mas não é de humildade que quero

falar.

Três pequenas histórias de simplicidade,

mas também não é por aqui.

Três pequenas histórias que provam, e

é isto que vos queria dizer, o quanto

ele se assume como um simples homem.

Frágil no seu corpo e condição,

frágil na impotência por não conseguir

responder à pergunta do menino

ucraniano, mas sem dúvida, poderoso

como Jesus quando, já crucificado,

perguntou ao Pai a razão de o ter

abandonado.

É por isso, por essa humanidade tão

radical, que gosto e admiro Francisco.

Se soubesse rezar este seria o momento

para começar.

Por que sabem, existe um rumor.

E nesta floresta não são os lobos que

devemos temer.

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© DR

43



Crónica

Saúde

Exércitos da União Europeia?

Para quê?

Carlos Matos Gomes

A guerra na Ucrânia demonstrou que

a União Europeia não tem interesses

estratégicos próprios a nível global,

que é um anexo dos EUA! Sendo assim

para que servem os seus exércitos?

Como forças auxiliares? Como

forças de segurança interna? Guardas

fronteiriços na nova cortina de

ferro, a Leste e nas velhas, no Médio

Oriente e Magreb? E qual a posição

de Portugal?

Antes de alguém, ou de alguma entidade

se lançar numa empresa é (devia

ser) obrigatório definir os seus objetivos,

o que pretende e depois reunir

os meios para os atingir. A União

Europeia não tem objetivos definidos

enquanto ator político mundial, para

quê os meios, ou mais meios?

Se a União Europeia tinha, ou teve

pretensões a ser uma grande potência,

com uma estratégia própria, global,

deveria ter-se dotado de uma capacidade

militar credível (já sabemos

que não quer ser e que a NATO — os

EUA — não deixa). Para ser uma grande

potência teria de dispor de um

arsenal nuclear credível, com lançadores

terrestres, aéreos, navais e espaciais.

Onde os iria colocar? Ao lado

dos americanos? Seguiria o caminho

de De Gaulle construir uma force de

frappe nuclear e apontada a todas as

direções? Está fora de questão nos

dias de hoje, de submissão.

Se a União Europeia abdicou, ou nunca

esteve nos seus horizontes ser uma

superpotência global (e não pode ser)

e pretende ser apenas o que os EUA

talvez admitisse que fosse: uma média

potência com limitada autonomia,

bastaria constituir forças convencionais

de projeção credíveis para defender

o seu território e marcar posição

em regiões do planeta onde tenha

interesses, caso de zonas produtoras

de matérias primas essenciais, energia,

metais e produtos alimentares,

e que não conflituassem com as das

superpotências. A estratégia destas

assenta no controlo dos estreitos que

dominam as grandes rotas marítimas

(a estratégia de Afonso de Albuquerque).

A liberdade de ação nos marres

é assegurada por dois grandes tipos

de vasos de guerra, porta-aviões e

submarinos nucleares. A União Europeia

dispõe de 4 porta-aviões, sendo

dois deles de pequeno porte, os EUA

têm 11, com mais 2 do Reino Unido.

Quanto a submarinos nucleares, os

Estados Unidos têm 72, com mais 11

do reino Unido, a União Europeia tem

10. A Rússia dispõe de 45. Em termos

político-militares quanto a tentativas

de autonomia da UE registe-se o fracasso

da UEO.

Percebe-se através desta ausência

da força que permite o domínio das

grandes rotas de comércio que a UE

não conta, não existe nas zonas quentes

de conflito planetário, atualmente

o Medio Oriente e o Indo-pacífico.

Para os EUA, a NATO é uma bandeira

atrás do qual se alinham as suas

forças (incluindo as da Austrália e da

Nova Zelândia quando é conveniente!),

para Rússia, a União Europeia e a

NATO é um parapeito a partir do qual

os europeus lhes atiram pedras por

conta dos americanos e para a China

a UE é um bom cliente.

Um Exército para atirar pedras à Rússia!

Qualquer aumento de despesas

militares dos estados da UE no atual

quadro de subordinação aos EUA traduz-se

em pagar para servir os interesses

de um pai rufia que manda os

filhos apedrejar a casa dos vizinhos.

Traduz-se em comprar armamento

para o colocar ao serviço dos EUA.

Uma materialização do relato de Solnado

na sua “ida à guerra”, em que o

recruta descobre que tem de ser ele a

comprar as balas. Os líderes europeus

colocaram-nos nessa posição de pobres

e tristes figuras de tragicomédia.

Quanto a Portugal, como pequeno

país, deve estar integrado num sistema

militar coletivo que o ponha a

salvo de um ataque de uma pequena

potência vizinha — em particular para

salvaguardar a soberania sobre a sua

zona marítima — o que certamente

não agradará às pequenas potências

do norte de África (Marrocos e Mauritânia),

onde pescamos, e, menos ainda,

no futuro, às grandes potências

com tecnologia e meios para a exploração

dos fundos marítimos, quando

eles se revelarem necessários. Portugal

deve ter uma força de dissuasão

interna e de participação em ações

internacionais perante ameaças reais

e não fantasiosas e à medida das conveniências

dos vendedores de armamento

e de segurança! Assumindo

algum radicalismo, há dois ministros

dispensáveis no governo português, o

dos Negócios Estrangeiros e o da Defesa.

Uma secretaria na presidência

do Conselho de Ministro dava conta

dos recados que orientam as ações

externas portuguesas.

Como nota final, não deixa de ser

irónico que um dos Estados mais inseguros

do mundo, os EUA, seja o

paladino dos negócios de guerra em

nome da segurança!

Autor escreve segundo o

acordo ortográfico

Espanha:

Congresso dos Deputados

aprova lei da canábis medicinal

Laura Ramos

O Congresso dos Deputados de Espanha aprovou

esta semana a regulamentação da canábis medicinal.

O relatório que foi a votação na subcomissão

teve os votos a favor das Unidas Podemos, PSOE, Cs,

PNV e PDeCat, a abstenção da ERC e Bildu e os votos

contra do PP e Vox. A Agência Espanhola de Medicamentos

tem agora seis meses para enquadrar as

recomendações nos regulamentos actuais, com os

quais a canábis terapêutica começará a ser distribuída

em Espanha, até o final do ano.

Carola Perez, presidente do Observatório Espanhol

de Canábis Medicinal disse ao Cannareporter estar

“exausta, mas feliz” com este primeiro passo na regulamentação.

“Lutámos até ao último minuto para

incluir o máximo de indicações terapêuticas possível.

O modelo pode ser melhorado, claro. Não iremos

descansar enquanto toda a gente não tiver o devido

acesso a esta planta”, confessou.

À semelhança de Portugal, a canábis medicinal em

Espanha foi aprovada para determinados tipos de

patologias, como dor oncológica, neuropatia, epilepsia,

esclerose múltipla ou endometriose, sempre com

prescrição médica e dispensa em farmácia.

© Daniel Prado

Se for aprovada na próxima semana pela Comissão

de Saúde do Congresso e posteriormente ratificada

pelo governo espanhol, a regulamentação abrirá

também a possibilidade de alargar a utilização da

canábis a outras indicações terapêuticas, quando os

estudos fornecerem indicações consistentes.

Estima-se que existam pelo menos 300 mil pessoas

que poderiam obter benefícios da utilização

de canábis medicinal na Espanha. Mais de 80% dos

espanhóis é a favor do uso terapêutico da canábis,

de acordo com o Centro de Investigação Sociológica,

um órgão oficial do governo.

Em Setembro de 2021, o Ministério da Saúde Espanhol

já tinha autorizado a comercialização do primeiro

medicamento à base de canabidiol (CBD) no país,

o Epidiolex, da GW Pharmaceuticals, para tratamento

de crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut

(SLG) e à síndrome de Dravet (SD).

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Saúde

Luís Figo lança a sua

marca de produtos

de CBD

Foto: Instagram de Luís Figo @lf.cbd

Laura Ramos

Já não é notícia que o CBD (canabidiol) ajuda

na recuperação de lesões desportivas e que

muitos atletas são embaixadores ou lançaram

as suas próprias marcas de canábis. Em

Portugal, a primeira estrela a ter uma marca

de CBD própria é o ex-futebolista Luís Figo,

que lançou a LF CBD, depois de ter experimentado

os benefícios deste canabinóide. “Os produtos

naturais à base de CBD ajudaram-me a

obter óptimos resultados durante momentos

difíceis de dor e lesões longas. Os efeitos positivos

advindos do uso desses produtos foram

incríveis. Melhoraram a minha auto-confiança

e os meus níveis de ansiedade!”

Um pouco por todo o mundo, são vários os

atletas que têm afirmado-se como utilizadores

de produtos derivados da canábis. Luís

Figo, antigo capitão da selecção portuguesa

afirmou ter utilizado produtos derivados

da canábis durante a sua carreira desportiva

tendo obtido destes resultados positivos. Luis

Figo estreia-se assim no mercado da canábis

com a LF CBD, demonstrando sobretudo que

os atletas do desporto rei estão atentos à realidade

e benefícios da canábis. Em fevereiro de

2021, o jogador britânico, David Beckham investiu

também numa empresa de cosméticos

com CBD.

Na página de Luis Figo, o ex-jogador deixa uma

nota pessoal aos visitantes, “depois de testar

todos os produtos, gostaria de convidá-lo a verificar

o link na minha bio e experimentá-los”,

pode ler-se no Instagram de Luís Figo! “Feito

em



Saúde

ENTREVISTA

Paulo Correia:

“Foi com a erva que deixei o

álcool e as outras drogas”

Laura Ramos

Paulo Correia talvez represente aquelas pessoas que não

tiveram igualdade de oportunidades na vida, logo desde

a infância. O segundo mais novo de sete irmãos, cresceu

num bairro social em Espinho, numa família com poucos

recursos e um pai alcoólico, que lhe batia praticamente

todos os dias. Quando Paulo tinha 10 anos, o pai morreu,

aos 43, vítima de alcoolismo e tabagismo. Sem grandes

alternativas, e sem vontade de ir à escola, começou a

trabalhar e aos 13 anos já era empregado da Soares da

Costa, uma das maiores construtoras do país. E aí começou

a sua vida errática, que passou pelo álcool, pelas

drogas, o HIV e dois acidentes que lhe conferiram 80%

de incapacidade aos 25 anos e dor crónica permanente.

Aos 46 anos, depois de um passado de dependências e

dois acidentes que o deixaram com sequelas graves para

o resto da vida, Paulo Correia encontrou na canábis não só

a porta de saída para o álcool e a heroína como também

o alívio para as dores que o atormentam diariamente. A

canábis ajuda-o também a reduzir o stress, abre-lhe o apetite,

distrai-o e devolve-lhe alguma vontade de rir, amenizando

um pouco o seu sofrimento constante.

Fomos a Espinho falar com o Paulo, para perceber melhor

a sua história e como a canábis o tem ajudado ao longo da

vida

Como é que começaram os seus problemas de saúde?

Os meus problemas de saúde começaram quando me

meti nas drogas e troquei seringas com o meu irmão e

com várias pessoas. Já me tinham mandado repetir umas

análises em 95 ou 94 e eu não liguei; depois fui internado

no Hospital de Aveiro e de lá mandaram-me para outro

hospital, onde me disseram que estava com HIV. A minha

mãe perguntou ao médico se havia algum problema de eu

utilizar as toalhas ou assim, mas não, só objectos cortantes

(para fazer a barba e isso) e com o HIV podia estar à vontade,

que não havia problema nenhum.

Onde é que nasceu e cresceu?

A minha mãe veio em 74 de Angola e não tinha residência,

eu nasci em 75 no Porto, mas vim logo para Espinho,

onde cresci e sempre vivi. A minha mãe tinha um estabelecimento

e vivemos ali no bairro há 13, 14 ou 15 anos, já não

sei. Não, há 17… foi desde que as bombas estão lá, não sei.

Qual era a profissão dos seus pais?

O meu pai trabalhava na Câmara, no alcatrão. E faleceu

devido a isso, a inalar fumos e tudo, ele fumava muito e

também bebia, muito… faleceu cedo, com 43 anos.

Que idade tinha quando o seu pai morreu?

Ia fazer onze anos.

Como é que foi a sua infância?

A minha infância não foi nada boa… Tive um padrasto,

também… Não me dava bem com ele… Depois uma pessoa

começa a reflectir e até era uma boa pessoa, percebe?

A minha mãe viveu mais anos com o meu padrasto do

que com o meu pai.

Quantos irmãos tem?

Éramos sete. Um já faleceu de HIV. Eu estava num hospital

e ele estava noutro.

Eram sete irmãos, a viver na mesma casa, não é?

Sim. Duas raparigas e cinco rapazes.

Até que idade é que o seu pai viveu com a sua mãe? Ou

separaram-se quando ainda era bebé?

Não, o meu pai nunca se separou, faleceu e a minha mãe

depois é que se juntou.

Como era a sua vida em família?

O meu pai bebia muito e nós não podíamos brincar… levávamos

porrada. Ele nem nos dava um rebuçado, nada…

Eu, em criança, nunca tive um brinquedo. Os brinquedos

que recebia eram da Câmara, porque ele trabalhava na

Câmara, e naquela altura eles ofereciam brinquedos no

Natal. Se estragássemos os brinquedos ainda levávamos

porrada.

O seu pai bebia todos os dias?

Sim.

E a sua mãe, protegia-vos?

Sempre. Até à data de hoje, não tenho nada a dizer da

minha mãe, ajuda-me em tudo. Tudo o que eu precisar,

a minha mãe ajuda. E ela sabe que eu fumo. Às vezes

chama-me drogado, mas não é… no fundo, ela sabe que é

para o meu bem.

O Paulo foi à escola?

Sim, fiz a 4ª classe. Ainda andei no Ciclo, mas faltava mais

vezes do que ia à escola.

Não gostava de ir à escola?

Não, queria trabalhar. Queria ter o meu dinheiro, mas o

dinheiro, ao fim e ao cabo, não era para mim, não é? Entregava-o

à minha mãe, com doze anos ou quê, mas depois,

quando tinha quinze, já comecei a ficar com muito

dinheiro para mim.

“O meu pai bebia muito e nós não podíamos brincar…

levávamos porrada. Eu, em criança, nunca tive um

brinquedo.”

Com que idade é que começou a trabalhar?

Com doze anos. Era estofador de automóveis no Manuel

Cavadas, aqui na Rua 20. E depois fui para a Soares da

Costa, como aprendiz de serralheiro, quando tinha treze

anos. Dos treze até aos 16, 17 anos, porque depois vim

embora, e foi quando me comecei a meter nas drogas

pesadas. Andei nas obras e nunca houve nenhum patrão

que me mandasse embora por eu ser malandro, simplesmente

vim embora da Soares da Costa porque prometi

porrada a um encarregado (coisa que não devia ter feito,

por causa de umas luvas), mas nunca houve ninguém que

me mandasse embora por ser malandro.

Paulo começou a trabalhar na construção civil aos 13

anos

Então, o seu trabalho corria bem…

Sim, sim, eu com 13, 14 anos, já tirava cento e tal contos.

Só de prémio tirava vinte e tal contos, tanto como o ordenado,

e depois eram horas extra que eu fazia, trabalhava,

por exemplo, das sete da manhã à meia-noite, duas da

manhã, três da manhã…

Tinha contrato de trabalho?

Na Soares da Costa tinha contrato.

Com 13 anos? E não era considerado trabalho infantil?

Não deveria estar na escola…?

Não sei… Eles meteram-me.

De que maneira é que consome a canábis? É sempre

fumada?

É fumada. Não tenho um vaporizador, nunca tentei, mas

hei-de comprar um vaporizador para tentar, para ver… Dizem

que se sentem melhor os terpenos, tudo… Vou tentar

comprar um vaporizador.

Tem dinheiro para isso?

Não tenho, mas vou ter de arranjar.

E vai poupando, também?

Sim.

Quanto é que recebe por mês?

Recebo de pensão 275,30€, não dá para nada. Se for comprar

um maço de tabaco todos os dias, lá vão os 275€.

Mas fuma um maço de tabaco por dia?

Não… Misturo na erva.

Então só fuma canábis…

Praticamente. E tenho lá um vaporizador de óleo de CBD.

A Segurança Social tem-me ajudado com a medicação.

Eu levo lá os recibos e ela manda-me o dinheiro.

A sua mãe ajuda?

Ajuda, ela ajuda. Mas a minha mãe vai fazer 79 anos… para

arrumar a casa… a minha irmã vai lá, só que havia de ajudar

lá a fazer uma limpeza. A casa está assim cheia de pó,

percebe? É um bocado lixado.

E ela importa-se que o Paulo tenha lá as plantas?

Não, então, quando me roubaram ela também ficou lixada…

no barraco… Ela quando viu como eu fiquei, ai Jesus,

eu andei uns meses em que não podia ver o gajo, o meu

vizinho, não o podia ver… Quando for para cima, vou-lhe

mostrar o meu barraco. Arrombaram-me só a porta do

meu barraco, a de fora não arrombaram. E eu gostava

muito que isto fosse legal, mesmo para fins recreativos,

uma pessoa vai ali à loja, aqui na Rua 19 e o que é que

vendem lá? Erva de CBD. Relaxa, mas não tem aquele THC

que uma pessoa está habituada a fumar. Drogas… no meu

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Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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Paulo vive com a mãe em Espinho

bairro, aquilo parece o Aleixo. E por baixo do meu prédio

é sempre a “pedrar” pessoas, percebe?

Há muito tráfico de droga no seu bairro?

Claro que há. Heroína, coca… e é pessoal que não consome,

está só é a ganhar dinheiro.

E ofereceram-lhe heroína quando o Paulo queria comprar

canábis?

Isso, foi.

Que idade é que tinha?

Tinha aí quê… eu comecei a fumar canábis também… comecei

a beber cedo e depois também fumei. Houve lá

uma pessoa no meu trabalho que me apresentou um

charro e eu fumei e gostei… “Oh, por que não?”… Experimentei

e gostei. E depois meti-me no álcool, não é? Mas

não bebia muito. Bebia! Bebia, bebia muito. Sempre bebi

muito. Depois é que me meti nas drogas… na heroína. Eu

trabalhei nas pontes, ali no Lindoso e em Ferreira do Zêzere,

e a minha mãe tinha garrafas de whisky lá na loja

para vender e eu já roubava garrafas de whisky quando

trabalhava na Soares da Costa, nas pontes. E aqueles

alentejanos, aquele pessoal trazia garrafões de vinho e

era cada “muleta”, ai Jesus… Eles lá bebiam cerveja às 10

da manhã e eu comecei a beber também, comia sandes

de ovo também… naquela altura eram outros tempos. A

sande de ovo sabia bem.

Então, na Construção Civil, acha que há muito consumo

de álcool e drogas?

Principalmente álcool, há. E mesmo nas praias, ainda há

um bocado vi, não há polícia. Se é proibido, na via pública,

consumir álcool… Ainda há um bocado vi pessoal ir

ao Pingo Doce buscar cerveja e ir para a praia. Havia de

haver fiscalização na praia, porque na praia não se pode

consumir álcool, acho eu, não sei…

“A minha mãe uma vez disse-me para me meter no

álcool, que saía mais barato. Mas, no fundo, ela sabe

que o álcool não é nada bom…”

O álcool pode consumir-se em todo o lado… é comum,

não é? É aceite.

O álcool é a droga mais acessível que há para uma pessoa.

Muita gente diz que não, mas é a droga mais barata

que há. A minha mãe uma vez disse-me para me meter

no álcool, que saía mais barato. Mas, no fundo, ela sabe

que o álcool não é nada bom…

Mas e a heroína, então, como é que aconteceu? Já bebia

álcool, com que idade é que começou a consumir

heroína?

Aí com 16, 17 anos… Fumada. Mas isso foi logo de repente,

fumei e comecei logo a injectar. Tinha um irmão meu,

também… Ele estava no Porto, não estava comigo, depois

é que veio cá para casa da minha mãe e eu partilhei agulhas

com ele… e ele já devia estar infectado… foi aí. E não

foi só com ele, foi com mais pessoas que eu partilhei seringas.

Naquela altura, não havia essas carrinhas de troca

de seringas, nem nada, uma pessoa tinha de ir à farmácia

e como estava a ressacar, uma pessoa queria era desenrascar-se.

Eu até com água do rio “mandei”.

Mas entretanto, aí pelo meio, houve um acidente e ficou

com um problema na perna, não foi?

Sim, tive um acidente, que foi quando trabalhava em Ferreira

do Zêzere, na ponte. Vinha eu e o meu oficial. Eu

vinha a dormir, decerto… O meu oficial, não sei se adormeceu,

espetou-se contra um poste do meu lado e eu

estive em estado de coma durante duas semanas. Estive

num hospital em Coimbra e depois é que fui transferido

para Espinho para ser operado à perna.

Foi uma recuperação longa?

Não foi muito longa, era novo e recuperei bem. Só que

agora meto aqui a mão e parece que sinto uma dor aqui.

Tenho espasticidade, devido à fractura da coluna.

E como foi esse outro acidente?

A coluna foi quando deixei as drogas pesadas… meti-me

no álcool, para não consumir drogas andava sempre bêbedo.

Adormeci em cima de um muro, caí e fui para o

hospital. Mandaram-me para casa com a coluna fracturada,

fui para o Hospital de Espinho, de Espinho fui para o

Hospital de São Sebastião, do São Sebastião mandaram-

-me para Espinho, de Espinho mandaram-me para casa

embrulhado num lençol e eu tinha a coluna fracturada

e disse à minha mãe que

não queria ficar em casa,

que queria ir para o hospital

e fui para o Monte da

Virgem e só ao fim de duas

semanas é que me mandaram

fazer uma ressonância

magnética. Acusou dois

elos na cervical “ralados”

e tive que ser operado no

São Sebastião. E estive lá

um tempo, com os ferros a

esticar a medula, para depois

ser operado.

Quantos anos tinha?

Tinha 25.

E aos 25 anos ficou com sequelas

para sempre…

Sim, colei dois elos na cervical.

Paralisa-me o lado

direito todo. Não tenho

massa muscular no lado

direito, nem consigo abrir

bem a mão. Ando a fazer

fisioterapia e não a consigo

levantar, não tem força.

E espasticidade?

Sim, muita, na perna.

Como é que depois criou esta relação com a canábis?

Porque eu cheguei a certo ponto e virei-me para mim: “Se

continuar no álcool, vou morrer. Se fumar umas ganzas,

ando bem e só me faz bem”. Alivia-me o stress, as dores,

abre-me o apetite e sinto-me muito bem.

E como é que conseguiu deixar o álcool e a heroína?

Foi com a erva. Com o haxixe também. Mas foi com a erva

que eu deixei o álcool e as outras drogas. Ia comprar ao

bairro, porque não tinha plantado, mas agora já tenho,

para mim, para meu consumo, e já não preciso de gastar

dinheiro. É dinheiro que meto ao bolso.

O que gostava de dizer a quem tem a responsabilidade

de legalizar? O Paulo não tem dinheiro para comprar…

Não tenho 150€ para dar por 15 gramas. Onde? Nunca

na vida…

Onde é que costuma arranjar a sua canábis?

A minha canábis? Sou eu que planto, uns pézitos para

mim.

Sabe que isso é ilegal…

É ilegal, mas tenho que plantar, não tenho culpa de ser

ilegal… Tenho é que olhar pela minha vida!

E se lhe aparecer a polícia à porta?

Oh, só me vai é dar prejuízo! Vai-me levar tudo e vou chegar

ao juiz e ele vai-me mandar para casa… Eu não tenho

problemas com isso, nunca tive, não sou traficante, é para

meu consumo.

E também pelo seu direito à saúde…

É pelo meu direito e é para me tratar…

O Paulo percebeu que

a canábis lhe faz bem?

Sim, sim, e muito…

E quando falou nisso

à sua médica, o que é

que ela lhe disse?

“Ó Paulo, se vem aqui

por causa da canábis,

dou-lhe já alta!” E eu fiquei

assim… parei. Sou

obrigado a ficar dependente

dos comprimidos.

Vieram-me as lágrimas

aos olhos. Fiquei pasmado.

Acha que ela não teve

empatia pelo seu sofrimento

ou acha que ela

ainda não tem informação

para perceber que

a canábis seria o melhor

para si?

Sim, eu acho que ela

não deve ter informação

ainda, os médicos ainda

não têm muita informação…

mesmo com a minha

médica de família,

ela teve uma reunião

com os outros médicos

sobre a canábis e disse “Ó Paulo, vou mandá-lo para uma

consulta da dor, eles é que tratam disso.” E quando fui à

consulta da dor a médica disse “Se veio aqui só por causa

da canábis, vou-lhe dar alta. Há mais medicamentos para

tentar, além do Tramadol e o Paracetamol, vamos tentar

e depois vê-se.”

E como se deu com esses medicamentos?

Mal. Vómitos… Eu ia para o café e parecia que estava todo

tolo, todo drogado, não me sentia nada bem. Mesmo no

estômago, figadeira, tudo, não me sentia bem. Dores de

cabeça, muitas. Não preciso do Tramadol… as dores que

eu tinha são as dores que eu tenho, tomando Tramadol

ou não, são as mesmas. Com a canábis consigo estar mais

distraído, não pensar tanto, alivia-me a dor e consigo rir-

-me mais, não sofro tanto.

Tem outro estado de espírito?

Sim, sim, tenho outro estado de espírito, não tem nada

a ver com o Tramadol. Quem diz o Tramadol diz o Diaze-

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pam, esses medicamentos que eu ando a tomar.

Quais são os medicamentos que está a tomar?

Não sei o nome dos medicamentos todos, sei que estou a

tomar o anti-retroviral do HIV, que isso não tem nada a ver,

tomo o Diazepam, Pregabalina, uns para a espasticidade,

um protector para a barriga e agora também a Amoxicilina,

porque eu apanhei um resfriado, mas já me sinto muito

melhor.

As plantas que tem em casa, sabe o que cultiva? O Paulo

escolhe as suas variedades?

Sim, umas com os níveis de THC altos, mas tem também

1% de CBD, CBN, CBG, tem terpenos… é erva boa.

E não utiliza químicos?

Não, uso só os fertilizantes, mas depois no fim lavo a terra,

nas duas últimas semanas, só com água.

Assim sabe o que está a

consumir, não é?

Sim, claro, é uma coisa que

eu planto e sei o que estou

a consumir. Não há cá nada

com bicho, com pesticidas…

Não meto nenhum pesticida.

O insecticida que faço é

com Super-Pop e vinagre. E

resulta.

No seu bairro há muito tráfico?

Sim, bastante. Se quiser

comprar heroína ou coca é

à porta.

E não lhe oferecem?

Não oferecem, porque eu

também não quero.

Eles já sabem?

Claro. Vêem-me sempre a

fumar, sabem que eu não

quero.

E agora aos 46 anos, que objectivos

é que tem?

Vou ver se tiro a carta, para

ver se compro um carro, porque não vou andar toda a vida

de bicicleta. Ando de bicicleta, é raro caminhar, ando mais

de bicicleta.

O que é que gostava de fazer no futuro, além de tirar a

carta?

Gostava de ter um trabalho, para me entreter, assim com

o computador, um trabalho informático. Consigo mexer

num computador, sei enviar e-mails, até tirei um curso do

Office, tive aulas de Powerpoint, Excel, isso tudo, sei criar

um documento, sei criar uma pasta, sei mexer em muita

coisa num computador. Deram-me 79% de incapacidade.

Eles disseram 80% e o médico disse que “79%, para o que

é, serve”. Na altura, era para ver se baixava a renda da casa,

e além disso, ao tirar o atestado multi-usos, fiquei sem subsídio

de férias e de Natal, porque eu recebia uma pensão

com esses subsídios. Agora passou a pensão de inclusão e

não tenho direito. É mais um bocadinho, pouco, mas não

tenho direito aos subsídios. E além disso, foi-me indeferido

um complemento para dependência a 100% (eram mais

52

400€), só por eu estar a viver com a minha mãe, porque a

minha mãe é obrigada a sustentar-me… Não me deram. Tinha

que estar a viver sozinho para me darem esse dinheiro.

Perdeu esse direito porque vive com a sua mãe?

Sim, ainda tenho lá os papéis em casa.

E se vivesse sozinho já lhe davam o dinheiro?

Davam. Ou se a minha mãe só ganhasse uma reforma aí

de 200€, só que ela tem uma pensão do meu pai… Eles

fizeram a conta e dá mais do que o limiar de não-sei-quê,

da pobreza, qualquer coisa assim…

“Eu podia ter uma vida, não é? Mas não tenho. Também

é do HIV, toda a vida pensei nisso…”

E como é que se sente a viver quase no limiar da pobreza?

Sinto-me mal, sinto-me triste, não tenho alegria na vida. E

a minha mãe estar a sustentar-me,

a minha mãe tem 79

anos, é um bocado complicado

estar a viver às custas

da mãe.

Dá-se bem com a sua mãe?

Dou-me bem, mas chateio-a

muito… mas dou-me bem.

Sinto muito que tenha tido

pouca sorte…

Eu com 25 anos fiquei assim.

Estou assim há 21

anos… nunca mais fiz nada.

Não tenho interesse na vida.

Só faço a medicação para

andar aqui, mas não tenho

interesses… Se eu tivesse um

trabalhito para me entreter,

ganhar o meu dinheiro, até

dar algum dinheiro à minha

mãe e não estar ali dependente

dela, percebe? Isso

custa…

O Paulo, já por várias vezes,

disse que não tinha razões

para viver… Sente-se assim

muitas vezes?

Sim, porque eu não procuro uma mulher, porque também

não tenho trabalho, não tenho nada… Também, quem é

a mulher que está para sustentar assim um homem? Eu

podia ter uma vida, não é? Mas não tenho. Também é do

HIV que eu tenho, toda a vida pensei nisso também, não

sei. Pouco interesse tenho.

Mas tem de arranjar… vai arranjando, no dia-a-dia, não

é? Vai fazendo a fisioterapia…

Sim, faço a minha fisioterapia, ando de bicicleta, gosto de

ir ver o mar… se não estiver lá ninguém, melhor… no mar, se

estiver sozinho, melhor.

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suportado pela comunidade. Para continuar a desenvolver

este projecto, o apoio dos leitores é fundamental. Tor-

ne-se apoiante do CannaReporter desde 3€ por mês!

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HUMOR Quem não sabe rir, não sabe viver”

Autoridade

Um policia vai a uma propriedade

e diz ao dono, um velho

agricultor:

– “Preciso inspecionar sua

propriedade. Há uma denúncia

de plantação de canábis.”

O agricultor diz: – “Ok, mas

não vá àquele campo ali.” E

aponta para uma determinada

área.

O Polícia diz indignado: – “O

senhor sabe que tenho o poder

da autoridade comigo?” E

tira do bolso um crachá mostrando

ao agricultor: – “Este

crachá dá-me a autoridade de

ir onde quero…. e entrar em

qualquer propriedade. Não

preciso pedir ou responder a

nenhuma pergunta. Está claro?

Fiz-me entender?”

O agricultor, muito educado

pede desculpa e volta para o

que estava a fazer.

Poucos minutos depois, ouve

uma gritaria e vê o agente de

autoridade a correr apavorado

para salvar e sua própria

DA SUÍÇA PARA PORTUGAL

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Não esquecer:

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vida perseguido pelo Marcelo,

o maior touro da quinta.

A cada passo o touro vai chegando

mais perto do agente,

que parece que será apanhado

antes de conseguir alcançar

um lugar seguro.

O agricultor larga as ferramentas,

corre para a cerca

e grita com toda a força dos

seus pulmões:

O crachá, mostra-lhe o crachá!

Não discuta com

burros

O burro disse ao tigre:

- A erva é azul “.

O tigre respondeu:

- Não, a erva é verde “.

A discussão aqueceu, e os

dois decidiram submetê-lo a

uma arbitragem, e para isso

concorreram perante o leão,

o Rei da Selva.

Já antes de chegar à clareira

da floresta, onde o leão estava

sentado no seu trono, o burro

Novo endereço

começou a gritar:

- Sua Alteza, é verdade que a

erva é azul?”.

O leão respondeu:

- Certo, a erva é azul “.

O burro apressou-se e continuou:

- O tigre discorda de mim e

contradiz-me e isso incomoda,

por favor, castigue-o “.

O rei então declarou:

- O tigre será punido com 5

anos de silêncio “.

O burro pulou alegremente e

seguiu seu caminho, contente

e repetindo:

- A erva é azul “...

O tigre aceitou sua punição,

mas antes perguntou ao leão:

- Vossa Majestade, por que

me castigou?, afinal a erva é

verde “.

O leão respondeu:

- Na verdade, a erva é verde “.

O tigre perguntou:

- Então, por que você me

pune?”.

O leão respondeu:

- Isso não tem nada a ver

com a pergunta de se a erva

é azul ou verde. O castigo

acontece porque não é possível

que uma criatura corajosa

e inteligente como você perca

tempo discutindo com um

burro, e ainda por cima, venha-me

incomodar com essa

pergunta “.

A pior perda de tempo é discutir

com o tolo e fã que não

se importa com a verdade ou

realidade, mas apenas com a

vitória de suas crenças e ilusões.

Jamais perca tempo em discussões

que não fazem sentido...

Há pessoas que por muitas

evidências e provas que lhes

apresentamos, não estão na

capacidade de compreender,

e outras estão cegas pelo ego,

ódio e ressentimento, e a única

coisa que desejam, é ter razão,

mesmo que não tenham.

Quando a ignorância grita, a

inteligência cala. A sua paz e

tranquilidade valem mais.

Correio

Utilizando o Impresso (Vale de correio vermelho)

Boletim/Vale vermelho requisitado através dos escritórios

de representação de Genebra ou Zurique e entregue com

a Ordem de Pagamento ao seu Banco na Suíça

(preferencialmente no PostFinance) para concretizar

o pagamento.

Boletim vermelho

(fornecido pelos escritórios de representação

de Genebra ou Zurique)

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Envelope

(fornecido pelo seu banco suíço ou Postfinance)

Envio por correio para o seu banco suíço

ou Postfinance

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do beneficiário realizando-se a transferência para débito em conta. Interdita

a utilização de numerários (cash).

A utilização do ST (Serviço Transferências) apesar de permitir custos reduzidos não

dispensa a consulta do preçário em santandertotta.pt, com as condições de cada

entidade bancária na Suíça e em Portugal.

Escritório de Representação de Genebra

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Escritório de Representação de Zurique

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Baslerstrasse, 117 - 8048

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Desporto

A demagogia do

Vasco Mendonça!

Falar e criticar é muito fácil, difícil é liderar e tomar opções.

João Paulo Santos

Não custa nada ao Vasco Mendonça

defender, num dia, uma coisa e, noutro

dia, o seu contrário, numa manifesta

falta de coerência.

Num dia, o Vasco Mendonça achava

que o melhor era mandar o Darwin

para a equipa B, noutro dia, já defende

que o mesmo não deveria ter sido

vendido.

Ora bem, se o Vasco Mendonça fosse

Presidente do SLB

ou treinador da

equipa principal,

teria mandado,

de forma leviana

e irresponsável,

o Darwin para a

equipa B.

Se isso tivesse sucedido,

importa

reflectir sobre as

consequências

que daí teriam resultado.

Certamente, nessa

situação, o jogador

em questão,

um jovem, na altura, de apenas 21

anos de idade, poderia ficar desmotivado

e nunca mais conseguir atingir

o patamar de excelência que atingiu

no SLB e que levou ao despertar do

interesse de grandes clubes europeus

na sua contratação e que culminou

na sua transferência para o Liverpool,

num possível valor total de 100 milhões

de euros.

Veja-se o que sucedeu com o Raúl de

Tomás, em que não foi dado tempo

para que o jogador pudesse mostrar

todas as suas potencialidades e as

críticas constantes que lhe foram dirigidas

fizeram com que o jogador não

conseguisse aguentar a pressão.

Mas o seu regresso a Espanha permitiu

demonstrar todas as suas potencialidades,

ao ponto de se falar na sua

transferência para o Real Madrid ou

para a Premier League.

O facto de não se ter enviado o Darwin

para a equipa B, como preconizava o

Vasco Mendonça, permitiu que o jogador

uruguaio ganhasse confiança,

evoluísse, mostrasse todas as suas potencialidades

e “explodisse” no SLB,

despertando a cobiça de grandes colossos

do futebol europeu.

Mas o impaciente do Vasco Mendonça,

relativamente à performance desportiva

do Darwin, que queria resultados

imediatos, não tendo qualquer tolerância

e paciência com o jogador, é o

mesmo que, agora, defende que o SLB

deveria ter paciência na sua venda.

Desde logo, importa salientar que, se

o SLB teve uma proposta global de

compra de 100 milhões de euros do

Liverpool e uma proposta superior do

Manchester United, foi porque criou

todas as condições para que o Darwin

evoluísse e chegasse ao referido patamar

de excelência, em vez de seguir o

conselho do Vasco Mendonça de enviar

o jogador para a equipa B.

Portanto, pelo Vasco Mendonça, a “galinha”

nunca teria tido um ovo de ouro,

mas como o SLB não seguiu o seu conselho

e conseguiu produzir um ovo de

ouro, eis que, agora, é criticado por ter

vendido o ovo de ouro por aquele que

nunca teria criado as condições para a

sua produção.

O Vasco Mendonça, para além de incoerente,

é insensato e um verdadeiro

sofista.

Na verdade, no seu silogismo falacioso,

como parte de premissas falsas,

chega a uma falsa conclusão.

Provavelmente,

por exemplo,

o último

classificado

da Liga Espanhola

terá

uma receita

de direitos televisivos

superior

à do SLB.

Na verdade,

esquece-se

que a grandeza

do SLB

está limitada

pela pequena

dimensão do

mercado nacional.

Então numa Liga Inglesa ou numa Liga

Alemã, nem se fala.

Se o SLB estivesse num pais com um

mercado maior, tudo seria diferente.

Nessa situação, o SLB teria muito mais

facilidades em segurar os melhores jogadores.

Mas o Vasco Mendonça que explique

como se motiva um jogador a ficar

mais um ano no SLB, quando o interessado

em contratá-lo é o Liverpool,

da Premier League, que tem altíssimas

hipóteses de conquistar todos as provas,

nacionais e europeias, que disputa.

A Premier League é uma liga inferior à

Liga Portuguesa?

O Liverpool é um clube inferior ao SLB?

A notoriedade e projecção de um jogador

é maior na Liga Portuguesa do que

na Liga Inglesa?

Só por estes factores, a motivação do

Darwin é muito maior, sendo jogador

do Liverpool e jogando na Premier Legue,

do que jogando no SLB e na Liga

Portuguesa.

Mas se a estes factores associarmos

outros, nomeadamente, o facto de a

Liga Portuguesa ser uma liga da farsa,

em Portugal as entidades políticas,

judiciais e desportivas estarem reféns

do crime organizado e a comunicação

social em geral atacar, diariamente, o

SLB, os seus dirigentes, treinadores e

jogadores, ainda mais motivação tem

Darwin para trocar o SLB pelo Liverpool.

E a cereja no cimo do bolo, da motivação,

é o ordenado de cerca de 8

milhões de euros limpos anuais que

Darwin vai auferir no Liverpool, cerca

de 4 vezes mais do que auferia no SLB.

Face ao exposto, o Vasco Mendonça

que apresente um argumento, só um

argumento, para Darwin não trocar o

SLB pelo Liverpool.

Na minha opinião, deixando de lado a

minha paixão de Benfiquista, não há

um único.

O facto de Domingos Soares de Oliveira

ter dito que o SLB não era obrigado

a vender o Darwin, isso não significa

que possa recusar uma proposta de

100 milhões, mantendo no plantel um

jogador desmotivado.

Não há contradição nenhuma.

Por não precisar de vender, por não estar

com a corda na garganta, é que o

SLB não vendeu o Darwin ao desbarato,

como fez o FCP em relação ao Luiz

Díaz, um jogador extraordinário, que

foi vendido a preço de saldo.

O futebol, como se costuma dizer, é

momento.

Por todas as razões acima enunciadas

e mais algumas, o SLB não poderia recusar

a oferta, no momento, de 100

milhões de euros do Liverpool.

Se o fizesse, correria sérios riscos de

ficar com um jogador desmotivado,

cujo rendimento desportivo e, consequentemente,

económico, poderia

descer drasticamente, ao ponto de

nunca mais ser apresentada uma proposta

idêntica.

E, nessa situação, o SLB perderia desportiva

e financeiramente.

Já para não falar no caso de uma lesão

grave, como a que teve, por exemplo, o

Lucas Veríssimo.

Nessa situação, nunca mais seriam

oferecidos 100 milhões, porque haveria

sempre o receio de o jogador nunca

mais recuperar a 100% e nunca mais

voltar a ser o mesmo.

Um clube lidera-se com ponderação,

com sensatez, com bom senso, com racionalidade

e com tomadas de decisão

na prática e não com leviandade, com

insensatez, com falta de bom senso,

com emotividade e com “bitates” nos

jornais ou no Twitter.

Por fim, o SLB não ganha nada há 3 anos

por factores internos e externos.

Os factores internos, como numa família,

devem ser analisados, escalpelizados

e discutidos internamente, nas Assembleias

Gerais, e os factores externos é

que devem ser analisados, escalpelizados

e discutidos na praça pública.

O Vasco Mendonça que não queira tratar

factores internos na praça pública e

que reserve os jornais e o Twitter para os

factores externos, porque já nos basta

os Aníbeis Pintos desta vida e a comunicação

social em geral para atacar o SLB!

Carrega BENFICA!

54

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Juniores

Julho + Agosto 2018 37

Passatempo

CULTURA

Para

colorir

Sopa de Letras

V PAULO FREIXINHO

Por: Paulo Freixinho

Procure as 18 palavras relacionadas

com o Calor. Há

quatro palavras na diagonal.

Ardência

Bafo

Brasa

Calidez

Calma

Caloraça

Canícula

Estio

Insolação

Mormaço

Queimor

Quentura

Rechina

Soalheira

Solama

Torreira

Tropical

Verão

Memorial do Convento

- José Saramago

Romance em tom de crónica histórica. José Saramago é escritor da nova geração

do romance em Portugal. Dedica-se, além do romance, ao conto e ao teatro,

tendo suas primeiras produções datadas de 1966. Memorial do Convento é de

1982 e representa uma investida no campo da narrativa histórica. O volume percorre

um período de aproximadamente 30 anos na História de Portugal à época da

Inquisição. O cenário é rico, registando não só o fato histórico, mas reconstituindo

a vivência popular, numa viagem a diferentes povoados ao redor de Lisboa. O rei D.

João V necessitava de herdeiros e o ventre de D. Maria Ana não os concebia. Fez

ele, então, uma promessa de levantar um convento em Mafra, para que a concepção

ocorresse. Em paralelo, segue-se o registo da vida do povo, através do enfoque

do soldado que perdeu a mão esquerda na guerra contra os espanhóis. Baltasar

Sete-Sóis, em um espectáculo da Inquisição, conheceu Blimunda, mulher de poderes

mágicos, que enxergava dentro das pessoas, e cuja mãe, por ter poderes semelhantes,

havia sido desterrada para Angola. Desafiando os rigores da religião, ambos se “casam”

através de um ritual de sangue. Baltasar torna-se ajudante do Padre Bartolomeu Lourenço,

que, sob a protecção do rei, concebia uma máquina de voar, (a passarola). Sob

o signo da máquina de voar unem-se ideais: os cultos, representados pelo padre Bartolomeu

de Gusmão e pelo músico Scarlatti, e os populares, ancorados em Blimunda

e Baltasar. Padre Bartolomeu viaja, enlouquece e morre. Blimunda, após o sumiço de

Baltasar, passa a procurá-lo, encontrando-o nove anos depois em circunstâncias trágicas.

A narrativa segue directo, sem interrupções, vigorosa e rica. Saramago procura

dar à linguagem o tom das crónicas históricas, reveste o vocabulário de termos ricos e

realiza malabarismos sintácticos...

COOORDENAÇÃO: JOANA ARAÚJO

Quem é Paulo Freixinho?

Sou autor de Palavras Cruzadas desde

1990.

Comecei por ser desenhador gráfico,

na revista Play, mas os dicionários mudaram

a minha vida e, em 1990, editei

a minha primeira revista de passatempos.

Simultaneamente, comecei a colaborar

com a Agência Feriaque (colaboração

que resultou em milhares de

passatempos).

Presentemente, divido o meu tempo

entre as publicações para as quais crio

Palavras Cruzadas (Público, JN, Selecções,

etc.), as minhas plataformas online

e o Clube de Palavras Cruzadas dirigido

a escolas e bibliotecas.

Aos 40 anos tornei-me Leitor e desde

então que me dedico ao prazer de ler

os grandes autores lusófonos, anotando

palavras durante a leitura para usar

posteriormente nas minhas Palavras

Cruzadas. Aos 45 voltei à música. Sou

baixista da banda Bon Sauvage, banda

que já gravou dois discos.

Tenho uma palavra preferida: Xurdir,

que significa fazer pela vida.

Sou adepto das Redes Sociais e plataformas

digitais onde saúdo os meus leitores

com amplexos e ósculos.

Boas

Férias!



Joana Araújo (*)

Saber

não ocupa lugar...

Cultura geral

SOBRE O

CORPO

HUMANO

Baptista Soares

(Endireita)

MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO

MUSCULAR DESPORTIVO

MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT

KLASSISCHE SPORT UND RELAX MASSAGEN

Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen

Natel 078 754 18 31

— Número de ossos: 206

— Número de músculos: 639

— Número de rins: 2

— Número de dentes de leite: 20

— Número de costelas: 24 (12 par)

— Número da câmara cardíaca: 4

— Artéria maior: Aorta

— Pressão arterial normal: 120/80

Mmhg

— Ph de sangue: 7.4

— Número de vértebras na coluna: 33

— Número de vértebras no pescoço: 7

— Número de ossos no ouvido médio: 6

— Número de ossos no rosto: 14

— Número de ossos no crânio: 22

— Número de ossos no peito: 25

— Número de ossos nos braços: 6

— Número de músculos no braço

humano: 72

— Número de bombas no coração: 2

— Maior Órgão: Pele

— Glândula maior: fígado

— maior célula: óvulo feminino

— Célula menor: Espermatozóide

— Osso menor: Estribo do ouvido

médio

— Primeiro órgão transplantado: Rim

— Comprimento médio do intestino

delgado: 7m

— Comprimento médio do intestino

grosso: 1,5 m

— Peso médio do recém-nascido: 3 kg

— Taxa de pulso em um minuto: 72

vezes.

— Temperatura corporal normal: 37 C°

(98,4 f°)

— Volume médio de sangue: 4 a 5

LITROS

— LAPSO DE VIDA Glóbulos vermelhos:

120 dias

— LAPSO DE VIDA Glóbulos brancos: 10

a 15 dias

— Período de gravidez: 280 dias (40

semana)

— Número de ossos em pé humano: 33

— Número de ossos em cada pulso: 8

— Número de ossos na mão: 27

— Maior glândula endócrina: tiróide

— Maior Órgão Linfático: Baço

— Osso maior e mais forte: Fémur

— Músculo menor: Stapedius (ouvido

médio)

— Número do cromossoma: 46 (23 par)

— Número de ossos recém-nascidos:

300

— Viscosidade sanguínea: 4,5 a 5,5

— Grupo de sangue doador universal: O

— Grupo de sangue receptor universal:

AB

Maior glóbulo branco: Macacocito

— Menor glóbulo branco: linfócito

— Ao aumento da contagem de

glóbulos vermelhos é chamado de:

Policitemia

— Banco de sangue no corpo é: Baço

— Rio da vida se chama: Sangue

— Colesterol sanguíneo normal: 100

mg/dl

— Parte fluida do sangue é: Plasma

— O Congo é o país onde os homens

têm o tamanho médio do órgão

genital com 18 cm. A Coreia do Norte

possui os menores tamanhos, apenas

9,7 cm. No Mundo apenas 3% dos

homens possuem pénis acima de 20

cm.

O corpo humano é uma máquina

perfeitamente projectada que nos

permite desfrutar desta aventura

chamada vida. Cuidemos dela. Não a

prejudiquemos com vícios e excessos.

Boas férias!

58

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POESIA

Espaço

Carmindo

de Carvalho

O pouco que me

preenche

Por vezes é demais

Por vezes basta

E tantas vezes é tão

pouco.

Toca a andar...

Sete colinas de terra

Sete colinas de fado

Vestem-me ventos do Tejo

E pregões do céu estrelado

Sete degraus p’ra subir

E mais sete p’ra descer

Sete notas de uma pauta

Sete teclas a gemer

Sete luas, sete sóis

LETRAS

Religiões

Euclides

Cavaco

E na incerteza do espaço

Vence a momentânea

vontade do querer

Ou não querer

De cada momento.

E eu rendo-me

E enrolo-me

No aconchego

Do teu abraço...

19, 6, 2022

Há certas religiões

Espalhadas pela Terra

Que arrastam muitas nações

P’ra sedição e p’ra guerra.

Algumas são fanatismo

Seus actos bradam aos Céus

Apoiam o terrorismo

Matam em nome de Deus.

Religião em essência

Deve ser culto sagrado

Sem actos de violência

Livremente praticado.

Com fé devota seguir

Só os bons ensinamentos

E em tempo algum agredir

Do próximo os sentimentos.

O contido fundamento

De qualquer religião

É lograr p’lo seguimento

No além a redenção.

Na terra a mais genuína

E que mais sentido faz

É a que tem por doutrina

Dilatar no mundo a paz !...

Maria José Praça

Sete barcos, sete ruas

Sete punhados de terra

Sete dores, sete faluas

Sete ventos apagados

Sete ondas , sete faróis

Sete destinos cruzados

Sete raios, sete sóis

Sete martírios de mágoas

Sete bem aventuranças

Sete fogueiras com asas

Sete sombras, sete danças

Sete rasgos, sete esquinas

Sete saltos , sete voltas

Sete timbres d’ alfazema

Sete cestas com amoras

Sete janelas perdidas

Sete miragens sem cais

Sete cartazes sem vida

Sete caminhos fatais

“Sete e sete são catorze

Com mais sete, vinte e um

Tenho sete namorados

e não caso com nenhum”...

Maria José Praça

meu andar “ )

“Tango”...

João Luís Dias

( “Pedras do

Pode ser mera metáfora.

Porque a vida é uma dança de ritmos e compassos,

de passos lentos ou corridos;

porque a vida é um relógio de ponteiros, certos

ou incertos...

E só assim tem horas

para todos os momentos.

E só assim tem sentido.

E só assim é vida.

LUSOFOBIA

Isabel A. Ferreira (*)

Embora a LUSOFOBIA dos brasileiros incultos, a quem esquerdistas,

também incultos, fizeram uma lavagem cerebral,

não seja um fenómeno novo (já era assim quando eu

por lá andei, faz uns quarenta anos), ele está a aumentar

em Portugal, a um ritmo bastante acelerado, nas redes

sociais, no YouTube, no Google, enfim, em todos os lugares

onde os deixam bolçar essa LUSOFOBIA que os sufoca,

com uma intenção unicamente política.

E isto acontece por um só motivo: inacção, incompetência

e uma rastejante subserviência dos governantes

portugueses e dos que ao redor deles GRAVITAM, aos milhões,

que eles consideram irmãos.

Para saberem do que estou a falar, e se não ouviram, ouçam

os discursos dos constitucionalistas Jorge Miranda

e Marcelo Rebelo de Sousa que, por acaso, também

é o presidente da nossa triste República DOS Bananas, na

celebração do “10 de Junho”, em Braga. A BAJULICE foi de

tal modo evidente que saltou barreiras e soltou os bandos.

É óbvio que me refiro unicamente aos brasileiros incultos,

que incultos esquerdistas adestraram, para andarem por

aqui e por ali a bolçar o fel contra Portugal e os Portugueses,

que lhes revolve as estranhas, há demasiado tempo.

Como já lá diziam os nossos antepassados: quem não se

sente, não é filho de boa gente – ou seja, quem não reage

numa situação em que é apatanhado, ou não tem honra,

ou não tem princípios – venho EU, como sempre o fiz

no Brasil e o tenho feito no meu País, lavar a honra de Portugal

e dos Portugueses, que me apoiam, uma vez que

não temos POLÍTICOS, com os frutos da horta no devido

sítio, que ponham fim a esta pouca-vergonha, gerada por

uma LUSOFOBIA PATOLÓGICA, que apouca o Brasil e os

Brasileiros Cultos, os quais, por serem em muito menor número

do que os brasileiros incultos, a voz deles não se faz

ouvir.

Aqui deixo uma pequena amostra dessa LUSOFO-

BIA (mais os sorrisinhos idiotas nos comentários) que, desde

ontem, no Facebook, anda a atacar o NOVO MOVIMEN-

TO CONTRA O AO90. (https://bit.ly/3A5Plg7) Entretanto,

o Grupo já limpou todo esse lixo. Esta amostra foi o que

consegui captar a tempo.

Ajuízem por vós próprios, mas não me venham falar em racismo

ou xenofobia da minha parte, porque isso não é

para aqui chamado, e pertencerá à estupidez. Isto só tem

a ver com HONRA. Sabem o que isso é?

Pelas caras dos cárinha estamos diante de catraios. Mas

os catraios são os paus-mandados dos políticos que estão

por detrás disto. Não se esqueçam disso! E por serem

catraios têm de ser reeducados.

(*) https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/

LÍNGUA PORTUGUESA

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Horóscopo

Publicidade

Horário

Seg. a Sexta. — 08h00 às 20h00

Sábado — 08h00 às 19h00

Carneiro

Para atingir os seus objectivos profissionais,

seja paciente e não deixe de adquirir

conhecimentos. Terá a chance de fazer

amigos e também retomar os estudos.

Reforce a intimidade com a sua alma gémea.

Poderá se interessar por pessoa de

prestígio.

Leão

Há possibilidade de mudança no seu emprego:

use intuição com a criatividade para

se sair bem. Cuidar da fé vai tranquilizar o

seu astral. Na conquista, o seu charme vai

arrasar, mas enterre primeiro o passado.

União cheia de cumplicidade.

Virgem

Sagitário

Poderá desenvolver um jeito mais ágil de

trabalhar e até ensinar os colegas. Espere

sorte para lidar com o público! Bom momento

para marcar exames de saúde e

focar nos assuntos familiares. No amor,

tudo azul! Paixão do passado deverá reaparecer.

Touro

Ao lidar com documentos no seu serviço,

procure redobrar a atenção. Se estiver

sem emprego, peça força aos amigos. Boa

fase para revisar as suas contas. Na união,

clima de aconchego. Caso esteja só, talvez

se encante por pessoa proibida.

Gémeos

Espere pela sorte caso trabalhe com vendas

ou clientes em geral. Nas horas livres,

a dica é descansar em casa. Use o seu poder

de comunicação na conquista! Poderá

fazer planos com a sua cara-metade. Na

intimidade, fale das suas fantasias sexuais.

Caranguejo

Os seus conselhos profissionais serão

úteis para os colegas e, até mesmo, parentes.

Talvez tenha chegado a hora de se

livrar de amizades tóxicas. Boa fase para

planear viagem. Conversar com quem ama

vai harmonizar o seu romance.

Ao tomar decisões no seu trabalho, aja

com tacto e não se deixe influenciar por

laços de amizade. Há promessa de sorte

em assunto judicial. Vigiar o seu amor poderápiorar

a relação, então, controle-se!

Na cama, os desejos pegam fogo!

Balança

Saberá tomar decisões rápidas e encontrar

jeitos novos de cumprir tarefas no seu

emprego. Algo feito em casa talvez gere

lucros. Disfrute a companhia dos amigos.

Na paixão, poderá se aproximar de pessoa

inteligente. Romance estimulante!

Escorpião

Se você procura emprego, tente algo noutra

outra cidade ou relacionado a público.

Poderá fechar um bom acordo. Bom convívio

com o pessoal de casa. Um amigo

vai precisar dos seus conselhos. Na vida a

dois, aproveite a energia da paixão!

Capricórnio

Se pensar em soluções para os problemas

no serviço, é melhor testar antes. Fique

longe de fofocas. Poderá aproveitar a

companhia de crianças da família. Sinal de

tensão na sua união: procure se acalmar!

Talvez conheça alguém numa festa.

Aquário

Para crescer na carreira, estude e se aconselhe

com gente mais experiente. O seu

jeito tranquilo vai inspirar quem estiver à

sua volta. Um segredo deverá chegar até

si. A dois, convém respeitar as diferenças

em nome da paz conjugal.

Peixes

O seu temperamento criativo vai contar

pontos no seu emprego. Só não perca o

foco nem o bom humor. Que tal reservar

mais tempo para ficar com a sua família?

Promessa de muito carinho na relação

afectiva. Desejos acesos entre os lençóis!

120 vagas de

estacionamento grátis

2000m 2 de

área comercials

Produtos portugueses e de todo

o mundo numa só casa!

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o mundo

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Açores

Lisboa

O Lusitano de Zurique

Deseja-vos

Boas Férias!

Porto

Braga

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Breves da Suíça

ÚLTIMA

Fonte: Swissinfo

Genebra e Zurique sobem no ranking

das “cidades mais habitáveis do

mundo”

Zurique e Genebra são a terceira e sexta

melhores cidades do mundo para se

viver, respectivamente, de acordo com

o The Economist.

Polícia alemã evita atentado em

“grande cidade suíça”

As autoridades alemãs dizem ter evitado

um ataque a bomba na Suíça após

prender dois suíços suspeitos de tentarem

comprar explosivos.

Toblerone não será mais fabricado

exclusivamente na Suíça

O chocolate em forma de triângulo

também será fabricado na Eslováquia

a partir do final de 2023.

Túnel ferroviário alpino e trens suburbanos

ganham impulso.

O governo planeia uma actualização

da rede ferroviária, incluindo um túnel

alpino adicional no Oeste da Suíça.

Especialistas rebaixam previsões de

crescimento económico suíço.

O Instituto Económico Suíço KOF revisou

para baixo suas previsões para este

ano, mas permanece optimista.

Suíços preferem segurança à liberdade.

Nove em cada dez cidadãos suíços disseram

no início do ano que se sentem

seguros e que seu optimismo sobre o

futuro aumentou.

Estudo revela impacto económico de

legislação suíça sobre a maconha.

A cannabis gera uma facturação anual

de cerca de CHF 1 biliões (US$ 1,03

biliões) na Suíça, de acordo com um

novo estudo.

Novo surto da Covid pode infectar

mais de um milhão de suíços neste

Verão.

Cerca de 15% da população suíça poderia

ser infecta neste Verão com novas

sub-variantes Ómicron, adverte ex

chefe da força-tarefa Covid-19.

Desenvolvimento das notícias, aqui:

https://bit.ly/3QLeF0N

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Lusitano de Zurique - JULHO/AGOSTO 2022 | www.cldz.eu

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