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Fisica3 (Eletromagnetismo)

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CAMPOS MAG NÉTICOS 203

O Síncrotron

O cíclotron convencional não funciona bem no caso de prótons com uma energia

maior que 50 Me V porque a hipótese fundamental do projeto, a de que a frequênia

de revai ução de uma partícula carregada que circula na presença de um campo

magnético não depende da velocidade, é válida apenas para velocidades muito menores

que a velocidade da luz. Para velocidades acima de 10% da velocidade da luz,

devem ser usadas as equações da teoria da relatividade. De acordo com essa teoria,

quanto maior a velocidade da partícula, maior a massa e menor a frequência de revolução.

Assim, as partículas se atrasam em relação à frequência do oscilador, que

!em um valor fixo Íosc, e a energia da partícula passa a aumentar cada vez menos a

ada revolução, tendendo para um valor constante.

Existe outro problema. Para um próton de 500 Ge V em um campo magnético de

1,5 T, o raio da trajetória é 1,1 km. No caso de um cíclotron convencional, o campo

magnético teria que ser aplicado em toda a região limitada pela trajetória, o que exigiria

um ímã de tamanho descomunal, com peças polares da ordem de 4 X 10 6 m 2 •

O síncrotron foi criado para resolver esses dois problemas. Em vez de possuírem

valores fixos como no cíclotron convencional, o campo magnético B e a frequência

do oscilador Ío,c variam com o tempo enquanto as partículas estão sendo aceleradas.

Quando isso é realizado de forma correta, (1) a frequência de revolução das partículas

permanece em fase com a frequência do oscilador; (2) as partículas descrevem uma

trajetória circular em vez de espiral. Assim, o campo magnético precisa cobrir uma área

' bem menor, correspondente a essa trajetória. Mesmo assim, no caso de partículas de

alta energia, o raio da trajetória não pode deixar de ser grande. O síncrotron do Fermi

_ ational Accelerator Laboratory (Fermilab), em Illinois, tem uma circunferência de

6,3 km e pode produzir prótons com uma energia da ordem de 1 Te V ( = 10 12 e V).

Exemplo ~

Acelerando uma partícula carregada em um cíclotron

A frequência do oscilador de um cíclotron é 12 MHz e o

raio dos dês é R = 53 cm.

(a) Qual é o módulo do campo magnético necessário para

acelerar dêuterons nesse cíclotron? A massa do dêuteron

é m = 3,34 X 10- 27 kg (duas vezes maior que a massa do

próton).

IDEIA-CHAVE

De acordo com a Eq. 28-24 (jqjB = 2 1rmf 0

,c), para uma

dada frequência do osciladorf 0

,c, o módulo do campo magnético

B necessário para acelerar qualquer partícula em um

cíclotron depende apenas da razão m!lql entre a massa e o

valor absoluto da carga da partícula.

Cálculo No caso de dêuterons e para uma frequência do

osciladorf 0

,c = 12 MHz, temos:

B = 21rmfosc = (21r)(3,34 X 10- 27 kg)(12 X 10 6 s- 1 )

lql

1,60 X 10 - 19 C

= 1,57 T = 1,6 T. (Resposta)

Observe que, para acelerar prótons, B teria que ser dividido

por 2, caso a frequência do oscilador permanecesse

a mesma.

(b) Qual é a energia cinética dos dêuterons acelerados

pelo cíclotron?

IDEIAS-CHAVE

(1) A energia cinética (f mv 2 ) de um dêuteron ao sair do

cíclotron é igual à energia cinética que o dêuteron possuía

quando estava descrevendo uma trajetória com um raio

igual ao raio R do cíclotron. (2) Podemos calcular a velocidade

v do dêuteron nessa trajetória usando a Eq. 28-16

(r = mv!lqlB).

Cálculos Explicitando v na Eq. 28-16, fazendo r = R e

substituindo os valores conhecidos, obtemos:

RlqlB (0,53 m)(l,60 X 10- 19 C)(l,57 T)

v=--- =

m

3,34 X 10- 27 kg

= 3,99 x 10 7 m/s.

Essa velocidade corresponde a uma energia cinética

K = .!.mv 2

2

= !(3,34 x 10- 27 kg)(3,99 x 10 7 m/s) 2

= 2,7 X 10- 12 J,

ou cerca de 17 Me V.

(Resposta)

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