edição de 23 de maio de 2022

Fotos: Divulgação
Luiz Sanches, CCO da BBDO North America: Titanium
da Europa. Apesar desse lado negativo, a
ideia é extrair coisas positivas nesse curto
período do festival. Após dois anos, será
atípico ter um festival presencial”, raciocina
Sanches.
inTeRnacionaL
Com longa carreira na AlmapBBDO, eleita
pelo Cannes Lions como a Agência da Década
do evento, Sanches está há dois meses
na posição de CCO da BBDO North America.
Na verdade, ele já vinha atuando desde
o ano passado. “Agora houve a formalização”.
Ele vai usar como base o escritório da
BBDO de Nova York, a agência mais premiada
dos Estados Unidos.
“Quero manter essa performance e levar
referências brasileiras, como o craft e a
simplicidade de ideias. Meu plano também
contempla a integração de todas as agências
sob o meu comando, cada uma delas
com pelo menos duas especialidades específicas
para contribuir com o todo da região.
Com flavors diferentes, elas poderão
ser reconhecidas como a AlmapBBDO, cuja
imagem é associada a craft, ideia e simplicidade.
Sempre lembrando que craft deve
estar no texto, na imagem, na música. Em
tudo”, planeja o criativo.
Bayer se uniu ao mundo da moda para ressignificar os minibolsos das calças jeans sugerindo seu uso para Aspirina
“com flavorS
diferenteS, poderão Ser
reconhecidaS como a
almapBBdo, cuja imagem
é aSSociada a craft,
ideia e Simplicidade”
MaiS coM MenoS
A ideia de fazer mais com menos não
está associada à condição econômica do
Brasil, onde os orçamentos são diminutos e
exige que agências e produtoras se virem literalmente
nos 30. Na visão de Sanches, ganha
novo contorno com o momento do negócio
da propaganda. Se antes era comum
ter grandes orçamentos para produções,
agora, com a maior exigência de conteúdos
nos multivariados pontos de conexão com
os consumidores, o volume de produção
aumentou consideravelmente.
“Para o cliente se tornar visível e relevante
nesses novos meios digitais se tornou
necessário produzir mais conteúdo.
Como as verbas não aumentam proporcionalmente
à necessidade, quem consegue
trabalhar com orçamentos reduzidos, sem
abrir mão da criatividade, vai fazer a diferença.
Os brasileiros já estão acostumados
e saem na frente de produzir mais quantidade
de conteúdo com menos investimento.
Sempre falo que fomos ensinados nas
agências a parar quando apertamos o botão
play. Mas há algum tempo passamos a ter
o after play, que é quando se começa uma
conversa. Tem o trabalho de awareness, a
isca para começar essa conversa. E como
manter essa conversa aquecida? Precisamos
produzir mais com menos investimento
e isso foi acelerado durante a pandemia”,
explica Sanches.
PLaTaFoRMa
Vários projetos liderados por Sanches já
estão em andamento nos EUA, mas todos
estão sob sigilo. O conceito que ele propõe
é formalizar plataformas que abrigam campanhas
e não se concentrar apenas no desenvolvimento
de ações que, nas palavras
de Sanches, “podem ser feitas em um tempo
mais curto”. Esse plano integra a reorganização
da agência, que está em andamento,
e vai exigir pelo menos seis meses para
ser finalizada.
Criptografia de ponta a ponta foi a promessa da ação para proteger as mensagens pessoais dos usuário do WhatsApp
MoDeLo
Algo que Sanches não vai conseguir exportar
do Brasil para os EUA é o modelo
brasileiro de publicidade, que ele considera
o mais adequado para a criatividade. “Se
existe revolução de consumir conteúdo ela
aconteceu por conta da mídia. Ter a mídia
na estrutura da agência nos torna mais relevantes.
E com a possibilidade de impactar
mais positivamente do que quando não
tem a mídia. Isso não tenho como levar pra
lá. A OMD cuida disso. O que podemos fazer
é como pensar o conteúdo. Na AlmapBBDO,
o conceito criativo é que determina o encontro
do formato ideal para ter conversas
com pessoas. Adaptamos isso para o mundo
digital. Essa mentalidade, apesar de a
mídia não liderar o processo, eu acho que
é possível e já está acontecendo”, finaliza.
jornal propmark - 23 de maio de 2022 103