edição de 23 de maio de 2022

Proprietária do metaverso Cidade Alta,
a Outplay desenvolve eventos proprietários
voltados a experiências tanto digital
quanto físico. Benetti trabalha o cenário de
branded content e experience ao ajudar as
marcas a adentrarem no universo gamer,
expandindo as possibilidades de ações no
metaverso, por meio de ativações em games
e stream, além de eventos híbridos
com presença no digital e físico.
A aposta tem dado resultados expressivos,
garante Benetti, que cita a média de
250 mil pessoas simultâneas no servidor
nas principais plataformas de live-streaming.
Diariamente, diz ele, a Outplay veicula
mais de 180 vídeos e 2 milhões de views,
tanto no YouTube quanto no perfil do #CidadeAlta
no TikTok. O servidor já alcançou
o Trending Topics do Twitter e conta
com grandes criadores de conteúdo, como
Loud Coringa, Bruno PlayHard e TheDarkness,
além de parcerias com marcas como
Brahma, Tinder, Trident, Submarino, Jeep,
Itaú e iFood, cujas ativações têm conectado
o mundo real do metaverso. A agência
também foi responsável pela realização da
primeira parada LGBTQIA+ em games, junto
ao Facebook Inc., e do primeiro Carnaval
Gamer, e mais de 100 influenciadores participando
dos eventos simultaneamente em
suas transmissões.
perspectivas
Vinicius Zuñiga, vice-presidente comercial
da Gamers Club, subsidiária da Immortals
Gaming Club (IGC), uma das maiores
plataformas de esportes eletrônicos da
América Latina, que atualmente conta com
mais de dois milhões de usuários cadastrados,
sustenta que a pandemia da Covid-19,
apesar de ter interferido no desenvolvimento
de novos produtos e gerado atraso
em diversos lançamentos de peso, por outro
lado impulsionou o descobrimento de
jogos para uma maior parte da população,
por conta principalmente do isolamento
social a que ficou exposta. Com isso, diz,
as marcas vêm buscando cada vez mais se
aproximar desse público e, principalmente,
como se conectar com ele de forma relevante
e orgânica.
“É importante falar que a pandemia
impulsionou, mas foi a própria indústria,
com novos jogos sendo desenvolvidos e
investimentos sendo feitos, que conseguiu
reter essas pessoas. Alguns e-Sports conseguiram
se adaptar rapidamente para um
novo modelo e seguir com conteúdo mesmo
no período conturbado. Aqui dá pra
falar desde Overwatch League no cenário
global, até o crescimento do interesse pelo
xadrez, que obviamente veio junto de investimentos
no chess.com, streamers jogando
o jogo e campeonatos em formatos
novos”, ressalta Zuñiga.
Ele acredita que em breve haverá uma
nova onda de inovações dentro de cada gênero.
Um primeiro exemplo, cita, foi o próprio
Elden Ring, que liderou as vendas na
Steam por três semanas consecutivas e até
Monitor Agon PD27 inspirado nos carros da marca Porsche e voltado para gamers profissionais
“por ser uma forma de
consumo de conteúdo
superimersiva,
a perspectiva é que
os jogos se consolidem
cada vez mais como
clusters essenciais”
hoje não saiu dos Top 10 títulos mais vendidos
na plataforma. “Acredito que aconteceu
em parte por causa da ‘seca’, que não
foi respondida por outros lançamentos com
muito hype por trás, como Cyberpunk 2077.
As vivências dentro de jogos estourando
também são precedentes importantes para
a conversa de metaverso hoje”, afirma.
Zuñiga vê como obstáculo ao futuro do
mercado de games a rejeição por uma grande
parte da comunidade sobre como marcas,
executivos famosos e o próprio Facebook
se apropriam como um “metaverso”,
que frequentemente está junto de outros
temas como Crypto games e NFTs. “Alguns
caminhos são a comunidade dos jogos
aderir ao metaverso como um gênero, ou
a rejeição causar o esquecimento e a grande
perda de investimento das empresas
de jogos que querem entrar nesse cenário.
Divulgação
Foi um pouco o caso com o próprio Second
Life, uns anos atrás, que tinha essa mesma
proposta”, disse.
O vice-presidente comercial da Gamers
Club antevê diversas perspectivas de crescimento
nesse mercado, além dos jogos
digitais propriamente ditos, e cita como
exemplo mais possibilidades na nova geração
de consoles e maior público advindo da
pandemia.
“As marcas já estão virando a cabeça
de vez na direção desse mercado e, com
maior investimento, veremos crescimento
acelerado, mas obviamente a comunidade
gamer terá de ser ouvida. Também temos a
tendência de mobile, console e PC se misturarem.
Jogos cross plataform estão virando
cada vez mais comuns e Genshin Impact,
que não é um jogo necessariamente mobile,
só roda na plataforma, ganhou Jogo Mobile
do Ano no Game Awards passado. Claro que
a tecnologia de aparelhos acessível para a
população vai ser fator limitante quanto ao
nível de complexidade de jogos que podem
rodar no celular, mas já vemos grandes empresas,
como Riot e Ubisoft, entrando nessa
onda (Rainbow Six, Wild Rift e Valorant
mobile). Por ser uma forma de consumo de
conteúdo superimersiva, a perspectiva é
que os jogos e as comunidades se consolidem
cada vez mais como clusters essenciais
para que marcas se planejem e procurem
formas de se aproximar”, finaliza Zuniga.
jornal propmark - 23 de maio de 2022 61