edição de 23 de maio de 2022
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
propmark 57 anos<br />
Fotos: Divulgação<br />
pesquisas qualitativas<br />
sãO falhas pOrque Os<br />
mO<strong>de</strong>radOres sempre<br />
perguntam questões<br />
respOndidas pelO<br />
cérebrO raciOnal<br />
Nóbrega: digital <strong>de</strong>termina nova realida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sign<br />
Deos: marcas têm <strong>de</strong> se adaptar aos novos tempos<br />
ção das pessoas. Com isso, o relacionamento<br />
entre marcas e pessoas tem <strong>de</strong> se aprimorar<br />
constantemente. “Tudo ficou mais próximo<br />
e, com um consumidor mais atento e bem-informado,<br />
os negócios e as marcas precisam<br />
ser ainda mais verda<strong>de</strong>iros.”<br />
Mario Narita, CEO da Narita Design, consi<strong>de</strong>rado<br />
um dos <strong>maio</strong>res especialistas em<br />
<strong>de</strong>sign do Brasil, criou um método <strong>de</strong> avaliação<br />
das reações do consumidor no momento<br />
da escolha <strong>de</strong> um produto, batizado<br />
por ele <strong>de</strong> Processo Límbico. Trata-se <strong>de</strong><br />
uma metodologia que visa revelar as emoções<br />
latentes do consumidor através da observação<br />
do seu comportamento, das suas<br />
escolhas ou <strong>de</strong> seus hábitos.<br />
Para tanto, são utilizados estímulos visuais,<br />
ambientes sensoriais, etnografia,<br />
constelação familiar, antropologia visual e<br />
<strong>de</strong>senhos. “Como ser humano, ten<strong>de</strong>mos inconscientemente<br />
a nos proteger através da<br />
racionalização das nossas atitu<strong>de</strong>s e das nossas<br />
respostas,” diz Narita.<br />
Ele conta que o processo nasceu após observar<br />
que as avaliações das embalagens pelas<br />
pesquisas qualitativas eram falhas porque os<br />
mo<strong>de</strong>radores sempre perguntavam questões<br />
respondidas pelo cérebro racional dos entrevistados,<br />
“ainda hoje o mesmo método é utilizado<br />
pelas gran<strong>de</strong>s companhias”, ressalta.<br />
“Como ser humano ten<strong>de</strong>mos a mentir ou<br />
omitir quando se exigem respostas rápidas,<br />
sobre pressão ou quando não <strong>de</strong>sejamos ver<br />
nossa imagem <strong>de</strong>turpada na frente <strong>de</strong> outras<br />
pessoas. Comportamentos que são manifestados<br />
constantemente nas pesquisas qualitativas.<br />
Porém, através do Processo Límbico,<br />
capturamos o ‘não dito’, isto é, o que o nosso<br />
cérebro racional não consegue camuflar. O<br />
processo é tão revelador que possibilita diferentes<br />
insights: não só para embalagens, assim<br />
como para novos posicionamentos, inovações<br />
e linguagem visual da marca”, garante<br />
Narita, que complementa, “acreditamos que,<br />
uma vez acessado tanto o comportamento ou<br />
a emoção, o consumidor se abrirá para um<br />
diálogo genuíno e duradouro com a marca”.<br />
O omnichannel é outro processo cada<br />
vez mais utilizado pelas marcas para atingir<br />
o consumidor. Foi uma evolução natural do<br />
surgimento das tecnologias digitais, mídias<br />
sociais e dispositivos móveis, que levou a<br />
mudanças significativas no ambiente <strong>de</strong> varejo,<br />
permitindo às marcas re<strong>de</strong>senharem<br />
suas estratégias <strong>de</strong> marketing e produtos. Os<br />
clientes ten<strong>de</strong>m a buscar informações na loja<br />
física e, ao mesmo tempo, obter informações<br />
adicionais <strong>de</strong> seus dispositivos móveis sobre<br />
ofertas e, possivelmente, melhores preços.<br />
“O omnichannel é uma discussão forte<br />
e presente nas empresas. As que nasceram<br />
100% no digital tiveram <strong>maio</strong>r facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar ao novo contexto <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia,<br />
pois é muito mais fácil <strong>de</strong> se apropriar<br />
da questão física, além <strong>de</strong> serem muito mais<br />
capitalizadas. Mas a questão central aqui não<br />
é como unir, é como ter um negócio que pensa<br />
o omnichannel como forma única, não em<br />
juntar duas coisas e ser uma coisa só. Olhando<br />
fundamentalmente a experiência do<br />
cliente, do usuário, é preciso enten<strong>de</strong>r como<br />
eu entrego uma melhor experiência e se ela<br />
passa por momentos físicos e digitais. Eu<br />
tenho <strong>de</strong> olhar para o consumidor no centro<br />
da minha solução, para ter uma entrega <strong>de</strong><br />
valor através <strong>de</strong> uma experiência, olhando<br />
para as ferramentas físicas e digitais. E ainda<br />
temos novas ferramentas e novos universos<br />
vindo aí, como o metaverso, por exemplo,”<br />
afirma Deos.<br />
Para Gabriel Nóbrega, sócio-diretor <strong>de</strong><br />
filmes da Vetor Zero/Lobo, um dos <strong>maio</strong>res<br />
Cassia: tudo ficou mais próximo com consumidor atento<br />
estúdios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign do Brasil, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da tecnologia digital caminhou paralelamente<br />
às <strong>de</strong>mandas sociais na nova<br />
realida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sign. O mercado publicitário,<br />
diz ele, sempre se<strong>de</strong>nto por novida<strong>de</strong>,<br />
foi <strong>de</strong>mandando da empresa projetos cada<br />
vez mais ousados, on<strong>de</strong> a pós-produção era<br />
protagonista da peça. “A Vetor Zero surgiu no<br />
início dos anos 1990, quando apareceram as<br />
primeiras estações <strong>de</strong> computação gráfica, as<br />
Silicon Graphics. Num momento que a tecnologia<br />
ainda era muito rudimentar, on<strong>de</strong><br />
tudo era feito a partir <strong>de</strong> códigos e números,<br />
a empresa se <strong>de</strong>dicava a fazer principalmente<br />
flying logos. Conforme a computação gráfica<br />
foi evoluindo, o mercado publicitário foi <strong>de</strong>mandando<br />
cada vez mais”, diz Nóbrega.<br />
Nesta mesma época, o <strong>de</strong>sign gráfico começou<br />
a <strong>de</strong>spontar no mundo: apareceram<br />
as primeiras versões do After Effects. Foi por<br />
volta dos anos 2000 que a Vetor Zero trazendo<br />
toda essa expertise do motion graphics<br />
começou a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser uma pós-produtora<br />
para se tornar uma produtora autônoma,<br />
com os próprios diretores e um time <strong>de</strong> <strong>de</strong>signer<br />
renomados que traziam pra <strong>de</strong>ntro e<br />
produziam tudo o que havia <strong>de</strong> mais atual no<br />
universo no <strong>de</strong>sign mundial.<br />
Narita: ten<strong>de</strong>mos a nos proteger pela racionalização<br />
68 <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark