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Fisica3 (Eletromagnetismo)

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342 CAPÍTULO 32

Figura 32-17 Micrografia da estrutura

de domínios de um monocristal de

níquel; as linhas brancas mostram

as paredes dos dorrúnios. As setas

brancas traçadas na fotografia mostram

-a orientação dos dipolos magnéticos

dentro de cada dorrúnio e, portanto, a

orientação do dipolo magnético total de

cada dorrúnio. O cristal como um todo

não apresenta magnetização espontânea

se o campo magnético total (soma

vetorial dos dipolos magnéticos para

todos os domínios) for nulo. (Cortesia

de Ralph W. DeBlois)

d

B,w

figura 32-18 Curva de magnetização

ah) de um material ferromagnético e o

laço de histerese associado (bcdeb).

b

Para compreender a razão, considere uma amostra de um material ferromagnético

como o ferro. O material, no estado normal, é constituído por vários domínios ma 0 -

néticos, regiões em que o alinhamento dos dipolos atômicos é praticamente perfeito.

Acontece que os domínios não estão todos alinhados. Na verdade, a orientação do

domínios pode ser tal que quase todos os momentos magnéticos se cancelam.

A Fig. 32-17 é uma rnicrografia da distribuição dos domínios em um cristal de

níquel, obtida espalhando uma suspensão coloidal de partículas de óxido de ferro na

superfície do material. As paredes dos domínios, ou seja, as regiões em que o alinhamento

dos dipolos atômicos muda de direção, são locais em que os campos magnéticos

sofrem variações bruscas. As partículas coloidais em suspensão são atraídas para

essas regiões e aparecem como linhas brancas na fotografia (nem todas as paredes

dos domínios são visíveis na Fig. 32-17). Embora os dipolos atômicos em cada domínio

estejam totalmente alinhados na direção indicada pelas setas, a amostra como

um todo pode ter um momento magnético resultante relativamente pequeno.

Quando magnetizamos uma amostra de um material ferromagnético, submetendo-a

a um campo magnético externo que é aumentado gradualmente, acontecem

dois efeitos que, juntos, produzem uma curva de magnetização como a da Fig. 32-16.

O primeiro é o aumento do tamanho dos domínios que estão orientados no mesmo

sentido que o campo externo aplicado, enquanto os domínios com outras orientações

diminuem. O segundo efeito é uma mudança da orientação dos dipolos dentro de um

domínio, no sentido de se aproximarem da direção do campo.

O acoplamento de câmbio e o movimento dos domínios levam ao seguinte resultado:

Um material ferromagnético submetido a um campo magnético externo Be,, adquire

um grande momento dipolar magnético na direção de Be,t· Se o campo é não uniforme,

o material ferromagnético é atraído da região onde o campo magnético é menos intenso

para a região onde o campo magnético é mais intenso.

Histerese

As curvas de magnetização dos materiais ferromagnéticos não se repetem quando

aumentamos e depois diminuímos o campo magnético externo B 0 • A Fig. 32-18

mostra um gráfico de BM em função de B 0 durante as seguintes operações com um

anel de Rowland: (1) Partindo de uma amostra desmagnetizada de ferro (ponto a).

aumentamos a corrente no enrolamento do toroide até que B 0 (= µ, 0 iN/21rr = µ, 0 in)

tenha o valor correspondente ao ponto b; (2) reduzimos a zero a corrente no toroide

(e, portanto, o campo B 0 ) , chegando assim ao ponto e; (3) aumentamos a corrente

no toroide no sentido oposto até que B 0 tenha o valor correspondente ao ponto d; ( 4)

reduzimos novamente a corrente a zero (ponto e); (5) invertemos mais uma vez o

sentido da corrente e aumentamos seu valor até atingirmos o ponto b.

A falta de repetitividade mostrada na Fig. 32-18 recebe o nome de histerese e a

curva bcdeb é chamada de laço de histerese. Observe que nos pontos e e e a amostra

de ferro está magnetizada, embora não haja corrente no enrolamento do toroide; este

é um exemplo do fenômeno do magnetismo permanente.

A hi sterese pode ser compreendida a partir do conceito de domínios magnéticos.

Evidentemente, o movimento das paredes dos domínios e a reorientação da direção

dos domínios não são fenômenos totalmente reversíveis. Quando o campo magnético

B 0 é aumentado e depois reduzido novamente ao valor inicial, os domínios não

voltam à configuração original, mas guardam uma certa "memória" do alinhamento

que possuíam após o aumento inicial. A memória dos materiais magnéticos é essencial

para o armazenamento de informações em meios magnéticos.

A memória do alinhamento dos domínios também ocorre naturalmente. Correntes

elétricas produzidas por relâmpagos dão origem a campos magnéticos intenso

que podem magnetizar rochas ferromagnéticas situadas nas proximidades. Graças

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