edição de 23 de maio de 2022

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charlesdeluvio/Unsplash
Bandidos sanguinários
da dark web
“Covarde: alguém que numa situação
perigosa pensa com as pernas”
Ambrose Bierce
FRANCISCO ALBERTO MADIA DE SOUZA
rara a semana em que não ocorra um
É ciberataque. Tendo no seu comando e
operação profissionais altamente qualificados
e do mal. Isso mesmo, bandidos
cruéis, sanguinários, da pior espécie.
A primeira sensação e reação da sociedade
é que se tratam de ladrões oportunistas.
Exagerando, “ladrões de galinha” de
ontem, mais preparados e competentes,
que dão golpes, machucam as finanças
das empresas e das pessoas, e fica por isso
mesmo. Definitivamente, não!
Não fica, são assassinos sanguinários e
desprezíveis. Não dirigem sua sanha criminosa
a uma ou outra pessoa, atacam e
devastam centenas, milhares, de pessoas,
de uma única vez.
Não pescam com singelas varas de
pescar. Pescam com redes monumentais...
Crápulas!
Meses atrás o banco de dados atacado
por esses bandidos foi o do Grupo Fleury.
médicos, e que, seguramente, provocaram,
de forma direta ou indireta, muitas
mortes. Assim, são assassinos impiedosos.
Repito, crápulas.
No desespero, o Fleury teve de contratar
de emergência as melhores empresas
disponíveis no mercado como PWC, Accenture
e Proteus, dentre outras, tentando
superar a crise o mais rápido possível.
Até quando a sociedade continuará
tratando esses assassinos em massa e
recorrentes como crimes civis, comuns,
coloquiais?
Está mais que na hora de uma reação
global, sob o comando e patrocínio da
ONU, para darmos início à maior caça
aos bandidos digitais e sanguinários que
hoje nos tiram a tranquilidade e o prazer
de utilizarmos os fantásticos recursos do
admirável mundo novo em processo de
construção.
De certa forma, pouco mais de 20 anos
depois de que tudo começou, vivemos
tempos semelhantes aos dos piratas que
saqueavam os navios e dos bandidos que
assaltavam as diligências.
Tiraram o Fleury do ar, roubaram dados
de milhares de clientes, criptografaram
a quase totalidade, e passaram a
exigir criptomoedas para liberarem esses
dados e informações.
Enquanto isso acontecia, causaram a
morte de algumas pessoas... Pela inacessibilidade
aos dados...
Não se tratava dos dados da torcida de
um clube que pura e simplesmente deixava
de comprar ingressos por um determinado
tempo.
Eram dados sobre pessoas, sobre a saúde
das pessoas, sobre milhões de exames
Com uma pequena grande diferença.
Bandidos que assumiam riscos para cometerem
seus crimes. Colocavam o deles
na reta, a vida em risco.
Hoje, os bandidos da deep web e do
digital trabalham de suas casas, confortavelmente,
provocando o pânico e o desespero
em milhões de pessoas...
Mais que na hora de uma reação total e
poderosa da sociedade. Mais que na hora
de condenar todos eles a, no mínimo, prisão
perpétua.
Nunca fui a favor da pena de morte. Estou
reconsiderando...
Francisco Alberto Madia de Souza
é consultor de marketing
famadia@madiamm.com.br
22 23 de maio de 2022 - jornal propmark