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Fisica3 (Eletromagnetismo)

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EQUAÇÕES DE MAXWELL; MAGN ETIS MO DA

32-1 O Paramagnetismo

Nos materiais paramagnéticos, os momentos dipolares magnéticos orbitais e de

spin dos elétrons de cada átomo não se cancelam e, portanto, cada átomo possui um

momento dipolar magnético permanente /l. Na ausência de um campo magnético

externo, esses momentos dipolares atômicos estão orientados aleatoriamente e o momento

dipolar magnético total do material é zero. Quando uma amostra do material

é submetida a um campo magnético externo B 0

x,, os momentos dipolares magnéticos

se alinham parcialmente com o campo e a amostra adquire um momento magnético

dipolar diferente de zero. Ao contrário do que acontece nos materiais dielét~icos,

esse momento tem o mesmo sentido que o campo magnético externo.

Todo material paramagnético submetido a um campo magnético externo Bexr apresenta

um momento dipolar magnético orientado no mesmo sentido que Bext· Se o campo Bext é

não uniforme, o material paramagnético é atraído da região onde o campo magnético é

menos intenso para a região onde o campo magnético é mais intenso.

Uma amostra paramagnética com N átomos teria um momento dipolar magnético

de módulo N µ se os momentos magnéticos dos átomos estivessem perfeitamente

alinhados. Entretanto, a agitação térmica produz colisões entre os átomos que perturbam

esse alinhamento e reduzem o momento magnético total da amostra.

A importância da agitação térmica pode ser avaliada comparando duas energias.

A primeira, dada pela Eq. 19-24, é a energia cinética média de translação K ( =

3kT/2), onde k é a constante de Boltzmann (1,38 X 10·23 J/K) e T é a temperatura

em kelvins (e não em graus Celsius). A outra, uma consequência da Eq. 28-38, é a

diferença de energia ó.U 8 ( = 2µBex,) entre os alinhamentos paralelo e antiparalelo do

momento dipolar magnético de um átomo com o campo externo. Como vamos mostrar

em seguida, K ;,:, f:,.U 8 para temperaturas e campos magnéticos normais. Assim,

transferências de energia através de colisões entre átomos podem perturbar significativamente

o alinhamento dos momentos dipolares atômicos, tornando o momento

dipolar magnético de uma amostra muito menor que N µ..

Podemos expressar o grau de magnetização de uma amostra paramagnética calculando

a razão entre o momento dipolar magnético e o volume V da amostra. Essa

grandeza vetorial, o momento dipolar magnético por unidade de volume, é chamada

de magnetização e representada pelo símbolo M. O módulo da magnetização é

dado por

M = _m_om_e_n_to_m_a_g_n_é_ti_c_o_m_ed_i_d_o

V

(32-38)

A unidade de M é o ampere-metro quadrado por metro cúbico ou ampere por metro

(A/m). Ao alinhamento perfeito dos momentos dipolares atômicos, conhecido

como saturação da amostra, corresponde o valor máximo da magnetização,

Mmáx = Nµ./V.

Em 1895, Pierre Curie descobriu experimentalmente que a magnetização de uma

amostra paramagnética é diretamente proporcional ao módulo do campo magnético

externo B ext e inversamente proporcional à temperatura Tem kelvins: ·

O oxigênio líquido fica suspenso entre

os polos de um ímã porque o líquido

é paramagnético e, portanto, é atraído

pelo ímã. (Richard Megna!Fundamental

Photographs)

M = C Bext

y ·

(32-39)

A Eq. 32-39 é conhecida corno lei de Curie e a constante C é chamada de constante

de Curie. A lei de Curie é razoável, já que o aumento de Bext faz aumentar o alinhamento

dos momentos dipolares atômicos da amostra e, portanto, aumenta o valor

de M, enquanto o aumento de T faz diminuir o alinhamento por causa da agitação

térmica e, portanto, diminui o valor de M. Entretanto, a lei é uma aproximação que

vale apenas para pequenos valores da razão Bex/T.

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