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edição de 23 de maio de 2022

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propmArk 57 Anos<br />

Arte e publicida<strong>de</strong> se conectam ao<br />

longo da história e inspiram gerações<br />

Existem inúmeras campanhas que utilizam referências artísticas,<br />

mas o contrário também já ocorreu; cultura é a alavanca da criativida<strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

Cena do curta-metragem Curupira e a máquina do <strong>de</strong>stino, da diretora Janaina Wagner, rodado na BR-319: “A <strong>de</strong>struição da Amazônia diz respeito ao mundo inteiro”, afirma ela<br />

kelly dores<br />

vida imita a arte ou a arte imita a vida?<br />

A Publicida<strong>de</strong> é arte? Não há respostas<br />

exatas para essas questões, mas é possível<br />

afirmar que publicida<strong>de</strong> e arte se conectam<br />

completamente – e se misturam. Apesar<br />

<strong>de</strong> parte da classe artística ter um certo<br />

preconceito com propaganda, a história<br />

mostra como as duas ativida<strong>de</strong>s se retroalimentam.<br />

No fim do século 19, foram<br />

artistas (e não publicitários e <strong>de</strong>signers –<br />

profissionais que ainda não existiam) que<br />

fizeram os primeiros cartazes ilustrados,<br />

quando esta era a principal mídia publicitária<br />

para produtos, como tabaco, chocolate<br />

e perfumaria; e também serviços,<br />

como cabarés e circo.<br />

“Eles pintavam os <strong>de</strong>senhos dos pôsteres<br />

que seriam transferidos para as pedras<br />

litográficas e <strong>de</strong>pois impressos em escala.<br />

“embora as artes visuais<br />

sejam a expressão<br />

artística mais utilizada<br />

na publicida<strong>de</strong><br />

contemporânea,<br />

outras também são<br />

frequentemente usadas”<br />

Alguns, como Jules Chéret (seguido por<br />

Toulouse-Lautrec e tantos outros), na Paris<br />

dos anos 1860, dominavam o sistema<br />

<strong>de</strong> impressão em cores”, lembra a coor<strong>de</strong>nadora<br />

do Mestrado Profissional em<br />

Gestão da Economia Criativa da ESPM,<br />

Isabella Perrotta.<br />

A professora <strong>de</strong>staca que, em 1895, Chéret<br />

começa a publicar uma série <strong>de</strong> reproduções<br />

<strong>de</strong> 256 obras <strong>de</strong> 97 artistas parisienses.<br />

A coletânea intitulada Maîtres <strong>de</strong> l’Affiche<br />

(Mestres dos Cartazes) teve lançamentos<br />

mensais, em folhas soltas e numeradas,<br />

durante 60 meses, até 1900. Segundo ela,<br />

muito anterior ao ensaio <strong>de</strong> Walter Benjamin<br />

que, em 1936, influenciado pela fotografia<br />

e pelo cinema, discutia a obra <strong>de</strong> arte<br />

na era da reprodutibilida<strong>de</strong> técnica, a obra<br />

<strong>de</strong> Chéret foi importantíssima, justamente<br />

por trazer à tona a discussão: eram os cartazes<br />

publicitários obras <strong>de</strong> arte?<br />

Com a expansão da publicida<strong>de</strong>, esta<br />

passa a ser uma via <strong>de</strong> mão dupla. Será<br />

a arte <strong>de</strong> vanguarda, no fim da primeira<br />

meta<strong>de</strong> do século 20, que vai beber na<br />

publicida<strong>de</strong>, especialmente a pop arte,<br />

que usava a linguagem publicitária e<br />

exibia produtos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> massa e<br />

todo o universo da comunicação. “Com<br />

88 <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

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