20.05.2022 Views

edição de 23 de maio de 2022

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

propmark 57 aNoS<br />

Divulgação<br />

Experiência: o “X” da<br />

questão na economia<br />

celso andra<strong>de</strong>*<br />

Se há um elemento em qualquer negócio<br />

que nunca po<strong>de</strong> ser commodity,<br />

esse elemento é, sem dúvida, a criativida<strong>de</strong>.<br />

É ela que ajuda a tornar, na<br />

<strong>maio</strong>ria das vezes, negócios comuns em extraordinários,<br />

gerar diferenciação diante da<br />

concorrência ou ainda a superar as expectativas<br />

e <strong>de</strong>sejos do consumidor – sobretudo no<br />

nosso universo, do marketing, e daquela que<br />

a traz no próprio nome: a economia criativa.<br />

Porém, colocá-la só no discurso, na embalagem<br />

ou na campanha po<strong>de</strong> gerar algum<br />

resultado no curto prazo, mas dificilmente<br />

terá efeito sustentável. O que se sustenta na<br />

cabeça e na preferência dos consumidores é<br />

o que esses produtos, serviços e marcas entregam<br />

a mais, como eles se relacionam com<br />

a gente <strong>de</strong> forma inteligente, funcional, marcante<br />

e inesquecível. E é nesse cenário que a<br />

criativida<strong>de</strong> tem papel em outro contexto: o<br />

da economia da experiência.<br />

Há mais <strong>de</strong> 20 anos, Joseph Pine e James<br />

Gilmore trouxeram esse pensamento no livro<br />

que traz o termo como título: A Economia<br />

da Experiência. A data revela que não<br />

estamos falando <strong>de</strong> algo novo, e ainda assim<br />

há indústrias e negócios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> se atentar a esse elemento<br />

que é fundamental para qualquer marca e<br />

mercado, que transforma produtos e serviços<br />

simples em love brands e sucessos <strong>de</strong><br />

faturamento e receita.<br />

A i<strong>de</strong>ia por trás <strong>de</strong> uma economia baseada<br />

em experiências está exatamente em como<br />

as marcas po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>scomoditizar e ampliar<br />

sua percepção <strong>de</strong> valor, na medida em<br />

que elas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser meras fornecedoras<br />

e se convertem em agentes <strong>de</strong> interações felizes<br />

e estimulantes, que geram satisfação<br />

para o consumidor. É o que faz pagarmos R$<br />

10 a mais por um café no Starbucks, em vez<br />

<strong>de</strong> escolher um espresso que po<strong>de</strong>ria até ser<br />

mais saboroso na cafeteria da próxima esquina.<br />

É o ambiente, o aroma, as texturas, as cores,<br />

a conveniência, o atendimento. Tudo o<br />

que faz você entrar em uma loja como aquela<br />

e experimentar muito mais que água quente<br />

num grão torrado e moído.<br />

E se uma experiência incrível po<strong>de</strong> ser<br />

o segredo do sucesso <strong>de</strong> marcas que trabalham<br />

produtos e serviços básicos e muitas<br />

vezes homogêneos aos <strong>de</strong> seus concorrentes,<br />

quando o contrário acontece, costuma<br />

ser <strong>de</strong>sastroso. Na era da economia da experiência,<br />

uma etapa falha da prestação <strong>de</strong><br />

um serviço, um produto lindo com um <strong>de</strong>talhe<br />

que atrapalhe sua funcionalida<strong>de</strong> ou<br />

um app em que não se consegue visualizar<br />

um campo a preencher ou que dá erro no<br />

momento crucial da conversão da venda,<br />

ou que ainda cria fricção nos “momentos<br />

da verda<strong>de</strong>” para o cliente, po<strong>de</strong> acabar<br />

com milhares <strong>de</strong> outros pontos positivos e<br />

gerar prejuízos irreversíveis.<br />

Em um mundo cada vez mais digital, precisamos<br />

pensar em como gerar experiências<br />

incríveis nos mais diferentes pontos <strong>de</strong> contato,<br />

no <strong>de</strong>talhe do <strong>de</strong>talhe, nos comportamentos<br />

mais peculiares. Usar a nosso favor<br />

os dados, a análise <strong>de</strong> comportamento, o teste<br />

constante <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong>s – no digital e<br />

no físico –, estando sempre um passo à frente<br />

e garantindo uma experiência ótima em toda<br />

a jornada dos diferentes perfis <strong>de</strong> clientes.<br />

Na economia da experiência, o “X” da<br />

questão é o que está no UX (User Experience)<br />

e, principalmente, no CX (Customer<br />

Experience). É o que faz aquilo que parece<br />

o mais básico possível para o consumidor<br />

se manter assim, é o que o faz voltar ou se<br />

tornar recorrente, é o que o faz se acostumar<br />

com uma utilização virtual daquilo que<br />

sempre foi físico.<br />

Isso, claro, é latente quando falamos das<br />

experiências que naturalmente mexem com<br />

nossas emoções, como ler, ouvir música,<br />

consumir conteúdo e ter um bom momento<br />

<strong>de</strong> entretenimento. Mas não são diferentes<br />

em momentos críticos e necessários, como<br />

pagar uma conta, concluir uma compra ou<br />

ter acesso a um sistema no momento que o<br />

usuário quer e precisa, sem atrasos, sem interrupções<br />

e sem margem para erros.<br />

Uma boa experiência não acelera só nossa<br />

pulsação ou o pensamento. Acelera negócios,<br />

resultados e sucesso <strong>de</strong> empresas<br />

dos mais diferentes setores e tamanhos. A<br />

criativida<strong>de</strong> continua fundamental. Mas se<br />

a experiência for ruim, não há economia<br />

que aguente.<br />

“A criAtividA<strong>de</strong><br />

é fundAmentAl.<br />

mAs, se A experiênciA<br />

for ruim, não<br />

há economiA<br />

que Aguente”<br />

*Celso Andra<strong>de</strong> é CEO da UOTZ<br />

celso@uotz.com.br<br />

jornal propmark - <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!