edição de 23 de maio de 2022

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propmark 57 aNoS Cortesia de Lars Borges Fotos: Divulgação Diébédo Francis Kéré, ganhador do Pritzker 2022 nacionais e internacionais, a Tok&Stok busca inspirar os seus consumidores em ações de comunicação criadas pela Edelman e Box. Na campanha Fotógrafxs, 15 fotógrafos brasileiros exploraram a pluralidade do país. Os trabalhos ganharam uma exposição convidando as pessoas a criarem uma atmosfera de galeria de arte em suas casas. Fundada em 1978, a Tok&Stok inaugurou a sua primeira loja na Avenida São Gabriel, em São Paulo. Referência no varejo de móveis e decoração, hoje possui 66 unidades. A rede acaba de inaugurar a primeira Loja Studio, em São Caetano (SP). O próximo destino deve ser a cidade de Joinville (SC). “Estamos atentos às conversas para atender à demanda de uma maneira funcional e inteligente, buscando oferecer uma melhor experiência”, garante Renata Saad, head de comunicação da Tok&Stok. L’espace AD, loja-conceito do Grupo ADEO Campanha Seu espaço de trabalho, da Tok&Stok ageNte Social Moradia e abrigo para educação, cultura e saúde, a arquitetura, porém, tomou um rumo elitista, que vem sendo desmontado pela “urgência de se democratizar a atividade, buscando seu aspecto de agente social”, frisa Beatriz Cortez, head de arquitetura da Mobly. Com mais de 250 mil artigos, entre móveis e objetos de decoração, o negócio aportou no mercado em 2011, e dez anos depois estreou na B3. As suas 14 lojas físicas e quatro centros de distribuição em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Pernambuco somaram receita de R$ 721,4 milhões no ano passado. Isay Weinfeld, FGMF e SuperLimão Studio estão entre os exemplos de escritórios contemporâneos citados como modelos por Beatriz ao lado de Zaha Hadid, Paulo Mendes da Rocha e Santiago Calatrava. São referências que ajudam a compor o senso de identidade das obras, principalmente na etapa de criação do projeto. Samia Jardim, diretora da L’espace AD: arquiteto bebe de referências criativas do marketing Auditório Ibirapuera, criação assinada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é símbolo da cidade de São Paulo Rovena Rosa/Divulgação/Agência Brasil 86 23 de maio de 2022 - jornal propmark

propmark 57 anos “não somos carência, e sim potência” Douglas Jacó/ Divulgação/ Favela Holding Celso Athayde nasceu na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Sofreu as agruras das ruas e experimentou a vivência da favela. Da escola da vida, tirou lições sobre sobrevivência, hoje reconhecidas e premiadas no mundo do empreendedorismo social. O CEO da Favela Holding, que abriga mais de 20 empresas, comemora a receptividade das marcas na Expo Favela, realizada entre os dias 15 e 17 de abril, no World Trade Center (WTC), em São Paulo, certo de que outros eventos voltarão a promover negócios carregados de diversidade, um dos principais motores da economia criativa. O potencial abrange 17 milhões de pessoas, que movimentam R$ 180,9 bilhões em renda própria ao ano nas favelas. Celso Athayde, CEO da Favela Holding: falta investimento para aceleração de negócios Janaina Langsdorff potencial Na Expo Favela, a gente divulgou a pesquisa Um País Chamado Favela. Os dados mostraram que 76% dos moradores de favelas têm, tiveram ou pretendem ter um negócio próprio; 50% se consideram empreendedores; 41% têm negócio próprio; e 57% abriram o próprio negócio por falta de alternativas de renda. Muitos querem investir, mas não sabem como. Venho trabalhando há anos para mostrar que não somos carência, e sim potência. Prova disso, foi o que vivemos no WTC, com mais de 30 mil pessoas circulando pela Expo Favela. Tivemos mais de 20 mil inscritos e 350 foram selecionados para ter oportunidade de negócio e conversar com mais de 300 representantes de fundos de investimento. luta Sempre digo que o empreendedor da favela é empresário por sobrevivência. Vende o almoço para comer na janta. Se o negócio não está dando certo, rapidamente ele muda a sua área de atuação e faz seu empreendimento funcionar. renda Estima-se que os moradores de favela geram R$ 180,9 bilhões em renda própria ao ano. As favelas movimentam uma massa de renda maior que 21 dos 27 estados brasileiros. O Brasil tem 17 milhões de pessoas vivendo em favelas. Se formassem um estado, seria o quarto maior do país. preparo A capacitação vem no dia a dia, o empreendedor da favela não estudou em grandes escolas, frequentou faculdades renomadas. A vivência vem da necessidade de fazer com que seu negócio funcione e leve o sustento para sua família. entrave Que o brasileiro é empreendedor por natureza isso a maioria das pessoas já sabe. Só no estado de São Paulo são 46,6 milhões de pessoas. E acredito que a maioria delas, de forma direta ou indireta, tem alguma relação com o empreendedorismo. Dito isso, a economia criativa tem muito mais potencial para se desenvolver em comparação à economia convencional. O seu grande impeditivo é a falta de investimento para “a economia criativa tem mais potencial para se desenvolver em comparação à convencional” aceleração do negócio. Por isso, venho trabalhando para fazer essa conexão entre empreendedores da favela e investidores do asfalto. marcas Algumas já aprenderam a se comunicar. Um ponto a ser destacado: a confiança tende a ser maior dentro da própria comunidade. 88% dos moradores de favela confiam mais em um influenciador da própria comunidade que em um famoso. presença Na Expo Favela, comprovamos que boa parte das marcas olha para a favela, como Vivo, Gol Linhas Aéreas, Nubank, Oliveira Foundation, Grupo Carrefour Brasil, Sesi, iFood, Global Data Bank, Mondelez International, Favela Vai Voando, Ultragaz, Ambev e Facily, entre outras. canais Temos muitas mídias e influenciadores. Destaco Jornal Empoderado, Notícia Preta e Agência Mural, entre outras. A prestação de serviço é o que funciona. A favela é ligada em questões práticas. Os empreendedores buscam melhorar o que não está funcionando dentro da favela, como delivery e entrega de contas de consumo. Coisas básicas, que fazem diferença na vida dos moradores. verdade Existem empresas que, de fato, auxiliam com projetos gratuitos de educação financeira, empreendedorismo, capacitação, recolocação profissional e doação de alimentos. No último dia 30 de abril, foi iniciada a doação da Cufa Vale-Gás, uma parceria da Central Única das Favelas (Cufa) com a Petrobras. A iniciativa faz parte do programa de acesso ao gás de cozinha da Petrobras junto a instituições sem fins lucrativos e prevê a doação de auxílios, beneficiando mais de quatro milhões de pessoas em todo o Brasil, direta e indiretamente. jornal propmark - 23 de maio de 2022 87

propmark 57 anos<br />

“não somos<br />

carência, e<br />

sim potência”<br />

Douglas Jacó/ Divulgação/ Favela Holding<br />

Celso Athay<strong>de</strong> nasceu na Baixada<br />

Fluminense, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Sofreu as<br />

agruras das ruas e experimentou a vivência<br />

da favela. Da escola da vida, tirou lições<br />

sobre sobrevivência, hoje reconhecidas e premiadas<br />

no mundo do empreen<strong>de</strong>dorismo social. O CEO da<br />

Favela Holding, que abriga mais <strong>de</strong> 20 empresas,<br />

comemora a receptivida<strong>de</strong> das marcas na Expo<br />

Favela, realizada entre os dias 15 e 17 <strong>de</strong> abril, no<br />

World Tra<strong>de</strong> Center (WTC), em São Paulo, certo <strong>de</strong><br />

que outros eventos voltarão a promover negócios<br />

carregados <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, um dos principais<br />

motores da economia criativa. O potencial abrange<br />

17 milhões <strong>de</strong> pessoas, que movimentam R$ 180,9<br />

bilhões em renda própria ao ano nas favelas.<br />

Celso Athay<strong>de</strong>, CEO da Favela Holding: falta investimento para aceleração <strong>de</strong> negócios<br />

Janaina Langsdorff<br />

potencial<br />

Na Expo Favela, a gente divulgou<br />

a pesquisa Um País<br />

Chamado Favela. Os dados<br />

mostraram que 76% dos moradores<br />

<strong>de</strong> favelas têm, tiveram<br />

ou preten<strong>de</strong>m ter um negócio<br />

próprio; 50% se consi<strong>de</strong>ram<br />

empreen<strong>de</strong>dores; 41% têm negócio<br />

próprio; e 57% abriram<br />

o próprio negócio por falta <strong>de</strong><br />

alternativas <strong>de</strong> renda. Muitos<br />

querem investir, mas não sabem<br />

como. Venho trabalhando<br />

há anos para mostrar que não<br />

somos carência, e sim potência.<br />

Prova disso, foi o que vivemos<br />

no WTC, com mais <strong>de</strong> 30 mil<br />

pessoas circulando pela Expo<br />

Favela. Tivemos mais <strong>de</strong> 20 mil<br />

inscritos e 350 foram selecionados<br />

para ter oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

negócio e conversar com mais<br />

<strong>de</strong> 300 representantes <strong>de</strong> fundos<br />

<strong>de</strong> investimento.<br />

luta<br />

Sempre digo que o empreen<strong>de</strong>dor<br />

da favela é empresário<br />

por sobrevivência. Ven<strong>de</strong> o<br />

almoço para comer na janta. Se<br />

o negócio não está dando certo,<br />

rapidamente ele muda a sua<br />

área <strong>de</strong> atuação e faz seu empreendimento<br />

funcionar.<br />

renda<br />

Estima-se que os moradores<br />

<strong>de</strong> favela geram R$ 180,9<br />

bilhões em renda própria ao<br />

ano. As favelas movimentam<br />

uma massa <strong>de</strong> renda <strong>maio</strong>r que<br />

21 dos 27 estados brasileiros. O<br />

Brasil tem 17 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

vivendo em favelas. Se<br />

formassem um estado, seria o<br />

quarto <strong>maio</strong>r do país.<br />

preparo<br />

A capacitação vem no dia a<br />

dia, o empreen<strong>de</strong>dor da favela<br />

não estudou em gran<strong>de</strong>s escolas,<br />

frequentou faculda<strong>de</strong>s<br />

renomadas. A vivência vem da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer com que<br />

seu negócio funcione e leve o<br />

sustento para sua família.<br />

entrave<br />

Que o brasileiro é empreen<strong>de</strong>dor<br />

por natureza isso a <strong>maio</strong>ria<br />

das pessoas já sabe. Só no<br />

estado <strong>de</strong> São Paulo são 46,6<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas. E acredito<br />

que a <strong>maio</strong>ria <strong>de</strong>las, <strong>de</strong> forma<br />

direta ou indireta, tem alguma<br />

relação com o empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />

Dito isso, a economia criativa<br />

tem muito mais potencial<br />

para se <strong>de</strong>senvolver em comparação<br />

à economia convencional.<br />

O seu gran<strong>de</strong> impeditivo<br />

é a falta <strong>de</strong> investimento para<br />

“a economia<br />

criativa tem mais<br />

potencial para se<br />

<strong>de</strong>senvolver<br />

em comparação<br />

à convencional”<br />

aceleração do negócio. Por isso,<br />

venho trabalhando para fazer<br />

essa conexão entre empreen<strong>de</strong>dores<br />

da favela e investidores<br />

do asfalto.<br />

marcas<br />

Algumas já apren<strong>de</strong>ram a<br />

se comunicar. Um ponto a ser<br />

<strong>de</strong>stacado: a confiança ten<strong>de</strong> a<br />

ser <strong>maio</strong>r <strong>de</strong>ntro da própria comunida<strong>de</strong>.<br />

88% dos moradores<br />

<strong>de</strong> favela confiam mais em um<br />

influenciador da própria comunida<strong>de</strong><br />

que em um famoso.<br />

presença<br />

Na Expo Favela, comprovamos<br />

que boa parte das marcas<br />

olha para a favela, como Vivo,<br />

Gol Linhas Aéreas, Nubank,<br />

Oliveira Foundation, Grupo<br />

Carrefour Brasil, Sesi, iFood,<br />

Global Data Bank, Mon<strong>de</strong>lez International,<br />

Favela Vai Voando,<br />

Ultragaz, Ambev e Facily, entre<br />

outras.<br />

canais<br />

Temos muitas mídias e influenciadores.<br />

Destaco Jornal<br />

Empo<strong>de</strong>rado, Notícia Preta e<br />

Agência Mural, entre outras.<br />

A prestação <strong>de</strong> serviço é o que<br />

funciona. A favela é ligada em<br />

questões práticas. Os empreen<strong>de</strong>dores<br />

buscam melhorar o<br />

que não está funcionando <strong>de</strong>ntro<br />

da favela, como <strong>de</strong>livery e<br />

entrega <strong>de</strong> contas <strong>de</strong> consumo.<br />

Coisas básicas, que fazem diferença<br />

na vida dos moradores.<br />

verda<strong>de</strong><br />

Existem empresas que, <strong>de</strong><br />

fato, auxiliam com projetos gratuitos<br />

<strong>de</strong> educação financeira,<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo, capacitação,<br />

recolocação profissional e<br />

doação <strong>de</strong> alimentos. No último<br />

dia 30 <strong>de</strong> abril, foi iniciada<br />

a doação da Cufa Vale-Gás, uma<br />

parceria da Central Única das<br />

Favelas (Cufa) com a Petrobras.<br />

A iniciativa faz parte do programa<br />

<strong>de</strong> acesso ao gás <strong>de</strong> cozinha<br />

da Petrobras junto a instituições<br />

sem fins lucrativos e prevê<br />

a doação <strong>de</strong> auxílios, beneficiando<br />

mais <strong>de</strong> quatro milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas em todo o Brasil, direta<br />

e indiretamente.<br />

jornal propmark - <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> 87

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