Revista Rally Cocamar
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BOAS Práticas<br />
<strong>Revista</strong> do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />
<strong>Revista</strong> do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade n Sétima edição n Safra 2021/2022<br />
Um ano de intensas<br />
variações climáticas<br />
<strong>Rally</strong> percorreu 48 municípios do PR e SP, entre<br />
outubro e abril, para acompanhar a saga dos produtores<br />
em um dos ciclos mais desafiadores da história
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Juntos pelo seu Legado.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
3
SUMÁRIO<br />
16<br />
24<br />
Diferente do noroeste,<br />
no norte as lavouras<br />
produziram bem<br />
Campos de sementes<br />
não apresentaram<br />
perdas<br />
26<br />
Embrapa: braquiária<br />
solteira ajuda a cuidar<br />
do solo<br />
30<br />
Mas no extremo<br />
noroeste, boas<br />
surpresas<br />
34<br />
Solo arenoso não<br />
admite improvisos<br />
36<br />
38<br />
40<br />
Programa de renovação<br />
de canaviais: oportunidade<br />
para expandir<br />
Novas ferramentas<br />
ganham terreno<br />
entre cooperados<br />
Uma escola técnica<br />
que capacita filhos de<br />
produtores
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
Uma realização<br />
importante<br />
para a <strong>Cocamar</strong><br />
Com o dinamismo de sua programação implementada ao<br />
longo de seis meses, durante a safra de verão, o <strong>Rally</strong><br />
<strong>Cocamar</strong> de Produtividade está consolidado como importante<br />
realização voltada a identificar e propagar as boas práticas<br />
agropecuárias adotadas pelos cooperados. Ao fazer isso, sempre com<br />
o acompanhamento da área técnica, o <strong>Rally</strong> possibilita que outros<br />
produtores tenham referências para continuarem evoluindo em seus<br />
negócios.<br />
Só por isso a iniciativa se justificaria, mas ela promove também<br />
um saudável relacionamento com famílias de cooperados residentes<br />
em municípios mais distantes, sem esquecer que as atividades do<br />
<strong>Rally</strong> são acompanhadas pela imprensa em nível regional, estadual e<br />
nacional e isto acaba fortalecendo a imagem da cooperativa junto à<br />
sociedade.<br />
A realização permite, em resumo, ver na prática a aplicação das<br />
tecnologias propostas aos cooperados, voltadas ao manejo adequado<br />
do solo, ao melhor gerenciamento da propriedade e, claro, ao<br />
aumento da produtividade. E, por meio do <strong>Rally</strong>, já em sua sétima<br />
edição, conhecemos também o trabalho de produtoras e jovens que<br />
estão se inserindo no negócio familiar, entre vários outros temas<br />
interessantes e que revelam a grandeza de um setor cuja importância<br />
é fundamental para a economia e o futuro do país.<br />
À equipe do <strong>Rally</strong> e seus patrocinadores, o nosso reconhecimento.<br />
Divanir Higino<br />
Presidente da <strong>Cocamar</strong>
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
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10 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
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Sicredi: expertise em investimentos<br />
Instituição oferece produtos para todos os perfis de associados<br />
OSicredi integra, desde 2017, o Top 5 anual do<br />
Banco Central de instituições financeiras<br />
que mais acertam projeções econômicas no<br />
curto, médio e longo prazos, atestado de que a cooperativa<br />
possui quadro de profissionais com expertise<br />
para ajudar os associados a fazerem os melhores<br />
investimentos.<br />
RANKING<br />
Em 2021, com exceção de maio, a instituição esteve<br />
mensalmente no ranking Top 5 do Banco Central pelo<br />
acerto de projeções variadas como IPCA e taxa de<br />
câmbio. Participam do ranking instituições que atuam<br />
no mercado financeiro, como bancos, gestoras de recursos<br />
e consultorias que possuem equipes especializadas<br />
em projetar variáveis macroeconômicas.<br />
MAIS ALTA NOTA<br />
O Sicredi também possui rating AAA, segundo a Standard<br />
& Poor´s. Trata-se da mais alta nota que uma<br />
agência classificadora de risco atribui à empresa ou<br />
governo para medir a capacidade e disposição de<br />
honrar as obrigações com os credores. Isso significa<br />
que quanto menor o risco de não-pagamento, maior<br />
o rating, e o Sicredi ocupa o topo da avaliação de ‘bom<br />
pagador’.<br />
PERFIL DO INVESTIDOR<br />
Os colaboradores da cooperativa responsáveis por<br />
assessorar os associados nos investimentos levam<br />
em conta o perfil de cada um: conservador, moderado<br />
ou arrojado. A carteira de opções é diversificada, contando<br />
com soluções para todos os perfis: poupança,<br />
depósitos a prazo, LCA, fundos e investimentos de<br />
maior risco, como internacionais e fundos de ações.<br />
CENÁRIO<br />
Especialista em investimentos, Roberto Rodrigues, da<br />
Sicredi União PR/SP, comenta que elevação da Selic,<br />
a taxa básica de juros, que saltou de 2% ao ano para<br />
atuais 11,75%, representa uma tentativa de controlar a<br />
inflação, que vem sendo afetada por diversos fatores,<br />
e proporciona rentabilidade um pouco maior para as<br />
aplicações de Renda Fixa, a exemplo dos depósitos a<br />
prazo, LCA, fundos DI etc.<br />
RENDA FIXA<br />
“Por um lado, a elevação da Selic fará com que observemos<br />
um fluxo maior de recursos em direção à Renda<br />
Fixa, nos restando tentar compreender a magnitude<br />
deste movimento”, diz Rodrigues. “A Renda Fixa nunca<br />
deixou de ser importante para todos os perfis de investidores,<br />
sejam eles conservadores, moderados ou<br />
arrojados, pois, todos nós precisamos, no mínimo, ter<br />
uma parcela do patrimônio alocado em produtos que<br />
nos deem muita segurança e possibilidade de movimentar<br />
a qualquer momento”, observa.<br />
INFORMAÇÕES<br />
Esse contexto tem levado os brasileiros a buscar mais<br />
informações sobre investimentos, a fim de entender<br />
melhor como aplicar recursos e explorar as alternativas<br />
do mercado. Como a oferta de informação<br />
também tem crescido, Rodrigues diz que o resultado<br />
é que, nos últimos anos, houve um grande número<br />
de pessoas experimentando opções, especialmente<br />
fundos multimercado, ações e fundos de ações. Para<br />
Rodrigues, quem experimentou essa diversificação e<br />
foi bem assessorado deve continuar com opções diversas<br />
de investimento, o que inclui a Renda Fixa, que<br />
garante mais segurança.<br />
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
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SAFRA 2020/21<br />
Uma temporada<br />
repleta de desafios<br />
Em grande parte das regiões, ciclo 2021/22 começou com chuvas<br />
abundantes e tempestades de granizo que exigiram o replantio, sendo<br />
as lavouras, também, bastante afetadas pela estiagem e as elevadas<br />
temperaturas que ocorreram em seguida, provocando forte redução da<br />
produtividade. Danos variaram de um município para outro e, em alguns,<br />
mais ao norte paranaense, a safra foi praticamente normal<br />
Das sete edições do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />
de Produtividade, que começou em<br />
2015, a temporada 2021/22 foi a mais<br />
complicada, apresentando forte redução de<br />
produtividade em algumas regiões devido<br />
aos efeitos do fenômeno climático La Niña,<br />
que se refletiram em grande parte das regiões<br />
produtoras do Paraná. Nunca se tinha<br />
visto perdas tão acentuadas, até porque os<br />
produtores paranaenses, de uma forma geral,<br />
haviam sofrido perdas com suas lavouras<br />
de inverno em razão das geadas e do déficit<br />
hídrico.<br />
No início de abril, a expectativa paranaense<br />
era fechar o ciclo com a produção de<br />
12,828 milhões de toneladas de grãos, contra<br />
19,8 milhões de toneladas da safra anterior<br />
(2020/21), uma baixa de 35%. A produtividade<br />
média era estimada em 2.274 quilos (37,9 sacas)<br />
por hectare, abaixo dos 3.543 quilos (59<br />
sacas) registrados na safra anterior. No país,<br />
a sétima estimativa divulgada no começo<br />
de abril pela Companhia Nacional de Abastecimento<br />
apontou que a colheita poderia<br />
chegar a 269,3 milhões de toneladas, 5,4% ou<br />
13,8 milhões de toneladas superior à obtida<br />
no período 2020/21. No entanto, em comparação<br />
ao primeiro levantamento da Companhia<br />
para a safra, quando a previsão era de<br />
288,6 milhões de toneladas, o volume representa<br />
uma redução de 6,7% ou 19,3 milhões<br />
de toneladas. As condições climáticas adversas<br />
foram observadas principalmente nos estados<br />
da Região Sul e no centro-sul de Mato<br />
Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e<br />
no milho.<br />
A temporada até que começou bem, com<br />
um volume recorde de chuvas no mês de outubro,<br />
época de plantio. Mas, com o avançar<br />
da safra, a umidade foi diminuindo sensivelmente,<br />
situação agravada por altas temperaturas,<br />
sobretudo nos meses de dezembro e<br />
janeiro, que são decisivos para o desenvolvimento<br />
da soja.<br />
Nas regiões atendidas pela <strong>Cocamar</strong> – norte<br />
e noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e<br />
sul do Mato Grosso do Sul – a previsão inicial<br />
de uma colheita ao redor de 2 milhões de toneladas<br />
de soja, caiu praticamente à metade.<br />
Em Maringá, municípios das imediações e no<br />
noroeste paranaense, a média não passou de<br />
829 quilos por hectare, sendo comum produ-<br />
16 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
CIDADES POR ONDE O RALLY PASSOU<br />
tores colhendo dez vezes menos em relação<br />
às médias dos últimos anos. No norte do estado,<br />
as lavouras tiveram um desempenho<br />
satisfatório em grande parte dos municípios,<br />
registrando a média de 2.623 quilos/hectare,<br />
enquanto no oeste paulista os números foram<br />
de 2.504 quilos/hectare e, no Mato Grosso<br />
do Sul, 2.141 quilos/hectare. Na média geral,<br />
um ano para ser esquecido: 1.838 quilos<br />
por hectare, ante uma previsão no início de<br />
3.200 quilos.<br />
Na edição 2021/22, que começou no final<br />
de setembro e terminou nos primeiros dias<br />
de abril, o <strong>Rally</strong> rodou cerca de 9,5 mil quilômetros<br />
e visitou 90 produtores em 48 municípios<br />
dos estados do Paraná e São Paulo,<br />
acompanhando várias realidades ao mesmo<br />
tempo, o plantio e depois o replantio em várias<br />
regiões, devido a tempestade de granizo;<br />
as agruras com a falta de umidade que<br />
impedia o desenvolvimento das lavouras e a<br />
situação dramática na colheita; viu também,<br />
em outras, um quadro de normalidade que<br />
possibilitou resultados semelhantes aos dos<br />
melhores anos. Em muitas dessas viagens,<br />
o <strong>Rally</strong> foi acompanhado da equipe da RIC<br />
TV para a produção de uma série de reportagens<br />
que foram apresentadas nas manhãs<br />
de domingo no programa RIC Rural, em todo<br />
o estado do Paraná.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
17
Boas produtividades<br />
no norte paranaense<br />
Os problemas climáticos enfrentados pelos produtores<br />
em muitas regiões do Paraná nesta safra de<br />
soja 2021/22, foram menos intensos em municípios<br />
da região norte, onde as lavouras receberam mais<br />
umidade e as colheitas aconteceram dentro das<br />
médias dos últimos anos.<br />
Em Congoinhas, a 96 quilômetros de Londrina, a<br />
família Dal Santos, tradicional produtora do grão,<br />
cultiva 400 alqueires (968 hectares) entre áreas<br />
próprias e arrendadas e três gerações trabalham<br />
juntas. O pai, Pedro, de 76 anos, conta com a dedicação<br />
dos filhos Rogério, Rivael, Isaías e Nisael,<br />
além dos netos João Pedro (filho do segundo) e<br />
Pedro Neto (do terceiro), cada qual na sua função.<br />
Os Dal Santos projetaram uma média de 150<br />
sacas por alqueire (61,9/hectare). “Não chegamos<br />
a sentir falta de chuva. Em janeiro parecia que ia<br />
faltar, mas depois de alguns dias de muito sol, voltou<br />
a chover”, diz Nisael. Uma safra praticamente<br />
normal, embora em um dos anos anteriores eles<br />
tivessem conseguido ao redor de 170 sacas por alqueire<br />
(70,2/hectare).<br />
Nisael Dal Santos: lavouras<br />
da família não sofreram<br />
com falta de chuva<br />
Orientação da <strong>Cocamar</strong><br />
O plantio foi feito entre 25 de outubro e 5 de novembro<br />
e as lavouras também não sofreram com pragas<br />
e doenças, até porque, segundo Nisael, são feitas<br />
aplicações preventivas. A família investe na correção<br />
do solo e procura utilizar as variedades mais adequadas,<br />
recebendo orientação técnica da unidade<br />
da <strong>Cocamar</strong> na vizinha Nova Fátima, onde adquire<br />
seus insumos e entrega a produção.<br />
Como eles adquiriram seus insumos com bastante<br />
antecedência, em campanhas realizadas pela cooperativa,<br />
ficaram abastecidos e com um custo médio<br />
de produção competitivo, segundo Nisael.<br />
Com seus bons resultados, os Dal Santos têm investido<br />
nos últimos anos na modernização do parque<br />
de maquinários, incorporando novas tecnologias<br />
à produção.<br />
Veja a<br />
reportagem<br />
em vídeo<br />
18 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
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19
O ano mais difícil<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
Pauro: “A gente<br />
sempre procurou<br />
investir nas<br />
melhores práticas<br />
pra produzir<br />
bem”<br />
20 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
A safra de soja do ciclo 2021/22 passou longe<br />
da expectativa de grande parte dos produtores<br />
do Paraná. Importante município produtor de<br />
soja, a 50 quilômetros de Maringá, no noroeste,<br />
São Jorge do Ivaí recebeu a visita do <strong>Rally</strong><br />
<strong>Cocamar</strong> de Produtividade. As colheitadeiras já<br />
haviam passado por quase 100% das áreas cultivadas<br />
e a média era de ínfimas 16,5 sacas na<br />
contagem por hectare.<br />
Segundo a unidade da <strong>Cocamar</strong>, como as lavouras<br />
mais atrasadas se desenvolveram melhor<br />
por terem sofrido menos o impacto da seca, a<br />
projeção era fechar a temporada em 20,6 sacas/<br />
hectare. Nos últimos anos, a média do município<br />
foi quase três vezes maior: 57,8 sacas/hectare.<br />
Desafiador<br />
Com sua família morando no município desde<br />
1963, o produtor João Pauro, de 75 anos, disse<br />
nunca ter passado por um ano tão difícil. Sua<br />
média ficou em torno de 26,8 sacas/hectare,<br />
menos da metade em comparação à média<br />
dos últimos anos, de 62 sacas/hectare. “Foi o<br />
nosso pior ano, com certeza.”<br />
Por um capricho do destino, o clima adverso<br />
acabou, de certa forma, ajudando produtores<br />
que, a exemplo de João Pauro, se obrigaram a<br />
refazer o plantio após os prejuízos causados por<br />
uma tempestade de granizo em 23 de outubro.<br />
Isto aconteceu em 40% do total das áreas de São<br />
Jorge do Ivaí. São essas lavouras mais atrasadas<br />
que exibiram depois um desempenho melhor,<br />
com maior número de vagens bem formadas.<br />
Compra antecipada<br />
O produtor mantém a tradição de adquirir todos<br />
os seus insumos com antecipação, na cooperativa,<br />
onde recebe a orientação técnica do<br />
engenheiro agrônomo Juliano Fadoni. “A gente<br />
procura investir nas melhores práticas para<br />
produzir bem”, afirma.<br />
Por comprar os insumos mais cedo, os custos de<br />
João Pauro ficaram num patamar razoável e, ao<br />
longo dos meses, a cotação da soja apresentou altas.<br />
Com isso, o produtor conta que trabalhou com<br />
um custo de produção de 20,6 sacas por hectare.<br />
Plantio de milho<br />
Em São Jorge do Ivaí, enquanto a soja ia sendo<br />
colhida, as plantadeiras vinham atrás, inserindo<br />
no solo as sementes de milho de inverno e,<br />
assim, dando início a uma nova etapa. “Somos<br />
otimistas, vamos torcer por uma safra melhor<br />
desta vez”, diz Pauro.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
21
<strong>Rally</strong> visita municípios<br />
bastante afetados pela estiagem<br />
“Municípios que tradicionalmente não têm<br />
perdas por seca, estão sendo atingidos, afetando<br />
várias outras atividades e não apenas<br />
as lavouras de grãos”, comentou Pedro Loyola,<br />
diretor de Gestão de Riscos do Ministério<br />
da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento<br />
(Mapa), que acompanhou a visita do <strong>Rally</strong> ao<br />
município de Floresta região e Maringá.<br />
Loyola lembrou que o Paraná é líder na contratação<br />
de seguro e o segundo estado que<br />
mais contrata Proagro. “O que preocupa, também,<br />
é a parcela de investimento dos produtores,<br />
incluindo a pecuária de leite e demais<br />
atividades.”<br />
Em Floresta, na região de Maringá, o diretor<br />
do Mapa viu de perto os estragos causados<br />
pela seca em uma lavoura. A área visitada,<br />
do produtor Ricardo Dolphini, às margens da<br />
PR-317, espelhava a realidade da soja no município,<br />
onde os produtores têm o costume de<br />
semear mais cedo.<br />
“Projetamos uma perda no município superior<br />
a 70%”, afirmou na oportunidade o engenheiro<br />
agrônomo Fernando Fabris, da unidade<br />
local da <strong>Cocamar</strong>. Os produtores que semearam<br />
mais cedo foram os mais impactados,<br />
pois as lavouras permaneceram cerca de 45<br />
dias sem umidade e sob elevada temperatura.<br />
22 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Totti mostra planta de soja quase sem vagens<br />
João Claudemir Mori, produtor em Ivatuba,<br />
município vizinho, recebeu o <strong>Rally</strong> e estimou<br />
que numa de suas áreas a colheita seria de 20<br />
e 30 sacas por alqueire (8,2 a 12,3 sacas/hectare).<br />
“Em toda a minha vida, nunca passamos<br />
por uma situação dessas. É comum a gente<br />
ter perdas com estiagens, mas não com essa<br />
intensidade”, citou. Se o clima tivesse ajudado,<br />
sua média possivelmente ficaria ao redor de<br />
160 sacas por alqueire (66/hectare), mantendo<br />
o histórico dos últimos anos.<br />
Impacto<br />
Segundo estimou durante a visita o engenheiro<br />
agrônomo da <strong>Cocamar</strong>, Claudemir Rodrigues,<br />
a média geral de perdas no município<br />
de Ivatuba era superior a 70%. “É um impacto<br />
muito forte na economia das pequenas cidades,<br />
especialmente porque a safra de inverno<br />
também foi muito ruim”, destacou.<br />
De Ivatuba o <strong>Rally</strong> seguiu para o vizinho município<br />
de Doutor Camargo onde observou<br />
uma lavoura de soja com algum porte e até<br />
bem enfolhada. Mas conversando com o produtor<br />
Luiz Totti de Souza, soube que a produtividade<br />
deve ser a mais baixa desde quando<br />
sua família começou a lidar com a oleaginosa,<br />
no começo dos anos 1970.<br />
“Os pés até que estão bonitos, mas quase<br />
não têm vagens”, mostrou Totti, arrancando<br />
uma das plantas, para mostrar. Em vez de 70<br />
vagens em média, podiam ser contadas não<br />
mais que 15 e, assim mesmo, os grãos não se<br />
desenvolveram bem. “Acho que vamos colher<br />
umas 15 sacas por alqueire (6 sacas/hectare),<br />
não mais que isso”, disse. Ou seja, dez vezes<br />
menos do que ele colheria sob condições climáticas<br />
normais.<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
23
Quanto mais cedo o plantio, pior<br />
“O produtor que semeou muito cedo acabou<br />
tendo perdas pela maior exposição à estiagem,<br />
o que aconteceu em todas as regiões”,<br />
disse o gerente técnico da cooperativa, Rafael<br />
Furlanetto, que acompanhou o <strong>Rally</strong> em<br />
várias viagens.<br />
Em Santa Mariana, na região norte do Paraná,<br />
o engenheiro agrônomo Elton Oliveira<br />
Silva, da unidade da <strong>Cocamar</strong>, estimou uma<br />
média de produtividade de 120 sacas por alqueire<br />
(49,5/hectare) em 25% das áreas. Nas<br />
75% restantes, a perda do potencial produtivo<br />
indicava para uma média entre 60 e 100<br />
sacas por alqueire (24,7 a 41,3 sacas/hectare).<br />
Em anos de clima favorável é comum encontrar<br />
em Santa Mariana produtores com média<br />
de 130 a 140 sacas por alqueire (53,7 a 57,8<br />
sacas/hectare).<br />
Perdas - Tradicionais produtores de grãos<br />
no município, os irmãos Flávio e Carlos Saito<br />
projetavam perdas de produtividade na soja<br />
e lembraram que o ano passado foi especialmente<br />
difícil porque, com seca e geadas,<br />
não houve safra de inverno.<br />
Irrigação - É num ano como este, de severa<br />
estiagem, que o investimento em irrigação<br />
acaba fazendo a diferença. Com três pivôs, o<br />
empresário rural Jayme Eduardo Chaves da<br />
S. Telles garante umidade em parte dos seus<br />
375 alqueires (907,5 hectares). Graças aos<br />
equipamentos, há estabilidade da produção<br />
na Fazenda São Jerônimo, que fica no distrito<br />
de Panema, a expectativa era de safra<br />
normal.<br />
24 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Boas médias no Caramuru<br />
Na região do Caramuru, em Cambé, os produtores<br />
não só falavam em uma safra normal, como<br />
esperavam altas médias.<br />
Acompanhado do gerente técnico Rafael Furlanetto<br />
e do técnico da unidade da <strong>Cocamar</strong> em<br />
Cambé, Osmar Buratto, o <strong>Rally</strong> teve sua primeira<br />
parada na propriedade da família do produtor<br />
Osmar Tavanti. Ele e seus três filhos cultivam<br />
245 alqueires de soja (539 hectares) e 32 de milho<br />
(77,4 hectares), parte dos quais no Caramuru, em<br />
São Luiz (município de Londrina) e Tamarana.<br />
A semeadura começou em 20/9 e se estendeu<br />
até 5/11. “Aqui no Caramuru tivemos 22 dias de estiagem,<br />
mas a soja aguentou bem”, disse Osmar<br />
Tavanti, que projetava colher uma média de 140<br />
sacas por alqueire de soja (57,8/hectare) e 400 de<br />
milho (165,2/hectare). “Normalmente, quando o<br />
tempo não atrapalha, a média da soja é de 170<br />
sacas por alqueire (70,2/hectare). No ano passado,<br />
foi de 166 (68,5/hectare)”, detalha o produtor.<br />
Os Tavanti investem em adubação diferenciada<br />
e não descuidam dos tratos culturais. E estão<br />
entre os poucos que conseguiram produzir na<br />
última safra de inverno, semeada ainda em fevereiro.<br />
Eles colheram a média de 180 sacas de<br />
milho por alqueire (74,3/hectare). “Quando as geadas<br />
chegaram, as lavouras estavam salvas”, comentou.<br />
Animados, eles investiram na compra<br />
de duas plantadeiras John Deere para reforçar o<br />
parque de máquinas.<br />
Alto potencial<br />
Num giro pelo Caramuru, as lavouras dos produtores<br />
Pablo Mologni, Cláudio Peruzzi, Wilson<br />
Rhuss e Luiz Carlos Maquera, atendidos pelo<br />
técnico Osmar Buratto, exibiam alto potencial<br />
produtivo, praticamente dentro das médias dos<br />
últimos anos. No entanto, em outra parte do município,<br />
como na saída para Bela Vista do Paraíso,<br />
a cultura foi bastante afetada pela falta de chuvas<br />
e os danos eram grandes. As primeiras colheitas<br />
nessa região tiveram médias de 50 a 100 sacas<br />
por alqueire (20,6 a 41,3/hectare).<br />
Na vizinha Rolândia, havia também lavouras<br />
em boas condições, como as conduzidas pelo<br />
produtor Sérgio Viúdes, morador em Cambé e<br />
que é atendido pelo técnico Marcos Zorzenon<br />
Alteia, da <strong>Cocamar</strong>. Ele cultiva 38 alqueires (91,9<br />
hectares), distribuídos por três lotes que ficam<br />
na Estrada São Pedro, Barra Grande e Estrada<br />
São Rafael.<br />
“Investimos bastante na correção do solo<br />
com calcário e vamos iniciar agora, na próxima<br />
safra, a aplicação de gesso. A lavoura recebe<br />
boro, também, até a fase de floração, com<br />
bons resultados”, disse Viúdes, que apostava<br />
em uma produtividade entre 140 e 150 sacas<br />
por alqueire (57,8 a 61,9/hectare).<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
25
Campos de sementes não têm perdas<br />
Paulo Gulhão e Luiz Vanderlei Galonetti tiveram médias de anos normais<br />
Nos dez mil hectares de campos de sementes<br />
que a <strong>Cocamar</strong> mantém na região norte do<br />
Paraná, a expectativa era de uma safra normal.<br />
A boa situação das lavouras foi constatada durante<br />
visita do <strong>Rally</strong> ao município de Nova Fátima,<br />
vizinho a São Sebastião da Amoreira, onde<br />
a cooperativa possui desde 2018 a sua Unidade<br />
de Beneficiamento de Sementes (UBSA informação<br />
era alentadora, já que a produção de sementes<br />
de soja no Sul do país foi bastante prejudicada<br />
pelo déficit hídrico que, nos últimos<br />
meses, tem prejudicado o Rio Grande do Sul e<br />
Santa Catarina, além do Paraná.<br />
Segundo o gerente da UBS, engenheiro agrônomo<br />
Diogo Amaral, o quadro era de normalidade<br />
de produção nos campos conduzidos pela<br />
cooperativa. Desse total, 70% das sementes são<br />
produzidas por cooperados e 30% por parceiros.<br />
“Teremos quantidade suficiente para atender a<br />
demanda dos nossos cooperados, que podem<br />
ficar tranquilos”, disse.<br />
Produtividade<br />
Entre os cooperados, a família Gulhão, em<br />
Nova Fátima, é a principal produtora de sementes<br />
para a cooperativa, com uma área de<br />
410 alqueires (992,2 hectares). Segundo Paulo,<br />
que trabalha ao lado do pai e dos irmãos Renato<br />
e Leandro, a previsão era manter a média<br />
dos últimos anos, entre 150 e 160 sacas por<br />
alqueire (62 a 66/hectare). “Nós trabalhamos<br />
sempre pensando em produtividade e nunca<br />
deixamos de fazer seguro”, afirma Paulo,<br />
mencionando que são utilizadas as melhores<br />
tecnologias, investindo-se na correção do solo<br />
mediante análise periódica, nutrição de raízes<br />
e folhas e aplicação de fungicidas nos momentos<br />
certos. A produção de sementes representa<br />
um ganho adicional de 10% em média para os<br />
agricultores.<br />
Ainda em Nova Fátima, o <strong>Rally</strong> visitou o cooperado<br />
Luiz Vanderlei Galonetti, que cultiva<br />
242 hectares, mas não é produtor de sementes.<br />
A exemplo dos Gulhão, sua estimativa era<br />
de uma produtividade dentro da média dos<br />
últimos anos. “As chuvas deste ano ficaram<br />
abaixo da média histórica, mas felizmente não<br />
faltou umidade”, citou o produtor. Como no<br />
inverno ele cultiva trigo, a cultura de verão é<br />
beneficiada pela palhada. A cobertura retém<br />
umidade por mais tempo e favorece o desenvolvimento<br />
das plantas.<br />
26 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
“Semente boa precisa<br />
ter vigor e germinação”<br />
A frase acima é do produtor Carlos Kojima, de Assaí,<br />
região de Londrina. Carlos e o sobrinho Willian<br />
estavam completando a semeadura da soja quando<br />
foram visitados pela equipe do <strong>Rally</strong>. Cooperados<br />
ligados à unidade local da <strong>Cocamar</strong>, ambos<br />
cultivam 130 alqueires (314,6 hectares) entre terras<br />
próprias e arrendadas.<br />
Assistidos pelo engenheiro agrônomo Leandro Kondo,<br />
da <strong>Cocamar</strong>, os Kojima fazem o que cabe a eles<br />
quando o assunto é profissionalismo e tecnologia: investem<br />
em insumos de qualidade, adotam boas práticas<br />
e trabalham com agricultura de precisão, atendidos<br />
pela filial da <strong>Cocamar</strong> Máquinas John Deere em<br />
Cornélio Procópio. Seus maquinários possuem piloto<br />
automático e sistema RTK (que possibilita o sinal para<br />
o acompanhamento remoto, por parte da concessionária)<br />
enquanto as plantadeiras fazem o corte de linha,<br />
ou seja, não remontam sementes).<br />
“Na hora de adquirir uma semente, somos muito cuidadosos”,<br />
diz Carlos.<br />
As sementes são oriundas da Unidade de Beneficiamento<br />
de Sementes (UBS) da <strong>Cocamar</strong> em São Sebastião<br />
da Amoreira, município daquela mesma região.<br />
Kojima: cuidado necessário na hora de<br />
escolher as sementes<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
27
Braquiária solteira<br />
cuida do solo<br />
e aumenta a<br />
produtividade<br />
da soja<br />
Como a braquiária solteira, cultivada nos meses<br />
de outono e inverno, pode contribuir para<br />
o aumento da produtividade da soja no verão?<br />
Em busca dessa resposta, a equipe do <strong>Rally</strong> esteve<br />
na Embrapa Soja em Londrina (PR), onde<br />
foi recebida por três pesquisadores: Júlio Franchini,<br />
Alvadi Balbinot e o chefe adjunto Adilson<br />
Oliveira Júnior.<br />
Por questões econômicas, nem todos os produtores<br />
admitem cultivar braquiária solteira no inverno,<br />
em detrimento de uma cultura comercial. Por<br />
isso, a orientação de Franchini é que isso seja feito<br />
em sistema de rotação, destinando a cada ano<br />
apenas uma parte das terras para essa finalidade.<br />
Numa parcela mantida na Embrapa Soja,<br />
onde no outono/inverno se fez o cultivo de braquiária<br />
solteira, o potencial de produtividade da<br />
soja, segundo o pesquisador, era de 180 sacas<br />
por alqueire (74,3 sacas/hectare), com incremento<br />
de 10% a 12% em relação a uma lavoura<br />
onde isto não foi feito.<br />
Mais raízes e palhada<br />
Franchini se baseou em um levantamento<br />
que levou em conta os resultados de seis safras.<br />
“Uma das principais vantagens da braquiária<br />
solteira é a maior produção de raízes e<br />
palhada”, afirmou, salientando que, na média<br />
por hectare, o cultivo resulta em 10 toneladas<br />
de matéria seca na superfície e 4 toneladas de<br />
raízes. Só para comparar, a cultura da soja deixa<br />
4 toneladas de palha seca na superfície e<br />
1,5 tonelada de raízes; o milho, 6 toneladas de<br />
palhada e 1,5 tonelada de raízes. “A diferença e<br />
o impacto são muito grandes”, disse.<br />
Como a palhada do milho deixa grande parte<br />
28 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Franchini considera<br />
um incremento de<br />
10 a 12% na soja<br />
do solo desprotegido, o mesmo<br />
fica exposto à radiação direta,<br />
havendo aumento considerável<br />
da temperatura da superfície<br />
(de 30ºC, em média, para mais<br />
de 60ºC) e maior incidência de<br />
ervas de difícil controle.<br />
Planejar<br />
Franchini comentou que como<br />
esse cenário de dificuldade climática<br />
veio para ficar, o produtor<br />
precisa adotar um planejamento,<br />
colocando a braquiária solteira<br />
em 20, 25 ou 30% da área, criando<br />
assim um ambiente muito melhor<br />
para a soja e com menos riscos<br />
de perda. “No longo prazo, há<br />
aumento de produtividade e rentabilidade<br />
quando se trabalha no<br />
sistema mais diversificado, caso<br />
da braquiária solteira.”<br />
O pesquisador lembrou, ainda,<br />
que alguns produtores costumam<br />
criar barreiras à adoção<br />
dessa prática, incluindo o consórcio<br />
milho e braquiária, argumentando<br />
que o capim favoreceria<br />
a infestação de nematoides. “O<br />
que a gente vê é justamente o<br />
contrário. Com o aumento da diversidade<br />
de espécies vegetais,<br />
aumenta a diversidade de microrganismos<br />
no solo, o que ajuda<br />
a controlar as populações de<br />
nematoide, de maneira a não<br />
causar danos à soja. Em resumo:<br />
as populações de nematoide<br />
são menores onde a braquiária<br />
está presente”, observou.<br />
Quanto a conservação do solo,<br />
o pesquisador lamentou estar<br />
havendo perda de qualidade no<br />
plantio direto, uma vez que parte<br />
dos produtores valoriza muito a<br />
parte operacional, em detrimento<br />
das curvas de nível, que são retiradas<br />
total ou parcialmente.<br />
Infiltração<br />
“A curva de nível tem um papel<br />
muito importante, que é reter a<br />
água que não infiltra no solo”, explicou,<br />
acrescentando: em sistemas<br />
padrão soja-milho, comuns<br />
na região norte do estado, a infiltração<br />
é de 30 milímetros por<br />
hora. “Quando você diversifica<br />
com a braquiária, ou planta ela<br />
solteira, a infiltração aumenta,<br />
tranquilamente, para 60 milímetros<br />
por hora, reduzindo assim a<br />
perda de água por escoamento,<br />
que vai ficar armazenada no<br />
solo.”<br />
A curva de nível é indispensável,<br />
também, para proteger de chuvas<br />
muito volumosas, lembrando<br />
que em outubro do ano passado<br />
as precipitações passaram de<br />
400 milímetros, muito acima da<br />
média, e observou-se que inúmeras<br />
propriedades tiveram sérios<br />
problemas com erosão.<br />
“A erosão causa um grande prejuízo,<br />
o produtor perde a camada<br />
mais fértil do solo e os danos<br />
são muito maiores que o ganho<br />
operacional”, disse Franchini, que<br />
completou: “Não podemos desvincular<br />
uma coisa da outra, temos<br />
que ter plantio direto com<br />
curva de nível e palhada para a<br />
qualidade física do solo. Não podemos<br />
retroceder”.<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
29
Fonseca: 145 sacas<br />
por alqueire<br />
Investindo na soja pela primeira vez<br />
No distrito da Warta, município de Londrina,<br />
o <strong>Rally</strong> visitou a propriedade da família Fonseca,<br />
que mantém tradição na pecuária leiteira<br />
e de corte, onde o cooperado Sérgio Fonseca<br />
conduz os negócios ao lado dos filhos Diogo e<br />
Maicon. Para diversificar as atividades com o<br />
objetivo, também, de aumentar a rentabilidade,<br />
eles investiram pela primeira vez no plantio<br />
de soja, em 24 alqueires (52,8 hectares), sob<br />
a orientação do agrônomo Silvio Munhon, da<br />
unidade local da <strong>Cocamar</strong>.<br />
Os Fonseca registraram a média de 145 sacas<br />
por alqueire (60 sacas/hectare), bem acima<br />
do que a grande maioria dos produtores<br />
obteve este ano no Paraná. Num talhão de 6<br />
alqueires, inclusive, a média foi de 173 sacas<br />
por alqueire (71,4/hectare). “Aqui praticamente<br />
não sentimos a falta de chuvas”, disse Diogo,<br />
salientando que embora sem experiência<br />
na cultura, eles se sentiram seguros com o<br />
apoio técnico prestado pela cooperativa.<br />
O gerente das unidades de Londrina e Warta,<br />
Ricardo Mendes, comentou que as primeiras<br />
colheitas na região apresentaram média<br />
de 112 sacas por alqueire (46,2/hectare), número<br />
que subiu um pouco com o decorrer dos<br />
trabalhos, pois as lavouras semeadas mais tardiamente<br />
estavam bem melhores.<br />
30 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Produtor<br />
aplica Viridian<br />
em toda<br />
a sua área<br />
Luiz Antônio dos<br />
Reis (Luisinho)<br />
Uma novidade, este ano, nas lavouras de soja<br />
do cooperado Luís Antônio dos Reis, de Bela<br />
Vista do Paraíso (PR).<br />
Luisinho, como é conhecido, está utilizando<br />
a linha completa de fertilizantes e adjuvantes<br />
Viridian, produzida pela <strong>Cocamar</strong> e antes que<br />
alguém fizesse qualquer pergunta, a resposta<br />
já estava na ponta da língua: “Eu confio na<br />
qualidade dos produtos da <strong>Cocamar</strong>, tanto<br />
que decidi usar na área toda”.<br />
Viridian é a marca de fertilizantes foliares e<br />
adjuvantes que a <strong>Cocamar</strong> começou a produzir<br />
em meados do ano passado no seu parque<br />
industrial em Maringá.<br />
Confiante<br />
O produtor, que cultiva 52 alqueires (125,8 hectares)<br />
com soja sob a orientação técnica do<br />
engenheiro agrônomo Josimar da Silva Mazucato,<br />
da unidade local da cooperativa, tem<br />
adotado boas práticas e disse investir na linha<br />
Viridian para garantir mais qualidade nutricional<br />
às lavouras. “Temos que evoluir e esse é<br />
mais um passo”, afirma.<br />
Consórcio<br />
Também sob a orientação da cooperativa,<br />
há quatro anos Luisinho vem fazendo consórcio<br />
milho x braquiária no inverno, como<br />
forma de melhorar o solo e o plantio direto<br />
no verão. Uma boa palhada de cobertura,<br />
entre outras vantagens, inibe o surgimento<br />
de ervas de difícil controle como a buva e<br />
o amargoso, e gera economia com herbicidas.<br />
Além disso, a palha protege o solo dos<br />
raios solares e preserva a umidade por mais<br />
tempo, o que beneficia o desenvolvimento<br />
da cultura.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
31
Boas surpresas no extremo noroeste<br />
Entre as regiões mais quentes do Paraná, o<br />
extremo noroeste, com seu solo de predominância<br />
arenosa, tem ainda a fama de receber<br />
baixos níveis de precipitação. Num período<br />
de prolongado déficit hídrico e temperaturas<br />
muito elevadas, como a do ciclo 2021/22, não<br />
poderia dar outra: as lavouras de soja refletiram<br />
as perdas acentuadas que foram comuns em<br />
grande parte do estado.<br />
De acordo com a <strong>Cocamar</strong>, que mantém unidades<br />
de atendimento em vários municípios<br />
do extremo noroeste, como Nova Londrina, as<br />
primeiras colheitas registraram uma média ao<br />
redor de 15 sacas por alqueire (6 sacas/hectare).<br />
Viável<br />
Isto, no entanto, não é uma regra geral: em diversas<br />
propriedades, o avanço de modernas<br />
estruturas de irrigação está viabilizando a agricultura,<br />
sem dizer que a adoção de práticas agrícolas<br />
que conseguem reter umidade no solo,<br />
também está fazendo a diferença.<br />
O <strong>Rally</strong> passou por Diamante do Norte, vizinho<br />
a Nova Londrina, e foi também a Guairaçá, perto<br />
de Paranavaí. No caminho, boas surpresas.<br />
A primeira delas em Diamante do Norte, onde<br />
o produtor e engenheiro agrônomo Luiz Noboru<br />
Ishikawa, que há dez anos cultivou as primeiras<br />
lavouras de soja na região, estava na expectativa<br />
de fazer uma colheita bastante razoável, diante<br />
das circunstâncias. Em 240 alqueires (580,8<br />
hectares), semeados no início de novembro, ele<br />
projetou uma média entre 100 e 120 sacas (41,6<br />
a 49,5/hectare).<br />
Rotação<br />
Noboru faz a rotação de soja com mandioca,<br />
cultivada em 25 alqueires (60,5 hectares). Após o<br />
ciclo dessa cultura, que leva dois anos, ele entra<br />
com a oleaginosa por seis a oito anos seguidos<br />
- seus solos apresentam 30% de teor de argila.<br />
“Faço uma calagem profunda e, no inverno,<br />
adoto o consórcio milho e braquiária”, afirma,<br />
enfatizando ser indispensável proteger o solo<br />
das altas temperaturas, o que ajuda também a<br />
preservar a umidade.<br />
Já as variedades de soja preferidas, são as<br />
de ciclo longo. “Se durante uma chuva, a água<br />
não escorrer, é porque está sendo absorvida”,<br />
comenta o produtor, lembrando que a “caixa<br />
d’´água” precisa estar cheia. “Com a rotação, tenho<br />
menor custo operacional e maior estabilidade<br />
financeira”, resume.<br />
Irrigação<br />
A produtividade que estava sendo esperada por<br />
Noboru era a mesma de uma lavoura irrigada<br />
situada nas imediações, há três anos com pivô<br />
central. Na primeira, de soja, do ciclo 2020/21, foram<br />
135 sacas de média (55,7/hectare); e, na segunda,<br />
de milho, a média chegou a 300 sacas<br />
por alqueire (123,9/hectare) onde as geadas não<br />
32 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Luiz Noboru e Flávio Penteado: cada qual com seu jeito de produzir<br />
causaram danos.<br />
“O investimento em irrigação é um grande<br />
negócio e, se o clima for favorável, ele se paga<br />
em três anos”, afirma o produtor Murilo Tagliatti,<br />
acrescentando: em uma lavoura irrigada de soja<br />
não é exagero falar em 180 sacas por alqueire<br />
(74,3/hectare). Por outro lado, como o milho de<br />
inverno é cultivado em consórcio com braquiária,<br />
após a colheita do cereal a área ainda vai servir,<br />
por algum tempo, de pastagem para o gado.<br />
Noboru e Tagliati são assistidos tecnicamente<br />
pelo engenheiro agrônomo Wilhian Fogasse,<br />
da <strong>Cocamar</strong>. Segundo Fogasse, só a água não é<br />
garantia de boa produtividade: “o produtor precisa<br />
fazer um manejo bem feito”.<br />
Uma tendência<br />
Investir em irrigação parece, mesmo, ser uma<br />
tendência no extremo noroeste. Os irmãos Flávio<br />
e João Penteado, que se dedicam à produção<br />
de leite de rebanho Jersey em Guairaçá,<br />
perto de Paranavaí, se preparam para cultivar<br />
soja em uma fazenda no município de Planaltina<br />
do Paraná, onde o proprietário adquiriu<br />
dois pivôs centrais para cobrir uma área de 80<br />
alqueires (193,6 hectares).<br />
Com umidade garantida, os irmãos planejam<br />
semear soja bem cedo, a partir de 15/9, fazendo<br />
a colheita em dezembro e iniciando a semeadura<br />
de milho de inverno em consórcio com a<br />
braquiária. Assim, eles esperam colher o milho<br />
entre abril e maio, antes do frio mais intenso, e<br />
explorar a braquiária.<br />
Feno<br />
Reside aí outra surpresa, encontrada pelo <strong>Rally</strong>:<br />
os Penteado são especialistas na produção de<br />
feno. Em média, eles colhem 30 fardos de 500<br />
quilos cada, por alqueire (12,3 fardos/hectare),<br />
fazendo oito colheitas ao longo do ano. O feno<br />
atende a própria demanda, é fornecido para vários<br />
clientes e já começa a ser exportado para<br />
Dubai.<br />
“Além do bom atendimento, a <strong>Cocamar</strong> é bastante<br />
competitiva nas cotações”, afirma Flávio,<br />
explicando porque tem preferido fazer seus negócios<br />
na cooperativa.<br />
“O extremo noroeste apresenta grande potencial<br />
para se desenvolver, sendo muito propício à<br />
implantação de projetos irrigados, pois água é o<br />
que não falta”, comenta o gerente da unidade<br />
da <strong>Cocamar</strong> em Nova Londrina, Fábio Assis.<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
33
34 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
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BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
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35
Solo arenoso não admite improvisos<br />
Região de solo arenoso e clima quente, o<br />
noroeste do Paraná não é lugar para quem<br />
se aventura a plantar soja sem um assessoramento<br />
técnico especializado. Se em períodos<br />
de clima normal o cultivo, por ser desafiador,<br />
requer a aplicação de tecnologias<br />
apropriadas e orientação técnica, o que dirá<br />
em meio a uma severa estiagem como a que<br />
assolou o estado na safra de verão 2021/22?<br />
Em busca dessa resposta, o <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />
de Produtividade visitou os municípios de<br />
Umuarama, Maria Helena e Tuneiras do Oeste,<br />
onde a soja expandiu-se nos últimos anos,<br />
impulsionada em parte por arrendatários de<br />
outras regiões. A equipe foi acompanhada<br />
pelo engenheiro agrônomo Dr. Rodrigo Sakurada,<br />
gerente técnico da <strong>Cocamar</strong>.<br />
“A gente vê de tudoNós temos os mais variados<br />
cenários”, avisou o engenheiro agrônomo<br />
Tiago Nascimento, da unidade local da cooperativa<br />
em Umuarama. O mesmo cenário se<br />
percebeu nos outros dois municípios.<br />
A primeira lavoura que se avistou às margens<br />
de uma estrada rural, entre Umuarama e Perobal,<br />
era exemplo claro do que não se deve fazerde<br />
um erro recorrente no manejo do sistema.<br />
O proprietário gradeou as terraso solo e antes<br />
de as sementes germinarem, o local recebeu<br />
chuvas que “selaram” a camada superficial do<br />
solo e levaram ao processo erosivoalém de gerar<br />
um aprofundamento da semente. O resultado<br />
é que a soja apresentou muitas falhas e, com a<br />
estiagem, não se desenvolveu. Além disso, foi<br />
recomendado ao produtor o manejo de ervas<br />
daninhas na fase pré-plantiosemeadura, o que<br />
ele deixou de fazer.<br />
Em Tuneiras do Oeste, a equipe encontrou lavouras<br />
de soja perdidas no meio de grandes populações<br />
de buva, uma erva de difícil controle.<br />
Foi comum também, no geral, ver lavouras<br />
36 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
morrendo por escaldadura, ou seja, como não<br />
havia nenhum tipo de proteção do solo, elas<br />
não resistiam às altas temperaturas do solo,<br />
provocadas pela exposição ao sol. As lavouras<br />
cresceram pouco e perderam as folhas do<br />
“baixeiro” – que definem a produtividade. No<br />
momento mais crítico, de floração e em início<br />
de enchimento de grãos, a umidade não podia<br />
faltar.<br />
Em resumo, verificou-se que princípios básicos<br />
para cultivar o arenito foram deixados<br />
de lado em algumas regiões percorridas pelo<br />
<strong>Rally</strong>: nesse solo altamente vulnerável é muito<br />
arriscado, de acordo com os técnicos, semear<br />
uma cultura sem a devida camada de palha,<br />
que vai proteger da erosão, da elevada temperatura<br />
da superfície do solo e preservar a umidade<br />
por mais tempo após a chuva.<br />
“A perda de potencial produtivo era bem visível<br />
em algumas áreas”, avaliou o gerente técnico<br />
Rodrigo Sakurada. Segundo ele, anos assim<br />
acabam promovendo uma “seleção natural”<br />
dos produtores, pois em muitos casos, práticas<br />
conservacionistas sustentáveis tendem a tolerar<br />
melhor as adversidades impostas pelo tempo.<br />
E, como foi possível verificar, na região do arenito<br />
estas diferenças eram mais aparentes. Da<br />
mesma forma, arrendatários que fizeram concorrência<br />
por terras e inflacionaram o mercado,<br />
não tiveram como honrar seus compromissos.<br />
Sakurada (esq.): em<br />
algumas regiões,<br />
cuidados básicos foram<br />
deixados de lado<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
37
Programa de renovação de canaviais<br />
é caminho para quem quer crescer<br />
Aos 36 anos, o cooperado Douglas Chiconato,<br />
de Cambé (PR), onde ele e o pai José Carlos<br />
cultivam grãos em cerca de 200 hectares, dos<br />
quais 10% próprios, é exemplo de produtor que<br />
cresce aproveitando as oportunidades oferecidas<br />
pela <strong>Cocamar</strong>. Suas lavouras naquele município<br />
e na vizinha Rolândia são conduzidas<br />
sob a orientação técnica da cooperativa e apresentam<br />
boas médias de produtividade.<br />
O grande salto de crescimento do produtor,<br />
entretanto, se deu a partir de 2019, quando Douglas<br />
foi convidado pela <strong>Cocamar</strong> a participar do<br />
projeto piloto do programa de renovação de canaviais<br />
mantido em parceria com a usina Cocal<br />
no Pontal do Paranapanema, oeste paulista. Ele<br />
fez parte de um grupo de 21 cooperados que<br />
aceitou encarar o desafio de produzir soja numa<br />
área de 5,1 mil hectares arrendada pela cooperativa<br />
junto àquela companhia.<br />
“Eu já tinha alguma experiência em lidar com<br />
solos arenosos e fui em frente”, diz. Por isso, não<br />
deu ouvidos a alguns produtores que, na época,<br />
tentaram desestimulá-lo, sob o argumento de<br />
que no abafado oeste de São Paulo a cultura da<br />
soja seria inviável.<br />
Sucesso<br />
Três anos depois, na safra de soja 2021/22, Douglas<br />
falou da própria trajetória na região para<br />
demonstrar o sucesso do programa conduzido<br />
pela <strong>Cocamar</strong> e também para ressaltar que o<br />
oeste paulista é, sim, um lugar para quem quer<br />
crescer.<br />
Nesse curto período, o produtor conseguiu<br />
ampliar de forma considerável as áreas que ele<br />
e o pai plantam com soja: além dos cerca de<br />
200 hectares em Cambé e Rolândia, foram cultivados<br />
aproximadamente outros 400 no município<br />
de Nantes (SP) – quase na divisa entre os<br />
dois estados e distante apenas 130 quilômetros<br />
de Cambé.<br />
Melhor que no PR - “Para mim, é um sonho<br />
que estamos conseguindo realizar”, afirma<br />
Douglas, referindo-se ao crescimento, salientando<br />
que neste ano, por causa dos problemas<br />
climáticos ocorridos no Paraná, a rentabilidade<br />
está sendo maior nas áreas do programa.<br />
Enquanto em Cambé e Rolândia a expecta-<br />
38 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
São 28,8 mil<br />
hectares mantidos<br />
em parceria com<br />
três usinas<br />
Chiconato produziu soja em Cambé (PR) e Nantes (SP)<br />
tiva era de uma produtividade<br />
de 45 sacas de soja por hectare,<br />
em Nantes a média esperada<br />
era maior, por volta de 50<br />
sacas. Mas como nas áreas do<br />
programa o custo com arrendamento<br />
é bem menor em<br />
comparação ao praticado no<br />
Paraná, o resultado final acaba<br />
sendo superior.<br />
Crescer<br />
“Sempre tivemos rentabilidade<br />
com a participação no programa”,<br />
comenta o cooperado,<br />
que a cada ano tem aumentado<br />
suas áreas em pelo menos<br />
30%, “e nosso objetivo é continuar<br />
expandindo”.<br />
O produtor conta que, por<br />
enquanto, vem reinvestindo<br />
tudo na modernização do parque<br />
de maquinários, visando<br />
a ter estrutura para suportar<br />
o seu ritmo de crescimento. E<br />
que, como estratégia para produzir<br />
bem, o melhor é realizar<br />
o plantio um pouco mais tarde,<br />
entre o final de outubro e início<br />
de novembro, a exemplo do<br />
que fez neste ciclo.<br />
Foco<br />
Para o engenheiro agrônomo<br />
César Nardi, da <strong>Cocamar</strong>, que<br />
assiste tecnicamente o cooperado<br />
Douglas Chiconato, o sucesso<br />
dos produtores no programa<br />
está diretamente relacionado<br />
à forma como eles conduzem<br />
suas lavouras. “É preciso que o<br />
foco e a atenção sejam os mesmos<br />
dados às suas terras, fazendo<br />
as aplicações, por exemplo,<br />
nos momentos certos.”<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
O gerente de negócios da <strong>Cocamar</strong>,<br />
Marco Antônio de Paula, que<br />
idealizou e responde desde o início<br />
pela coordenação do programa de<br />
renovação de áreas de canaviais,<br />
informa que foram cultivados 28,8<br />
mil hectares com soja no Pontal<br />
do Paranapanema, em parceria<br />
com três usinas.<br />
Do total da área, ao menos 30%<br />
de lavouras apresentaram desenvolvimento<br />
satisfatório, com<br />
previsão de produtividade de 50<br />
sacas por hectare ou acima desse<br />
patamar. Nos 70% restantes, as<br />
médias ficaram um pouco abaixo,<br />
como reflexo dos períodos de<br />
estiagem.<br />
Produção<br />
De qualquer forma, o programa<br />
deve resultar na originação de 55<br />
mil toneladas de soja, montante<br />
que, somado à comercialização de<br />
insumos, gera uma movimentação<br />
financeira superior a 230 milhões<br />
de reais.<br />
A <strong>Cocamar</strong> coordena o arrendamento<br />
com as usinas, presta orientação<br />
técnica aos produtores, fornece<br />
os insumos e recebe as safras em<br />
suas unidades de Mirante do Paranapanema,<br />
Iepê e Cruzália.<br />
“Neste ano, o programa representou<br />
a salvação para muitos<br />
produtores que não conseguiram<br />
boas médias no Paraná”,<br />
observa de Paula, mencionando<br />
ainda que a realização se reflete<br />
positivamente na economia de<br />
diversos municípios paulistas.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
39
Novas ferramentas digitais<br />
avançam nas regiões da <strong>Cocamar</strong><br />
O emprego de novas ferramentas para auxiliar o produtor em seu trabalho<br />
vem sendo intensificado pela <strong>Cocamar</strong><br />
Cooperativa estruturou serviço próprio<br />
Um deles é a pulverização das lavouras<br />
com drones, serviço esse fornecido pela<br />
própria cooperativa, que investiu ainda<br />
no final do ano passado na aquisição de<br />
três equipamentos – sendo um deles<br />
específico para realizar o mapeamento<br />
das áreas – e na preparação de uma<br />
equipe especializada.<br />
O outro é a estruturação de uma rede<br />
de 28 estações climatológicas, no Para-<br />
São 3 equipamentos, dos quais dois para<br />
pulverização é um para mapeamento<br />
40 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
ná, para a geração de dados<br />
de alta confiabilidade a respeito<br />
de prognósticos meteorológicos<br />
e de ataques de<br />
doenças, que vem sendo consolidada<br />
nesta safra de inverno<br />
2022.<br />
Uma das estações foi instalada em Ivatuba, na propriedade da<br />
família Celestino<br />
Grande procura<br />
De acordo com o coordenador<br />
de Agricultura Digital,<br />
engenheiro agrônomo Vítor<br />
Palaro, os drones começaram<br />
a ser disponibilizados para<br />
agendamento aos produtores<br />
no mês de janeiro e, desde<br />
então, já foram mais de 700<br />
hectares de lavouras diversas,<br />
principalmente de soja e<br />
milho, manejadas com essa<br />
tecnologia. “A procura está<br />
sendo tão grande que temos<br />
a agenda completa com um<br />
mês de antecedência”, afirma<br />
Palaro. No momento, a maior<br />
demanda é por aplicação de<br />
fungicidas no milho – com a<br />
vantagem de que o drone, ao<br />
contrário das máquinas, não<br />
amassa as plantas, não consome<br />
combustível, não tem limitação<br />
topográfica, pode ser<br />
acionado mesmo após uma<br />
chuva e, como voa a 2m de altura<br />
da lavoura, tolera ventos<br />
de até 15 quilômetros horários.<br />
Um hectare é percorrido<br />
em 15 minutos.<br />
Quanto às estações climatológicas,<br />
além de oferecerem<br />
um confiável índice de previsibilidade<br />
de precipitações<br />
de 90% em prognósticos com<br />
até 72 horas, os equipamentos<br />
– fabricados pela empresa<br />
Metos Brasil e distribuídos<br />
inicialmente por 28 municípios<br />
- contêm algumas outras<br />
funções destinadas a orientar<br />
os produtores na sua tomada<br />
de decisão, como alertas<br />
sobre o risco de ocorrência<br />
de enfermidades nas culturas<br />
em determinadas regiões,<br />
tendo como base a soma de<br />
informações de temperatura<br />
e umidade; e indicativos<br />
apontando, eventualmente, a<br />
existência de condições ideais<br />
para a realização de tratamentos<br />
fitossanitários.<br />
Assertividade<br />
São 17 unidades-piloto, no<br />
total, que foram submetidas<br />
a uma fase de testes e experimentos<br />
nos últimos meses,<br />
em que o pessoal técnico de<br />
cada uma fez a divulgação<br />
do novo serviço junto aos cooperados<br />
e procurou conhecer<br />
suas opiniões. “Em busca<br />
de maior assertividade, nosso<br />
objetivo é, com o tempo, ampliar<br />
o número de estações<br />
climatológicas”, afirma o coordenador,<br />
lembrando que a<br />
rede está conectada e os produtores<br />
devem habituar-se<br />
aos seus relatórios como uma<br />
ferramenta para aprimorar a<br />
gestão.<br />
Pragas<br />
Palaro acrescenta ainda que<br />
em parceria com a Metos Brasil<br />
foi acoplada uma nova função<br />
na estação climatológica mantida<br />
na Unidade de Difusão Tecnologias<br />
(UDT) da cooperativa<br />
em Floresta, região de Maringá.<br />
Trata-se de uma armadilha<br />
para detecção em níveis altamente<br />
assertivos de pragas nas<br />
principais lavouras, cujos relatórios<br />
vão permitir que os produtores<br />
agilizem o controle.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
41
Em Assaí, uma Escola técnica<br />
capacita filhos de produtores<br />
Fundada há sete anos em Assaí,<br />
município de 14 mil habitantes<br />
da região metropolitana<br />
de Londrina, no norte do<br />
Paraná, uma escola técnica<br />
mostra ser possível, por meio<br />
de parcerias público-privadas,<br />
preparar os filhos de produtores<br />
rurais para que participem<br />
da gestão dos negócios<br />
familiares e, no futuro, sejam<br />
superadas de forma mais natural<br />
eventuais dificuldades<br />
no processo sucessório.<br />
Com cerca de 800 alunos,<br />
dos quais 50% ligados à agricultura<br />
em oito municípios<br />
da região, o Centro Estadual<br />
de Educação Profissional Maria<br />
Lydia Cescato Bomtempo<br />
oferece cinco cursos de ensino<br />
médio, sendo o de Agronegócio<br />
o carro-chefe, reunindo<br />
350 estudantes em turmas<br />
pela manhã e à noite.<br />
Empreender<br />
Sob o lema “empreendedorismo<br />
e inovação na educação”, a<br />
escola mantém parcerias com<br />
o Serviço Brasileiro de Apoio<br />
às Micro e Pequenas Empresas<br />
(Sebrae) e organizações<br />
como a <strong>Cocamar</strong> Cooperativa<br />
Agroindustrial, conforme explica<br />
o diretor Aquiles Fernandes.<br />
“Buscamos despertar o empreendedorismo<br />
entre os alunos”,<br />
pontua, salientando que,<br />
com o Sebrae, a instituição obteve<br />
um salto de qualidade, sin-<br />
Instituição tem cerca de 800 alunos<br />
tonizada à realidade regional,<br />
essencialmente agrícola, e apta<br />
a atender uma de suas principais<br />
demandas: a capacitação.<br />
Em suma, quem se matricula<br />
em Agronegócio tem como<br />
objetivo qualificar-se para o<br />
mercado de trabalho, chegar a<br />
uma universidade ou ajudar a<br />
família a desenvolver o seu negócio,<br />
o que tem sido bastante<br />
comum. Para isso, os estudos<br />
contemplam gestão e administração<br />
rural, toda a cadeia<br />
produtiva vegetal e animal,<br />
marketing e outras disciplinas<br />
afins. São três anos de duração<br />
do curso, pela manhã, com estudantes<br />
da faixa entre 14 a 18<br />
anos, e um ano e meio à noite,<br />
com alunos de 18 a 65 anos.<br />
“Temos vários produtores frequentando<br />
as aulas no horário<br />
noturno”, observa Fernandes.<br />
Hackathons<br />
Para a instituição, parcerias<br />
como a <strong>Cocamar</strong> não são apenas<br />
para que os alunos encontrem,<br />
futuramente, oportunidades<br />
de trabalho. Com a<br />
cooperativa já foram promovidas<br />
duas edições de hackathons,<br />
maratonas em que grupos<br />
de estudantes, utilizando<br />
recursos digitais, competiram<br />
sob o desafio de apresentar soluções<br />
para aprimorar o atendimento<br />
aos produtores.<br />
Além disso, uma visita em<br />
2019 de professores e alunos<br />
à sede da <strong>Cocamar</strong> em Ma-<br />
42 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Modernizar<br />
a gestão na<br />
propriedade<br />
Família recebeu dirigentes da escola, da <strong>Cocamar</strong> e equipe do <strong>Rally</strong><br />
ringá, acabou resultando na<br />
criação de um espaço de inovação<br />
dentro da escola, chamado<br />
de FabLab. “Nosso interesse<br />
é estreitar cada vez mais<br />
os laços com a instituição pela<br />
sua importância para o desenvolvimento<br />
das famílias de<br />
produtores da região”, afirma<br />
o gerente da unidade local da<br />
cooperativa, Gustavo Ferreira.<br />
Em destaque<br />
“Queremos ser desafiados,<br />
isto nos motiva”, frisa o diretor,<br />
lembrando que a escola tem<br />
tradição de participar de hackathons<br />
durante a ExpoLondrina,<br />
uma das principais feiras<br />
agropecuárias do país, sempre<br />
conquistando premiações. A<br />
instituição, a propósito, é uma<br />
das realizadoras da Expotec,<br />
exposição tecnológica anual<br />
de Assaí, já programada para<br />
os dias 28 e 29 de outubro, em<br />
que são apresentados projetos<br />
inovadores desenvolvidos pelos<br />
alunos. Há alguns anos, os<br />
visitantes da Expotec conheceram,<br />
entre vários outras inovações,<br />
uma cadeira de rodas<br />
movida por voz e uma estufa<br />
cujas operações eram acionadas<br />
pelo celular.<br />
Trabalho social<br />
Entre outras atividades, com<br />
sua tecnologia, por contar com<br />
uma impressora 3D, a escola<br />
se prestou, ainda, a realizar um<br />
trabalho social durante os momentos<br />
mais críticos da pandemia<br />
em 2020 e 2021, em que<br />
imprimiu e forneceu a entidades<br />
de Londrina, a 45 quilômetros,<br />
700 “máscaras-escudo”.<br />
Além de Agronegócio, o<br />
Centro Estadual de Educação<br />
Profissional Maria Lydia<br />
Cescato Bomtempo mantém<br />
os cursos de Eletroeletrônica,<br />
Edificações, Mecânica Industrial<br />
e, mais recentemente,<br />
passou a contar também com<br />
Desenvolvimento de Sistemas.<br />
Para 2023 está previsto o<br />
início de Agroecologia.<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
Duas estudantes do último<br />
ano de Agronegócio,<br />
Natasha Akemi e Giovana<br />
Rodrigues Borges, ambas<br />
de 17 anos, residem na propriedade<br />
rural com suas famílias,<br />
estão se preparando<br />
para ingressar na universidade<br />
e, ao mesmo tempo,<br />
se capacitando para começar<br />
a ajudá-las na gestão.<br />
“Meu objetivo é apoiar minha<br />
família a se desenvolver<br />
na atividade, pois são muitos<br />
os desafios”, diz Akemi.<br />
Um desses desafios é o<br />
avanço da digitalização na<br />
agricultura, que requer o<br />
constante aprimoramento<br />
dos produtores para lidar,<br />
por exemplo, com os maquinários.<br />
Giovana é uma<br />
das três filhas do casal Márcio<br />
e Josy, produtores de<br />
soja, milho e trigo numa<br />
área de 85 hectares em Assaí.<br />
Márcio diz apostar nos<br />
estudos que a filha vem<br />
fazendo na escola técnica,<br />
para ajudar a ele e a esposa<br />
a se manterem atualizados<br />
a respeito dessa nova<br />
linguagem que se impõe<br />
rapidamente no campo, a<br />
partir das ferramentas digitais,<br />
que os jovens têm<br />
mais facilidade em assimilar<br />
e utilizar. “O curso técnico<br />
nos capacita justamente<br />
para isso”, afirma Giovana.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
43
Família Manetti adota<br />
mentalidade empresarial<br />
Duas irmãs que até pouco tempo não tinham<br />
afinidade com a agricultura são agora gestoras<br />
bem-sucedidas, sob a supervisão da mãe,<br />
em uma propriedade rural de 242 hectares<br />
no município de Doutor Camargo, a 30km de<br />
Maringá, onde produzem soja e milho.<br />
Há alguns anos, o produtor Aristides Manetti,<br />
marido de dona Elena e pai de Liliana e Ludmila,<br />
foi diagnosticado com alzheimer e as<br />
atividades passam a ser geridas pela família.<br />
Se a mãe já estava, de alguma forma, preparada<br />
para cuidar das finanças, pois há anos já<br />
ajudava o marido no pagamento das contas<br />
da propriedade, as duas filhas haviam seguido<br />
profissões urbanas e não tinham planos<br />
de se dedicarem à agricultura. Liliane e Ludmila<br />
são graduadas, respectivamente, em<br />
farmácia e odontologia.<br />
Um ponto a favor delas é que desde o primeiro<br />
momento puderam contar com o<br />
apoio do funcionário Antônio Carlos Cardoso,<br />
o Carlinhos, que há três décadas presta serviços<br />
à família, e também de Júnior, um sobrinho<br />
dele. Ambos se encarregam das tarefas<br />
operacionais.<br />
Faltava o conhecimento técnico sobre a<br />
condução das culturas e, por uns tempos, a<br />
família se utilizou de revendas, cita Liliana.<br />
“Queríamos gerir a propriedade como uma<br />
empresa, fazê-la produzir, e isto não seria<br />
possível apenas recorrendo àquelas empresas”,<br />
comenta.<br />
Safratec<br />
As irmãs ficaram, então, sabendo da realização<br />
de uma das edições do Safratec, promovida<br />
pela <strong>Cocamar</strong> em sua Unidade de Difusão<br />
de Tecnologias (UDT), em Floresta. Lá,<br />
entraram em contato com técnicos da cooperativa,<br />
que passaram a prestar-lhes orientação<br />
especializada.<br />
Foi assim que tudo começou. Hoje, a propriedade<br />
é um exemplo do que um trabalho<br />
bem conduzido pode fazer. A família<br />
Manetti aderiu ao Grupo Mais, criado pela<br />
cooperativa para atender cooperados que<br />
desejam investir em uma assistência técnica<br />
mais ampla, e conta também com o<br />
acompanhamento técnico do agrônomo da<br />
unidade da <strong>Cocamar</strong> em Doutor Camargo,<br />
Fernando Smith.<br />
Planejamento<br />
O engenheiro agrônomo José Eduardo Marcon,<br />
que coordena o Grupo Mais e presta atendimento<br />
à família, comenta que as proprietárias<br />
se dispuseram a seguir um planejamento<br />
que prevê investir na qualidade do solo e em<br />
modernas tecnologias de produção.<br />
Elas já substituíram os maquinários, que<br />
eram antigos, para começar a trabalhar com<br />
agricultura de precisão. “O importante é que<br />
elas procuram seguir todas as nossas recomendações”,<br />
afirma Smith.<br />
“Como não dominamos a parte técnica,<br />
trabalhamos como empresárias e nos cercamos<br />
de profissionais especializados”, comenta<br />
Liliana, afirmando estar satisfeita com os<br />
resultados que vêm sendo obtidos. Todas as<br />
decisões são tomadas em reuniões com a<br />
anuência da mãe.<br />
Médias maiores<br />
Um demonstrativo de que elas estão no caminho<br />
certo é a produtividade obtida na<br />
safra de soja 2020/21, ao redor de 145 sacas<br />
por alqueire (59,9/hectare), sendo que historicamente<br />
a média se situava ao redor de<br />
130 sacas (53,7/hectare). Em anos anteriores,<br />
já haviam sido registradas colheitas em vo-<br />
44 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Irmãs Liliana e<br />
Ludmila com a<br />
mãe Elena<br />
lumes maiores, também, no cultivo de milho. No ciclo<br />
2021/22, a exemplo do que aconteceu em toda a região,<br />
a produtividade foi bastante afetada pelas adversidades<br />
climáticas.<br />
“Temos potencial para crescer”, observa Ludmila, dizendo<br />
que se antes ela e a irmã ficavam apreensivas<br />
diante do desafio de fazer a propriedade produzir, hoje<br />
estão tranquilas e confiantes no assessoramento prestado<br />
pela <strong>Cocamar</strong>.<br />
Veja a reportagem em vídeo<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
45
Família de Palmital cresce tendo<br />
a <strong>Cocamar</strong> como parceira<br />
Conduzir a atividade como uma empresa, com planejamento,<br />
participação cooperativista e atenção à<br />
melhoria de cada detalhe, é o caminho que a família<br />
Frandsen, de Palmital (SP), percorre para crescer.<br />
Fred é técnico agrícola e tem formação em administração<br />
de empresas. Ambos cultivam 85 alqueires<br />
(205 hectares) entre terras próximas e arrendadas,<br />
onde produzem soja e milho. Nos últimos cinco<br />
anos, a média de produtividade de soja foi de 149 sacas<br />
por alqueire (61,5/hectare), enquanto a do milho<br />
ficou em 200 sacas/alqueire (91/hectare).<br />
Os Frandsen contam que se mantêm com o<br />
faturamento da safra de inverno, de maneira que<br />
fazem da soja uma poupança. Os insumos são<br />
adquiridos com bastante antecipação na cooperativa,<br />
estabelecendo um custo médio competitivo<br />
que vai sendo travado quando surgem oportunidades.<br />
“Todas as contas do milho são pagas<br />
com o próprio milho, assim como as contas da<br />
soja são pagas com a própria soja”, comenta Fred,<br />
explicando que as planilhas não se misturam.<br />
Os maquinários – em sua maioria John Deere -<br />
são otimizados de maneira a garantir a maior eficácia<br />
possível no plantio, sendo os serviços desta<br />
safra completados em 5 dias na primeira quinzena<br />
de outubro.<br />
Muito organizados, os Frandsen preferem colher<br />
toda a safra de verão e só a seguir iniciar a<br />
semeadura de inverno, não sendo necessário recorrer<br />
a trabalhadores extras, uma mão de obra<br />
cada vez mais cara e escassa.<br />
As análises de solo são feitas todos os anos, realizando-se<br />
a aplicação de calcário e gesso, mas a<br />
família começa a investir em agricultura de precisão<br />
e a primeira zona de manejo foi implantada<br />
nesta safra. O próximo passo é investir em uma<br />
plantadeira com taxa variável e como eles trabalham<br />
com terras próprias e arrendadas, cada<br />
investimento precisa estar lastreado na aquisição<br />
de terras, assegurando produção futura para fazer<br />
frente ao desembolso.<br />
Assistidos pelo engenheiro agrônomo Fábio<br />
Gavino Mendes, os Frandsen são cooperados<br />
Fred e o pai Roberto: participação cooperativista<br />
e muita organização<br />
100% <strong>Cocamar</strong>, cooperativa que, segundo Fred,<br />
“apresenta um modelo muito bom, que oferece<br />
segurança aos produtores”. O armazenamento<br />
da safra por determinado período sem cobrança<br />
de taxas é destacado como um importante<br />
benefício, sem falar da liquidez quando se pretende<br />
comercializar. Enquanto a concorrência<br />
geralmente impõe um prazo para efetuar o pagamento,<br />
na <strong>Cocamar</strong> o dinheiro sai no mesmo<br />
dia e Fred lembra que nem precisa ir à unidade,<br />
fazendo suas fixações pelo aplicativo.<br />
Por outro lado, todos os insumos são adquiridos<br />
na cooperativa, evitando assim a “picadeira” (na<br />
definição do produtor), algo nem sempre eficaz,<br />
pois o produtor pode se atrapalhar nas quantidades<br />
e nos vencimentos. “Comprar oportunidades<br />
nem sempre é um bom negócio”, diz.<br />
O agrônomo Fábio observa que Fred e o pai estão<br />
sempre interessados em novas práticas e tecnologias,<br />
e mesmo com toda experiência e conhecimento,<br />
eles procuram seguir às recomendações técnicas.<br />
Para o gerente da unidade da <strong>Cocamar</strong> em Palmital,<br />
Natan Borges, a família Frandsen “segue<br />
um projeto de crescimento com gestão apurada<br />
e em parceria com a cooperativa, que está consolidada<br />
como a melhor opção para os produtores<br />
do município e região”, onde detém 60% de participação<br />
de mercado.<br />
46 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Presença de abelhas faz bem ao meio ambiente<br />
Estimular a presença de abelhas<br />
na propriedade faz bem para o<br />
meio ambiente e o bolso do produtor.<br />
Foi para conhecer uma<br />
iniciativa exemplar nesse sentido<br />
que o <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade<br />
esteve no dia no Sítio<br />
Águas Claras em Paranavaí, noroeste<br />
paranaense, onde em 30<br />
alqueires (72,6 hectares) a família<br />
Miranda mantém pomares de<br />
laranja e floresta de eucaliptos.<br />
O incentivo à apicultura está<br />
sendo feito pela <strong>Cocamar</strong> por<br />
meio do projeto Florada Consciente,<br />
implementado em parceria<br />
com a Cooperativa de Produtores<br />
do Comércio Solidário<br />
(Coopsoli) e prevê desenvolver<br />
a produção sustentável de laranjas.<br />
O objetivo é fomentar a<br />
criação de abelhas com a adoção<br />
de práticas de convivência,<br />
sendo a citricultura uma das atividades<br />
mais beneficiadas pela<br />
polinização. Estudos apontam<br />
que em sistemas bem conduzidos,<br />
a produtividade pode ser<br />
35% maior.<br />
Altamente produtivo<br />
No Sítio Águas Claras, a alta produtividade<br />
está a olhos vistos. A<br />
média varia de 2,5 a 3 caixas de<br />
40,8kg por planta, bem acima<br />
quando se compara com a média<br />
nacional de 1,5 caixa/planta.<br />
O produtor Nestor Miranda<br />
Filho conta que adquiriu a propriedade<br />
há doze anos e, desde<br />
então, em companhia da esposa<br />
Clemência e da filha Cristiane,<br />
que é bióloga e tecnóloga<br />
ambiental, tem procurado<br />
avançar na criação de abelhas.<br />
A família Miranda recepcionou a equipe do <strong>Rally</strong> no Sítio Águas Claras<br />
“Começamos devagar e fomos<br />
gostando”, diz. Além da espécie<br />
europeia, cujas caixas foram<br />
instaladas junto a mata ciliar, há<br />
também as nativas, sem ferrão,<br />
igualmente importantes para<br />
a polinização, que se aninham<br />
em pequenas caixas colocadas<br />
próximas à casa. A propriedade<br />
pode ser chamada de “pasto<br />
apícola”, com grande variedade<br />
de frutíferas e árvores que florescem<br />
o ano inteiro.<br />
A engenheira agrônoma Nayara<br />
Nascimento Souza, da unidade<br />
da <strong>Cocamar</strong> em Paranavaí,<br />
comenta que os citricultores, de<br />
um modo geral, se preocupam<br />
em preservar as abelhas, pois<br />
sabem da sua importância para<br />
os pomares e o equilíbrio dos<br />
ecossistemas. Quando chega o<br />
período de florada, a pulverização<br />
é noturna e eles optam por<br />
um grupo de inseticidas menos<br />
agressivo, como os biológicos.<br />
“As flores da laranjeira, à princípio,<br />
não precisariam da polinização,<br />
pois se autofecundam. Mas<br />
quando a abelha faz a fecundação<br />
cruzada, segundo estudos,<br />
o fruto fica maior, assim como<br />
a taxa de pegamento, sem falar<br />
da diferença na produtividade”,<br />
detalha Nayara.<br />
Cristiane Bazzo Miranda, a filha<br />
de Nestor e Clemência, observa<br />
que as árvores com flores<br />
funcionam como um atrativo<br />
para os enxames. A opção de<br />
contar também com espécies<br />
nativas de abelhas decorre do<br />
fato de o manuseio ser mais fácil<br />
e o mel, muito procurado, valer<br />
três vezes mais.<br />
Idealizado e sob a supervisão<br />
da engenheira agrônoma<br />
Amanda Caroline Zito, que responde<br />
pela coordenação de culturas<br />
perenes da área técnica da<br />
cooperativa, o projeto Florada<br />
Consciente está voltado principalmente<br />
para pequenas e<br />
médias propriedades de produtores<br />
cooperados do noroeste e<br />
norte do Paraná.<br />
Amanda explica que todos ganham<br />
como resultado de parcerias<br />
entre citricultores e apicultores.<br />
De um lado, pomares mais<br />
produtivos, de outro uma renda<br />
extra com a produção de mel e,<br />
por fim, uma citricultura mais<br />
sustentável.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
47
Ação de impacto com<br />
cooperados no <strong>Rally</strong><br />
Família Terezan<br />
Família Volpato<br />
Patrocinadora pelo quarto ano consecutivo<br />
do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong> de Produtividade, a Basf<br />
deu início na temporada 2021/22 a uma ação<br />
de impacto junto aos produtores cooperados<br />
da <strong>Cocamar</strong>.<br />
Conforme explica o representante técnico de<br />
vendas da companhia, Rafael Franciscatti, o objetivo<br />
é estar cada vez mais próximo do produtor:<br />
“Vamos até ele para escutá-lo, conhecer um<br />
pouco mais de sua realidade. Queremos estar<br />
juntos em seus desafios, ajudando-o a superá-<br />
-los, bem como melhorar a experiência do produtor<br />
em participar conosco da empresa, sempre<br />
fortalecendo a parceria”.<br />
48 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
Edvaldo Baveloni Édio Favoretto Osvaldo Aquaroni<br />
No município de Diamante do Norte, a 170<br />
quilômetros de Maringá, a equipe do <strong>Rally</strong> e<br />
Basf foi recebida pelos produtores Edvaldo Baveloni<br />
e Édio Favoretto. Residentes em Maringá,<br />
onde mantêm propriedades, ambos arrendam<br />
grandes áreas nos solos arenosos naquela região<br />
no extremo noroeste, considerada uma<br />
nova fronteira para a soja.<br />
Para ser um arrendatário de terras, especialmente<br />
no extremo noroeste do Paraná, é preciso<br />
ter muita coragem, afirma Baveloni. Mas<br />
garante: “é possível produzir, desde que se trabalhe<br />
com tecnologias adequadas, cobertura<br />
do solo e muito profissionalismo. “Não há espaço<br />
para aventureiros”.<br />
Baveloni comenta que a tecnologia avançou<br />
muito, assim como o manejo do solo. “O investimento<br />
em uma boa cobertura do solo, como<br />
a braquiária, que vai reter a umidade, é fundamental”,<br />
afirma o produtor. Por outro lado, ele<br />
nunca deixa de fazer seguro de tudo.<br />
Insumos<br />
É preciso, ainda, conhecer bem o terreno e as<br />
características do lugar para decidir sobre os insumos,<br />
os materiais que serão utilizados e testá-<br />
-los: “Estamos no terceiro ano na região e já experimentamos<br />
vários materiais para identificar<br />
os que mais se sobressaem”.<br />
Segundo ele, o produtor precisa ter conhecimento<br />
da atividade que está desenvolvendo,<br />
mas a presença do técnico especializado da cooperativa<br />
e da empresa fornecedora faz muita<br />
diferença.<br />
Inovação<br />
O engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti,<br />
da Basf, explica que cada safra demanda uma<br />
tecnologia diferente. “A Basf é uma empresa de<br />
inovação, sempre lançando novas tecnologias”,<br />
afirma.<br />
O agropecuarista Osvaldo Aquaroni, de Mandaguaçu<br />
(PR), foi o terceiro nesta safra de verão<br />
2021/22 a receber o troféu da Ação de Impacto<br />
Basf, entregue durante as viagens do <strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />
de Produtividade, que está distinguindo<br />
30 protagonistas do agro regional pelas suas<br />
boas práticas.<br />
Aquaroni recepcionou a equipe do <strong>Rally</strong> na Fazenda<br />
São Francisco, naquele município. Em 420<br />
alqueires (1.016 hectares), ele produz soja e milho<br />
e mantém pecuária de corte e gado leiteiro.<br />
Ainda em Mandaguaçu, outras duas famílias<br />
receberam troféus: os Terezan e os Volpato. A<br />
programação foi interrompida devido ao avanço<br />
dos números da pandemia, no início de 2022,<br />
mas será retomada em maio, com uma agenda<br />
em várias regiões.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22<br />
49
PRODUTORES VISITADOS<br />
• Dorival Baveloni – Diamante do Norte (PR)<br />
• Antonio Zabini – Rolândia (PR)<br />
• Danilo e Renê Bordini – Cambé (PR)<br />
• Nestor Miranda Filho – Paranavaí (PR)<br />
• Cristiane Bazzo Filho – Paranavaí (PR)<br />
• Marival Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />
• Moacir Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />
• Mauro Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />
• Danilo Trujilo – Paranacity (PR)<br />
• Fabrício Maestrello – Paranacity (PR)<br />
• Jorge Pedro Frare – Doutor Camargo (PR)<br />
• Carlos Kojima – Jataizinho (PR)<br />
• Willian Kojima – Jataizinho (PR)<br />
• Valdenir Geidel – Altônia (PR)<br />
• Carlos Henrique Shinmi – Altônia (PR)<br />
• Orvanda Barusso – Cambé (PR)<br />
• Elsio Brazão – Cambé (PR)<br />
• Liliana Manetti – Dr. Camargo (PR)<br />
• Ludmila Manetti – Dr. Camargo (PR)<br />
• Antonio Francisco Alves – Douradina (PR)<br />
• Lucas Yamanaka – Marilândia do Sul (PR)<br />
• Osvaldo Aquaroni – Mandaguaçu (PR)<br />
• Fred Frand Frendsen – Palmital (SP)<br />
• Roberto Frendsen – Palmital (SP)<br />
• Luís Antônio dos Reis – Bela Vista do Paraíso (PR)<br />
• Márcio Zanzim – Jussara (PR)<br />
• Antônio Carlos Zanzim – Jussara (PR)<br />
• Antonio Eduardo Mello – Lupionópolis (PR)<br />
• Irineu Augusto – Lupionópolis (PR)<br />
• Marcos Salviano – Cafeara (PR)<br />
• Marival Terezan – Mandaguaçu (PR)<br />
• Marcos Volpato – Mandaguaçu (PR)<br />
• José Antonio Borghi – Maringá (PR)<br />
• Antonio Pedrini – Maringá (PR)<br />
• Gerson Bortolli – Umuarama (PR)<br />
• César Formighieri – Maria Helena (PR)<br />
• Ricardo Dolphini – Floresta (PR)<br />
• Humberto Dolphini – Floresta (PR)<br />
• João Claudemir Mori – Ivatuba (PR)<br />
• Luiz Totti de Souza – Dr. Camargo (PR)<br />
• Fábio Eliezer Faversani – Rancho Alegre (PR)<br />
• José Bruno Lingnau – Rancho Alegre (PR)<br />
• José Benedito Gomes – Uraí (PR)<br />
• Giovani Gomes – Uraí (PR)<br />
• Flávio Saito – Santa Mariana (PR)<br />
• Carlos Saito – Santa Mariana – (PR)<br />
• Antonio Boaventura – Santa Mariana (PR)<br />
• Jayme E. Chaves da S. Telles – Santa Mariana (PR)<br />
• Epaminondas Rosa de Camargo – Nova Fátima (PR)<br />
• João Vítor dos Santos – Nova Fátima (PR)<br />
• Jonathan Pavoni Volpato – Nova Fátima (PR)<br />
• Osmar Tavanti – Cambé (PR)<br />
• Márcio Tavanti – Cambé (PR)<br />
• Luis Fernando Tavanti (Cambé)<br />
• Marcelo Tavanti (Cambé)<br />
• Pablo Mologni – Cambé (PR)<br />
• Cláudio Peruzzi – Cambé (PR)<br />
• Wilson Rhuss – Cambé (PR)<br />
• Luiz Carlos Maquera – Cambé (PR)<br />
• Sérgio Viúdes – Cambé (PR)<br />
• Luiz Vanderlei Galonetti – Nova Fátima (PR)<br />
• Paulo Gulhão – Nova Fátima (PR)<br />
• Renato Gulhão – Nova Fátima (PR)<br />
• José Rogério Volpato – Ourizona (PR)<br />
• Moacir Fala – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Paulo Cezar Falavigna – Floraí (PR)<br />
• Ademir Sardette – Mirante do Paranapanema (SP)<br />
• Antonio Berti – Mirante do Paranapanema (SP)<br />
• João Laércio Oliveira – Mirante do Paranapanema (SP)<br />
• Jair Uchoa – Mirante do Paranapanema (SP)<br />
• Ottom Fagan – Floraí (PR)<br />
• Edwards Fagan – Floraí (PR)<br />
• Rômulo Baptista Neves – Presidente Bernardes (SP)<br />
• Mário Baptista Neves – Presidente Bernardes (SP)<br />
• Flávio Penteado – Guairaçá (PR)<br />
• João Penteado – Guairaçá (PR)<br />
• Murilo Tagliati – Diamante do Norte (PR)<br />
• Luiz Noboru Ishikawa – Diamante do Norte (PR)<br />
• Diogo Henrique Fonseca – Londrina (PR)<br />
• João Pauro – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Heitor Pauro – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Douglas Chiconato – Nantes (SP)<br />
• Márcio Borges – Assaí (PR)<br />
• Rivael Dal Santos – Congoinhas (PR)<br />
• Nisael da Santos – Congoinhas (PR)<br />
50 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22
TEMAS ABORDADOS<br />
Práticas agropecuárias sustentáveis Gestão familiar compartilhada Gestão feminina<br />
Manejo do solo<br />
Tecnologias para o aumento<br />
da produtividade<br />
Integração Lavoura-<br />
Pecuária-Floresta (ILPF)<br />
90 produtores visitados<br />
9,5 mil quilômetros percorridos<br />
48 municípios nos estados do<br />
Paraná e São Paulo<br />
12<br />
reportagens exclusivas exibidas no programa<br />
semanal RIC Rural (aos domingos às 9h) para<br />
todo o estado do Paraná<br />
Intensa divulgação nas mídias sociais voltadas aos cooperados da <strong>Cocamar</strong> e<br />
também no Jornal de Serviço <strong>Cocamar</strong> (versões impressa e digital)<br />
Vídeo oficial do<br />
<strong>Rally</strong> <strong>Cocamar</strong><br />
de Produtividade<br />
Safra 2021/22
PATROCINADORES PRINCIPAIS<br />
PATROCINADORES INSTITUCIONAIS<br />
APOIO<br />
52 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE 2021/22