edição de 23 de maio de 2022
propmark 57 anos Varejo ligado à moda inova para acompanhar evolução do consumo Nas últimas décadas, marcas como Pernambucanas, Riachuelo, Renner e C&A têm utilizado dados e inteligência artificial para atender novo perfil Unsplash Moda e criatividade sempre andaram juntas e varejistas se modernizam para acompanhar as mudanças no perfil do consumidor, que exige mais do que estilo Neusa spaulucci Moda e criatividade sempre caminharam juntas. É só olhar para trás para enxergar o quanto a relação das duas está entrelaçada. A moda acompanha a evolução e inova a cada período, causando até frisson no consumidor. Por isso, no levantamento realizado para comemorar o aniversário dos 57 anos do PROPMARK não poderia deixar de fora o setor da moda, principalmente as marcas ligadas ao varejo, que mais que inovaram todos estes anos, movimentando fortemente a economia, sempre com criatividade. Um dos exemplos gritantes dessa inovação são Pernambucanas, Riachuelo, C&A e Renner. Cada uma no seu quadrado, buscando ampliar a atuação para atender o consumidor cada vez mais exigente. A Pernambucanas, por exemplo, aderiu “ViVemos uma era de transformações e o tema sustentabilidade Veio para permear toda a sociedade e transformála positiVamente” recentemente ao Movimento Sou de Algodão, criado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) para incentivar o uso dos tecidos de algodão. Sergio Borriello, CEO da Pernambucanas, fala que a rede viu na iniciativa um trabalho sólido e concreto, que visa despertar um debate maior sobre o consumo consciente em torno da moda. “O que nos chamou a atenção foi a forma como o movimento integra os principais agentes da cadeia produtiva e consumidora de algodão do país”, reflete o executivo, acrescentando: “Nós, da Pernambucanas, priorizamos tecidos de tecelagens que fazem parte do Movimento Sou de Algodão. Por meio dessa aproximação entre os elos da cadeia, hoje não discutimos apenas o design da peça na sua etapa final, mas primeiro entendemos também por quais processos aquele produto passou, desde o plantio e colheita do algodão, tecelagem, lavanderia e costura. A Pernambucanas preza por compromissos sociais, ambientais e econômicos e com a parceria Sou de Algodão reforçamos isso mais uma vez”. Para ele, a preocupação da sociedade com o consumo consciente leva as empresas a caminharem juntas nesse projeto. Segundo Borriello, a Pernambucanas tem o propósito de evoluir com as famílias brasileiras e faz isso através de uma atuação éti- 72 23 de maio de 2022 - jornal propmark
Fotos: Divulgação Pernambucas entrou recentemente para o Movimento sou de algodão ca e responsável que busca a inclusão social em todos os nossos eixos de atuação. “Vivemos uma era de transformações e o tema sustentabilidade veio para permear toda a sociedade e transformá-la positivamente, fazendo isso acontecer conosco também. Por isso, buscamos modelos de desenvolvimento que alinhem prosperidade econômica, equilíbrio social e uso consciente dos recursos ambientais em nossas iniciativas”, explica Borriello. Para ele, dois passos importantes foram dados nessa direção: além do Sou de Algodão, a empresa participa do movimento ModaComVerso, que mostra a importância de saber qual o processo de produção por trás de suas roupas. “Também temos colabs que são produzidas com estudantes de moda a partir de tecidos de saldos que são ressignificados e aprimorados com técnicas de upciclyng”, comenta. Ele diz ainda que monitoram e buscam estabelecer com os fornecedores uma parceria sustentável, alinhada aos valores da companhia e às melhores práticas do mercado. Segundo ele, esse compromisso Sou de Algodão quer Divulgação reconquistar espaço Há seis anos nasceu o Movimento Sou de Algodão, por iniciativa da Abrapa, associação que representa os produtores de. A entidade percebeu que o algodão havia perdido mercado para os tecidos sintéticos e decidiu agir. Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa, revela que os jovens são os que menos usam roupas de algodão, “uma fibra qu e é confortável e ainda sustentável”. “A marca que quiser participar do movimento tem de se comprometer a divulgar as roupas de algodão”, fala Busato. Segundo ele, as redes que participam do movimento têm de fazer as roupas com 70% de algodão. “A cadeia começa com o agricultor”. A ideia, segundo o presidente da Abrapa, é incentivar os lojistas a trazer as roupas dos fundos das lojas para as vitrines. Até agora compõem o projeto mais de 900 marcas, e Busato fala que quer Júlio Cézar Busato: comprometimento chegar até o fim do ano com 1.200 marcas. Hoje, os estilistas estão engajados ao movimento, que foi lançado em 2006, na SP Fashion Week. “Eles ajudam muito a reverberar o movimento”. Entre os varejistas que já aderiram ao movimento estão Pernambucanas e Renner, além de empresas como a Vicunha. A Abrapa acredita na união da cadeia produtiva para transformar a moda brasileira, tornando-a mais responsável e incentivando o consumo consciente. A matéria-prima, segundo a associação, é acompanhada desde o plantio, com análises sobre o uso controlado de defensivos, consumo atento de água, respeito ao trabalhador e saúde econômica dos envolvidos. Ns Sergio Borriello: propósito é evoluir cada vez mais também norteia os contratos, que contemplam cláusulas relacionadas aos direitos humanos como repúdio ao trabalho escravo e infantil, por exemplo, e cláusulas socioambientais. “Isso faz com que 100% das relações estabelecidas com nossos fornecedores de produtos e serviços estejam submetidas a contratos desse perfil”, conta o executivo. Ele destaca ainda a busca por estabelecer relações com a sociedade a fim de contribuir na construção de boas práticas coletivas do setor. “Somos associados à ABVTEX, que zela pelo desenvolvimento sustentável do varejo têxtil e coordena o programa de certificação para um mercado formal e ético; também somos associados ao IDV e à Fecomércio, nas quais participamos das plenárias executivas e discussões políticas. Atuamos ainda no InPacto (Instituto do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo), com o objetivo de fortalecer e ampliar as ações realizadas em prol dessa causa”, enumera. Borriello fala ainda da manutenção da boa comunicação com o cliente. Ele afirma que, antes de mais nada, é preciso conhecê- -lo em profundidade. “Somos uma marca de 114 anos e uma das conquistas que mais nos orgulhamos é o forte relacionamento que estabelecemos com nossos clientes ao longo dessa jornada. Essa relação próxima nos possibilitou entender as preferências, desejos e necessidades, além da forma como preferem se conectar conosco. Tudo isso contribui com a nossa comunicação”, declara. Para ele, outro ponto importante é a comunicação feita diretamente nas cerca de 470 lojas da rede. “Nossos colaboradores têm o mesmo perfil dos clientes, ou seja, pertencem à mesma classe social, entendem suas necessidades e sabem como atendê-las. Somos vistos como uma extensão da família, como a casa do cliente. Isso tudo reflete em uma comunicação clara, direta e realmente efetiva”, afirma. Ele lembra também que as redes sociais mudaram completamente a forma como se trabalha a comunicação, que representa uma quebra de paradigma que os desafia diariamente. “Novos canais surgiram e jornal propmark - 23 de maio de 2022 73
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Fotos: Divulgação<br />
Pernambucas entrou recentemente para o Movimento sou <strong>de</strong> algodão<br />
ca e responsável que busca a inclusão social<br />
em todos os nossos eixos <strong>de</strong> atuação. “Vivemos<br />
uma era <strong>de</strong> transformações e o tema<br />
sustentabilida<strong>de</strong> veio para permear toda a<br />
socieda<strong>de</strong> e transformá-la positivamente,<br />
fazendo isso acontecer conosco também.<br />
Por isso, buscamos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
que alinhem prosperida<strong>de</strong> econômica,<br />
equilíbrio social e uso consciente dos<br />
recursos ambientais em nossas iniciativas”,<br />
explica Borriello.<br />
Para ele, dois passos importantes foram<br />
dados nessa direção: além do Sou <strong>de</strong> Algodão,<br />
a empresa participa do movimento<br />
ModaComVerso, que mostra a importância<br />
<strong>de</strong> saber qual o processo <strong>de</strong> produção por<br />
trás <strong>de</strong> suas roupas. “Também temos colabs<br />
que são produzidas com estudantes <strong>de</strong><br />
moda a partir <strong>de</strong> tecidos <strong>de</strong> saldos que são<br />
ressignificados e aprimorados com técnicas<br />
<strong>de</strong> upciclyng”, comenta.<br />
Ele diz ainda que monitoram e buscam<br />
estabelecer com os fornecedores uma parceria<br />
sustentável, alinhada aos valores<br />
da companhia e às melhores práticas do<br />
mercado. Segundo ele, esse compromisso<br />
Sou <strong>de</strong> Algodão quer<br />
Divulgação<br />
reconquistar espaço<br />
Há seis anos nasceu o Movimento Sou<br />
<strong>de</strong> Algodão, por iniciativa da Abrapa,<br />
associação que representa os produtores<br />
<strong>de</strong>. A entida<strong>de</strong> percebeu que o algodão<br />
havia perdido mercado para os tecidos<br />
sintéticos e <strong>de</strong>cidiu agir.<br />
Júlio Cézar Busato, presi<strong>de</strong>nte da Abrapa,<br />
revela que os jovens são os que menos<br />
usam roupas <strong>de</strong> algodão, “uma fibra qu e é<br />
confortável e ainda sustentável”. “A marca<br />
que quiser participar do movimento<br />
tem <strong>de</strong> se comprometer a divulgar as roupas<br />
<strong>de</strong> algodão”, fala Busato.<br />
Segundo ele, as re<strong>de</strong>s que participam<br />
do movimento têm <strong>de</strong> fazer as roupas com<br />
70% <strong>de</strong> algodão. “A ca<strong>de</strong>ia começa com o<br />
agricultor”. A i<strong>de</strong>ia, segundo o presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abrapa, é incentivar os lojistas a trazer<br />
as roupas dos fundos das lojas para as vitrines.<br />
Até agora compõem o projeto mais<br />
<strong>de</strong> 900 marcas, e Busato fala que quer<br />
Júlio Cézar Busato: comprometimento<br />
chegar até o fim do ano com 1.200 marcas.<br />
Hoje, os estilistas estão engajados ao<br />
movimento, que foi lançado em 2006, na<br />
SP Fashion Week. “Eles ajudam muito a<br />
reverberar o movimento”. Entre os varejistas<br />
que já a<strong>de</strong>riram ao movimento estão<br />
Pernambucanas e Renner, além <strong>de</strong> empresas<br />
como a Vicunha.<br />
A Abrapa acredita na união da ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />
para transformar a moda brasileira,<br />
tornando-a mais responsável e incentivando<br />
o consumo consciente. A matéria-prima,<br />
segundo a associação, é acompanhada<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o plantio, com análises sobre o uso<br />
controlado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos, consumo atento<br />
<strong>de</strong> água, respeito ao trabalhador e saú<strong>de</strong><br />
econômica dos envolvidos.<br />
Ns<br />
Sergio Borriello: propósito é evoluir cada vez mais<br />
também norteia os contratos, que contemplam<br />
cláusulas relacionadas aos direitos<br />
humanos como repúdio ao trabalho escravo<br />
e infantil, por exemplo, e cláusulas socioambientais.<br />
“Isso faz com que 100% das<br />
relações estabelecidas com nossos fornecedores<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços estejam submetidas<br />
a contratos <strong>de</strong>sse perfil”, conta o<br />
executivo.<br />
Ele <strong>de</strong>staca ainda a busca por estabelecer<br />
relações com a socieda<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> contribuir<br />
na construção <strong>de</strong> boas práticas coletivas<br />
do setor. “Somos associados à ABVTEX,<br />
que zela pelo <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
do varejo têxtil e coor<strong>de</strong>na o programa<br />
<strong>de</strong> certificação para um mercado formal e<br />
ético; também somos associados ao IDV e<br />
à Fecomércio, nas quais participamos das<br />
plenárias executivas e discussões políticas.<br />
Atuamos ainda no InPacto (Instituto do<br />
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho<br />
Escravo), com o objetivo <strong>de</strong> fortalecer<br />
e ampliar as ações realizadas em prol <strong>de</strong>ssa<br />
causa”, enumera.<br />
Borriello fala ainda da manutenção da<br />
boa comunicação com o cliente. Ele afirma<br />
que, antes <strong>de</strong> mais nada, é preciso conhecê-<br />
-lo em profundida<strong>de</strong>. “Somos uma marca<br />
<strong>de</strong> 114 anos e uma das conquistas que mais<br />
nos orgulhamos é o forte relacionamento<br />
que estabelecemos com nossos clientes<br />
ao longo <strong>de</strong>ssa jornada. Essa relação próxima<br />
nos possibilitou enten<strong>de</strong>r as preferências,<br />
<strong>de</strong>sejos e necessida<strong>de</strong>s, além da forma<br />
como preferem se conectar conosco. Tudo<br />
isso contribui com a nossa comunicação”,<br />
<strong>de</strong>clara.<br />
Para ele, outro ponto importante é a comunicação<br />
feita diretamente nas cerca <strong>de</strong><br />
470 lojas da re<strong>de</strong>. “Nossos colaboradores<br />
têm o mesmo perfil dos clientes, ou seja,<br />
pertencem à mesma classe social, enten<strong>de</strong>m<br />
suas necessida<strong>de</strong>s e sabem como atendê-las.<br />
Somos vistos como uma extensão<br />
da família, como a casa do cliente. Isso tudo<br />
reflete em uma comunicação clara, direta e<br />
realmente efetiva”, afirma.<br />
Ele lembra também que as re<strong>de</strong>s sociais<br />
mudaram completamente a forma como<br />
se trabalha a comunicação, que representa<br />
uma quebra <strong>de</strong> paradigma que os <strong>de</strong>safia<br />
diariamente. “Novos canais surgiram e<br />
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