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Fisica3 (Eletromagnetismo)

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196 CA PÍTU LO 28

do com a Equação 28-2, uma força magnética F 3 age sobre os elétrons, desviando-os

para o lado direito da fita.

Com o passar dó tempo, os elétrons se acumulam na borda direita da fita, deixando

cargas positivas não compensadas na borda esquerda. A separação de cargas

positivas e negativas produz um campo elétrico E no interior da fita que aponta para ·

a direita na Fig. 28-8b. O campo exerce uma força FE sobre os elétrons que tende a

desviá-los para a esquerda e, portanto, se opõe à força magnética.

Os elétrons continuam a se acumular na borda direita da fita até que a força exercida

pelo campo elétrico equilibre a força exercida pelo campo magnético. Quando

isso acontece, como mostra a Fig. 28-8b, as forças FE e F 3 têm módulos iguais e

sentidos opostos. Os elétrons passam a se mover em linha reta em direção ao alto da

página com velocidade v" e o campo elétrico E para de aumentar.

De acordo com a Eq. 24-42, ao campo elétrico que se estabelece entre as bordas

da fita está associada uma diferença de potencial de Hall dada por

V= Ed. (28-9)

Ligando um voltímetro às bordas da fita, podemos medir essa diferença de potencial

e descobrir em qual das bordas o potencial é maior. Para a situação da Fig. 28-8b,

observaríamos que o potencial é maior na borda da esquerda, como é de se esperar

no caso de portadores de carga negativos.

Vamos supor que os portadores de carga responsáveis pela corrente i tivessem

carga positiva (Fig. 28-8c). Nesse caso, os portadores estariam se movendo

de cima para baixo, seriam desviados para a borda da direita pela força F 3 e o potencial

seria maior na borda da direita, o que não estaria de acordo com a leitura

do voltímetro. A leitura obtida indica, portanto, que os portadores de carga têm

carga negativa.

Vamos passar para a parte quantitativa. De acordo com as Eqs. 28-1 e 28-3,

quando as forças elétrica e magnética estão em equilíbrio (Fig. 28-8b) temos:

eE = ev"B. (28-10)

De acordo com a Eq. 26-7, a velocidade de deriva v" é dada por

J i

Vt1 =-=--

(28-11)

ne neA'

em que J (= i/A) é a densidade de corrente na fita, A é a área da seção reta da fita

e n é a concentração de portadores de carga (número de portadores por unidade de

volume).

Combinando as Eqs. 28-9, 28-10 e 28-11 , obtemos

n =

Bi

Vle '

(28-12)

em que À(= A/d) é a espessura da fita. A Eq. 28-12 permite calcular o valor de na

partir de grandezas conhecidas.

Também é possível usar o efeito Hall para medir diretamente a velocidade de

deriva v" dos portadores de carga, que, como vimos, é da ordem de centímetros por

hora. Nesse experimento engenhoso, a fita é deslocada, na presença de um campo

magnético, no sentido oposto ao da velocidade de deriva dos portadores e a velocidade

da fita é ajustada para que a diferença de potencial de Hall seja zero. Para que

isso aconteça, é preciso que a velocidade dos portadores em relação ao laboratório

seja zero; nessas condições, portanto, a velocidade dos portadores de carga tem o

mesmo módulo que a velocidade da fita e o sentido oposto.

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