03.06.2022 Views

Revista Rally Cocamar

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

BOAS Práticas<br />

<strong>Revista</strong> do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />

<strong>Revista</strong> do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade n Sétima edição n Safra 2021/2022<br />

Um ano de intensas<br />

variações climáticas<br />

<strong>Rally</strong> percorreu 48 municípios do PR e SP, entre<br />

outubro e abril, para acompanhar a saga dos produtores<br />

em um dos ciclos mais desafiadores da história


[ [ [ [ M I L H O ]<br />

FUNGICIDAS BASF MILHO ABACUS ® H C E ORKEST R A ® SC<br />

A DUPLA<br />

DE DUPLA<br />

EFICIÊNCIA.<br />

A BASF investe sempre no desenvolvimento de soluções fúngicas<br />

de qualidade para o controle das principais doenças do milho.<br />

Com a eficiência superior e reconhecida de Abacus ® HC,<br />

na primeira aplicação, e agora também a alta performance<br />

de Orkestra ® SC na segunda, você tem a solução completa<br />

para uma lavoura protegida, rentável e muito mais produtiva.<br />

ESTE PRODUTO É PERIGOSO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE. USO AGRÍCOLA. VENDA SOB RECEITUÁRIO<br />

AGRONÔMICO. CONSULTE SEMPRE UM AGRÔNOMO. INFORME-SE E REALIZE O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS.<br />

DESCARTE CORRETAMENTE AS EMBALAGENS E OS RESTOS DOS PRODUTOS. LEIA ATENTAMENTE E SIGA AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO<br />

RÓTULO, NA BULA E NA RECEITA. E UTILIZE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. RESTRIÇÃO TEMPORÁRIA NO ESTADO DO<br />

PARANÁ NA CULTURA DA SOJA PARA O ALVO PHAKOPSORA PACHYRHIZI. O PRODUTO MENCIONADO ESTÁ DEVIDAMENTE REGISTRADO NO<br />

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA) SOB O NÚMERO: ABACUS® HC Nº 9210 E ORKESTRA® SC Nº 08813.<br />

[ M I L H O ]


Abacus ®<br />

HC<br />

. Alvos: Ferrugem Polissora, Ferrugem<br />

Asiática entre outros.<br />

. Excelente combinação de ativos<br />

. Formulação desenvolvida especialmente<br />

para gramíneos.<br />

. Balanço de IA que promove melhor controle<br />

e melhor resposta de manejo<br />

. Maior produtividade e melhor qualidade<br />

dos grãos<br />

[ [ [ M I L H O ]<br />

Orkestra ®<br />

SC<br />

. Alvos: Mancha branca, Ferrugem<br />

Tropical entre outros.<br />

. Duplo modo de ação: bloqueia a respiração<br />

dos fungos em sítios distintos<br />

. Atua em todas as fases de desenvolvimento<br />

dos fungos<br />

. Excelente ferramenta para o manejo<br />

de resistência.<br />

. Efeitos fisiológicos positivos<br />

BASF na Agricultura.<br />

Juntos pelo seu Legado.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

3


SUMÁRIO<br />

16<br />

24<br />

Diferente do noroeste,<br />

no norte as lavouras<br />

produziram bem<br />

Campos de sementes<br />

não apresentaram<br />

perdas<br />

26<br />

Embrapa: braquiária<br />

solteira ajuda a cuidar<br />

do solo<br />

30<br />

Mas no extremo<br />

noroeste, boas<br />

surpresas<br />

34<br />

Solo arenoso não<br />

admite improvisos<br />

36<br />

38<br />

40<br />

Programa de renovação<br />

de canaviais: oportunidade<br />

para expandir<br />

Novas ferramentas<br />

ganham terreno<br />

entre cooperados<br />

Uma escola técnica<br />

que capacita filhos de<br />

produtores


PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Uma realização<br />

importante<br />

para a <strong>Cocamar</strong><br />

Com o dinamismo de sua programação implementada ao<br />

longo de seis meses, durante a safra de verão, o <strong>Rally</strong><br />

<strong>Cocamar</strong> de Produtividade está consolidado como importante<br />

realização voltada a identificar e propagar as boas práticas<br />

agropecuárias adotadas pelos cooperados. Ao fazer isso, sempre com<br />

o acompanhamento da área técnica, o <strong>Rally</strong> possibilita que outros<br />

produtores tenham referências para continuarem evoluindo em seus<br />

negócios.<br />

Só por isso a iniciativa se justificaria, mas ela promove também<br />

um saudável relacionamento com famílias de cooperados residentes<br />

em municípios mais distantes, sem esquecer que as atividades do<br />

<strong>Rally</strong> são acompanhadas pela imprensa em nível regional, estadual e<br />

nacional e isto acaba fortalecendo a imagem da cooperativa junto à<br />

sociedade.<br />

A realização permite, em resumo, ver na prática a aplicação das<br />

tecnologias propostas aos cooperados, voltadas ao manejo adequado<br />

do solo, ao melhor gerenciamento da propriedade e, claro, ao<br />

aumento da produtividade. E, por meio do <strong>Rally</strong>, já em sua sétima<br />

edição, conhecemos também o trabalho de produtoras e jovens que<br />

estão se inserindo no negócio familiar, entre vários outros temas<br />

interessantes e que revelam a grandeza de um setor cuja importância<br />

é fundamental para a economia e o futuro do país.<br />

À equipe do <strong>Rally</strong> e seus patrocinadores, o nosso reconhecimento.<br />

Divanir Higino<br />

Presidente da <strong>Cocamar</strong>


BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

9


10 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

11


Sicredi: expertise em investimentos<br />

Instituição oferece produtos para todos os perfis de associados<br />

OSicredi integra, desde 2017, o Top 5 anual do<br />

Banco Central de instituições financeiras<br />

que mais acertam projeções econômicas no<br />

curto, médio e longo prazos, atestado de que a cooperativa<br />

possui quadro de profissionais com expertise<br />

para ajudar os associados a fazerem os melhores<br />

investimentos.<br />

RANKING<br />

Em 2021, com exceção de maio, a instituição esteve<br />

mensalmente no ranking Top 5 do Banco Central pelo<br />

acerto de projeções variadas como IPCA e taxa de<br />

câmbio. Participam do ranking instituições que atuam<br />

no mercado financeiro, como bancos, gestoras de recursos<br />

e consultorias que possuem equipes especializadas<br />

em projetar variáveis macroeconômicas.<br />

MAIS ALTA NOTA<br />

O Sicredi também possui rating AAA, segundo a Standard<br />

& Poor´s. Trata-se da mais alta nota que uma<br />

agência classificadora de risco atribui à empresa ou<br />

governo para medir a capacidade e disposição de<br />

honrar as obrigações com os credores. Isso significa<br />

que quanto menor o risco de não-pagamento, maior<br />

o rating, e o Sicredi ocupa o topo da avaliação de ‘bom<br />

pagador’.<br />

PERFIL DO INVESTIDOR<br />

Os colaboradores da cooperativa responsáveis por<br />

assessorar os associados nos investimentos levam<br />

em conta o perfil de cada um: conservador, moderado<br />

ou arrojado. A carteira de opções é diversificada, contando<br />

com soluções para todos os perfis: poupança,<br />

depósitos a prazo, LCA, fundos e investimentos de<br />

maior risco, como internacionais e fundos de ações.<br />

CENÁRIO<br />

Especialista em investimentos, Roberto Rodrigues, da<br />

Sicredi União PR/SP, comenta que elevação da Selic,<br />

a taxa básica de juros, que saltou de 2% ao ano para<br />

atuais 11,75%, representa uma tentativa de controlar a<br />

inflação, que vem sendo afetada por diversos fatores,<br />

e proporciona rentabilidade um pouco maior para as<br />

aplicações de Renda Fixa, a exemplo dos depósitos a<br />

prazo, LCA, fundos DI etc.<br />

RENDA FIXA<br />

“Por um lado, a elevação da Selic fará com que observemos<br />

um fluxo maior de recursos em direção à Renda<br />

Fixa, nos restando tentar compreender a magnitude<br />

deste movimento”, diz Rodrigues. “A Renda Fixa nunca<br />

deixou de ser importante para todos os perfis de investidores,<br />

sejam eles conservadores, moderados ou<br />

arrojados, pois, todos nós precisamos, no mínimo, ter<br />

uma parcela do patrimônio alocado em produtos que<br />

nos deem muita segurança e possibilidade de movimentar<br />

a qualquer momento”, observa.<br />

INFORMAÇÕES<br />

Esse contexto tem levado os brasileiros a buscar mais<br />

informações sobre investimentos, a fim de entender<br />

melhor como aplicar recursos e explorar as alternativas<br />

do mercado. Como a oferta de informação<br />

também tem crescido, Rodrigues diz que o resultado<br />

é que, nos últimos anos, houve um grande número<br />

de pessoas experimentando opções, especialmente<br />

fundos multimercado, ações e fundos de ações. Para<br />

Rodrigues, quem experimentou essa diversificação e<br />

foi bem assessorado deve continuar com opções diversas<br />

de investimento, o que inclui a Renda Fixa, que<br />

garante mais segurança.<br />

12 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

13


14 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

15


SAFRA 2020/21<br />

Uma temporada<br />

repleta de desafios<br />

Em grande parte das regiões, ciclo 2021/22 começou com chuvas<br />

abundantes e tempestades de granizo que exigiram o replantio, sendo<br />

as lavouras, também, bastante afetadas pela estiagem e as elevadas<br />

temperaturas que ocorreram em seguida, provocando forte redução da<br />

produtividade. Danos variaram de um município para outro e, em alguns,<br />

mais ao norte paranaense, a safra foi praticamente normal<br />

Das sete edições do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />

de Produtividade, que começou em<br />

2015, a temporada 2021/22 foi a mais<br />

complicada, apresentando forte redução de<br />

produtividade em algumas regiões devido<br />

aos efeitos do fenômeno climático La Niña,<br />

que se refletiram em grande parte das regiões<br />

produtoras do Paraná. Nunca se tinha<br />

visto perdas tão acentuadas, até porque os<br />

produtores paranaenses, de uma forma geral,<br />

haviam sofrido perdas com suas lavouras<br />

de inverno em razão das geadas e do déficit<br />

hídrico.<br />

No início de abril, a expectativa paranaense<br />

era fechar o ciclo com a produção de<br />

12,828 milhões de toneladas de grãos, contra<br />

19,8 milhões de toneladas da safra anterior<br />

(2020/21), uma baixa de 35%. A produtividade<br />

média era estimada em 2.274 quilos (37,9 sacas)<br />

por hectare, abaixo dos 3.543 quilos (59<br />

sacas) registrados na safra anterior. No país,<br />

a sétima estimativa divulgada no começo<br />

de abril pela Companhia Nacional de Abastecimento<br />

apontou que a colheita poderia<br />

chegar a 269,3 milhões de toneladas, 5,4% ou<br />

13,8 milhões de toneladas superior à obtida<br />

no período 2020/21. No entanto, em comparação<br />

ao primeiro levantamento da Companhia<br />

para a safra, quando a previsão era de<br />

288,6 milhões de toneladas, o volume representa<br />

uma redução de 6,7% ou 19,3 milhões<br />

de toneladas. As condições climáticas adversas<br />

foram observadas principalmente nos estados<br />

da Região Sul e no centro-sul de Mato<br />

Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e<br />

no milho.<br />

A temporada até que começou bem, com<br />

um volume recorde de chuvas no mês de outubro,<br />

época de plantio. Mas, com o avançar<br />

da safra, a umidade foi diminuindo sensivelmente,<br />

situação agravada por altas temperaturas,<br />

sobretudo nos meses de dezembro e<br />

janeiro, que são decisivos para o desenvolvimento<br />

da soja.<br />

Nas regiões atendidas pela <strong>Cocamar</strong> – norte<br />

e noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e<br />

sul do Mato Grosso do Sul – a previsão inicial<br />

de uma colheita ao redor de 2 milhões de toneladas<br />

de soja, caiu praticamente à metade.<br />

Em Maringá, municípios das imediações e no<br />

noroeste paranaense, a média não passou de<br />

829 quilos por hectare, sendo comum produ-<br />

16 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


CIDADES POR ONDE O RALLY PASSOU<br />

tores colhendo dez vezes menos em relação<br />

às médias dos últimos anos. No norte do estado,<br />

as lavouras tiveram um desempenho<br />

satisfatório em grande parte dos municípios,<br />

registrando a média de 2.623 quilos/hectare,<br />

enquanto no oeste paulista os números foram<br />

de 2.504 quilos/hectare e, no Mato Grosso<br />

do Sul, 2.141 quilos/hectare. Na média geral,<br />

um ano para ser esquecido: 1.838 quilos<br />

por hectare, ante uma previsão no início de<br />

3.200 quilos.<br />

Na edição 2021/22, que começou no final<br />

de setembro e terminou nos primeiros dias<br />

de abril, o <strong>Rally</strong> rodou cerca de 9,5 mil quilômetros<br />

e visitou 90 produtores em 48 municípios<br />

dos estados do Paraná e São Paulo,<br />

acompanhando várias realidades ao mesmo<br />

tempo, o plantio e depois o replantio em várias<br />

regiões, devido a tempestade de granizo;<br />

as agruras com a falta de umidade que<br />

impedia o desenvolvimento das lavouras e a<br />

situação dramática na colheita; viu também,<br />

em outras, um quadro de normalidade que<br />

possibilitou resultados semelhantes aos dos<br />

melhores anos. Em muitas dessas viagens,<br />

o <strong>Rally</strong> foi acompanhado da equipe da RIC<br />

TV para a produção de uma série de reportagens<br />

que foram apresentadas nas manhãs<br />

de domingo no programa RIC Rural, em todo<br />

o estado do Paraná.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

17


Boas produtividades<br />

no norte paranaense<br />

Os problemas climáticos enfrentados pelos produtores<br />

em muitas regiões do Paraná nesta safra de<br />

soja 2021/22, foram menos intensos em municípios<br />

da região norte, onde as lavouras receberam mais<br />

umidade e as colheitas aconteceram dentro das<br />

médias dos últimos anos.<br />

Em Congoinhas, a 96 quilômetros de Londrina, a<br />

família Dal Santos, tradicional produtora do grão,<br />

cultiva 400 alqueires (968 hectares) entre áreas<br />

próprias e arrendadas e três gerações trabalham<br />

juntas. O pai, Pedro, de 76 anos, conta com a dedicação<br />

dos filhos Rogério, Rivael, Isaías e Nisael,<br />

além dos netos João Pedro (filho do segundo) e<br />

Pedro Neto (do terceiro), cada qual na sua função.<br />

Os Dal Santos projetaram uma média de 150<br />

sacas por alqueire (61,9/hectare). “Não chegamos<br />

a sentir falta de chuva. Em janeiro parecia que ia<br />

faltar, mas depois de alguns dias de muito sol, voltou<br />

a chover”, diz Nisael. Uma safra praticamente<br />

normal, embora em um dos anos anteriores eles<br />

tivessem conseguido ao redor de 170 sacas por alqueire<br />

(70,2/hectare).<br />

Nisael Dal Santos: lavouras<br />

da família não sofreram<br />

com falta de chuva<br />

Orientação da <strong>Cocamar</strong><br />

O plantio foi feito entre 25 de outubro e 5 de novembro<br />

e as lavouras também não sofreram com pragas<br />

e doenças, até porque, segundo Nisael, são feitas<br />

aplicações preventivas. A família investe na correção<br />

do solo e procura utilizar as variedades mais adequadas,<br />

recebendo orientação técnica da unidade<br />

da <strong>Cocamar</strong> na vizinha Nova Fátima, onde adquire<br />

seus insumos e entrega a produção.<br />

Como eles adquiriram seus insumos com bastante<br />

antecedência, em campanhas realizadas pela cooperativa,<br />

ficaram abastecidos e com um custo médio<br />

de produção competitivo, segundo Nisael.<br />

Com seus bons resultados, os Dal Santos têm investido<br />

nos últimos anos na modernização do parque<br />

de maquinários, incorporando novas tecnologias<br />

à produção.<br />

Veja a<br />

reportagem<br />

em vídeo<br />

18 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


MAIS DO QUE MÁQUINAS,<br />

SOMOS AGRICULTURA<br />

DE PRECISÃO<br />

A John Deere conecta máquinas, tecnologia, pessoas e inteligência<br />

para maior eficiência e rentabilidade, de forma sustentável.<br />

OTIMIZAÇÃO DAS MÁQUINAS<br />

Tecnologia para extrair todo o potencial<br />

do seu equipamento.<br />

OTIMIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES<br />

Serviços e soluções para você gerenciar a operação<br />

como um todo, com informações precisas sobre<br />

equipamentos e atividades do ciclo<br />

SUPORTE À DECISÃO AGRONÔMICA<br />

Serviços que conectam as informações e integram<br />

elementos agronômicos, visando a tomada de decisões<br />

assertivas e o aumento de rentabilidade.<br />

Maringá - 44 3262-4646 | Paranavaí - 44 3141-4646<br />

São Pedro do Ivaí - 43 3451-2821 | Querência do Norte - 44 99176-4311<br />

Cambé - 43 3028-5500 | Cornélio Procópio -<br />

BOAS<br />

43 3523-7500<br />

PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

Ivaiporã - 43 3472-0101 | Apucarana - 43 3425-1550<br />

São Jorge do Ivaí - 44 99876-6700 | Andirá - 43 3144-1800<br />

www.cocamarmaquinas.com.br<br />

19


O ano mais difícil<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

Pauro: “A gente<br />

sempre procurou<br />

investir nas<br />

melhores práticas<br />

pra produzir<br />

bem”<br />

20 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


A safra de soja do ciclo 2021/22 passou longe<br />

da expectativa de grande parte dos produtores<br />

do Paraná. Importante município produtor de<br />

soja, a 50 quilômetros de Maringá, no noroeste,<br />

São Jorge do Ivaí recebeu a visita do <strong>Rally</strong><br />

<strong>Cocamar</strong> de Produtividade. As colheitadeiras já<br />

haviam passado por quase 100% das áreas cultivadas<br />

e a média era de ínfimas 16,5 sacas na<br />

contagem por hectare.<br />

Segundo a unidade da <strong>Cocamar</strong>, como as lavouras<br />

mais atrasadas se desenvolveram melhor<br />

por terem sofrido menos o impacto da seca, a<br />

projeção era fechar a temporada em 20,6 sacas/<br />

hectare. Nos últimos anos, a média do município<br />

foi quase três vezes maior: 57,8 sacas/hectare.<br />

Desafiador<br />

Com sua família morando no município desde<br />

1963, o produtor João Pauro, de 75 anos, disse<br />

nunca ter passado por um ano tão difícil. Sua<br />

média ficou em torno de 26,8 sacas/hectare,<br />

menos da metade em comparação à média<br />

dos últimos anos, de 62 sacas/hectare. “Foi o<br />

nosso pior ano, com certeza.”<br />

Por um capricho do destino, o clima adverso<br />

acabou, de certa forma, ajudando produtores<br />

que, a exemplo de João Pauro, se obrigaram a<br />

refazer o plantio após os prejuízos causados por<br />

uma tempestade de granizo em 23 de outubro.<br />

Isto aconteceu em 40% do total das áreas de São<br />

Jorge do Ivaí. São essas lavouras mais atrasadas<br />

que exibiram depois um desempenho melhor,<br />

com maior número de vagens bem formadas.<br />

Compra antecipada<br />

O produtor mantém a tradição de adquirir todos<br />

os seus insumos com antecipação, na cooperativa,<br />

onde recebe a orientação técnica do<br />

engenheiro agrônomo Juliano Fadoni. “A gente<br />

procura investir nas melhores práticas para<br />

produzir bem”, afirma.<br />

Por comprar os insumos mais cedo, os custos de<br />

João Pauro ficaram num patamar razoável e, ao<br />

longo dos meses, a cotação da soja apresentou altas.<br />

Com isso, o produtor conta que trabalhou com<br />

um custo de produção de 20,6 sacas por hectare.<br />

Plantio de milho<br />

Em São Jorge do Ivaí, enquanto a soja ia sendo<br />

colhida, as plantadeiras vinham atrás, inserindo<br />

no solo as sementes de milho de inverno e,<br />

assim, dando início a uma nova etapa. “Somos<br />

otimistas, vamos torcer por uma safra melhor<br />

desta vez”, diz Pauro.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

21


<strong>Rally</strong> visita municípios<br />

bastante afetados pela estiagem<br />

“Municípios que tradicionalmente não têm<br />

perdas por seca, estão sendo atingidos, afetando<br />

várias outras atividades e não apenas<br />

as lavouras de grãos”, comentou Pedro Loyola,<br />

diretor de Gestão de Riscos do Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento<br />

(Mapa), que acompanhou a visita do <strong>Rally</strong> ao<br />

município de Floresta região e Maringá.<br />

Loyola lembrou que o Paraná é líder na contratação<br />

de seguro e o segundo estado que<br />

mais contrata Proagro. “O que preocupa, também,<br />

é a parcela de investimento dos produtores,<br />

incluindo a pecuária de leite e demais<br />

atividades.”<br />

Em Floresta, na região de Maringá, o diretor<br />

do Mapa viu de perto os estragos causados<br />

pela seca em uma lavoura. A área visitada,<br />

do produtor Ricardo Dolphini, às margens da<br />

PR-317, espelhava a realidade da soja no município,<br />

onde os produtores têm o costume de<br />

semear mais cedo.<br />

“Projetamos uma perda no município superior<br />

a 70%”, afirmou na oportunidade o engenheiro<br />

agrônomo Fernando Fabris, da unidade<br />

local da <strong>Cocamar</strong>. Os produtores que semearam<br />

mais cedo foram os mais impactados,<br />

pois as lavouras permaneceram cerca de 45<br />

dias sem umidade e sob elevada temperatura.<br />

22 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Totti mostra planta de soja quase sem vagens<br />

João Claudemir Mori, produtor em Ivatuba,<br />

município vizinho, recebeu o <strong>Rally</strong> e estimou<br />

que numa de suas áreas a colheita seria de 20<br />

e 30 sacas por alqueire (8,2 a 12,3 sacas/hectare).<br />

“Em toda a minha vida, nunca passamos<br />

por uma situação dessas. É comum a gente<br />

ter perdas com estiagens, mas não com essa<br />

intensidade”, citou. Se o clima tivesse ajudado,<br />

sua média possivelmente ficaria ao redor de<br />

160 sacas por alqueire (66/hectare), mantendo<br />

o histórico dos últimos anos.<br />

Impacto<br />

Segundo estimou durante a visita o engenheiro<br />

agrônomo da <strong>Cocamar</strong>, Claudemir Rodrigues,<br />

a média geral de perdas no município<br />

de Ivatuba era superior a 70%. “É um impacto<br />

muito forte na economia das pequenas cidades,<br />

especialmente porque a safra de inverno<br />

também foi muito ruim”, destacou.<br />

De Ivatuba o <strong>Rally</strong> seguiu para o vizinho município<br />

de Doutor Camargo onde observou<br />

uma lavoura de soja com algum porte e até<br />

bem enfolhada. Mas conversando com o produtor<br />

Luiz Totti de Souza, soube que a produtividade<br />

deve ser a mais baixa desde quando<br />

sua família começou a lidar com a oleaginosa,<br />

no começo dos anos 1970.<br />

“Os pés até que estão bonitos, mas quase<br />

não têm vagens”, mostrou Totti, arrancando<br />

uma das plantas, para mostrar. Em vez de 70<br />

vagens em média, podiam ser contadas não<br />

mais que 15 e, assim mesmo, os grãos não se<br />

desenvolveram bem. “Acho que vamos colher<br />

umas 15 sacas por alqueire (6 sacas/hectare),<br />

não mais que isso”, disse. Ou seja, dez vezes<br />

menos do que ele colheria sob condições climáticas<br />

normais.<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

23


Quanto mais cedo o plantio, pior<br />

“O produtor que semeou muito cedo acabou<br />

tendo perdas pela maior exposição à estiagem,<br />

o que aconteceu em todas as regiões”,<br />

disse o gerente técnico da cooperativa, Rafael<br />

Furlanetto, que acompanhou o <strong>Rally</strong> em<br />

várias viagens.<br />

Em Santa Mariana, na região norte do Paraná,<br />

o engenheiro agrônomo Elton Oliveira<br />

Silva, da unidade da <strong>Cocamar</strong>, estimou uma<br />

média de produtividade de 120 sacas por alqueire<br />

(49,5/hectare) em 25% das áreas. Nas<br />

75% restantes, a perda do potencial produtivo<br />

indicava para uma média entre 60 e 100<br />

sacas por alqueire (24,7 a 41,3 sacas/hectare).<br />

Em anos de clima favorável é comum encontrar<br />

em Santa Mariana produtores com média<br />

de 130 a 140 sacas por alqueire (53,7 a 57,8<br />

sacas/hectare).<br />

Perdas - Tradicionais produtores de grãos<br />

no município, os irmãos Flávio e Carlos Saito<br />

projetavam perdas de produtividade na soja<br />

e lembraram que o ano passado foi especialmente<br />

difícil porque, com seca e geadas,<br />

não houve safra de inverno.<br />

Irrigação - É num ano como este, de severa<br />

estiagem, que o investimento em irrigação<br />

acaba fazendo a diferença. Com três pivôs, o<br />

empresário rural Jayme Eduardo Chaves da<br />

S. Telles garante umidade em parte dos seus<br />

375 alqueires (907,5 hectares). Graças aos<br />

equipamentos, há estabilidade da produção<br />

na Fazenda São Jerônimo, que fica no distrito<br />

de Panema, a expectativa era de safra<br />

normal.<br />

24 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Boas médias no Caramuru<br />

Na região do Caramuru, em Cambé, os produtores<br />

não só falavam em uma safra normal, como<br />

esperavam altas médias.<br />

Acompanhado do gerente técnico Rafael Furlanetto<br />

e do técnico da unidade da <strong>Cocamar</strong> em<br />

Cambé, Osmar Buratto, o <strong>Rally</strong> teve sua primeira<br />

parada na propriedade da família do produtor<br />

Osmar Tavanti. Ele e seus três filhos cultivam<br />

245 alqueires de soja (539 hectares) e 32 de milho<br />

(77,4 hectares), parte dos quais no Caramuru, em<br />

São Luiz (município de Londrina) e Tamarana.<br />

A semeadura começou em 20/9 e se estendeu<br />

até 5/11. “Aqui no Caramuru tivemos 22 dias de estiagem,<br />

mas a soja aguentou bem”, disse Osmar<br />

Tavanti, que projetava colher uma média de 140<br />

sacas por alqueire de soja (57,8/hectare) e 400 de<br />

milho (165,2/hectare). “Normalmente, quando o<br />

tempo não atrapalha, a média da soja é de 170<br />

sacas por alqueire (70,2/hectare). No ano passado,<br />

foi de 166 (68,5/hectare)”, detalha o produtor.<br />

Os Tavanti investem em adubação diferenciada<br />

e não descuidam dos tratos culturais. E estão<br />

entre os poucos que conseguiram produzir na<br />

última safra de inverno, semeada ainda em fevereiro.<br />

Eles colheram a média de 180 sacas de<br />

milho por alqueire (74,3/hectare). “Quando as geadas<br />

chegaram, as lavouras estavam salvas”, comentou.<br />

Animados, eles investiram na compra<br />

de duas plantadeiras John Deere para reforçar o<br />

parque de máquinas.<br />

Alto potencial<br />

Num giro pelo Caramuru, as lavouras dos produtores<br />

Pablo Mologni, Cláudio Peruzzi, Wilson<br />

Rhuss e Luiz Carlos Maquera, atendidos pelo<br />

técnico Osmar Buratto, exibiam alto potencial<br />

produtivo, praticamente dentro das médias dos<br />

últimos anos. No entanto, em outra parte do município,<br />

como na saída para Bela Vista do Paraíso,<br />

a cultura foi bastante afetada pela falta de chuvas<br />

e os danos eram grandes. As primeiras colheitas<br />

nessa região tiveram médias de 50 a 100 sacas<br />

por alqueire (20,6 a 41,3/hectare).<br />

Na vizinha Rolândia, havia também lavouras<br />

em boas condições, como as conduzidas pelo<br />

produtor Sérgio Viúdes, morador em Cambé e<br />

que é atendido pelo técnico Marcos Zorzenon<br />

Alteia, da <strong>Cocamar</strong>. Ele cultiva 38 alqueires (91,9<br />

hectares), distribuídos por três lotes que ficam<br />

na Estrada São Pedro, Barra Grande e Estrada<br />

São Rafael.<br />

“Investimos bastante na correção do solo<br />

com calcário e vamos iniciar agora, na próxima<br />

safra, a aplicação de gesso. A lavoura recebe<br />

boro, também, até a fase de floração, com<br />

bons resultados”, disse Viúdes, que apostava<br />

em uma produtividade entre 140 e 150 sacas<br />

por alqueire (57,8 a 61,9/hectare).<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

25


Campos de sementes não têm perdas<br />

Paulo Gulhão e Luiz Vanderlei Galonetti tiveram médias de anos normais<br />

Nos dez mil hectares de campos de sementes<br />

que a <strong>Cocamar</strong> mantém na região norte do<br />

Paraná, a expectativa era de uma safra normal.<br />

A boa situação das lavouras foi constatada durante<br />

visita do <strong>Rally</strong> ao município de Nova Fátima,<br />

vizinho a São Sebastião da Amoreira, onde<br />

a cooperativa possui desde 2018 a sua Unidade<br />

de Beneficiamento de Sementes (UBSA informação<br />

era alentadora, já que a produção de sementes<br />

de soja no Sul do país foi bastante prejudicada<br />

pelo déficit hídrico que, nos últimos<br />

meses, tem prejudicado o Rio Grande do Sul e<br />

Santa Catarina, além do Paraná.<br />

Segundo o gerente da UBS, engenheiro agrônomo<br />

Diogo Amaral, o quadro era de normalidade<br />

de produção nos campos conduzidos pela<br />

cooperativa. Desse total, 70% das sementes são<br />

produzidas por cooperados e 30% por parceiros.<br />

“Teremos quantidade suficiente para atender a<br />

demanda dos nossos cooperados, que podem<br />

ficar tranquilos”, disse.<br />

Produtividade<br />

Entre os cooperados, a família Gulhão, em<br />

Nova Fátima, é a principal produtora de sementes<br />

para a cooperativa, com uma área de<br />

410 alqueires (992,2 hectares). Segundo Paulo,<br />

que trabalha ao lado do pai e dos irmãos Renato<br />

e Leandro, a previsão era manter a média<br />

dos últimos anos, entre 150 e 160 sacas por<br />

alqueire (62 a 66/hectare). “Nós trabalhamos<br />

sempre pensando em produtividade e nunca<br />

deixamos de fazer seguro”, afirma Paulo,<br />

mencionando que são utilizadas as melhores<br />

tecnologias, investindo-se na correção do solo<br />

mediante análise periódica, nutrição de raízes<br />

e folhas e aplicação de fungicidas nos momentos<br />

certos. A produção de sementes representa<br />

um ganho adicional de 10% em média para os<br />

agricultores.<br />

Ainda em Nova Fátima, o <strong>Rally</strong> visitou o cooperado<br />

Luiz Vanderlei Galonetti, que cultiva<br />

242 hectares, mas não é produtor de sementes.<br />

A exemplo dos Gulhão, sua estimativa era<br />

de uma produtividade dentro da média dos<br />

últimos anos. “As chuvas deste ano ficaram<br />

abaixo da média histórica, mas felizmente não<br />

faltou umidade”, citou o produtor. Como no<br />

inverno ele cultiva trigo, a cultura de verão é<br />

beneficiada pela palhada. A cobertura retém<br />

umidade por mais tempo e favorece o desenvolvimento<br />

das plantas.<br />

26 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


“Semente boa precisa<br />

ter vigor e germinação”<br />

A frase acima é do produtor Carlos Kojima, de Assaí,<br />

região de Londrina. Carlos e o sobrinho Willian<br />

estavam completando a semeadura da soja quando<br />

foram visitados pela equipe do <strong>Rally</strong>. Cooperados<br />

ligados à unidade local da <strong>Cocamar</strong>, ambos<br />

cultivam 130 alqueires (314,6 hectares) entre terras<br />

próprias e arrendadas.<br />

Assistidos pelo engenheiro agrônomo Leandro Kondo,<br />

da <strong>Cocamar</strong>, os Kojima fazem o que cabe a eles<br />

quando o assunto é profissionalismo e tecnologia: investem<br />

em insumos de qualidade, adotam boas práticas<br />

e trabalham com agricultura de precisão, atendidos<br />

pela filial da <strong>Cocamar</strong> Máquinas John Deere em<br />

Cornélio Procópio. Seus maquinários possuem piloto<br />

automático e sistema RTK (que possibilita o sinal para<br />

o acompanhamento remoto, por parte da concessionária)<br />

enquanto as plantadeiras fazem o corte de linha,<br />

ou seja, não remontam sementes).<br />

“Na hora de adquirir uma semente, somos muito cuidadosos”,<br />

diz Carlos.<br />

As sementes são oriundas da Unidade de Beneficiamento<br />

de Sementes (UBS) da <strong>Cocamar</strong> em São Sebastião<br />

da Amoreira, município daquela mesma região.<br />

Kojima: cuidado necessário na hora de<br />

escolher as sementes<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

27


Braquiária solteira<br />

cuida do solo<br />

e aumenta a<br />

produtividade<br />

da soja<br />

Como a braquiária solteira, cultivada nos meses<br />

de outono e inverno, pode contribuir para<br />

o aumento da produtividade da soja no verão?<br />

Em busca dessa resposta, a equipe do <strong>Rally</strong> esteve<br />

na Embrapa Soja em Londrina (PR), onde<br />

foi recebida por três pesquisadores: Júlio Franchini,<br />

Alvadi Balbinot e o chefe adjunto Adilson<br />

Oliveira Júnior.<br />

Por questões econômicas, nem todos os produtores<br />

admitem cultivar braquiária solteira no inverno,<br />

em detrimento de uma cultura comercial. Por<br />

isso, a orientação de Franchini é que isso seja feito<br />

em sistema de rotação, destinando a cada ano<br />

apenas uma parte das terras para essa finalidade.<br />

Numa parcela mantida na Embrapa Soja,<br />

onde no outono/inverno se fez o cultivo de braquiária<br />

solteira, o potencial de produtividade da<br />

soja, segundo o pesquisador, era de 180 sacas<br />

por alqueire (74,3 sacas/hectare), com incremento<br />

de 10% a 12% em relação a uma lavoura<br />

onde isto não foi feito.<br />

Mais raízes e palhada<br />

Franchini se baseou em um levantamento<br />

que levou em conta os resultados de seis safras.<br />

“Uma das principais vantagens da braquiária<br />

solteira é a maior produção de raízes e<br />

palhada”, afirmou, salientando que, na média<br />

por hectare, o cultivo resulta em 10 toneladas<br />

de matéria seca na superfície e 4 toneladas de<br />

raízes. Só para comparar, a cultura da soja deixa<br />

4 toneladas de palha seca na superfície e<br />

1,5 tonelada de raízes; o milho, 6 toneladas de<br />

palhada e 1,5 tonelada de raízes. “A diferença e<br />

o impacto são muito grandes”, disse.<br />

Como a palhada do milho deixa grande parte<br />

28 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Franchini considera<br />

um incremento de<br />

10 a 12% na soja<br />

do solo desprotegido, o mesmo<br />

fica exposto à radiação direta,<br />

havendo aumento considerável<br />

da temperatura da superfície<br />

(de 30ºC, em média, para mais<br />

de 60ºC) e maior incidência de<br />

ervas de difícil controle.<br />

Planejar<br />

Franchini comentou que como<br />

esse cenário de dificuldade climática<br />

veio para ficar, o produtor<br />

precisa adotar um planejamento,<br />

colocando a braquiária solteira<br />

em 20, 25 ou 30% da área, criando<br />

assim um ambiente muito melhor<br />

para a soja e com menos riscos<br />

de perda. “No longo prazo, há<br />

aumento de produtividade e rentabilidade<br />

quando se trabalha no<br />

sistema mais diversificado, caso<br />

da braquiária solteira.”<br />

O pesquisador lembrou, ainda,<br />

que alguns produtores costumam<br />

criar barreiras à adoção<br />

dessa prática, incluindo o consórcio<br />

milho e braquiária, argumentando<br />

que o capim favoreceria<br />

a infestação de nematoides. “O<br />

que a gente vê é justamente o<br />

contrário. Com o aumento da diversidade<br />

de espécies vegetais,<br />

aumenta a diversidade de microrganismos<br />

no solo, o que ajuda<br />

a controlar as populações de<br />

nematoide, de maneira a não<br />

causar danos à soja. Em resumo:<br />

as populações de nematoide<br />

são menores onde a braquiária<br />

está presente”, observou.<br />

Quanto a conservação do solo,<br />

o pesquisador lamentou estar<br />

havendo perda de qualidade no<br />

plantio direto, uma vez que parte<br />

dos produtores valoriza muito a<br />

parte operacional, em detrimento<br />

das curvas de nível, que são retiradas<br />

total ou parcialmente.<br />

Infiltração<br />

“A curva de nível tem um papel<br />

muito importante, que é reter a<br />

água que não infiltra no solo”, explicou,<br />

acrescentando: em sistemas<br />

padrão soja-milho, comuns<br />

na região norte do estado, a infiltração<br />

é de 30 milímetros por<br />

hora. “Quando você diversifica<br />

com a braquiária, ou planta ela<br />

solteira, a infiltração aumenta,<br />

tranquilamente, para 60 milímetros<br />

por hora, reduzindo assim a<br />

perda de água por escoamento,<br />

que vai ficar armazenada no<br />

solo.”<br />

A curva de nível é indispensável,<br />

também, para proteger de chuvas<br />

muito volumosas, lembrando<br />

que em outubro do ano passado<br />

as precipitações passaram de<br />

400 milímetros, muito acima da<br />

média, e observou-se que inúmeras<br />

propriedades tiveram sérios<br />

problemas com erosão.<br />

“A erosão causa um grande prejuízo,<br />

o produtor perde a camada<br />

mais fértil do solo e os danos<br />

são muito maiores que o ganho<br />

operacional”, disse Franchini, que<br />

completou: “Não podemos desvincular<br />

uma coisa da outra, temos<br />

que ter plantio direto com<br />

curva de nível e palhada para a<br />

qualidade física do solo. Não podemos<br />

retroceder”.<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

29


Fonseca: 145 sacas<br />

por alqueire<br />

Investindo na soja pela primeira vez<br />

No distrito da Warta, município de Londrina,<br />

o <strong>Rally</strong> visitou a propriedade da família Fonseca,<br />

que mantém tradição na pecuária leiteira<br />

e de corte, onde o cooperado Sérgio Fonseca<br />

conduz os negócios ao lado dos filhos Diogo e<br />

Maicon. Para diversificar as atividades com o<br />

objetivo, também, de aumentar a rentabilidade,<br />

eles investiram pela primeira vez no plantio<br />

de soja, em 24 alqueires (52,8 hectares), sob<br />

a orientação do agrônomo Silvio Munhon, da<br />

unidade local da <strong>Cocamar</strong>.<br />

Os Fonseca registraram a média de 145 sacas<br />

por alqueire (60 sacas/hectare), bem acima<br />

do que a grande maioria dos produtores<br />

obteve este ano no Paraná. Num talhão de 6<br />

alqueires, inclusive, a média foi de 173 sacas<br />

por alqueire (71,4/hectare). “Aqui praticamente<br />

não sentimos a falta de chuvas”, disse Diogo,<br />

salientando que embora sem experiência<br />

na cultura, eles se sentiram seguros com o<br />

apoio técnico prestado pela cooperativa.<br />

O gerente das unidades de Londrina e Warta,<br />

Ricardo Mendes, comentou que as primeiras<br />

colheitas na região apresentaram média<br />

de 112 sacas por alqueire (46,2/hectare), número<br />

que subiu um pouco com o decorrer dos<br />

trabalhos, pois as lavouras semeadas mais tardiamente<br />

estavam bem melhores.<br />

30 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Produtor<br />

aplica Viridian<br />

em toda<br />

a sua área<br />

Luiz Antônio dos<br />

Reis (Luisinho)<br />

Uma novidade, este ano, nas lavouras de soja<br />

do cooperado Luís Antônio dos Reis, de Bela<br />

Vista do Paraíso (PR).<br />

Luisinho, como é conhecido, está utilizando<br />

a linha completa de fertilizantes e adjuvantes<br />

Viridian, produzida pela <strong>Cocamar</strong> e antes que<br />

alguém fizesse qualquer pergunta, a resposta<br />

já estava na ponta da língua: “Eu confio na<br />

qualidade dos produtos da <strong>Cocamar</strong>, tanto<br />

que decidi usar na área toda”.<br />

Viridian é a marca de fertilizantes foliares e<br />

adjuvantes que a <strong>Cocamar</strong> começou a produzir<br />

em meados do ano passado no seu parque<br />

industrial em Maringá.<br />

Confiante<br />

O produtor, que cultiva 52 alqueires (125,8 hectares)<br />

com soja sob a orientação técnica do<br />

engenheiro agrônomo Josimar da Silva Mazucato,<br />

da unidade local da cooperativa, tem<br />

adotado boas práticas e disse investir na linha<br />

Viridian para garantir mais qualidade nutricional<br />

às lavouras. “Temos que evoluir e esse é<br />

mais um passo”, afirma.<br />

Consórcio<br />

Também sob a orientação da cooperativa,<br />

há quatro anos Luisinho vem fazendo consórcio<br />

milho x braquiária no inverno, como<br />

forma de melhorar o solo e o plantio direto<br />

no verão. Uma boa palhada de cobertura,<br />

entre outras vantagens, inibe o surgimento<br />

de ervas de difícil controle como a buva e<br />

o amargoso, e gera economia com herbicidas.<br />

Além disso, a palha protege o solo dos<br />

raios solares e preserva a umidade por mais<br />

tempo, o que beneficia o desenvolvimento<br />

da cultura.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

31


Boas surpresas no extremo noroeste<br />

Entre as regiões mais quentes do Paraná, o<br />

extremo noroeste, com seu solo de predominância<br />

arenosa, tem ainda a fama de receber<br />

baixos níveis de precipitação. Num período<br />

de prolongado déficit hídrico e temperaturas<br />

muito elevadas, como a do ciclo 2021/22, não<br />

poderia dar outra: as lavouras de soja refletiram<br />

as perdas acentuadas que foram comuns em<br />

grande parte do estado.<br />

De acordo com a <strong>Cocamar</strong>, que mantém unidades<br />

de atendimento em vários municípios<br />

do extremo noroeste, como Nova Londrina, as<br />

primeiras colheitas registraram uma média ao<br />

redor de 15 sacas por alqueire (6 sacas/hectare).<br />

Viável<br />

Isto, no entanto, não é uma regra geral: em diversas<br />

propriedades, o avanço de modernas<br />

estruturas de irrigação está viabilizando a agricultura,<br />

sem dizer que a adoção de práticas agrícolas<br />

que conseguem reter umidade no solo,<br />

também está fazendo a diferença.<br />

O <strong>Rally</strong> passou por Diamante do Norte, vizinho<br />

a Nova Londrina, e foi também a Guairaçá, perto<br />

de Paranavaí. No caminho, boas surpresas.<br />

A primeira delas em Diamante do Norte, onde<br />

o produtor e engenheiro agrônomo Luiz Noboru<br />

Ishikawa, que há dez anos cultivou as primeiras<br />

lavouras de soja na região, estava na expectativa<br />

de fazer uma colheita bastante razoável, diante<br />

das circunstâncias. Em 240 alqueires (580,8<br />

hectares), semeados no início de novembro, ele<br />

projetou uma média entre 100 e 120 sacas (41,6<br />

a 49,5/hectare).<br />

Rotação<br />

Noboru faz a rotação de soja com mandioca,<br />

cultivada em 25 alqueires (60,5 hectares). Após o<br />

ciclo dessa cultura, que leva dois anos, ele entra<br />

com a oleaginosa por seis a oito anos seguidos<br />

- seus solos apresentam 30% de teor de argila.<br />

“Faço uma calagem profunda e, no inverno,<br />

adoto o consórcio milho e braquiária”, afirma,<br />

enfatizando ser indispensável proteger o solo<br />

das altas temperaturas, o que ajuda também a<br />

preservar a umidade.<br />

Já as variedades de soja preferidas, são as<br />

de ciclo longo. “Se durante uma chuva, a água<br />

não escorrer, é porque está sendo absorvida”,<br />

comenta o produtor, lembrando que a “caixa<br />

d’´água” precisa estar cheia. “Com a rotação, tenho<br />

menor custo operacional e maior estabilidade<br />

financeira”, resume.<br />

Irrigação<br />

A produtividade que estava sendo esperada por<br />

Noboru era a mesma de uma lavoura irrigada<br />

situada nas imediações, há três anos com pivô<br />

central. Na primeira, de soja, do ciclo 2020/21, foram<br />

135 sacas de média (55,7/hectare); e, na segunda,<br />

de milho, a média chegou a 300 sacas<br />

por alqueire (123,9/hectare) onde as geadas não<br />

32 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Luiz Noboru e Flávio Penteado: cada qual com seu jeito de produzir<br />

causaram danos.<br />

“O investimento em irrigação é um grande<br />

negócio e, se o clima for favorável, ele se paga<br />

em três anos”, afirma o produtor Murilo Tagliatti,<br />

acrescentando: em uma lavoura irrigada de soja<br />

não é exagero falar em 180 sacas por alqueire<br />

(74,3/hectare). Por outro lado, como o milho de<br />

inverno é cultivado em consórcio com braquiária,<br />

após a colheita do cereal a área ainda vai servir,<br />

por algum tempo, de pastagem para o gado.<br />

Noboru e Tagliati são assistidos tecnicamente<br />

pelo engenheiro agrônomo Wilhian Fogasse,<br />

da <strong>Cocamar</strong>. Segundo Fogasse, só a água não é<br />

garantia de boa produtividade: “o produtor precisa<br />

fazer um manejo bem feito”.<br />

Uma tendência<br />

Investir em irrigação parece, mesmo, ser uma<br />

tendência no extremo noroeste. Os irmãos Flávio<br />

e João Penteado, que se dedicam à produção<br />

de leite de rebanho Jersey em Guairaçá,<br />

perto de Paranavaí, se preparam para cultivar<br />

soja em uma fazenda no município de Planaltina<br />

do Paraná, onde o proprietário adquiriu<br />

dois pivôs centrais para cobrir uma área de 80<br />

alqueires (193,6 hectares).<br />

Com umidade garantida, os irmãos planejam<br />

semear soja bem cedo, a partir de 15/9, fazendo<br />

a colheita em dezembro e iniciando a semeadura<br />

de milho de inverno em consórcio com a<br />

braquiária. Assim, eles esperam colher o milho<br />

entre abril e maio, antes do frio mais intenso, e<br />

explorar a braquiária.<br />

Feno<br />

Reside aí outra surpresa, encontrada pelo <strong>Rally</strong>:<br />

os Penteado são especialistas na produção de<br />

feno. Em média, eles colhem 30 fardos de 500<br />

quilos cada, por alqueire (12,3 fardos/hectare),<br />

fazendo oito colheitas ao longo do ano. O feno<br />

atende a própria demanda, é fornecido para vários<br />

clientes e já começa a ser exportado para<br />

Dubai.<br />

“Além do bom atendimento, a <strong>Cocamar</strong> é bastante<br />

competitiva nas cotações”, afirma Flávio,<br />

explicando porque tem preferido fazer seus negócios<br />

na cooperativa.<br />

“O extremo noroeste apresenta grande potencial<br />

para se desenvolver, sendo muito propício à<br />

implantação de projetos irrigados, pois água é o<br />

que não falta”, comenta o gerente da unidade<br />

da <strong>Cocamar</strong> em Nova Londrina, Fábio Assis.<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

33


34 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


TEXACO.COM.BR<br />

TECNOLOGIA<br />

TEM O T DE TEXACO<br />

* Desde que observadas as condições de uso, manutenção e<br />

recomendações contidas no manual do fabricante do motor.<br />

MAIOR INTERVALO<br />

DE TROCA<br />

DA CATEGORIA*<br />

Recomendado pelas principais<br />

montadoras do país<br />

Aumento da produtividade e da vida<br />

útil dos equipamentos<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

LUBRIFICANTE<br />

TEM QUE<br />

TER O<br />

T DE<br />

35


Solo arenoso não admite improvisos<br />

Região de solo arenoso e clima quente, o<br />

noroeste do Paraná não é lugar para quem<br />

se aventura a plantar soja sem um assessoramento<br />

técnico especializado. Se em períodos<br />

de clima normal o cultivo, por ser desafiador,<br />

requer a aplicação de tecnologias<br />

apropriadas e orientação técnica, o que dirá<br />

em meio a uma severa estiagem como a que<br />

assolou o estado na safra de verão 2021/22?<br />

Em busca dessa resposta, o <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />

de Produtividade visitou os municípios de<br />

Umuarama, Maria Helena e Tuneiras do Oeste,<br />

onde a soja expandiu-se nos últimos anos,<br />

impulsionada em parte por arrendatários de<br />

outras regiões. A equipe foi acompanhada<br />

pelo engenheiro agrônomo Dr. Rodrigo Sakurada,<br />

gerente técnico da <strong>Cocamar</strong>.<br />

“A gente vê de tudoNós temos os mais variados<br />

cenários”, avisou o engenheiro agrônomo<br />

Tiago Nascimento, da unidade local da cooperativa<br />

em Umuarama. O mesmo cenário se<br />

percebeu nos outros dois municípios.<br />

A primeira lavoura que se avistou às margens<br />

de uma estrada rural, entre Umuarama e Perobal,<br />

era exemplo claro do que não se deve fazerde<br />

um erro recorrente no manejo do sistema.<br />

O proprietário gradeou as terraso solo e antes<br />

de as sementes germinarem, o local recebeu<br />

chuvas que “selaram” a camada superficial do<br />

solo e levaram ao processo erosivoalém de gerar<br />

um aprofundamento da semente. O resultado<br />

é que a soja apresentou muitas falhas e, com a<br />

estiagem, não se desenvolveu. Além disso, foi<br />

recomendado ao produtor o manejo de ervas<br />

daninhas na fase pré-plantiosemeadura, o que<br />

ele deixou de fazer.<br />

Em Tuneiras do Oeste, a equipe encontrou lavouras<br />

de soja perdidas no meio de grandes populações<br />

de buva, uma erva de difícil controle.<br />

Foi comum também, no geral, ver lavouras<br />

36 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


morrendo por escaldadura, ou seja, como não<br />

havia nenhum tipo de proteção do solo, elas<br />

não resistiam às altas temperaturas do solo,<br />

provocadas pela exposição ao sol. As lavouras<br />

cresceram pouco e perderam as folhas do<br />

“baixeiro” – que definem a produtividade. No<br />

momento mais crítico, de floração e em início<br />

de enchimento de grãos, a umidade não podia<br />

faltar.<br />

Em resumo, verificou-se que princípios básicos<br />

para cultivar o arenito foram deixados<br />

de lado em algumas regiões percorridas pelo<br />

<strong>Rally</strong>: nesse solo altamente vulnerável é muito<br />

arriscado, de acordo com os técnicos, semear<br />

uma cultura sem a devida camada de palha,<br />

que vai proteger da erosão, da elevada temperatura<br />

da superfície do solo e preservar a umidade<br />

por mais tempo após a chuva.<br />

“A perda de potencial produtivo era bem visível<br />

em algumas áreas”, avaliou o gerente técnico<br />

Rodrigo Sakurada. Segundo ele, anos assim<br />

acabam promovendo uma “seleção natural”<br />

dos produtores, pois em muitos casos, práticas<br />

conservacionistas sustentáveis tendem a tolerar<br />

melhor as adversidades impostas pelo tempo.<br />

E, como foi possível verificar, na região do arenito<br />

estas diferenças eram mais aparentes. Da<br />

mesma forma, arrendatários que fizeram concorrência<br />

por terras e inflacionaram o mercado,<br />

não tiveram como honrar seus compromissos.<br />

Sakurada (esq.): em<br />

algumas regiões,<br />

cuidados básicos foram<br />

deixados de lado<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

37


Programa de renovação de canaviais<br />

é caminho para quem quer crescer<br />

Aos 36 anos, o cooperado Douglas Chiconato,<br />

de Cambé (PR), onde ele e o pai José Carlos<br />

cultivam grãos em cerca de 200 hectares, dos<br />

quais 10% próprios, é exemplo de produtor que<br />

cresce aproveitando as oportunidades oferecidas<br />

pela <strong>Cocamar</strong>. Suas lavouras naquele município<br />

e na vizinha Rolândia são conduzidas<br />

sob a orientação técnica da cooperativa e apresentam<br />

boas médias de produtividade.<br />

O grande salto de crescimento do produtor,<br />

entretanto, se deu a partir de 2019, quando Douglas<br />

foi convidado pela <strong>Cocamar</strong> a participar do<br />

projeto piloto do programa de renovação de canaviais<br />

mantido em parceria com a usina Cocal<br />

no Pontal do Paranapanema, oeste paulista. Ele<br />

fez parte de um grupo de 21 cooperados que<br />

aceitou encarar o desafio de produzir soja numa<br />

área de 5,1 mil hectares arrendada pela cooperativa<br />

junto àquela companhia.<br />

“Eu já tinha alguma experiência em lidar com<br />

solos arenosos e fui em frente”, diz. Por isso, não<br />

deu ouvidos a alguns produtores que, na época,<br />

tentaram desestimulá-lo, sob o argumento de<br />

que no abafado oeste de São Paulo a cultura da<br />

soja seria inviável.<br />

Sucesso<br />

Três anos depois, na safra de soja 2021/22, Douglas<br />

falou da própria trajetória na região para<br />

demonstrar o sucesso do programa conduzido<br />

pela <strong>Cocamar</strong> e também para ressaltar que o<br />

oeste paulista é, sim, um lugar para quem quer<br />

crescer.<br />

Nesse curto período, o produtor conseguiu<br />

ampliar de forma considerável as áreas que ele<br />

e o pai plantam com soja: além dos cerca de<br />

200 hectares em Cambé e Rolândia, foram cultivados<br />

aproximadamente outros 400 no município<br />

de Nantes (SP) – quase na divisa entre os<br />

dois estados e distante apenas 130 quilômetros<br />

de Cambé.<br />

Melhor que no PR - “Para mim, é um sonho<br />

que estamos conseguindo realizar”, afirma<br />

Douglas, referindo-se ao crescimento, salientando<br />

que neste ano, por causa dos problemas<br />

climáticos ocorridos no Paraná, a rentabilidade<br />

está sendo maior nas áreas do programa.<br />

Enquanto em Cambé e Rolândia a expecta-<br />

38 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


São 28,8 mil<br />

hectares mantidos<br />

em parceria com<br />

três usinas<br />

Chiconato produziu soja em Cambé (PR) e Nantes (SP)<br />

tiva era de uma produtividade<br />

de 45 sacas de soja por hectare,<br />

em Nantes a média esperada<br />

era maior, por volta de 50<br />

sacas. Mas como nas áreas do<br />

programa o custo com arrendamento<br />

é bem menor em<br />

comparação ao praticado no<br />

Paraná, o resultado final acaba<br />

sendo superior.<br />

Crescer<br />

“Sempre tivemos rentabilidade<br />

com a participação no programa”,<br />

comenta o cooperado,<br />

que a cada ano tem aumentado<br />

suas áreas em pelo menos<br />

30%, “e nosso objetivo é continuar<br />

expandindo”.<br />

O produtor conta que, por<br />

enquanto, vem reinvestindo<br />

tudo na modernização do parque<br />

de maquinários, visando<br />

a ter estrutura para suportar<br />

o seu ritmo de crescimento. E<br />

que, como estratégia para produzir<br />

bem, o melhor é realizar<br />

o plantio um pouco mais tarde,<br />

entre o final de outubro e início<br />

de novembro, a exemplo do<br />

que fez neste ciclo.<br />

Foco<br />

Para o engenheiro agrônomo<br />

César Nardi, da <strong>Cocamar</strong>, que<br />

assiste tecnicamente o cooperado<br />

Douglas Chiconato, o sucesso<br />

dos produtores no programa<br />

está diretamente relacionado<br />

à forma como eles conduzem<br />

suas lavouras. “É preciso que o<br />

foco e a atenção sejam os mesmos<br />

dados às suas terras, fazendo<br />

as aplicações, por exemplo,<br />

nos momentos certos.”<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

O gerente de negócios da <strong>Cocamar</strong>,<br />

Marco Antônio de Paula, que<br />

idealizou e responde desde o início<br />

pela coordenação do programa de<br />

renovação de áreas de canaviais,<br />

informa que foram cultivados 28,8<br />

mil hectares com soja no Pontal<br />

do Paranapanema, em parceria<br />

com três usinas.<br />

Do total da área, ao menos 30%<br />

de lavouras apresentaram desenvolvimento<br />

satisfatório, com<br />

previsão de produtividade de 50<br />

sacas por hectare ou acima desse<br />

patamar. Nos 70% restantes, as<br />

médias ficaram um pouco abaixo,<br />

como reflexo dos períodos de<br />

estiagem.<br />

Produção<br />

De qualquer forma, o programa<br />

deve resultar na originação de 55<br />

mil toneladas de soja, montante<br />

que, somado à comercialização de<br />

insumos, gera uma movimentação<br />

financeira superior a 230 milhões<br />

de reais.<br />

A <strong>Cocamar</strong> coordena o arrendamento<br />

com as usinas, presta orientação<br />

técnica aos produtores, fornece<br />

os insumos e recebe as safras em<br />

suas unidades de Mirante do Paranapanema,<br />

Iepê e Cruzália.<br />

“Neste ano, o programa representou<br />

a salvação para muitos<br />

produtores que não conseguiram<br />

boas médias no Paraná”,<br />

observa de Paula, mencionando<br />

ainda que a realização se reflete<br />

positivamente na economia de<br />

diversos municípios paulistas.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

39


Novas ferramentas digitais<br />

avançam nas regiões da <strong>Cocamar</strong><br />

O emprego de novas ferramentas para auxiliar o produtor em seu trabalho<br />

vem sendo intensificado pela <strong>Cocamar</strong><br />

Cooperativa estruturou serviço próprio<br />

Um deles é a pulverização das lavouras<br />

com drones, serviço esse fornecido pela<br />

própria cooperativa, que investiu ainda<br />

no final do ano passado na aquisição de<br />

três equipamentos – sendo um deles<br />

específico para realizar o mapeamento<br />

das áreas – e na preparação de uma<br />

equipe especializada.<br />

O outro é a estruturação de uma rede<br />

de 28 estações climatológicas, no Para-<br />

São 3 equipamentos, dos quais dois para<br />

pulverização é um para mapeamento<br />

40 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


ná, para a geração de dados<br />

de alta confiabilidade a respeito<br />

de prognósticos meteorológicos<br />

e de ataques de<br />

doenças, que vem sendo consolidada<br />

nesta safra de inverno<br />

2022.<br />

Uma das estações foi instalada em Ivatuba, na propriedade da<br />

família Celestino<br />

Grande procura<br />

De acordo com o coordenador<br />

de Agricultura Digital,<br />

engenheiro agrônomo Vítor<br />

Palaro, os drones começaram<br />

a ser disponibilizados para<br />

agendamento aos produtores<br />

no mês de janeiro e, desde<br />

então, já foram mais de 700<br />

hectares de lavouras diversas,<br />

principalmente de soja e<br />

milho, manejadas com essa<br />

tecnologia. “A procura está<br />

sendo tão grande que temos<br />

a agenda completa com um<br />

mês de antecedência”, afirma<br />

Palaro. No momento, a maior<br />

demanda é por aplicação de<br />

fungicidas no milho – com a<br />

vantagem de que o drone, ao<br />

contrário das máquinas, não<br />

amassa as plantas, não consome<br />

combustível, não tem limitação<br />

topográfica, pode ser<br />

acionado mesmo após uma<br />

chuva e, como voa a 2m de altura<br />

da lavoura, tolera ventos<br />

de até 15 quilômetros horários.<br />

Um hectare é percorrido<br />

em 15 minutos.<br />

Quanto às estações climatológicas,<br />

além de oferecerem<br />

um confiável índice de previsibilidade<br />

de precipitações<br />

de 90% em prognósticos com<br />

até 72 horas, os equipamentos<br />

– fabricados pela empresa<br />

Metos Brasil e distribuídos<br />

inicialmente por 28 municípios<br />

- contêm algumas outras<br />

funções destinadas a orientar<br />

os produtores na sua tomada<br />

de decisão, como alertas<br />

sobre o risco de ocorrência<br />

de enfermidades nas culturas<br />

em determinadas regiões,<br />

tendo como base a soma de<br />

informações de temperatura<br />

e umidade; e indicativos<br />

apontando, eventualmente, a<br />

existência de condições ideais<br />

para a realização de tratamentos<br />

fitossanitários.<br />

Assertividade<br />

São 17 unidades-piloto, no<br />

total, que foram submetidas<br />

a uma fase de testes e experimentos<br />

nos últimos meses,<br />

em que o pessoal técnico de<br />

cada uma fez a divulgação<br />

do novo serviço junto aos cooperados<br />

e procurou conhecer<br />

suas opiniões. “Em busca<br />

de maior assertividade, nosso<br />

objetivo é, com o tempo, ampliar<br />

o número de estações<br />

climatológicas”, afirma o coordenador,<br />

lembrando que a<br />

rede está conectada e os produtores<br />

devem habituar-se<br />

aos seus relatórios como uma<br />

ferramenta para aprimorar a<br />

gestão.<br />

Pragas<br />

Palaro acrescenta ainda que<br />

em parceria com a Metos Brasil<br />

foi acoplada uma nova função<br />

na estação climatológica mantida<br />

na Unidade de Difusão Tecnologias<br />

(UDT) da cooperativa<br />

em Floresta, região de Maringá.<br />

Trata-se de uma armadilha<br />

para detecção em níveis altamente<br />

assertivos de pragas nas<br />

principais lavouras, cujos relatórios<br />

vão permitir que os produtores<br />

agilizem o controle.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

41


Em Assaí, uma Escola técnica<br />

capacita filhos de produtores<br />

Fundada há sete anos em Assaí,<br />

município de 14 mil habitantes<br />

da região metropolitana<br />

de Londrina, no norte do<br />

Paraná, uma escola técnica<br />

mostra ser possível, por meio<br />

de parcerias público-privadas,<br />

preparar os filhos de produtores<br />

rurais para que participem<br />

da gestão dos negócios<br />

familiares e, no futuro, sejam<br />

superadas de forma mais natural<br />

eventuais dificuldades<br />

no processo sucessório.<br />

Com cerca de 800 alunos,<br />

dos quais 50% ligados à agricultura<br />

em oito municípios<br />

da região, o Centro Estadual<br />

de Educação Profissional Maria<br />

Lydia Cescato Bomtempo<br />

oferece cinco cursos de ensino<br />

médio, sendo o de Agronegócio<br />

o carro-chefe, reunindo<br />

350 estudantes em turmas<br />

pela manhã e à noite.<br />

Empreender<br />

Sob o lema “empreendedorismo<br />

e inovação na educação”, a<br />

escola mantém parcerias com<br />

o Serviço Brasileiro de Apoio<br />

às Micro e Pequenas Empresas<br />

(Sebrae) e organizações<br />

como a <strong>Cocamar</strong> Cooperativa<br />

Agroindustrial, conforme explica<br />

o diretor Aquiles Fernandes.<br />

“Buscamos despertar o empreendedorismo<br />

entre os alunos”,<br />

pontua, salientando que,<br />

com o Sebrae, a instituição obteve<br />

um salto de qualidade, sin-<br />

Instituição tem cerca de 800 alunos<br />

tonizada à realidade regional,<br />

essencialmente agrícola, e apta<br />

a atender uma de suas principais<br />

demandas: a capacitação.<br />

Em suma, quem se matricula<br />

em Agronegócio tem como<br />

objetivo qualificar-se para o<br />

mercado de trabalho, chegar a<br />

uma universidade ou ajudar a<br />

família a desenvolver o seu negócio,<br />

o que tem sido bastante<br />

comum. Para isso, os estudos<br />

contemplam gestão e administração<br />

rural, toda a cadeia<br />

produtiva vegetal e animal,<br />

marketing e outras disciplinas<br />

afins. São três anos de duração<br />

do curso, pela manhã, com estudantes<br />

da faixa entre 14 a 18<br />

anos, e um ano e meio à noite,<br />

com alunos de 18 a 65 anos.<br />

“Temos vários produtores frequentando<br />

as aulas no horário<br />

noturno”, observa Fernandes.<br />

Hackathons<br />

Para a instituição, parcerias<br />

como a <strong>Cocamar</strong> não são apenas<br />

para que os alunos encontrem,<br />

futuramente, oportunidades<br />

de trabalho. Com a<br />

cooperativa já foram promovidas<br />

duas edições de hackathons,<br />

maratonas em que grupos<br />

de estudantes, utilizando<br />

recursos digitais, competiram<br />

sob o desafio de apresentar soluções<br />

para aprimorar o atendimento<br />

aos produtores.<br />

Além disso, uma visita em<br />

2019 de professores e alunos<br />

à sede da <strong>Cocamar</strong> em Ma-<br />

42 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Modernizar<br />

a gestão na<br />

propriedade<br />

Família recebeu dirigentes da escola, da <strong>Cocamar</strong> e equipe do <strong>Rally</strong><br />

ringá, acabou resultando na<br />

criação de um espaço de inovação<br />

dentro da escola, chamado<br />

de FabLab. “Nosso interesse<br />

é estreitar cada vez mais<br />

os laços com a instituição pela<br />

sua importância para o desenvolvimento<br />

das famílias de<br />

produtores da região”, afirma<br />

o gerente da unidade local da<br />

cooperativa, Gustavo Ferreira.<br />

Em destaque<br />

“Queremos ser desafiados,<br />

isto nos motiva”, frisa o diretor,<br />

lembrando que a escola tem<br />

tradição de participar de hackathons<br />

durante a ExpoLondrina,<br />

uma das principais feiras<br />

agropecuárias do país, sempre<br />

conquistando premiações. A<br />

instituição, a propósito, é uma<br />

das realizadoras da Expotec,<br />

exposição tecnológica anual<br />

de Assaí, já programada para<br />

os dias 28 e 29 de outubro, em<br />

que são apresentados projetos<br />

inovadores desenvolvidos pelos<br />

alunos. Há alguns anos, os<br />

visitantes da Expotec conheceram,<br />

entre vários outras inovações,<br />

uma cadeira de rodas<br />

movida por voz e uma estufa<br />

cujas operações eram acionadas<br />

pelo celular.<br />

Trabalho social<br />

Entre outras atividades, com<br />

sua tecnologia, por contar com<br />

uma impressora 3D, a escola<br />

se prestou, ainda, a realizar um<br />

trabalho social durante os momentos<br />

mais críticos da pandemia<br />

em 2020 e 2021, em que<br />

imprimiu e forneceu a entidades<br />

de Londrina, a 45 quilômetros,<br />

700 “máscaras-escudo”.<br />

Além de Agronegócio, o<br />

Centro Estadual de Educação<br />

Profissional Maria Lydia<br />

Cescato Bomtempo mantém<br />

os cursos de Eletroeletrônica,<br />

Edificações, Mecânica Industrial<br />

e, mais recentemente,<br />

passou a contar também com<br />

Desenvolvimento de Sistemas.<br />

Para 2023 está previsto o<br />

início de Agroecologia.<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

Duas estudantes do último<br />

ano de Agronegócio,<br />

Natasha Akemi e Giovana<br />

Rodrigues Borges, ambas<br />

de 17 anos, residem na propriedade<br />

rural com suas famílias,<br />

estão se preparando<br />

para ingressar na universidade<br />

e, ao mesmo tempo,<br />

se capacitando para começar<br />

a ajudá-las na gestão.<br />

“Meu objetivo é apoiar minha<br />

família a se desenvolver<br />

na atividade, pois são muitos<br />

os desafios”, diz Akemi.<br />

Um desses desafios é o<br />

avanço da digitalização na<br />

agricultura, que requer o<br />

constante aprimoramento<br />

dos produtores para lidar,<br />

por exemplo, com os maquinários.<br />

Giovana é uma<br />

das três filhas do casal Márcio<br />

e Josy, produtores de<br />

soja, milho e trigo numa<br />

área de 85 hectares em Assaí.<br />

Márcio diz apostar nos<br />

estudos que a filha vem<br />

fazendo na escola técnica,<br />

para ajudar a ele e a esposa<br />

a se manterem atualizados<br />

a respeito dessa nova<br />

linguagem que se impõe<br />

rapidamente no campo, a<br />

partir das ferramentas digitais,<br />

que os jovens têm<br />

mais facilidade em assimilar<br />

e utilizar. “O curso técnico<br />

nos capacita justamente<br />

para isso”, afirma Giovana.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

43


Família Manetti adota<br />

mentalidade empresarial<br />

Duas irmãs que até pouco tempo não tinham<br />

afinidade com a agricultura são agora gestoras<br />

bem-sucedidas, sob a supervisão da mãe,<br />

em uma propriedade rural de 242 hectares<br />

no município de Doutor Camargo, a 30km de<br />

Maringá, onde produzem soja e milho.<br />

Há alguns anos, o produtor Aristides Manetti,<br />

marido de dona Elena e pai de Liliana e Ludmila,<br />

foi diagnosticado com alzheimer e as<br />

atividades passam a ser geridas pela família.<br />

Se a mãe já estava, de alguma forma, preparada<br />

para cuidar das finanças, pois há anos já<br />

ajudava o marido no pagamento das contas<br />

da propriedade, as duas filhas haviam seguido<br />

profissões urbanas e não tinham planos<br />

de se dedicarem à agricultura. Liliane e Ludmila<br />

são graduadas, respectivamente, em<br />

farmácia e odontologia.<br />

Um ponto a favor delas é que desde o primeiro<br />

momento puderam contar com o<br />

apoio do funcionário Antônio Carlos Cardoso,<br />

o Carlinhos, que há três décadas presta serviços<br />

à família, e também de Júnior, um sobrinho<br />

dele. Ambos se encarregam das tarefas<br />

operacionais.<br />

Faltava o conhecimento técnico sobre a<br />

condução das culturas e, por uns tempos, a<br />

família se utilizou de revendas, cita Liliana.<br />

“Queríamos gerir a propriedade como uma<br />

empresa, fazê-la produzir, e isto não seria<br />

possível apenas recorrendo àquelas empresas”,<br />

comenta.<br />

Safratec<br />

As irmãs ficaram, então, sabendo da realização<br />

de uma das edições do Safratec, promovida<br />

pela <strong>Cocamar</strong> em sua Unidade de Difusão<br />

de Tecnologias (UDT), em Floresta. Lá,<br />

entraram em contato com técnicos da cooperativa,<br />

que passaram a prestar-lhes orientação<br />

especializada.<br />

Foi assim que tudo começou. Hoje, a propriedade<br />

é um exemplo do que um trabalho<br />

bem conduzido pode fazer. A família<br />

Manetti aderiu ao Grupo Mais, criado pela<br />

cooperativa para atender cooperados que<br />

desejam investir em uma assistência técnica<br />

mais ampla, e conta também com o<br />

acompanhamento técnico do agrônomo da<br />

unidade da <strong>Cocamar</strong> em Doutor Camargo,<br />

Fernando Smith.<br />

Planejamento<br />

O engenheiro agrônomo José Eduardo Marcon,<br />

que coordena o Grupo Mais e presta atendimento<br />

à família, comenta que as proprietárias<br />

se dispuseram a seguir um planejamento<br />

que prevê investir na qualidade do solo e em<br />

modernas tecnologias de produção.<br />

Elas já substituíram os maquinários, que<br />

eram antigos, para começar a trabalhar com<br />

agricultura de precisão. “O importante é que<br />

elas procuram seguir todas as nossas recomendações”,<br />

afirma Smith.<br />

“Como não dominamos a parte técnica,<br />

trabalhamos como empresárias e nos cercamos<br />

de profissionais especializados”, comenta<br />

Liliana, afirmando estar satisfeita com os<br />

resultados que vêm sendo obtidos. Todas as<br />

decisões são tomadas em reuniões com a<br />

anuência da mãe.<br />

Médias maiores<br />

Um demonstrativo de que elas estão no caminho<br />

certo é a produtividade obtida na<br />

safra de soja 2020/21, ao redor de 145 sacas<br />

por alqueire (59,9/hectare), sendo que historicamente<br />

a média se situava ao redor de<br />

130 sacas (53,7/hectare). Em anos anteriores,<br />

já haviam sido registradas colheitas em vo-<br />

44 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Irmãs Liliana e<br />

Ludmila com a<br />

mãe Elena<br />

lumes maiores, também, no cultivo de milho. No ciclo<br />

2021/22, a exemplo do que aconteceu em toda a região,<br />

a produtividade foi bastante afetada pelas adversidades<br />

climáticas.<br />

“Temos potencial para crescer”, observa Ludmila, dizendo<br />

que se antes ela e a irmã ficavam apreensivas<br />

diante do desafio de fazer a propriedade produzir, hoje<br />

estão tranquilas e confiantes no assessoramento prestado<br />

pela <strong>Cocamar</strong>.<br />

Veja a reportagem em vídeo<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

45


Família de Palmital cresce tendo<br />

a <strong>Cocamar</strong> como parceira<br />

Conduzir a atividade como uma empresa, com planejamento,<br />

participação cooperativista e atenção à<br />

melhoria de cada detalhe, é o caminho que a família<br />

Frandsen, de Palmital (SP), percorre para crescer.<br />

Fred é técnico agrícola e tem formação em administração<br />

de empresas. Ambos cultivam 85 alqueires<br />

(205 hectares) entre terras próximas e arrendadas,<br />

onde produzem soja e milho. Nos últimos cinco<br />

anos, a média de produtividade de soja foi de 149 sacas<br />

por alqueire (61,5/hectare), enquanto a do milho<br />

ficou em 200 sacas/alqueire (91/hectare).<br />

Os Frandsen contam que se mantêm com o<br />

faturamento da safra de inverno, de maneira que<br />

fazem da soja uma poupança. Os insumos são<br />

adquiridos com bastante antecipação na cooperativa,<br />

estabelecendo um custo médio competitivo<br />

que vai sendo travado quando surgem oportunidades.<br />

“Todas as contas do milho são pagas<br />

com o próprio milho, assim como as contas da<br />

soja são pagas com a própria soja”, comenta Fred,<br />

explicando que as planilhas não se misturam.<br />

Os maquinários – em sua maioria John Deere -<br />

são otimizados de maneira a garantir a maior eficácia<br />

possível no plantio, sendo os serviços desta<br />

safra completados em 5 dias na primeira quinzena<br />

de outubro.<br />

Muito organizados, os Frandsen preferem colher<br />

toda a safra de verão e só a seguir iniciar a<br />

semeadura de inverno, não sendo necessário recorrer<br />

a trabalhadores extras, uma mão de obra<br />

cada vez mais cara e escassa.<br />

As análises de solo são feitas todos os anos, realizando-se<br />

a aplicação de calcário e gesso, mas a<br />

família começa a investir em agricultura de precisão<br />

e a primeira zona de manejo foi implantada<br />

nesta safra. O próximo passo é investir em uma<br />

plantadeira com taxa variável e como eles trabalham<br />

com terras próprias e arrendadas, cada<br />

investimento precisa estar lastreado na aquisição<br />

de terras, assegurando produção futura para fazer<br />

frente ao desembolso.<br />

Assistidos pelo engenheiro agrônomo Fábio<br />

Gavino Mendes, os Frandsen são cooperados<br />

Fred e o pai Roberto: participação cooperativista<br />

e muita organização<br />

100% <strong>Cocamar</strong>, cooperativa que, segundo Fred,<br />

“apresenta um modelo muito bom, que oferece<br />

segurança aos produtores”. O armazenamento<br />

da safra por determinado período sem cobrança<br />

de taxas é destacado como um importante<br />

benefício, sem falar da liquidez quando se pretende<br />

comercializar. Enquanto a concorrência<br />

geralmente impõe um prazo para efetuar o pagamento,<br />

na <strong>Cocamar</strong> o dinheiro sai no mesmo<br />

dia e Fred lembra que nem precisa ir à unidade,<br />

fazendo suas fixações pelo aplicativo.<br />

Por outro lado, todos os insumos são adquiridos<br />

na cooperativa, evitando assim a “picadeira” (na<br />

definição do produtor), algo nem sempre eficaz,<br />

pois o produtor pode se atrapalhar nas quantidades<br />

e nos vencimentos. “Comprar oportunidades<br />

nem sempre é um bom negócio”, diz.<br />

O agrônomo Fábio observa que Fred e o pai estão<br />

sempre interessados em novas práticas e tecnologias,<br />

e mesmo com toda experiência e conhecimento,<br />

eles procuram seguir às recomendações técnicas.<br />

Para o gerente da unidade da <strong>Cocamar</strong> em Palmital,<br />

Natan Borges, a família Frandsen “segue<br />

um projeto de crescimento com gestão apurada<br />

e em parceria com a cooperativa, que está consolidada<br />

como a melhor opção para os produtores<br />

do município e região”, onde detém 60% de participação<br />

de mercado.<br />

46 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Presença de abelhas faz bem ao meio ambiente<br />

Estimular a presença de abelhas<br />

na propriedade faz bem para o<br />

meio ambiente e o bolso do produtor.<br />

Foi para conhecer uma<br />

iniciativa exemplar nesse sentido<br />

que o <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />

esteve no dia no Sítio<br />

Águas Claras em Paranavaí, noroeste<br />

paranaense, onde em 30<br />

alqueires (72,6 hectares) a família<br />

Miranda mantém pomares de<br />

laranja e floresta de eucaliptos.<br />

O incentivo à apicultura está<br />

sendo feito pela <strong>Cocamar</strong> por<br />

meio do projeto Florada Consciente,<br />

implementado em parceria<br />

com a Cooperativa de Produtores<br />

do Comércio Solidário<br />

(Coopsoli) e prevê desenvolver<br />

a produção sustentável de laranjas.<br />

O objetivo é fomentar a<br />

criação de abelhas com a adoção<br />

de práticas de convivência,<br />

sendo a citricultura uma das atividades<br />

mais beneficiadas pela<br />

polinização. Estudos apontam<br />

que em sistemas bem conduzidos,<br />

a produtividade pode ser<br />

35% maior.<br />

Altamente produtivo<br />

No Sítio Águas Claras, a alta produtividade<br />

está a olhos vistos. A<br />

média varia de 2,5 a 3 caixas de<br />

40,8kg por planta, bem acima<br />

quando se compara com a média<br />

nacional de 1,5 caixa/planta.<br />

O produtor Nestor Miranda<br />

Filho conta que adquiriu a propriedade<br />

há doze anos e, desde<br />

então, em companhia da esposa<br />

Clemência e da filha Cristiane,<br />

que é bióloga e tecnóloga<br />

ambiental, tem procurado<br />

avançar na criação de abelhas.<br />

A família Miranda recepcionou a equipe do <strong>Rally</strong> no Sítio Águas Claras<br />

“Começamos devagar e fomos<br />

gostando”, diz. Além da espécie<br />

europeia, cujas caixas foram<br />

instaladas junto a mata ciliar, há<br />

também as nativas, sem ferrão,<br />

igualmente importantes para<br />

a polinização, que se aninham<br />

em pequenas caixas colocadas<br />

próximas à casa. A propriedade<br />

pode ser chamada de “pasto<br />

apícola”, com grande variedade<br />

de frutíferas e árvores que florescem<br />

o ano inteiro.<br />

A engenheira agrônoma Nayara<br />

Nascimento Souza, da unidade<br />

da <strong>Cocamar</strong> em Paranavaí,<br />

comenta que os citricultores, de<br />

um modo geral, se preocupam<br />

em preservar as abelhas, pois<br />

sabem da sua importância para<br />

os pomares e o equilíbrio dos<br />

ecossistemas. Quando chega o<br />

período de florada, a pulverização<br />

é noturna e eles optam por<br />

um grupo de inseticidas menos<br />

agressivo, como os biológicos.<br />

“As flores da laranjeira, à princípio,<br />

não precisariam da polinização,<br />

pois se autofecundam. Mas<br />

quando a abelha faz a fecundação<br />

cruzada, segundo estudos,<br />

o fruto fica maior, assim como<br />

a taxa de pegamento, sem falar<br />

da diferença na produtividade”,<br />

detalha Nayara.<br />

Cristiane Bazzo Miranda, a filha<br />

de Nestor e Clemência, observa<br />

que as árvores com flores<br />

funcionam como um atrativo<br />

para os enxames. A opção de<br />

contar também com espécies<br />

nativas de abelhas decorre do<br />

fato de o manuseio ser mais fácil<br />

e o mel, muito procurado, valer<br />

três vezes mais.<br />

Idealizado e sob a supervisão<br />

da engenheira agrônoma<br />

Amanda Caroline Zito, que responde<br />

pela coordenação de culturas<br />

perenes da área técnica da<br />

cooperativa, o projeto Florada<br />

Consciente está voltado principalmente<br />

para pequenas e<br />

médias propriedades de produtores<br />

cooperados do noroeste e<br />

norte do Paraná.<br />

Amanda explica que todos ganham<br />

como resultado de parcerias<br />

entre citricultores e apicultores.<br />

De um lado, pomares mais<br />

produtivos, de outro uma renda<br />

extra com a produção de mel e,<br />

por fim, uma citricultura mais<br />

sustentável.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

47


Ação de impacto com<br />

cooperados no <strong>Rally</strong><br />

Família Terezan<br />

Família Volpato<br />

Patrocinadora pelo quarto ano consecutivo<br />

do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade, a Basf<br />

deu início na temporada 2021/22 a uma ação<br />

de impacto junto aos produtores cooperados<br />

da <strong>Cocamar</strong>.<br />

Conforme explica o representante técnico de<br />

vendas da companhia, Rafael Franciscatti, o objetivo<br />

é estar cada vez mais próximo do produtor:<br />

“Vamos até ele para escutá-lo, conhecer um<br />

pouco mais de sua realidade. Queremos estar<br />

juntos em seus desafios, ajudando-o a superá-<br />

-los, bem como melhorar a experiência do produtor<br />

em participar conosco da empresa, sempre<br />

fortalecendo a parceria”.<br />

48 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


Edvaldo Baveloni Édio Favoretto Osvaldo Aquaroni<br />

No município de Diamante do Norte, a 170<br />

quilômetros de Maringá, a equipe do <strong>Rally</strong> e<br />

Basf foi recebida pelos produtores Edvaldo Baveloni<br />

e Édio Favoretto. Residentes em Maringá,<br />

onde mantêm propriedades, ambos arrendam<br />

grandes áreas nos solos arenosos naquela região<br />

no extremo noroeste, considerada uma<br />

nova fronteira para a soja.<br />

Para ser um arrendatário de terras, especialmente<br />

no extremo noroeste do Paraná, é preciso<br />

ter muita coragem, afirma Baveloni. Mas<br />

garante: “é possível produzir, desde que se trabalhe<br />

com tecnologias adequadas, cobertura<br />

do solo e muito profissionalismo. “Não há espaço<br />

para aventureiros”.<br />

Baveloni comenta que a tecnologia avançou<br />

muito, assim como o manejo do solo. “O investimento<br />

em uma boa cobertura do solo, como<br />

a braquiária, que vai reter a umidade, é fundamental”,<br />

afirma o produtor. Por outro lado, ele<br />

nunca deixa de fazer seguro de tudo.<br />

Insumos<br />

É preciso, ainda, conhecer bem o terreno e as<br />

características do lugar para decidir sobre os insumos,<br />

os materiais que serão utilizados e testá-<br />

-los: “Estamos no terceiro ano na região e já experimentamos<br />

vários materiais para identificar<br />

os que mais se sobressaem”.<br />

Segundo ele, o produtor precisa ter conhecimento<br />

da atividade que está desenvolvendo,<br />

mas a presença do técnico especializado da cooperativa<br />

e da empresa fornecedora faz muita<br />

diferença.<br />

Inovação<br />

O engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti,<br />

da Basf, explica que cada safra demanda uma<br />

tecnologia diferente. “A Basf é uma empresa de<br />

inovação, sempre lançando novas tecnologias”,<br />

afirma.<br />

O agropecuarista Osvaldo Aquaroni, de Mandaguaçu<br />

(PR), foi o terceiro nesta safra de verão<br />

2021/22 a receber o troféu da Ação de Impacto<br />

Basf, entregue durante as viagens do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />

de Produtividade, que está distinguindo<br />

30 protagonistas do agro regional pelas suas<br />

boas práticas.<br />

Aquaroni recepcionou a equipe do <strong>Rally</strong> na Fazenda<br />

São Francisco, naquele município. Em 420<br />

alqueires (1.016 hectares), ele produz soja e milho<br />

e mantém pecuária de corte e gado leiteiro.<br />

Ainda em Mandaguaçu, outras duas famílias<br />

receberam troféus: os Terezan e os Volpato. A<br />

programação foi interrompida devido ao avanço<br />

dos números da pandemia, no início de 2022,<br />

mas será retomada em maio, com uma agenda<br />

em várias regiões.<br />

BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />

49


PRODUTORES VISITADOS<br />

• Dorival Baveloni – Diamante do Norte (PR)<br />

• Antonio Zabini – Rolândia (PR)<br />

• Danilo e Renê Bordini – Cambé (PR)<br />

• Nestor Miranda Filho – Paranavaí (PR)<br />

• Cristiane Bazzo Filho – Paranavaí (PR)<br />

• Marival Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />

• Moacir Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />

• Mauro Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />

• Danilo Trujilo – Paranacity (PR)<br />

• Fabrício Maestrello – Paranacity (PR)<br />

• Jorge Pedro Frare – Doutor Camargo (PR)<br />

• Carlos Kojima – Jataizinho (PR)<br />

• Willian Kojima – Jataizinho (PR)<br />

• Valdenir Geidel – Altônia (PR)<br />

• Carlos Henrique Shinmi – Altônia (PR)<br />

• Orvanda Barusso – Cambé (PR)<br />

• Elsio Brazão – Cambé (PR)<br />

• Liliana Manetti – Dr. Camargo (PR)<br />

• Ludmila Manetti – Dr. Camargo (PR)<br />

• Antonio Francisco Alves – Douradina (PR)<br />

• Lucas Yamanaka – Marilândia do Sul (PR)<br />

• Osvaldo Aquaroni – Mandaguaçu (PR)<br />

• Fred Frand Frendsen – Palmital (SP)<br />

• Roberto Frendsen – Palmital (SP)<br />

• Luís Antônio dos Reis – Bela Vista do Paraíso (PR)<br />

• Márcio Zanzim – Jussara (PR)<br />

• Antônio Carlos Zanzim – Jussara (PR)<br />

• Antonio Eduardo Mello – Lupionópolis (PR)<br />

• Irineu Augusto – Lupionópolis (PR)<br />

• Marcos Salviano – Cafeara (PR)<br />

• Marival Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />

• Marcos Volpato – Mandaguaçu (PR)<br />

• José Antonio Borghi – Maringá (PR)<br />

• Antonio Pedrini – Maringá (PR)<br />

• Gerson Bortolli – Umuarama (PR)<br />

• César Formighieri – Maria Helena (PR)<br />

• Ricardo Dolphini – Floresta (PR)<br />

• Humberto Dolphini – Floresta (PR)<br />

• João Claudemir Mori – Ivatuba (PR)<br />

• Luiz Totti de Souza – Dr. Camargo (PR)<br />

• Fábio Eliezer Faversani – Rancho Alegre (PR)<br />

• José Bruno Lingnau – Rancho Alegre (PR)<br />

• José Benedito Gomes – Uraí (PR)<br />

• Giovani Gomes – Uraí (PR)<br />

• Flávio Saito – Santa Mariana (PR)<br />

• Carlos Saito – Santa Mariana – (PR)<br />

• Antonio Boaventura – Santa Mariana (PR)<br />

• Jayme E. Chaves da S. Telles – Santa Mariana (PR)<br />

• Epaminondas Rosa de Camargo – Nova Fátima (PR)<br />

• João Vítor dos Santos – Nova Fátima (PR)<br />

• Jonathan Pavoni Volpato – Nova Fátima (PR)<br />

• Osmar Tavanti – Cambé (PR)<br />

• Márcio Tavanti – Cambé (PR)<br />

• Luis Fernando Tavanti (Cambé)<br />

• Marcelo Tavanti (Cambé)<br />

• Pablo Mologni – Cambé (PR)<br />

• Cláudio Peruzzi – Cambé (PR)<br />

• Wilson Rhuss – Cambé (PR)<br />

• Luiz Carlos Maquera – Cambé (PR)<br />

• Sérgio Viúdes – Cambé (PR)<br />

• Luiz Vanderlei Galonetti – Nova Fátima (PR)<br />

• Paulo Gulhão – Nova Fátima (PR)<br />

• Renato Gulhão – Nova Fátima (PR)<br />

• José Rogério Volpato – Ourizona (PR)<br />

• Moacir Fala – São Jorge do Ivaí (PR)<br />

• Paulo Cezar Falavigna – Floraí (PR)<br />

• Ademir Sardette – Mirante do Paranapanema (SP)<br />

• Antonio Berti – Mirante do Paranapanema (SP)<br />

• João Laércio Oliveira – Mirante do Paranapanema (SP)<br />

• Jair Uchoa – Mirante do Paranapanema (SP)<br />

• Ottom Fagan – Floraí (PR)<br />

• Edwards Fagan – Floraí (PR)<br />

• Rômulo Baptista Neves – Presidente Bernardes (SP)<br />

• Mário Baptista Neves – Presidente Bernardes (SP)<br />

• Flávio Penteado – Guairaçá (PR)<br />

• João Penteado – Guairaçá (PR)<br />

• Murilo Tagliati – Diamante do Norte (PR)<br />

• Luiz Noboru Ishikawa – Diamante do Norte (PR)<br />

• Diogo Henrique Fonseca – Londrina (PR)<br />

• João Pauro – São Jorge do Ivaí (PR)<br />

• Heitor Pauro – São Jorge do Ivaí (PR)<br />

• Douglas Chiconato – Nantes (SP)<br />

• Márcio Borges – Assaí (PR)<br />

• Rivael Dal Santos – Congoinhas (PR)<br />

• Nisael da Santos – Congoinhas (PR)<br />

50 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22


TEMAS ABORDADOS<br />

Práticas agropecuárias sustentáveis Gestão familiar compartilhada Gestão feminina<br />

Manejo do solo<br />

Tecnologias para o aumento<br />

da produtividade<br />

Integração Lavoura-<br />

Pecuária-Floresta (ILPF)<br />

90 produtores visitados<br />

9,5 mil quilômetros percorridos<br />

48 municípios nos estados do<br />

Paraná e São Paulo<br />

12<br />

reportagens exclusivas exibidas no programa<br />

semanal RIC Rural (aos domingos às 9h) para<br />

todo o estado do Paraná<br />

Intensa divulgação nas mídias sociais voltadas aos cooperados da <strong>Cocamar</strong> e<br />

também no Jornal de Serviço <strong>Cocamar</strong> (versões impressa e digital)<br />

Vídeo oficial do<br />

<strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />

de Produtividade<br />

Safra 2021/22


PATROCINADORES PRINCIPAIS<br />

PATROCINADORES INSTITUCIONAIS<br />

APOIO<br />

52 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!