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Boletim Libertação Animal - 1ª edição

Direitos Animais, Veganismo, Empreendimentos veganos e muitos mais sobre temas relacionados aos animais.

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Boletim Libertação Animal //  7

Arquivo pessoal

percentual. Apenas 4% das pessoas indicaram

que deixaram de comer carne depois de ler um livro.

Ou seja, a palavra tem bem menos impacto do

que a força do exemplo.

Na sua dissertação, você afirma que “a superação

de uma sociedade capitalista pode responder

à questão da exploração de humanos sobre outros

humanos, mas não me responde, necessariamente, à

questão da exploração dos animais humanos sobre

os animais não humanos”. Por isso, faço-lhe o mesmo

questionamento de sua tese: “como vamos

construir um mundo, uma sociedade, onde caibam

todos os animais humanos e não humanos, livres da

exploração”?

Com paciência e urgência. Com paciência, pois

as mudanças, apesar de estarem acontecendo o

tempo todo, muitas vezes não ocorrem na velocidade

que a gente quer. Quando deixei de comer

carne, aos 9 anos de idade, me sentia uma alienígena,

pois quase não convivi com pessoas como

eu. E olha só: 40 anos depois, já somos 30 milhões

de brasileiros vegetarianos. Isso, num tempo histórico,

é quase nada. Mas, para o tempo individual

de uma vida, é muita coisa. Especialmente para a

vida de quem segue explorado, torturado e morto.

Para esses indivíduos, não podemos abrir mão da

urgência, pois 88 bilhões seguem mortos todos os

anos, sem conhecer o que é uma vida digna, justa

e livre. Isso sem falar dos trilhões de peixes. Para

esses indivíduos, temos que nos manter em estado

de urgência, fazendo tudo e ainda mais do que

estiver ao nosso alcance para acelerar o inevitável

processo de mudança.

Na época de William Wilberforce (1759-1833), o

comércio escravista era extremamente lucrativo

e, como constituía a espinha dorsal da economia

mundial, nunca se imaginou sequer que ele, um

dia, teria um fim. Mas Wilberforce conseguiu

aprovar, no Parlamento Britânico, o Ato contra o

Comércio de Escravos (1807), depois que conseguiu

tornar a atividade não mais lucrativa para

a sociedade inglesa do período. No seu entender,

pode acontecer com o agronegócio o mesmo que

ocorreu com a escravidão de seres humanos?

O sistema capitalista traz, em seu cerne, o germe

de sua própria destruição. Assim é também com

a indústria capitalista da exploração animal. Simplesmente,

não será possível manter esse modelo

de exploração, pois não haverá terras suficientes

para tanta pastagem e gado. Ainda que a gente

desmate 100% das florestas, a conta não fechará.

Em 2050, teremos 2 bilhões a mais de humanos

no planeta, isso porque a população mundial

provavelmente passará dos atuais 7,7 bilhões de

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