edição de 23 de maio de 2022
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PROPMARK 57 ANOS<br />
Divulgação<br />
A economia<br />
da criativida<strong>de</strong><br />
FERNANDO GUNTOVITCH*<br />
E<br />
stamos vivendo tempos estranhos.<br />
Neste período pós-pan<strong>de</strong>mia, se é<br />
que acabou, estamos saindo anestesiados<br />
e com gran<strong>de</strong>s questionamentos.<br />
Basta ver a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pessoas que mudaram <strong>de</strong> emprego, cida<strong>de</strong>,<br />
modo <strong>de</strong> vida ou regime matrimonial.<br />
Neste turbilhão <strong>de</strong> incertezas é normal<br />
reavaliar as nossas escolhas até aqui. Eu<br />
tento achar respostas através da criativida<strong>de</strong>.<br />
De fazer o novo. Fazer diferente.<br />
A publicida<strong>de</strong> brasileira é uma referência<br />
criativa. No doubt. Não preciso citar todos<br />
os prêmios alcançados, bastando apenas<br />
lembrar <strong>de</strong> campanhas e ações memoráveis,<br />
nos mais variados segmentos.<br />
E exatamente em tempos difíceis como<br />
o que a socieda<strong>de</strong> global está enfrentando,<br />
não <strong>de</strong>vemos poupar o uso da criativida<strong>de</strong>.<br />
Devemos gastar, ou investir, para soar melhor.<br />
Criativida<strong>de</strong> é tudo.<br />
Como qualquer produto ou serviço, criativida<strong>de</strong><br />
custa. Tem valor. A criativida<strong>de</strong><br />
requer conhecimento, requer vivência, requer<br />
curiosida<strong>de</strong>, requer coragem e sobretudo<br />
requer vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer diferente. E<br />
tudo isso requer um investimento.<br />
Investir na formação dos jovens talentos<br />
que as universida<strong>de</strong>s oferecem a cada ano.<br />
Investir nos profissionais que trabalham incansavelmente<br />
para achar soluções para todos<br />
os <strong>de</strong>safios que enfrentamos no campo<br />
profissional.<br />
Investir na transformação digital, enten<strong>de</strong>ndo<br />
o mar <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s que temos<br />
para melhorar não só a vida das pessoas,<br />
mas o mundo.<br />
Com tantas transformações que a socieda<strong>de</strong><br />
enfrentou, o uso da criativida<strong>de</strong> sempre<br />
foi a solução para vencer os <strong>de</strong>safios.<br />
E por que estamos abrindo mão <strong>de</strong>la agora?<br />
Lembro o leitor que a tal famosa economia<br />
criativa foi lançada na década <strong>de</strong> 1980<br />
pela dama <strong>de</strong> ferro – Margareth Tatcher,<br />
primeira-ministra da Inglaterra –, que apresentou<br />
um relatório reconhecendo a força<br />
e a importância da cultura e tecnologia no<br />
contexto econômico do país.<br />
É a partir daí que batiza-se a economia<br />
criativa.<br />
A arte nas suas mais variadas formas,<br />
através da pintura, música, teatro e cinema,<br />
entre tantas outras, é fonte inesgotável para<br />
aguçar a nossa criativida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> ser um<br />
bálsamo para a alma.<br />
A criativida<strong>de</strong> precisa ser abastecida,<br />
compartilhada, divulgada. A sua utilização<br />
é uma fonte <strong>de</strong> inspiração para as próximas<br />
gerações, ao menos <strong>de</strong>veria ser.<br />
Que as próximas gerações inspirem-se e<br />
façam mais, criando um movimento virtuoso<br />
e não vicioso, como estamos vivendo<br />
atualmente. Neste caso, menos é menos.<br />
Por que as empresas, 40 anos <strong>de</strong>pois,<br />
estão <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado a criativida<strong>de</strong>, o talento,<br />
a coragem <strong>de</strong> fazer o novo, ousar? Por<br />
causa do valor. Existe uma tendência <strong>de</strong><br />
economizar. Economizar na criativida<strong>de</strong>.<br />
Mas ela, diferentemente <strong>de</strong> outras coisas,<br />
não po<strong>de</strong> ser comercializada em frações.<br />
Você não po<strong>de</strong> comprar 50% <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
e 50% do básico.<br />
Enquanto a ca<strong>de</strong>ia como um todo não se<br />
alinhar e caminhar junto na mesma direção,<br />
estaremos gastando nosso tempo com<br />
reuniões realmente virtuais e não reais.<br />
Acredito no potencial criativo <strong>de</strong> cada indivíduo<br />
e tento fomentar ao máximo para<br />
que isto se reflita não apenas no trabalho,<br />
mas na sua vida/legado.<br />
“o uso da criativida<strong>de</strong><br />
sempre foi a solução<br />
para vencer os<br />
<strong>de</strong>safios”<br />
*Fernando Guntovitch é fundador e CEO da TG<br />
fguntovitch@group.com.br<br />
92 <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark