edição de 23 de maio de 2022

PROPMARK 57 ANOS
Renato Parada/Divulgação
Criatividade
distribuída
marcio oliveira*
Muito se falou na pandemia de como
seriam as coisas, o trabalho
e as relações depois que tudo
acabasse. Muito se especulou,
mas agora chegou a hora do test and learn.
Chegou a hora de entender se, de fato, você
precisa de um escritório, quando precisa e,
principalmente, para que precisa.
Com um celular na mão, um tablete talvez,
o trabalho sempre te perseguiu onde
quer que você estivesse. E, infelizmente, a
qualquer hora também. A pandemia mostrou
o outro lado disso.
Se o trabalho me persegue, quero trabalhar
onde bem entender. E é isso que permite
que uma agência como a R/GA já tenha
15% de seus colaboradores espalhados por
nove estados do Brasil (e crescendo).
Isso é uma das oportunidades que temos
em nossas mãos agora. Mas quero falar de
outra mais profunda, do ponto de vista de
nosso negócio: a criatividade distribuída.
É notório que as redes de agências, holdings
ou agências independentes possuam
em sua grande maioria o mesmo serviço, os
mesmos departamentos e o mesmo modelo
(ou bem similar), que resultam nas mesmas
entregas em todas as localidades que atuam.
Empresas com mais de 10 mil colaboradores
e mais de 200 escritórios pelo mundo.
Todos fazendo algo similar.
Mas, e se a gente entender que os desafios,
os problemas e, portanto, as oportunidades
estão sempre concentradas, são
específicas daquele mercado, naquele contexto,
naquele momento, daquela economia?
Só que a solução, o talento, as ideias, a
experiência em resolver criativamente podem
vir de todo e qualquer lugar?
Se eu tiver os melhores designers na África
do Sul, por exemplo, eles podem atender
as oportunidades de qualquer canto do
mundo. E isso possibilita que a empresa
tenha polos de especialistas e complementares
e não uma quase réplica do mesmo
modelo espalhada pelo mundo.
Ou ainda: a empresa pode ter todos os
capabilities, mas pode também ter protagonismo
em um serviço dentro da sua rede.
Isso para poder colocar em prática essa
criatividade distribuída!
Tudo isso faz a gente pensar que para as
marcas de nossos clientes, a agência ideal
mora de fato na nuvem. Porque, em cima
de um desafio real, de uma oportunidade
que esse desafio traz, vai se construir um
time específico de talentos espalhados no
mundo, na rede que sabe como atender, solucionar
e trazer uma visão completamente
nova e diferente para essa marca.
Você pode até pensar que isso é uma
viagem. Mas não é. É real e já está acontecendo.
O escritório de São Paulo da R/
GA hoje atende mais de 27 marcas fora
do Brasil. Seja em Tech, UX, Branding,
Design Systems ou Comunicação, temos
mais 40 pessoas todos os dias colaborando
com pessoas do mundo todo para diferentes
marcas.
Isso é muito bacana e só é possível acontecer
hoje graças à toda tecnologia que temos,
como internet rápida, aplicativos para
videochamadas e outros softwares que nos
ajudam no trabalho remoto.
E mais: a criatividade distribuída ajuda a
acabar com o nosso complexo de vira-latas.
Afinal, somos exemplo e benchmark para
muita coisa boa no mundo.
E somos disputados toda vez que aparece
um desafio novo. Se você parar para
pensar nesse Brasilzão, um país que é um
continente, imagine o que a criatividade
distribuída pode fazer para as marcas deste
país e suas agências?
“a criatividade
distribuída ajuda
a acabar com o
nosso complexo
de vira-latas”
* Marcio Oliveira é presidente da R/GA
marcio.oliveira@rga.com
80 23 de maio de 2022 - jornal propmark