20.05.2022 Views

edição de 23 de maio de 2022

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

propmark 57 aNoS<br />

Divulgação<br />

Inovar é preciso<br />

RicaRdo fRanken*<br />

Será que economia criativa é mais<br />

um daqueles termos que aparecem<br />

e viram moda, surgem especialistas,<br />

ninguém po<strong>de</strong> ficar <strong>de</strong> fora e, assim<br />

que aparece outra novida<strong>de</strong>, somem? Tenho<br />

a mais absoluta convicção <strong>de</strong> que não.<br />

O nome po<strong>de</strong> até mudar, mas o seu impacto<br />

permanecerá e, mais do que isso, a tal da<br />

economia criativa já está entre nós há algum<br />

tempo. Talvez você não tenha percebido,<br />

porque não <strong>de</strong>ve estar ligando o nome<br />

à pessoa, mas todos nós já trombamos com<br />

seus reflexos diversas vezes, todos os dias.<br />

A face mais explícita <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong><br />

está na integração dos mercados <strong>de</strong> comunicação<br />

e criação <strong>de</strong> conteúdo com outras<br />

áreas <strong>de</strong> negócios. A criativida<strong>de</strong>, o capital<br />

intelectual e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar são<br />

ativos cada vez mais valorizados em todos<br />

os tipos <strong>de</strong> organizações. Não raro hoje<br />

vemos profissionais oriundos <strong>de</strong> agências<br />

em altos cargos <strong>de</strong> empresas e consultorias<br />

que, até pouco tempo atrás, não voltavam<br />

o seu olhar para essas pessoas em seus processos<br />

seletivos.<br />

Big techs também têm levado para os<br />

seus quadros profissionais <strong>de</strong> marketing<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s multinacionais, e até músicos<br />

e artistas agora fazem parte dos conselhos<br />

consultivos e <strong>de</strong> acionistas <strong>de</strong> bancos e fintechs.<br />

Todos buscam times cada vez mais<br />

multidisciplinares para que diferentes pontos<br />

<strong>de</strong> vista possam ser usados nos processos<br />

<strong>de</strong> criação e <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Estes são só alguns exemplos <strong>de</strong> como a<br />

economia criativa tem se integrado e transformado<br />

a economia como um todo.<br />

Mas não é só isso. A pan<strong>de</strong>mia também<br />

escancarou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos esses<br />

valores <strong>de</strong>ntro do DNA <strong>de</strong> toda a companhia,<br />

em diversas áreas e em todos os<br />

níveis. Um momento <strong>de</strong> ruptura como<br />

aconteceu no início <strong>de</strong> 2020, quando todos<br />

tiveram <strong>de</strong> ficar em casa <strong>de</strong>vido ao isolamento<br />

social, acelerou o processo <strong>de</strong> mudanças<br />

e as empresas capazes <strong>de</strong> buscar<br />

soluções e movê-las rapidamente saíram<br />

fortalecidas. Nesta semana, quando eu<br />

estudava biologia com o meu filho David,<br />

<strong>de</strong> 14 anos, li sobre as teorias <strong>de</strong> Darwin e<br />

Lamarck do século 19 e fiquei impressionado<br />

como elas se aplicam perfeitamente ao<br />

mercado atual. Segundo Darwin, aqueles<br />

indivíduos mais capazes <strong>de</strong> se adaptar aos<br />

novos ambientes são os que sobrevivem.<br />

Portanto, as organizações capazes <strong>de</strong> se<br />

adaptar e evoluir, inovando na forma <strong>de</strong><br />

atuar, sendo criativas na a<strong>de</strong>quação dos<br />

seus produtos ou serviços e nos seus formatos<br />

<strong>de</strong> trabalho, são aquelas que estão<br />

hoje colhendo resultados positivos.<br />

Mas a cultura da inovação e o espaço<br />

para que as pessoas possam exercer a sua<br />

criativida<strong>de</strong> não são características que se<br />

po<strong>de</strong> mudar em dias ou meses. É algo que<br />

se cultiva e se pratica ao longo do tempo.<br />

Quem nunca usou, nem encorajou a criativida<strong>de</strong><br />

dos seus colaboradores, incentivando-os<br />

a pensar em soluções diferentes e a<br />

tomar alguma dose <strong>de</strong> risco sem apenas cobrar<br />

resultados, em uma rotina que mais se<br />

assemelha a uma linha <strong>de</strong> montagem que a<br />

uma empresa no século 21, não é capaz <strong>de</strong><br />

mudar essa realida<strong>de</strong> no curto prazo. E é<br />

muito provável, portanto, que saia <strong>de</strong> um<br />

período <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e mudanças como<br />

o que passamos e ainda estamos passando<br />

com a Covid, menor do que quando entrou,<br />

isso se conseguirem sobreviver. E aí temos<br />

Lamarck: aquilo que usamos se <strong>de</strong>senvolve;<br />

e o que não usamos, atrofia.<br />

As mudanças são cada vez mais rápidas<br />

e, com isso, a economia criativa está <strong>de</strong>ixando<br />

<strong>de</strong> ser um setor específico do mercado<br />

para se transformar progressivamente<br />

em um conceito integrado à cultura <strong>de</strong> todas<br />

as empresas, sejam elas <strong>de</strong> comunicação<br />

ou não. Como diria Fernando Pessoa,<br />

outro gênio do século 19: “Viver não é necessário;<br />

o que é necessário é criar”. É isso,<br />

criar e inovar, sempre.<br />

“A economiA criAtivA<br />

está <strong>de</strong>ixAndo <strong>de</strong> ser<br />

um setor específico<br />

do mercAdo pArA se<br />

trAnsformAr em um<br />

conceito integrAdo”<br />

* Ricardo Franken é managing director da Integer\<br />

OutPromo<br />

ricardofranken@integeroutpromo.com.br<br />

98 <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!